Upload
internet
View
108
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
Meningite Bacteriana
Prof. Ueliton Santos
Prof. Ueliton Santos
DEFINIÇÃO
A meningite é um processo inflamatório do espaço subaracnóide e das membranas leptomeníngeas (pia-aracnóide), que envolvem o encéfalo e a medula espinhal, provocando reação purulenta detectada no líquor.
Na terminologia médica, as situações de meningomielite, meningoencefalite e meningo-mieloencafalite são referidas tão-somente pelo termo “meningite”.
Prof. Ueliton Santos
Prof. Ueliton Santos
ETIOLOGIA
As meningites bacterianas (ou purulentas) têm sua etiologia baseada na faixa etária e na provável porta de entrada do agente infeccioso.
Didaticamente, verificam-se: A) Em recém-nascidos (RN) e lactentes
até 3 meses de vida, predominam em ordem crescente: Streptococcus agalactiae (estreptococo B), Listeria monocytogenes e bacilos Gram-negativos, como Escherichia coli e salmonelas e, por último, Streptococcus pneumoniae (pneumococo).Prof. Ueliton Santos
B) Dos 4 meses até os 5 anos de idade: Haemophilus influenza tipo b, Neisseria meningitidis (meningococo) e, por último, Streptococcus pneumoniae.
C) Dos 5 anos até a idade adulta: predominam Streptococcus pneumoniae e Neisseria meningitides, o qual ocupa o primeiro lugar em períodos de epidemia.
ETIOLOGIA
Prof. Ueliton Santos
EPIDEMIOLOGIA
*No Brasil, segundo Farhat (1992), as meningites bacterianas agudas de causa determinada têm como agentes mais comuns :
- Haemophilus influenza b (20,3% dos casos); este com signifacativa redução devido ao uso da vacina na rede pública, a partir dos 2 meses de vida;
- Neisseria meningitidis (20,2%); - Streptococcus pneumoniae (11,6%). * 2/3 dos casos em pacientes menores de
15 anos, sem diferenças de suscetibilidade entre as várias raças.Prof. Ueliton Santos
*A taxa de letalidade das meningites bacterianas é bastante variável em diferentes partes do mundo. Alguns autores descrevem taxas de 5 a 40%, dependendo do agente etiológico.
*Além da mortalidade, podem ocorrer sequelas neurológicas graves e muitas vezes permanentes, como surdez ou hipoacusia, amaurose e/ou retardo neuropsicomotor.
EPIDEMIOLOGIA
Prof. Ueliton Santos
-prematuridade; -baixo peso ao nascer; -RNs cujas mães tiveram bolsa rota por mais
de 24 horas, corioamniorrexe, infecções urinárias ou genitais e complicações no parto, como sofrimento fetal e trauma obstétrico;
Fatores de risco para MB
**OBS.: a mortalidade em RNs é de 15 a 40%, e as sequelas neurológicas são encontradas em 30 a 50% dos sobreviventes.
-negligência na lavagem das mãos das pessoas que manipulam o RN, assim como material e equipamentos contaminados(“mãos sujas são mãos assassinas” P.R. Margotto)
Prof. Ueliton Santos
Fisiopatologia A infecção pode atingir a leptomeninge por 3 mecanismos básicos:1) Via hematogênica: primária ou secundária a foco
de infecção à distância (infecção de pele, pulmão, coração, trato intestinal e geniturinário)
2) Infecção adjcente às meninges: faringite, sinusite, otite média.
3) Solução de continuidade: traumatismo craniano, infecção dos ossos, vasos sanguíneos.
Fatores de virulência:
Pneumococo, Hemofilus e menigococo: proteases (clivam IgA) e capsula (dificultaa ação do complemento).
Fazem opsonização do patógeno
Bacteremia Invasão do ESA
Fácil colonização
OBS: No SNC, aimunidade humoral é deficienteProf. Ueliton Santos
Prof. Ueliton Santos
FisiopatologiaRecém-nascido:
Os prematuros têm niveis diminuidos de IgG e o recém-nascido normal tem baixas concentração de IgM e IgA: isso facilita infecções por germes G- e penetração da bactérias pelo trato respiratório e gastrointestinal (isso explica a maior prevalência de G- em RN).
A colonização bacteriana ocorre de início na pele, coto umbilical, nasofaringe e reto promovendo bacteremia e invasão meningea
Prof. Ueliton Santos
Quadro Clínico
Prof. Ueliton Santos
Quadro Clínico
Prof. Ueliton Santos
Quadro Clínico
Prof. Ueliton Santos
Diagnóstico Laboratorial
Prof. Ueliton Santos
Diagnóstico Laboratorial
Bacterioscopia do Líquor Cultura do Líquor Hemocultura
Prof. Ueliton Santos
Exames de Imagem
TC Cerebral deverá ser feita nas seguintes eventualidades:
- presença de sinais focais- Manutenção de Coma após 72h do
tratamento- Meningite de repetição- Casos de história de otite média crônica- Quando houver aumento do Perímetro
Cefálico US Cerebral em lactentes com fontanela
anterior aberta para acompanhamentoProf. Ueliton Santos
Tratamento Medidas Gerais:- Evitar hiperidratação;- Elevar a cabeceira da cama;- Diurese osmótica: Manitol 20% na dose 0,25-1g/Kg IV lentamente por 20-30min, ou
furosemida na dose de 1-4mg/Kg/dia associada a dexametasona;
- Entubação e hiperventilação nos casos de coma e/ou arritmias respiratórias;
- Em casos de convulsões contínuas ou prolongadas, administrar benzodiazepínicos (diazepam na dose 0,25-0,5mg/Kg IV lentamente);
- Pausa Alimentar e uso de sonda nasogástrica aberta;
- Em pacientes hipotensos deverá ser feita reposição hidroeletrolítica o mais rápido possível com SF ou RL
Prof. Ueliton Santos
Tratamento
Prof. Ueliton Santos
Microorganismo 1ª escolha 2ª escolha
Neisseria meningitidis Penicilina G ou ampicilina Cefalosporinas de 3ª geração
Streptococus pneumoniae Penicilina G ou ampicilina Cefalosporinas de 3ª geração
Haemophilus influenzae Ampicilina ou cloranfenicol Cefalosporinas de 3ª geração
Enterobacteriaceae Cefalosporinas de 3ª geraçãoPiperacilina, azlocilina+aminoglicosídeo ou aztreonam ou quinolonas
Pseudomonas aeruginosa Ceftazidime+aminoglicosídeoPiperacilina, azlocilina+aminoglicosídeo ou aztreonam ou quinolonas
Streptococus agalactiae Penicilina G ou ampicilina Cefalosporinas de 3ª geração
Listeria monocytogenes Penicilina G ou ampicilina Co-trimoxazol
Staphylococus aureus Oxalicina Vancomicina, Co-trimoxazol (em caso de resistência à Vancomicina)
Prof. Ueliton Santos
Complicações Complicações Iniciais:- Choque;- Miocardite;- Encefalopatia;- Insuficiência Renal Complicações Tardias, 2-3 semanas após
início da doença:- Coleções Subdurais;- Empiemas Subdurais;- Ventriculites? Suspeita:- Persistência ou Reaparecimento da Febre;- Líquor com sinais de dissociação proteico-
citológica- TC de Crânio alteradoProf. Ueliton Santos
Seqüelas
Surdez ou Hipoacusia em 10% dos casos;
Amaurose; Labirintite ossificante com perda
auditiva; Retardo Neuropsicomotor
Prof. Ueliton Santos
Profilaxia As medidas visam a eliminação da Neisseria
meningitidis da orofaringe do portador Utilizam-se Antimicrobianos apenas para
contatos íntimos e prolongados com o caso inicial:
- Rifampicina 10mg/Kg em 2 doses, VO, por 2 dias e 600mg para adultos a cada 12h por 2 dias
OBS: Nos pacientes tratados com Ceftriaxona não é necessária a profilaxia, pois ela erradica o Meningococo da orofaringe.
A grávida e o RN podem ser submetidos à quimioprofilaxia, que deve ser iniciada nas primeiras 24h mas pode ser realizada até 30 dias após contágio
Também se utiliza Ciprofloxacina dose única, VO, 250mg para criança e 500mg para o adulto
Prof. Ueliton Santos
Profilaxia
Vacina contra o Hib (2-4-6 meses de idade)
No caso do pneumococo não há necessidade de profilaxia.
Prof. Ueliton Santos