5
MÉTODO PARA O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA O processo do despertar da consciência é um processo gradativo. Para alcançá-lo é indispensável o trabalho contínuo com os três fatores de revolução da consciência, juntamente com a prática diária da Meditação. Isso posto, nos ateremos, neste capítulo, a questões subsidiárias, mas que tornariam as práticas com os três fatores de revolução da consciência, bem como com a Meditação impossíveis de serem levadas a cabo. Essas questões subsidiárias, porém indispensáveis, podemo-las resumir em práticas. Queremos nos referir aqui, portanto, à prática da chave S.O.L., a qual, por sua vez deve ser realizada com o máximo de cuidado para não mecanizá-la, conforme nos expôs em sua obra “A Águia Rebelde“ o V.M. Rabolu. Também entra aqui a prática da concentração naquilo que se está fazendo, com atenção dentro de nós mesmos - os dois ao mesmo tempo - a qual, em suma, é a mesma coisa que a chave S.O.L., porém dita de outra forma. Deparamo-nos neste instante, não obstante, e durante o processo do despertar da consciência nos depararemos muitas vezes com certos problemas, que são justamente os pontos de dificuldade para se alcançar o despertar da consciência. Vamos enumerá-los e, em seguida, explicaremos melhor as práticas acessórias mencionadas no parágrafo acima. Pois bem, são empecilhos para o despertar da consciência: a identificação com as coisas da vida diária, a fascinação, a mecanicidade e a passividade, sem mencionar alguns defeitos robustos, que podem estancar por completo o neófito, chegando mesmo a retirá-lo do caminho, caso não lute intensamente para eliminar esses defeitos de sua psique, como por exemplo o ceticismo, o fanatismo, etc. Lembremo-nos, entretanto, que todos esses desvios de consciência são egos atuando. Muitas vezes, diga-se de passagem a maioria das vezes, os defeitos vêm em bloco. Durante o processo de auto-descobrimento e morte em marcha vamos passando a conhecer cada um destes atores. Esses pequenos defeitos separados são os detalhes aos quais nos referimos. É indispensável para o despertar da consciência, que trabalhemos intensamente com esses detalhes, pois estaremos diminuindo drasticamente o poder do ego quando nos ataca em bloco. A identificação com as coisas da vida diária é um problema tão sério que dedicaremos um tema inteiro para ele. Vejam a seguir, nos temas posteriores. A fascinação é algo semelhante à identificação, mas é um pouco mais específica. Juntemos à identificação com as coisas da vida diária, os valores que a mente dá pra tudo, daí chegaremos à fascinação. Com o trabalho com a morte do eu psicológico conseguimos eliminar muitos destes valores equivocados, que, se levados à reflexão serena, não passam de fogos fátuos, coisas que a traça come, vaidade e vento que passa, tendências do momento, fetiches, caprichos, etc. Também, a postura interior adequada fará com que a mente se torne passiva e a consciência ativa, tornando todos os processos da fascinação visíveis e fáceis de serem compreendidos, a medida que quiserem se levantar dentro de nosso mundo interior. É justamente a essa postura interna adequada que vamos nos referir neste capítulo, uma vez que a

METODO PARA O DESPERTAR DA CONSCIENCIA.odt

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: METODO PARA O DESPERTAR DA CONSCIENCIA.odt

MÉTODO PARA O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

O processo do despertar da consciência é um processo gradativo. Para alcançá-lo é indispensável o trabalho

contínuo com os três fatores de revolução da consciência, juntamente com a prática diária da Meditação.

Isso posto, nos ateremos, neste capítulo, a questões subsidiárias, mas que tornariam as práticas com os três

fatores de revolução da consciência, bem como com a Meditação impossíveis de serem levadas a cabo.

Essas questões subsidiárias, porém indispensáveis, podemo-las resumir em práticas. Queremos nos referir

aqui, portanto, à prática da chave S.O.L., a qual, por sua vez deve ser realizada com o máximo de cuidado

para não mecanizá-la, conforme nos expôs em sua obra “A Águia Rebelde“ o V.M. Rabolu. Também entra aqui

a prática da concentração naquilo que se está fazendo, com atenção dentro de nós mesmos - os dois ao

mesmo tempo - a qual, em suma, é a mesma coisa que a chave S.O.L., porém dita de outra forma.

Deparamo-nos neste instante, não obstante, e durante o processo do despertar da consciência nos

depararemos muitas vezes com certos problemas, que são justamente os pontos de dificuldade para se

alcançar o despertar da consciência. Vamos enumerá-los e, em seguida, explicaremos melhor as práticas

acessórias mencionadas no parágrafo acima.

Pois bem, são empecilhos para o despertar da consciência: a identificação com as coisas da vida diária, a

fascinação, a mecanicidade e a passividade, sem mencionar alguns defeitos robustos, que podem estancar

por completo o neófito, chegando mesmo a retirá-lo do caminho, caso não lute intensamente para eliminar

esses defeitos de sua psique, como por exemplo o ceticismo, o fanatismo, etc. Lembremo-nos, entretanto, que

todos esses desvios de consciência são egos atuando. Muitas vezes, diga-se de passagem a maioria das

vezes, os defeitos vêm em bloco. Durante o processo de auto-descobrimento e morte em marcha vamos

passando a conhecer cada um destes atores. Esses pequenos defeitos separados são os detalhes aos quais

nos referimos. É indispensável para o despertar da consciência, que trabalhemos intensamente com esses

detalhes, pois estaremos diminuindo drasticamente o poder do ego quando nos ataca em bloco.

A identificação com as coisas da vida diária é um problema tão sério que dedicaremos um tema inteiro para

ele. Vejam a seguir, nos temas posteriores.

A fascinação é algo semelhante à identificação, mas é um pouco mais específica. Juntemos à identificação

com as coisas da vida diária, os valores que a mente dá pra tudo, daí chegaremos à fascinação. Com o

trabalho com a morte do eu psicológico conseguimos eliminar muitos destes valores equivocados, que, se

levados à reflexão serena, não passam de fogos fátuos, coisas que a traça come, vaidade e vento que passa,

tendências do momento, fetiches, caprichos, etc. Também, a postura interior adequada fará com que a mente

se torne passiva e a consciência ativa, tornando todos os processos da fascinação visíveis e fáceis de serem

compreendidos, a medida que quiserem se levantar dentro de nosso mundo interior.

É justamente a essa postura interna adequada que vamos nos referir neste capítulo, uma vez que a

Page 2: METODO PARA O DESPERTAR DA CONSCIENCIA.odt

continuidade de propósitos nela, nos pode levar ao êxito na meditação, à criar as condições adequadas para a

morte do mim mesmo e ao despertar da consciência.

Tratemos agora da mecanicidade, esta senhora tagarela. É bem fácil percebermos que muitas coisas

realizadas durante o dia são simplesmente esquecidas; são como se não tivéssemos feito; são como sonhos.

Isso se dá pela falta de atenção com que a fazemos, combinada com a ausência total de atenção voltada para

dentro de nós mesmos. Ou seja, desconhecemos completamente os nossos estados interiores. É muito difícil,

para um sujeito comum, do tipo que nunca ouviu falar em gnose, escovar os dentes, por exemplo, sem o fazer

mecanicamente - sem deixar que sua mente transite por vários lugares, assuntos, etc., sejam eles importantes,

mais ou menos realizáveis ou simplesmente totalmente fantasiosos; sejam estes estados interiores totalmente

inconscientes ou subconscientes. É precisamente este estado de sonho, em maior ou menor grau, que nos

acompanhará durante o restante do dia e, como não poderia ser diferente, nos acompanhará durante as horas

de sono. A isso damos o nome de CONSCIÊNCIA ADORMECIDA. Acontece que estes sonhos, desconectos

com a realidade daquilo que estejamos fazendo naquele exato momento, moldarão um estado interior

completamente estranho aos fatos que nos cercam. Esses são OS ESTADOS INTERIORES EQUIVOCADOS.

A consciência adormecida, com seus estados interiores equivocados, os quais geram todo tipo de erros, são

os resultados terríveis da mecanicidade, que por sua vez geram todo tipo de situações desagradáveis em

nossas vidas cotidianas.

Tudo seria diferente se não fossemos passivos e lutássemos por nós mesmos. Entendamos aqui nós mesmos,

como bem devem já devem ter aprendido, a nossa consciência, nossa essência e não o ego. A Grande Obra

toda ela é feita Conscientemente e ativamente. Evolui-se espiritualmente através de “PADECIMENTOS

VOLUNTÁRIOS E TRABALHOS CONSCIENTES”. A atividade é necessária desde a base da Grande Obra até

sua conclusão. Assim, queremos dizer com isso, que o processo do despertar da consciência é um processo

ativo que exige esforço constante e consciente.

As técnicas que passamos aqui, as quais, conforme dissemos, são acessórias porém indispensáveis para o

despertar da consciência, estão precisamente na base da Grande Obra. Podemos descrever teoricamente

este procedimento como sendo a maneira de se fazer com que a Essência Livre esteja no comando de todos

os nossos processos diários. A isso chamamos de ‘RECORDAÇÃO DE NÓS MESMOS’.

O despertar da consciência definitivo se dá quando consigamos liberar os cem por cento de nossa essência e

levemo-la, fazendo com que ela também escape do calabouço da mente, precisamente nos momentos do

sono, a vivenciar seu mundo, que é a sexta dimensão.

Como bem se devem lembrar, pois explicamos em lições precedentes, quando os três por cento de Essência

livre, que cada qual mais ou menos possui, chega a se livrar do ego e da mente nos momentos de sono e

entra consciente na Sexta Dimensão, essa pequena porcentagem vem a despertar. O despertar total da

consciência é, não obstante, um processo gradativo e só depende do esforço constante para se ir fazendo

Page 3: METODO PARA O DESPERTAR DA CONSCIENCIA.odt

perceber. MEDITAI todos os dias, portanto. Eliminai até a raiz de vossos defeitos psicológicos.

O despertar também se observa por dimensões. Hoje quase toda a humanidade não está desperta nem no

mundo físico. Assim, passemos a despertar primeiro no mundo físico, depois no vital, astral, mental até

chegarmos ao intuicional e búdico, já na sexta dimensão, que é o mundo da consciência. Porém o processo do

despertar não termina aí. Depois de despertos na sexta dimensão, só nos restará despertar no mundo do

Ìntimo, a sétima dimensão, o Mundo de Deus. É interessante notar uma curiosidade importante: aquele que

desperta no mundo astral, por exemplo, passa a realizar o desdobramento astral com total naturalidade todas

as noites. E assim por diante. É absolutamente possível que despertemos os três por cento de Essência Livre

que cada um de nós mais ou menos possui, até a sexta dimensão, mediante o esforço individual.

Com o simples esforço diário de se conseguir com que a Essência seja a dona de nossos processos interiores,

ou, em outras palavras, quando tentamos durante o decorrer do dia inteiro transferir o nosso centro de

gravidade da personalidade (C.G.) para a Essência (C.G.P.), obteremos já inúmeras vantagens. Fica muito

mais fácil, por exemplo, quando chega a noite, de se conseguir o êxito nas práticas de desdobramento astral e

de Meditação, pois a mente já estará doutrinada. Outra vantagem é a de nos levar a morrermos em nós

mesmos muito mais rápido, o que nos proporcionará o equilíbrio dos cinco centros da máquina humana, que

por sua vez nos posicionará a um passo do despertar da Kundalini. Claro está que se passarmos o dia todo

sonhando, quando chegar o momento de nos dedicar às práticas noturnas, será impossível de se reverter essa

tendência onírica, assim porque sim. Mas, ao contrário, se estivermos já bem desenvoltos em nos esforçarmos

constantemente para despertar a consciência durante o dia, quando chegar a noite, tudo ficará mais fácil, pois

meio caminho já estará trilhado. Isso dá ensejo, como dissemos, para o êxito no desdobramento astral e na

Meditação. Assim, se explica porquê em lições precedentes dissemos que o êxito no desdobramento astral é

um termômetro das práticas diárias, referindo-nos, sobretudo, à morte do eu e à conquista do C.G.P..

Aliás, aproveitaremos para salientar mais uma vez que o DESDOBRAMENTO ASTRAL é uma tarefa que se

exige resultado do neófito o quanto antes, pois a verdadeira Gnose está no mundo astral. Assim, ao se

conseguir o desdobramento astral, ore ao seu Pai Interno para que o leve à Santa Igreja Gnóstica da Loja

Branca. E ele assim, o levará, se méritos tivermos. Caso não tenhamos méritos para adentrar à Santa Igreja

Gnóstica da Loja Branca, procuremos consegui-los com os Três Fatores de Revolução da Consciência.

É claro que a morte do eu psicológico é a base fundamental desse processo do despertar da consciência. São

os Eus quem intentam puxar todo o nosso interior para a fascinação, para a mecanicidade, para a passividade,

para a identificação com as coisas da vida diária. Os eus são as causas dos nossos tropeços, de nossos erros,

de nossos desejos, que por sua vez, são as causas do sofrimento. O eu é pura desordem e indisciplina. Etc.

"a verdade e a autêntica felicidade estão mais além do bem e do mal; do corpo, dos afetos e da mente".

A Essência por si só é feliz e quando unida com Deus é plena do gozo inefável do primeiro instante, o Fiat Lux.

A morte do eu psicológico libera a essência. A Meditação desperta a consciência. A magia sexual une a Alma

com Deus.

O trabalho com a eliminação dos detalhes - a Mote em Marcha - é, portanto, fundamental para que ampliemos

a nossa consciência e diminuamos a força destes incontáveis elementos subjetivos que intentam tirar o C.G.

da Essência.

Não é tarefa fácil tentar aqui explicar o que é a consciência, sobretudo em palavras. A consciência é luz que as

trevas não vêem... A consciência é mais ou menos fácil de ser percebida, caso falemos assim: quando

dizemos que um lutador de box cai na lona desmaiado, dizemos que ele perdeu a consciência; quando ele

acorda, dizemos que recobrou a consciência, até aqui tudo bem, não é? Mas, quando dizemos que por um ato

meu alguma pessoa se prejudicou, vocês entenderiam se eu dissesse que foi por falta de consciência da

minha parte? Claro! Pois aí estão os eus atuando... se atuei errado foi por que naquele exato momento algum

eu se apoderava de meus centros da máquina humana... bem como, foi por que não tive a percepção de ver a

verdade do fato e nem mensurar suas conseqüências posteriores, pois estava adormecido... seria, deste

Page 4: METODO PARA O DESPERTAR DA CONSCIENCIA.odt

modo, culpado por inconsciência, negligência, inclusive por ignorância de não ter ainda descoberto em mim

mesmo esses tais eus, defeitos psicológicos, bem como de não ter os sentidos físicos ou extrasensoriais, tais

quais a intuição, que nos põe em contato direto com Deus, o bastante desenvolvidos, em virtude do

engarrafamento que o eu promove na consciência; tampouco, em virtude dos eus, seria ainda culpado por não

ter a mente o bastante serena e passiva para poder refletir serenamente, vislumbrando a verdade e sendo

guiada pelo amor, qualidade primeira da alma, antes de tomar qualquer atitude... (calma! Isso não quer dizer

que a Lei Divina julgue as pessoas como eu me julguei acima...)

A consciência é o silêncio que a tudo penetra, cuja sede é o coração tranquilo. Em gnose, por se tratar do

estudo de coisas primordialmente interiores, a maioria dos temas acabará com esta definição: enfim, a

consciência somente poderá ser compreendida através de vivência íntima direta.

Enfim, Consciência é a própria Divina Mãe Kundalini, a Deusa Mãe, o Amor incondicional real aqui e agora.

Estivemos falando em teorias até agora. Vamos às práticas.

A chave SOL nada mais é do que o poder de estarmos aqui e agora conscientes de quem somos, de que

estamos fazendo e onde estamos; tudo isso em completo silêncio interior. Observem que é bastante distinto o

raciocinar em estar aqui e agora, da simples vivência de percebermos que estamos aqui e agora. Quanto a

isso o mestre Rabolu nos dá um bom conselho, em um dos seus livros, sobre o potencial de mecanização que

esta prática tem. É muito fácil para uma pessoa sonhar enquanto esteja falando consigo mesma: Sujeito...

Objeto... Lugar... Este simples fato já se torna algo mental; uma tagarelice interior. Contudo, o que se almeja

realmente com essa prática é tornar possível a auto-observação de nós mesmo. Assim, o sujeito (o S da chave

SOL) é a consciência que a tudo silenciosamente penetra e não o eu, tampouco a mente; o OBJETO e o

LUGAR nada mais são do que a concentração no que se está fazendo, Aqui e Agora. A chave SOL para ser

melhor entendida e colocada em prática com sucesso deve ser complementada, ou melhor, deve ser dita de

outra maneira. Troquemos, pois, o S, pela frase “RECORDAÇÃO DE NÓS MESMO”. E, é claro, sem nos

esquecermos jamais que, neste caso, nós somos a consciência. Troquemos, consecutivamente, o O e o L,

pela “CONCENTRAÇÃO NO QUE ESTIVERMOS FAZENDO AQUI E AGORA”.

A GNOSE É A CIÊNCIA DA MOMENTANEIDADE. Estarmos aqui e agora é nosso dever.

Deste modo, acrescentaremos que estar concentrado em algo É TER OS CINCO SENTIDOS E A MENTE no

objeto, DE MANEIRA NATURAL, OU SEJA, COM O CORAÇÃO TRANQUILO, cônscios dos objetivos com que

o fazemos. Ou seja, é a consciência quem deve, também, tomar conta deste processo do que fazemos e por

que fazemos, controlando a mente (calando a mente) na base da vontade, extraindo-lhe seus frutos de ouro,

ou seja a imaginação (Visão) e a compreensão; assim, em outras palavras diremos que tudo obedece ao

coração tranqüilo - sempre! Isso tudo sem nos esquecermos, de maneira nenhuma, pois esta é a parte mais

importante, da auto-observação de nós mesmos, principalmente nos três principais centros de nossa máquina

humana. Tudo ao mesmo tempo agora! Parece difícil? Mas, se formos colocando as coisas em prática,

conforme vos ensino, aparecerá como por encanto o estado interior correto, com o qual é possível

percebermos o eu em plena atuação, momento em que teremos a oportunidade de eliminá-lo e assim

ganharmos mais consciência.

Deste modo, é a alma silenciosa que empunhando a vontade, chega a controlar os poderes maravilhosos da

mente e retorna ao coração, ciente de tudo.

Para que a alma desperte é necessário que meditemos muito, todos os dias. Isso do despertar a consciência é

algo cem por cento prático. Ninguém despertará por teorias. Somente desperta e conhece o sabor psicológico

da consciência desperta aquele que a despertou.

Vontade e coração tranqüilo em plena harmonia é igual a silêncio. AQUI E AGORA.

A DIVISA DA GNOSE É TELEMA, VONTADE. É necessário muito esforço para conseguirmos qualquer avanço

nestas práticas esotéricas. TENACIDADE E PACIÊNCIA são as primeiras qualidades a serem exigidas de

qualquer iniciando.

Page 5: METODO PARA O DESPERTAR DA CONSCIENCIA.odt

Chegando ao final deste tema, retomaremos algo que em algum lugar deste curso já dissemos. Queremos

mencionar aquela advertência para não confundirmos as duas escolas, Ação e Visão. Mencionamos inclusive

que Escolas de Ação são aquelas que dão ênfase ao trabalho com o despertar da consciência. Já Escolas de

Visão são as que dão ênfase à morte do mim mesmo. Em suma uma toca nosso íntimo com as forças

superiores e a outra com as forças inferiores de nosso ser. São, portanto, aparentemente, estas duas escolas

opostas, mas, no entanto, devem se complementar harmoniosamente dentro de nós mesmos aqui e agora. De

maneira que os dois trabalhos, conforme mencionei mais acima, o da concentração naquilo que estamos

fazendo e a auto-observação seguida de morte em marcha, ainda que sejam opostos, devem se harmonizar

durante o dia.

Para ampliar um pouco mais nossos estudos, diremos que dentro de nós há duas forças básicas: uma ativa e

outra passiva. Uma solar e outra lunar. Uma quente e outra fria. Deus Pai e Deusa Mãe. Uma que faz contrair

a outra relaxar. Sabedoria e Amor. Opostas, enfim, porém cem por cento complementares. A cruz maravilhosa

do cristianismo, bem como a cruz maia, a egípcia, etc, simbolizam esse cruzamento, essa harmonização.

Assim, imaginação e vontade devem se harmonizar para o despertar da consciência. Auto-observação seguida

de morte-em-marcha e o esforço para o despertar da consciência devem se harmonizar perfeitamente dentro

de nós mesmos, para um correto desenvolvimento do nosso Ser.

O mestre Rabolu dá uma dica fundamental a respeito disso. Diz ele que se a pessoa segue durante o dia se

concentrando no eu que vai matar, pode se desconcentrar daquilo que está fazendo e pode cometer erros,

pois acaba por se identificar com um destes eus. Deixa-nos a dica de que a morte deve ser rápida e certeira,

pois o ego vai morrendo por níveis, ou seja, ainda que não o compreendamos ao todo, ele vai perdendo forças

e sendo eliminado harmoniosamente de acordo com o nosso despertar da consciência. Desta maneira, o que

se observa na prática é que o processo do despertar a consciência faz com que os egos se tornem aparentes,

sendo, assim, facilmente captados pelo sentido da auto-observação. Basta não esquecermos jamais de auto-

observarmos aos nossos três centros. Ao ego que apareça pediremos a sua morte instantânea e, logo,

seguimos buscando a perfeita concentração naquilo que estivermos fazendo, sem nos esquecermos nunca de

que nós somos a alma, a essência, a consciência, cuja sede é o coração tranqüilo e a mente passiva. Neste

momento convém recordarmos do tema anteriormente aqui ministrado, de suma importância, o qual é

conveniente ser reestudado: ESTADOS E EVENTOS.

É, pois, a Essência quem observa os eus em atuação e o capta através do seu sentido de auto-observação.

Não obstante, vontade, imaginação, observação, tudo parte também do coração tranqüilo aqui e agora, que é

a mesma Essência, Consciência. Desta maneira estaremos durante todo o dia realizando dois trabalhos:

morrendo em nós mesmos e despertando a consciência.

De fato, este tema do despertar da consciência parece bastante incompreensível e até confuso para o

intelecto, mas, quando levamos a sério esta prática, bem como as demais que os Mestres nos ensinam e as

realizamos, a vivência íntima fará com que a compreensão venha a se acercar de nós pouco a pouco.

Boas práticas!