Metodologia Teórica e Experimental para Determinação das

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  • UNIVERSIDADE DE SO PAULO - USP

    ESCOLA DE ENGENHARIA DE SO CARLOS - EESC

    DEPARTAMENTO DE HIDRULICA E SANEAMENTO

    JULIANA DORN NBREGA

    Metodologia Terica e Experimental para Determinao das

    Caractersticas do Ressalto Hidrulico Clssico

    VERSO CORRIGIDA

    So Carlos

    2014

  • JULIANA DORN NBREGA

    Metodologia Terica e Experimental para Determinao das

    Caractersticas do Ressalto Hidrulico Clssico

    Dissertao apresentada Escola de

    Engenharia de So Carlos, da Universidade de

    So Paulo, como parte dos requisitos para

    obteno do ttulo de Mestre em Cincias:

    Engenharia Hidrulica e Saneamento.

    Orientador: Prof. Dr. Harry Edmar Schulz

    VERSO CORRIGIDA

    So Carlos

    2014

  • Tnia Maria, me dedicada e

    mulher virtuosa, dedico.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus pelo dom da vida, por seu amor incondicional, e pelas benos

    durante a concretizao dessa etapa.

    Agradeo minha me, Tnia Maria, pela dedicao como me, por sempre me

    incentivar a conquistar os meus sonhos, e porque mesmo distante fisicamente, se faz sempre

    presente nos momentos de alegria e dificuldades. Ao meu pai, Paulo Csar, pelos sbios

    conselhos e apoio. minha irm Gabriela pelo companheirismo de sempre. Aos demais

    parentes e amigos de famlia prximos, em especial, v Ins, Maria Ins, Dona Mafalda,

    Elzinei, e Ins.

    Agradeo ao professor orientador Harry E. Schulz, pela oportunidade de ser sua

    orientada, pelas impecveis correes dos trabalhos, seriedade, e por sempre me transmitir

    confiana e entusiasmo. Alm disso, por ser uma grande motivador no desenvolvimento deste

    trabalho. Ao professor Rodrigo de Melo Porto, pelo incio de orientao do Mestrado e pelos

    ensinamentos. Aos professores David Z. Zhu e Nallamuthu Rajaratnam por terem me

    recebido na Universidade de Alberta e pelas contribuies em minha pesquisa. Ao Andr L.

    A. Simes pela solicitude em responder algumas dvidas, e por ter tido forte influncia na

    elaborao deste trabalho.

    Agradeo aos tcnicos Luiz Muzzeti, Roberto Brgamo e Perry Fedun (da

    Universidade de Alberta) pelo auxlio nos experimentos. Aos funcionrios do Depto. de

    Hidrulica e Saneamento, S, Rose, Luciane, Priscila, Andr Canale pela receptividade, ajuda

    e carinho.

    Agradeo s grandes amigas Carla Diniz e Karen Meca, pela convivncia diria nos

    dois anos de Mestrado, afinidade, e felicidade compartilhada. Carla Diniz, em particular,

    agradeo pela leitura crtica e auxlio na formatao de alguns trabalhos.

    Agradeo aos demais amigos que tornaram minha estadia em So Carlos agradvel e

    prazerosa: Anne, Amanara, Ana Paula, Andressa, Araceli, Bruno, Camila, Carolina, Daniele,

    Felipe, Fernanda, Frederico, Gabriela, Jairo, Jlia, Las, Marcus, Matheus, Narumi, Nathlia,

    Paulo, Rodrigo, Tcyo, Thalita, Tiago, e outros amigos da ps-graduao.

  • Agradeo tambm aos amigos do Canad e da Universidade de Alberta: Baki, David

    Jones, Emily, Kim Sook, Marie-ve, Sharmina, Truonghuy, Wanyun, Wenming, Yiyi MA,

    Xuezhi Tan.

    Ao CNPq e Fapesp pela concesso da bolsa e auxlio financeiro na pesquisa.

    todos que direta ou indiretamente contriburam no desenvolvimento deste trabalho.

  • i

    RESUMO

    NBREGA, J. D. Metodologia terica e experimental para determinao das

    caractersticas do ressalto hidrulico clssico. 2014. 241 f. Dissertao (Mestrado). Escola

    de Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo, So Carlos, 2014.

    Embora o ressalto hidrulico seja um assunto j muito estudado, igualmente um

    assunto de grande interesse, acerca do qual ainda existem diversos questionamentos a respeito

    de suas caractersticas. Por essa razo, buscou-se neste projeto o desenvolvimento de estudos

    experimentais e a proposio de um modelo terico. Os trabalhos experimentais foram

    desenvolvidos com o uso de um sensor ultrassnico, para aquisio de dados instantneos da

    superfcie livre, sendo estudados ressaltos com nmero de Froude na seo supercrtica entre

    1,94 e 5,26 e duas condies de controle a montante: comporta plana e vertedor de soleira

    espessa. As seguintes variveis foram avaliadas a partir dos experimentos: comprimento do

    rolo, comprimento do ressalto, intensidade turbulenta vertical, perfil da superfcie livre e

    frequncias dos sinais de sada do sensor. Os perfis da superfcie livre, considerando-se

    separadamente os dados de comporta e vertedor, foram ajustados a partir de uma equao

    heurstica e as frequncias caractersticas foram comparadas com os comprimentos

    caractersticos do ressalto. Alm disso, foram efetuados registros fotogrficos do escoamento

    com uma cmera de alta velocidade e luz laser para uma condio experimental (com baixo

    nmero de Froude supercrtico), sendo a superfcie livre detectada por meio de tcnicas usuais

    de processamento de imagens. O perfil mdio obtido com o sensor foi semelhante ao perfil

    das imagens. Em relao ao modelo terico proposto, este foi desenvolvido a partir de dois

    volumes de controle (VC) fixos, sendo obtidas duas equaes para a relao entre o

    comprimento do rolo e a altura supercrtica. Verificou-se uma variao de quarenta porcento

    entre os valores previstos com as equaes e os dados experimentais, em funo da prpria

    divergncia dos dados de comprimento do rolo indicados pelos autores. De forma geral, o

    estudo mostrou-se relevante por possibilitar a avaliao da estrutura externa do ressalto

    hidrulico por meio de diferentes abordagens metodolgicas.

    Palavras-chave: sensor ultrassnico; cmera de alta velocidade; processamento de imagens;

    modelo terico; comprimento do rolo; comprimento do ressalto.

  • ii

  • iii

    ABSTRACT

    NBREGA, J. D. Theoretical and experimental methodology for determining the

    characteristics of classical hydraulic jump. 2014. 241 f. Dissertao (Mestrado). Escola de

    Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo, So Carlos, 2014.

    Althought hydraulic jump has been studied for a long time, it is equally a theme of

    large interest, which many aspects related to its characteristics remain unanswered. Therefore,

    the development of experimental studies and the proposal of a theoretical model was sought

    in this project. The experimental works were carried out using an ultrassonic sensor, in order

    to acquire instantaneous data of the free surface, being studied hydraulic jumps with inflow

    Froude number ranging between 1.94 and 5.26 and two upstream control structures: plane

    gate and broad-crested weir. The following variables were evaluated: roller length, hydraulic

    jump length, vertical turbulent intensity, free surface profile, frequencies of the output data

    sensor. The free surface profiles, considering individually the plane gate and broad-crested

    weir, were adjested using a heuristic equation and characteristic frequencies were compared to

    the characteristic jump lengths. Furthermore, the flow was photographed using a high speed

    camera and a laser light for one experimental condition (for low inflow Froude number). The

    free surface in images were detected trought usual image processing techniques. The mean

    profile obtained from the sensor was very similar to the images profile. Regarding the

    theoretical model, it was developed considering two fixed control volumes (VC), obtaining

    two equations for the roller length and supercritical depth ratio. A variation of forty percent

    was observed between the predicted and experimental values, due to the own divergence

    among the roller length data suggested by the authors. Overall, the study was relevant,

    because it allowed the evaluation of the external structure of hydraulic jumps by means of

    different methodological approaches.

    Keywords: ultrasonic sensor; high speed camera; image processing; theoretical model; roller

    length; hydraulic jump length.

  • iv

  • v

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1.1. Tipos de ressaltos hidrulicos. Fonte: Adaptado de Rajaratnam (1967).

    yt=profundidade no final do rolo; y1=profundidade supercrtica; y2=profundidade subcrtica;

    Lr=comprimento do rolo. ............................................................................................................ 4

    Figura 1.2. Caractersticas geomtricas do ressalto hidrulico. Fonte: Adaptado de Rajaratnam

    (1967). Lr = comprimento do rolo; Lj = comprimento do ressalto; y1 = profundidade

    supercrtica; y2 = profundidade subcrtica; yt = profundidade no final do rolo. ......................... 5

    Figura 3.1. Ressalto hidrulico em uma bacia horizontal. Fonte: Adaptado de Peterka (1984).

    L o comprimento da bacia de dissipao de energia. ............................................................ 13

    Figura 3.2. Distribuio de velocidade no eixo do canal. F1 = 4,95, y1 = 63,8mm. ................. 14

    Figura 3.3. Esquema da entrada de ar no ressalto hidrulico. Fonte: Murzyn e Chanson

    (2007). x a distncia a partir da comporta; y a profundidade de gua em relao ao fundo

    do canal; y1 e y2 so as alturas conjugadas; a profundidade da camada limite. .................. 14

    Figura 3.4. Ressalto ondular. Fonte: Chanson (2009). Condies de escoamento: F1 = 1,35,

    y1=9 cm, Re=1,1x105. .............................................................................................................. 17

    Figura 3.5. Pr-ressalto. F1 entre 1,7 e 2,5. Fonte: Adaptado de Peterka (1984). .................... 18

    Figura 3.6. Ressalto oscilante. F1 entre 2,5 e 4,5. Fonte: Adaptado de Peterka (1984). .......... 18

    Figura 3.7. Ressalto estvel. F1 entre 4,5 e 9,0. Fonte: Adaptado de Peterka (1984)............... 19

    Figura 3.8. Ressalto forte. F1 maior que 9,0. Fonte: Adaptado de Peterka (1984). .................. 19

    Figura 3.9. Alturas do ressalto hidrulico. Fonte: Adaptado de Rajaratnam (1967). ............... 23

    Figura 3.10. Curvas do comprimento do ressalto para diferentes bacias ensaiadas. Fonte:

    Adaptado de Peterka (1984). .................................................................................................... 28

    Figura 3.11. Comprimentos caractersticos do ressalto. ........................................................... 29

    Figura 3.12. Perfil adimensional das flutuaes da superfcie livre y/y1 em ressalto hidrulico

    para diversas condies experimentais (F1 = 3,1 a 8,5). Fonte: Murzyn e Chanson (2007).

    x1 a posio de incio do ressalto; y1 a profundidade supercrtica do escoamento; y o

    valor rms das flutuaes da superfcie livre. ............................................................................ 33

    Figura 4.1. Modelo adotado por Hager e Hutter (1983). p a profundidade da zona de

    separao e h a profundidade da zona de escoamento. .......................................................... 37

    Figura 4.2. Esboo do ressalto hidrulico. Fonte: Castro-Orgaz e Hager (2009).

    r(x) a profundidade da regio do rolo e h(x) a profundidade da regio do escoamento

    principal. ................................................................................................................................... 38

    Figura 4.3. Volumes de controle do ressalto. ........................................................................... 38

  • vi

    Figura 4.4. Ressalto hidrulico idealizado segundo dois VCs. y1 e y2 so as profundidades

    conjugadas, sendo H a diferena entre elas.............................................................................. 39

    Figura 4.5. Volume de Controle 1 isolado e em equilbrio. ..................................................... 41

    Figura 4.6. Regies I, II e III do VC1, com velocidades Vdown, V1 e Vup, respectivamente. ... 41

    Figura 4.7. Perfis de velocidade em cada regio caracterstica. .............................................. 44

    Figura 4.8. Representao do fluxo de energia no VC1. ......................................................... 45

    Figura 4.9. Volume de Controle 2. ........................................................................................... 49

    Figura 4.10. Comprimento do rolo para escoamento a montante do ressalto: a) desenvolvido e

    b) no desenvolvido. Fonte: Adaptado de Hager, Bremen e Kawagoshi (1990). .................... 52

    Figura 4.11. Conjunto de valores de Lr / y1 com relao ao nmero de Froude. ..................... 53

    Figura 4.12. Comparao entre Lr/y1 experimental e terico. a) Hughes e Flack (1984); b)

    Carollo, Ferro e Pampalone (2007); c) DaiPr (2011); d) Peterka (1984); e) Hager, Bremen e

    Kawagoshi (1990). ( ) Lr/y calculados com a Eq. 4.31 do VC1; ( ) Lr/y1 calculados com a

    Eq. 4.32 do VC2. ...................................................................................................................... 55

    Figura 4.13. Soluo da equao do VC1 (Eq. 4.31) para cada teste experimental. ............... 56

    Figura 4.14. Soluo da equao do VC2 (Eq. 4.32) para cada teste experimental. ............... 56

    Figura 4.15. Soluo da equao do VC1 para todos os testes experimentais. Valores tericos

    calculados com a Eq. 4.33. ....................................................................................................... 57

    Figura 4.16. Soluo da equao do VC2 para todos os testes experimentais. Valores tericos

    calculados com a Eq. 4.34. ....................................................................................................... 58

    Figura 4.17. Soluo para F1. (continua). ................................................................................. 59

    Figura 4.18. Soluo para F1 com a Eq. 4.37. .......................................................................... 61

    Figura 5.1. Canal I, de laterais de acrlico (300 cm de comprimento e 10 cm de largura). ..... 68

    Figura 5.2. Detalhe do (a) vertedor de soleira espessa; (b) da comporta plana do Canal I. ..... 68

    Figura 5.3. Desenho esquemtico do aparato experimental do Canal II. ................................. 69

    Figura 5.4. Canal de concreto (Canal II). a) Comporta a montante; b) Detalhe da ponta

    linimtrica, soleira espessa, e final do canal. Canal de 41 cm de largura. ............................... 69

    Figura 5.5. Aparato experimental do canal III. 1) Conduto de abastecimento; 2) Vlvula de

    gaveta; 3) Reservatrio; 4) Indicador do medidor de vazo magntico; 5) Comporta de

    montante; 6) Luz laser; 7) Sensor ultrasnico; 8) Canal; 9) Comporta de jusante. ................. 70

    Figura 5.6. Canal III, de 48 cm de largura e 5 m de comprimento. ......................................... 70

    Figura 5.7. Sensor ultrassnico posicionado acima da superfcie livre. .................................. 71

    Figura 5.8. Curva de calibrao do medidor eletrnico de vazo. ........................................... 72

    0 20 40 60 80 1000

    20

    40

    60

    80

    100

    L / y1 experimental

    L / y

    1 terico

    VC1

    VC2

    - 25%

    + 25%

    Hager, Bremen e Kawagoshi (1990)

    0 20 40 60 80 1000

    20

    40

    60

    80

    100

    L / y1 experimental

    L / y

    1 terico

    VC1

    VC2

    - 25%

    + 25%

    Hager, Bremen e Kawagoshi (1990)

  • vii

    Figura 5.9. Canal de concreto (Canal II). a) Vertedor triangular de parede delgada a montante

    do canal; b) Piezmetro na lateral do canal. ............................................................................. 73

    Figura 5.10. Detalhe da comporta plana e do ressalto hidrulico............................................. 74

    Figura 5.11. Escoamento a jusante do jato em queda livre. ..................................................... 74

    Figura 5.12. Interface grfica do do programa Logger Lite, da Vernier. (Leituras

    representam distncia em relao ao fundo). Cada cor representa uma seo longitudinal de

    medida. Experimento III 27 (parte dos dados). Canal III. ........................................................ 76

    Figura 5.13. Elementos de um Box-plot. Fonte: Adaptado de Magalhes e Lima (2010). ...... 77

    Figura 5.14. Diagrama box-plot dos dados brutos do sensor ultrassnico, com outliers, para as

    30 primeiras posies medidas. F1 = 3,0. Fonte:Adaptado de Simes, Schulz e Porto (2010).

    .................................................................................................................................................. 78

    Figura 5.15. Diagrama box-plot dos dados do sensor ultrassnico aps a excluso dos outliers,

    para as 30 primeiras posies medidas. F1 = 3,0. Fonte: Adaptado de Simes, Schulz e Porto

    (2010). ...................................................................................................................................... 78

    Figura 5.16. Ressalto com comprimentos caractersticos......................................................... 80

    Figura 5.17. Detalhe do comprimentos: Lr (comprimento do rolo), Lj (comprimento do

    ressalto), Lzt (comprimento de transio). Tempo de exposio: 1/160 s. F1=2,99; Q=4,6 L/s; -

    y1=2,9 y2=13,2. ......................................................................................................................... 81

    Figura 5.18. Detalhe do comprimentos: Lr (comprimento do rolo), Lj (comprimento do

    ressalto), Lzt (comprimento de transio). Mesma condio experimental da Figura 5.17.

    Tempo de exposio: 1/6 s. F1=2,99; Q=4,6 L/s; y1=2,9 y2=13,2. ........................................... 81

    Figura 5.19. Nomenclatura dos experimentos. ......................................................................... 82

    Figura 5.20. Relao entre os nmeros de Froude calculados.................................................. 83

    Figura 5.21. Relao entre o nmero de Froude e a razo entre profundidades conjugadas. .. 84

    Figura 5.22. Adaptado de Gill (1979). yc a profundidade crtica; y0 a profundidade no final

    do degrau; yp a profundidade da gua abaixo da lmina dgua; y1 e y2 so as profundidades

    conjugadas; H a altura do degrau; L0 a distncia do final do degrau at a seo de

    profundidade y1. ....................................................................................................................... 85

    Figura 5.23. Perfil mdio da superfcie livre do experimento I-S. ........................................... 86

    Figura 5.24. Perfil mdio da superfcie livre do experimento I-C. ........................................... 87

    Figura 5.25. Perfil mdio da superfcie livre do experimento II. ............................................. 88

    Figura 5.26. Perfil mdio da superfcie livre do experimento III. ............................................ 89

    Figura 5.27. Perfil mdio da superfcie livre do experimento III. Detalhe do perfil para

    distncia longitudinal -20 a 120 cm. ......................................................................................... 89

  • viii

    Figura 5.28. Formao de ondas laterais contrrias ao escoamento. Vista de cima do

    escoamento. F1 = 5,26, Exp. III 39. ......................................................................................... 90

    Figura 5.29. Perfil mdio para a posio central (M) e posio lateral (S) do experimento III.

    .................................................................................................................................................. 90

    Figura 5.30. Definio do escoamento supercrtico a montante do ressalto. ........................... 91

    Figura 5.31. Perfis de velocidade para ressalto com escoamento a montante: a) no

    desenvolvido, b) desenvolvido. Fonte: Resch, Leutheusser e Coantic (1976). ....................... 91

    Figura 5.32. Perfil apresentado no Apndice C. Experimento: III 34. x1 a posio de incio

    do ressalto. ( ) Mdia com outliers; ( ) Mdia desvio-padro; ( ) Mdia sem outliers; (

    ) Valiani (1997); ( ) Hager (1993). .............................................................................. 93

    Figura 5.33. Exemplo de profundidades negativas registradas. Experimento I 6S. Canal I.

    x1 a posio de incio do ressalto. ......................................................................................... 94

    Figura 5.34. Grfico box-plot com reduo de nmero de outliers e da altura da caixa box-

    plot. Experimento II 31. Canal II. x1 a posio de incio do ressalto. ................................... 94

    Figura 5.35. Grfico box-plot do Experimento I 3 S com assimetria. Canal I. ....................... 95

    Figura 5.36. Presena de picos nos dados de profundidade do Exp. III 39. Canal III. ............ 95

    Figura 5.37. Profundidades inferiores mdia incosistentes do Exp. I3S. Canal I. ................ 96

    Figura 5.38. Perfil de intensidade turbulenta vertical do experimento I-S. x1 a posio de

    incio do ressalto. ..................................................................................................................... 97

    Figura 5.39. Perfil de intensidade turbulenta vertical do experimento I-C. Canal I, com

    comporta plana. x1 a posio de incio do ressalto. ............................................................... 97

    Figura 5.40. Perfil de intensidade turbulenta vertical do experimento II. Canal II. x1 a

    posio de incio do ressalto. ................................................................................................... 98

    Figura 5.41. Perfil de intensidade turbulenta vertical do experimento III. x1 a posio de

    incio do ressalto. ..................................................................................................................... 98

    Figura 5.42a. Valores tericos do Lr para o experimento I-S (continua). ................................ 99

    Figura 5.43a. Comprimento do rolo adimensional do Exp. I-S, soleira espessa (continua). . 102

    Figura 5.44. Valores experimentais e semi-empricos calculados com a Eq. 5.11 e 5.12. .... 106

    Figura 5.45a.Valores tericos de Lj/y1 para o Exp. I-S. ......................................................... 108

    Figura 5.46a.Valores tericos e observados de Lj/y1 do Exp. I S. ......................................... 110

    Figura 5.47. Distribuio do nmero de Strouhal ao longo do ressalto hidrulico. ............... 113

    Figura 5.48. Distribuio de frequncias dominantes ao longo do ressalto hidrulico. ........ 113

    Figura 5.49. Grfico frequncia versus amplitude com duas frequncias caractersticas.

    Posio x - x1 = 4 cm. Exp. I 1.8C. ........................................................................................ 114

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1001

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    x - x1 (cm)

    y (

    cm

    )

    Mdia com outliers Mdia + desvio padro Mdia - desvio padro Mdia sem outliers Valiani (1997) Hager (1993)

    Exp. I 2S

    F1 = 3,31

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1001

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    x - x1 (cm)

    y (

    cm

    )

    Mdia com outliers Mdia + desvio padro Mdia - desvio padro Mdia sem outliers Valiani (1997) Hager (1993)

    Exp. I 2S

    F1 = 3,31

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1001

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    x - x1 (cm)

    y (

    cm

    )

    Mdia com outliers Mdia + desvio padro Mdia - desvio padro Mdia sem outliers Valiani (1997) Hager (1993)

    Exp. I 2S

    F1 = 3,31

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1001

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    x - x1 (cm)

    y (

    cm

    )

    Mdia com outliers Mdia + desvio padro Mdia - desvio padro Mdia sem outliers Valiani (1997) Hager (1993)

    Exp. I 2S

    F1 = 3,31

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1001

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    x - x1 (cm)

    y (

    cm

    )

    Mdia com outliers Mdia + desvio padro Mdia - desvio padro Mdia sem outliers Valiani (1997) Hager (1993)

    Exp. I 2S

    F1 = 3,31

  • ix

    Figura 5.50. Grfico frequncia versus amplitude com uma frequncia caracterstica. Posio

    x - x1 = 8 cm. Exp. I 1.8C. ...................................................................................................... 115

    Figura 5.51. Grfico frequncia versus amplitude com curva decrescente. ........................... 115

    Figura 5.52. Exemplo de grfico de frequncia mxima ( ) e frequncia adicional ( )

    apresentado no Apndice E. ................................................................................................... 116

    Figura 5.53a. Relao entre os comprimentos caractersticos do ressalto e frequncias de corte

    do Exp. I-S. ............................................................................................................................. 117

    Figura 5.54. Perfil adimensional do Experimento I S. Canal de acrlico de 10 cm de largura,

    com uso da soleira espessa. .................................................................................................... 121

    Figura 5.55. Perfil adimensional do Experimento I C. Canal de acrlico de 10 cm de largura,

    com uso da comporta plana. ................................................................................................... 121

    Figura 5.56. Perfil adimensional do Experimento II. Canal de concreto de 41 cm de largura,

    com uso da soleira espessa. .................................................................................................... 122

    Figura 5.57. Perfil adimensional do Experimento III (eixo adimensional at 3). Canal de

    paredes de acrlico de 48 cm de largura, com uso da comporta plana. .................................. 122

    Figura 5.58. Perfil adimensional do Experimento III (eixo adimensional at 6). Canal de

    paredes de acrlico de 48 cm de largura, com uso da comporta plana. .................................. 123

    Figura 6.1. Deteco de fronteira em: a) ressalto. Fonte: Misra et al. (2006); b) degrau de um

    vertedor escalonado. Fonte: Bung (2013)............................................................................... 130

    Figura 6.2. Detalhe da difrao da luz laser causada pelas bolhas ao longo do ressalto e pelas

    bolhas aderidas a parede do canal. Imagem # 296 do vdeo. Escala da imagem: centmetros.

    ................................................................................................................................................ 132

    Figura 6.3. Resultados sequenciais do processamento: a) Imagem #11 do video;b) Intensidade

    mdia de pixels; c) Imagem binria; d) Intensidade mnima de pixels; e) Intensidade mxima

    de pixel; f) Permetro e objetos classificados; g) Excluso de objetos classificados com menos

    de 80 pixels componentes; h) Imagem final. .......................................................................... 133

    Figura 6.4. Esquema das etapas sequenciais da anlise das imagens. .................................... 134

    Figura 6.5. Regio aproximada da Figura 6.3h. ..................................................................... 135

    Figura 6.6. Perfil mdio da superfcie livre para experimento com F1=2,27. Comparativo entre

    os perfis do sensor ultrassnico, anlise de imagens, e perfil de Hager (1993). x a distncia

    longitudinal; x1 a posio de incio do ressalto; y a profundidade mdia em cada posio;

    y1 a profundidade supercrtica. ............................................................................................ 136

    Figura 6.7. Evoluo temporal da superfcie livre a cada 2,5 segundos (500 imagens). ....... 136

    0 8 16 24 32 40 48 56 64 72 80 88 96 104 112 120 128 136 144 1500

    1

    2

    3

    4

    5

    x - x1 (cm)

    Ffs

    Exp. I 5S

    0 8 16 24 32 40 48 56 64 72 80 88 96 104 112 120 128 136 144 1500

    1

    2

    3

    4

    5

    x - x1 (cm)

    Ffs

    Exp. I 5S

    file:///F:/Dissertao_juliana%20final_correes4.docx%23_Toc395774591file:///F:/Dissertao_juliana%20final_correes4.docx%23_Toc395774591file:///F:/Dissertao_juliana%20final_correes4.docx%23_Toc395774591file:///F:/Dissertao_juliana%20final_correes4.docx%23_Toc395774591

  • x

    Figura 6.8. Variao da posio de incio do ressalto. Posio de incio definida a partir do

    primeiro pixel das imagens. ................................................................................................... 137

    Figura 6.9. RSD for i variando entre 1 a 4000 imagens. ........................................................ 138

    Figura 6.10. Movimentos das clulas turbulentas. ................................................................. 139

    Figura 6.11. Observao da evoluo dos turbilhes durante um perodo de 7 segundos de

    registro fotogrfico do escoamento. Exp. I - 5.0 C. ............................................................... 140

    Figura 8.1. Experimento: I 3 S. Vazo: 2,8 L/s. y1 = 2,2 cm, y2 = 7,9 cm. F1 = 2,72. ........... 169

    Figura 8.2. Experimento: I 3.6 S. Vazo: 3,3 L/s. y1 = 2,5 cm, y2 = 8,7 cm. F1 = 2,69. ........ 169

    Figura 8.3. Experimento: I 4 S. Vazo: 3,7 L/s. y1 = 2,8 cm, y2 = 9,5 cm. F1 = 2,52. .......... 169

    Figura 8.4. Experimento: I 5 S. Vazo: 4,6 L/s. y1 = 3,4 cm, y2 = 10,8 cm. F1 = 2,36. ......... 170

    Figura 8.5. Experimento: I 6 S. Vazo: 5,6 L/s. y1 = 3,9 cm, y2 = 12,1 cm. F1 = 2,30. ......... 170

    Figura 8.6. Experimento: I 7 S. Vazo: 6,5 L/s. y1 = 4,7 cm, y2 = 13,5 cm. F1 = 2,03. ......... 170

    Figura 8.7. Experimento: I 8 S. Vazo: 7,4 L/s. y1 = 5,3 cm, y2 = 14,5 cm. F1 = 1,94. ......... 171

    Figura 8.8. Experimento: I 1.2 C. Vazo: 1,1 L/s. y1 = 1,0 cm, y2 = 5,9 cm. F1 = 3,55. ....... 171

    Figura 8.9. Experimento: I 1.8 C. Vazo: 1,7 L/s. y1 = 1,4 cm, y2 = 7,8 cm. F1 = 3,21. ....... 171

    Figura 8.10. Experimento: I 5.0 C. Vazo: 4,6 L/s. y1 = 2,9 cm, y2 = 13,2 cm. F1 = 2,99. ... 172

    Figura 8.11. Experimento: II 21. Vazo: 21,0 L/s. y1 = 2,5 cm, y2 = 14,2 cm. F1 = 4,11. ..... 172

    Figura 8.12. Experimento: II 31. Vazo: 31,0 L/s. y1 = 3,5 cm, y2 = 17,4 cm. F1 = 3,67. ..... 172

    Figura 8.13. Experimento: II 40. Vazo: 40,0 L/s. y1 = 5,0 cm, y2 = 21,4 cm. F1 = 2,78. ..... 173

    Figura 8.14. Experimento: III 16. Vazo: 16,0 L/s. y1 = 2,8 cm, y2 = 8,0 cm. F1 = 2,27. ..... 173

    Figura 8.15. Experimento: III 21. Vazo: 20,9 L/s. y1 = 2,8 cm, y2 = 10,6 cm. F1 = 2,98. ... 173

    Figura 8.16. Experimento: III 27. Vazo: 26,9 L/s. y1 = 2,9 cm, y2 = 14,2 cm. F1 = 3,64. ... 174

    Figura 8.17. Experimento: III 34. Vazo: 34,2 L/s. y1 = 2,9 cm, y2 = 18,0 cm. F1 = 4,58. ... 174

    Figura 8.18. Experimento: III 39. Vazo: 38,9 L/s. y1 = 2,9 cm, y2 = 20,6 cm. F1 = 5,26. ... 174

    Figura 8.19. Experimento: I 3 S. Vazo: 2,8 L/s. y1 = 2,2 cm, y2 = 7,9 cm. F1 = 2,72. ......... 185

    Figura 8.20. Experimento: I 3.6 S. Vazo: 3,3 L/s. y1 = 2,5 cm, y2 = 8,7 cm. F1 = 2,69. ...... 185

    Figura 8.21. Experimento: I 4 S. Vazo: 3,7 L/s. y1 = 2,8 cm, y2 = 9,5 cm. F1 = 2,52. ......... 185

    Figura 8.22. Experimento: I 5 S. Vazo: 4,6 L/s. y1 = 3,4 cm, y2 = 10,8 cm. F1 = 2,36. ....... 186

    Figura 8.23. Experimento: I 6 S. Vazo: 5,6 L/s. y1 = 3,9 cm, y2 = 12,1 cm. F1 = 2,30. ....... 186

    Figura 8.24. Experimento: I 7 S. Vazo: 6,5 L/s. y1 = 4,7 cm, y2 = 13,5 cm. F1 = 2,03. ....... 186

    Figura 8.25. Experimento: I 8 S. Vazo: 7,4 L/s. y1 = 5,3 cm, y2 = 14,5 cm. F1 = 1,94. ....... 187

    Figura 8.26. Experimento: I 1.2 C. Vazo: 1,1 L/s. y1 = 1,0 cm, y2 = 5,9 cm. F1 = 3,55. ..... 187

    Figura 8.27. Experimento: I 1.8 C. Vazo: 1,7 L/s. y1 = 1,4 cm, y2 = 7,8 cm. F1 = 3,21. ..... 187

    Figura 8.28. Experimento: I 5.0 C. Vazo: 4,6 L/s. y1 = 2,9 cm, y2 = 13,2 cm. F1 = 2,99. ... 188

  • xi

    Figura 8.29. Experimento: II 21. Vazo: 21,0 L/s. y1 = 2,5 cm, y2 = 14,2 cm. F1 = 4,11 ...... 188

    Figura 8.30. Experimento: II 31. Vazo: 31,0 L/s. y1 = 3,5 cm, y2 = 17,4 cm. F1 = 3,67. ..... 188

    Figura 8.31. Experimento: II 40. Vazo: 40,0 L/s. y1 = 5,0 cm, y2 = 21,4 cm. F1 = 2,78. ..... 189

    Figura 8.32. Experimento: III 16. Vazo: 16,0 L/s. y1 = 2,8 cm, y2 = 8,0 cm. F1 = 2,27. ...... 189

    Figura 8.33. Experimento: III 21. Vazo: 20,9 L/s. y1 = 2,8 cm, y2 = 10,6 cm. F1 = 2,98. .... 189

    Figura 8.34. Experimento: III 27. Vazo: 26,9 L/s. y1 = 2,9 cm, y2 = 14,2 cm. F1 = 3,64. .... 190

    Figura 8.35. Experimento: III 34. Vazo: 34,2 L/s. y1 = 2,9 cm, y2 = 18,0 cm. F1 = 4,58. .... 190

    Figura 8.36. Experimento: III 39. Vazo: 38,9 L/s. y1 = 2,9 cm, y2 = 20,6 cm. F1 = 5,26. .... 190

    Figura 8.37. Nomenclatura utilizada para cada teste experimental. ....................................... 204

  • xii

  • xiii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 3.1. Comprimento de transio (Lzt) e comprimento do ressalto (Lj) por Ortiz (1981).

    .................................................................................................................................................. 27

    Tabela 3.2. Valor e posicionamento do coeficiente de presso adimensional mximo. .......... 33

    Tabela 4.1. Intervalo de F1 dos testes experimentais de cada trabalho. ................................... 53

    Tabela 4.2. Valores das constantes e dos coeficientes de correlao para cada teste

    experimental. ............................................................................................................................ 54

    Tabela 4.3. Resultado das constantes considerando todo o conjunto de dados. ....................... 57

    Tabela 5.1. Principais caractersticas dos testes experimentais. ............................................... 82

    Tabela 5.2. Profundidade supercrtica experimental e terica dos experimentos com soleira. 85

    Tabela 5.3. Comprimentos de rolo calculados por diferentes metodologias. ........................... 99

    Tabela 5.4. Comprimento do rolo dos experimentos. ............................................................ 102

    Tabela 5.5. Resultado das constantes a partir dos dados experimentais. ................................ 105

    Tabela 5.6. Comprimentos do rolo adimensionais com novas constantes. ............................ 106

    Tabela 5.7. Comprimento do ressalto calculado por diferentes metodologias. ...................... 107

    Tabela 5.8. Comprimento do ressalto observado. .................................................................. 109

    Tabela 6.1. Condies experimentais. .................................................................................... 131

    Tabela 8.1. Principais caractersticas dos testes experimentais. ............................................. 205

  • xiv

  • xv

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ADV Acoustic Doppler Velocimetry

    BIV Bubble Image Velocimetry

    PIV Particle Image Velocimetry

    RMS Root mean square (valor quadrtico mdio)

    USBR United States Bureau of Reclamation

    VC Volume de controle

  • xvi

  • xvii

    LISTA DE SMBOLOS

    Largura do canal

    Coeficiente de resistncia de Darcy-Weisbach

    Coeficiente de dissipao no rolo

    Profundidade relativa das alturas conjugadas

    Energia interna do fluido por unidade de massa

    Nmero de Froude na seo de incio e final do ressalto,

    respectivamente

    Fora de resistncia devido ao cisalhamento com o fundo do canal

    Foras de cisalhamento que o VC2 provoca no VC1, nas direes

    horizontal e vertical, respectivamente

    Acelerao da gravidade (= 9,8)

    Profundidade na zona do escoamento no modelo de Hager e Hutter(

    1983)

    Altura do ressalto

    Faixa interquartil =

    Lj Comprimento do ressalto

    Lr Comprimento do rolo do ressalto

    Lzt Comprimento de transio do ressalto (= )

    m Relao entre as profundidades y1 e y2 (=y1/y2)

    M Massa do fluido

    Constante de correo da velocidade mdia no termo correspondente a

    carga cintica

    Rugosidade do leito

    Parmetro de turbulncia

    p Profundidade da zona de separao do modelo de Hager e Hutter

    (1983)

  • xviii

    Vazo por unidade de largura do canal (= )

    Primeiro e terceiro quartil respectivamente

    Energia introduzida no VC

    Q Vazo

    Vazo nas regies I, II e III respectivamente do VC1

    Vazo na regio do rolo ( )

    , Declividade mdia do fundo nas sees de incio e final do ressalto,

    respectivamente

    Nmero de Reynolds na seo supercrtica de profundidade y1

    Declividade mdia da linha de energia entre as sees de incio e final

    do ressalto

    ty, up Tempo mdia de aplicao da fora vertical ascendente

    (

    )

    Tempo mdia de aplicao da fora descendente aplicada na Regio I

    do VC1

    Velocidade do escoamento

    Velocidade do escoamento na seo de incio do ressalto

    Velocidade do escoamento na seo final do ressalto

    Velocidade crtica do escoamento

    Vdown Velocidade descendente do rolo na regio I do VC1

    Vup Velocidade ascendente do rolo na regio II do VC1

    Diferena entre a velocidade instantnea e a velocidade mdia

    (= )

    Intensidade das flutuaes turbulentas (= )

    V Velocidade instantnea

    Velocidade mdia

    Trabalho realizado no VC

  • xix

    Posio longitudinal ao longo do ressalto

    Relao entre a distncia e a profundidade

    Profundidade do escoamento

    Profundidade supercrtica na seo inicial do ressalto

    Profundidade subcrtica na seo final do ressalto

    Profundidade crtica do escoamento (=

    Profundidade do escoamento no final do rolo

    Razo entre a profudidade supercrtica e a altura do ressalto ( )

    Relao entre a profundidade e profundidade (= )

    Constante de proporcionalidade entre V1 e

    Constantes das equaes de VC1 e VC2

    Profundidade relativa em relao ao comprimento do ressalto

    Profundidade relativa em relao ao comprimento do rolo

    Raiz quadrada mdia das flutuaes da superfcie livre

    Massa especfica da gua

    Constante de entropia no rolo

    Constante que define os pontos outliers, pela representao do

    conjunto de dados na forma de Box-plot, igual a 1,5

    Razo de aspecto (= )

    Relao entre a profundidade e

  • xx

  • SUMRIO

    RESUMO .................................................................................................................................... i

    LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... v

    LISTA DE TABELAS ........................................................................................................... xiii

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................... xv

    LISTA DE SMBOLOS ....................................................................................................... xvii

    CAPTULO 1 .............................................................................................................................. 1

    1 INTRODUO .................................................................................................................. 3

    CAPTULO 2 .............................................................................................................................. 7

    2 OBJETIVOS........................................................................................................................ 9

    CAPTULO 3 ............................................................................................................................ 11

    3 REVISO DOS PRINCIPAIS CONCEITOS DE RESSALTO HIDRULICO ............. 13

    3.1 Tipos de ressalto ........................................................................................................ 15

    3.1.1 Ressalto ondular ................................................................................................. 17

    3.1.2 Pr-Ressalto ou Ressalto fraco ........................................................................... 17

    3.1.3 Ressalto oscilante ............................................................................................... 18

    3.1.4 Ressalto estvel .................................................................................................. 18

    3.1.5 Ressalto forte ...................................................................................................... 19

    3.2 Localizao do ressalto .............................................................................................. 19

    3.3 Alturas conjugadas ..................................................................................................... 20

    3.4 Comprimento do rolo ................................................................................................. 22

    3.5 Comprimento do ressalto ........................................................................................... 25

    3.6 Perfil mdio da superfcie livre .................................................................................. 30

    3.7 Turbulncia ................................................................................................................ 31

    3.8 Concluses Gerais ...................................................................................................... 34

    CAPTULO 4 ............................................................................................................................ 35

  • 4 PROPOSIO TERICA ............................................................................................... 37

    4.1 Introduo e reviso .................................................................................................. 37

    4.2 Metodologia............................................................................................................... 39

    4.2.1 Volume de Controle 1 ........................................................................................ 40

    4.2.2 Volume de Controle 2 ........................................................................................ 49

    4.3 Resultados ................................................................................................................. 51

    4.3.1 Comprimento do rolo ......................................................................................... 51

    4.3.2 Nmero de Froude ............................................................................................. 59

    4.4 Concluses Gerais ..................................................................................................... 61

    CAPTULO 5............................................................................................................................ 63

    5 TRABALHO EXPERIMENTAL: SENSOR ULTRASSNICO .................................... 65

    5.1 Introduo e reviso .................................................................................................. 65

    5.2 Metodologia experimental ......................................................................................... 67

    5.2.1 Descrio dos experimentos............................................................................... 67

    5.2.2 Nmero de Froude ............................................................................................. 71

    5.2.3 Posicionamento do ressalto ................................................................................ 73

    5.2.4 Profundidades conjugadas do escoamento ......................................................... 75

    5.2.5 Perfil mdio da superfcie livre .......................................................................... 75

    5.2.6 Intensidade turbulenta ........................................................................................ 79

    5.2.7 Comprimento do rolo e comprimento do ressalto .............................................. 80

    5.3 Resultados ................................................................................................................. 82

    5.3.1 Perfil mdio da superfcie livre .......................................................................... 86

    5.3.2 Intensidade Turbulenta ....................................................................................... 96

    5.3.3 Comprimento do Rolo ........................................................................................ 98

    5.3.4 Comprimento do Ressalto ................................................................................ 107

    5.3.5 Frequncia das Posies da Superfcie Livre ................................................... 111

    5.3.6 Perfis adimensionais ........................................................................................ 119

  • 5.4 Concluses Gerais .................................................................................................... 124

    CAPTULO 6 .......................................................................................................................... 127

    6 TRABALHO EXPERIMENTAL: VISUALIZAO DO ESCOAMENTO ............... 129

    6.1 Introduo e reviso ................................................................................................. 129

    6.2 Metodologia ............................................................................................................. 131

    6.3 Resultado da anlise das imagens ............................................................................ 133

    6.4 Comentrios sobre turbilhes .................................................................................. 138

    6.5 Concluses Gerais .................................................................................................... 141

    CAPTULO 7 .......................................................................................................................... 143

    7 CONCLUSES E RECOMENDAES ....................................................................... 144

    7.1 Concluses ............................................................................................................... 144

    7.2 Recomendaes ....................................................................................................... 145

    7.3 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................... 147

    7.3.1 Captulo 1 ......................................................................................................... 147

    7.3.2 Captulo 3 ......................................................................................................... 148

    7.3.3 Captulo 4 ......................................................................................................... 151

    7.3.4 Captulo 5 ......................................................................................................... 152

    7.3.5 Captulo 6 ......................................................................................................... 155

    CAPTULO 8 .......................................................................................................................... 159

    8 APNDICES ................................................................................................................... 161

    8.1 APNDICE A -Fotos dos experimentos ................................................................ 161

    8.2 APNDICE B - Experimento com laser e cmera de alta velocidade .................... 164

    8.3 APNDICE C - Perfil mdio da superfcie livre ..................................................... 169

    8.4 APNDICE D - Grficos Box-Plot ......................................................................... 175

    8.5 APNDICE E - Grficos das frequncias dominantes ............................................ 185

    8.6 APNDICE F Deduo da formulao terica do VC2 ....................................... 191

  • 8.7 APNDICE G Deduo da formulao terica para nmero de Froude supercrtico

    199

    8.8 APNDICE H Cdigo desenvolvido no programa Matlab para processamento

    das imagens ........................................................................................................................ 201

    8.9 APNDICE J Grfico 3D de Lr /y1 em funo de y* e F1 .................................... 203

    8.10 APNDICE L Tabela resumo dos experimentos ................................................. 204

  • 1

    CAPTULO 1

    INTRODUO

  • 2

  • 3

    1 INTRODUO

    Nos projetos de engenharia hidrulica, cuidado especial dado dissipao de energia

    do escoamento. Isto deve-se ao fato de que o excesso de energia hidrulica pode causar

    diversos danos tanto s estruturas, quanto aos sistemas naturais. Esses danos vo desde a

    eroso de leitos e margens dos corpos de gua, abraso de estruturas hidrulicas, at o colapso

    de barragens (pelo dano fundao, ou pelo comprometimento de algum componente

    hidrulico da barragem).

    Para evitar os danos mencionados, so utilizadas estruturas especificamente destinadas

    a dissipar energia. Os assim denominados dissipadores de energia tm o seu funcionamento

    baseado em trs mecanismos principais: impacto do jato, disperso do jato, e ressalto

    hidrulico. Este ltimo uma das formas mais utilizadas, e ocorre quando se d a passagem

    de um escoamento supercrtico para subcrtico em um canal aberto. Essa transio est

    associada com a formao de turbilhes, ascenso da superfcie livre, incorporao de ar no

    escoamento e perda de energia.

    Em funo dessas caractersticas, o ressalto bastante utilizado em bacias de

    dissipao a jusante de vertedores de barragens. Os vertedores so estruturas hidrulicas

    capazes de promover a passagem das cheias para jusante do aproveitamento. A funo das

    bacias de dissipao confinar o ressalto, de modo que a energia residual seja incapaz de

    causar danos ao leito e s margens do rio. Se no houver condies naturais suficientes para a

    formao do ressalto, este pode ser originado por meio da introduo de acessrios na bacia

    de dissipao. Em virtude das caractersticas de formao e propagao turbulenta do ressalto,

    este tambm bastante aplicado como meio de mistura dos componentes de purificao da

    gua, em estaes de tratamento de gua e esgotos (SIMES; SCHULZ; PORTO, 2010).

    Alm dessas questes, o estudo do ressalto importante na engenharia costeira, na disperso

    qumica e de poluentes, e no transporte de sedimentos em sistemas naturais (MURZYN;

    CHANSON, 2007).

    A formao e localizao do ressalto dependem de condies especficas do

    escoamento. Alguns exemplos de condies que proporcionam a ocorrncia deste fenmeno

    so: 1) mudana de declividade elevada para mdia em um canal; 2) restries no canal, como

    pilares de pontes; 3) existncia de um trecho convergente, com transio relativamente

    abrupta; 4) juno de um canal tributrio de escoamento supercrtico, com um canal principal

    de escoamento subcrtico; 5) em canais longos e com declive mdio, em que as velocidades

  • 4

    elevadas no conseguem ser mantidas durante todo o escoamento (U.S. ARMY CORPS OF

    ENGINEERS, 1994).

    Os ressaltos podem apresentar diferentes formas, sendo suas caractersticas

    essencialmente dependentes das condies a montante. Assim, o ressalto caracterizado pelo

    nmero de Froude do escoamento na seo de entrada (F1), sendo este adimensional utilizado

    para especificar se um ressalto ondular, pr-ressalto (ou fraco), oscilante, estvel ou forte.

    Este fator cintico influencia a forma, a estrutura interna e o balano energtico do

    movimento (ORTIZ, 1981).

    Outros fatores que influenciam o ressalto so as condies geomtricas como:

    inclinao do fundo (fundo ascendente ou descendente), condies de controle (comporta,

    vertedor), rugosidade do leito, etc. O ressalto formado em um canal liso, horizontal,

    retangular, de largura constante, conhecido como ressalto hidrulico clssico, ou ressalto do

    tipo A (Fig. 1.1).

    Figura 1.1. Tipos de ressaltos hidrulicos. Fonte: Adaptado de Rajaratnam (1967). yt=profundidade no final do rolo; y1=profundidade supercrtica; y2=profundidade subcrtica;

    Lr=comprimento do rolo.

  • 5

    A superfcie de gua cresce abruptamente no p do ressalto, e continua a crescer ao

    longo do escoamento. A parte superior dessa expanso superficial formada por um rolo (de

    comprimento Lr ver Fig. 1.1 e 1.2), que uma regio com caracterstica de recirculao e de

    elevada turbulncia. De forma simples, o escoamento superficial no rolo ocorre em sentido

    contrrio ao escoamento principal. No final do rolo, forma-se um ponto de estagnao na

    superfcie, o qual deve ser reconhecido como uma posio mdia (por ser uma regio de alta

    turbulncia). Os efeitos do fenmeno (ressalto hidrulico) ainda se fazem sentir alm do final

    da zona de turbilhonamento (rolo), at uma seo em que o escoamento passa a apresentar um

    comportamento essencialmente em nvel, correspondendo ao final propriamente dito do

    ressalto (RAJARATNAM, 1995) ver Fig. 1.2. Devido dificuldade em definir o final do

    ressalto, quantificaes objetivas necessitam ser melhor fundamentadas.

    Figura 1.2. Caractersticas geomtricas do ressalto hidrulico. Fonte: Adaptado de Rajaratnam

    (1967). Lr = comprimento do rolo; Lj = comprimento do ressalto; y1 = profundidade supercrtica; y2 = profundidade subcrtica; yt = profundidade no final do rolo.

    Portanto, daquilo que se observa na literatura, infere-se que o ressalto caracterizado

    geometricamente pelas profundidades conjugadas na seo de incio e trmino (y1 e y2), pelo

    comprimento do rolo (Lr), e pelo comprimento do ressalto (Lj). Esses parmetros permitem

    inferir a sua forma. A localizao do ressalto ao longo de um canal, entretanto, dadas as

    condies de entrada e de sada, parecem depender da dissipao de energia que ocorre no

    escoamento como um todo. Nesse sentido, o interessante estudo de Simes, Schulz e Porto

    (2010) mostrou ser possvel simular o posicionamento do ressalto atravs do controle da

    rugosidade do canal.

    Simes (2008) relata que apesar dos numerosos estudos conduzidos desde o incio do

    sculo XX, ainda hoje no existe uma formulao definitiva de Lr e Lj, devido s dificuldades

  • 6

    encontradas nos trabalhos experimentais. O comprimento do ressalto, principalmente, uma

    medida de difcil determinao, j que h divergncia de opinio entre os pesquisadores

    quanto seo de trmino do ressalto (ORTIZ, 1981). Aliada a essa questo, tem-se as

    diferentes condies de testes de cada estudo, e diferentes metodologias aplicadas.

    Sendo assim, foi proposto neste trabalho um estudo experimental do ressalto clssico,

    a fim de comparar os resultados obtidos no presente estudo, com os dados disponveis na

    literatura. As medidas foram feitas com o uso de um medidor ultrassnico para aquisio das

    posies da superfcie livre mdia e instantnea. Os experimentos foram conduzidos em trs

    canais hidrulicos, e os ensaios foram realizados com nmero de Froude na seo de incio do

    ressalto variando entre 1,94 e 5,26, abrangendo diferentes tipos de ressalto: pr-ressalto (1,7

    F1 2,5), ressalto oscilante (2,5 < F1 4,5) e incio do ressalto estvel (4,5 < F1 9,0).

    O presente trabalho tambm visou o aprofundamento de um modelo terico do

    escoamento no ressalto desenvolvido por Schulz1 (2012). Trata-se de um modelo constitudo

    por dois volumes de controle fixos. O primeiro volume de controle (VC1), de formato

    triangular, contm o rolo do ressalto. O segundo volume de controle (VC2) contm o jato em

    expanso (abaixo do VC1) e o escoamento a jusante do rolo.

    Os volumes de controle foram analisados separadamente, considerando-os como

    isolados e em equilbrio. Foram identificadas as foras atuantes, e por meio dos princpios de

    conservao de massa, quantidade de movimento e energia, e equilbrio das foras na

    horizontal e vertical, foram encontradas equaes que descrevem as caractersticas

    geomtricas do escoamento. Os coeficientes das equaes foram ajustados utilizando-se dados

    experimentais da literatura.

    O presente trabalho ainda incluiu um estudo da superfcie livre sob a abordagem de

    processamento de imagens para uma condio experimental em estudo. As imagens foram

    obtidas com uma cmera de alta velocidade a uma taxa de 200 fotos por segundo, sendo a

    seo longitudinal do escoamento iluminada com uma luz laser contnua.

    A comparao entre as diferentes metodologias (experimental e terica) foi importante

    para anlise e validao dos resultados do presente projeto.

    1 Trabalho interno, no publicado.

  • 7

    CAPTULO 2

    OBJETIVOS

  • 8

  • 9

    2 OBJETIVOS

    O objetivo principal do presente estudo estabelecer definies quantitativas para as

    caractersticas geomtricas do ressalto hidrulico clssico, com base em desenvolvimento

    terico e experimental. Alm disso, tem como objetivo avaliar a dinmica da superfcie livre

    em ressaltos hidrulicos, para diferentes condies de controle a montante (comporta e

    vertedor de soleira espessa) e diferentes nmeros de Froude, incluindo perfil mdio e de

    flutuaes da superfcie.

    Como objetivos especficos, tm-se:

    Desenvolver equacionamento terico, a partir da aplicao dos princpios fsicos de

    conservao de massa, energia e quantidade de movimento a dois volumes de

    controles fixos;

    Obter dados experimentais da interface ar-gua com o uso de um sensor ultrassnico

    de modo a estudar a superfcie livre, em termos mdios, flutuaes turbulentas e

    frequncias dominantes;

    Avaliar o desenvolvimento da superfcie livre do ressalto, por meio de tcnicas de

    processamento de imagens;

    Associar e avaliar dados de diferentes autores, comparando-se comprimento do rolo e

    comprimento do ressalto. Nesse sentido, contribuir na tentativa de estabelecer uma

    padronizao.

  • 10

  • 11

    CAPTULO 3

    REVISO DOS PRINCIPAIS CONCEITOS DO

    RESSALTO HIDRULICO

    Resumo:

    Apresenta-se neste captulo um breve estado-da-arte do tema ressalto hidrulico. Ao mesmo

    que contextualiza sobre o assunto, fornece subsdios para o entendimento dos resultados e

    para a discusso dos trabalhos descritos nos captulos subsequentes.

  • 12

  • 13

    3 REVISO DOS PRINCIPAIS CONCEITOS DE RESSALTO

    HIDRULICO

    A transio do escoamento supercrtico para escoamento subcrtico em um canal

    aberto acompanhada de ascenso da superfcie, formao de ondas, dissipao de energia,

    incorporao de ar no escoamento e turbulncia. Esse fenmeno conhecido como ressalto

    hidrulico e est limitado entre as sees com profundidades y1 e y2, correspondentes s

    alturas conjugadas (Fig. 3.1). A partir da seo 2, os efeitos do ressalto no so mais

    percebidos a jusante.

    Figura 3.1. Ressalto hidrulico em uma bacia horizontal. Fonte: Adaptado de Peterka (1984). L o comprimento da bacia de dissipao de energia.

    O ressalto hidrulico pode ser definido como um rolo turbulento reverso, o qual

    suportado por uma subcamada e corrente em expanso (HOYT; SELLIN, 1989). Hager

    (1995) descreve que um ressalto hidrulico clssico tem caractersticas essenciais de jato

    envolvendo uma camada limite e uma camada de mistura livre acima dela

    A regio do rolo caracterizada pela formao de vrtices de grande escala, elevada

    incorporao de ar e ejeo de gua, e tem comprimento menor que o comprimento do

    ressalto. O rolo tem incio na posio correspondente a profundidade y1, aumenta

    gradualmente at uma espessura mxima, quando diminui e finalmente tem seu trmino. A

    maior parte da dissipao de energia provocada pela turbulncia que ocorre nessa regio.

    Segundo Ortiz (1981), o comprimento do ressalto compreende a zona de

    turbilhonamento (Lr) mais uma zona de transio (Lzt), que a passagem do escoamento

    macroturbulento para escoamento turbulento normal, at alcanar uma distribuio uniforme

    de velocidades. Matematicamente isso seria expresso por: (ver Fig. 3.2).

  • 14

    Figura 3.2. Distribuio de velocidade no eixo do canal. F1 = 4,95, y1 = 63,8mm.

    Fonte: Adaptado de Hager (1995). Lr = comprimento do rolo; Lj = comprimento do ressalto; Lzt = comprimento de transio.

    Uma caracterstica peculiar do ressalto hidrulico a grande quantidade de bolhas de

    ar incorporadas no escoamento. Embora a superfcie livre seja bem definida a montante do

    incio (praticamente lisa), ela se torna fortemente turbulenta, e com uma aparncia espumante,

    devido ao escoamento bifsico ar-gua (MURZYN; CHANSON, 2007). As bolhas de ar so

    enlaadas pelo lquido no ponto de choque do escoamento de alta velocidade com o rolo

    (Fig. 3.3), sendo ento conduzidas em uma camada intermediria entre o jato e o rolo com

    caractersticas cisalhantes, havendo uma produo intensa de turbulncia (CHANSON, 2009).

    Figura 3.3. Esquema da entrada de ar no ressalto hidrulico. Fonte: Murzyn e Chanson

    (2007). x a distncia a partir da comporta; y a profundidade de gua em relao ao fundo do canal; y1 e y2 so as alturas conjugadas; a profundidade da camada limite.

  • 15

    A entrada de ar tambm causada por fortes manifestaes da turbulncia na

    superfcie livre, o que gera mais perturbaes da interface ar-gua, formao de vrtices e

    consequente enlaamento de ar. Em termos fsicos, o rompimento ocorre quando a tenso

    superficial superada pelos esforos turbulentos (MURZYN; CHANSON, 2007). Em

    seguida, as bolhas de ar alcanam a superfcie devido a sua flutuabilidade (RAJARATNAM,

    1967).

    O escoamento turbulento composto por vrtices (turbilhes) de diferentes escalas,

    sendo que a transformao da energia cintica em energia interna do fluido ocorre atravs da

    transferncia de energia dos turbilhes maiores para os turbilhes de microescala,

    correspondendo a uma cascata de energia. Os turbilhes grandes so instveis e se rompem,

    transferindo energia para turbilhes menores, com dimenses intermedirias, que por sua vez,

    tambm no so capazes de permanecer estveis no escoamento, de tal maneira que se

    instabilizam e transferem a sua energia para turbilhes ainda menores. Este processo ocorre

    at as menores escalas, onde os movimentos relativos entre pores vizinhas de fluido so

    estveis e dissipam sua energia cintica na forma de calor (POPE, 2003, p. 182; SIMES,

    2012).

    A dissipao da energia nos turbilhes menores, ou nos movimentos correspondentes

    s menores escalas, ocorre devido viscosidade (dissipao viscosa). Nos grandes turbilhes

    esta desprezvel (a viscosidade no comanda o movimento, mas a inrcia). Como a

    dissipao nas menores escalas ocorre devido transferncia de energia para elas por parte

    dos maiores turbilhes, se no houver contnua alimentao da turbulncia por agentes

    externos (gradientes de presso, foras de campo, agitadores mecnicos), a turbulncia ser

    reduzida ou amortecida com o tempo devido s perdas por viscosidade (ver, por exemplo,

    ORTIZ, 1981; SCHULZ, 1985, 1990).

    3.1 TIPOS DE RESSALTO

    A forma do ressalto tradicionalmente caracterizada pelo nmero de Froude na seo

    de entrada do escoamento. O nmero de Froude quantifica alteraes no s na configurao

    da superfcie livre do escoamento, como tambm na estrutura interna, como a formao dos

    vrtices, direo do escoamento, formao de ondas a jusante e eficincia na dissipao de

    energia. Em um canal horizontal, convencionou-se que o ressalto pode ocorrer de cinco

  • 16

    formas principais distintas, dependendo do nmero de Froude: ondular, pr-ressalto, oscilante,

    estvel e forte.

    O nmero de Froude, utilizado seguidamente ao longo do texto, um adimensional

    que pode ser entendido como representando a razo entre a velocidade do escoamento v, e a

    velocidade de onda local da superfcie. Esta ltima dada por , para uma camada

    superficial. Assim, no ressalto, a velocidade diminui abruptamente de supercrtica (onde o

    nmero de Froude superior unidade, ou seja, a velocidade do escoamento superior a de

    uma onda superficial) para subcrtica (onde o nmero de Froude inferior unidade, ou seja,

    a velocidade do escoamento inferior a de uma onda superficial) (ver, por exemplo, BONN;

    ANDERSON; BOHR, 2009). Esta uma viso cinemtica do nmero de Froude, conveniente

    para o estudo de ressaltos e de vertedores. Vale mencionar que tambm se pode definir o

    nmero de Froude como a razo entre as foras de inrcia e as foras gravitacionais, que

    confere a este parmetro uma viso dinmica. Entretanto, no presente estudo, como foi

    mencionado, a viso cinemtica adequada. O nmero de Froude ( ) em uma determinada

    seo do escoamento calculado de acordo com a Eq. 3.1. O nmero de Froude para a seo

    de incio do ressalto referido no presente texto como F1.

    (3.1)

    sendo: velocidade do escoamento; profundidade do escoamento; acelerao da

    gravidade; vazo; largura do canal.

    O nmero de Froude a montante do incio do ressalto maior que 1, caracterizando a

    situao de escoamento supercrtico, em que a profundidade menor que a profundidade

    crtica ( ). A jusante do ressalto, o nmero de Froude menor que 1, e a profundidade do

    escoamento maior que . A profundidade crtica calculada pela Eq. 3.2, a qual funo -

    da vazo por unidade de largura, ( , e acelerao da gravidade.

    (

    )

    (3.2)

  • 17

    3.1.1 RESSALTO ONDULAR

    O ressalto ondular ocorre para nmeros de Froude na seo de entrada entre 1,0 e 1,7

    (Fig. 3.4). Ele caracterizado por uma pequena diferena entre as alturas conjugadas na seo

    de entrada e jusante do ressalto, e por uma pequena perturbao na superfcie livre

    (LENCASTRE, 1969). O escoamento se assemelha mais com uma onda estacionria, do que

    com um ressalto de fato (ORTIZ, 1981). No ressalto ondular o gradiente de presso no

    hidrosttico (CHANSON, 2009).

    Os engenheiros procuram evitar o ressalto ondular, pois a propagao de ondulaes

    pode impor cargas de impacto adicionais, perturbaes e vibraes a jusante das estruturas de

    canais (OTHSU; YASUDA; GOTOH, 2001).

    Figura 3.4. Ressalto ondular. Fonte: Chanson (2009). Condies de escoamento: F1 = 1,35,

    y1=9 cm, Re=1,1x105.

    Montes e Ryabenko apud Chanson (2009) sugerem que a transio entre o ressalto

    ondular e o ressalto fraco pode ocorrer para nmeros de Froude na seo supercrtica entre 1,0

    e 3,6, sendo a transio funo das condies a montante, razo de aspecto (razo entre a

    profundidade supercrtica e largura do canal) e rugosidade de fundo.

    3.1.2 PR-RESSALTO OU RESSALTO FRACO

    Independentemente da meno efetuada no pargrafo anterior, utilizam-se aqui as

    faixas de Froude mais clssicas. Segundo essas faixas, o pr-ressalto ou ressalto fraco (Fig.

    3.5) ocorre para nmeros de Froude na seo de entrada entre 1,7 e 2,5 (mais restrita que a

    faixa de 1,0 a 3,6 mencionada anteriormente). medida que o F1 se aproxima de 1,7, uma

    srie de pequenos rolos passam a se desenvolver na superfcie. A superfcie livre

  • 18

    razoavelmente lisa, a distribuio de velocidades praticamente uniforme e a perda de

    energia menor que 20% (HAGER, 1995; LENCASTRE, 1969).

    Figura 3.5. Pr-ressalto. F1 entre 1,7 e 2,5. Fonte: Adaptado de Peterka (1984).

    3.1.3 RESSALTO OSCILANTE

    Para nmero de Froude F1 entre 2,5 e 4,5, o ressalto tem uma ao pulsatria e

    chamada de ressalto oscilante (Fig. 3.6). O jato de entrada oscila do fundo superfcie e no

    tem um perodo regular. A turbulncia ocorre no fundo num instante, e inteiramente na

    superfcie no outro (HAGER, 1995).

    O ressalto instvel gera oscilaes no peridicas que se propagam com amplitude

    quase constante por um longo comprimento (da ordem de quilmetros, em canais abertos de

    rios, se no houverem obstculos), danificando os leitos de areia e pedra jusante. Assim, o

    projeto de estrutura para esta faixa de F1 no uma tarefa fcil (ORTIZ, 1981).

    Figura 3.6. Ressalto oscilante. F1 entre 2,5 e 4,5. Fonte: Adaptado de Peterka (1984).

    3.1.4 RESSALTO ESTVEL

    O ressalto que ocorre para nmero de Froude entre 4,5 e 9,0 um ressalto bem

    estabilizado, com baixa ao de onda a jusante, conhecido como ressalto estvel (Fig. 3.7).

    Possui uma eficincia considervel, com dissipao de energia entre 45% e 70%. A

    extremidade do rolo superficial e o ponto em que o jato de alta velocidade tende a se deslocar

    do fundo ocorrem praticamente no mesmo plano vertical (HAGER, 1995).

  • 19

    Figura 3.7. Ressalto estvel. F1 entre 4,5 e 9,0. Fonte: Adaptado de Peterka (1984).

    3.1.5 RESSALTO FORTE

    Para nmeros de Froude superiores a 9,0 (Fig. 3.8), o ressalto adquire maiores

    dimenses, existindo grande diferena entre as alturas conjugadas. H intensa formao de

    vrtices, emulsionamento de ar e agitao da superfcie livre. No incio do ressalto (regio da

    altura conjugada supercrtica), massas de gua rolam para baixo e caem no circuito rpido de

    maneira intermitente, provocando ondas adicionais a jusante (LENCASTRE, 1969).

    A bacia de dissipao para conter o ressalto forte deve ser longa e profunda, devido

    elevada profundidade de jusante (altura conjugada subcrtica), podendo ser mais econmico e

    prtico o uso de outros tipos de bacias de dissipao de energia. A dissipao elevada,

    podendo chegar a 85% (ORTIZ, 1981).

    Figura 3.8. Ressalto forte. F1 maior que 9,0. Fonte: Adaptado de Peterka (1984).

    3.2 LOCALIZAO DO RESSALTO

    O ressalto pode ter localizao varivel no canal, dependendo das condies de

    contorno, ou ainda, localizao fixa (imposta), como o que ocorre nas bacias de dissipao

    (RAJARATNAM, 1995). A forma no-permanente do ressalto hidrulico uma onda que se

    propaga, tambm chamada de ressalto hidrulico em translao (CHANSON, 2009). Um

    exemplo natural a pororoca dos rios amaznicos, em que a onda se propaga a montante dos

    rios, sendo utilizada, em alguns locais, para a recreao de surfistas. Nos rios amaznicos a

  • 20

    onda pode se propagar por dezenas de quilmetros. O Rio Araguari, estudado por Cunha et al.

    (2011), um exemplo de rio que apresenta esse fenmeno.

    Considerando a formulao clssica, tendo-se uma profundidade do escoamento

    supercrtica, o ressalto ir ocorrer somente se houver uma profundidade de jusante y2,

    correspondente y1 e F1, conforme equao de Blanger (Eq. 3.3). Em outras palavras, o

    ressalto se d em uma seo em que as quantidades de movimento totais se igualam. Para

    profundidades de gua superiores altura conjugada subcrtica do ressalto, y2, cria-se

    condio para a formao do ressalto submerso ou afogado (LENCASTRE, 1969). Nesse caso

    o posicionamento junto seo supercrtica (motivo pelo qual se d o nome de afogado).

    Ortiz (1981) apresenta uma interessante referncia a este tema, e relata que a posio

    do ressalto hidrulico na bacia funo da curva de descarga do rio jusante do ressalto. A

    variao do nvel far com que o ressalto se mova ao longo da bacia. Assim, se a condio de

    y2 no for satisfeita, o ressalto no pode ficar perfeitamente definido e contido dentro da bacia

    de dissipao, afetando as sees a jusante, em que no h proteo do leito. O tema do

    posicionamento do ressalto foi abordado por Simes, Schulz e Porto (2010), tendo-se

    utilizado a rugosidade do canal como elemento de controle desse posicionamento.

    Se o nvel do final do ressalto for muito baixo para a formao do ressalto clssico,

    este pode ser provocado por diversos acessrios na bacia de dissipao (viga de impacto,

    blocos, ou declividade do fundo descendente). Este caso conhecido como ressalto hidrulico

    forado (o posicionamento imposto). Uma bacia de dissipao usando o ressalto clssico

    como um agente dissipante raramente utilizada, em virtude da ampla faixa de variao dos

    nveis a jusante nos casos prticos (RAJARATNAM, 1995). Assim, na maior parte dos casos

    tm-se elementos forantes, que impem o posicionamento do ressalto.

    3.3 ALTURAS CONJUGADAS

    O projeto de bacias de dissipao a jusante de barragens requer a determinao de

    vrios elementos do ressalto hidrulico como profundidades antes e aps o ressalto. A partir

    dessas profundidades se determina, por exemplo, as energias especficas correspondentes e a

    eficincia de dissipao de energia entre as sees consideradas (CHAURASIA, 2003). Por

    meio da aplicao da conservao da quantidade de movimento entre a seo de incio (com

    altura y1) e a seo final do ressalto (com altura y2), em um canal retangular, e negligenciando

  • 21

    a resistncia do fundo, tem-se a seguinte expresso entre as alturas conjugadas, conhecida

    como equao de Blanger:

    (

    ) (3.3)

    Essa formulao, em geral, apresenta uma boa correlao com os dados experimentais.

    No entanto, os autores Beirami e Chamani (2006), por exemplo, encontraram valores

    experimentais um pouco inferiores aos valores tericos, atribuindo essa diferena

    negligncia das foras de cisalhamento do canal na equao da quantidade de movimento.

    Essa divergncia cresce com o nmero de Froude na seo de entrada. Valores um pouco

    inferiores tambm foram encontrados por Marques, Drapeau e Verrette (2007) que tambm

    concluram que as diferenas se devem ao fato de no considerar as perdas de carga por

    cisalhamento. Alm disso, mudanas na configurao do canal podem conduzir ainda a

    valores diferenciados, mas que no representam o caso tratado aqui.

    Beirami e Chamani (2006) realizaram estudos em canais com declive da bacia

    negativo (ascendente, com componente da fora de gravidade no ressalto oposta ao

    escoamento) e positivo (descendente). A anlise dos dados experimentais mostrou que a

    inclinao negativa da bacia reduz a razo da profundidade conjugada, enquanto que uma

    declividade positiva aumenta essa razo.

    Carollo, Ferro e Pampalone (2007) estudaram os efeitos de fundos rugosos horizontais

    na razo entre as profundidades. A razo diminui medida que a rugosidade do fundo e F1

    aumentam. As mesmas consideraes foram estabelecidas por Hughes e Flack (1984) e Ead e

    Rajaratnam (2002), sendo que os primeiros tambm constataram a reduo do comprimento

    do ressalto. Assim, para canais com fundos rugosos, a equao clssica conduziria a valores

    de y2/y1 um pouco maiores que os observados. Isto equivale a dizer que a profundidade a

    jusante requerida para formar um ressalto em um canal rugoso menor que a correspondente

    para fundo liso (EAD; RAJARATNAM, 2002). No trabalho de Carollo, Ferro e Pampalone

    (2004) apud Carollo, Ferro e Pampalone (2009) pode-se encontrar uma nova equao para

    canais lisos e rugosos, que leva em conta o efeito da resistncia, por meio da introduo de

    um termo de tenso de cisalhamento de fundo.

    Para ressalto prximo a comporta, a camada limite ainda no est desenvolvida, e

    possui uma espessura muito fina. Assim, a tenso de cisalhamento da camada limite pode

  • 22

    contribuir para uma reduo da profundidade subcrtica do escoamento (RAJARATNAM,

    1967).

    3.4 COMPRIMENTO DO ROLO

    O rolo a regio que contm os vrtices de grande escala em recirculao, sendo

    responsvel por grande parte da dissipao da energia no ressalto hidrulico. o escoamento

    que ocorre acima da corrente de entrada de alta velocidade e do escoamento subsequente

    (HOYT; SELLIN, 1989). Marques et al. (1996) apud Marques, Drapeau e Verrette (1997)

    constataram que no final do rolo do ressalto, aproximadamente 95% da energia total a dissipar

    j foi dissipada.

    O incio do rolo corresponde seo de profundidade y1. Para o caso de um canal em

    declive, a montante do canal horizontal, como observado em vertedores seguidos de bacia de

    dissipao, Peterka (1984) manteve a frente do ressalto na interseco dos canais, sendo este

    ponto considerado como o incio do ressalto. No caso do escoamento passar por uma

    comporta em um canal horizontal, a frente do ressalto foi mantida imediatamente a jusante da

    completa contrao do jato de entrada.

    No final do rolo existe um ponto de estagnao (como j comentado, a posio desse

    "ponto" corresponde a uma mdia efetuada ao longo de um tempo adequado para essa

    determinao) e a passagem para a zona de transio. A profundidade nesta seo (yt)

    inferior altura conjugada do ressalto y2 (ver Fig. 3.9), mas se aproxima de y2 medida que

    F1 aumenta (RAJARATNAM, 1967). A profundidade yt pode ser determinada de acordo com

    a Eq. 3.4 apresentada por Rajaratnam (1967).

    (3.4)

    Limites relativos a F1 devem ser observados, uma vez que h diferentes condies para

    F1 tendendo a 1,0, por exemplo.

  • 23

    Figura 3.9. Alturas do ressalto hidrulico. Fonte: Adaptado de Rajaratnam (1967).

    y1 a profundidade supercrtica com velocidade V1; y2 a profundidade subcrtica ao final do

    comprimento do ressalto Lj; yt a profundidade correspondente ao final do rolo de comprimento Lr.

    A distncia entre o incio do ressalto, y1, at se alcanar a altura yt designada

    comprimento do rolo (Lr), podendo esta ser determinada na prtica por diferentes

    metodologias. Os autores Ead e Rajaratnam (2002) determinaram a posio do ponto de

    estagnao por meio da injeo de um corante no escoamento, enquanto que os autores

    Carollo, Ferro e Pampalone (2007) determinaram esta posio com o uso de um flutuador.

    Gunal e Narayanan (1996) realizaram medidas de velocidade mdia com um anemmetro de

    filme quente e observaram que, no final do rolo, atingiu-se de fato a velocidade mdia

    superficial igual a zero. Os autores compararam os valores de Lr para o ponto de velocidade

    mdia nula com os resultados de dois autores que estimaram o comprimento do rolo por meio

    de observaes visuais, e de um terceiro autor que utilizou um flutuador de superfcie. Os

    resultados foram semelhantes, porm, houveram maiores diferenas comparando-se com as

    medidas feitas a partir de observaes visuais. Os autores discutem que essas diferenas

    podem ser devidas s condies experimentais, podendo haver interferncia de alguns fatores

    como: nmero de Reynolds, perfil de velocidade a montante, e razo entre a profundidade e

    largura do canal.

    Hager, Bremen e Kawagoshi (1990) apresentaram uma formulao para determinar o

    comprimento relativo do rolo Lr/y1 (Eq. 3.5). Segundo os autores, essa relao depende

    essencialmente de F1, embora o efeito do nmero de Reynolds na seo de entrada no seja

    totalmente esclarecido. O coeficiente depende da razo de aspecto = y1/b, com = 20

    para

  • 24

    (3.6)

    Carollo, Ferro e Pampalone (2007) fizeram ajuste dos coeficientes de trs equaes

    empricas indicadas por outros autores. A correlao para todos os dados disponveis

    (medidas realizadas na investigao e dados de literatura), conduziram a trs equaes para a

    previso do comprimento do rolo: Eq. 3.7, 3.8 e 3.9. As trs formulaes apresentaram

    elevados coeficientes de correlao, sendo os resultados praticamente equivalentes na faixa

    experimental adotada.

    (

    ) (3.7)

    (

    )

    (3.8)

    [ (

    )] (3.9)

    Murzyn, Mouaz e Chaplin (2007) estudaram o ressalto com o uso de anemmetro de

    filme quente. Dada a posio da superfcie livre, os autores avaliaram o comprimento do rolo

    como a distncia em que a profundidade aumenta. Assim por meio de um grfico em que os

    valores mdios da profundidade foram adimensionalizados em relao a profundidade

    mxima do escoamento ao longo da distncia avaliada, verificou-se a seguinte relao para Lr

    (Eq. 3.10):

    (3.10)

    Tambm aqui torna-se necessrio atentar para a faixa de F1 considerada vlida.

    No trabalho de Beirami e Chamani (2010) o comprimento do rolo foi medido pela

    observao da ascenso das bolhas de ar at a superfcie, e pela injeo de um corante no

    escoamento. Baseado no princpio de conservao de energia, os autores desenvolveram uma

  • 25

    expresso semi-emprica (Eq. 3.11) para o clculo do comprimento do rolo, vlida tanto para

    canais horizontais e inclinados.

    (3.11)

    em que:

    - profundidade relativa das profundidades conjugadas ( )

    e declividade do fundo nas sees 1 e 2, respectivamente

    declividade mdia da linha de energia (

    segundo ajuste com dados

    experimentais)

    1 e 2 representam os ngulos com a horizontal das duas declividades mencionadas.

    Simes, Schulz e Porto (2012) definiram o comprimento do rolo, a partir do perfil

    mdio da superfcie livre, como a posio em que a profundidade passa a ser constante.

    Medidas efetuadas com sensor acstico foram utilizados, eliminando-se o aspecto subjetivo

    das observaes visuais. Vale mencionar que a prtica permite definir essa posio a partir de

    critrios estatsticos. Em termos tericos a tendncia profundidade constante pode ser

    entendida como assinttica. A seguinte relao foi obtida (Eq. 3.12).

    (3.12)

    3.5 COMPRIMENTO DO RESSALTO

    O comprimento do ressalto Lj equivale distncia entre as sees com profundidades

    do escoamento iguais a y1 e y2, sendo um parmetro importante, pois quantifica a extenso em

    que se verificam os efeitos do prprio ressalto (ver Fig. 3.9). A jusante do ressalto geralmente

    se dispensa a proteo de fundo (uma providncia evidente, pois a obra no pode se estender

    indefinidamente), considerando-se que o escoamento se aproxima das condies normais do

    curso de gua (SOUZA, 2011).

    A formao de ondas superficiais e turbulncia residual so fatores que dificultam a

    definio do final do ressalto, o que torna o seu comprimento um dos parmetros de maior

    dificuldade de determinao na prtica (CAROLLO; FERRO; PAMPALONE, 2012;

  • 26

    LENCASTRE, 1969). Dessa forma, a literatura mostra diferentes metodologias para avaliar

    essa grandeza.

    Os autores Elevatorski (1959) apud Simes (2008), Hager (1992) apud Carollo, Ferro

    e Pampalone (2007), Ead e Rajaratnam (2002) definiram Lj por meio de perfis da superfcie

    livre, como a distncia entre as sees do ressalto onde no so observadas grandes flutuaes

    de nveis. A ltima seo corresponde ao escoamento gradualmente variado, em que a

    superfcie livre se torna essencialmente horizontal (sabe-se, como j mencionado, que a

    horizontalidade uma tendncia assinttica). Hager (1992) apud Carollo, Ferro e Pampalone

    (2007) ainda complementa que o comprimento do ressalto a distncia necessria para

    extinguir a turbulncia da superfcie livre, e para completar a deaerao das grandes bolhas de

    ar.

    Ead e Rajaratnam (2002) conduziram estudos de laboratrio para fundos rugosos, e

    encontraram que o comprimento do ressalto foi aproximadamente igual metade do

    comprimento em fundos lisos. Portanto, o comprimento depende de condies geomtricas de

    cada estudo.

    Rajaratnam (1967) fixaram o final do ressalto clssico como a seo em que a

    superfcie de gua se torna essencialmente em nvel, e em que a elevao da superfcie livre

    mxima. Este ltimo critrio tambm foi utilizado por Beirami e Chamani (2010) e, segundo

    os autores, o mesmo no pode ser aplicado para os canais inclinados, sendo nesses casos, o

    trmino do rolo sugerido como o final do ressalto.

    Wilson e Wielogorski (1970) apud Gunal e Narayanam (1996) estimaram y2 como a

    profundidade em que as bolhas de ar incorporadas no incio do ressalto ascendem at a

    superfcie. A jusante dessa posio algumas bolhas ainda podem estar presentes, mas em

    pequena quantidade (portanto, aps o final do ressalto). O perfil mdio de concentrao de ar

    aumenta de zero at um mximo e em seguida comea a decrescer at atingir uma

    concentrao de ar mdia praticamente nula novamente. A distncia entre o ponto de incio do

    ressalto e o ponto em que a concentrao zero (Lc) , em geral, maior que Lj, j que, como

    foi frisado, algumas bolhas ainda esto presentes aps o final do ressalto (RAJARATNAM,

    1967).

    Ortiz (1981) avaliou o final do ressalto pela determinao de um parmetro de

    turbulncia ao longo do escoamento. O final da zona de transio foi considerado como a

    posio em que o parmetro de turbulncia foi aproximadamente igual a 0,1,

    valor este caracterstico de um escoamento turbulento usual em canais. Reconhece-se este

  • 27

    parmetro como a intensidade turbulenta relativa, comumente usada nos estudos de

    turbulncia e adotada aqui de forma prtica. No caso, Ortiz (1981) considerou que a

    intensidade turbulenta usual corresponde a 10% da velocidade mdia do escoamento. As

    medies foram feitas nas profundidades 0,2y e 0,4y a partir do fundo, sendo encontrados os

    seguintes valores para a bacia sem blocos ensaiada (Tab. 3.1).

    Tabela 3.1. Comprimento de transio (Lzt) e comprimento do ressalto (Lj) por Ortiz (1981).

    F1 Posio de medio 0,2 y Posio de medio 0,4 y

    Lzt Lj Lzt Lj

    7,6 24 y2 30 y2 26 y2 32 y2

    9,8 44 y2 50 y2 46 y2 62 y2

    12,4 106 y2 112 y2 102 y2 108 y2

    Simes, Schulz e Porto (2012) utilizaram um critrio semelhante, de estabilizao da

    intensidade turbulenta relativa junto a superfcie livre. Assim, o ressalto termina na seo a

    partir da qual este parmetro independente da posio ao longo do canal. Os autores

    realizaram ensaios com F1 igual a 3, encontrando o seguinte comprimento adimensional (Eq.

    3.13):

    (3.13)

    Segundo Carollo, Ferro e Pampalone (2012), muitos estudos experimentais apoiam a

    ideia de que o comprimento do rolo Lr, medido entre o p do ressalto e o ponto de estagnao

    da superfcie, na verdade a melhor caracter