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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA LABORAT0RIO DE FERPAMENTAS TRIBOLOGIA M ETODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS HIDRODINAMICOS ALIMENTADOS SOB PRESSAO E SOLICITADOS EM REGIME J João Telésforo Nóbrega de Benedito de Moraes Purquério SÃO CARLOS - 1984 Publicação 034/84 I 1 LABORATORIO DE MAQUINAS-FERRA MENTAS

METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

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Page 1: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LABORAT0RIO DE ~ffiQUINAS FERPAMENTAS

TRIBOLOGIA

METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS HIDRODINAMICOS

ALIMENTADOS SOB PRESSAO E SOLICITADOS EM REGIME

"~-----.

J

João Telésforo Nóbrega de ~edeiros

Benedito de Moraes Purquério

SÃO CARLOS - 1984

Publicação 034/84

I 1

LABORATORIO DE MAQUINAS-FERRA MENTAS

Page 2: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LABORAT0RIO DE MÁQUINAS FERRAMENTAS

TRIBOLOGIA

METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS HIDRODINAMICOS

ALIMENTADOS SOB PRESSAO E SOLICITADOS EM REGIME

Texto: Engineerinq Sciences Data Unit (ESDU) - 66023

Tradução: João Telêsforo Nõbrega de Medeiros

EngQ Mecânico, MSc, docente do Departamento de Engenharia Mecânica do CT/UFRN - Natal )

Coordenação: Benedito de Moraes Purquerio

EngQ Mecânico, MSc (Tribologia), PhD, doce~

te do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia de São Carlos, USP)

( Traduzida e publicada para fins didáticos )

São Carlos

1984

Page 3: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

i?RESENTAÇÃO

~ bastante incipiente ainda o volume de informações

técnicas disponíveis em língua portuguesa no âmbito da Tri

bologia. Quando as há, é considerável o seu grau de dispeE

são. Há carência de sistematização e condensação dessas in

formações.

A Escola de Engenharia de São Carlos, através do

seu Laboratório de Máquinas Ferramentas (LAMAFE) , tem sido

pioneira no país, nesse setor. Aqui se construíram os pr!

meiros bancos de ensaios para mancais a ar ex-ternamente

pressurizados, foram feitas incursões no campo do desenvo!

vimento de mancais a óleo externamente pressurizados com ~

plicação voltada para gui2s e cabeçotes de máquinas ferra­

mentas, dentre outras.

No que tange aos mancais hidrodinâmicos, este é um

dos primeiros passos objetivos. Ele advém como um dos fru­

tos imediatos da disciplina ELE~lliNTOS DE TRIBOLOGIA, ofer~

cida pela primeira vez a nível de pós graduação no país.O~

tros, decerto, virão naturalmente.

A tradução deste Guia tem por propósito essencial

fornecer ao projetista mecânico uma ferramenta capaz de au

xiliá-lo em sua tarefa de sistematizar o projeto e aumen -

tar a sua confiabilidade, otimizando-o. Ressalte-se a ne­

cessidade de se ter de adequar o método aqui apresentado e

as suas hipóteses simplificadoras a cada aplicação, em paE

ticular.

Serão muito bem aceitas sugestões, contestações fu~

dadas em aplicações, observações e relatos da sua utiliza­

çao.

Os tradutores.

Page 4: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

~TODOS DE CÃLCULO PARA MANCAIS RADIAIS HIDRODINÂMICOS

ALH1ENTADOS 1 SOB PRESSÃO E SOLICITADOS EM REGI.IYIE

TABELA DE GRANDEZAS ADI~1ENSIONAIS

SIMBOLOGIA E UNIDADES

LISTA DE FIGURAS

l- INTRODUÇÃO

1.1- Suposições e Limitações

1.1.1- Suposições

1.1.2~ Limitações

2- O PROCEDIMENTO DE PROJETO

2.1- Introdução

2.2- Procedimento para o Projeto I cial Aproximado

2.2.1- Adeguabilidade de um Mancal Hidrodinâmico

2.2.2- Carga e Velocidade de Projeto

2.2.3- Seleção do Tipo de Ranhura

2.2.4- Projeto Inicial Aproximado

2.3- Procedimento para o Projeto Completo

2.3.1- Procedimento para o Projeto Completo de Mancais

com Ranhura Axial

2.3.2- Procedimento para o Projeto

com Ranhura Circunferencial

leto de Mancais

11

13

15

16

16

17

18

18

20

20

20

20

22

26

26

30

3- POSIÇÃO DO EIXO-ÃRVORE E ESPESSURA ADMISSIVEL DE FILME 67

3.1- Posição do Eixo-Ãrvore 67

3.2- Mínima Espessura de Filme 67

3.3- Mínima Espessura de Filme Admissível na Borda do Mancal 68

Page 5: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

4- ALIMENTAÇÃO E VAZÃO DE LUBRIFICANTE

4.1- Introdução

4.2- Posição do Ranhuramento

4.2.1- Uma Ranhurà Axial Simples, na Máxima Espessura

do Filme Lubrificante

4.2.2- Uma Ranhura Axial Simples, a 900 da Linha de

Carregamento do Hancal

4.2.3- Duas Ranhuras Axiais, Diametralmente Opostas

a 909 da Linha de Carregamento

4.2.4- Uma Ranhura Circunferencial Central

4.3- Vazão de Lubrificante

4.3.1- Determinação das Vazões de Lubrificante para um

Mancal de Ranhura Axial

4.3.2- Determinação de QE para Mancais de Ranhura Axial

4.3.3- Determinação de Qv para Mancais de Ranhura Axial

4.3.4- Determinação das Dimensões da Ranhura e Pressão

de Alimentação para Mancais de Ranhura Axial

4.3.5- Determinação das Vazões de Lubrificante para um

Mancal com Ranhura Circunferencial Central

4.3.6- Determinação da Largura e Profundidade da Ranhura

69

69

69

70

70

71

72

73

73

75

75

75

76

para um Mancal com Ranhura Circunferencial Centra: 78

5- PERDA DE POTENCIA E TEMPERATURAS CARACTER!STICAS DO

FLUIDO LUBRIFICANTE

5.1- Perda de Potência, H

5.1.1- Mancais com Ranhura Axial

5.1.2- Mancais com Ranhura Circunferencial

5.2- Temperaturas do Lubrificante

5.2.1- Fator de Perda de Potência, K

78

78

78

78

79

79

Page 6: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

5.2.2- Temperatura de Entrada do Lubrificante, e. l

5.2.3- Temperatura Efetiva do Lubrificante no Mancal, J

5.2.4- Temperatura de Saída do Lubrificante, e o

5.2.5- Temperatura.Máxima no Mancal, e­max

6- EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

6.1- Mancal com Ranhura Axial, Projetado

o Procedimento Sugerido no Item 2

de Acordo

6.2- Análise de um Projeto de Mancal Existente

com

6.3- Projeto de um Mancal com Ranhura Circunferencial

7- REFERENCIAS BIBLIOGRÂFICAS

e e

79

80

81

81

8.

90

98

105

Page 7: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

TABELA DE GRANDEZAS ADIMENSIONAIS

RANHURAS AXIAIS

8) ® @ H cd

H'= 2 2. ( - )

ne.N .b.d d

Q' QE

= E b.cd.d.N

ni.Qp n .. Q Q' =

l p p 3 3 3

pf.hf IPr(hfl + hf ) 2

Q' = Qv

v a.cd.d.N

W' w . ( cd ) 2 I = -ne.N.b.d d

RANHURAS CIRCUNFERENCIAIS

H' H cd ) = 2 2. ( -

ne .N .b.d d

w cd 2 W' = ne. N. b. d · ( - )

d

Page 8: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

ct

SIMBOLOGIA E UNIDADES

Símbolo Grandeza

a Comprimento axial da ranhura de lubrificação

b Largura do manca1 com ranhuras axiais (Figura

4.1) ou largura de um lado do mancal com ranhura

circunferéncial central (Figura 4.4)

c

d. l

e

H

Capacidade térmica do lubrificante

Folga diametral (d. - d) l

Diâmetro do eixo-árvore

Diâmetro interno do mancal

Excentricidade (Figura 1.1)

Perda de potência

Espessura do filme na ranhura de lub~ificação

Mínima espessura do filme no centro do mancai

(Figuras 1.1 e 2.3)

h .... Mínima espessura do filme na borde_ do mancai_ mlnb d

h s

K

N

Pf

Q

QE

Qp

'>dr

Qv

t

w

or a

Mínima espessura segura do filme na borda ~n

mancal (Figura 2.3)

Fator de perda de p6tência

Frequência de rotação do eixo-árvore

Pressão de alimentação do lubrificante

vazão total de lubrificante

vazão teórica do lubrificante na largura total

do filme na ranhura

Vazão induzida pela pressão de alimentação total

de lubrificante na(s) ranhura(s)

Vazão do lubrificante recirculante

Vazão induzida pela velocidade do lubrificante

na(s) ranhura(s)

Profundidade da ranhura de lubrificação

Carga

Unidade

m

m

J/Kg.9C

m

m

m

m

w

m

rr.

m

m

rps

Pa ( *)

':{

m~/s

3 m /s

3 m /s

3 m /s

3 m /s

m

N

w Largura circunferencial da ranhura de lubrificação m .......__

Page 9: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

SIMBOLOGIA E UNIDADES (Continuação)

Símbolo

B

ne

Grandeza

Deflexão angular do eixo-árvore devido a carga

Desalinhamento angular do eixo-árvore em relação

ao mancal, suposto atuar no plano mais adverso

Relação de excentricidade (2.e/cd)

Viscosidade dinâmica efetiva do lubrificante

n. Viscosidade dinâmica do lubrificante à temperatura l

e e

e. l

de entrada

Viscosidade dinâmica do lubrificante, usada

mancais de ranhura circunferencial central

para

Temperatura efetiva do lubrificante na parte carre

gada do mancal

Temperatura de entrada do lubrificante

e Temperatura do lubrificante utilizada para mancais m

e ~ max

p

\) e

de ranhura circunferencial central

Temperatura de saída do lubrificante

~emperatura máxima do lubrificante no mancal

Densidade do lubrificante

Angulo de posição (formado pela linha de carrega -

mento com a linha de centro do mancal - Fig. 1.1

Viscosidade cinemática efetiva do lubrificante do

mancal ( n I p) e

N (*) N.T.: Pa = Pascal

2 m

N.s 10-3 Pl = Poiseuille = = Pa.s = cP

m2

Unidade

m/m

(rad)

m/m

(rad)

p 1 ( *)

p 1 ( *)

p 1 ( *)

o c

o c

o c

o c

o c 3 Kg/m

graus

2 m /s

Page 10: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

LISTA DE FIGURAS

Fig. 1.1 - Ilustração da notação 15

Fig. 2.1 - Pressões geradas no filme lubrificante convergente 19

Fig. 2.2 - Ilustração do projeto inicial aproximado

Fig. 2.3 - Ilustração da espessura do filme

Fig. 2.4 - Fluxograma do procedimento de projeto

Fig. 2.5 - Diagrama de projeto aproximado

Fig. 2.6 Guia para a mlnima espessura de filme segura, h s

Fig. 2.7- Curvas viscosidade x temperatura para lubrifican-

22

23

33

35

37

tes usados no projeto inicial aproximado 39

Fig. 2.8 - Velocidade de transição entre o escoamento lami-

"ar e os vórtices de Taylor 41

Fig. 2.9 - Capacidade de carga 43

Fig. 2.10- Efeito da deflexão angular do eixo-árvore e desa­

linhamento de montagem sobre a mínima espessura

de filme na borda do mancal 45

Fig. 2.11- Vazão teórica QE para uma ranhura axial simples

na máxima espessura do filme 47

Fig. 2.12- Vazão teórica QE para duas ranhuras axiais, diame

tralmente opostas, a 90o da linha de carga, e uma

ranhura axial simples, a 90° da linha de carga 49

Fig. 2.13- Vazão induzida pela velocidade Q , para uma ranhu v -ra axial simples, na máxima espessura do filme lu

brificante

Fig. 2.14- Vazão induzida pela velocidade, Q , para duas ra v

nhuras axiais diametralmente opostas, a goo da li

nha de carga e uma ranhura axial simples, a 90o

da linha de carga

51

53

Fig. 2.15- Ranhuras axiais com extremidades "vivas" (90°: 55

Fig. 2.16- Ranhuras axiais com extremidades arredondadas 55

Page 11: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

LISTA DE FIGURAS (Continuação)

Fig. 2.17- Espes~ura do filme na ranhura

Fig. 2.18- Determinação do ângulo de ação ~' a posição da má

xima espessura do filme, para uma ranhura

simples, na máxima espessura do filme

axial

Fig. 2.19- Perda de potência H para uma ranhura circunferen­

cial central e uma ranhura axial simples, na máxi

ma espessura do filme lubrificante

Fig. 2.20- Perda de potência H para uma ranhura axial simp~s

a 90o da linha de carga

Fig. 2.21- Perda de potência H para duas ranhuras axiais,di~

57

59

61

63

metralmente opostas, a 900 da linha de carga 65

Fig. 4.1- Uma ranhura axial simples, na máxima espessura do

filme lubrificante 70

Fig. 4.2 - Uma ranhura axial simples, a 900 da linha de car­

regamento

Fig. 4.3- Duas ranhuras axiais, diametralmente opostas,

90o da linha de carregamento

Fig. 4.4 - Uma ranhura circunferencial central

Fig. 4.5 - Escoamentos idealizados do lubrificante quando

(Q + Q ) é maior que a vazão QE p v

Fig. 4.6 - Escoamentos idealizados do lubrificante quando

(Qp + Qv) é menor que a vazão QE

Fig. 4.7- Vazões de lubrificante através de uma ranhura

circunferencial central

a

71

71

72

74

74

77

Page 12: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 15 -

1. INTRODUÇÃO

As cartas e métodos de cálculo sao fornecidos para auxil!

ar a elaboração do projeto de mancais radiais hidrodinâmicos ali

mentados sob pressão e solicitados em regime, com ~60o, lubrifi~

cados com líquidos.

Este Guia é dividido em seis !tens. O !tem 1 contém mate­

rial introdutório,

O !tem 2 descreve um procedimento de projeto juntamente

com as figuras correlatas, enquanto os !tens 3, 4 e,S apresentam

informações complementares sobre a explicação de vários aspectos

de projeto.

O !tem 6 fornece três exemplos ilustrativos da aplicação

deste Guia a projetos particulares de mancais e o !tem 7 aprese~

ta a bibliografia utilizada.

Emprega-se neste Guia o Sistema Internacional de Unidade~

SI, por ser um sistema consistente. Deve-se salientar que qual

Eixo / Arvore

Figura 1.1 - Ilustração da Notação

Page 13: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 16 -

quer outro sistema de unidades consistente ( usando rotações co­

mo a unidade de giro do eixo-árvore ) pode ser utilizado em subs

tituição ao SI, pois os dados são fornecidos na forma adimensio­

nal.

1.1 - Suposições e Limitações

Ao longo de todo este Guia, sao feitas certas suposições,

listadas a seguir juntamente com as limitações de projeto.

1.1.1 - Suposições

i) O mancal é considerado solicitado em regime, mas este

Guia também pode ser aplicado a mancais com cargas que variem su

avemente de direção e intensidade.

ii) O lubrificante é um fluido newtoniana incompressível •

Isso é verdadeiro para fins práticos com relação a alguns lubri­

ficantes líquidos, mas nao para graxas.

iii) A viscosidade do lubrificante é constante em torno do

mancal. Isso é suficientemente exato para fins de projeto usandQ

se a viscosidade efetiva deduzida do procedimento iterativo de

projeto.

iv) O escoamento é laminar.

v) O mancal é estável, isto é, nao há rodopio.

vi) O mancal não se distorce sob carga.

vii) As características de desempenho do mancal sao calcula

das mediante a suposição de que a linha de centro do eixo-árvore

é paralela à do mancal. Pequenos ângulos de desalinhamento têm

pouco efeito, exceto quando se consideram espessuras mínimas ad

missíveis do filme.

viii) Ao longo deste Guia supoe-se que a máxima elevação de

temperatura, na parte carregada do mancal, é o dobro da elevação

da temperatura média, ou seja,

Page 14: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 17 -

ix) A cavitação e consequente estriarnento do fluxo de lu­

brificante ocorre na região divergente do filme. Isso é admitido

para o cálculo da perda de potência.

x) A vazão· total de lubrificante ( Q ) é igual à sorna da

vazão induzida pela velocidade ( Q ) com a vazão induzida pela v pressão total de alimentação ( Qp ) , para ranhuras axiais, e a

Qp , para urna ranhura circunferencial central.

xi) Para fins de cálculo da vazão induzida pela pressao to

tal de alimentação ( Qp ) , para mancais de ranhura axial, supõe­

se que hf é sensivelmente constante na vizinhança d,a ranhura e

que distâncias circunferenciais entre as ranhuras são grandes

comparadas às larguras destas últimas e à espessura do filme na

ranhura.

xii) Parte do calor total gerado por atrito, K, é dissipada

pelo lubrificante.

xiii) Na entrada de lubrificante do rnancal, o fluido recircu

lante a urna temperatura mais elevada é expelido, dando preferê~

cia ao lubrificante mais frio que entra.

xiv) A temperatura efetiva do lubrificante na parte carreg~

da do rnancal é aquela usada,para determinar a viscosidade efeti-

va.

1.1.2 - Limitações

i) Turbulência - Este Guia se aplica apenas aos mancais

que operam na faixa de escoamento laminar. A altas velocidades ,

com baixa viscosidade do lubrificante e grande folga, o escoame~

to laminar pode se transformar em escoamento com vórtices regul~

res, os chamados "Vórtices de Taylor" e, eventualrnente,.ern es

coamento totalmente turbulento. As consequências deste último ca

so incluem aumento na perda de potência, redução do fluxo de lu

brificante e, assim, maior aquecimento. Métodos de cálculo para

escoamento turbulento fogem ao escopo deste Guia, mas a turbulên

cia não será normalmente encontrada quando se usa lubrificação

do rnancal com óleo.

Page 15: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 18 -

ii) Lubrificação Limite - Este Guia aplica-se, apenas, à

lubrificação hidrodinâmica completamente desenvolvida. Sob condi

ções de baixa velocidade ou alta carga, as superfícies do mancal

podem entrar em contato, conduzindo a um aumento no atrito, aqu~

cimento e desgaste. Se a espessura admissível de filme, dada no

!tem 3, fôr encontrada para todas as velocidades e cargas de ope

ração, aplica-se a lubrificação completamente desenvolvida.

iii) Instabilidade - Vários tipos de instabilidade podem

ser encontrados, dentre os quais se destaca o rodopio à meia-fre

quência. Isso ocorre particularmente em mancais levemente carre­

gados, com baixa viscosidade do lubrificante e conduz a vibr~es

indesejáveis. O cálculo das velocidades de rodopio foge ao esco­

po deste Guia, mas o rodopio dificilmente ocorrerá se o mancal o

perar dentro da "Ârea Recomendada" da Figura 2.9.

2 - O PROCEDIMENTO DE PROJETO

2.1 - I~trodução

O eixo-árvore, em um mancal radial, assume uma posição ex

cêntrica dentro da folga radial, sob a influência da carga que e

le suporta. A magnitude da excentricidade que se ajusta sob a

carga é balanceada pelas pressões geradas pelo filme lubrifican­

te convergente, conforme é mostrado na Figura 2.1.

As pressões geradas e, portanto, a capacidade de carga do

mancal, dependem da excentricidade e da frequência de rotação do fl

eixo-árvore, da viscosidade efetiva do lubrificante no filme con

vergente e das dimensões e folga no mancal.

O primeiro requisito a ser encontrado no projeto do· man

cal concerne à operação com uma mínima espessura de filme e uma

elevação aceitável da temperatura do lubrificante. Uma vez deteE

minado isto, pode o projeto ser então refinado para se reduzir a

perda de potência e a quantidade necessária de lubrificante.

A carga e a frequência de rota~ã9 são geralmente especif!

cadas e o diâmetro mínimo do eixo-árvore é frequente -

mente determinado por imp~sições da resistência ou ri-

Page 16: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

,,

- 19 -

gidez. Para completar o projeto, será necessário calcular-se as

dimensões e folga do mancal final e escolher um lubrificante ade

quado, se este já não tiver sido especificado.

~ impossível fazer-se um cálculo direto das dimensões fi

nais exigidas para um mancal, porque elas dependem da viscosida­

de efetiva do lubrificante no filme convergente, que não pode

ser calculada sem o conhecimento da perda de potência e da vazão

de óleo e estas, por sua vez, dependem das dimensões do rnancal e

da viscosidade efetiva.

hmin

/ /

/ /

Perfil aproximado

da pressão gerada

Figura 2.1 - Pressões geradas no filme convergente

~ conveniente, portanto, iniciar-se com um projeto aprox~

rnado, obtido pelo uso de suposições gerais, com os objetivos de:

i) Examinar-se, inicialmente, qual o rnancal que tem urna

razoável chance de operação com uma espessura adequada de filme·

ii) Verificar-se a existência de algumas condi -

çoes ambientais, tais como-grandes deflexões do eixo-

Page 17: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 20 -

árvore ou o uso de um lubrificante que, normalmente, nao seria

considerado ideal, que podem dominar a seleção das dimensões do

mancali

iii) Fornecer um ponto de partida para um procedimento ite­

rativo mais exato ( que convirja rapidamente ) , a partir do qual

possam ser calculados o desempenho e as dimensões do mancal.

Um fluxograma do procedimento de projeto é apresentado na

Figura 2.4 para auxiliar à sequência das etapas de projeto.

2.2 - Procedimento para o Projeto Inicial Aproximado

2.2.1 - Adequabilidade de um Mancal Hidrodinâmico

Verificar se um rnancal radial hidrodinâmico é a melhor al

ternativa para as condições especificadas. O "Guia Geral para a

Seleção de um Mancal Radial" (v. referência 3 ) , deverá ser uti

lizado neste momento.

2.2.2 - Carga e Velocidade de Projeto

Ãs vezes, ocorrem cargas e velocidades que extrapolam os

valores nominais, ensejando uma piora nas condições operacionàs,

relativamente àquelas para as quais o mancal é projetado.

Recomenda-se, dest'arte, investigarem-se as característi­

cas de carga/velocidade da aplicação, para verificar-se se o man

cal operará durante algum período de tempo a um valor de W/N su­

perior ao considerado. Se assim o f6r, deve-se eJ~a~inar o proje­

to, também sob essas condições.

2.2.3 - Seleção do Tipo de Ranhura

No projeto de um mancal radial, o procedimento é um tanto

diferente para as ranhuras axiais e cirqunferenciais de suprime~

to de lubrificante, devendo-se selecionar inicialmente

o tipo a ser utilizado.

Page 18: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 21 -

uso dessa figura é ilustrado na Figura 2.2, onde as linhas em

destaque são apropriadas ao exemplo 6.1. Basicamente, os quatro

vértices de um retângulo ABCD, como o exemplificado na Figura2.2

representam um possível projeto consistente de mancal.

O projeto inicial consiste na seleção desses quatro pon -

tos, de modo que exista uma espessura mínima adequada de filme ;

que a temperatura máxima ( e - ) não seja excessiva; que a pe_r max da de potência e a vazão não sejam desnecessariamente grandes.

A primeira etapa é estabelecer limites seguros para os

pontos A, B, C e D.

i) Limitação de velocidade

A posição da linha AB é fixada pela frequência de rotação

(N) , de modo que essa linha pode ser imediatamente traçada pelo

ponto definido na escala apropriada de N.

ii) Limitação da espessura de filme

A posição do ponto A e, assim, da linha AD, é limitada à

esquerda pela espessura do filme lubrificante. A Figura 2.6 for

nece um guia para o estabelecimento da mínima espessura segura

~o filme~

A espessura de filme assim determinada é aquela na borda

do mancal. Aqui, introduz-se uma tolerância à deflexão e ao desa

linhamento do eixo-árvore. Da Figura 2.3, depreende-se que h ~ m1n (no centro) é dada por:

h ~ = hs + deflexão e desalinhamento do eixo-árvore na m1n metade da largura do mancal

Neste estágio, pode-se supor, para este fim, que bld = 1

fornece uma deflexão razoável (da mesma ordem de grandeza de hJ. O valor de h ~ :IW I d 2 é agora calculado e a linha· EF m1nv " ·

traçada, indicando-se o limite mais à esquerda do ponto A, para

bld = 1.

guro

sos,

Se o desalinhamerito ou a deflexão fôr grande, o valor se­

de h ~ .V'W I d 2 dependerá da largura do mancal. Nesses ca-mln _ 2 é recomendavel calcularem-se os valores de hmínv'W I d p~

ra uma larga faixa de bld ( por exemplo, bld = 0,2 até

1,2 ) e esboçar-se uma curva GH, que represente um li-

Page 19: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 22 -

Se a direção nao variar muito circunferencialrnente, devem

se empregar ranhuras axiais. Para um rnancal estreito, onde um su

prirnento de pressão suficientemente alta é garantido, somente um

furo circular pode ser suficiente.

Se a direção da carga variar mais que 1800, deve-se usar

urna ranhura circunferencial central. Corno o rnancal é dividido em

duas partes pela ranhura, deve ser tratado corno dois mancais se

parados, cada um de largura b, e projetado para metade da carga

total. Assim, a largura total do rnancal é igual a (2.b + a).

Um guia mais completo sobre a escolha da ranhura é apre

sentado no !tem 4.

2.2.4 - Projeto Inicial Aproximado

A Figura 2.5 é utilizada no projeto inicial aproximado. O

-~ .. ., i o (,}

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o -~ -o 'i a:

o .!!

'0 .. .., o

lO N o >

Perda de poteneio Relativo

vazão d.. Ól .. o Relativa

vazão da Óleo Relativa

Perda ele Potência Relativa

.. >

'o ... .. ,. e ... .! .. " ;; a:

"' >

o

" a: o

·;; C!

<o • -o 0..

" .., o " ... .. IL

Figura 2.2 - Ilustração do projeto inicial aproximado

Page 20: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 23 -

rnite seguro para o ponto D.

iii) Limitação de espaço

Se houver qt+aisquer limitações de espaço de b/d, elas tarn

bérn poderão ser assinaladas no quadrante superior esquerdo, tal

corno a linha JK.

hfí" . oetlel(õo do _ t eixo- árvore ~===~=====~~~2;.;~~~6~==~-no metade do

moncol t I iorguro do

0min no bordo

(nÕo menor Que hsl

Figura 2.3 - Ilustração da espessura do filme

iv) Limitação de temperatura

A posição da linha BC geralmente se limita à direita pela

elevação excessiva da temperatura do rnancal. A limitação pode

ser observada traçando-se urna linha, corno LM, no valor apropria­

do de ( e - - e. ) . Caso nao se disponha de nenhuma informação, rnax 1

supor ei = 40 oc ( Nota do Tradutor: Em regiões brasileiras tra-

dicionalmente mais quentes, corno o Norte e Nordeste, deve-se a­

crescer cerca de 10oc a este valor,· admitindo e. = 50 oc ) e o . l

valor máximo permissível a e - = 110 oc (!tens 5.2.2 a 5.2.5). rnax

v) Restrições do lubrificante

Se as características de viscosidade do lubrificante e a

temperatura de entrada forem conhecidas( traça-se a curva NP. O

ponto C deve se encontrar nessa curva. Para isso, o

procedimento é o seguinte:

Page 21: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 24 -

a} Calcular ee correspondente a uma faix~ de valores

de ( emáx - ei l empregando a expressao:

e e 1 .

= -. { emáx 2

e. ) + o. ~ ~

b) Determinar o valor de n correspondente a n. através ~

de um diagrama viscosidade x temperatura. Isso fornece o valor a

ser adotado para n . e

c) A

(e~ -e.). · max ~

curva NP é esboçada para diversos valores de n e e

Se um lubrificante em particular fôr ~mpregado p~

ra vários projetos, é recomendável esboçar-se a curva NP, para~

ma faixa de temperaturas de entrada, em um papel transparente so

breposto à Figura 2.5.

Algumas curvas típicas sao fornecidas como modelo na Fig~

ra 2.5, correspondendo à temperatura de entrada de 40 oc, e os

lubrificantes são definidos na Figura 2.7.

vi) Seleção do lubrificante

Se o lubrificante não fôr especificado, usar as curvas ti

picas ap~esentadas na Figura 2.5 como um guia na seleção de um

lubrificante adequado ou, havendo uma posição apropriada pré-fi­

xada para c, escolher um lubrificante que possua uma viscosidade

fornecida pela escala n , onde a temperatura e é dada por: e e

e = .!.. < e ~ e 2 max e. ) + e. ~ ~

vii) Seleção do projeto por tentativa

Havendo-se estabelecido as restrições às posições dos vér

tices do retângulo ABCD, resta escolherem-se posições dentro des

ses limites, que representem um projeto eficiente. Não há nenhu­

ma resposta "correta" Gnica para um projeto de man~al, mas as

considerações subsequentes se constituem em um guia para a sele­

çao de um projeto adequado, por tentativa.

viii) Guia e limitação da folga

As linhas "Guia para a Folga Mínima" em destaque na Figu­

ra 2.5 {para os diversos lubtificantes definidos pela

Figura 2.7) representam valores da relação de folga

Page 22: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 25 -

que a experiência sugere como apropriados e podem, portanto, ser

utilizados para fixar-se o ponto B. Se ocorrerem grandes distân­

cias em relação às linhas "Guia para a Folga Mínima", a car-ta

não pode ser confiável. Além disso, cd/d não deveria ser menor

do que

h ~ 25 mln

d 11 - d/b

( mas isso pode, em algumas circunstâncias, sobrepujar o valor

obtido pelo guia para a folga) , nem tampouco menor do que o tama

nho economicamente possível de ser produzido ao se considerarem

as tolerâncias de fabricação.

ix) Redução da perda de potência

As escalas nas laterais do diagrama da Figura 2.5, denom~

nadas "Perda Relativa de Potência", fornecem uma indicação apro­

priada do efeito da perda de potência que pode ser esperada face

a uma mudança na posição de qualquer um dos lados do retângulo

ABCD, enquanto os outros três lados permanecem fixos. Os números

apresentados nas escalas não possuem qualquer significância qua~

·titativfr, exceto na indicação das magnitudes relativas à perda

de potência entre vários projetos representados pelas diversas

posições dos lados do retângulo ABCD. Ao se compararem dois pro­

jetos representados pelas variações na posição de dois ou mais

lados do retângulo (tal como nos casos em que o ponto C está li­

mitado pela linha NP de modo que a posição de CD não pode ser al

terada sem se modificar a posição de BC) a perda relativa de p~

tência é dada pelo produto dos valores indicados para cada lado

do retângulo, separadamente.

x) Redução da vazão de lubrificante

As escalas nas laterais do diagrama da Figura 2.5 denomi­

nadas "Vazão Relativa de Oleo" são usadas de modo semelhante à­

quele descrito em (ix) acima.

Supõe-se que a pressão de alimentação e o tamanho da ra

nhura sejam suficientes para assegurar o enchimento do espaço da

folga e, na prática, nem sempre_isso será realizado. Essas esca-, .

las não se aplicam ao caso de mancais com ranhuras cir

cunferenciais.

Page 23: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 26 -

xil Confiabilidade

Sendo a confiabilidade um parâmetro relevante, é aconse -

lhável que o mancal.opere longe dos limites de máxima temperatu­

ra e de mínima espessura de filme.

xii) Verificação do projeto inicial aproximado

Havendo

de b/d ( ponto

cd/d (ponto B)

selecionado um projeto por tentativa, os valores

D ) , n (interseção de CD com a escala de ~ ) e e '''-e são determinados e W' é calculado pela fórmula a

presentada na Figura 2.9. Se o projeto por tentativa se situar

fora da "Ãrea Recomendada" na Figura 2.9, fazem-se as ajustagens

apropriadas aos valores de projeto_

Se a folga fôr grande, a viscosidade baixa e a velocidade

alta, verificar se o mancal operará na região de escoamento lami

nar, utilizando-se da Figura 2.8.

Em todos os casos, é recomendável e, em particular, qua~

do o mancal trabalhar próximo aos limites de temperatura ou mini

ma espessura de filme, é essencial, seguir-se o procedimento pa­

ra o projeto completo e confirmar se o projeto é ac'eitãvel.

2.3 - Procedimento para o Projeto Completo

Dispondo-se dos valores iniciais de b, cd, d, N, W e ne,

especificados ou selecionados com o auxílio do projeto inicial ~

proximado, pode-se passar ao procedimento para o projeto comple­

to, o qual difere um pouco entre os mancais de ranhura axial e

de ranhura circunferencial.

2.3.1 - Procedimento para o Projeto Completo de Mancais com Ra­

nhura Axial

i) Havendo calculadO W', determinar E e h ~ pela Figura m1n 2.9 ( ~ de se esperar que h ~ seja um m1n obtido pelo projeto inicial aproximado

pouco diferente daquele

) . Verificar se h , ' . mlnborda

ainda é aceitável, através de urna avaliação mais exata,

agora possível de ser feita utilizando-se a Fig. 2.10.

.. )

Page 24: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 27 -

ii) Selecionar a posição do ranhuramento (!tem 4) e, com

os valores de b/d e E (obtido na etapa anterior] , determinar o

valor de QE através pas Figuras 2.11 ou 2.12, de acordo com a p~

sição da ranhura. Calcular o valor é.e QE pela fórmula apresenta­

da nessa figura.

iii) Determinar H' através da Figura:2.19, 2.20 ou 2.21, de

acordo com a posição da ranhura. Calcular H pela fórmula aprese~

tada na figura correspondente.

iv) Calcular ( ee - ei utilizando a expressa0:

e - e. ) = < e 1

K

c. p ) . (

onde K pode ser tomado como 0,8, geralmente (!tem 5.2.1).

Na ausência de dados precisos para C e p, adotar um valor

para C.p em consonância com a Tabela 2.1.

TABELA 2.1 - Valores médios usuais para C.p

Fluido C.p (J/m3_oc)

Oleos hidrocarbonetados 1,7 X 10 6

Âgua 4,2 X 10 6

v) Se e. fôr conhecida, calcular e adicionando-se o va-l e

lorde ( e - e. ) a e .. Se e. não fôr conhecida, um valor de 40 · e 1 · 1 1

oc geralmente será apropriado (N.T.: Em regiões brasileiras tra-

dicionalmente mais quentes, como o Norte e Nordeste, deve-se a­

crescer cerca de 1ooc a este valor, admitindo e. =50 oc). ~aio-l

res informações consultar o ítem 5.2.2.

vi) Se o lubrificante não tiver sido previamente escolhno,

procurar, num diagrama viscosidade x temperatura, para um elenco

de lubrificantes, e selecionar um valor que se equipare o mais

possível com e e n utilizados nos cálculos. e e · .

Page 25: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 28 -

vii) Determinar o valor de n.e que corresponda, ao valo;r cal­

culado de ee de um diagrama viscosidade x temperatura para o lu

brificante selecionado.

Se este fõr; de fato, diferente do valor de ne usado nos

cálculos, escolher um novo valor para ne (aproximadamente igual

à média entre ambos} .

viii) Repetir os cálculos, até que o valor de n obtido no e final, coincida com aquele inicialmente suposto. Este processo

converge rapidamente. Verificar se W' continua dentro da "Ârea

Recomendada" na Figura 2.9.

ix) Selecionar um valor de a/b (Ã falta de experiência an­

terior, adotar 0,8). Determinar o valor de Q' usando a Figura v 2.13 ou 2.14, de acordo com a posição da ranhura. Calcular Q a v través da fórmula apresentada nessa figura.

x) Calcular o valor mínimo de Q necessário para assegu -p rar-se a vazão total, através da expressão

Q = Q - Q P E v mín

xi) Determinar ni correspondente à temperatura ei, através

da curva viscosidade x temperatura do lubrificante.

xii) Determinar, pela Figura 2.17,

ou hf hf

( 1 )3 + ( 2 )3

de acordo com a posição da ranhura e, utilizando-se das equaçoes

apresentadas nas Figuras 2.15 e 2.16, calcular Q' , corresponde~ p

te a Q = Q . Se pf não houver sido especificada, selec~onar P Pmín

um valor trivial. São práticas comuns níveis de pressão da ordem

de 0,07 a 0,35 MPa (0,7 a 3,5 Kgf/cm2 ).

xiii) Utilizando-se do valor calculado para Qp e do valor su

posto para a/b, determinar o valor correspondente de w/b pela Fi

gura 2.15 ou 2.16, de acordo com a forma da ranhura. Verificar

se a largura da ranhura assim obtida está compreendida

dentro dos limites de aplicabilidade da figura (isto ~

Page 26: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 29 -

w/d situado entre 0,1 e 0,3); caso nao o esteja, o valor predito

para Q pode não ser confiável e, assim, usar o gráfico superioL p

Se Q' estiver fora da faixa coberta pelos gráficos, ajustar a/b p

(retornando à etapa· ( ix) ) ou pf, conforme apropriado. Verificar

se a forma resultante da ranhura é aceitável para fabricação.

Em alguns casos, pode não ser possível encontrar-se Q' na . p

faixa prática, pela ajustagem de a/b, ou com valores razoáveis

de pf' e o mancal deverá ser projetado com QP < Q ( 4.3.4 ) . Pmín

xiv) Adicionar Q a Q para obter Q. Calcular a elevação de p v

temperatura do lubrificante na saída, através de:

xv) Calcular

e. l.

e o e

A ~o

emáx

e máx

=

= 2

K

C.p

H ) . (

Q

através da

60 e . ) + l

e e - e i

expressão

e. l.

+ e i

xvi) Verificar a aceitabilidade dos valores de h ~ , H, Q, m1n eo e e ~ . max

xvii) Se alguns destes valores necessitarem de modificação ,

há duas possibilidades. Nos casos em que o projeto inicial apro­

ximado fornecer uma predição acurada, voltar à Figura 2.5 para

se orientar das modificações efetivas mais necessárias. Por ou

tro lado, devem ser considerados os seguintes pontos:

b ou d;

a) h ~ pode, geralmente, ser majorada pelo aumento em m1n

b) H pode ser reduzida pela diminuição em a, pf ou w ,

ou, geralmente, por um aumento em cd;

c) Q pode ser minorada por uma redução em a, cd, pf ou

w;

d) e e e - podem ser reduzidas por um aumento em cd o max e uma diminuição em ni e, também, por um aumento em a e pf.

Page 27: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 30 -

xviii} Se forem feitas algumas modificações, o procedimento

deverá ser repetido até o reajustamento dos cálculos de projeto.

xix) Se uma ranhura axial estiver para ser usada na máxima

espessura de filme, determinar a sua posição, utilizando a Figu­

ra 2.18.

2.3.2 - Procedimento para o Projeto Completo de Mancais com

Ranhura Circunferencial

i) Havendo calculado W', determinar h~ e E'através da m1n Figura 2.9 (é de se esperar que h ~ seja um pouco diferente da m1n quele obtido pelo projeto inicial aproximado) . Observar que o va

lor usado de b no cálculo de W' é a largura de uma banda do man

cal, e W é a metade da carga aplicada (ítem 4.2.4). Verificar se

h ~ b d é ainda aceitável, através de uma avaliação mais acu-mln. or a rada, possível de ser feita, agora, usando-se a Figura 2.10. Nes

sa figura, (2.b + a) deveria ser utilizado para mancais de ranhu

ra circunferencial, em lugar de b. Neste estágio, supor que

a = d/10.

ii) Se pf nao houver sido especificada, escolher para ela

um valor trivial. são práticas comuns pressões de alimentação da

ordem de 0,07 a 0,35 MPa (0,7 a 3,5 Kgf/cm2 ).

iii) Determinar ei; se essa temperatura não fôr conhecida ,

adotar um valor de 40 oc (N .T . .:--Em-· regiões brasileiras tradicio­

nalmente mais quentes, como o Norte e Nordeste, deve-se acrescer

cerca de 10 oca este valor, admitindo e. =50 oc). 1

iv) Se o lubrificante não houver sido c~eviamente selecio­

nado, de posse de um diagrama viscosidade x temperaturae de um e

lenco de lubrificantes, escolher um cujas características

se aproximem de ee e ne empregadas nos cálculos.

v) Calcular em através de

mais

Page 28: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 31 -

Determinar o valor de um correspondente ao valor calcula­

do de e em um diagrama viscosidade x temperatura para o lubrifi rn

cante selecionado.

vi) Calcular Q usando a expressao p

3 0,0327.pf.cd d 2 ------. ( ) . (1,5. e: + 1)

nrn b

vii) Determinar H' pela Figura 2.19. Calcular H pela fórmu­

la apresentada nessa figura (isso fornece a perda de potência de

metade do rnancal) .

viii) Calcular ee - ei ) através da expressao

K

C.p ) . (

onde K pode geralmente ser admitido corno 0,8. Ante à ausência de

dados precisos para C e p, consultar a Tabela 2.1.

ix) Calcular ee através da expressão

x) Determinar o valor de ne que corresponda ao valor cal­

culado de e em um diagrama viscosidade x temperatura para o lu e brificante selecionado. Se esse valor diferir do valor de ne uti

lizado nos cálculos, escolher um novo valor para n , sugerindo -e se a média entre ambos.

xi) Repetir os cálculos até que o valor de ne' obtido no

final, corresponda àquele inicialmente suposto. Este processo ra

pidarnente converge. Verificar se W' permanece dentro da "Ârea Re

cornendada", na Figura 2.9.

xii) Calcular Htotal' Qtotal' 80 e ernáx' empregando as fór­

mulas:

eo = ee

6rnáx = 2 · ( 8e - ei) + 8 i

Page 29: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

Htotal = 2.H

= 2.Q p

- 32 -

considerando-se ambos os lados do mancal

xiii) Calcular a largura (a) e a profundidade da ranhura. C~

so não haja informações disponíveis, supor que ~ largura mínima

da ranhura é

a = d/10

e a profundidade, um terço da largura.

xiv) Verificar se são aceitáveis os valores de h ~ , perda m1n total de potência, vazão total de lubrificante, e e e # • o max

xv) Se alguns dos valores citados em (xiv) carecerem de mo

dificação, destaque-se que

ou d;

a) h ~ geralmente pode ser majorada pelo· aumento de b m1n

b) H pode ser reduzida pela diminuição em d, b ou n. , l

ou geralmente, por um aumento em cd;

c) Q pode ser minorada por uma redução em cd ou pf;

d) e ou e # podem ser reduzidas por um aumento em cd o max e uma diminuição em ni e, também, por um aumento em pf.

xvi) Se forem feitas algumas modificações, o procedimento

deverá ser repetido até o reajustamento dos cálculos de projeto.

Page 30: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 33 -

l DADOS d NW. J I VERIFICAR A ADEQUAÇAO DO j-· ···VIDE REFERÊNCIA 5

MANCAL HIDRODINÃMiCO

l SELECIONAR O TIPO DE RANHURA ]· .. · ÍTEM 4 J

I SELECIONAR, POR TENTATIVA, OS VA._l PRO.JETO INICIAL APROXIMADO, LORES PARA b, c4 , hmÍn E 'Y)e .... iTEM 2

Inicio do procedimento para o projeto completo, Item 2

RANHURAS AXIAIS RANHURAS CIRCUNFERENCIAIS

DETERMINAR é E VERIFICAR h #

I l DETERMINAR é. E VERIFICAR hmínlaordc I mmborda FIGURAS 2.9 E 2.10

;i FIGURAS 2.9 ~ 2.10

~ õ ~ CALCULAR af: 7 FIGURA 2.11 ou 2.12 ~ ..... l SELECIONAR pf I

~ s

j (.)

l ~ CALCULAR H, FIGURA 2.19, 2.20 ou 2.21 ~ F' l DETERMINAR ...!\.m I .....

-' <( ~ ~ ~

CALCULAR s. r; ..... l CALCULAR ~ I <(

j ~ l ~~ ~ DETERMINAR "\e REAL E COMPARA-LA cn l CALCULAR H...z.. FIGURA 2.18 l

COM O VALOR INICIAL ADMITIDO .... J Cl)

I l CALCULAR ~ 1 I SELECIONAR a/b _l

t y DETERMINAR "'\. REAL I. COMPARA-LA

I CÃLCULAR ay , FIGURA 2.1"5 ou 2.14 COM o VALOR INICIAL ADMITIDO

+ 1 CAl-CULAR aPmín I

CALCULAR HroTAL, I i O ToTAL So E smáx DETERMINAR 'Y\.i l

~ I

VERIFICAR SE hmí~, HToTAL,• QTOTAL1 DETERMINAR 90 E Smáx SAO ACEITAVEIS

(~f ou [(~f+(~] FIGURA 217

l CALCULAR ap, FIGURA 2.15 ou 2.16

• DETERMINAR w /b J

CALCULAR a, e o E81Mx

I VERIFICAR SE hmín, H, a, 9o E

em~x sÃo ACEITÁVEIS

' SE A RANHURA AXIAL ESTIVER NA M4 XIMA ESPESSURA DO FILME, DETERMI-

NAR A SUA POSIÇÃO, FIGURA 2.18.

Figura 2.4 -Fluxograma do procedime~to de projeto

Page 31: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

4

3

Cl ... 2 c: ..

15 õ Q. .. 'O

~

~ 0·5 .. a::

0·4

~ .... 0·3 .. Q.

0·2

lO

5 o ..

'Õ 2

... "O

o 0·5 >

~ ... 0·2 a:: o

lO O· I

.... g

0·5

- 35 -

Perda Relativo Potência

0·6 0·7 0·8 0·9 1·2 1·4 1·6 1·8 2

0·00

0·003

N rev/s

5

2

2

0-4 0·5 0·6 0·7 0·8 0·9 I I '2 1·4 1·6 1·8 2 ,

Vazão Relativo de Oleo

Vazão Relativo de Óleo

5 4 3 2

Guio poro a

folgo minirno Óleo I

0·5 0-4 0·3 0·2

9· I poro os

1,2,3 e 4 = 400C

/Óleo 4

//Óleo 3 0-. Óleo 2

O· I

10

5

0·2

0·1

0·5 0·6 0·7 0·8 0·9 I 1·2 1·4 1·6 Hl 2 2-5 3

Perda Relativo de Potfincio

Figura 2.5 - Diagrama de projeto aproxi~ado

.... o ,.. c: ... o >

õ .. a:: o ~ o .. "O

o o N

.o >

o ... c:

CGI

õ Q.

-E .. a:: o "O ... .. Q.

Page 32: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

2 3 4 2 4 5 6 1 a , 10

30

25

20

15

lO r--------------------------------------------------

5+-----------------------------------------------~----------------

Figura 2.6 - Guia para a minima espessura de filme segura, h8

4

0·1 m

N ( rp s)

103

5 6 7 o ,

0·05m

0·025m

N (rpm)

w -..J

Page 33: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

..)

- 39 -

20 000 20

10 000 to

5 000 5

3000 3

2 000 2

I 000 i

500 0·5

300 0·3

200 0·2

150 0·15

100 O· I

"l 75 0·075 "'1. (cP)

(PI)

50 0·05

0·04

30 0·03

20 0·02

15 0·015

lO 0·010 9 0·009 8 0·008 7 0·007

6 0·00 6

5 0·005 lO 20 30 40 50 60 70 80 90

Te mperoturo o c

Figura 2.7- Curvas viscosidade x temperatura para lubrificantes

usados no projeto inicial aproximado

Page 34: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

d2

r

- 41 -

N ( rps)

102

103

!56789 2 3 4!5678!1 8~--~~~~~~~~~~~--~-r~~TIIIr-----,_ __ ,_~~~~~~~--~

2 s lO

4 !5 6 7 8 9 4 2

!5

4

2

8 lO

9 8 7 6

!5

4

3

2

( cm2

) rrílta à

9 8

7 6

!5

4

'!

2

106

9 8

/Vórtices de Taylor

Lominor

cd

d

7~----~---L--~~~-LLL----~L-~L-~~~~~------~--~-L-L-L~~ 2 3 4!56789 2

103

2 3 4567:09

N (rpm)

Figura 2.8 - Velocidade de transição entre o escoamento

laminar e os vórtices de Taylor

Page 35: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

0·5 10

2

g

e 1

5

4

2

9

8

7

6

5

4

3

2

=nnE::le~

I· 5

1·25

1·0

0·9

0·8

0·7

0·6

0·5

0·4

0·2

0·3

0·3 0·4 0·5 E

- 43 -0·2

0·6 0·7

Figura 2.9 - Capacidade de carga

O· I

Serviço muito severo, aumentar o limite

o

0·8 0·9 1·0

Page 36: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

o

De flexão angular do eixo- ./rvore

devido o cargo

' Desolinhomento angular devido o montagem

O· I 0·2 0·3 0·4

0·2 0·4 0·6 0·8 1·0

Figura 2.10 -Efeito da deflexão angular do eixo-árvore e desalinhamento de

montagem sobre a mínima espessura de filme na borda do mancal

0·5

hmim. borda

Page 37: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

1·6

I ·5

1·4

I· 3

I· 2

I· I

1·0

0·9

0·8

0·7

0·6

0·5

0·4

0·3

0·2

0·1

o O ·I

- 47 -

00

0·2 0·3 0·4 0·5 0·6 0·7 0·8 0·9 ! 1·0

Figura 2.11 - vazão teórica QE para urna ranhura axial

simples na máxima espessura do filme

Page 38: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

I· 2

1·1

1·0

0·9

0·8

0·7

0·6

o' E

0·5

0·4

0·3

0·2

0·1

o 0·1

- 49 -

b

1

0·2 0·3 0·4 0·5 0·6 0·7 0·8 0·9 1·0

Figura 2.12 -Vazão teórica QE para duas ranhuras axiais, diame­

tralmente opostas·, a 90o da linha de carga, e uma

ranhura axial simples, .a 90o da linha de carga

Page 39: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

a' v

- 51 -

I ·5 0·4

1·4 0·6

I ·3 0·8

1·2 I· O

1·1 b

n

1·0

I· 5

0·9

0·8 2·0

0·7

O·G

0·5

0·4

Q-3

0·2

I o.~ I O· I

o 0.1 o .2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0

Figura 2.13 - Vazão induzida pela velocidade Qv' para uma ranhu­

ra axial simples,· na máxima espessura do filme lu

brificante

f.

Page 40: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

o' v

1·0

0·7

0·6

0·5

0-4

0·3

0·2

O· I

o O· I 0·2

- 53 -

o.c ol' d .N.Q 'v b -d

o

0·3 0-4 0·5 0·6 0·7 0·8 0·9

Figura 2.14 - Vazão induzida pela velocidade, Q , para duas ra-v nhuras axiais diametralmente opostas, a 900 da li

nha de carga e uma ranhura axial simples, a 909

da linha de carga

I· O

Page 41: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 55 -

ESCOLHA DA ~RESSÃO DE ALLMENTAÇÃQ pf E D~NSÔES DA RANHURA

Q) @

~

I 9 e T 6

b5

d4

3

2

6 I 5 I.

[} .I

a 4

3

2

Q' p

I 9 8 7 6

5

4

3

2

9 -10 I

2 3 4567e9 lti I b

a' = p

a' = p

o b

0·9

O·e

0·7

0·6 0·5

0·4 0·3 0·2

2

1\,j ap

pf h3 f

'T\.. i Op

3 3 pf_( hfl+ hf2 )

2

I 9 e 7 6

b 5

d4

Q' p

I

3

2

3

2

9 8 7 6

5

4

3

2

5 6 7 8 9 -1 lO

D a

2 3 4 6 7 8 9

w b

Figura 2.15 - Ranhuras axiais ·Figura, 2.16 - Ranhuras axiais com

com extremida - extremidades arre -

des "vivas"(goq dondadas

Page 42: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 57 -

1·0

0·9

0·8

0·7

0·6

0·5 h fi

0·4

0·2

0-IL-----------------------------------------------------------------~ o 0·1 0·2 0·3 0·4 0·5 0·6 0·7 0·8 0·9 1·0

E

Figura 2.17 - Espessura do filme n~ r~nhur~

Page 43: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

~ 59 -

90°

80'

uJ

so·

r o·

o O. I 0·2 0·3 0-4 0·5 0·6 0·7 0·8 0·9

Figura 2.18 - Determinação do ângulo de ação tJ!, a, posição da má

xima espessurà do.filme,' para uma ranhura axial

simples, na máxima espessura do filme

Page 44: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 61 -

180

170

160

150

140

130

120

110

100

90

80

70

60

50

40----------------------------------------------------------------------o 0·1 0·2 0·3 0·4 0·5 0·6 0·7 0·8 0·9 1·0

Figura 2.19 - Perda de potência H para urna ranhura circunferen­

cial central e urna ranhura axial simples, na máxi

ma espessura do filme lubrificante

Page 45: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

170

160

150

140

H = 130

I~

110

100

90

80

70

60

50

40 o 0·1

Figura 2.20 -

- 63 -

' 2 2 [d] H 'lJ.e N bd Cd

0·2 0·3 0-4

Perda de potência

a 900 da linha de

b d

0·5

H para

carga

o

0·6 0·7 0·8 0·9 1·0

é,

uma ranhura axial simples

Page 46: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

170

160

150

140

130

120

110

100

90

80

70

50

H

- 65 -

b

d

co

40 -------------------------------------------------------------------0 0·1 0.2 0·3 0·4 0·5 0·6 0·7 0·8 0·9 I· O

Figura 2.21- Perda de potência·H par~ dpas ranhuras axiais, dia

metralmente opostas, a 9Qo da linha de carga

Page 47: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

C'

- 67 -

3. POSIÇÃO DO EIXO-ÂRVOR.E E ESPESSURA ADMISSÍVEL DE FILME

Este !tem encerra informações complementares sobre a posi

ção assumida pelo. e·ixo-árvore no âinbi to da folga do rnancal, sob

várias condições operacionais e com a mínima espessura de filme

lubrifica,nte.

3.1 - Posição do Eixo-árvore

A posição do eixo-árvore é aqui expressa corno E, chamada

relação de excentricidade, a qual representa a magnitude relati­

va de movimento do eixo-árvore através da folga radial. Quando

E = O, o eixo-árvore está no centro do rnancal e, quando c= 1, o

eixo-árvore toca a superfície do rnancal.

A Figura 2.9 mostra o gráfico de W' x E para diversos va

lores de b/d. Urna escala adicional para h ~ /cd facilita o cálcu rn1n lo de hmín"

3.2 - Minirna Espessura de Filme

o valor de E assim obtido ( Figura 2.9 ) representa a sua

magnitude no centro do rnancal (meia-largura do rnancal) . Em qual

quer cálculo da mínima espessura admissível de filme lubrifican­

te real, deve-se levar em consideração a deflexão do eixo-árvore

e o seu desalinharnento devido à montagem.

A mínima espessura de filme no centro do rnancal é dadapor

h ... rn1n 1 = -. cd. ( 1 - E )

2

A mínima espessura de filme na borda do rnancal, que.é

valor crítico, deve ser calculada considerando-se a deflexão

o

e o

desalinharnento. O valor de h ... b d pode ser determinado pela rn1n. or a Figura 2.10. Nessa figura, o ângulo a representa a declividade

do eixo-árvore sob condições de carregamento, podendo ser deter­

minado pelas fõrrnulas bem conhecidas de deflexão em vigas. Na

prática, em aplicaçõe's críticas, o alojamento do man

cal é frequentemente alinhado com o eixo-árvore fleti-

Page 48: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 68 -

do, para reduz~r-se ou eliminar-se essa fonte de desalinhamento.

O ângulo 13 representa o desalinhamento devido aos desvios decor­

rentes da montagem, supostos serem orientados na direção mais a~

versa. O valor de .13' depende dos padrões de fabricação utilizados

e, na prática, a rigura 2.10 pode ser usada na determinação da

tolerância de alinhamento na montagem, a ser especificada.

3.3 - Mínima Espessura de Filme Admissível na Borda do Mancal

O valor da mínima espessura de filme na borda do mancal é

frequentemente determinado, na prática, pela necessidade de se

reduzir a sensibilidade do mancal à sujeira. Mediante condições

de sujeira, o valor de h ~ b d admissível é função do tamanho m1n. · or a das partículas de sujeira e dos materiais do mancal. Os dados

disponíveis são insuficientes para·se fornecer um guia definido,

neste tocante, mas pode-se esperar pouco desgaste se as partícu­

las forem menores que h ~ b d . Materiais moles para mancais , · m1n. or a tolerarão partículas de sujeira bem maiores que h ~ b d , des m1n. or a de que eles se incrustem no material. Informações complementares

·poderão.ser obtidas na referência (5).

Se o lubrificante fôr limpo, ainda assim haverá limites

inferiores da espessura de filme, a serem aceitos devido à ten -

dência de:

i) Ocorrer contato entre as altas asperidades das superff

cies do mancal e do eixo-árvore, a baixas velocidades;

ii) Ocorrer soldagem do mancal, devido à fusão local causa

da pelo calor gerado a altas velocidades, nos pontos de maior a­

proximação entre o eixo-árvore e o mancal.

os valores-limites para mancais de metal branco sao mos -

trados na Figura 2.6, em que a parte plana das curvas se associa

ao contato entre as altas asperidades, enqua·nto a parte ascende.!!_

te das curvas diz respeito à fusão local na superfície mancal/e~

xc-árvore.

Page 49: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 69 -

4. ALIMENTAÇÃO E VAZÃO DE LUBRIFICANTE

4.1 - Introdução

Este Item apresenta informações adicionais sobre o supri­

mento de lubrificante ao mancal e as diversas vazões de lubrifi­

cante relevantes ao mancal.

Para uma operaçao ideal, um mancal deverá ser banhado com

lubrificante ao longo de toda a sua largura, no início da pelíc~

la convergente.

Banhar toda a largura do mancal, neste ponto, pode ser en

tendida como:

i) o uso de uma pressao de alimentação do lubrificante r e

lativamente baixa, para banhar uma ranhura axial abrangendo es

sa região da superfície do mancal;

ii) o uso de uma pressao de alimentação do lubrificante r e

lativamente alta, para forçá-lo desde o ponto de alimentação a -través dessa . - da folga do mancal. reg1ao

A escolha dentre tais alternati~as dependerá do arranjo

do ranhuramento que a direção da carga irá permitir, além das

pressões do lubrificante convenientemente disponíveis e da larg~

ra do mancal a ser banhado.

Inicialmente, portanto, deve-se selecionar o tipo de ra­

nhura que melhor se adeque à direção da carga.

4.2 - Posição do Ranhuramentc

Dois tipos básicos de ranhuramento sao considerados.neste

Guia:

·i) Ranhuras axiais, que sao as mais adequadas para cargas

predominantemente unidirecionais;

ii) Ranhuras circunferenciais, que sao geralmente necessá­

rias quando a carga varia em di~eção, numa magnitude superior a

1800.

Page 50: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 70 -

4.2.1 - Uma Ranhura Axial Simples, na Máxima Espessura do Filme

/

< Secção A-A

w

/~ A

Figura 4.1 - Uma ranhura axial simples, na máxima espessura do

filme lubrificante

Esta é a localização mais favorável da ranhura. Entretan­

to, a posição da máxima espessura do filme lubrificante varia

com a carga e a velocidade, de modo que essa posição é bem defi­

nida apenas para mancais que operam sob condições constantes.

Contudo, essa localização permite alguma variação das con

dições de carregamento sem quaisquer efeitos muito adversos. Se

essa configuração fôr utilizada para mancais bipartidos, não é

recomendável posicionar-se uma junta na ranhura, porque senão a

outra junta estará na posição de mínima espessura do filme. A p~

sição da máxima espessura do filme poderá ser encontrada através

do uso da Figura 2.18.

4.2.2 - Uma Ranhura Axial Simples, a 900 da Linha de Carrega­

mento do Mancal

Esta localização é adequada para mancais bipartidos com

um sentido de rotação constante, sendo a ranhura cortada na jun­

ta a jusante da posição de máxima espessura do filme lubrifican­

te do rnancal.

Page 51: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 71 -

w

Figura 4.2 - Uma ranhura axial simples, a 909 da linha de carre­

gamento

4.2.3 - Duas Ranhuras Axiais, Diametralmente Opostas, a 90o da

Linha de Carregamento

w

Figura 4.3 - Duas ranhuras axiais, diametralmente opostas, a 909

da linha de carregamento

Com esta disposição, .as ranhuras podem ser corta

Page 52: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 72 -

das em ambas as juntas do mancal bipartido, o que é conveniente

à fabricação e montagem. Com uma carga vertical, esta disposição

também permite o giro do eixo-árvore em qualquer sentido.

4.2.4 - Uma Ranhura Circunferencial Central

w

A

A

b a b

Seccõo A-A

Figura 4.4 - Uma ranhura circunferencial central

Para uma carga que varie em direção por mais de l80o, uma

ranhura circunferencial geralmente assegurara a melhor disposi -

ção à alimentação de lubrificante

A melhor posição para a ranhura é no centro do mancal.Ela

divide, portanto, o mancal em dois e, conforme c exposto anteri­

ormente, o mancal deveria ser tratado como dois mancais sep~ra -

dos, de largura b, cada um suportando metade da carga aplicada.A

capacidade de carga é menor do que a de um mancal de mesma largu

ra total, com ranhuras axiais.

Page 53: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

ô

- 73 -

4.3 - vazão de Lubrificante

o padrão de vazão de lubrificante através de um mancal ra

dial depende se as ranhuras de alimentação são axiais ou circun­

ferenciais. Os parágrafos subsequentes mostram como as componen­

tes das vazões são determinadas para as ranhuras axiais ou furos

circulares e ranhuras circunferenciais.

4.3.1 - Determinação das vazões de Lubrificante para um Mancal

de Ranhura Axial

A vazão total de lubrificante através da ranhura é consi-

derada como sendo dividida em duas componentes, Qv e Qp, que

adicionam para fornecer a vazão total pela ranhura, Q.

A componente Q é a vazão de lubrificante liberada v (s) ranhura(s) devido ã rotação do eixo . A componente Qp é

vazão adicional de lubrificante suprida pela ranhura devido

pressão de alimentação.

se

pela

a

à

O procedimento de projeto salientado no Item 2 baseia-se

na tentátiva de se assegura~ que a folga esteja completamente

cheia, na posição de máxima espessura do filme e que uma quanti­

dade suficiente de lubrificante seja forçada para expelir o flu­

xo de lubrificante quente recirculante na vizinhança da ranhu­

ra, Qr. Obtido isto, a vazão total através da espessura do filme

na ranhura a montante da mínima espessura do filme é igual a QE

e é inteiramente eficiente na refrigeração do mancal. A vazão QE

é, desse modo, usada para determinar a temperatura e viscosidade

efetivas, no Item 5.

Supõe-se ser esta condição satisfeita se:

caso em que o fluxo em excesso não contribuirá à refrigeração do

mancal, mas será eficiente ã refrigeração do fluxo de saída. A

Figura 4.5 apresenta as vazoes idealizadas de lubrificante. Se

Q + Q. < Q v p E

o mancal estará subalimentado e a vazão real Qv + QP

Page 54: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

., 'O

o ·= '"' E .~ ., .&:. o a.

(

Lim1te entre o lubrificon-) te recirculonte '1quente" e o lubrificante "frio" que entra

- 74 -

11> 'O

-1 I I I I \

w o

I

(j'N + &"

Figura 4.5 - vazões idealizadas do lubrificante quando

(

Limite entre o lubrificon- ~ te recirculante "quente"eo lubrificante "frio" que entra

.. 'O

0 X 10 O ,_,. E "' .&:. o a.

... o

' " 1:,8 -<J. o .. - "' o

2~ o "' lo.., ... .. .... > >

Figura 4.6 - Vazões ideali~adas do lubrificante quando

Page 55: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 75 -

será utilizada nCB cálculos da temperatura e da viscosidade efeti

vas, ao invés de QE. As vazões idealizadas de lubrif;Lcante sao

mostradas na Figura 4.6.

4.3.2 - Determinação de QE para Mancais de Ranhura Axial

O valor de QE pode ser lido na Figura 2.11 ou 2.12, de a­

cordo com a posição da ranhura, para os valores de b/d e E, ant~

riormente determinados. Quando necessário, QE é calculada pelas

fórmulas fornecidas nas figuras.

Saliente-se que QE é uma vazão "teórica", não existindo

fisicamente a não ser

4.3.3 - Determinação de Q para Mancais de Ranhura Axial v

O valor de Q' pode ser lido na Figura 2.13 GU 2.14, de a­v cordo com a posição da ranh~ra, para valores de b/d e E, anteri-

ormente determinados. Quando necessário, Q é calculada pelas v fórmulas fornecidas nas figuras.

4.3.4 - Determinação das Dimensões da Ranhura e Pressão de Ali­

mentação para Mancais de Ranhura Axial

Como explicado no ítem 4.3.2, a vazão induzida pela pres­

sao, necessária ao enchimento da folga e, para evitar a recircu­

lação, é dada por

As Figuras 2.l5 e 2.16 fornecem Q em termos do tamanho e p

forma da ranhura, espessura local do filme, viscosidade do flui-

do na entrada do mancal e pressao de alimentação, fazendo-se uso

do parâmetro adimensional de vazão devido à pressão, Q'. . . p

' . Seguindo-se o procedimento de projeto do Item 2,

esse grãfico é utilizado "~o contrário", para determi-

Page 56: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 76 -

nar o tamanho e a forma da ranhura e a pressão de alimentação ne

cessária para produzir uma magnitude especificada de Qp.

A pressão de.alimentação assim determinada é aquela na ra

nhura e dever-se-iam levar em conta as perdas de pressão na tub~

lação, ou esta deveria ser feita suficientemente grande para que

tais perdas sejam desprezíveis.

Em alguns casos, verificar-se-á ser impossível a obtenção

de Qp especificada com razoáveis pressões de alimentação e, nes­

te caso, é preciso projetar-se para uma vazão inferior à necessá

ria para satisfazer ao mancal. Estabelecendo-se que ,as temperat~

ras ou espessuras de filme não são críticas no projeto, isto nao

é, necessariamente, desejável e, em inúmeros casos, levará a peE

das de potência.

Se, contudo,

Q + Q deveria ser usada em lugar de QE na determinação da visco p v

sidade efetiva ( !tem 5 ) e será necessária para recalcular-se a

viscosidade efetiva.

4.3.5 - Determinação das Vazões de Lubrificante para um Mancal

com Ranhura Circunferencial Central

A Figura 4.7 mostra as vazões de lubrificante passando a

través do mancal. Como a base do método de projeto para um man -

cal desse tipo concerne a uma metade do mancal, suportando meia­

carga, apresentam-se as vazões de lubrificante em uma metade do

mancal.

A vazao total de lubrificante, Q, é unicamente a vazao de

v ido à pressao de alimentação já que, considerando-se a vazao

desde a ranhura e, levando-se em conta que a· ranhura permanece

cheia de fluido, a vazão induzida pela velocidade dentro da r a

nhura, na região convergente, é balanceada aproximadamente pela

vazão induzida pela velocidade fora da ranhura, na região diver­

gente. Assim, Q = Qp.

Essa vazão total determina a capacidade de lu

brificação da bomha (é recomendável multiplicá-la por

Page 57: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 77 -

um fator 1,5 , aproximadamente, em razão do desgaste).

Verifica-se que a vazão Q determinada para uma viscosida p

de n fornece uma avaliação acurada da vazão que contribui à re­m

frigeração do mancal, onde n § a viscosidade correspondente a u m

ma temperatura do lubrificante igual a

e = .!. ( e + e.) m 2 e 1

., ... c:

" v -'L: .c ~ ::> ::> - .&:.

c: ., " 'O ....

o /O O N-

" "' > Q.

o ... ... "' c: 'O ~ "

.,g .,.2 N 1.. C:

" " " > Q. ...

o 60 120 180

ÍJO

240

/

300 3é/

Figura 4.7- vazões de lubrificante através de uma ranhura cir­

cunferencial central

A vazão induzidà. pela pressao, ºp' § dada por

3

Qp 0,0327.pf.cd

• c d ) . ( l,S.e: 2

1 ) = + nm b

Observar que, nessa equaçao, b ,§ ,a largura de uma banda

do mancal (Figura 4.4) e o escoamento é o relativo a a

penas metade do mancal.

Page 58: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 78 -

4.3.6 - Determinaçao da Largura e Profundidade da Ranhura para

um Mancal com Ranhura Circunferencial Central

Diversos fatores externos podem afetar o tamanho da ra

nhura mas, na ausência de outras restrições, sugere-se que a

largura mínima da ranhura possa ser tomada como d/10 e a sua

profundidade como um terço dessa largura.

5. PERDA DE POT~NCIA E TEMPERATURAS CARACTER!STICAS DO FLUIDO

LUBRIFICANTE

Estimam-se, neste Item, a perda de potência H no mancal

e as diversas temperaturas operacionais relevantes do lubrifi -

cante.

O valor da perda de potência é necessário para que ela

possa ser minimizada onde possível, permitir a estimativa da p~

tência requerida e, ainda, no estabelecimento do balanço térmi­

co.

As temperaturas sao necessárias à averiguação dos casos

em que são excessivas e, também, em algumas ocasiões, para foE

necer uma medida de avaliação da operação do mancal em serviço.

5.1 - Perda de Potência, H

5.1.1 - Mancais com Ranhura Axial

As Figuras 2.19 e 2.20 apresentam as curvas de H' x s p~

ra diversos valores de b/d, para cada uma das ·três configura

ções de ranhuramento. Quando solicitado, H pode ser determinada

pelas fórmulas apresentadas nas figuras.

5.1.2 - Mancais com Ranhura Circunferencial

Na Figura 2.19, H' é' esboçada contra s para d!

versos valores de b/d. Quando necessário, H pode ser

Page 59: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

-- 79 -

determinada pelas fõrmulas apresentadas nas figuras.

5.2 - Temperaturas ·do Lubrificante

5.2.1 - Fator de Perda de Potência, K

As fÕrmulas apresentadas a seguir para temperaturas do 1~

brificante baseiam-se na suposição de que parte do calor gerado

no mancal por atrito, K, é transmitida ao lubrificarte. A parte

remanescente, (H. ( 1- K )) é transmitida à redondeza por condu­

ção, convecção e radiação. Um cálculo rigoroso do fator K é ex

tremamente complexo e normalmente nao se justifica face a acura­

cidade requerida pelo projeto.

A experiência tem mostrado ser suficientemente acurado a-- -dotar-se K = 0,8. As exceçoes sao as seguintes:

i) Quando partes adjacentes a um bom fluxo de conduç2o de

calor desde o mancal ou munhão estiverem a temperaturas muito a

cima de.ei. Neste caso, valores de K até 1,0 , escolhidos por ex

periência ou através de métodos de cálculo aproximados são ade -

quados. Se ee ( calculada com K = 1,0 ) fôr menor do que a tempe

ratura na redondeza do mancal, recomenda-se adotar para ee o va

lor dessa temperatura.

ii) A baixas velocidades rotacionais, sao prováveis de se

encontrarem valores menores de K, embora haja insuficiente evi -

dência experimental para fornecer um guia quantitativo.

5. 2. 2 - Temperatura de Entrada do Lubrifican·te 7 8. l

A temperatura de entrada é o ponto de referência à eleva­

çao da temperatura. Não é possível fornecerem-se dados explíci

tos à estimativa da temperatura de entrada neste Guia, por ser e

la dependente das condições externas ao mancal, que variam mmto.

Se fôr instalado um sist~rna de lubrificação em circuito ' .

fechado e ocorrerem grandes elevações da temperatura

no mancal, é obviamente mister fazer-se uma estimativa

Page 60: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- ~u -

razoavelmente acurada da temperatura de entrada. Isso compreen­

de um balanço térmico para todo o sistema, levando-se em consi­

deração as perdas térmicas devido à condução, convecção e radi~

ção e qualquer entrada de calor proveniente das partes quentes

adjacentes, além daquelas devido às perdas por atrito no mancal.

Em aplicações menos críticas, é aplicável a experiência com sis

temas semelhantes anteriores, ou, então, pode-se deduzir a tem

peratura máxima permissível de entrada usando-se este Guia, e

os refrigeradores do lubrif~cante projetados para satisfazer a

esse requisito. Quando uma avaliação realística da temperatura

de entrada não fôr possível, recomenda-se a suposição do ítem

2.3.1 (v), de 40 ( ou 50 ) oc.

5.2.3 - Temperatura Efetiva do Lubrificante no Mancal, ee

A temperatura efetiva é tomada como a média das tempera­

turas do início e do ;fim da :regiâo do filme que suporta carga .

Ela é usada na determinação da viscosidade dinâmica efetiva do

lubrificante para os cálculos de desempenho do mancal, emprega~

do-se um diagrama viscosidade x temperatura para um lubrifican­

te particular. Para os mancais com ranhura axial, a temperatura

é dada pelas fórmulas seguintes:

K H ) . (

C. p QE

ii) Quando Qp + Qv < QE ,

K H

Para mancais com ranhura circunferencial, a temperatura

é dada por

e. l

= K H

) • c C.p Qp

Page 61: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 81 -

5.2.4 - Temperatura de Salda do Lubri;ficante, 60

Essa temperatura é empregada na avaliação da susceptibi­

lidade do lubrificante em se deteriorar devido ã oxidação (para

óleos lubrificantes hidrocarbonetos, a temperatura crítica é ge

ralmente cerca de 75oc, quando em contato com a atmosfera).

O valor de 60

é a temperatura mais facilmente medida e é

frequentemente utilizada para verificar-se se o desempenho do

mancal está acordando com os cálculos.

Para todas as configurações de ranhura, a elevação na

temperatura de saída é obtida de:

e o e. l

= K H

) . ( c. p Q

5.2.5 - Temperatur~ M~x~~ no Mancal, emáx

Esta grandeza pode ser aproximadamente estimada por

< e ~ - e. max l e.

l

O valor máximo aceitável para e ~ dependerá do tino de max .... lubrificante e do material do mancal. Para os óleos hidrocarbo-

netos e mancais de metal branco, geralmente são toleráveis valQ

res de, até, 120°C, mas não é aconselhável projetar-se o mancal

de modo que essa temperatura seja atingida durante as condições

normais de funcionamento.

Page 62: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 83 -

6. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

6.1 - Mancal com R~nhura Axial, Projetado de Acordo com o Prece dimento Sugerido.no Item 2

Dois mancais sao requisitados para suportar o rotor de um motor elêtrico. O rotor tem um eixo-ãrvore de aço, com diãm! tro 254 mm, e gira unidirecionalmente a uma frequincia de rota­ção de 400 rpm. A carga atuante em cada mancal e de 38 KN. A de flexão angular do eixo-ãrvore ê suposta ser 2,0 x· 10- 4 m/m nos mancais. A direção da carga não varia circunferencialmente. Limitações de espaço restringem a largura mãxima do mancal a 305 mm.

Sugere-se o Procedimento de Projeto Inicial Aproximado , conforme descrito no ítem 2.2.

No Guia Geral para a Seleção de um Mancal Radial, confoE

me referência ~observa-se ser adequado um rnancal hidrodinârnico,

para esta aplicação.

As cargas e velocidades eventualmente excendentes ao va­

lor nominal fornecido são julgadas, neste caso, como sendo nao

críticas.

Corno a direção da carga nao varia circunferencialmente ,

adotar-se-á urna ranhura axial.

PROCEDIMENTO DE PROJETO INICIAL APROXIMADO

(Os números acordam com os do ítem 2.2.4)

Utilizar-se-á a Carta de Projeto Aproximado esboçada na

Figura 2.5, cujo uso é ilustrado na Figura 2.2.

i) Traça-se AB na Figur~ 2.5, por N = 6,7 rps (400 rprn)

ii) Da Figura 2.6, para N = 6,7 rps e d = 0,254 rn ,

h = 9,5 ~rn. Supondo-se b/d = 1,0 , então a defle s

Page 63: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 84 -

xao do eixo-árvore na metade da largura do mancal ser a

a,.b -4 2xl0. x0,254 = = 25,4 1--lm.

2 2

A suposição de que b/d = 1,0 apresenta uma grande defle­

xão,comparada com hs e é, portanto, necessário se calcular a de

flexão para diversos valores de b/d, a saber, 0,2; 0,4; 0,6;

0,8; 1,0 e 1,2.

Os valores correspondentes de h ~ seguro (no centro do m1n mancal são calculados utilizando-se a seguinte expressão

a.b h <#' = h + m1n s ) I

2

e o limite da mínima espessura de filme aceitável pode ser en

tão traçado na Figura 2.5, no vértice superior esquerdo, corres

pendendo a GH, na Figura 2.2.

"b/d a.b ( J.lm. l h ( ]Jm ) h.,. .rw mín m1n --

2 d2

0,2 5,1 14,6 0,044

0,4 10,2 19,7 0,060

0,6 15,2 24,8 01075

0,8 20,3 29,8 0,090

1,0 25,4 34,9 0,105

1,2 30,5 40,0 0,121

iii) A linha de limitação de espaço, J~, é então traçada ,

para b/d = 1,2.

iv) Adotando-se e máx = llOoc, bem como ei =

- 110 - 40 ·= ~ooc,

40oc, vem

sendo a linha delimitatória de temperatura, LM, esbo-

Page 64: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 85 -

çada para o valor calculado de c e ~ -e. ) = 70°C. - :max 1. ·

v) e vi) Não havendo sido especificado um lubri;Eicante,o

"Oleo 2'' ~ selecio~ado, pois a referência ãs escalas de " Perda

Relativa de I'otência" sugere que esse óleo ensejará a mínima

perda de potência consistente com a manutenção de uma espessura

de filme adequada.

vii) a xi) Selecionando-se, na sequência, as linhas"Guia

para a Folga Mínima", o ponto B se situa na interseção da linha

AB com a linha para o "Oleo 2" O ponto C é agora fixado, atra­

v~s da posição de NP. Resta selecionar-se o ponto D,, que deverá

se encontrar na linha horizontal que contém o ponto C. A refe -

rência ã escala "Perda Relativa de Potência" para a linha AD in

dica que, para a mínima perda de potência, o ponto D deveria es

tar mais ã esquerda possível, permanecendo, contudo, ã direita

de GH para manter uma espessura de filme adequada. Para se per­

mitir tolerância na folga, entretanto, e evitar operação no li­

mite d~ espes§ura do ;filme, o ponto B é escolh~do próximo, mas

nao sobre, o limite de GH, no valor de b/d = 0,35 completand2

se, dessa forma, o retângulo ABCD. Logo, b = 0,088.9 m.

No v~rtice A do retângulo, pois, h ~ I1W I d2 = 0,061; e m1n

h cJI' = m1n

2 0,06lx0,254

I 38000

= 20,2 m.

-3 -4 Do vértice B, cd/d = 10 e, daí, cd = 2,54 x lO m. De

acordo com (viii) , a verificação da aceitabilidade desse valor

é feita atrav~s da expressao

h mín 25 20,2xl0 -6 25 ).(. = =

d d 11 - d/b 0,254 (ll - 1/0, 35.)

cd ? -4 ;;:; 2,44 X lO

cd -:::4 expressao verdadeira, pois - = 2, 54xl0.

d

~ aceitável o valor escolhido para cd/d.

xii) Do v~rtice C, ( 6 8 ) - 170C· máx·- i 4 ~ '

d

e ~ = 57oc e,da max

interseção de CD com a escala de ne' a viscosidade e-

Page 65: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 86 -

efetiva assume o valor ne = O, 034 Pl. Assim,

w cd 2 W' = . ( )_ =

1"\~.N.b.d d

= 38000 2" ( 10-3)2 = 7,39. 0,034x6,7x0,35x0,254

Da Figura 2.9, para b/d = 0,35 , o projeto se situa na ".Ârea Re

comendada" .

PROCEDIMENTO PARA O PROJETO COMPLETO (MANCAL COM RANHURA AXIAL)

(Os números acordam com os do item 2.3.1}

dai, i} Da Figtira 2.9, para W' = 7,39 e b/d = 0,35, e:= 0,82

= 0,09. da. escala superior dessa figura,

-3 Logo, h # = 0,09xl0 x0,254 = m1n

h ~ /cd m1n

22,9 J.lm.

A pequena discrepância com o valor do projeto inicial a

proximado é esperada.

De acordo com a Figura 2.10, para e: = 0,82; para

a.b -4 2xl0 x0,35x0,254

= O,OOlx0,254

da Figura 2.6, h = 9,5 J.lffi, vem s

hmín.borda = -6 9,5xl0

0,00lx0,254

= 0,07 para hmín.borda = hs,

= 0,0374 i logo,

- 0,05 e o valor do desalinhamento da montagem, B, é

0,05xQ,OOlxQ,254 . -4 = .1, 4 x 10 m/m , s = 0,35x0,254

Page 66: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 87 -

cuja magnitude é razoável para este tipo de aplicação.

ii) De acordo com o !tem 4, n§.o havendo necessidade de in

versão da rotação do eixo-árvore, optar-se-á por uma ranhura a­

xial simples, a ~oo da linha de carga.

Da Figura 2.12, conhecendo-se E e b/d, QE = 0,955.

Sendo QE = b.cd.d.N.QE , vem

3 = 0,35xO,OOlx0,254 x6,7x0,955 =

-5 3 QE = 3,67 x 10 m /s.

iii) Da Figura 2.20, conhecendo-se E e b/d, H' = 83 e

d = cd

2 3 3 H = 83x0,034x6,7 x0,35x0,254 xlO = 726,6 w.

iv) Supondo-se que K = 0,8 e fazendo-se C.p = 1,7 x 106

J/m3 .oc, para um óleo hidrocarbonetado.

(e -e. ) = e 1

K

c. p ) . ( =

0,8x726,6 = 1,7xl0 6x3,67xlO-S

v) Fazendo-se e. = 40oc, vem l

o 9,3 c.

ee = ( e - e. ) + e. = 49,3oc. e 1 1

vii) Da Figura 2.7, para o "Oleo 2", sendo ee = 49,3~C n = 0,031 Pl = ne·

O valor inicial adotado para ne = 0,034 Pl é compatível

com o valor determinado acima, dispensando assim uma iteração ~

dicional.

ix) Tomando-se a/b =. o,a , da Figura 2.14, conhecendo-se ' .

os valores de E e b/d, Q' = 0,8. Daí, a = 0,0711 m. v

Page 67: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 88 -

.Assim, = a • cd • d . N . Q '. = ·v

= 0,8xQ,35xQ,OOlx0,254 3x6,7x0,8 = 2,46xl0-~ m3/s

xi) Da Figura 2.7, para o "Oleo 2", sendo e = ei = 4Qoc I

n = 0,048 Pl = ni· h 3

xii) Da Figura 2.17, ( __!) = 0,332 daí, cd

h3 5,44 10-12 3 = X m . f

Supondo-se uma ranhura axial com extremidades arredonda­

das e uma pressao de alimentação pf = 0,14 r~a (- 20 psi), para

fórmula da Figura 2.16, Q = Q , pela P Pmín

Q' p

= ni.Qp = pf.h~

0,048xl,2lxl0-5

= 0,763. 6 -12 O,l4xlQ x5,44xl0

xiii) Da Figura 2.16, para Q~ = 0,763 e a/b = 0,8, obtém-se

w/b = 0,225 e, assim, w = 0,255x0,35x0,254 = o,o2·m; w/d=0,079,

valor não compreendido entre os limites indicados de 0,1 a 0,3.

Assim, com essa proporção da ranhura, as curvas da Figura 2.16

não são estritamente aplicáveis. Entretanto, nesta aplicação, a

vazão devido à pressão, Q , é uma percentagem relativamente pe p -

quena da vazão total, de modo que um pequeno desvio em sua pr~

dição não será importante. Para se estar do lado da segurança ,

e, também, por razões econômicas, decidiu-se majorar a largura

da ranhura, w, para utilizar-se um cortador padrão de 7/8" , ou

seja, 0,0222 m. Portanto,

w/b = 0,0222/0,0889 = 0,25 e, pela Figura 2.16, Q' = 0,78. p

Invertendo-se, agora, a fórmula da Figura 2.16,

= pf.h~.Q~ = n

6 -12 O,l4xl0 x5,44xl0 x0,78 -5 3 = 1,24xl0 m /s

i 0,048

xiv) Q = QP +Qv

= (1,24 + 2,46txl0-5 = 3,7 x 10-5 m3/s.

Page 68: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 89 -

Assim,

( e o e. )_ (_ K L( H 1 - = = l.

c.p Q

( e o e i l 0,8 X 726,6 9,2oc. - = = 6 -5 l,7xl0 x3,7xl0

xv) e o = ( e o - e i + e i = 49,2 oc.

8máx = 2. c e e e.

l. + e.

l. = 58,4 9C.

O projeto do mancal pode ser sintetizado como:

a = 71,1 mm

(20 psi)

b = 88,9 mm cd = 254 ~m pf = 0,14 MPa

w = 22,2 mm (7/8"), utilizando-se um lubrifican-

te com as características de viscosidade e temperatura defini -

das pelo "Oleo 2" ã Figura 2.7.

As características de desempenho do mancal podem ser re­

sumidas assim:

bmin = 22,9 1-tm ; H= 726,6 w ; Q

e0

= 49,29 c ; e , ·= s8,4oc. max

-5 3 = 3,7 x 10 m /s E: = 0,82

xvi) e xvii) As características de desempenho do mancal a­

parentam ser aceitáveis mas, voltando-se ã Figura 2.5, como o

projeto inicial aproximado mostrou-se ser muito acurado, obser­

va-se que um aumento na folga diametral ( cd/d maior ) poderá ~

carretar uma pequena majoração na mínima espessura do filme lu­

brificante, h ~ , bem assim numa pequena diminuição na perda mJ..n de potência e na temperatura máxima, às custas de um considerá...:

vel aumento na vazão de óleo.

Tolerâncias aceitáveis na folga diametral ( cd ) deveri

am ser averiguadas através da Figura 2.5.

Page 69: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 90 -

6.2 - Anãlise de um Projeto de Mancal Existente

Necessita-se examinar se um mancal existente operari sa ti;fatoriamente so~ condições de carga superestimadas. As novas condições de operação são W = ~00 N e N = 10 4 rpm. O mancal possui duas ranhuras axiais a 900 da linha de carga e as segui~ tes dimensões:

d = 50 mm b = 25,4 mm cd = 0,1 + 0,025 mm

w = 6,35 mm a= 17,78 mm.

O alojamento do mancal estâ alinhado na montagem com o eixo fletido, dentro de uma tolerância de 0,0005 mim da largura do mancal, que ê alimentado sob pressão de 0,28 MPa (- 40 psi ) e temperatura de sooc, com um Õleo lubrificante que se caracte­riza por :

Temperatura Viscosidade Densidade Calor Especifico Di.narni.c~

(OC) ( p 1 ) 3 [ g I em ) (CHU/lb.OC) (JIKg.OC)

. 2Q 0,1450 0,869 0,445 I 1863,0

40 0,0510 0,857 0,462 1934,2

60 0,0223 0,843 0,480 2009,5

80 0,0120 0,830 0,497 2080,7

100 0,0075 0,817 0,513 2147,7

1 CHU/lb.OC = 1 BTU/lb.OF = 4186,51 J/Kg.oc

O procedimento de projeto apresentado no Item 2 nao e a propriado a esse problema e e necessário desenvolver-se um pr~

cedimento adequado.

ESTIMATIVA DA VISCOSIDADE EFETIVA E VERIFICAÇÃO INICIAL DE h ~ m1.n

Para uma primeira aproximação, a viscosidade efetiva po­

de ser estimada através do diagrama da Figura 2.5, para o "Pro­

jeto Inicial Aproximado", ~sboçando-se primeiro a cur

va do lubrificante especificado e da temperatura de

Page 70: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 91 -

entrada, como a seguir.

Das características do lubrificante e temperaturas de en

trada fornecidas, pode-se esboçar o quadro abaixo.

e e ( e -e e. 1.

} ( 8mãx - 8 i ) ne

(QC} (OC). (oC) (P 1)

60 10 20 0,0223

80 30 60 0,0120 . ,. 100 50

I 100 0,0075

Portanto, a curva para o lubrificante dado e temperaturas

de entrada é traçada no quadrante ao alto, à direita, na Figura

2.5, como mostrado a seguir.

"''J.e ( P~ l

rpoo

o,5oo

0,200 0,0185

O, I 00 00120

0,050

0,020 !66, 7 rps

0,010

0,005

0,003

cd Nesta aplicação, b/d ~ 0,5 e---= 0,050 ~ 0,013 e, dessa

d

forma 1 os retângulos da Figura 2.5 poqe~ ser completados para

os limites superior e inferior de cd/d , como mostra­

dos acima.

Page 71: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 'jL. -

Para cd/d = Q,0015, cemáx - e it = osso c e

= 0,0125 Pl e. (_ hmín·1W

1 0,285. ne =

d2

Portanto, sendo e i = 509C 6máx = 108QC e ,

0,285x0,05 2

h ..,. = ------ = 23,75 'j..lffi. mln I 900

Para cd/d = 0,0025

ne = 0,0185 Pl e

Logo, emáx = 850C e

h o# .lw m1n

h .,. = m1n

) = 0,320.

2 0,320x0,05

= 26 I 7 lllt\-.

os valores de h ~ referem-se ao centro do mancal. Consi m+.n derando-se um desalinhamento do eixo-árvore de 0,0005 m/m, a mí

nima espessura de filme na borda do mancal é

h s

.h ... };;) d = h mín - ( 0,0005xb/2). Para cd/d rn1n. -or a

hmín.borda -6 1. ( 0,0005x0,025 = 23,75xl0 - )

2

hmín.borda = 17,5 llm; analogamente, para cd/d

hmín.borda -6 = 26,7xl0

h ... b d = 20,45 llm. m1n. · or a

!.. ( 0,0005x0,025 ) = 2

= 0,0015,

=

= 0,0025,

Da Figura 2.6, para d = 0,05 me N

= 8,9 vm. rpm (166,1 rps)

Não é provável haver qualquer problema com a espessura

do filme mas, de acordo com o ítem 5.2.5, a temperatura máxima

de l08oc, na condição de folga mínima, estã bastante prõxima do

valor crítico.

~ necessário verificar-se~ inicialmente, se o mancal

operará na região de escoamento laminar sob as condi-

Page 72: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 93 -

çoes operaciona.:j..s de carga. o procedimento é o s.egu.:j...nte;

Traça-se um g:rá;f;tco de n_ cont:r:a a temperatura. :A segui:r,

para cd/d = O, 0025 , po.:j_s o lim;tte superior da ;folga será o mais

crítico, vem

2 em ~ m /s

ne = 0,0184 Pl e 67,5oc.

Portanto, para ee = 67,50C e p= 0,838 g/cm3 = 838 Kg/m

3,

v e =

=

ne 0,0184 -5 2 = p 838

-5 2,2xl0

= 2,2 x lO m /s

6 = 1,14 X 10 em

c -2-m /s

Analogamente, para cd/d = 0,0015 f.

) , e e 799C 830,7 Kg/m para = p = '

e

d2/ v e = 1,66 X 106

3 0,0125 Pl. e ne =

Com relação à Fi<Jura 2.8, para os limites superior e in­

ferior de cd/d, conhecendo-se os valores de d2/v e N, depreen­

de-se que o mancal operará na região de escoamenta laminar.

PROCEDIMENTO PARA O PROJETO COMPLETO

Geralmente é mais conveniente conduzir-se o procedimento

para o projeto completo de forma tabular mas, para fins de ilus

tração, esse procedimento será aqui explicitado, apenas para a

condição de mínima folga.

Como uma primeira etapa, assinalam-se os dados de visco­

sidade-temperatura para fins de interpolação. Em uma carta ASTM

semelhante à da Figura 2.7, obtém-se aproximadamente urna reta.

Traça-se também um gráfico de C.p contra a temperatura do man -

cal, em unidades do SI.

Para ne = 0,0125 Pl , obtido do diagrama de "Projeto Ini

cial Aproximado", a Figura 2.9 fornece

w cd 2 "---W' = n .N.b.d" ( d )

e =

900x0,00152

2 0,0125xl66,7x0,5x0,05

= 0,777.

Da Figura 2.9, E= 0,28 , para W' = 0,777 e b/d=0,5.

Page 73: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 94 -

Da escala superior da Figura 2.9, hmín/cd = 0,36. Observe-se es

tar esse valor quase fora da '1Ârea Recomendada".

Assim, h • = 0,36x0,0015x0,05 = 27 ~m. Nâo hã necessida mln· de de se re-examinar se este valor é satisfatório. ~ necessãrio

calcular-se, agora, a vazão de lubrificante.

Da Figura 2.12, conhecendo-se E e b/d, QE = 0,95. Logo,

3 = b.cd.d.N.QE = 0,5x0,0015x0,05 x166,7x0,95 =

Da Figura 2.14, conhecendo-se E e b/d, para a/b = 0,7

Q' assume o valor 0,375. Assim, v

Qv = a.cd.d.N.Q~ = 0,7 x 0,5 x 0,0015 x 0,05 3xl66,7x0,375

pa Figura 2.16 (ranhuras axiais com extremidades arredon

dadas), para a/b = 0,7 e w/b = 0,25 , Q' = 0,64. Para se deter p 3 3

minar Qp é preciso conhecer-se ainda ni e hf + hf . 3 1 2

Da Figura 2.17,

assumirão valor 1,266xlü-13 m3. Do grãfico viscosidade-temper~

tura, para e = e1 = 500C , n = ni = 0,033 Pl. Rearranjando-se a

fórmula da Figura 2.16, para duas ranhuras axiais a 90o da li­

nha de carga, vem

6 -13 0,28xl0 xl,266xl0 x0,6~

= = o·, 033

Assim, Q = Qp + Qv = C 0,069 ~ fr,410 l x 10-5 =

""---~ Q = 0,479 x 10-5 m3/s:

Page 74: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 95 -

Observar que o valor de Q é consideravelmente menor que QE' de

modo que o mancal estará subalimentado.

Para se ca~cularem as temperaturas do mancal é necessárfu

determinar-se a perda de potência. Da Figura 2.21, conhecendo

se E e b/d , H' =57. Daí,

2 3

H = H' • TJ • N2

• b. d 2

• ( e

d 57x0,0125xl66,7 x0,5x0,05 = =

0,0015

H = 825,0 W.

De acordo com o Item 5.2.3 (ii), quando Q0

+ Qv < QE ,

= c K

C.p ).( H

o valor de C.p correspondente à temperatura e = 79oc e pelo grá~ico esboçado para T]e X 6 ,é determinado pelo gráfico

de C.p x e , e é igual a 1,73 x 10 6 J/m3 .oc e, supondo-se que

K = 0,8 , de acordo com o Item 5.2.1, obtém-se:

0,8x825 = 80 oc.

6 -5 1,73xl0 x0,479xl0

Assim, e = (e -e. ) +e. = 80 +50= 130 oc. A visco e e l l

sidade correspondente a essa temperatura, obtida por extrapola­

ção, é cerca de 0,0045 Pl. O diagrama de "Projeto Inicial Apro­

ximado" forneceu, neste caso, uma séria subestimação das tempe­

raturas do mancal e isso pode ser atribuído à falha no levar em

conta a subalimentação do mancal.

Desde que a viscosidade efetiva calculada nao correspon­

de à viscosidade inicialmente suposta, urge repetirem-se os cá!

culos , usando-se uma viscosidade efetiva de valor aproximada -

mente igual à média entre os valores inicialmente suposto e cal

culado, ou seja, ne = 0,0085 Pl.

Procedendo-se como _antes, na fórmula para o cálculo de

W' apenas ne se alterou, de modo que o novo valor de

W' será W' = 0,777x0,0125/0,0085 = 1,14.

Page 75: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 96 -

Da Figura 2.9, para W' = 1,14 e b/d = 0.,5 , e:;.= 0,36 e da

escala superior, h.# /cd = 0,32. Agora, este valor ~e situa bem m~.n

dentro da "Area Recomendada".

Assim, h ~ = 0,32xO,Q015x0,05 = 24 pm. m~n

Da Figura 2.10, para e:;. = 0,36 e

f3.b 0,0005x0,5 = = 0,167,

cd 0,0015

e, como o alojamento do mancal está alinhado com o·eixo-ãrvore

fletido, a deflexão angular a do eixo-árvore devido à carga se­

rã considerada zero; assim, h ~ b d /cd = 0,235 e m~n. or a

h = 0,235x0,0015x0,05 = 17,6 pm. mín.borda

Esse valor é muito maior que a mínima espessura de filme

segura, dada pela Figura 2.6. Continuando-se, pela Figura 2.12, -5 3 Q' = 0,975 e Q = 1,524xlQ m /s. E E

Da Figura 2.14, Q' = 0,455 e Q = 0,497xl0-S m3;s; v v

.Da Figura 2.16, Q~ continua sendo 0,64 ;

Da Figura 2.17, = 0,326 e h 3 + h 3 = fl f2

1,375 X 10-l3 3 m •

Com os mesmos valores de n. de antes, Q ~ p

Logo, Q = Q + Q = 0,572 x 10-S m3;s. p v

Da Figura 2.21, H'= 57,5 e H= H'.ne.N2 .b.d2.( ~) =

cd.

2 3 57,5x0,0085xl66,7 x0,5x0,05 H = = 565,9 w.

0,0015

s

A 9 soe (correspondente a n_ = n.e = O, 0085 P ll , C. p assume

o valor 1,75 X 10 6 J/m3

.oc e,.pois, ( 8 -e. } = 45,2 9C. , . e ~

Logo, e = 95,2oc. Do diagrama viscosidade-tem e .

Page 76: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 97 -

peratura, n = 0,0083 Pl. Isso é suficientemente próximo da vis e cosidade suposta, tornando-se desnecessária outra iteração.

Do !tem 5, K H

ceo-eit=( }.( C.p Q

=

quando o rnancal estiver subalirnentado. Portanto, e =e = 95,2 o e oc, que está bem acima da temperatura crítica para a maioria

dos óleos hidrocarbonetos quando em contato com a atmosfera.

Ainda do ítem 5,

( e rnáx - e i ) = 2 . c e e - e i = 2. (95,2-50} = 90,4 oc. E

o valor de e ~ é, portanto, igual a 140,4 oc, novamente bem a­rnax cima da temperatura recomendada.

Cálculos análogos devem ser encetados para a folga assu­

mindo o seu limite superior ( cd = 125 um , cd/d = 0,0025 ) ,de!

xada corno exercício ao usuário deste Guia.

CONCLUSÕES

As novas condições de operaçao asseguram temperaturas e~

cessivas do rnancal no limite inferior da folga, mas condições

satisfatórias no limite superior da folga. Pode-se deduzir dos

cálculos feitos que o projeto existente seria satisfatório com

folga aumentada ou, desde que a mínima espessura de filme lubri

ficante fôsse adequada, as temperaturas poderiam ser reduzidas

pela utilização de um óleo com viscosidade inferior. Como o va

lor de Q é pequeno ante o de Q , uma aumento na pressao de a p v

limentação, pf , e/ou nas dimensões da ranhura não ser~~ muito

efetivo para majorar a vazão de óleo lubrL'-:, c. e reduzi~ as

temperaturas do mancal.

Cálculos suplementares seriam necessários para consubs

tanciar a eficiência proporcionada por um aumento na folga ou a

través do emprego de um outro óleo lubrificante, de viscosidade

inferior.

Page 77: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

6.3 - Projeto de um Mancal com Ranhura Circunferencíal

O rotor de excitação de um vibrador consiste de um eixo­ãrvore de 20 em de diâmetro e 30 em de comprimento, com u'a mas sa de 79,5 Kg que sira em um raio excêntrico de 1,25 em, em man cais montados sob're duas 11 pontas de eixo 11 de 15 em de diâmetro, em cada extremidade. A velocidade rotacional e 33 rps. Projetar mancais adequados ã aplicação de acordo com o Ttem 2.

ro= OSm~-r-- l !-' ___ __,

I· 30cm

CARREGAMENTO

A carga rotativa 2 2 -2 = m.w .r = 79,5x(2.TI.33) xl,25xl0 = = 42000 N = 42 KN.

ADEQUABILIDADE DE UM MANCAL HIDRODINÃMICO

·Do "Guia Geral para .a Seleção de um Mancal Radial", con­

forme ref. 3 , constata-se que, para essa combinação de carga ,

velocidade e diâmetro, sao adequados os mancais hidrodinâmicos

e os de rolamento. Com base nas "Considerações Adicionais" da­

quele Guia, há pouco a escolher-se entre os dois tipos. Neste

caso, um mancal hidrodinâmico oferece melhores características

ante sobrecargas e sobrevelocidades sendo, por isso mesmo, aqu~

les escolhidos.

CARGA E VELOCIDADE DE PROJETO

A carga é proporcional ao quadrado da velocidade, nesta

aplicação, e o maior valor.da relação W/N ocorrerá à máxima ve­

locidade do eixo-árvore, exceto sob condições de partida e par~

da.

Seguir-se-á,. agora,. o P;rocedimento de Projeto Inicial A-' .

proximado, de acordo com o ítem 2.2.

Page 78: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 99 -

SELEÇÃO DO TIPO DE RANHURA

A carga gira na mesma direção e à mesma frequêncta do ei

xo-ãrvore e pode-se mostrar que, neste caso, o rnancal pode ser

projetado corno se fôsse carregado em regime. A carga varia em

direção , relativamente ao alojamento do rnancal e, devido a is­

to, deve-se selecionar uma ranhura circunferencial para o man

cal.

Uma disposição alternativa rejeitada é a de se alimentar

o lubrificante através do eixo-árvore, na parte oposta à carga,

por ser desnecessariamente complicada.

Havendo-se selecionado urna ranhura circunferencial, cada

rnancal será tratado doravante corno dois mancais separados, onde

cada um suporta metade da carga, isto é, W = 10700 N.

PROJETO INICIAL APROXIMADO

(Os números acordam com os do ítem 2.2.4)

"Utiliza-se o diagra~a de projeto aproximado da Figura2.5

e ilustrado na Figura 2.2.

i) Traça-se AB através de N = 33 rps na Figura 2.5.

ii) Da Figura 2.6, para N = 33 rps e d = 0,15 m , obtém -

se h = 10,5 JJrn. s

A deflexão do eixo-árvore sob a carga rotativa é calcul~ -5 da em cerca de 1,4 x 10 rad, desprezível ante um desalinhamen

to corriqueiro de montagem.

Para urna primeira avaliação da espess"'-'-'-e::_ de filme lubri­

ficante, supor-se-á, neste estágio, um possível desalinhamento ~ -4 na montagem mais a deflexão do eixo-arvore, ( a+ f3) = 2xl0 rad.

Dessa maneira, o valor de h í seguro (no centro) será dado por rn n

h .. =h+ Ca+sl.b rnJ.n s

onde b é a largura de urna ·banda do rnp.nç:al ranhurado circunferen

cialrnente. A largura da ranhura pode ser considerada

desprezível

Page 79: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 100 -

O limite para uma e.spes.sura mJ.n~ma acettâvel do ;filme p_q

de ser obtido na Figura 2.5, no quadrante superior esguerdo,cof.

respondendo ã linha GH, na Figura 2.2.

b/d Ca+BLb h ... h ... rw min m~n

d2

( f.!m) (1Jm1 Cm.N° ' 5 /m2 l

0,2 6 16,5 0,076

0,3 9 19,5 0,090

0,4 12 22,5 0,103

0,6 18 28,5 0,131

0,8 24 34,5 0,158

iii) Não foi especificada nenhuma limitação de espaço.

iv} Da Figura 2.5, pode-se antecipar, neste estãgio, que

nao haverá qualquer problema de temperatura utilizando-se um ó

leo lubrificante de baixa viscosidade.

v) e vi) As escalas relativas a "Perda Relativa de Potên

cia" e "Vazão Relativa de Oleo", na Figura 2.5, sugerem que se

ria vantajoso especificar-se um óleo de baixa viscosidade, como

o "Oleo 1".

vii) a xi) Seguindo-se a linha guia da folga e completand_q

se o retângulo no diagrama, tendo-se em vista as escalas de"Per

da Relativa de Potência" e "Vazão Relativa de Oleo", uma tenta­

tiva adequada de projeto seria utilizar-se um óleo semelhante ã

quele designado como "Oleo 1", com b/d = 0,5

( emãx - Si ) = 19°C e ne = 0,011 Pl.

h .. rw m~n.

, c~/d = 0,0011, a

Para este projeto, = 0,12. Assim,

h ..,. = m~n

2 O,l2x0,15 ----------- = 26,1 11m.

/ 10700

Verificando-se, agor~ a aceitabilidade do va -

Page 80: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

>.;

- 101

lor de cd/d de acordo com (~iii)

h mín ·25 26,1 X 10-6 X 25 -4 ( ) . ( = = 4, 83xl0 < cd/d

d 11 - d/b 0,15x(ll - 1/0 1 5}

e cd/d é aceitável.

xii) o valor de W' será dado por

w cd 2 W' = n .N.b.d" ( )

e d = 10700 X 0,0011

2 = 3,17 ..

O,Ollx33x0,075x0,15

Da Figura 2.9, para W' = 3,17 e b/d = 0,5, o projeto es­

tá inserido na "Ãrea Recomendada".

PROCEDIMENTO PARA O PROJETO COMPLETO (Mancais com Ranhura Cir­

cunferencial)

(Os números acordam com os do ítem 2.3.2)

-i) Da Figura 2.9, para W' = 3,17 e b/d = 0,5, e:= 0,60 e1

da escala superior, h ~ /cd = 0,20. rnln

Assim, hmín = 0,20x0,00llx0,15 = 33 ~m.

A pequena discrepância com o valor obtido no projeto ini

cial aproximado já era esperada.

ii) Um valor atribuído à pressão de alimentação, pf, por

tentativa, é 0,2 MPa (2,0 Kgf/cm2 ).

iii) Fazendo-se e. = 40oc, para o "Oleo 1", a Figura 2.7 l

fornece n. = 0,015 Pl. l

v) Da Figura 2.7 ainda, para ne = C, 0 ll .c·1 , e = 4.9oc. e

Portanto, e rn

nm = O ,013 Pl.

= !. ( 49 + 40) = 44,5oc e, da Figura 2.7 , 2

vi) O valor da vazão alimentada pela pressao, Qp' será

6 3 0,0327x0,2xl0 x(O,Ollx0,15) 2 = · ' ·. (l,5x0,60 + l) =

O,Ol3x0,5

Page 81: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 102 -

-6 3 Logo, Q = 7,0 x 10 m /s. p

vii) Da Figura 2.19, conhecendo-se E e b/d, H' = 66,2. Por

tanto,

d H = H' • n . N

2• b. d

2. c ) = e

2 2 66,2xO,Ollx33 x0,075x0,15 =

0,0011

H = 1220 W.

Este valor fornece a perda de potência na metade do man

cal em análise.

viii) o valor de c ee - ei ) será calculado através de

K H 0,8xl220 ) . ( = 6 -6 1,7xl0 x7,0xl0

= 82oc. C.p

ix) Como e. = 400C 0 = (e -e{ ) +e. = 1220C. ~ ' ve e .. ~

x) Da Figura 2.7, para o "6leo 1" e e = 122oc, o valor e da viscosidade efetiva, ne = 0,002 Pl (valor determinado por ex

trapolação) .

~ claro que esta viscosidade nao será satisfatória, por

ser muito menor que a suposta inicialmentei as temperaturas sao

excessivas. Várias alternativas podem-se vislumbrar, sendo a

mais simples elevar-se a pressão de alimentação (pressupondo-se

haver uma bomba disponível com uma maior capacidade de recalque

e sem nenhuma desvantagem econômica) e majorar-se a folga diam~

tral e, consequentemente, a vazão de lubrificante, que não é e~

cessiva. (Aumentando-se b/d ou usando-se um óleo de viscosida­

de mais elevada, obter-se-ão perda de potência e temperatura um

tanto mais elevadas}.

Da equação para C e - 6. ) , é evidente que Q dev-e ser e ~ p

majorada em nove vezes para se reduzir (e· - e. ) em cerca. de e ~

9,5oc, valor suposto no projeto inicial. Isso pode ser obtido ,

aumentando-se a pressão de alimentação, pf , para 0,3 MPa e cid

para 0,002 (ignorando-se o efeito da variação deEl.

Voltando-se, então, ·a Cil e repetindo-se os cálculos com

cd/d = 0,002 e pf = 0,3 ~a , então ter-se-á :

Page 82: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 103 -

0,002 2 W' = 3,17xt t = 10,5.

0,0011

Da Figura 2.9, para W' = 10,5, b/d = 0,5 , vem

E = 0,795 e h • /cd = 0,1025. m1n

Logo, hmín = 0,1025x0,002x0,15 = 30,8 1-1m , que é satis-

fatória.

vi} O valor de Q , agora, será p

6 3 = 0,0327x0,3xl0 x(0,002x0,15) . (1 , 5x 0 , 795 2 + 1 ) = 0,013x0,5

-6 3 QP = 79,4 x 10 m /s.

vii) Da Figura 2.19, conhecendo-se E e b/d, H' = 89.

89xO,Ollx33 2x0,075xO,l5 2

Assim, H. = ------------------------ = 900 W. 0,002

vi i i) ( ee - ei ) = 068x900 -6 = 5,3oc. 1,,7xl0 x79,4xl0

ix) Para e. = 40oc, e = 5,3 + 40 = 45,30C. 1 e

x) Da Figura 2.7, para o "Oleo 1" e ee = 45,3oc, obtém -

se que ne = 0,0125 Pl , 13,6% acima do valor inicialmente supo~

to para a viscosidade efetiva (0,011 P1).

xi) Torna-se necessária mais uma iteração, supondo-se, j~

ne = 0,012 Pl. Repetem-se os cálculos consoante acima e obtêm -

se os valores abaixo sintetizados.

Da Figura 2.9, para W' = 9,63 E= O 785 h d ~" 32 1 3 ,,rn, I I I ffiJ_n 1-'

permanecendo o projeto dentro da "Ãrea Recomendada".

-6 3 Logo, n = 0,0135 Pl e Q = 75,5xl0 . m /s. m p

Da Figura 2.19, H' = 86,5 e, daí, H = 954 w. Vem, então,

( e e - e. ) = 6,ooc e e e = 460C. 1

Da Figura 2. 7, o valor correspondente de ne é 0,0123 Pl,

2,5% acima do valor suposto, ... é consi apenas o que Ja

derado plenamente satisf~tório.

Page 83: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 104 -

xii) .. A perda total de potência do mancal = 2.H = 1910 w. vazão total de óleo = 2.Q 1,51 10-4 3 A - X m /s. p

A temperatura de saída do lubrificante e o = e e = 460C

A temperatura máxima no mancal = 6máx = 52oc.

xiii) As dimensões da ranhura são determinadas, supondo-se

uma largura a= d/10 = 0,015 m e uma profundidade = a/3 = 0,005 m.

xiv) Verificando-se a mínima espessura de filme e calculan

do-se o desalinhamento admissivel, vem:

h ~ = 32,3 ~m. Da Figura 2.10, onde b é a largura total m1n do mancal,

a.b 1,4xl0-5x(0,075x2 + 0,015} = = 0,0077.

cd Q,002x0,15

Para se determinar o desalinhamento admissível, fazend~

se h ~ b d = h = 10,5 ~m, vem : h ~ b d /cd = 0,035 e, da m1n. or a s m1n. or a

Figura .2 .10 , para s = O, 7 85 , B. b/cd = O, 14.

1 Vem, então : ~ = (0,14x0,002x0,15) = 0,00025 m/m, 0,165

valor aceitável para o desalinhamento de montagem para este ti­

po de aplicação.

xv) A perda de potência, a vazão de lubrificante e as tem

peraturas são julgadas satisfatórias mas observe-se que os au­

mentos nas folga e na pressão de alimentação, necessários na e­

tapa (x), foram superestimados, e um e/ou outro poderia(m) ser

reduzido(s) para se diminuir a vazão de óleo, enquanto ainda se

mantivessemaespessura de filme e as temperaturas a nívei~ acei

táveis.

o projeto de cada um dos mancais pode ser resumido como:

a= 0,015 m b = 0,075 m cd = 0,003 m profund~

dade da ranhura = 0,005 m pf = 0,3 MPa e utilização de

um lubrificante com as característicqs .de viscosidade-temperat~

ra definidas pelo "Cleo 1" da Figura 2.7.

Page 84: METODOS DE CALCULO PARA MANCAIS RADIAIS …

- 105 -

As características de desempenho podem ser resumidas da

seguinte maneira:

h ... = 32,3 ].lm mJ..n h = 10,5 mín.borda -4 wm (com 2,5xl0 m/m de

desalinhamento) ., H(total) = 1908 W -4 Q = 1,5lxl0 (total)

3 m /s e = 46oc o e = 52oc. máx

Pode-se passar, agora, à importante etapa de fabricação,

seguida da fase de montagem, igualmente relevante, onde os par~

metros definidos durante o projeto e as suas tolerâncias deve­

rão ser estritamente observados.

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