59
Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento iz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite rlos Saboia Monte Maio de 2006

Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento

Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite

Carlos Saboia Monte

Maio de 2006

Page 2: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

O que vamos apresentar

1.1. IntroduçãoIntrodução

2.2. Panorama Atual e Perspectivas para o Setor no BrasilPanorama Atual e Perspectivas para o Setor no Brasil 2.1. A Questão da Preservação dos Solos2.1. A Questão da Preservação dos Solos

2.2. A Questão dos Recursos Hídricos2.2. A Questão dos Recursos Hídricos

2.3. A Questão da Poluição Atmosférica2.3. A Questão da Poluição Atmosférica

2.4. A Questão do Saneamento Básico2.4. A Questão do Saneamento Básico

3.3.Evolução do Estado da Arte em Saneamento BásicoEvolução do Estado da Arte em Saneamento Básico

4.4.Diretrizes para o Futuro PróximoDiretrizes para o Futuro Próximo 4.1. O Marco Institucional4.1. O Marco Institucional

4.2. O Financiamento do Setor4.2. O Financiamento do Setor

5.5.Propostas de Ação e RecomendaçõesPropostas de Ação e Recomendações

Page 3: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

O futuro do Brasil e porque não dizer da humanidade está O futuro do Brasil e porque não dizer da humanidade está

intimamente associado à obtenção da disponibilidade intimamente associado à obtenção da disponibilidade

quantitativa e qualitativa de três vetores principais:quantitativa e qualitativa de três vetores principais:

• energia, energia, • água e água e • meio ambiente.meio ambiente.

1. Introdução

Page 4: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

1. Introdução

Como conseqüência, resulta imprescindível estabelecer Como conseqüência, resulta imprescindível estabelecer

políticas e estratégiaspolíticas e estratégias para melhor preservar o nosso meio para melhor preservar o nosso meio

ambiente, o que significa em última instância:ambiente, o que significa em última instância:

• Assegurar a manutenção das condições dos solosAssegurar a manutenção das condições dos solos

• Assegurar a boa condição do ar Assegurar a boa condição do ar

• Assegurar a boa condição das águas docesAssegurar a boa condição das águas doces

Page 5: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

1. Introdução

Assegurar a manutenção das condições de fecundidade dos Assegurar a manutenção das condições de fecundidade dos

solossolos, minimizando os efeitos da erosão causada pelas , minimizando os efeitos da erosão causada pelas

construções indiscriminadas, pelas enchentes e demais construções indiscriminadas, pelas enchentes e demais

catástrofes naturais, pela infiltração através dos lençóis freáticos catástrofes naturais, pela infiltração através dos lençóis freáticos

de matérias agressivas que os contaminam e assim permitindo a de matérias agressivas que os contaminam e assim permitindo a

reprodução equilibrada dos entes do reino vegetal e animal.reprodução equilibrada dos entes do reino vegetal e animal.

Page 6: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

1. Introdução

Assegurar a boa condição do arAssegurar a boa condição do ar que nos cerca, zelando pela que nos cerca, zelando pela

renovação do oxigênio de que precisamos para viver, cuidando renovação do oxigênio de que precisamos para viver, cuidando

de garantir a manutenção das quantidades de materiais de garantir a manutenção das quantidades de materiais

particulados em níveis toleráveis para os seres vivos da Terra e particulados em níveis toleráveis para os seres vivos da Terra e

ao mesmo tempo fazendo regredir a produção de calor ao mesmo tempo fazendo regredir a produção de calor

atmosférico provocador do efeito estufa e de gases fluor-atmosférico provocador do efeito estufa e de gases fluor-

cloretados que reduzem a camada de ozônio que envolve a cloretados que reduzem a camada de ozônio que envolve a

parte superior da ionosfera.parte superior da ionosfera.

Page 7: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

1. Introdução

Assegurar a boa condição das águas docesAssegurar a boa condição das águas doces, mediante o , mediante o restabelecimento permanente da produção dos mananciais, restabelecimento permanente da produção dos mananciais, superficiais e subterrâneos, reduzindo a erosão das margens superficiais e subterrâneos, reduzindo a erosão das margens dos cursos d’água pela recomposição das matas ciliares e assim dos cursos d’água pela recomposição das matas ciliares e assim reduzindo também o assoreamento dos leitos dos rios, reduzindo também o assoreamento dos leitos dos rios, promovendo o reflorestamento de áreas devastadas pela promovendo o reflorestamento de áreas devastadas pela exploração indiscriminada de florestas nativas ou artificiais, exploração indiscriminada de florestas nativas ou artificiais, tratando os esgotos domésticos e industriais e evitando a tratando os esgotos domésticos e industriais e evitando a contaminação das águas pelo derramamento de matérias contaminação das águas pelo derramamento de matérias tóxicas, tais como os resíduos industriais de diversas tóxicas, tais como os resíduos industriais de diversas composições e o óleo utilizado nas caldeiras de navios.composições e o óleo utilizado nas caldeiras de navios.

Page 8: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2. Panorama Atual e Perspectivas para o Setor no Brasil

2.1. A Questão da Preservação dos Solos2.1. A Questão da Preservação dos Solos

2.2. A Questão dos Recursos Hídricos2.2. A Questão dos Recursos Hídricos

2.3. A Questão da Poluição Atmosférica2.3. A Questão da Poluição Atmosférica

2.4. A Questão do Saneamento Básico2.4. A Questão do Saneamento Básico

Page 9: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.1. A Questão da Preservação dos Solos

A ocupação do território nacional sofreu mudanças A ocupação do território nacional sofreu mudanças dramáticas ao longo do século XX, ao mesmo tempo que crescia dramáticas ao longo do século XX, ao mesmo tempo que crescia a população a taxas elevadas, uma intensiva migração do a população a taxas elevadas, uma intensiva migração do campo para as cidades, que hoje já abrigam cerca de 80% dos campo para as cidades, que hoje já abrigam cerca de 80% dos brasileiros. brasileiros.

O impacto destas mudanças nas grandes cidades, provocou a O impacto destas mudanças nas grandes cidades, provocou a necessidade de aumento desproporcional na oferta de empregos necessidade de aumento desproporcional na oferta de empregos e de serviços públicos em geral e afetou bruscamente a e de serviços públicos em geral e afetou bruscamente a demanda por espaço físico para construção de moradias e demanda por espaço físico para construção de moradias e construções. construções.

Page 10: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.1. A Questão da Preservação dos Solos

A insuficiência de recursos financeiros provocou a ocupação A insuficiência de recursos financeiros provocou a ocupação desordenada do solo urbano e trouxe consigo problemas sociais desordenada do solo urbano e trouxe consigo problemas sociais permanentes, decorrentes da permanentes, decorrentes da falta de condições apropriadas da falta de condições apropriadas da água consumida pela população, do esgotamento das águas água consumida pela população, do esgotamento das águas servidas e pluviais e da destinação do lixo.servidas e pluviais e da destinação do lixo.

Esta é, a principal questãoEsta é, a principal questão a ser enfrentadaa ser enfrentada, sendo , sendo necessário também um esforço de planejamento de longo prazo necessário também um esforço de planejamento de longo prazo para conter e, se possível, até reverter o fluxo migratório.para conter e, se possível, até reverter o fluxo migratório.

Page 11: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.1. A Questão da Preservação dos Solos

Permanecem inexploradas vastas extensões do território Permanecem inexploradas vastas extensões do território nacional, oferecendo plenas condições para a execução de um nacional, oferecendo plenas condições para a execução de um plano de remanejamento populacional perfeitamente capaz de plano de remanejamento populacional perfeitamente capaz de assegurar a produção de alimentos, a exploração não predatória assegurar a produção de alimentos, a exploração não predatória de recursos naturais e a fixação equilibrada em novos de recursos naturais e a fixação equilibrada em novos assentamentos urbanos dos excedentes populacionais. assentamentos urbanos dos excedentes populacionais.

Cuidados especiais deverão ser dedicados a coibir o uso Cuidados especiais deverão ser dedicados a coibir o uso indiscriminado do solo brasileiro evitando-se o indiscriminado do solo brasileiro evitando-se o desmatamento e desmatamento e o recurso às queimadas, que, ao longo da Floresta Amazônica o recurso às queimadas, que, ao longo da Floresta Amazônica têm atingido valores próximos a 25.000 km2 a cada ano.têm atingido valores próximos a 25.000 km2 a cada ano.

Page 12: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.2. A Questão dos Recursos Hídricos

A distribuição dos 1,386 bilhões de km3 de água no planeta A distribuição dos 1,386 bilhões de km3 de água no planeta obedece aos seguintes parâmetros:obedece aos seguintes parâmetros:

•Águas doces: Águas doces: 2,5%2,5%

•Águas salgadas: Águas salgadas: 97,5%97,5%

A água doce por sua vez se apresenta distribuída assim:A água doce por sua vez se apresenta distribuída assim:•Calotas polares e geleiras: Calotas polares e geleiras: 68,9%68,9%

•Águas subterrâneas: Águas subterrâneas: 29,9%29,9%

•Outros reservatórios: Outros reservatórios: 0,9%0,9%

•Rios e lagos: Rios e lagos: 0,3%0,3%

Page 13: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.2. A Questão dos Recursos Hídricos

O Brasil tem, como se sabe, uma posição privilegiada em O Brasil tem, como se sabe, uma posição privilegiada em relação às reservas de água doce, possuindo cerca de relação às reservas de água doce, possuindo cerca de 15% de 15% de todos os recursos hídricos do Planetatodos os recursos hídricos do Planeta para atender a para atender a uma uma população inferior a 3% da população do Globo. população inferior a 3% da população do Globo.

É importante salientar que as águasÉ importante salientar que as águas superficiais em nosso superficiais em nosso país representam apenas país representam apenas 3%,3%, ficando os restantes ficando os restantes 97%97% por por conta dos aqüíferos, dos quais o mais importante é o conta dos aqüíferos, dos quais o mais importante é o denominado aqüífero Guarani, que se estende pelo sub-solo de denominado aqüífero Guarani, que se estende pelo sub-solo de diversos estados das regiões sul e centro-oeste do território diversos estados das regiões sul e centro-oeste do território brasileiro. brasileiro.

Page 14: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.2. A Questão dos Recursos Hídricos

O uso destes recursos deveria ser suficiente para atender à O uso destes recursos deveria ser suficiente para atender à

demanda por água de toda a população do país permitir a demanda por água de toda a população do país permitir a

produção adicional de energia de origem e possibilitar o uso de produção adicional de energia de origem e possibilitar o uso de

nossos sistemas. nossos sistemas.

A irregular disposição destes recursos, principalmente na A irregular disposição destes recursos, principalmente na

região Nordeste e em relação à proximidade dos centros de região Nordeste e em relação à proximidade dos centros de

consumo impõe todavia preocupações com o abastecimento de consumo impõe todavia preocupações com o abastecimento de

água das grandes cidades.água das grandes cidades.

Page 15: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.2. A Questão dos Recursos Hídricos

A oferta de água na região Nordeste, poderia ser amenizada A oferta de água na região Nordeste, poderia ser amenizada

se fossem executadas ações de recuperação de açudes e se fossem executadas ações de recuperação de açudes e

barragens, utilização consciente dos lençóis aqüíferos e barragens, utilização consciente dos lençóis aqüíferos e

resolvida a questão da transferência de água entre e nas bacias resolvida a questão da transferência de água entre e nas bacias

dos rios Tocantins e São Francisco, em quantidades que não dos rios Tocantins e São Francisco, em quantidades que não

causassem prejuízo aos atuais usos das águas deste último, causassem prejuízo aos atuais usos das águas deste último,

para geração elétrica, navegação e irrigação.para geração elétrica, navegação e irrigação.

Page 16: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.2. A Questão dos Recursos Hídricos

Evolução da Concepção do programa

2000 2004

1. Transposição do São Francisco -projeto isolado de engenharia

2. Revitalização do São Francisco

Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido e da Bacia do São Francisco

a. Revitalização do São Francisco

b. Integração de Bacias - Eixos Norte e Leste

CONVIVER

c. Infra-estrutura de abastecimento de água

d. Combate a Desertificação - PAN-BRASIL

Transposição do Rio São FranciscoTransposição do Rio São Francisco

Page 17: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.2. A Questão dos Recursos Hídricos

Transposição do Rio São FranciscoTransposição do Rio São Francisco

Evolução da Revitalização: Projeto > Programa

2000 2004

a. Projeto isolado no MMAa. Programa integrando a transversalidade do

MMA/MI e mais 10 Ministérios

b. Ausência no PPA b. Inclusão no PPA 2004/2007

c. 8 tipos de ação c. 18 componentes em 5 linhas de ação

d. 2 anos de duração d. 20 anos de duração

Page 18: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.2. A Questão dos Recursos Hídricos

2000 2004a. Vazão média - 63,5 m³/s a. Vazão contínua - 26 m³/s

b. Operação não Condicionada aos níveis de Sobradinho

b. Operação condicionada ao nível de 94% de Sobradinho ( bombeia excedentes do São Francisco para os açudes receptores)

c. Usos difusos reduzidosc. Usos difusos ampliados para a

população do interior ao longo dos canais

d. Nenhuma ação fundiáriad. INCRA faz o levantamento da estrutura

fundiária para fins de reforma agrária ao longo dos canais

e. Gestão de RH: inexistencia de Comitê de Baciae. Gestão de RH: Comitê de Bacia instalado

e participante

f. Não havia plano de bacia do São Francisco f. Existe plano de bacia

g. EIA/RIMA incompletog. novo EIA/RIMA considerando a bacia do

S. Francisco e sua área de influência

Transposição do Rio São FranciscoTransposição do Rio São Francisco

Evolução do Projeto: Transposição > Integração de Bacias

Page 19: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.2. A Questão dos Recursos Hídricos

Transposição do Rio São FranciscoTransposição do Rio São Francisco

Legenda

Page 20: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.2. A Questão dos Recursos Hídricos

A preservação das nascentes e mananciais, as ações de A preservação das nascentes e mananciais, as ações de recomposição das matas ciliares e de reversão dos efeitos recomposição das matas ciliares e de reversão dos efeitos provocados pelo assoreamento dos leitos dos rios, são ações de provocados pelo assoreamento dos leitos dos rios, são ações de governo a serem executadas, em conjunto e de forma planejada governo a serem executadas, em conjunto e de forma planejada pelo órgãos estaduais, municipais e comitês de bacias.pelo órgãos estaduais, municipais e comitês de bacias.

A reprodução da vida marinha, atingida pela poluição dos A reprodução da vida marinha, atingida pela poluição dos cursos inferiores dos rios, exige a adoção de planos de proteção cursos inferiores dos rios, exige a adoção de planos de proteção às zonas de transição, como manguezais e banhados.às zonas de transição, como manguezais e banhados.

Page 21: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.3. A Questão da Poluição Atmosférica

A poluição do ar no Brasil é um problema que afeta A poluição do ar no Brasil é um problema que afeta principalmente as maiores cidades e correspondentes áreas principalmente as maiores cidades e correspondentes áreas metropolitanas, especialmente aquelas afastadas da zona metropolitanas, especialmente aquelas afastadas da zona costeira e que sofreram um processo de rápido crescimento costeira e que sofreram um processo de rápido crescimento populacional e de industrialização acelerada, como São Paulo. populacional e de industrialização acelerada, como São Paulo.

A principal fonte da poluição atmosférica nestas grandes A principal fonte da poluição atmosférica nestas grandes metrópoles é a provocada pelas emissões dos motores de metrópoles é a provocada pelas emissões dos motores de combustão interna e pelas atividades industriais. combustão interna e pelas atividades industriais.

Page 22: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.3. A Questão da Poluição Atmosférica

A situação da poluição do ar encontra-se mais bem A situação da poluição do ar encontra-se mais bem equacionada do que no passado. equacionada do que no passado.

Devem ser mencionados os bons resultados obtidos em Devem ser mencionados os bons resultados obtidos em Curitiba. Infelizmente São Paulo não logrou o mesmo resultado Curitiba. Infelizmente São Paulo não logrou o mesmo resultado com o controle da poluição veicular. com o controle da poluição veicular.

A poluição do ar relacionada com as queimadas na Amazônia, A poluição do ar relacionada com as queimadas na Amazônia, atinge, em determinadas épocas do na, algumas cidades da atinge, em determinadas épocas do na, algumas cidades da região, como Porto Velho. região, como Porto Velho.

Page 23: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.3. A Questão da Poluição Atmosférica

A redução esperada na oferta de combustíveis fósseis, A redução esperada na oferta de combustíveis fósseis, decorrente da aproximação do fim da era do petróleo, implicará decorrente da aproximação do fim da era do petróleo, implicará na adoção de novas formas de produção de energia, menos na adoção de novas formas de produção de energia, menos poluentes. poluentes.

Neste sentido o Brasil encontra-se em posição favorável pela Neste sentido o Brasil encontra-se em posição favorável pela possibilidade de uso de formas renováveis a partir da biomassa possibilidade de uso de formas renováveis a partir da biomassa (álcool extraído da cana de açúcar e biodiesel a partir de (álcool extraído da cana de açúcar e biodiesel a partir de mamona, dendê, açaí, capim, etc.). mamona, dendê, açaí, capim, etc.).

Page 24: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.3. A Questão da Poluição Atmosférica

A adoção crescente do transporte urbano por trens e metrôs, A adoção crescente do transporte urbano por trens e metrôs, que será tratada com profundidade no tema Sistema Viário & que será tratada com profundidade no tema Sistema Viário & Transporte Intermunicipal, contribuirá para a redução da poluição Transporte Intermunicipal, contribuirá para a redução da poluição atmosférica nas maiores aglomerações urbanas.atmosférica nas maiores aglomerações urbanas.

Deve ser também assinalado o recente desenvolvimento Deve ser também assinalado o recente desenvolvimento tecnológico de modelos de veículos elétricos e elétrico-híbridos, tecnológico de modelos de veículos elétricos e elétrico-híbridos, sendo que esses últimos já são uma realidade presente nos sendo que esses últimos já são uma realidade presente nos mercados automotivos do Japão, da Califórnia e de alguns mercados automotivos do Japão, da Califórnia e de alguns países da Europa.países da Europa.

Page 25: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.3. A Questão da Poluição Atmosférica

Assim sendo, Assim sendo, a substituição gradual de combustíveis fósseis, o a substituição gradual de combustíveis fósseis, o melhor controle das emissões industriais, a adoção de novas melhor controle das emissões industriais, a adoção de novas tecnologias veiculares a redução das queimadas, tecnologias veiculares a redução das queimadas, principalmente principalmente na Amazônia, permitirão que a questão da poluição atmosférica na Amazônia, permitirão que a questão da poluição atmosférica venha a se atenuar nos próximos anos.venha a se atenuar nos próximos anos.

Page 26: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.4. A Questão do Saneamento Básico

De acordo com o IBGE, 30 milhões de brasileiros encontram-De acordo com o IBGE, 30 milhões de brasileiros encontram-se privados de serviço de abastecimento de água e 93 milhões se privados de serviço de abastecimento de água e 93 milhões não contam com esgotamento sanitário. não contam com esgotamento sanitário.

Estes números são superiores à média latino-americana Estes números são superiores à média latino-americana apresentada no relatório Pobreza e Precariedade Habitacional apresentada no relatório Pobreza e Precariedade Habitacional nas Cidades da América Latina, divulgado no início de 2005 pela nas Cidades da América Latina, divulgado no início de 2005 pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), que apontou que que apontou que 22% das residências latino-americanas não 22% das residências latino-americanas não têm abastecimento de água e aproximadamente 48% não têm abastecimento de água e aproximadamente 48% não contam com saneamento básico. contam com saneamento básico.

Page 27: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.4. A Questão do Saneamento Básico

Segundo a mesma CEPAL, no período compreendido entre os Segundo a mesma CEPAL, no período compreendido entre os anos de 1996 e 2000, o Brasil aplicou quantia inferior a 1% (um anos de 1996 e 2000, o Brasil aplicou quantia inferior a 1% (um por cento) do gasto público em habitação e saneamento. por cento) do gasto público em habitação e saneamento.

Page 28: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.4. A Questão do Saneamento Básico

É sabido também que, no Brasil, as doenças provocadas pela É sabido também que, no Brasil, as doenças provocadas pela ingestão de água contaminada lideram as causas de mortalidade ingestão de água contaminada lideram as causas de mortalidade e respondem por dois terços das internações do SUS – Sistema e respondem por dois terços das internações do SUS – Sistema Único de Saúde.Único de Saúde.

As conseqüências de todas essas doenças poderiam ser As conseqüências de todas essas doenças poderiam ser minimizadas se os sucessivos governos investissem mais em minimizadas se os sucessivos governos investissem mais em saneamento, pois sabe-se que a cada R$ 1,00 empregado saneamento, pois sabe-se que a cada R$ 1,00 empregado nessa área é possível economizar de R$ 4,00 a R$ 5,00 em nessa área é possível economizar de R$ 4,00 a R$ 5,00 em gastos com saúde pública, segundo dados divulgados pela OMS gastos com saúde pública, segundo dados divulgados pela OMS - Organização Mundial da Saúde.- Organização Mundial da Saúde.

Page 29: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.4. A Questão do Saneamento Básico

Esta situação nos coloca Esta situação nos coloca frente a frente com o seguinte frente a frente com o seguinte

dilemadilema::

Page 30: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.4. A Questão do Saneamento Básico

Todos concordam que a infra-estrutura do setor de Todos concordam que a infra-estrutura do setor de saneamento do Brasil apresenta um saneamento do Brasil apresenta um grande déficit que precisa grande déficit que precisa ser urgentemente cobertoser urgentemente coberto..

Todos concordam que obras de saneamento tem uma Todos concordam que obras de saneamento tem uma relação direta com a saúde pública, e que a relação direta com a saúde pública, e que a melhoria na infra-melhoria na infra-estrutura de saneamento resulta em expressivas economias no estrutura de saneamento resulta em expressivas economias no sistema de saúdesistema de saúde..

Todos concordam que um dos grandes problemas Todos concordam que um dos grandes problemas ambientais do Brasil é motivado pela deficiente estrutura da rede ambientais do Brasil é motivado pela deficiente estrutura da rede de esgotamento sanitário e da de esgotamento sanitário e da quase inexistente capacidade de quase inexistente capacidade de tratamentotratamento na maior parte das cidades do país. na maior parte das cidades do país.

Page 31: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.4. A Questão do Saneamento Básico

Todos concordam que Todos concordam que os investimentos em saneamento são os investimentos em saneamento são altamente empregadores de mão de obraaltamente empregadores de mão de obra brasileira e todos os brasileira e todos os níveis, desde os humildes peões de obra até os engenheiros níveis, desde os humildes peões de obra até os engenheiros responsáveis pela concepção, projeto, construção, operação e responsáveis pela concepção, projeto, construção, operação e manutenção das instalações sanitárias.manutenção das instalações sanitárias.

Todos concordam que é não só possível como Todos concordam que é não só possível como comprovadamente viável um comprovadamente viável um esforço concentrado para aumentar esforço concentrado para aumentar significativamente a infra-estruturasignificativamente a infra-estrutura do saneamento no país, do saneamento no país, como vinha acontecendo na época do BNH.como vinha acontecendo na época do BNH.

Page 32: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.4. A Questão do Saneamento Básico

Por que misterioso motivo não conseguimos Por que misterioso motivo não conseguimos mudar esta trágica realidade, permanecendo a mudar esta trágica realidade, permanecendo a calamitosa situação atual, tanto do ponto de vista calamitosa situação atual, tanto do ponto de vista ambiental como sanitário, com graves e conhecidas ambiental como sanitário, com graves e conhecidas repercussões no nosso conjunto de recursos repercussões no nosso conjunto de recursos hídricos? hídricos?

Page 33: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.4. A Questão do Saneamento Básico

•Será que Será que não existe uma conscientização da importância não existe uma conscientização da importância deste assunto? deste assunto?

•Será porque como se diz abertamente que Será porque como se diz abertamente que “cano enterrado “cano enterrado não dá voto”? não dá voto”?

•Será que trata-se de Será que trata-se de incompetência das autoridades federais incompetência das autoridades federais em tratar do assunto? em tratar do assunto?

•Será por Será por falta de sensibilidade das autoridades monetárias? falta de sensibilidade das autoridades monetárias?

•Será porque Será porque não há recursos mesmo para investimento? não há recursos mesmo para investimento?

Page 34: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.4. A Questão do Saneamento Básico

•Será que é porque Será que é porque não há renda da população para suportar não há renda da população para suportar o custo do modelo financeiro de investimento vigente? o custo do modelo financeiro de investimento vigente?

•Será que é por Será que é por pressão e indiferença do chamado “consenso pressão e indiferença do chamado “consenso de Washington”?de Washington”?

Ou será por uma combinação das Ou será por uma combinação das causas anteriormente citadas, no todo causas anteriormente citadas, no todo

ou em parte? ou em parte?

Page 35: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

2.4. A Questão do Saneamento Básico

A universalização do saneamento básico, A universalização do saneamento básico,

envolvendo os sistemas públicos de água e esgotos envolvendo os sistemas públicos de água e esgotos

e de coleta e disposição dos resíduos sólidos e de coleta e disposição dos resíduos sólidos

resolve a maioria dos problemas ambientais, com resolve a maioria dos problemas ambientais, com

grandes repercussões na saúde pública e na grandes repercussões na saúde pública e na

geração de trabalho e renda, alem, naturalmente de geração de trabalho e renda, alem, naturalmente de

promover obras de engenharia e ampliar a infra-promover obras de engenharia e ampliar a infra-

estrutura necessária ao desenvolvimento do país.estrutura necessária ao desenvolvimento do país.

Page 36: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

3. Evolução do Estado da Arte em Saneamento Básico

A prestação de serviços de saneamento básico no Brasil até a A prestação de serviços de saneamento básico no Brasil até a década de 60 no século passado não se baseava em um modelo década de 60 no século passado não se baseava em um modelo institucional definido, assim como não existiam políticas públicas institucional definido, assim como não existiam políticas públicas para orientar o assunto.para orientar o assunto.

Assim é que, coexistiam organizações públicas municipais e Assim é que, coexistiam organizações públicas municipais e estaduais e concessionárias privadas, algumas inclusive estaduais e concessionárias privadas, algumas inclusive estrangeiras, como a The Rio de Janeiro City Improvements, que estrangeiras, como a The Rio de Janeiro City Improvements, que implantou a maior parte da rede de esgotos da cidade do Rio de implantou a maior parte da rede de esgotos da cidade do Rio de Janeiro no início do século passado.Janeiro no início do século passado.

Page 37: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

3. Evolução do Estado da Arte em Saneamento Básico

O governo federal começou a intervir mais fortemente no O governo federal começou a intervir mais fortemente no assunto na década de 1940 a partir da criação da Fundação assunto na década de 1940 a partir da criação da Fundação Serviços Especiais de Saúde Publica e do DNOS – Serviços Especiais de Saúde Publica e do DNOS – Departamento Nacional de Obras de Saneamento.Departamento Nacional de Obras de Saneamento.

Com o crescimento da demanda, principalmente por água Com o crescimento da demanda, principalmente por água potável, a partir dos anos 1950, as crises no setor começaram a potável, a partir dos anos 1950, as crises no setor começaram a se tornar freqüentes, principalmente nos grandes centros se tornar freqüentes, principalmente nos grandes centros urbanos do país.urbanos do país.

Page 38: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

3. Evolução do Estado da Arte em Saneamento Básico

Esta situação só veio a mudar na época do regime militar, que Esta situação só veio a mudar na época do regime militar, que acabou criando uma acabou criando uma Política Nacional de SaneamentoPolítica Nacional de Saneamento..

O O PlanasaPlanasa – Plano Nacional de Saneamento, criado em 1969 – Plano Nacional de Saneamento, criado em 1969 e que entrou em funcionamento a partir de 1971, apoiava-se no e que entrou em funcionamento a partir de 1971, apoiava-se no Sistema Financeiro de Saneamento, gerido pelo BNH – Banco Sistema Financeiro de Saneamento, gerido pelo BNH – Banco Nacional de Habitação, entidade administradora dos recursos Nacional de Habitação, entidade administradora dos recursos instituídos pela criação do FGTS – Fundo de Garantia por instituídos pela criação do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.Tempo de Serviço.

Page 39: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

3. Evolução do Estado da Arte em Saneamento Básico

O O PlanasaPlanasa determinava a determinava a desvinculação dos sistemas de água desvinculação dos sistemas de água e esgotos da responsabilidade municipal, transferindo esta e esgotos da responsabilidade municipal, transferindo esta responsabilidade para os estados.responsabilidade para os estados. Cada estado da federação Cada estado da federação deveria criar sua companhia estadual de saneamento, que deveria criar sua companhia estadual de saneamento, que precisava obter a concessão dos municípios de seu estado para precisava obter a concessão dos municípios de seu estado para neles operar em forma de monopólio. neles operar em forma de monopólio.

O O PlanasaPlanasa exigia ainda que cada estado criasse, com recursos exigia ainda que cada estado criasse, com recursos orçamentários próprios, um orçamentários próprios, um Fundo de Financiamento para Águas Fundo de Financiamento para Águas e Esgotose Esgotos e que investisse pelo menos 50% do montante global e que investisse pelo menos 50% do montante global de recursos de seu respectivo de recursos de seu respectivo FAEFAE..

Page 40: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

3. Evolução do Estado da Arte em Saneamento Básico

Os 50% restantes eram complementados através do BNHOs 50% restantes eram complementados através do BNH e e adicionalmente por empréstimos externos, principalmente do BID adicionalmente por empréstimos externos, principalmente do BID e do Banco Mundial, alem de recursos fiscais da União.e do Banco Mundial, alem de recursos fiscais da União.

Os recursos assim investidos foram expressivos, (Os recursos assim investidos foram expressivos, (cerca de 13 cerca de 13 bilhões de dólares, de 1971 a 1991bilhões de dólares, de 1971 a 1991) permitindo o ) permitindo o aumento da aumento da cobertura nas áreas urbanascobertura nas áreas urbanas que incorporou aos sistemas de que incorporou aos sistemas de abastecimento de água mais 66 milhões de habitantes e ao abastecimento de água mais 66 milhões de habitantes e ao sistema de esgotamento sanitário mais 43 milhões de sistema de esgotamento sanitário mais 43 milhões de habitantes.habitantes.

Page 41: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

3. Evolução do Estado da Arte em Saneamento Básico

Na década de 90 começam as tentativas de se estabelecer um Na década de 90 começam as tentativas de se estabelecer um novo “marco regulatório” do saneamento nacional.novo “marco regulatório” do saneamento nacional.

No governo Fernando Henrique Cardoso foi então induzida a No governo Fernando Henrique Cardoso foi então induzida a participação do setor privado, especialmente para substituir o participação do setor privado, especialmente para substituir o modelo estatal, cuja capacidade de investimento ficou modelo estatal, cuja capacidade de investimento ficou gravemente reduzida por conta do contingenciamento do crédito gravemente reduzida por conta do contingenciamento do crédito ao setor público e restrições ao endividamento do setor estatal.ao setor público e restrições ao endividamento do setor estatal.

A participação do setor privado não se tornou expressivo, A participação do setor privado não se tornou expressivo, alcançando nos dias de hoje somente 4% da população.alcançando nos dias de hoje somente 4% da população.

Page 42: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

3. Evolução do Estado da Arte em Saneamento Básico

No setor dos resíduos sólidos a situação é bastante diferente. No setor dos resíduos sólidos a situação é bastante diferente. Este setor é, sem dúvida, de responsabilidade municipal, não Este setor é, sem dúvida, de responsabilidade municipal, não tendo problemas regulatórios, e alem disso não é um setor de tendo problemas regulatórios, e alem disso não é um setor de capital intensivo, não sendo crítico portanto o acesso ao crédito capital intensivo, não sendo crítico portanto o acesso ao crédito de longo prazo.de longo prazo.

Page 43: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

3. Evolução do Estado da Arte em Saneamento Básico

Falta entretanto a este setor, uma legislação indutora de Falta entretanto a este setor, uma legislação indutora de políticas públicas para aumentar os níveis de reciclagem, para políticas públicas para aumentar os níveis de reciclagem, para aumentar os níveis de cobertura dos sistemas de coleta para aumentar os níveis de cobertura dos sistemas de coleta para desenvolver um programa de destinação final adequado através desenvolver um programa de destinação final adequado através da implantação de aterros sanitários é importante buscar da implantação de aterros sanitários é importante buscar incentivos para projetos de aproveitamento energético dos incentivos para projetos de aproveitamento energético dos resíduos e para transformação da fração orgânica em composto resíduos e para transformação da fração orgânica em composto para a agricultura, sistemas passiveis de receber recursos para a agricultura, sistemas passiveis de receber recursos líquidos oriundos da venda de certificados de emissões líquidos oriundos da venda de certificados de emissões reduzidas conforme definido no Protocolo de Kyoto.reduzidas conforme definido no Protocolo de Kyoto.

Page 44: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

3. Evolução do Estado da Arte em Saneamento Básico

ResumoResumo

A melhoria da infra-estrutura do saneamento básico depende: A melhoria da infra-estrutura do saneamento básico depende: • da vontade política de nossos dirigentes,da vontade política de nossos dirigentes,• da criação de um novo marco regulatório,da criação de um novo marco regulatório,• do aumento da capacidade de investimento público.do aumento da capacidade de investimento público.

A engenharia nacional tem competência para apresentar A engenharia nacional tem competência para apresentar soluções adequadas para todos os problemas técnicos do Setor.soluções adequadas para todos os problemas técnicos do Setor.

Page 45: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

4. Diretrizes para o Futuro Próximo

4.1. O Marco Institucional4.1. O Marco Institucional

4.2. O Financiamento do Setor4.2. O Financiamento do Setor

Page 46: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

4.1. Diretrizes para o Futuro Próximo

A indefinição provocada pelo texto constitucional de 1988 A indefinição provocada pelo texto constitucional de 1988 torna imprescindível definir o chamado Marco Regulatório, torna imprescindível definir o chamado Marco Regulatório, envidando esforços para fazer passar no Congresso Nacional o envidando esforços para fazer passar no Congresso Nacional o Projeto de Lei que estabelece a política nacional de saneamento Projeto de Lei que estabelece a política nacional de saneamento ambiental.ambiental.

Recomendamos conhecer o recente e muito bem Recomendamos conhecer o recente e muito bem fundamentado parecer do ex-Ministro do Supremo Tribunal fundamentado parecer do ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim.Federal Nelson Jobim.

Page 47: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

4.1. Diretrizes para o Futuro Próximo

É fundamental que se estudem diretrizes para um novo É fundamental que se estudem diretrizes para um novo modelo tarifário a ser introduzido e o simultaneamente disciplinar modelo tarifário a ser introduzido e o simultaneamente disciplinar a concessão de subsídios exigidos para possibilitar o a concessão de subsídios exigidos para possibilitar o atendimento às populações de menor renda.atendimento às populações de menor renda.

É igualmente relevante que se estabeleça uma Política É igualmente relevante que se estabeleça uma Política Nacional de Resíduos Sólidos a partir de uma lei federal que Nacional de Resíduos Sólidos a partir de uma lei federal que regulamente o assunto.regulamente o assunto.

Uma tentativa que consolide toda a legislação existente vem Uma tentativa que consolide toda a legislação existente vem sendo trabalhada desde 1991 através do PL 203/91 do deputado sendo trabalhada desde 1991 através do PL 203/91 do deputado Zica (PT/SP) tendo recebido desde o início de sua tramitação Zica (PT/SP) tendo recebido desde o início de sua tramitação mais de 200 emendas. mais de 200 emendas.

Page 48: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

4.1. Diretrizes para o Futuro Próximo

Quanto ao gerenciamento dos recursos hídricos por sua vez Quanto ao gerenciamento dos recursos hídricos por sua vez não carece de legislação adequada, uma vez que a partir da Lei não carece de legislação adequada, uma vez que a partir da Lei 9.433 de 8 de janeiro de 1997 e nas leis estaduais 9.433 de 8 de janeiro de 1997 e nas leis estaduais correspondentes estabeleceu-se a Política Nacional de correspondentes estabeleceu-se a Política Nacional de Recursos Hídricos, considerada modelo para outros paises. Recursos Hídricos, considerada modelo para outros paises. Neste caso portanto, o esforço (que não é pequeno) resume-se Neste caso portanto, o esforço (que não é pequeno) resume-se a implantar os diversos mecanismos de gerenciamento e a implantar os diversos mecanismos de gerenciamento e preservação previstos na lei em todo o território nacional.preservação previstos na lei em todo o território nacional.

Page 49: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

4.2. O Financiamento do Setor

De acordo com estudos do IPEA , serão necessários R$ 178 De acordo com estudos do IPEA , serão necessários R$ 178 bilhões, ao longo de 20 anos, para universalizar o abastecimento bilhões, ao longo de 20 anos, para universalizar o abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgoto no país o que de água, a coleta e o tratamento de esgoto no país o que significa investimentos de 8,9 bilhões por ano.significa investimentos de 8,9 bilhões por ano.

Para atingir este resultado será necessário um grande esforço Para atingir este resultado será necessário um grande esforço adicional pois, em 2004, o Governo Federal investiu somente R$ adicional pois, em 2004, o Governo Federal investiu somente R$ 3 bilhões e em 2005 aproximadamente R$ 4,5 bilhões.3 bilhões e em 2005 aproximadamente R$ 4,5 bilhões.

Page 50: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

4.2. O Financiamento do Setor

Um aspecto econômico importante é o desenvolvimento dos Um aspecto econômico importante é o desenvolvimento dos diversos segmentos que compõem a cadeia desses serviços, diversos segmentos que compõem a cadeia desses serviços, como a engenharia, a pesquisa científica, o desenvolvimento de como a engenharia, a pesquisa científica, o desenvolvimento de produtos e serviços e a produção de equipamentos e materiais. produtos e serviços e a produção de equipamentos e materiais.

Os novos modelos de gestão deverão privilegiar a reaplicação Os novos modelos de gestão deverão privilegiar a reaplicação da totalidade das receitas obtidas no Setor, na realização dos da totalidade das receitas obtidas no Setor, na realização dos investimentos necessários.investimentos necessários.

Page 51: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

4.2. O Financiamento do Setor

Para que isto seja alcançado é necessário portanto que se Para que isto seja alcançado é necessário portanto que se aumente o volume de recursos empregados, que se aumente o volume de recursos empregados, que se estabeleçam regras de financiamento adequadas e que sejam estabeleçam regras de financiamento adequadas e que sejam asseguradas por mecanismos sólidos e permanentes as asseguradas por mecanismos sólidos e permanentes as correspondentes fontes de recursos indispensáveis, correspondentes fontes de recursos indispensáveis, prioritariamente públicas e, complementarmente, segundo regras prioritariamente públicas e, complementarmente, segundo regras claras, o aporte de capital privado de risco.claras, o aporte de capital privado de risco.

Page 52: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

4.2. O Financiamento do Setor

Quadro das origens e aplicações de recursos globais da União em % Quadro das origens e aplicações de recursos globais da União em % do PIB nacional. do PIB nacional.

Modelo neo-liberal

Modelo de crescimento

Receitas totais 38% 36%

Serviço da dívida 13% 7%

Amortizações 4% 4%

Despesas de custeio 12% 14%

Superávit primário 5% 0%

Investimentos públicos 4% 11%

Page 53: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

5. Propostas de Ação e Recomendações

Algumas propostas para avanço do saneamento ambiental, Algumas propostas para avanço do saneamento ambiental, centrado principalmente na gestão de água, esgotos e resíduos centrado principalmente na gestão de água, esgotos e resíduos sólidos são listadas abaixo, que devem ser desenvolvidos em sólidos são listadas abaixo, que devem ser desenvolvidos em consonância com o marco regulatório e o modelo de consonância com o marco regulatório e o modelo de financiamento mencionados no capítulo anterior.financiamento mencionados no capítulo anterior.

Page 54: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

a)a)Ampliar substancialmente os investimentos públicos no Ampliar substancialmente os investimentos públicos no setor, seja em organismos públicos ou, se necesário, privados, setor, seja em organismos públicos ou, se necesário, privados, com aumento dos recursos fiscais e remoção de barreiras com aumento dos recursos fiscais e remoção de barreiras desnecessárias ao financiamento;desnecessárias ao financiamento;

b)b)Priorizar as ações do Governo Federal no atendimento aos Priorizar as ações do Governo Federal no atendimento aos mais pobres, que constituem a parcela mais vulnerável da mais pobres, que constituem a parcela mais vulnerável da população, promovendo a equidade e a justiça distributiva, população, promovendo a equidade e a justiça distributiva, através de um sistema de subsídios diretos;através de um sistema de subsídios diretos;

5. Propostas de Ação e Recomendações

Page 55: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

5. Propostas de Ação e Recomendações

c)c)Integrar ações de saneamento a outras ações de Integrar ações de saneamento a outras ações de desenvolvimento territorial, local ou regional, e de erradicação da desenvolvimento territorial, local ou regional, e de erradicação da pobreza, visando criar uma sinergia que aumente a eficiencia pobreza, visando criar uma sinergia que aumente a eficiencia das intervenções;das intervenções;

d)d)Propor e construir mecanismos eficazes de cooperação Propor e construir mecanismos eficazes de cooperação entre governos, sociedade e setor privado;entre governos, sociedade e setor privado;

e)e)Estimular o uso de tecnologias apropriadas, adaptando-as Estimular o uso de tecnologias apropriadas, adaptando-as às condições peculiares de cada região;às condições peculiares de cada região;

Page 56: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

5. Propostas de Ação e Recomendações

f)f)Incentivar a participação da sociedade na gestão de serviços Incentivar a participação da sociedade na gestão de serviços públicos, de modo a exercer controles sobre os prestadores de públicos, de modo a exercer controles sobre os prestadores de serviços; estimular a associação de municípios para resolver serviços; estimular a associação de municípios para resolver problemas comuns; problemas comuns;

g)g)Prestar assistência técnica e sanitária, através da Fnasa, Prestar assistência técnica e sanitária, através da Fnasa, especialmente em pequenos municípios e áreas rurais;especialmente em pequenos municípios e áreas rurais;

h)h)Incluir o saneamento na agenda de trabalho dos agentes de Incluir o saneamento na agenda de trabalho dos agentes de saúde, de modo a que possam identificar carências, realizar a saúde, de modo a que possam identificar carências, realizar a análise da água e fazer a distribuição de pastilhas de cloro;análise da água e fazer a distribuição de pastilhas de cloro;

Page 57: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

5. Propostas de Ação e Recomendações

i)i)Apoiar e incentivar a modernização dos prestadores públicos Apoiar e incentivar a modernização dos prestadores públicos dos serviços de saneamento, tornando-os sustentáveis e dos serviços de saneamento, tornando-os sustentáveis e profissionalmente gerenciados; rever tributos incidentes sobre profissionalmente gerenciados; rever tributos incidentes sobre prestadores de serviços de saneamento, provendo igualdade prestadores de serviços de saneamento, provendo igualdade tributária entre as diversas formas de prestação de serviços; tributária entre as diversas formas de prestação de serviços; incentivar gestão transparente e eficiente, inclusive por meio de incentivar gestão transparente e eficiente, inclusive por meio de programas de financiamento; incentivar a gestão associada dos programas de financiamento; incentivar a gestão associada dos serviços, com a formação de consórcios, associações e serviços, com a formação de consórcios, associações e empresas regionais;empresas regionais;

Page 58: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

5. Propostas de Ação e Recomendações

j)j)Desenvolver, quando necessário, parcerias com o setor Desenvolver, quando necessário, parcerias com o setor privado visando a universalização e ampliação dos privado visando a universalização e ampliação dos investimentos, o desenvolvimento tecnológico e o aumento da investimentos, o desenvolvimento tecnológico e o aumento da eficiência;eficiência;

k)k)Estimular diferentes formas de parcerias, apropriadas a cada Estimular diferentes formas de parcerias, apropriadas a cada realidade local e regional;realidade local e regional;

l)l)Estimular a eficiência como meio fundamental para ampliar Estimular a eficiência como meio fundamental para ampliar investimentos e reduzir custos, necessários à universalização; investimentos e reduzir custos, necessários à universalização; usar programas de investimentos financiados e fiscais como usar programas de investimentos financiados e fiscais como fatores indutores da eficiência.fatores indutores da eficiência.

Page 59: Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite Carlos Saboia Monte Maio de 2006

Obrigado