Upload
cleidiane-frata-de-lima
View
34
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA ITAPIREMA EDUCAÇÃO PROFICIONAL
TÉCNICO DE NÍVEL MÉDIO-INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO; EIXO
TECNOLÓGICO: RECURSOS NATURAIS-HABILITAÇÃO: TÉCNICO EM
AGROPECUÁRIA
EVANDRO DAMACENO DA COSTA
PROJETO PROFISSIONAL DO JOVEM
ORIENTADOR:
JOÃO GABRIEL DOS SANTOS FRAGA
JI-PARANÁ, ABRIL DE 2012
2
EVANDRO DAMACENO DA COSTA
ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA ITAPIREMA EDUCAÇÃO PROFICIONAL
TÉCNICO DE NÍVEL MÉDIO-INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO; EIXO
TECNOLÓGICO: RECURSOS NATURAIS-HABILITAÇÃO: TÉCNICO EM
AGROPECUÁRIA
BOVINOCULTURA LEITEIRA
Projeto Profissional do Jovem
submetido à Escola Família Agrícola
Itapirema de Ji-Paraná como parte dos
requisitos para obtenção do grau de Técnico
em Agropecuária.
JI-PARANÁ, ABRIL DE 2012
3
SUMÁRIO1 TEMA..................................................................................................................................4
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA..............................................................................................4
3 APRESENTAÇÃO..............................................................................................................5
4 JUSTIFICATIVA................................................................................................................6
5 LEVANTAMENTO PATRIMONIAL................................................................................8
5.1 Recursos Naturais.........................................................................................................8
5.2 Croqui...........................................................................................................................8
5.3 Recursos Físicos...........................................................................................................9
5.3.1 Construções e Benfeitorias...................................................................................9
5.3.2 Máquinas e Equipamentos....................................................................................9
5.3.3 Animais de Produção e Trabalho..........................................................................9
5.3.4 Depreciação dos Recursos..................................................................................10
5.4 Recursos Financeiros..................................................................................................10
5.5 Recurso Humano........................................................................................................11
6 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO...............................................................................12
6.1 Objetivo Geral............................................................................................................12
6.2 Objetivos Específicos.................................................................................................12
6.3 Análise Fofa...............................................................................................................12
6.3.1 Fortaleza..............................................................................................................12
6.3.2 Fraqueza..............................................................................................................12
6.3.3 Ameaças..............................................................................................................12
6.3.4 Oportunidade.......................................................................................................12
6.4 Plano de Metas...........................................................................................................13
7 EMBASAMENTO TEÓRICO..........................................................................................14
7.1 MELHORAMENTO GENÉTICO.............................................................................14
7.1.1 Produção Animal................................................................................................15
7.1.2 Melhoramento genético......................................................................................15
7.1.3 Escolha da Raça ou do Cruzamento....................................................................15
7.1.4 Alguns Cuidados.................................................................................................17
7.1.5 Manejo do Rebanho............................................................................................17
7.2 SELEÇÃO DOS REPRODUTORES.........................................................................18
7.3 SELEÇÃO DE MATRIZES.......................................................................................19
7.4 INSEMINAÇAO ARTIFICIAL.................................................................................19
4
7.5 CONTROLE ZOOTÉCNICO....................................................................................22
8 PLANO TÉCNICO............................................................................................................24
8.1 Fluxograma.................................................................................................................24
8.1.1 Descrição do Fluxograma...................................................................................24
9 PLANO ECONÔMICO.....................................................................................................28
9.1 Pesquisa de Mercado..................................................................................................28
9.2 Investimentos.............................................................................................................28
9.3 Depreciação Anual dos Equipamentos.......................................................................28
9.4 Custos do 1º Ano........................................................................................................29
9.4.1 Custos Fixos........................................................................................................29
9.4.2 Custos Variáveis.................................................................................................29
9.5 Custos do 2º Ano........................................................................................................29
9.5.1 Custos Fixos........................................................................................................29
9.5.2 Custos Variáveis.................................................................................................30
9.6 Custos do 3º Ano........................................................................................................30
9.6.1 Custos Fixos........................................................................................................30
9.6.2 Custos Variáveis.................................................................................................30
9.7 Custos do 4º Ano........................................................................................................31
9.7.1 Custos Fixos........................................................................................................31
9.7.2 Custos Variáveis.................................................................................................31
9.8 Custo Total.................................................................................................................31
9.9 Receitas......................................................................................................................32
9.10 Lucro Liquido.............................................................................................................32
9.11 Taxa de Lucratividade................................................................................................32
9.12 Taxa de Rentabilidade................................................................................................33
9.13 Prazo de Retorno........................................................................................................33
10 PLANO COMERCIAL..................................................................................................34
11 IMPACTOS...................................................................................................................35
12 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO..............................................................................36
13 CONCLUSÃO...............................................................................................................37
14 REFERÊNCIAS.............................................................................................................38
5
6
1 TEMA
Bovinocultura Leiteira
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Melhoramento Genético.
7
3 APRESENTAÇÃO
O PPJ é um importante instrumento que a Escola Família Agrícola Itapirema
proporciona aos seus educandos, servindo como uma oportunidade de aumentar os
conhecimentos na área, melhorar a propriedade e aumentar a renda da família.
O seguinte projeto visa melhorar o rebanho leiteiro do Sítio São João Batista,
localizado na linha A-5, gleba 05, lote 35, no município de Urupá, onde se busca introduzir
meios para que aumente a produtividade de leite na propriedade.
O projeto inicialmente será desenvolvido nas 45 matrizes existentes na propriedade,
com o intuito de inseminá-las com sêmen de qualidade para melhorar a genética das futuras
progênies.Os recursos financeiros para cobrir os custos do projeto virão de descartes de
alguns animais da propriedade.
Espera-se com o projeto aumentar a produção leiteira juntamente com a
produtividade. O projeto será desenvolvido pelo aluno Evandro Damaceno, juntamente com a
família, pelo fato de que a propriedade requer melhorias, principalmente na bovinocultura
leiteira, visto que é da mesma que se extrai a principal fonte de renda da família.
8
4 JUSTIFICATIVA
A bovinocultura leiteira evoluiu bastante nas últimas décadas, adquirindo grande
complexidade devido aos conhecimentos resultantes de estudos e pesquisas.
Segundo o chefe geral da EMBRAPA, o Brasil é o quinto maior produtor de leite no
mundo e cresce a uma taxa anual de 4% superior a todos os países que ocupam os primeiros
lugares. Respondemos por 66% do volume total de leite produzido nos países que compõem o
MERCOSUL.
Segundo a EMBRATER (2008), atualmente o estado de Rondônia produz
aproximadamente, 2 milhões de litros de leite inspecionado por dia. Esse crescimento
produtivo já trouxe ao estado algumas agroindústrias como laticínios, fábricas de leite em pó,
de leite condensado entre outros e isso gera lucratividade ao estado.
Segundo Vieira, apesar das inovações com o aparecimento de diversificadas
atividades, a mesma continua sendo uma das principais fontes de renda na maioria das
propriedades rurais, considerando o amplo espaço conquistado por esse trabalho,
representando uma das principais fontes de renda do estado, totalizando um rebanho de 11,4
milhões de cabeças, ocupando oitavo lugar no ranking mundial. É ciente de que o estado de
Rondônia tem uma população de 2 milhões de litros de leite por dia.
A modernização da pecuária de leite, como de resto toda agricultura, depende
fundamentalmente da disponibilidade e da adoção de tecnologias, além de capacitação da mão
de obra e adequadas políticas ao setor.Pode se afirmar que com um bom planejamento, esta
atividade é considerada produtiva e rentável, pois a mesma é fonte de renda de muitas
famílias e gera mão de obra no campo.
O leite e a sua utilização na propriedade representam, em muitos casos, não só um
dos alimentos mais ricos e completos, mais uma alternativa de incremento para a renda
familiar. Mas para que isso aconteça e não traga prejuízos, deve ser uma atividade bem
planejada e de acordo com as possibilidades do empreendedor.
Para que se possa ter um bom aproveitamento da propriedade cuja atividade principal
é a atividade leiteira, deve-se minimizar o número de animais e maximizar a produção, o leite
neste caso. Para que isso aconteça deve-se realizar um melhoramento na genética do animal
para associar com bom manejo e alimentação que já existe. De nada adianta uma boa nutrição
e manejo correto se a carga genética dos animais for baixa.
9
A propriedade São João Batista traz pontos fortes para desenvolver a atividade, onde
influenciará positivamente na implantação e desenvolvimento do projeto.
A propriedade é formada pelas capineiras Mombaça, MG5 e Brachiaria decumbens,
que são distribuídos em 08 piquetes. O sistema de pastejo rotacionado favorece muito a
produção leiteira, porque de nada adianta ter qualidade genética, se não nutrir adequadamente
os animais. Além disso, no período de estiagem é fornecido para as matrizes em lactação
silagem e ração.
A disponibilidade de água é um ponto positivo, onde a propriedade possui 05
represas disponíveis para os animais. Além disso contam com instalações de qualidade, onde
há um curral grande, cocheiras cobertas e cerca em boas condições.
A experiência da família em trabalhar com a bovinocultura leiteira é muito ampla,
pois a mesma sempre teve a criação como a principal atividade da propriedade, também sendo
uma atividade que a mão de obra é exercida pela família. Isso é um fator importante e também
conta com a experiência profissional do técnico e responsável pelo projeto Evandro
Damaceno.
10
5 LEVANTAMENTO PATRIMONIAL
5.1 Recursos Naturais
Há na propriedade São João Batista tem uma grande disponibilidade de água, sendo
cinco represas. Há um hectare de mata preservada. O solo é areno-argiloso, com topografia .
5.2 Croqui
Figura 1: Figura do croqui da propriedade São João Batista;
LEGENDA:
CAMPO DE FUTEBOL TANQUE
REPRESAS TULHA
CURRAL CHURRASQUEIRA
CASA CAPIM NAPIER
CAPOEIRA MATA PRESERVADA
11
5.3 Recursos Físicos
5.3.1 Construções e Benfeitorias
TABELA 01: Demonstrativo das construções e benfeitorias existentes na propriedade São João Batista.
Descrição Unidade Quantidade Valor unitário R$ Valor total R$Casa m² 99 454,54 R$45.000,00Tulha m² 66 60,60 4.000,00Curral m² 180 27,77 5.000,00Cerca m 4.000 2,00 8.000,00
Cocheira un 05 1000,00 5.000,00Churrasqueira un 01 4.000,00 4.000,00
TOTAL 71.000,00___________________________________________________________________________________
FONTE: o autor.
5.3.2 Máquinas e Equipamentos
TABELA 02: Demonstrativo das máquinas e equipamentos existentes na propriedade São João Batista.
Descrição Quantidade Valor unitário Valor totalR$
Motocicleta 01 R$ 4.000,00 4.000,00
Carro 01 R$ 30.000,00 30.000,00
Roçadeira 01 R$2.000,00 2.000,00
Motor-serra 01 R$ 1.800,00 1.800,00
Carroça 01 R$ 700,00 700,00
Triturador 01 R$ 200,00 200,00
TOTAL R$ 38.700,00
FONTE: o autor.
5.3.3 Animais de Produção e Trabalho
Discriminação Quantidade Valor Unitário R$ Valor Total R$
Bovinos
Matrizes 45 1.500,00 67.500,00
Reprodutor 02 3.500,00 7.000,00
Novilhas 20 1.000,00 20.000,00
12
Bezerros 5 300,00 1.500,00
Bezerras 15 400,00 6.000,00
Equinos 03 R$ 2.000,00 6.000
Aves 40 12 480,00
Suínos 07 200,00 1.400,00
TOTAL 109.880,00
________________________
TABELA 03: Demonstrativo dos animais de produção existentes na propriedade São João Batista.
FONTE: o autor.
5.3.4 Depreciação dos Recursos
Discriminação Valor inicial (R$) Vida Útil (anos) Valor final (R$) Depreciação anual
(R$)
Casa 45.000,00 25 0 R$ 1.800,00
Tulha 4.000,00 15 0 266,66
Curral 5.000,00 5 0 1.000,00
Cerca 8.000,00 10 0 800,00
Cocheira 5.000,00 15 0 333,33
Churrasqueira 4.000,00 25 0 160,00
TOTAL 4.359,99
__________________________________________________________________________________
TABELA 04: Demonstrativo da depreciação dos recursos existentes na propriedade São João Batista.
FONTE: o autor.
5.4 Recursos Financeiros
DISCRIMINAÇÃO VALOR
Patrimônio agropecuário R$ 219.580,00
Dívidas _
________________________
TABELA 05: Demonstrativo dos recursos financeiros existentes na propriedade São João Batista.
FONTE: O autor.
13
5.5 Recurso Humano
Descrição Grau de Escolaridade Atividade a ser
desenvolvida
Jarismar Maria da Costa 4ª série do Ens. Fundamental Manejo, detecção de cio e
serviços gerais.
Evandro Damaceno da
Costa
Ensino Médio e Técnico em
Agropecuária.
Manejo, detecção do cio,
Inseminação Artificial e
serviços gerais.
________________________________________________________________________________
TABELA 06: Demonstrativo dos recursos Humanos disponíveis na Propriedade São João Batista.
FONTE: o autor.
14
6 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
6.1 Objetivo Geral
Aumentar a produtividade das matrizes leiteiras da propriedade São João Batista por
meio de um melhoramento genético.
6.2 Objetivos Específicos
Selecionar as matrizes existentes;
Fazer um controle zootécnico e observações constantes para detectar o cio das vacas
no período correto;
Adquirir todos os materiais adequados para inseminação;
Fazer a I.A. em vacas destinadas a produção leiteira;
6.3 Análise Fofa
6.3.1 Fortaleza
Disponibilidade de Água.
Disponibilidade de Mão de Obra.
Bom manejo Zootécnico na Propriedade;
Uso de Silagem na época seca;
6.3.2 Fraqueza
Má formação das pastagens.
6.3.3 Ameaças
Doenças;
6.3.4 Oportunidade
Mercado consumidor;
Aproveitamento da mão de obra familiar;
Matrizes com boa genética;
15
6.4 Plano de Metas
Aumentar a renda familiar em 40%;
Produzir cerca de 10 litros de leite por vaca diariamente;
Produzir cerca de 250 litros de leite por dia com apenas uma ordenha.
Inseminar 30 matrizes com sêmen da raça Holandesa;
16
7 EMBASAMENTO TEÓRICO
7.1 MELHORAMENTO GENÉTICO
Pouco adianta melhorar a alimentação, por meio de pastagens bem manejadas e
suplementação concentrada e mineral, se o rebanho não possuir um bom potencial genético
capaz de responder a esse investimento (EMBRAPA).
Nos sistemas de produção de leite vem adquirindo resultados de diversos
cruzamentos, destacando-se os bovinos de origem européia, as raças Holandesas e Pardas
Suíças e, entre os zebuínos, a raça Gir e, em menor escala, a Guzerá. Entre as raças nacionais,
a Girolando, principalmente, e a Pitangueiras são as de maior destaque. Com relação à
composição do rebanho, o número médio de cabeças nos rebanhos gira em torno de 80
animais, das quais, em média, apenas 50% das vacas são ordenhadas (COSTA, 1999).
O padrão racial dos rebanhos existentes é apenas razoável, embora haja propriedades
de elevado nível tecnológico. Assim, dada à heterogeneidade genética dos rebanhos, há
grande variação de produtividade de leite por vaca/lactação, o que reflete um manejo genético
ainda deficiente. É possível se encontrar, no mesmo rebanho, animais produzindo de 2 até 8
litros/leite/dia. Isso indica a necessidade de um programa de melhoramento genético para
aumentar a produção de leite. Um programa dessa natureza deverá se basear na inseminação
artificial utilizando-se sêmen de reprodutores testados, tanto para produção leiteira como para
adaptação às condições climáticas da região. Adicionalmente, é bastante oportuno se
desenvolver um programa de seleção das matrizes leiteiras, utilizando-se dados de controle
leiteiro.
Para melhor entender o aspecto físico sobre produção leiteira é necessário entender
sua importância para o contexto nacional e como oferece uma maneira de trabalho à pessoas
que de alguma forma trabalha na área de produção leiteira.
A cadeia produtiva do leite é uma das mais importantes do complexo agroindustrial
brasileiro. Movimenta anualmente cerca de US$10 bilhões, emprega 3 milhões de pessoas,
das quais acima de 1 milhão são produtores, e produz aproximadamente 20 bilhões de litros
de leite por ano, provenientes de um dos maiores rebanhos do mundo, com grande potencial
para abastecer o mercado interno e exportar. Entre 1990 e 2000, a produção nacional de leite
cresceu 37%, enquanto na Região Centro-Oeste o crescimento foi de 81% e, no Estado de
Goiás, 105%. A Região Centro-Oeste abriga 35% do rebanho bovino nacional, com uma das
principais concentrações de indústrias de laticínios do País (BRITO 2011).
17
Estas são algumas informações econômicas que porventura possa a auxiliar em caso
de dúvida, mas para ter sucesso na produção e ter lucratividade na bovinocultura leiteira é
necessário acompanhar alguns itens. Estes são:
7.1.1 Produção Animal
Preconizar as técnicas para o manejo das diversas categorias de animal, estabelecer
as estratégias para o melhoramento genético, de maneira que possa adquirir raças de boa
qualidade, onde possa adaptar as condições climáticas e ter o máximo possível de
desempenho com uma quantidade limitada de cuidados. E o produtor deve estar sempre atento
e melhorando de alguma forma os seguintes aspectos: manejo reprodutivo e nutricional do
rebanho e os critérios de ordenha e qualidade do leite (BRITO, 2011).
7.1.2 Melhoramento genético
Quando for trabalhar com o melhoramento genético deve-se primeiro decidir se será
usado rebanho mestiço ou puro, definindo as raças ou cruzamentos. Após definir as raças
defina como será a reprodução. Se irá usar touro ou inseminação artificial (BRITO, 2011).
Por causa das condições climáticas adversas da Região Amazônica, dificilmente se
obtém no melhoramento animal, utilizando-se raças puras de origem européia, principalmente
por questões sanitárias. São recomendadas as raças zebuínas (Gir e Guzerá), principalmente,
ou as raças nacionais já adaptadas às condições tropicais úmidas (Pitangueiras e Girolando),
além de animais cruzados de alta produção. Na prática, as raças nacionais seriam a alternativa
para evitar os cruzamentos entre as raças européias e zebuínas (EMBRATER 2008).
Os cruzamentos entre as raças de origens diferentes, visando-se obter animais
mestiços ou "cruzados", é a maneira recomendada para aumentar a tolerância às condições
ambientais adversas, aliando-se à rusticidade dos animais já adaptados às condições
amazônicas, no caso os zebuínos, a maior produção dos animais de origem européia (BRITO,
2011).
7.1.3 Escolha da Raça ou do Cruzamento
Segundo EMBRATER, existem várias opções de raças e cruzamentos para produção
de leite, sendo que as principais são:
18
A. Raça Européia pura, especialmente selecionada para produção de leite, como a
Holandesa (H), a Suiça-Parda ou Schwyz, a Jersey, a Guernsey, a Ayrshire. Dessas a mais
conhecida e difundida é a Holandesa;
B. Raça Européia de dupla-aptidão (Produção de leite e de carne), como a
Simental, Dinamarquesa, Red Poll. Dessas a mais conhecida é a Simental;
C. Raças Zebú Leiteiras (Gir; Guzerá; Sindi etc).
A escolha de uma ou outra alternativa depende de vários fatores, como: Sistema de
Produção, Clima, Topografia do terreno (localização da propriedade) etc, bem como da
preferência pessoal do produtor. Sem dúvida nenhuma, o sistema de produção a ser utilizado
na propriedade é o item mais importante a ser considerado na escolha da raça ou do
cruzamento.
Quando isto for decidido fique sempre atento a época exata de um ciclo estral, onde
será o período perfeito para o touro fazer a monta ou realizar a prática da conhecida
inseminação artificial. Uma prática recomendada é a inseminação, pois se for realizar o
melhoramento genético é a inseminação artificial, pois com a mesma, poderá sexar o sêmen
com isso o produtor terá grande probabilidade de saber qual sexo do sêmen a ser utilizado,
assim podendo e facilitando o melhoramento genético do rebanho em curto prazo. E não
precisará ter gastos sanitários com o macho reprodutor, como vacinas e outros remédios. Mas
para realizar a inseminação deve estar atento a um fator simples, sendo uma simples rotina de
detecção de cios e controle reprodutivo (REIS, 2011).
Ao iniciar um trabalho de melhoramento na propriedade algo preocupante é o
manejo nutricional. Para isto deve estar sempre fornecendo quantidade de concentrado, ou
qualquer outra fonte alimentação, onde teores de proteína e energia estejam presentes.
Para ter quantidade e qualidade deve-se ter um cronograma na ordenha e com isso
com certeza terá a qualidade do leite. Número e horário das ordenhas, manual ou mecânica,
com ou sem bezerro, rotina para os procedimentos de ordenha e limpeza dos equipamentos e
utensílios, período de armazenagem do leite na fazenda, estabelecer os parâmetros de
qualidade para o leite produzido etc. (REIS, 2011).
Nada adianta ter em mente que pretende melhorar a qualidade do rebanho se não
acompanha os dados físicos de qual é o custo de produção, portanto existe um fator que pode
ajudar, sendo conhecido como coeficiente técnico, coeficientes técnicos são valores
numéricos que expressam uma relação física entre a quantidade de insumo gasta para produzir
uma certa quantidade de leite. Em geral, no cálculo dos coeficientes técnicos, tanto os
insumos como o leite são quantificados considerando o período de um ano. Este o tempo que
19
é normalmente considerado para analisar os resultados técnicos e econômicos de uma
empresa com a produção de leite estabilizada (REIS, 2011).
7.1.4 Alguns Cuidados
Pastagens: boas pastagens com subdivisões, suplementação mineral adequada em
cochos cobertos, aguadas de boa qualidade e bem distribuídas e suplementação na seca (feno,
silagem, cana, capim para corte etc.) asseguram ao rebanho bons níveis de produção de leite,
ganho de peso e fertilidade (BRITO 2011).
Vacinações: são indispensáveis para evitar o aparecimento de doenças, assim como o
combate aos vermes, carrapatos, moscas, etc. (BRITO 2011).
Separar em lotes: para um bom manejo na fazenda é importante que os animais
sejam separados em lotes de acordo com sua categoria e condição fisiológica: lote de bezerros
desmamados, machos e fêmeas, novilhas, garrotes, bois, vacas paridas, cheias e vazias, vacas
solteiras, cheias e vazias, vacas amojadas e touros (BRITO 2011).
Identificação: todas as vacas devem ser identificadas e cada animal deve ter uma
ficha onde serão lançadas todas as ocorrências. Essas fichas são um instrumento de seleção,
pois permitem identificar os animais mais e menos produtivos (BRITO 2011).
7.1.5 Manejo do Rebanho
Vacas amojadas: deverão permanecer em piquetes-maternidade até,
aproximadamente, 30 dias após o parto (BRITO 2011).
Bezerros recém-nascidos: verificar para que mamem o colostro, preferencialmente,
nas primeiras seis horas após o nascimento e proceder à cura do umbigo (BRITO 2011).
Secagem das vacas: as vacas leiteiras devem estar secas 60 dias antes da data
prevista do parto (BRITO 2011).
Novilhas: fornecer boa alimentação às futuras vacas. Somente liberar as novilhas
para a reprodução após atingirem um desenvolvimento adequado (combinação de peso e
idade) a idade das novilhas será de 2,5 á 03 anos, vai estar em média de 380 Kg (BRITO
2011).
Pós - parto: as vacas devem ficar em repouso para a recuperação pós-parto em razão
do período final de gestação, parto e início de lactação. Recomenda-se somente liberar a vaca
para a inseminação artificial depois de decorridos 45 - 60 dias do parto (BRITO 2011).
20
7.2 SELEÇÃO DOS REPRODUTORES
Segundo Mattoso, 1996, num programa de melhoramento, um dos pontos que
merece o máximo cuidado é a escolha do reprodutor. Atualmente com o aumento das criações
especializadas na produção e venda de reprodutores e com difusão da inseminação artificial,
torna-se fácil encontrar reprodutores que potencialmente podem melhorar o rebanho. Por isso,
o criador deve ser criterioso na escolha do reprodutor e alguns pontos devem ser
considerados:
Órgãos genitais: normalmente devem apresentar-se desenvolvidos, perfeitos,
sadios e isentos de qualquer anormalidade, que comprometa a condição do animal, para a
reprodução (MATTOSO, 1966).
Saúde e vitalidade: a higidez (estado de saúde) do animal é fundamental. São
aconselháveis os exames para as doenças infecciosas que interferem na reprodução, entre elas:
Tuberculose, Brucelose, Vibriose, Tricomonose e leptospirose. Traumatismo, principalmente
dos membros posteriores e cascos, dificultam, ou geralmente impedem o ato sexual
(MATTOSO, 1966).
Idade: os touros jovens devem ser utilizados na reprodução com critério, para
evitar o seu desgaste e conseqüentemente a subfertilidade ou infertilidade. O touro atinge o
máximo vigor aos 4-5 anos e a partir dos 7 anos sua capacidade reprodutiva pode diminuir,
dificultam, ou geralmente impedem o ato sexual (MATTOSO, 1966).
Raça: o touro deve estar dentro dos padrões de sua raça, principalmente nos
caracteres raciais econômicos (MATTOSO, 1966).
Temperamento e Vigor: o animal deve apresentar masculinidade, vigor e ardor
genético intenso (MATTOSO, 1966).
Conformação e Peso: o reprodutor deve apresentar bom desenvolvimento para
sua idade (MATTOSO, 1966).
Ascendência: na aquisição de um bom reprodutor é muito importante o
conhecimento de seus ascendentes, pelo menos até seus bisavós. Uma novilha não poderá ser
boa vaca leiteira ou de corte se o touro e a vaca que lhe deram origem forem de má qualidade
(MATTOSO, 1966).
Descendência: o valor de um reprodutor é comprovado por sua descendência
através do teste de progênie. Muitas vezes quando se conclui o teste de progênie de um touro,
ele apresenta idade muito avançada, ou já foi descartado do rebanho, daí a importância do
21
congelamento e estoque de sêmen de touros de alto valor zootécnico, para assegurar seu
aproveitamento futuro e a transmissão de seu potencial genético (MATTOSO, 1966).
7.3 SELEÇÃO DE MATRIZES
Segundo Reis, no melhoramento de um rebanho, de carne ou de leite, a aquisição e
seleção das matrizes devem merecer os maiores cuidados. Um exame detalhado de cada
animal deve ser realizado e alguns pontos merecem observação meticulosa:
Integridade dos órgãos genitais;
Saúde;
Idade;
Raça;
Ascendência e Descendência;
Integridade dos órgãos genitais: sendo os órgãos genitais os responsáveis diretos pela
reprodução, nada mais correto que a eliminação de animais com alterações que impossibilitam
suas funções, entre elas, freemartin, ausência de ovários, hipoplasia ovárica, útero unicorno,
tumores e outras afeções não tratáveis ou de tratamento anti- econômico (REIS, 2001).
Saúde: os animais a serem adquiridos deveram ser submetidos a exames clínicos e
ginecológicos complementados com exames para as doenças infecciosas que interferem na
reprodução (REIS, 2001).
Idade: a vida útil de uma matriz está diretamente relacionada com o manejo que ela
recebe, sendo conhecidas muitas vacas férteis e produtivas com idade avançada (REIS, 2001).
Raça: o animal deve estar dentro do padrão racial, enfatizando-se os caracteres
raciais econômicos (REIS, 2001).
7.4 INSEMINAÇAO ARTIFICIAL
A IA artificial consiste no depósito do sêmen de determinado reprodutor no útero da
fêmea. Sua eficiência foi comprovada principalmente na bovinocultura leiteira. Com a sua
introdução nos EUA, em 1938, a produtividade do rebanho leiteiro (leite/vaca/ano) passou de
500 litros para mais de 4.500 litros, em 1975. Esse salto de produtividade foi possível graças à
22
implantação de programas de melhoramento genético associados à expressiva utilização da IA
juntamente à intensificação dos sistemas de produção (COSTA, 1999).
Segundo Costa, 1999, para a implantação de um programa de IA é necessário
estrutura mínima para que se tenha eficiência satisfatória da biotecnologia. Como requisitos
básicos para sua implantação, ressaltam-se:
Instalações e equipamentos – devem ser funcionais, garantindo a boa
operacionalização do processo (COSTA, 1999).
Contenção dos animais – necessária e imprescindível é a presença de um tronco ou
brete de contenção, devendo ser coberto para evitar o estresse térmico na hora da
inseminação; evitar entrada de água de chuvas, bem como a penetração de raios solares,
prejudiciais à sobrevivência dos espermatozóides. A cobertura de proteção também prolonga
a vida útil destas instalações (COSTA, 1999).
Armazenamento dos materiais de inseminação – nas proximidades do tronco deve
existir um pequeno cômodo limpo e em bom estado, onde serão guardados os materiais
utilizados na IA (COSTA, 1999).
Pia com água corrente – também é indispensável para a higienização do material e da
vaca a ser inseminada. Além das instalações, a implantação de um programa de IA requer
equipamentos ou utensílios específicos para o processo da IA (COSTA, 1999).
Botijão de sêmen – este equipamento é muito importante para o armazenamento do
sêmen a ser utilizado. Deve ser abastecido periodicamente com nitrogênio líquido, que
mantém o sêmen congelado a 196ºC negativos. Freqüentemente deve ser mensurado para a
verificação do nível em que o nitrogênio líquido se encontra, não devendo estar a menos de 10
cm (COSTA, 1999).
Descongelador de sêmen – para descongelar o sêmen pode-se utilizar simplesmente
um recipiente que armazene água morna ou um descongelador automático que mantém a água
a 36ºC. O sêmen deve ser descongelado na temperatura entre 36 e 37ºC; caso esse critério não
seja obedecido ocorrerão perdas na qualidade seminal pós-descongelamento e
comprometimento da eficiência do programa. O sêmen é um dos principais fatores em
programa de IA (COSTA, 1999).
Termômetro – deve-se dar preferência aos termômetros vendidos pelas centrais de
inseminação, pois o sêmen é fundamental e termômetros incorretos podem comprometer a sua
qualidade e todo um programa de IA (COSTA, 1999).
23
Aplicador de sêmen – o aplicador é um equipamento de metal, dividido em quatro
partes: bainha metálica (para palhetas de 0,5 e 0,25 ml), êmbolo, anel de segurança e cone
metálico. É utilizado para levar o sêmen até o local da deposição (COSTA, 1999).
Bainhas – utilizadas para revestir o aplicador de sêmen e estão disponíveis no
mercado em pacotes com cinqüenta unidades. Elas ajudam a evitar a disseminação de doenças
e devem ser utilizadas apenas em um animal e descartadas. Não podem ser armazenadas fora
do pacote, devendo ser retiradas somente no momento da IA (COSTA, 1999).
Cortador de palheta – o corte da palheta de sêmen deve ser preciso para que não
ocorram perdas na saída da mesma. Cortes com tesouras prejudicam a saída do sêmen.
Pinça – usada para transportar o sêmen do botijão ao recipiente de descongelamento,
pois o sêmen não deve ser manipulado com as mãos (COSTA, 1999).
Luvas de cano longo – usadas para evitar o contato do inseminador com as fezes do
animal durante o processo de IA (COSTA, 1999).
Papel higiênico e toalha – usados para higienizar a vulva e a vagina da fêmea,
momentos antes da IA. Os materiais de IA devem ser limpos e desinfetados no início e ao
final de cada procedimento. Quando não estiverem sendo usados rotineiramente, devem ser
armazenados em local limpo e arejado (COSTA, 1999).
Segundo Costa, 1999, o inseminador deve estar capacitado e ter muita
responsabilidade. Para ser considerado apto como inseminador, o indivíduo deve freqüentar,
pelo menos, um curso específico de treinamento, o qual lhe fornecerá subsídios para realizar a
técnica dentro do recomendado. As condições de trabalho devem ser aliadas à correta
realização do serviço. Por este motivo, o inseminador deve apresentar algumas das seguintes
características:
• Dominar a técnica da IA;
• Ter disposição e gosto pelo seu trabalho;
• Procurar melhorar cada vez mais;
• Não mudar por conta própria o método que lhe foi ensinado, criando novos
métodos e formas de inseminação, o que pode prejudicar o seu trabalho.
É função do inseminador:
• Higiene pessoal – o inseminador deve manter as mãos limpas, as unhas muito
bem aparadas e usar um avental limpo, destinado apenas aos trabalhos de inseminação
(COSTA, 1999);
24
• Higiene com o animal – após a limpeza do reto, a vulva da matriz deve ser
limpa com papel toalha para eliminar a presença de fezes, o que poderia, eventualmente,
contaminar o aplicador e, por conseguinte, o útero (COSTA, 1999);
• Manejo do botijão de sêmen – o botijão é um recipiente isotérmico e sua
manipulação requer muito cuidado, pois dentro dele existe uma substância líquida
(nitrogênio) à temperatura de 196ºC, que conserva as doses de sêmen. Qualquer dano no
botijão pode causar a perda do nitrogênio líquido e, conseqüentemente, a perda do sêmen.
Para assegurar a manutenção da integridade das células espermáticas armazenadas no botijão,
alguns cuidados devem ser anotados: nunca dar batidas ou pancadas no botijão; mantê-lo em
ambiente ventilado, seco e coberto; verificar se a tampa do botijão está fechando
corretamente; medir regularmente o nível do nitrogênio (uma vez por semana). Para tomar
essa medida, uma régua é inserida no centro do botijão e retirada após alguns segundos; essa
régua apresentará uma faixa branca, que deve estar acima do nível de segurança (15 cm)
(COSTA, 1999);
• Atenção – mesmo a fêmea apresentando muco opaco inseminar. Trabalhos
realizados utilizando-se ou não camisa sanitária no momento da inseminação artificial em
tempo fixo (IATF) não apresentaram diferenças significativas; conferir sempre a data de
validade dos fármacos (COSTA, 1999);
• Sêmen – o sêmen é fundamental para o sucesso da IA, e para isto sua qualidade
deve ser controlada, pois o mesmo sendo de qualidade duvidosa pode levar a resultados
indesejáveis em programas de IATF. Deve ser adquirido preferencialmente de centrais de
coleta de sêmen idôneas e com rigoroso controle de qualidade. A qualidade do sêmen após o
descongelamento também é fundamental para a obtenção de bons resultados. Deve ser
descongelado de acordo com padrões preestabelecidos (água a 36ºC) e não ao gosto do
inseminador (vulva do animal, axilas, água fria), pois este fator pode influenciar
drasticamente nos índices de concepção e de um programa (COSTA, 1999).
7.5 CONTROLE ZOOTÉCNICO
O mesmo se processa através de fichas de controle obtendo dados precisos de
fecundação e parto, facilitando a seleção dos melhores animais do rebanho
(EMBRATER,2008).
Estruturar um sistema de registro de ocorrência é simples, e pode ser feito através de
fichas individuais ou coletivas, o que ajudará bastante no controle do rebanho e atividades
25
feitas, são facilmente obtidas em centrais de inseminação privada, universidades ou centros de
pesquisa e extensão. Rebanhos maiores podem exigir programas de computador para um
melhor gerenciamento. Neste caso, o veterinário ou outro técnico responsável poderá ajudar a
definir a real necessidade e qual a melhor escolha, e ainda fazer o acompanhamento do
manejose possível para evitar qualquer problema possível (EMBRATER,2008).
26
8 PLANO TÉCNICO
8.1 Fluxograma
8.1.1 Descrição do Fluxograma
8.1.1.1 Seleção das matrizes
As matrizes que serão utilizadas serão oriundas da propriedade, para terem em sua
progênie suas características melhoradas.
8.1.1.2 Aquisição de Equipamentos
Para desenvolver a inseminação artificial se faz necessário adquirir os seguintes
materiais:
o Botijão com nitrogênio líquido;
o Luvas descartáveis;
o Bainhas descartáveis;
o Aplicador;
Seleção das Matrizes
Aquisição de Equipamentos
Aquisição de Sêmen
Inseminação Artificial
Controle Zootécnico
Manejo Alimentar
SanidadeManejo Sanitário
Crias
27
o Termômetro;
o Cortador de palhetas;
o Papel toalha ou higiênico;
o Recipiente para descongelar o sêmen ou mesmo um descongelador eletrônico.
8.1.1.3 Aquisição de Sêmen
O sêmen utilizado será da empresa Nelore AJC,onde o mesmo deve ser de touro de
pelo menos 70% de confiabilidade baseados em informações de produção (leite, gordura e
proteína).
O sêmen a ser utilizado será sexado, do sexo feminino, concentrando a atividade em
produzir matrizes leiteiras de qualidade.
Também um critério que será analisado serão as características das vacas que
deverão ser melhoradas nas progênies, como por exemplo tamanho e posicionamento dos
tetos e úbere.
8.1.1.4 Inseminação Artificial
A atividade será realizada inicialmente em 45 vacas que já estão na propriedade. Será
executada por Evandro Damasceno da Costa e porJarismar Maria da Costa.
A atividade será feita passo a passo:
Primeiro o sêmen deve ser localizado dentro do botijão, segurar a caneca a 5 cm
abaixo da boca da botija, com uma pinça retira-se a dose de sêmen desejada, respeitando um
curto período de tempo, no máximo 5 segundos.
Depois fazer o mergulho da palheta em uma vasilha com água, notando que a bucha
deverá ser posta para baixo durante 30 segundos, a temperatura ideal da água para essa
operação é de 35 a 37C°.Após a palheta ser enxugada com um papel toalha, a mesma deverá
ser cortado em lado oposto da bucha com o auxilio de um bisturi, o corte deve ser no formato
de pincel.No intuito de prender a palheta, a mesma será pressionada na bainha com a
extremidade cortada firmando-a muito bem.
Depois deve-se pressionar o aplicador que assim irá empurrará a palheta que está
firme na bainha até chegar a ponta, com um anel de plástico a bainha será fechada no
aplicador.
28
O êmbolo é uma peça metálica que será introduzida no aplicador até que este chegue
a bucha, em seguida coloca-se uma luva plástica e encaminhar até a vaca.
Com a ajuda de um auxiliar, a vulva da vaca deverá ser aberta e o inseminador
introduzirá o aplicador, molhar a luva do inseminador e o mesmo irá introduzir a mão no reto
da vaca, identificar a cérvix, em movimento leve empurrar aos poucos o aplicador até
ultrapassar o aplicador na cérvix, com a ponta do dedo o inseminador identificara o aplicador,
ter cuidado para não ultrapassar o aplicador além de um centímetro a frete da cérvix, ao notar
o aplicador injetar o sêmen, retira-se o braço e faz uma massagem no clitóris da vaca, a
massagem é para obter uma ejaculação da vaca.
Para fazer a fase final da inseminação, a vulva deverá ser lavada com água e secada
com papel toalha, higienizando o local para um não haver contaminação e perdas na
inseminação.
8.1.1.5 Controle Zootécnico
O controle será feito devido às necessidades de cuidado que a atividade requer, ou
seja, controle zootécnico, feito por um técnico na área, assim evita-se problemas com os
bovinos, vindo causar prejuízos à propriedade, no investimento que se pretende iniciar.
Partindo de um controle zootécnico adequado, com acompanhamento de técnico, anotações de
fecundação, parto, etc. possivelmente o resultado será compensador.
Para isso o Técnico em Agropecuária utilizará especificamente dos seus
conhecimentos para realizar esse controle.
8.1.1.6 Manejo Alimentar
Os bovinos destinados à atividade serão alimentados com pastagemde boa qualidade,
será fornecido suplementação mineral da SUPREMAX®, e também com ensilagem de milho
e capim napier no período de estiagem.
Assim busca-se que esses animais tenham uma boa alimentação e nutrição para que
possam minimizar as chances de ocorrer eventuais problemas como emagrecimento, anemia,
baixo índice de prenhez, repetição de cio, bezerros raquíticos entre outros.
8.1.1.7 Sanidade
29
A sanidade é primordial na atividade onde a mesma será realizada adequando-se a
atividade, cujo local que será exercido a inseminação e curral oferecem estrutura para que
omesmo seja realizado, procurando seguir todos os parâmetros necessários, anotando todas as
informações observadas,e em questão de remédios, vacinas, enfim.
8.1.1.8 Manejo Sanitário
O manejo sanitário é de grande importância na inseminação, pois os prejuízos
imediatos decorrentes de infertilidade por infecções uterinas, perdas embrionárias e abortos
serão menores quando realizadas as medidas preventivas adequadas. Para isso busca-se um
programa preventivo para o controle de:
Brucelose: A atividade realizada será a vacinação, nas fêmeas de 3 a 8 meses, duas
vezes ao ano, em abril e setembro.
Febre Aftosa: A atividade realizada será a vacinação, realizada em duas vezes ao
ano, em todo rebanho, nos meses de maio e novembro.
Carbúnculo: A atividade realizada é a vacinação em animais abaixo de 2 anos,
realizada 2 X ao ano no período de maio e novembro.
Verminoses: A atividade realizada é a vermifugação oral comAlbendazole 10% e 15
% com cobalto, e injetável com Ivermectina® e Abamectina®.
Carrapatos: é realizado o uso de Ivermectina® e Abamectina® em todo rebanho em
todo o período do ano. Para o controle também será utilizado o Akatac®.
8.1.1.9 Crias
Como será trabalhado com sêmen sexado, as crias provavelmente serão todas
fêmeas, e estas continuarão na propriedade até parirem e se tiverem bom índice de
produtividade, permaneceram até quando estiverem aptas a atividade. Do contrário serão
descartadas.
30
9 PLANO ECONÔMICO
9.1 Pesquisa de Mercado
Foi realizada uma pesquisa de mercado no município de Urupá, onde foi feita nas
principais casas agropecuárias em busca de um melhor preço e de base para realização do
PPJ, buscando também produtos de qualidade.
9.2 Investimentos
Discriminação Unidade Quantidade Valor unitário (R$) TOTAL R$
Régua Peça 01 17,00 17,00
Botijão Peça 01 2.715,00 2.715,00
Aplicador Universal Peça 01 74,10 74,10
Termômetro Digital Peça 01 25,00 25,00
Cortador/palhetas Peça 01 18,00 18,00
Pinça Peça 01 6,40 6,40
TOTAL 2.855,5
TABELA 07: Demonstrativo dos recursos financeiros a serem aplicados.
FONTE: o autor.
9.3 Depreciação Anual dos Equipamentos
Discriminação Valor inicial Valor final Tempo (anos) Depreciação
Botijão 2.715,00 0 15 181,00
Régua 17,00 0 10 1,70
Termômetro 25,00 0 10 2,50
Cortador/Palheta 18,00 0 10 1,80
Aplicador Universal 74,10 0 10 7,41
Pinça 6,40 0 10 0,64
TOTAL 195,05
TABELA 08: Demonstrativo da depreciação dos recursos a serem aplicados.
31
FONTE: o autor.
9.4 Custos do 1º Ano
9.4.1 Custos Fixos
Discriminação Unidade Quantidade Valor unitário (R$) Valor total (R$)
Remuneração Familiar Mensal 12 622,00 7.464,00
Depreciação 192,71
TOTAL 7.656,71
TABELA 09: Demonstrativo dos custos fixos a serem aplicados para manutenção.
FONTE: o autor.
9.4.2 Custos Variáveis
Discriminação Unidade Quantidade Valor unitário R$ Valor total R$
Sêmen Dose 60 20,00 1.200,00
Luvas Plásticas Pacote 25 03 7,20 21,60
Bainhas Pacote 60 01 7,80 7,80
Medicamentos Un - - 500,00
Vacinas Doses 136 1,15 156,40
Nitrogênio L 61 12,00 732,00
Sal Mineral Un 25 Kg 36 47,00 1.692,00
TOTAL 4.309,80
TABELA 10: Demonstrativo dos custos variáveis que poderão ser aplicados para custos que vierem a acontecer.
FONTE: o autor.
9.5 Custos do 2º Ano
9.5.1 Custos Fixos
Discriminação Unidade Quantidade Valor unitário (R$) Valor total (R$)
Remuneração Familiar Mensal 12 622,00 7.464,00
32
Depreciação 192,71
TOTAL 7.656,71
TABELA 11: Demonstrativo dos custos fixos a serem aplicados para manutenção.
FONTE: o autor.
9.5.2 Custos Variáveis
Discriminação Unidade Quantidade Valor unitário R$ Valor total R$
Medicamentos Un - - 500,00
Vacinas Doses 90 1,15 103,50
Sal Mineral Cria Un 25 Kg 12 47,00 564,00
TOTAL 1.167,50
TABELA 12: Demonstrativo dos custos variáveis que poderão ser aplicados para custos que vierem a acontecer.
FONTE: o autor.
9.6 Custos do 3º Ano
9.6.1 Custos Fixos
Discriminação Unidade Quantidade Valor unitário (R$) Valor total (R$)
Remuneração Familiar Mensal 12 622,00 7.464,00
Depreciação 192,71
TOTAL 7.656,71
TABELA 13: Demonstrativo dos custos fixos a serem aplicados para manutenção.
FONTE: o autor.
9.6.2 Custos Variáveis
Discriminação Unidade Quantidade Valor unitário R$ Valor total R$
Sêmen Dose 60 20,00 1.200,00
Luvas Plásticas Pacote 25 03 7,20 21,60
Bainhas Pacote 60 01 7,80 7,80
Medicamentos Un - - 500,00
Vacinas Doses 90 1,15 103,50
33
Nitrogênio L 61 12,00 732,00
Sal Mineral Recria Saco 25 Kg 16 47,00 752,00
TOTAL 3.316,90
TABELA 14: Demonstrativo dos custos variáveis que poderão ser aplicados para custos que vierem a acontecer.
FONTE: o autor.
9.7 Custos do 4º Ano
9.7.1 Custos Fixos
Discriminação Unidade Quantidade Valor unitário (R$) Valor total (R$)
Remuneração Familiar Mensal 12 622,00 7.464,00
Depreciação 192,71
TOTAL 7.656,71
TABELA 15: Demonstrativo dos custos fixos a serem aplicados para manutenção.
FONTE: o autor.
9.7.2 Custos Variáveis
Discriminação Unidade Quantidade Valor unitário R$ Valor total R$
Medicamentos Un - - 500,00
Vacinas Doses 135 1,15 155,25
Sal Mineral Un 25 Kg 24 47,00 1.128,00
TOTAL 1.783,25
TABELA 16: Demonstrativo dos custos variáveis que poderão ser aplicados para custos que vierem a acontecer.
FONTE: o autor.
9.8 Custo Total
DESPESAS VALOR R$
Custos fixos dos 4 ciclos 30.626,84
Custos Variáveis dos 4 ciclos 10.577,45
CUSTO TOTAL 41.204,29
TABELA 17: Demonstrativo do custo total a ser para manutenção e custos que vierem a acontecer.
34
FONTE: o autor.
9.9 Receitas
A receita será referente as bezerras que pariram no primeiro ciclo pela Inseminação
Artificial e serão quantificadas no 4º ciclo onde já serão vacas.
Também será quantificados os litros de leite oriundos dessas vacas que parirão no 4º
ciclo correspondente a 8 meses de ordenha e também as crias que as mesmas produzirão.
Discriminação Unidade Quantidade Valor unitário Valor total R$
Vacas Un 45 1.800,00 81.000,00
Bezerros Un 45 500,00 22.500,00
Produção de leite L 86.400 0,50 43.200,00
RECEITA TOTAL 146.700,00
________________________________________________________________________________________
TABELA 18: Demonstrativo dos incentivos financeiros provenientes da propriedade Meu Paraíso.
FONTE: o autor.
9.10 Lucro Liquido
Lucro Líquido = Receita – Custos
LL = R – C
LL = 146.700,00 - 41.204,29
LL = 105.495,71
9.11 Taxa de Lucratividade
Lucro Líquido / receita X 100
TL = LL X 100
R
TL = 105.495,71X 100
146.700,00
35
TL = 71,91 %
9.12 Taxa de Rentabilidade
Lucro líquido x 100 / investimento
TR = LL X 100
IN
TR = 105.495,71 X 100
2.855,5
TR = 3.694,4%
9.13 Prazo de Retorno
Investimento / lucro líquido
PR = IN
LL
PR = 2.855,5
105.495,71
PR = 0,027 anoconsiderando que são 4 anos de trabalho.
36
10 PLANO COMERCIAL
As fêmeas serão destinadas a produção de leite.
O leite será conservado em um tanque de resfriamento e transportado para o laticínio.
O leite será de qualidade e atualmente está com valor razoavelmente bom, por isso espera-se
que não haja problemas em sua comercialização.
Obtendo boas condições de manejo desde a alimentação à sanidade, onde tenha uma
boa higienização, espera-se impor bom valor ao leite.
Também tendo boas condições de manejo e de nutrição espera-se que obtenham-se
animais de qualidade e boa genética, para assim obter boa índice de produtividade.
37
11 IMPACTOS
O PPJ vem com a intenção de trazer benefícios à propriedade, assim visa analisar os
possíveis impactos que irá causar.
Impactos econômicos: Já que os investimentos estão sendo feitos visando uma
lucratividade que viabilize os gastos e que seja viável, a mesma terá consequentemente um
impacto econômico que é o que se espera realmente.
Impactos sociais: Quando a genética da propriedade melhorar, servirá de modelo
para as demais propriedades que poderão em conjunto se mobilizar para adquirir sêmen mais
barato e melhorar o rebanho da região.
Impactos ambientais: Para tentar minimizar o impacto ambiental. Os materiais
disponibilizados para inseminação, serão entregues a IDARON, após a utilização dos
mesmos.
38
12 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Atividades Mês Ano Mão de Obra
Seleção das matrizes Janeiro 2013 Familiar
Aquisição de Equipamento Janeiro 2013 Familiar
Aquisição de Sêmen Janeiro 2013 Familiar
Inseminação Artificial Janeiro 2013 Familiar
Controle zootécnico Janeiro até o fim dos 4 ciclos 2013-2016 Familiar
Sanidade Janeiro até o fim dos 4 ciclos 2013-2016 Familiar
Manejo Sanitário Janeiro até o fim dos 4 ciclos 2013-2016 Familiar
Manejo Alimentar Janeiro até o fim dos 4 ciclos 2013-2016 Familiar
Tabela 19: Demonstrativo do cronograma de execução.
Fonte: o autor.
39
13 CONCLUSÃO
O PPJ por objetivo capacitar os jovens da área rural, onde coloca na prática o que foi
aprendido na escola para elaboração e possível implantação de um projeto profissional,
utilizando o aprendizado e o interesse da família e do aluno.
O projeto além de ser uma melhora na fonte de renda familiar, é uma oportunidade
de melhorar a propriedade, tornando-a economicamente viável.
O projeto visa melhorias na propriedade através do melhoramento genético do
rebanho leiteiro, que também é a principal fonte de renda da família. Também faz parte dos
requisitos para conclusão do curso de Técnico em Agropecuária.
O projeto pode também beneficiar a comunidade, porque servirá como incentivo e
quem sabe como exemplo para juntos adquirir sêmen de qualidade por melhor preço,
melhorando a bovinocultura leiteira da região.
40
14 REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL (ASBIA). Manual de
Inseminação Artificial. Edição 2001. S.ed., s.p.
BRITO L. G. Embrapa Rondônia gado de leite. Edição: Porto Velho fevereiro de 2011.
COSTA, J. L. Sistema intensivo de produção de leite com gado mestiço Holandês x Zebu.
Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 1999. 235 p. (Embrapa Gado de Leite. Relatório
Técnico, 7).
EMBRAPA, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Disponível em:
<http://www.embrapacngl.org.br>. Última visualização em 05 de fevereiro de 2011.
Manual Técnico, EMBRATER, Serviço de extensão rural, Pecuária de leite, Brasília,
setembro de 2008 de 1984, n 30.
MATTOSO, J, Melhoramento do Rebanho Leiteiro. Belo Horizonte s Ed.1966.
REIS, Américo Boscagli, Melhoramento do Gado Leiteiro. Rio de Janeiro, Serviço de
Informação Agrícola, 2001.