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CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DO BAIXO E MÉDIO AMAZONAS - CESBAM - CURSO DE FISIOTERAPIA PERÍODO: 3º PERÍODO MATÉRIA: FISIOTERAPIA GERAL II PROF A . MAHYRA MOTA MECANOTERAPIA 1. Conceitos e Funções: É a utilização de aparelhos mecânicos no tratamento de patologias diversas patologias humanas. A Mecanoterapia é uma atividade cujos exercícios são executados de forma ativo-resistida com aplicação de forças externas mecânicas, ou seja, com a utilização de polias, halteres, molas, elásticos, etc, buscando desenvolver, restaurar e promover a manutenção da força muscular, melhorar a mobilidade articular, flexibilidade e coordenação. Pode ainda ser utilizada durante a reabilitação como forma de ganho de massa e potência muscular, quando diminuídas pelo afastamento do paciente das atividades devido à lesão. Algumas das aplicações do exercício resistido na fisioterapia terapêutica e em reabilitação vêm tendo a sua popularidade crescendo vertiginosamente também entre os não-atletas. Os exercícios resistidos são os mais eficientes para aumentar a capacidade contrátil e o volume músculo- esquelético, sendo realizados contra-resistência graduável no sistema de séries e repetições. As cargas e amplitudes podem ser facilmente adaptadas às condições físicas de cada paciente para níveis indolores e confortáveis. A ausência de dor durante a atividade permite o ganho de força muscular e conseqüente aumento da estabilidade articular. Para ganhar força muscular, é necessário sobrecarregar o músculo ao nível superior àquele a que é normalmente submetido, o que vai deixá-lo cada vez mais resistente e forte. É importante que o paciente que apresente déficit de força e resistência muscular seja submetido a maiores sobrecargas durante as atividades para suprir sua necessidade particular, melhorando e acelerando o processo de reabilitação durante o tratamento fisioterápico.

Mecanoterapia

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Terapia através de resistência mecânica.

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CURSO DE FISIOTERAPIAPERÍODO: 3º PERÍODOMATÉRIA: FISIOTERAPIA GERAL IIPROFA. MAHYRA MOTA

MECANOTERAPIA

1. Conceitos e Funções:

É a utilização de aparelhos mecânicos no tratamento de patologias diversas patologias humanas.A Mecanoterapia é uma atividade cujos exercícios são executados de forma ativo-resistida com aplicação de forças externas mecânicas, ou seja, com a utilização de polias, halteres, molas, elásticos, etc, buscando desenvolver, restaurar e promover a manutenção da força muscular, melhorar a mobilidade articular, flexibilidade e coordenação.Pode ainda ser utilizada durante a reabilitação como forma de ganho de massa e potência muscular, quando diminuídas pelo afastamento do paciente das atividades devido à lesão.Algumas das aplicações do exercício resistido na fisioterapia terapêutica e em reabilitação vêm tendo a sua popularidade crescendo vertiginosamente também entre os não-atletas.Os exercícios resistidos são os mais eficientes para aumentar a capacidade contrátil e o volume músculo-esquelético, sendo realizados contra-resistência graduável no sistema de séries e repetições. As cargas e amplitudes podem ser facilmente adaptadas às condições físicas de cada paciente para níveis indolores e confortáveis.A ausência de dor durante a atividade permite o ganho de força muscular e conseqüente aumento da estabilidade articular.Para ganhar força muscular, é necessário sobrecarregar o músculo ao nível superior àquele a que é normalmente submetido, o que vai deixá-lo cada vez mais resistente e forte. É importante que o paciente que apresente déficit de força e resistência muscular seja submetido a maiores sobrecargas durante as atividades para suprir sua necessidade particular, melhorando e acelerando o processo de reabilitação durante o tratamento fisioterápico.

2. Aparelhos Clássicos da Mecanoterapia

2.1. Aparelhos para membros inferiores:

2.1.1. Bicicleta Ergométrica

Tonifica os músculos de MMII Condicionamento cardiovascular e físico Exercício aeróbico de baixo de impacto (baixo gasto calórico) SPINNING: modalidade que exige muito preparo físico e, por isso, só é indicada

para quem tem um ótimo condicionamento.

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Indicado para iniciar programa de exercícios e também para clientes gestantes, sedentários, obesos e com problemas nas articulações, pois exige menos da massa muscular.

Obs: O selim não deve estar muito alto, para não forçar demais os quadris. Caso esteja baixo, os joelhos poderão ser lesionados. Para calcular a altura ideal, sente-se sobre a bicicleta e apóie o calcanhar no pedal que está mais baixo, os joelhos devem ficar semi flexionados. Cuidado com a postura: O selim não deve ficar muito longe do guidão, caso contrário você vai ter que dobrar muito o corpo para segurá-lo.

2.1.2. Esteira

Tonifica os músculos de MMII Condicionamento cardiovascular e físico. Exercício aeróbico de impacto e bom gasto calórico. Melhora a capacidade cardiorrespiratória e ajusta o peso. Usado na reabilitação e recondicionamento cardiovascular.

Obs: Na rua se queima mais energia, mas o impacto nas articulações é maior.

2.1.3. Transport

Tonifica MMII, principalmente coxas, glúteos e abdomens. Condicionamento cardiorrespiratório, vascular e físico. Exercício aeróbico de baixo impacto, mas de alto gasto calórico (o dobro da

bicicleta e, 40% mais que a esteira). Indicado para clientes com problemas nas articulações.

Obs: Evitar ficar balançando o corpo e esticar totalmente o joelho da perna que está embaixo para não provocar lesões.

2.1.4. Mesa de Quadríceps ou Mesa de Bonet

Funções e Indicações: A mesa de Bonet é um tipo de aparelho que trabalha com músculos e

articulações do membro inferior e, portanto, pode ser indicado em casos, por exemplo, de hipotonia dos músculos do quadríceps, podendo trabalhar com a flexão ou extensão do joelho, usando-se tanto o protocolo de DeLorm (carga crescente) quanto o de Oxford (carga decrescente), de acordo com a resistência à fadiga do paciente.

Modo de Uso: É utilizada, por exemplo, quando um paciente sofreu uma ruptura do ligamento

cruzado anterior a fim de fortalecer os músculos do quadríceps. O paciente deve estar

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sentado, tendo o suporte de apoio sobre o tornozelo e o exercício pode ser realizado isotônico ou isometricamente de forma lenta.

Contra-Indicações:É contra-indicado nas fases agudas de infecção, nas algias intensas, nos

derrames intra-articulares, nas anquiloses do joelho entre outros.

2.1.5. Quadro de Quadríceps:

Usado para proporcionar apoio adequado do membro inferior durante exercícios do joelho em DD (decúbito dorsal). Muito utilizado em pacientes hospitalizados.

Indicações: Debilidades dos extensores do joelho.

2.1.6. Exercitador de Tornozelo

É um dispositivo que atua na mobilidade da articulação talo-crural, auxiliando na execução dos movimentos de dorsi-flexão e flexão plantar. Esse aparelho pode ser usado na forma simples em um pé ou na forma dupla em ambos os pés. Na forma dupla os prostrechs são unidos por duas hastes de plástico. Ao realizar os exercícios com esse aparelho o paciente é capaz de “regular” a velocidade de angulação do movimento desejado através de resistências elásticas. A prática clínica permite relatar que este dispositivo permite modular a força de contração muscular do paciente usando um ou outro thera tubing. O que irá indicar com qual resistência os exercícios deve ser feito é a condição do paciente.

Modo de Uso:Na execução de exercícios com esse dispositivo o paciente deve adotar a posição de sedestação e evitar a realização de movimentos compensatórios indevidos. Para realização dos movimentos no prostrech é necessário que o pé apresente-se na posição neutra ou em leve supinação, para ser proporcionado a liberação articular, aspecto que interfere na eficácia do trabalho muscular, etapa subseqüente. Na fase de dorsiflexão do exercício é proporcionado o alongamento do tríceps sural (gastrocnêmio e sóleo) se o joelho estiver em extensão, mas se este permanecer flexionado apenas o sóleo será alongamento. O músculo tibial anterior submete-se ao alongamento quando a articulação talo-crural é conduzida a uma flexão plantar.

Indicações:Esse aparelho tem sido mais empregado para o tratamento do encurtamento e/ou fraqueza dos músculos tibial anterior e tríceps sural como ocorrem na canelite (termo usado para descrever uma dor na perna induzida por atividade ao longo das faces póstero-medial ou antero-lateral dos 2/3 proximais da tíbia).

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2.1.7. Escada e Rampa Progressiva

Escada para treino funcional de fisioterapia, treinando marcha, coordenação e equilíbrio, aumentando a propriocepção e flexibilidade.

Indicações:Afecções que acarretem seqüelas com debilidade muscular, incoordenação motora, desequilíbrio estático e dinâmico.

2.1.8. Tábua de Alongamento de Tríceps Sural ou Panturrilha Relax

Modo de Uso e Indicações:É um dispositivo mecânico que proporciona movimento da articulação talo-crural com o objetivo de alongar o tríceps sural. Quando realizado com o joelho estendido alonga o gastrocnêmio, já com o joelho fletido atua alongando o músculo solear.Durante a utilização desse aparelho o fisioterapeuta deve ficar bem atento para que o paciente não realize uma pronação excessiva da articulação subtalar e a eversão dos artelhos, isso porque pode provocar uma rotação interna de todo o membro inferior com o aumento concomitante do estresse em valgo ao nível do joelho e consequentemente, promover uma maior pronação da articulação subtalar. Para tanto costuma-se usar uma toalha de mão dobrada para apoiar a articulação subtalar em uma posição neutra ou levemente supinada aprimorando dorsi-flexão da articulação talo-crural evitando, assim, o desabamento do arco plantar.Este aparelho é indicado em indivíduos que tem um encurtamento de tríceps sural, como no uso freqüente de salto alto e em pacientes, que apresentam lesão do nervo tibial anterior e em pós-operatório de cirurgias de joelho e tornozelo.

2.1.9. Barras Paralelas

Aparelho usado para treino funcional de fisioterapia, treinando coordenação, marcha, equilíbrio, aumentando a propriocepção e flexibilidade.

Indicação:Afecções que acarretem seqüelas com debilidade muscular, incoordenação motora, desequilíbrio estático e dinâmico.

2.1.10. Plataforma de Inversão e Eversão

Trata-se de outro recurso pouco descrito na literatura. É composta de duas peças e cada uma apresentando uma forma de cunha. Quando unidos pela parte mais alta usa- se como inversora; e quando unidos pela parte mais baixa, usa-se como eversora.

Modo de Uso:A posição fundamental para a utilização desse aparelho é a ortostática. As indicações fisioterapêuticas restringem as deformidades dos pés. Para os pés planos, chatos, valgo ou invertido usa-se a tábua inversora. O paciente caminha apoiando-se nas

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pontas dos quatros últimos dedos, no bordo externo e no calcanhar, forçando assim a musculatura da arcada plantar para cima. Em pés cavos, escavados, varo ou evertidos é usado à tábua eversora. A deambulação será realizada apoiando o hálux, borda interna e calcanhar, forçando desse modo a musculatura da arcada plantar para baixo. Esse dispositivo não deve ser utilizado para pacientes que não apresentam um bom equilíbrio bípede, sendo que nesses casos a tábua pode ser usada no centro da barra paralela para uma maior segurança do paciente. Os poucos estudos encontrados limitam uma maior discussão sobre este dispositivo.

2.2. APARELHOS PARA MEMBROS SUPERIORES:

2.2.1. Roda de Ombro / Roda Náutica

Tonifica músculos do ombro. Indicado quando há déficit em amplitude de movimento de ombro,

possibilitando flexão, extensão, abdução e rotação de ombro. Características: deve conter estrutura tubular (preferencialmente em aço inox

ou cromado); Possuir sistema de regulagem de carga mecânica; Possuir ajuste de altura da roda; Raio de manopla regulável; Montada em base de madeira para fixação em parede.

2.2.2. Escada de Dedos

É um aparelho que oferece ao paciente um reforço objetivo e motivação para realizar a ADM de ombro. As marcações na parede podem também ser usadas para dar feedback visual sobre a altura atingida ao “escalar a parede” . Esse aparelho pode ser encontrado na forma retilínea ou em semi-circunferência. Na segunda forma, o ombro do paciente funciona como um centro de uma circunferência e o braço seria o raio, proporcionando maior conforto ao paciente que não necessitaria se mover enquanto executa-se o movimento. Contudo, é necessário ensinar aos pacientes os movimentos e posicionamentos adequados, não permitindo movimentos compensatórios como a inclinação lateral do tronco, elevação dos artelhos ou dos ombros.

Modo de Uso:Para trabalhar a flexão de ombro o paciente pode ficar em pé de frente para a escada de dedos ou parede, à distância de um braço, posicionando o dedo indicador ou médio em um degrau da escada. O braço então é movido em flexão quando os dedos sobem na escada, sendo que o paciente se aproxima da escada à medida que o braço é elevado. A altura máxima a ser alcançada deve respeitar o limite álgico ou articular, e os movimentos devem ser realizados lentamente. Quando o enfoque está na abdução do ombro o paciente fica em pé de lado, com o ombro afetado em direção à escada, àdistância de um braço. Ele precisa rodar externamente o ombro enquanto abduz o braço em amplitudes maiores que 90° para evitar o pinçamento dos tecidos moles

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(presente na articulação gleno-umeral) pelo tubérculo maior do úmero e o acrômio da escapula.Indicações e Contra-Indicações:Nos casos crônicos dessas lesões, podem ser usados para aumentar a mobilidade da articulação. Já na prática clínica evita-se utilizar este aparelho para os casos agudos de bursites, ombro congelado, artrites com cisto sinovial, na rotura parcial da bainha rotadora do ombro e demais patologias que provoquem compressão do tendão do músculo supra-espinhoso.

2.2.3. Mesa de Kanavel

A Mesa de Kanavel é composta por exercitador de dedos, prono-supinador e rolo de punho (o último será discutido separadamente). Através deste aparelho, pode-se trabalhar os movimentos de flexo-extensão de dedos e punho, acompanhados de adução, abdução e oponência do polegar.

Modo de Uso, Indicações e Contra-indicações:Em casos em que o paciente sofreu fratura dos ossos do carpo e foi imobilizado em extensão, a mesa de Kanavel pode ser utilizada para trabalhar os flexores dos dedos e punho. É contra-indicada para pacientes com seqüelas graves, como nas anquiloses.O prono-supinador é indicado em seqüelas que comprometem a prono-supinação (lesões dos nervos mediano e radial), auxiliam nas seqüelas que afetam a rotação externa do ombro (artrite reumatóide, osteoartrite, artrite traumática), interna (ombro congelado idiopático) e no comprometimento de bíceps braquial. É contra-indicado em casos de bloqueio articular do membro superior que impossibilite a posição adequada do paciente.

2.2.4. Rolo de punho

Função e Indicação:O rolo de punho é um aparelho composto por três cilindros interligados, indicado para melhorar a força muscular e a flexo-extensão da articulação do punho, em casos de seqüelas deixadas por fraturas, em artrites e artroses, auxiliando também na abdução e extensão do polegar, necessários para realizar a preensão.

Contra-Indicação:A contra-indicação é para os casos de deformações fixas irreversíveis.

2.2.5. Polias

Sistema de polias preso à parede (com pesos ou molas) oferece resistência fixa. O paciente pode ser regulado em diversas posições, desde que o eixo da articulação esteja ajustado à atividade que se deseja realizar com o aparelho.

Modo de Uso:

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A variedade dos grupos musculares fortalecidos depende do reposicionamento do paciente. Entretanto, os movimentos no sistema de polias só deverão ser utilizados quando for feito o teste muscular e neste for encontrado grau regular. Em membros inferiores pode-se posicionar o paciente sentado, fixar o pegador em seu tornozelo e mimetizar os movimentos da mesa de Bonet; para os adutores e abdutores da coxa, adota-se a posição ortostática lateral.

Indicações:Este aparelho é indicado para casos de periartrite escápulo-umeral; lesões do cotovelo; desvios de coluna e escápulas aladas (paciente realiza movimentos simétricos, de frente para o aparelho, fazendo movimentos horizontais com braços abduzidos); correção de postura (de costas para o aparelho, braços abduzidos, sustentar o peso isometricamente).

Contra-Indicação:É contra-indicado em fases agudas de seqüelas e anquiloses; deve-se ter o cuidado de evitar os movimentos compensatórios.

2.2.7. Bastão

Um dos recursos mecanoterapêuticos existentes e muito citados na literatura são os bastões que devem ser usados em pacientes que apresentam controle muscular voluntário no membro superior afetado. Os estudos relatam que o nível da limitação funcional do paciente é que determinará o seu posicionamento podendo ser em decúbito dorsal, ou em ortostase ou sedestação.

Modo de Uso:O mecanismo da utilização do bastão baseia-se no movimento guia, ou seja, o paciente segura o bastão com ambas as mãos; e o membro normal guia o membro comprometido. Esse dispositivo pode ser usado para ganhar amplitude em movimento de flexão de ombro, onde o bastão é levantado para frente e para cima com extensão do cotovelo sem permitir elevação escapular ou torção de tronco; abdução e adução horizontal de ombro no qual o paciente ergue o bastão à 90º de flexão de ombro com o cotovelo estendido, direcionando-o para o lado e para trás cruzando o tórax. No lado que o ombro é abduzido o cotovelo mantém-se em extensão, já no lado aduzido ocorre à flexão. É importante salientar que é necessário observar o paciente durante o exercício para evitar que este faça movimentos indesejados.

Indicações:O bastão pode ser utilizado na mobilização do ombro após cirurgia de carcinoma invasor da mama, atuando nos movimentos de extensão do ombro e flexão do cotovelo. Pode ser usado também para restaurar movimento de rotação interna e externa de ombro, com o paciente abduzindo o ombro à 90º e seus cotovelos fletidos a 90°. Para rotação externa o bastão deve ser movido em direção à cabeça do paciente e para rotação interna o bastão deve ser movido em direção a cintura.

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Para ganhar amplitude de movimento de flexão e extensão do cotovelo o paciente deve segurar o bastão na distância da largura do ombro e em seguida flexionar e extender os cotovelos.Na hiperextensão o paciente deve segurar o bastão por trás de suas nádegas com as mãos afastadas na largura do ombro e afastá-lo do corpo em sentido póstero-superior evitando mover o corpo. Os exercícios com bastão podem ser realizados combinados com exercícios respiratórios, através da flexão de ombro, a fim de aumentar a expansão torácica e aumentar o volume inspiratório.Para alongar os músculos peitorais maiores o paciente deve segurar o bastão com os antebraços pronados e os cotovelos fletidos 90°. Em seguida elevar os ombros e trazer o bastão para trás da cabeça e ombros, com escapulas aduzidas e os cotovelos para trás. O paciente deve respirar enquanto trás o bastão para trás dos ombros, e expirar enquanto mantém a posição alongada.O exercício com bastão melhora a mobilidade torácica em pacientes portadores de DPOC moderada e grave, além da qualidade de vida dos indivíduos. Nesse estudo o bastão foi utilizado auxiliando movimentos de flexão lateral e rotação do tronco.

2.3. Aparelhos clássicos para tronco, cabeça e pescoço:

2.3.1. Tração cervical Mecânica e Pneumática

Esta técnica de tração é empregada com o intuito de promover os alongamentos musculares da coluna cervical, bem como o aumento dos espaços intervertebrais, os quais, tensionados e diminuídos, respectivamente, são as etiologias dos processos álgicos e compressivos desta região. O efeito mecânico da tração cervical diminui o déficit de preensão palmar de pacientes com radiculopatias cervicais. As vantagens da tração manual em relação à tração mecânica incluem o fácil posicionamento das mãos, o feedback sensorial do toque, a especificidade da técnica e o conforto do paciente, mantendo-o em repouso. Alguns efeitos fisiológicos da tração incluem a descompressão das estruturas articulares, neurológicas e vasculares, o alongamento dos tecidos moles e a estimulação dos mecanorreceptores, com a finalidade de proporcionar alívio da dor e redução do tônus muscular. Entretanto, deve-se ter o conhecimento do diagnóstico médico e realizar uma avaliação cinesiológica funcional, com o intuito de programar o tratamento adequado para os comprometimentos cervicais.

2.3.2. Tração Torácica

Esta técnica de tração é empregada com o intuito de promover os alongamentos musculares da coluna torácica, bem como o aumento dos

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espaços intervertebrais, os quais, tensionados e diminuídos, respectivamente, são as etiologias dos processos álgicos e compressivos desta região (ex: escoliose idiopática, discopatias, etc).Alguns efeitos fisiológicos da tração incluem a descompressão das estruturas articulares, neurológicas e vasculares, o alongamento dos tecidos moles e a estimulação dos mecanorreceptores, com a finalidade de proporcionar alívio da dor e redução do tônus muscular. Entretanto, deve-se ter o conhecimento do diagnóstico médico e realizar uma avaliação cinesiológica funcional, com o intuito de programar o tratamento adequado para os comprometimentos torácicos.

2.3.3. Tração Lombar

Esta técnica de tração é empregada com o intuito de promover os alongamentos musculares da coluna lombar, bem como o aumento dos espaços intervertebrais, os quais, tensionados e diminuídos, respectivamente, são as etiologias dos processos álgicos e compressivos desta região (ex: lombalgias, lombociatalgias, escoliose lombar, desníveis pélvicos, espondilolisteses, espondiloartroses, discopatias, etc).Alguns efeitos fisiológicos da tração incluem a descompressão das estruturas articulares, neurológicas e vasculares, o alongamento dos tecidos moles e a estimulação dos mecanorreceptores, com a finalidade de proporcionar alívio da dor e redução do tônus muscular. Entretanto, deve-se ter o conhecimento do diagnóstico médico e realizar uma avaliação cinesiológica funcional, com o intuito de programar o tratamento adequado para os comprometimentos torácicos (ex: escoliose idiopática).

2.4. Aparelhos para Vários Segmentos:

2.4.1. Halteres

Os halteres possuem peso fixo e por isso necessitam de uma série crescente de pesos (de 500g a 5kg) para que se possa progredir adequadamente em um paciente à medida que este aumente sua força. Os halteres dão a opção de se iniciar o tratamento com fortalecimento precocemente, pois pacientes acamados (desde que não estejam, em estado agudo, com fraturas recentes, atonias e anquiloses) podem fazer seu uso ainda no leito.

Indicações:

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Indicado para casos de seqüelas com comprometimento ósteomúsculo- ligamentar dos membros superiores. Oferece resistência à musculatura envolvida os movimentos de ombro como, abdução e adução, flexão e extensão, flexão medial e lateral e abdução e adução horizontal, flexão e extensão do cotovelo, prono-supinação do antebraço, desvios radial e ulnar e flexão e extensão do punho.

2.4.2. Tornozeleira

A tornozeleira é uma faixa contendo pesos presos com velcro e pode ser aplicada, por exemplo, em paciente que sofreu uma laceração dos isquiotibiais, fazendo um trabalho de fortalecimento desta musculatura em cadeia aberta. O movimento será o de flexão e a resistência vai ser proporcionada pela gravidade quando o joelho está em 90° de flexão. Posteriormente a resistência pode ser aumentada usando pesos em torno do tornozelo.Com emprego semelhante, temos a bota de DeLorm. A bota de DeLorm é um método típico para o quadríceps, é uma bota de ferro com uma barra transversal, pesos de ferro de vários tamanhos e parafusos prendendo os pesos a tira de couro.

2.4.3. Recursos de Resistência Elástica:

a) Faixas e Tubos ElásticosSão materiais elásticos para a resistência, leves e portáteis, econômicas e versáteis, possibilitam uma ampla gama de exercícios, produzem força positiva e negativa sobre os músculos, tem resistência uniforme, diferindo um de outro na forma de apresentação (faixas elásticas: thera-band; tubos elásticos: thera-tubbing).Disponíveis em várias graduações e espessuras, impondo ao músculo em contração, maior resistência quanto mais espesso for o material.O material elástico pode ser cortado em diferentes comprimentos e aplicado de modo que o membro superior ou inferior ou a musculatura do tronco possa ser fortalecido. Ao se fixar uma das extremidades das faixas ou tubos é imprescindível que se note a angulação que se faz com o membro que está sendo trabalhado. Quando o dispositivo estiver a 90º com o membro, o torque é máximo, já quando se encontra inclinado, o torque é diminuído e há aumento das forças compressivas. A compressão se for excessiva, pode levar a alterações nas cartilagens articulares, deterioração e lesões isquêmicas

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nos tecidos moles. Em patologias com síndromes compressivas do ombro, a inclinação, portanto, é indesejável.

b) DigiflexÉ um material de acrílico que possui cinco cores para cada dispositivo que é usado gradualmente para aumentar a resistência. O paciente fica com os dedos da mão em semi-flexão, segurando o aparelho com o antebraço supinado ou em posição intermediária. O punho deve estar fletido dorsalmente a aproximadamente 30º, para se obter melhor rendimento dos músculos das mãos.

Indicações e Contra-indicações:É indicado para os músculos flexores e adutores dos dedos e para promoção ou manutenção das amplitudes das articulações interfalângicas e metacarpofalângicas; e contra-indicado em contraturas isquêmicas de Volkman (caso gravíssimo decorrente de lesão da artéria braquial ou da artéria poplítea) em pacientes espásticos. Os exercícios realizados pelo digiflex também podem ser realizados por meio de faixas, tubos elásticos, bastando que o fisioterapeuta adapte o recurso a necessidade do paciente.

c) Massinha de exercícios para punhos e dedosÉ um material sintético, maleável, de várias cores que servem para graduar a resistência, sendo moldada de acordo com as manobras do paciente.O paciente deve pinçar a massa entre os pontos digitais até ser exercida uma preensão.

Indicações:É indicada para o aumento de força dos músculos utilizados para o movimento de pinçamento, restauração da capacidade de se produzir o toque e refinamento da função motora delicada dos músculos intrínsecos e extrínsecos da mão. Não se observam contra-indicações para este dispositivo, mas os exercícios a serem realizados por ele podem ser também realizados até mesmo manualmente pelo fisioterapeuta ou por bolinhas de borracha.

2.4.4. Escada de Ling, Barra de Ling, Espaldar

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Geralmente é usada para realização de exercícios de correção postural; alongamento do tronco, membros superiores e inferiores; treinamento funcional e para fortalecimento dos músculos superiores. Este aparelho também é indicado para pacientes com seqüelas osteoligamentares da coluna vertebral, quadril, joelho e tornozelo, como também para a cintura escapular e cotovelo. Tem sido descrito também para auxiliar no treinamento da passagem da sedestação para a posição ortostática, e é utilizado ainda como mecanismo de fortalecimento de peitorais, e intervêm em casos de bloqueios articulares de membro superior e inferior. Nas escolioses, de acordo com o nível da curvatura, pode-se realizar exercícios nas posições de pé ou suspensos, utilizando o próprio peso corporal tentando uma correção da postura do paciente. Com a finalidade de promover um aumento na amplitude articular do quadril, joelho, tornozelo e metatarsofalangiana, o paciente deve adotar a posição ortostática e, apoiandose com as mãos às barras, faz elevação do corpo e, em seguida, se abaixa até a posição de cócoras e em seguida voltando a ortostase. Esse exercício pode ser usado para restaurar a mobilidade do joelho em pós-operatório após rompimento do ligamento cruzado anterior. O espaldar também é usado nos bloqueios das articulações dos membros superiores. Nestes casos o paciente adota a posição ortostática, segurando a barra no mesmo nível dos ombros e com os cotovelos estendidos, ele procura se aproximar, flexionando os cotovelos e voltando à posição original. O resultado desse exercício é o aumento da amplitude articular.

2.4.5. Bola Suíça

A bola vem sendo usada na fisioterapia no tratamento neuroevolutivo há cerca de 40 anos. Nomes que trouxeram a bola para a prática fisioterapeutica são conhecidos como: Berta e Karel Bobath (Londres-1967) e por Suzanne Klein-Vogelbach (Suiça-1955). O conceito de Klein-Vogelbach de “cinética funcional” (1981) baseia-se na observação, análise e ensino do movimento humano. Conhecemos a bola por “bola suíça” (embora fossem fabricadas na Itália), provavelmente porque os primeiros fisioterapeutas americanos tenham aprendido os exercícios com bola na Europa, onde Klein-Vogelbach e seus exercícios já eram conhecidos.É usada para realização de exercícios de correção postural; alongamento do tronco, membros superiores e inferiores; treinamento de equilíbrio, a

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fim de proporcionar um melhor controle de tronco, o que ajudará muitas atividades físicas, como tocar cadeira, transferências, dirigir veículos, praticar esportes, higiene pessoal, alimentação e outras, além de fortalecimento dos músculos superiores e inferiores e de músculos do equilíbrio e estática.

Uma breve história literária da Bola Suiça:1981- Exercícios com bola suiça (Klein-Vogelbach - Alemanha)1990 – Aplicações da Bola suíça para pacientes com hemiplegia (Davies).1991 – Prática de agachamento com bola suíça (Day). - Manual sobre o uso da bola com crianças (Hypes).1993 – Uso de bola suíça no Hospital (Carrière) - Uso do PhysioRoll para facilitação das habilidades motoras (Marcks)1995 – Guia para programas de exercícios domiciliares usando a bola suíça e sua história detalhada (Posner-Mayer).1996 – Sugestões para o uso da Bola Suiça (Umphred e Carrière)

Este aparelho também é indicado para pacientes com seqüelas osteoligamentares da coluna vertebral, quadril, joelho e tornozelo, como também para a cintura escapular e cotovelo.

2.4.6. Prancha ortostática

A prancha ortostática é espécie de maca com amarras, para prender o corpo e realizar o ortostatismo. Com o uso de uma manivela ou controle elétrico para subir a prancha, a pessoa, gradativamente, atingirá a posição vertical. Pode levar dias ou meses até chegar a esta posição. Cada sessão de ortostatismo não deverá ultrapassar uma média de 45 minutos, para que as amarras e outros artefatos não provoquem úlceras. As sessões poderão ser feitas uma ou mais vezes durante o período, de acordo com a disponibilidade da pessoa.

Modo de Uso:Seu uso e função é baseada no Ortostatismo, que corresponde ao trabalho de, gradativamente, levar uma pessoa a ficar na posição vertical, ou seja, em pé. A elevação deve ser gradativa, para que o corpo de uma pessoa se adapte a esta nova posição, pois, dependendo da posição, seja deitada, sentada ou em pé, o funcionamento do corpo se comportará de maneiras diferentes (batimentos cardíacos, respiração, calibre dos vasos sanguíneos, fluxo de sangue, diversos órgãos, etc).

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Indicações e Contra-inidicações:Seus benefícios envolvem tanto a parte psicológica como a física. Na primeira, pelo paciente passar a maior parte do tempo deitado ou sentado, quando em pé, o seu ângulo de visão mudará, passando a olhar as pessoas na mesma posição ou de cima para baixo, o que também mudará a sua forma de enxergar o mundo a sua volta. Na física, trará benefícios à circulação sanguínea, respiração, funcionamento de alguns órgãos e, também, poderá diminuir a espasticidade e treinando seu equilíbrio.Se uma pessoa for colocada na posição vertical sem uma prévia adaptação, sua pressão arterial poderá cair e provocar tonturas e/ou náuseas, talvez, chegando até a um desmaio. Caso isto aconteça, esta pessoa deverá ser colocada novamente na posição horizontal, a fim de restabelecer o fluxo sanguíneo e a pressão arterial, fazendo-a voltar a si.

OBS: ESPASTICIDADE:Fenômeno muscular onde há um reflexo de estiramento exagerado (hipertonia), causado por um distúrbio no controle eferente gama sobre os fusos musculares. No homem esta hipertonia ocorre apenas nos músculos antigravitacionais.

EX: No membro inferior o esforço de fletir o quadril, joelho ou tornozelo (estiramento de músculos extensores), encontramos acentuada resistência, sendo que as mesmas articulações podem ser estendidas livremente. Já no membro superior, os músculos flexores neutralizam a força de gravidade resistindo a tentativa de extensão.

3. Aparelhos de Última Geração na Mecanoterapia:

3.1. Aparelhos para Trabalho Proprioceptivo;a) Pilates / Pilates Ball / FitBall (Treinamento Funcional): O Pilates é uma técnica de ginástica em exercícios leves, suaves e sem

impacto,que proporcionam resultados rápidos e surpreendentes. Com o Pilates, você não terá desgaste físico, promovendo assim o relaxamento total e o equilíbrio do corpo e da mente.

Funciona por meio de movimentos precisos e com poucas repetições. Com o uso de equipamentos como bolas e elásticos você controla, fortalece e massageia o seu corpo.Indicações:

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Melhora da coordenação motora; Maior mobilidade das articulações; Alívio das tensões e dores crônicas; Aumento da resistência física; Domínio da concentração e respiração; Alongamento, controle e correção postural; Estimulação do sistema circulatório; Aumento da flexibilidade, tônus e força muscular; Fortalecimento dos órgãos internos.

b) Cybex Aparelhos multifuncionais. Típicos em academias de musculação.