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Migrantes no Brasil: Proteção Social e Trabalho Decente para Todos/as

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  • Migrantes no Brasil:Proteo Social

    e Trabalho Decentepara Todos/as

  • 5Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    1. Apresentao2. Introduo3. Regularizao migratria4. Sindicatos e o direito a sindicalizao5. Direitos dos trabalhadores/as no Brasil6. Previdncia social brasileira e acordos internacionais7. Violaes de direitos e acesso justia8. Atendimento e contatos de organizaes9. Fontes

    71115

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    37

    41

    4553

    ndice

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    A terra do sonho distante e o seu nome Brasil Plantarei a minha vida debaixo do cu anil

    Milton Nascimento

    Esta cartilha tem o objetivo de apresentar a voc imigrante, que veio para o Brasil e em especial a So Paulo, informaes importantes que possam facilitar sua vida e trabalho. importante esclarecer que como este tema extremamente abrangente, a cartilha no tem o objetivo de esgot-lo, mas sim, apresentar algumas informaes teis.

    Primeiramente preparamos um captulo que trata sobre a atual conjuntura brasileira no que se refere a migraes, especialmente, a legislao atual que infelizmente ainda muito atrasada e dificulta a vida do/a migrante no Brasil.

    Apresentamos a voc algumas das formas disponveis de regularizao migratria, j que existe uma srie de possibilidades, como por exemplo, o Acordo Mercosul, caso voc seja dessa regio, ou outras normativas, entre elas, a regularizao por cnjuge brasileiro/a, reunio familiar, unio estvel e casos omissos e situaes especiais do Conselho Nacional de Imigrao - CNIg. Tambm nesse captulo apresentamos como voc pode ter acesso a alguns

    1. Apresentao

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    importantes documentos como identidade no Brasil, carteira de trabalho e previdncia social.

    No captulo seguinte exploraremos a questo do direito sindicalizao e o papel dos sindicatos no Brasil. Os sindicatos tiveram um papel fundamental na luta contra a Ditadura Militar no Brasil, movimento que ficou conhecido como novo sindicalismo e lutaram pela reabertura do sistema poltico brasileiro, pela conquista da democracia e pela sua consolidao. Os sindicatos, movimentos e organizaes sociais so hoje os principais atores da sociedade civil que lutam por condies dignas de vida e de trabalho para todos e todas.

    Tambm discutiremos como funciona a previdncia social brasileira, seus benefcios e os acordos internacionais. A publicao tambm contm informaes sobre violaes de direitos e, caso isso ocorra, quais so as ferramentas atuais disponveis. Por ltimo, apresentamos contatos de organizaes que prestam assistncia aos migrantes e informaes sobre as entidades que organizaram esta cartilha.

    Realizamos campanhas para que os imigrantes que chegam ao Brasil tenham informaes sobre seus direitos, lugares onde buscar apoio e onde se organiza a luta dos migrantes e, por isso, preparamos esta cartilha, com a expectativa de que seja til durante sua adaptao ao Brasil.

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    Contamos com voc na luta por direitos iguais a todos e todas e para que a migrao no Brasil e no mundo seja um direito humano!

    Brasil, pas que guarda belezas naturais incrveis e um povo altamente alegre, solidrio, hospitaleiro e festivo, receptivo! Contamos com a experincia dos migrantes para que o Brasil siga na sua jovem histria e para que seja, efetivamente, um pas de todos e todas.

    Bem-vindo/a ao Brasil!

    CUT - Central nica dos Trabalhadores

    INCA/CGIL - Istituto Nazionale Confederale di Assistenza/Confederazione Generale Italiana del Lavoro

    CSA - Confederao Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Amricas

    CDHIC - Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante

    Novembro/2013

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    2. Introduo

    Embora haja outras razes para fenmenos migratrios (guerras, perseguies polticas, religiosas, questes culturais, tragdias naturais), historicamente, o fator trabalho o predominante. No sistema capitalista, as relaes de trabalho so fundamentadas na acumulao do capital e, para que isso ocorra, h a explorao da mo de obra para que alguns consigam concentrar seus lucros enquanto outros so explorados.

    A maioria das pessoas migra em busca de melhores condies de vida e de trabalho, no s para si, mas tambm para seus familiares que migraram junto ou que permaneceram no pas de origem, fato que tem se ampliado bastante nos ltimos anos, j que o Brasil garantiu uma oferta maior de empregos, alm de uma srie de polticas sociais e protees sociais que beneficiaram milhes que antes no estavam includos.

    Porm, infelizmente, no Brasil ainda percebemos comportamentos preconceituosos, xenfobos, machistas e racistas por parte de muitas pessoas que no compreendem os movimentos de pessoas que migram mesmo dentro do Brasil de um estado para o outro, como tambm os que vm de outros pases.

    O Brasil, por ser um pas continental, conta com diferentes realidades, mas todas elas ainda apresentam grandes desigualdades sociais, que acabam criando diversas

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    classes sociais dentro da mesma sociedade e, muitas vezes, diversas injustias.

    Apesar de o Brasil ser pioneiro no combate escravido, infelizmente a explorao sexual, o trabalho foroso e escravo so elementos ainda existentes e geralmente comuns entre os/as migrantes. Por isso alertamos voc quanto a estas tentativas abusivas e criminosas. As mulheres constituem uma grande parcela dos migrantes e, nos casos do trfico de pessoas, so as maiores vtimas.

    Por isso lutamos contra a xenofobia e contra essas prticas abusivas, para que todos e todas, independentemente de seu pas de origem, incluindo os refugiados/as, tenham igualdade de direitos. Sempre defendemos a livre circulao de trabalhadores e trabalhadoras e o acesso a servios pblicos de qualidade a todos os cidados. Defendemos tambm o direito ao retorno, assim como o direito de migrar ou no.

    A Constituio Brasileira de 1988 defende o princpio de igualdade entre brasileiros e migrantes. Alm disso, o livre exerccio de qualquer trabalho, artigo 5, XIII, e a livre associao, XVII, so expressamente garantidos.

    Porm, o atual Estatuto do Estrangeiro baseia-se na doutrina da Segurana Nacional da poca da ditadura militar, que criminaliza as/os migrantes. Ainda precisamos avanar para que os migrantes possam fazer parte dos sindicatos, pois na atual lei isto no permitido (artigo 105, VII: vedado ao migrante participar da administrao ou da

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    representao de sindicato ou associao profissional - com exceo dos naturalizados).

    Por isso, lutamos para que a lei de migrao no Brasil tenha como foco os direitos humanos e que no criminalize o/a migrante. Lutamos pela criao de um Instituto de Atendimento aos Migrantes para que essa tarefa deixe de ser executada pela Polcia Federal e passe a ser considerado um assunto de direitos humanos e trabalhistas, para que os/as migrantes tenham acesso a um atendimento humanizado.

    Temos atuado tambm na regio defendendo a livre circulao dos trabalhadores/as e aprimorando a implementao dos acordos de livre trnsito, bem como a defesa do reconhecimento de certificados e outras medidas que proporcionem aos trabalhadores/as real acesso aos empregos, cidadania e aos benefcios da seguridade social.

    A histria dos migrantes no Brasil deve andar junto com a dos brasileiros/as, afinal, nosso pas foi formado por migrantes e entendemos que fazem parte de nossa histria todos/as os/as que lutaram no passado e que hoje lutam para que o Brasil seja um pas digno de se viver.

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    importante que voc se regularize enquanto viver no Brasil. Uma pessoa em situao irregular acaba no tendo acesso a muitos direitos, como registro profissional, Previdncia Social, ficando mais vulnervel a situaes de explorao do que outros regularizados.

    Colocamos abaixo algumas das formas e procedimentos para regularizao migratria. A regularizao autorizada pelo Governo Federal e requer que o/a migrante escolha uma das opes e entre com o pedido junto ao governo federal.

    3.1. Acordo sobre Residncia para os Nacionais dos Estados Parte do Mercosul e Associados

    Este acordo vlido para cidados do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Peru. Em relao a este ltimo, falta ainda incorpor-lo ao ordenamento jurdico interno para que entre em vigor. Os/as migrantes das referidas nacionalidades que se encontram irregulares esto isentos de multas ou outras sanes administrativas relativas sua situao migratria.

    O processo para obteno de residncia simples: consiste na concesso pela Polcia Federal, de residncia temporria de 02 (dois) anos. Importante mencionar que 90 (noventa) dias antes do fim deste prazo o estrangeiro dever solicitar a transformao da residncia provisria em

    3. Regularizao Migratria

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    permanente. Os pedidos de transformao sero analisados e decididos pelo Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justia vinculado ao Ministrio da Justia. O/a migrante beneficiado com o Acordo de Residncia Mercosul possui igualdade de direitos civis no Brasil.

    1. Fase: Requisitos (passo a passo)

    Agendamento pelo site da Polcia Federal: www.dpf.gov.br

    Ateno: O agendamento OBRIGATRIO para todos e NO sero realizados atendimentos fora da data marcada.

    O formulrio a ser utilizado est disponvel no site: www.dpf.gov.br, o qual dever ser preenchido completamente; Agendamento com data disponvel; Passaporte vlido e vigente OU carteira de identidade do pas de origem OU certido de nacionalidade expedida pelo agente consular do pas de origem, recente e com foto (2 cpias autenticadas); Certido de nascimento OU de casamento OU certificado de inscrio consular, para que fique provado o estado civil do (a) peticionante (2 copias autenticadas); Certido negativa de antecedentes judiciais OU penais, OU policiais emitida no pas de origem e nos que houver residido nos cinco anos anteriores sua chegada ao Brasil (Consulado de seu pas); Declarao feita de prprio punho, sob as penas da lei, de ausncia de antecedentes internacionais penais OU policiais (conforme modelo);

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    Certido do cartrio de distribuies de aes na Justia Federal (Obter no site www.jfsp.jus.br); Certides do cartrio de distribuio aes na justia estadual civil e dos cartrios de distribuio de aes na justia estadual criminal. OBS: - As certides a) e b) devero ser obtidas no Frum Joo Mendes, na Praa Joo Mendes, perto do Metro S; Duas fotos coloridas, recentes, sem data, fundo branco tamanho 3X4; Pagamento de taxas de servio, a saber:

    * Taxa de registro de estrangeiro (cdigo GRU: 140082) R$64,58;* Taxa de Expedio da CIE (cdigo GRU: 140120) R$124,23.

    2. Fase: Documentos necessrios instruo do pedido de transformao da residncia provisria em permanente:

    Certido de residncia temporria obtida em conformidade com os termos do Acordo; Cpia autenticada, ntida e completa do passaporte (inclusive das folhas em branco) ou do documento de viagem equivalente vlido ou certificado de nacionalidade expedido pelo agente consular do pas de origem do interessado; Certido negativa de antecedentes judiciais e/ou penais e/ou policiais no Brasil; Declarao, sob as penas da lei, de ausncia de antecedentes penais ou policiais;

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    Comprovao de meios de vida lcitos que permitam a subsistncia do interessado e de sua famlia; Comprovante original do pagamento da taxa respectiva.

    3.2. Permanncia definitiva com base em cnjuge brasileiro ou prole brasileira

    O/a migrante casado/a com brasileiro/a ou genitor/a de prole brasileira poder solicitar permanncia definitiva no Brasil com o amparo do artigo 75, inciso II, da Lei n 6.815/80 c/c a Resoluo Normativa n 36/99 do Conselho Nacional de Imigrao.

    necessrio possuir capacidade civil, segundo a lei brasileira, estar casado de fato e de direito com cnjuge brasileiro e/ou possuir filho brasileiro sob sua guarda e dependncia econmica.

    O artigo 75, inciso II, alneas a e b, da Lei 6.815/80 dispe que ser inexpulsvel o/a migrante casado/a de fato e de direito com cnjuge brasileiro/a h mais de 5 (cinco) anos, bem assim aquele que possui prole brasileira sob sua guarda e dependncia econmica.

    A permanncia concedida ao migrante que possui prole brasileira persistir enquanto o filho estiver sob a dependncia social, moral e econmica do/a interessado/a.

    Se o casamento ou o nascimento da prole brasileira foi realizado no exterior, as respectivas certides devero ser transcritas no 1 Ofcio de Registro Civil do domiclio do

  • 19Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    casal, nos termos do 1, do art. 32 da Lei de Registros Pblicos -Lei n 6.015/73.

    Documentos necessrios instruo do pedido com base em casamento com brasileiro:

    Requerimento prprio, devidamente assinado pelo interessado; Cpia autenticada, ntida e completa do passaporte (inclusive das folhas em branco) ou do documento de viagem equivalente; Cpia autenticada da certido de casamento; Cpia autenticada da cdula de identidade brasileira do cnjuge; Declarao de que no se encontram separados de fato ou de direito, assinada pelo casal, com firmas reconhecidas; Declarao de que no foi processado ou condenado criminalmente no Brasil e nem no exterior; Comprovante do pagamento da taxa respectiva.

    Documentos necessrios instruo do pedido com base em prole brasileira:

    Requerimento prprio, devidamente assinado pelo interessado; Cpia autenticada, ntida e completa do passaporte (inclusive das folhas em branco) ou do documento de viagem equivalente; Cpia autenticada da carteira de identidade do outro genitor do filho brasileiro;

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    Cpia autenticada da certido de nascimento da prole; Declarao de que a prole vive sob sua guarda e dependncia econmica, com firma reconhecida; Cpia autenticada da sentena transitada em julgado da ao de alimentos combinada com regulamentao de visitas, caso o estrangeiro no possua a guarda do menor; Declarao de que no foi processado ou condenado criminalmente no Brasil ou no exterior, Comprovante do pagamento da taxa respectiva.

    Observao: Outros documentos podero ser solicitados, quando se julgar necessrio.

    3.3. Permanncia ao dependente legal de brasileiro/a ou de migrante permanente ou temporrio residente no Pas

    A reunio familiar uma modalidade de permanncia que visa a aproximao da famlia, mantendo a unidade de seus membros. Assim, um estrangeiro registrado como permanente, ou um brasileiro, assume a qualidade de chamante de um ente familiar que se enquadre na condio de dependente legal (chamado), conforme previsto na Resoluo Normativa n 36/99 do Conselho Nacional de Imigrao.

    A permanncia com base em reunio familiar s ser concedida ao migrante que se encontrar com estada regular no Pas.

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    Requisitos exigidos aos interessados:

    Ser dependente legal de cidado brasileiro ou de estrangeiro registrado no Pas; Estar com estada regular poca do pedido.

    Para efeitos de reunio familiar sero considerados dependentes legais:

    Filhos solteiros, menores de 21 anos, ou maiores que comprovadamente sejam incapazes de prover o prprio sustento; Ascendentes desde que demonstrada a necessidade efetiva de amparo pelo chamante; Irmo, neto ou bisneto se rfo, solteiro e menor de 21 anos, ou de qualquer idade quando comprovada a necessidade de prover o prprio sustento; Cnjuge de estrangeiro permanente ou temporrio no Brasil.

    Documentos necessrios instruo do pedido:

    Requerimento prprio, devidamente assinado pelo interessado; Cpia autenticada, ntida e completa do passaporte (inclusive das folhas em branco) ou do documento de viagem equivalente; Atestado de antecedentes criminais expedido pelo pas de origem, legalizado junto repartio consular brasileira no pas em que foi expedido, e traduzido por tradutor pblico juramentado no Brasil;

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    Prova do grau de parentesco entre o chamante e o chamado, atravs de cpia autenticada da certido de nascimento ou casamento, ou documento hbil que comprove ser o chamante responsvel pelo chamado; Justificativa do chamante para a formulao do pedido; Cpia autenticada do documento de identidade do chamante (carteira de identidade brasileira ou cdula de identidade de estrangeiro); Compromisso do chamante de que se responsabiliza pela estada, sada e subsistncia do chamado, enquanto este permanecer no Brasil; Prova de meio de vida e de capacidade financeira do chamante para sustentar o chamado; Declarao do chamado de que no foi processado ou condenado criminalmente no Brasil e nem no exterior, com firma reconhecida; Comprovante do pagamento da taxa respectiva.

    Observao: Outros documentos podero ser solicitados, quando se julgar necessrio.

    3.4. Permanncia definitiva com base em unio estvel - ao companheiro/a de brasileiro/a ou estrangeiro/a permanente, sem distino de sexo

    A permanncia com base em Unio Estvel pode ser solicitada por companheiro de brasileiro/a ou estrangeiro/a permanente, sem distino de sexo, que deseje fixar residncia definitiva no Brasil, conforme previsto na Resoluo Normativa n 77/08 do Conselho Nacional de Imigrao.

  • 23Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Requisitos exigidos aos interessados:

    Ser companheiro de cidado brasileiro ou de estrangeiro registrado no Pas; Estar com estada regular poca do pedido.

    Documentos necessrios instruo do pedido:

    Requerimento prprio, devidamente assinado pelo interessado, contendo o histrico da unio estvel; Cpia autenticada, ntida e completa do passaporte (inclusive das folhas em branco) ou do documento de viagem equivalente; Atestado de antecedentes criminais expedido pas de origem, legalizado junto repartio consular brasileira no pas em que foi expedido, e traduzido por tradutor pblico juramentado no Brasil ou do pas de residncia habitual do chamado; Documento hbil que comprove a existncia de unio estvel; Cpia autenticada do documento de identidade do chamante (carteira de identidade brasileira ou cdula de identidade de estrangeiro); Escritura pblica de compromisso do chamante de que se responsabiliza pela estada, sada e subsistncia do chamado, enquanto este permanecer no Brasil; Prova de meio de vida e de capacidade financeira do chamante para sustentar o chamado; Declarao do chamado de que no foi processado ou condenado criminalmente no Brasil e nem no exterior, com firma reconhecida;

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    Declarao, sob as penas da lei, do estado civil do chamado no pas de origem; Comprovante do pagamento da taxa respectiva.

    A Unio Estvel poder ser comprovada por um dos seguintes documentos:

    Atestado de unio estvel emitido pelo rgo governamental do pas de procedncia do chamado; ou Comprovao de unio estvel emitida por juzo competente no Brasil ou autoridade correspondente no exterior.

    Na impossibilidade de apresentao dos documentos elencados acima, a comprovao da Unio Estvel poder ser feita mediante a apresentao de:

    Certido ou documento similar emitido por autoridade de registro civil nacional, ou equivalente estrangeiro;

    Declarao, sob as penas da lei, de duas pessoas que atestem a existncia da unio estvel; e

    No mnimo, dois dos seguintes documentos:

    - comprovao de dependncia emitida por autoridade fiscal ou rgo correspondente Receita Federal;- certido de casamento religioso;- disposies testamentrias que comprovem o vnculo;- aplice de seguro de vida na qual conste um dos interessados como instituidor do seguro e

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    o outro como beneficirio;- escritura de compra e venda, registrada no Registro de Propriedade de Imveis, em que constem os interessados como proprietrios, ou contrato de locao de imvel em que figurem como locatrios; - conta bancria conjunta.

    Observao: Outros documentos podero ser solicitados, quando se julgar necessrio.

    3.5. Casos Omissos e Situaes Especiais - RN n 27, do CNIg

    Sero submetidas ao Conselho Nacional de Imigrao as situaes especiais e os casos omissos, a partir de anlise individual. Sero consideradas como situaes especiais aquelas que, embora no estejam expressamente definidas nas Resolues do Conselho Nacional de Imigrao, possuam elementos que permitam consider-las satisfatrias para a obteno do visto ou permanncia.

    Sero considerados casos omissos as hipteses no previstas em Resolues do Conselho Nacional de Imigrao. Na avaliao de pedidos baseados na presente Resoluo Normativa, sero observados os critrios, princpios e objetivos da imigrao, fixados na legislao pertinente.

    O imigrante deve indicar todas as provas e relatos possveis aos conselheiros do CNIG para avaliao de seu pedido.

  • 26 Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    3.6. Documentao:

    Carteira de Identidade de Estrangeiro (CIE)

    Aos estrangeiros temporrios, permanentes, asilados ou refugiados devidamente registrados junto ao Departamento de Polcia Federal ser fornecida Carteira de Identidade de Estrangeiro (CIE). O requerimento para emisso s pode ser feito pessoalmente pelo interessado, na unidade do Departamento de Polcia Federal mais prxima de sua residncia.

    Taxa: Para emisso de Guia de Recolhimento da Unio - GRU referente emisso de Carteira de Identidade de Estrangeiros, cdigo de receita 140120 (1 via de CIE), no valor de R$ 124,23 (cento e vinte e quatro reais e vinte e trs centavos), os interessados devem acessar o link: https://www2.dpf.gov.br/gru/gru?nac=1.2 via: Em caso de perda, roubo ou extravio da Carteira, o estrangeiro regular e devidamente registrado junto ao DPF deve observar os mesmo procedimentos descritos acima, sendo que o cdigo da receita para emisso da GRU ser 140139 (CIE - outras vias) e a taxa ter o valor de R$ 305,03 (trezentos e cinco reais e trs centavos).Renovao: Os estrangeiros permanentes possuem cdulas de identidade com validade de 09 (nove) anos e, antes do trmino desse prazo, devem renov-las. Os pedidos de expedio de Cdula de Identidade de Estrangeiro podero ser acompanhados no Portal: https://servicos.dpf.gov.br/SincreWeb/protocolo

  • 27Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Informaes adicionais quanto emisso, renovao ou substituio de Carteiras de Identidade de Estrangeiros podem ser obtidas junto ao Departamento de Policia Federal, por meio do correio eletrnico [email protected].

    Observaes:

    O estrangeiro permanente que se ausentar do Territrio Nacional por mais de 02 (dois) anos ininterruptos perder a permanncia, tendo o seu registro e sua Cdula de Identidade de Estrangeiro cancelado; O estrangeiro menor de idade dever apresentar-se acompanhado dos pais ou responsvel legal; Os pedidos de renovao das cdulas devem ser feitos antes do vencimento do documento, sob pena de pagamento de multa; Esto dispensados da substituio da CIE, mesmo aps o vencimento, os estrangeiros portadores de vistos permanentes, que tenham participado de recadastramento anterior e que tenham completado 60 anos at a data de vencimento da cdula ou que sejam deficientes fsicos.

    Carteira de Trabalho e Previdncia Social - CTPS

    O imigrante deve se dirigir Superintendncia Regional do Trabalho e Emprego/SRTE-SP - Ministrio do Trabalho e Emprego/Endereo: Rua Martins Fontes, 109, trreo, Centro em So Paulo. Telefones: (11) 3258-8411 e (11) 3150-8161.

  • 28 Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Setor de Imigrao, telefones: (11) 3150-8161 / 8159 - Atendimento: de segunda a sexta, das 8h00 s 16h00.

    A CTPS ser fornecida ao migrante nas situaes abaixo transcritas, mediante apresentao de 2 (duas) fotos 3x4, fundo branco, com ou sem data, colorida e recente, desde que identifique perfeitamente o solicitante; alm do comprovante de residncia e do CPF. Na expedio da primeira CTPS ao trabalhador estrangeiro, o MTE far tambm o seu cadastramento no PIS/PASEP.

    Para obter a CTPS, o migrante trabalhador dever apresentar original e cpia (simples) dos documentos especificados na modalidade em que se enquadrar, a saber:

    Permanente: CIE - Cdula de Identidade de Estrangeiro

    Exceo: Na falta da CIE, a CTPS ser fornecida mediante apresentao dos seguintes documentos: Protocolo de solicitao da CIE Polcia Federal; Extrato da consulta de dados de identificao, emitido pelo Sistema Nacional de Cadastramento de Registro de Estrangeiros - SINCRE; Passaporte ou outro documento original do solicitante que possa complementar as informaes de qualificao civil faltantes no SINCRE.

    Temporrio: CIE - Cdula de Identidade de Estrangeiro - CIE; e Publicao da autorizao de trabalho, no dirio Oficial da Unio;

    Exceo: Na falta da CIE, a CTPS ser fornecida mediante apresentao dos seguintes documentos: Protocolo

  • 29Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    expedido pela Polcia Federal, Extrato de consulta de dados de identificao, emitido pelo SINCRE, ou um documento que contenha todas as informaes da qualificao civil do estrangeiro; Publicao da autorizao de trabalho, no Dirio Oficial da Unio;

    Provisrio: CIE - Cdula de Identidade do Estrangeiro.

    Exceo: Na falta da CIE, a CTPS ser fornecida mediante apresentao dos seguintes documentos: Protocolo de solicitao da CIE Polcia Federal, Extrato da consulta de dados de identificao, emitido pelo SINCRE.

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    4. Sindicatos e o direito sindicalizao

    Sindicatos so associaes e/ou agremiaes que defendem interesses comuns dos seus scios. No Brasil os sindicatos so constitudos por categorias profissionais em cada base territorial, que no pode ser inferior ao territrio de um municpio. Assim, em cada cidade possvel haver um nico sindicato por cada categoria profissional. As categorias profissionais so, por exemplo, bancrios, petroleiros, metalrgicos, costureiras etc.

    Os sindicatos podem tambm ser filiados a federaes e essas federaes podem tambm fazer parte de confederaes. As confederaes podem ainda ser filiadas a centrais sindicais nacionais.

    importante que voc saiba que fazer parte ou no de um sindicato uma deciso individual e que a associao sindical livre. Mas ressaltamos a importncia dos sindicatos porque so eles que, muitas vezes, negociam os acordos ou convenes coletivas e nesses acordos so discutidas questes diretamente ligadas a todos os trabalhadores/as do respectivo setor, como condies de trabalho, sade e segurana, benefcios, piso salarial etc.

    A CUT uma central sindical nacional e seus filiados so tanto sindicatos como federaes e confederaes, ou

  • 32 Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    seja, uma organizao sindical brasileira de massas, em nvel mximo, de carter classista, autnomo e democrtico, cujo compromisso a defesa dos interesses imediatos e histricos da classe trabalhadora.

    Baseada em princpios de igualdade e solidariedade, seus objetivos so organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, do setor pblico e privado, ativos e inativos, por melhores condies de vida e de trabalho e por uma sociedade justa e democrtica.

    A CUT filiada CSI - Confederao Sindical Internacional, central mundial que tem como brao regional a CSA - Confederao Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Amricas, que, por sua vez, tem como filiadas centrais sindicais nacionais, em todas as Amricas.

  • 33Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    No Brasil, os direitos e deveres dos trabalhadores esto previstos na Constituio Federal, em Leis, nos Tratados Internacionais ratificados e nos Acordos e Convenes Coletivas de Trabalho, firmadas entre sindicatos de trabalhadores e empresas ou sindicatos patronais.

    O Brasil ratificou a Conveno n 97 (Trabalhadores Migrantes) da Organizao Internacional do Trabalho - OIT, assegurando, assim, um mesmo tratamento a trabalhadores brasileiros e estrangeiros (art. 6), mas, infelizmente, ainda no ratificou a Conveno da ONU sobre a Proteo dos Direitos dos Trabalhadores Migrantes e Membros de Sua Famlia e nem a Conveno 143 da OIT, que trata sobre as imigraes efetuadas em condies abusivas e sobre a promoo da igualdade de oportunidades e de tratamento dos trabalhadores migrantes.

    A legislao trabalhista brasileira est consolidada no Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943 (Consolidao das Leis Trabalhistas - CLT), que foi alterado por uma srie de leis subsequentes. Importante ressaltar que h legislao de trabalho especfica para trabalhadores rurais, trabalhadores domsticos e outros.

    Segundo o guia organizado pelo Ministrio do Trabalho e Emprego Brasileiro chamado COMO TRABALHAR NOS PASES DO MERCOSUL: Guia dirigido aos nacionais dos

    5. Direitos dos trabalhadores/as no Brasil

  • 34 Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Estados parte do MERCOSUL, reproduzimos abaixo alguns pontos importantes sobre o trabalho no Brasil:

    Perodo de experincia: A lei estabelece um perodo de experincia, por meio de um contrato por prazo determinado, de at noventa dias, findo os quais o trabalhador/a poder seguir com seu contrato por prazo indeterminado ou ser demitido. Neste perodo, o empregador deve assegurar os direitos do/a trabalhador nos termos da legislao trabalhista. No haver indenizao em caso de trmino normal do contrato determinado de experincia.

    Remunerao: A remunerao pode ser ajustada por unidade de tempo (hora, dias, semanas ou por ms) ou por tarefa. Em qualquer hiptese a remunerao no poder ser inferior ao salrio mnimo ou piso normativo estabelecido em conveno ou acordo coletivo. Compreende a remunerao, alm do salrio devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestao do servio, as gorjetas que receber.

    O salrio mensal deve ser pago at o quinto dia til do ms subsequente. A remunerao poder ser paga em utilidades, mas pelo menos 30% devem ser pagos em dinheiro. A Lei permite o desconto de at 25% (vinte e cinco por cento) do salrio por conta da habitao fornecida pelo empregador e at 20% (vinte por cento) do salrio por conta da alimentao fornecida pelo empregador.

    Salrio mnimo: O menor salrio pago no Brasil, a partir de 01/01/2013, passou a ser de R$ 678,00 reais por ms. Este salrio reajustado pelo Governo anualmente.

  • 35Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Jornada de trabalho: A durao mxima do trabalho de 8 (oito) horas dirias, 44 (quarenta e quatro) horas semanais ou 220 (duzentos e vinte) horas por ms, salvo em determinadas situaes ou em relao a profisses especficas. Aps a jornada normal, possvel a existncia de mais duas horas de trabalho por dia (horas extras) que devero ser pagas com um adicional de, no mnimo 50% (cinquenta por cento), em relao hora normal.

    No caso de remunerao por produo (por pea) devero ser respeitados esses limites, sendo que o valor do pagamento da pea, aps a 8 hora ou aps a 44 hora semanal, deve ter acrscimo de 50%.

    13 salrio: Todos os trabalhadores registrados tm direito a uma remunerao extra por ano, equivalente a 1/12 do salrio de dezembro por cada ms trabalhado no ano. O pagamento deve ser feito em duas parcelas: a primeira at o dia 30 de novembro ou no ms de frias do trabalhador, se este requerer, e a segunda at o dia 20 de dezembro.

    Descansos: Aps um dia de trabalho, todo trabalhador tem direito a, no mnimo, 11 (onze) horas seguidas de descanso antes de iniciar a prxima jornada. Tem direito ainda a um intervalo para repouso e alimentao de no mnimo uma hora durante as jornadas superiores a seis horas. A cada 12 (doze) meses de vigncia do contrato de trabalho, todo trabalhador tem direito a 30 (trinta) dias de frias remuneradas, a serem usufrudas nos doze meses subsequentes com remunerao acrescida em 1/3. Todos tm direito a um dia de descanso por semana,

  • 36 Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    preferencialmente aos domingos (isso se chama descanso semanal remunerado).

    Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS): Todo empregador contribui mensalmente, em relao a cada trabalhador, para o FGTS no valor correspondente a 8% da remunerao do trabalhador/a. Este valor permanece depositado em uma conta vinculada em nome do trabalhador/a. Aps a resciso do contrato de trabalho, o trabalhador/a poder sacar este recurso em benefcio prprio.

    A idade mnima para o trabalho 16 anos, salvo na condio de aprendiz, que de 14 anos. Em atividades insalubres ou perigosas, a idade mnima para trabalho 18 anos.

    ATENO: proibida a reteno de documentos do trabalhador pelo empregador, salvo a Carteira de Trabalho e Previdncia Social (CTPS) por at 48 horas para anotaes.

  • 37Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    No Brasil, o exerccio de atividade remunerada implica filiao obrigatria previdncia social. Cabe ao empregador promover a inscrio na Previdncia do trabalhador empregado e, quando tratar-se de trabalhador autnomo, ele prprio deve inscrever-se perante o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), onde poder requerer benefcios.

    O recolhimento das contribuies ficar a cargo da empresa quando contratar trabalhador/a por conta prpria e empregado, do empregador domstico, em relao ao trabalhador domstico e a cargo do prprio trabalhador/a nos demais casos.

    A legislao brasileira prev os seguintes benefcios no mbito do regime geral de previdncia social:

    Aposentadoria por tempo de contribuio; Aposentadoria por idade; Aposentadoria por invalidez; Aposentadoria especial; Auxlio-doena; Salrio-famlia; Salrio-maternidade;

    6. Previdncia social brasileira e acordos internacionais

  • 38 Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Auxlio-acidente; Penso por morte; Auxlio-recluso; Servio social; e Reabilitao profissional.

    Com os pases caracterizados por fluxos migratrios intensos, o Governo brasileiro mantm Acordos Internacionais em matria de previdncia social.

    Os acordos internacionais de Previdncia social so um efetivo instrumento de proteo social no campo previdencirio, e tm por objetivo principal garantir os direitos de seguridade social previstos nas legislaes dos dois pases aos respectivos trabalhadores e dependentes legais, residentes ou em trnsito no pas.

    A regularidade das contribuies, portanto, um elemento importantissimo para o trabalhador e seus dependentes.

    A proteo estabelecida a partir dessa regularidade garante renda ao trabalhador e/ou seus dependentes, conforme especificado em cada Acordo e permite a totalizao de perodos de trabalho.

  • 39Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    A totalizao caracteriza-se com a soma dos perodos contributivos versados em institutos e em territrios distintos. No Brasil aplica-se aos eventos:

    Incapacidade para o trabalho (permanente ou temporria);

    Acidente do trabalho e doena profissional; Tempo de servio; Velhice; Morte; Reabilitao profissional.

    O Acordo Internacional de Previdncia Social cumpre a sua funo quando possibilita a transferncia dos perodos contributivos dos trabalhadores entre os pases.

  • 41Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Segundo o guia organizado pelo Ministrio do Trabalho e Emprego Brasileiro chamado COMO TRABALHAR NOS PASES DO MERCOSUL: Guia dirigido aos nacionais dos Estados parte do MERCOSUL, informamos que no Brasil os conflitos entre patro e empregado so solucionados nos Tribunais do Trabalho, que constituem uma Justia Especializada composta por Varas do Trabalho (1 Instncia), Tribunais Regionais do Trabalho (2 Instncia) e Tribunal Superior do Trabalho.

    As Superintendncias Regionais do Trabalho e Emprego (SRTEs) so rgos do Ministrio do Trabalho e Emprego que possuem setores de atendimento, onde podem ser esclarecidas dvidas sobre a legislao trabalhista e conflitos existentes. Nas SRTEs podem ser feitas denncias em relao a violaes praticadas por empregadores em relao ao conjunto de empregados. Ver lista de SRTEs em http://www.mte.gov.br/postos/default.asp.

    O Ministrio do Trabalho e Emprego coordena o sistema de fiscalizao do trabalho brasileiro, que composto por auditores-fiscais do trabalho nos 27 estados da federao. Inspees peridicas so feitas nas empresas e locais de trabalho. Alm disso, as denncias so apuradas pela Fiscalizao do Trabalho (mais informaes em www.mte.gov.br).

    7. Violaes de direitos e acesso justia

  • 42 Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Alm disso, em caso de violaes de direitos, voc poder contar com o apoio da Defensoria Pblica Estadual ou da Defensoria Pblica da Unio.

    A Defensoria Pblica Estadual uma instituio pblica que presta assistncia jurdica gratuita e integral a pessoas que no tenham condies financeiras de pagar por este servio. Em geral, a Defensoria atende pessoas que possuem renda familiar de at trs salrios mnimos.

    Atuao: rea Cvel, Tutela Coletiva, Criminal, sistema penitencirio, Infncia e Juventude, Juizados Especiais, Lei Maria da Penha (proteo contra mulheres vtimas de violncia domstica),

    Endereo em So Paulo: o primeiro atendimento centralizado na avenida Liberdade n. 32, Centro, de segunda a sexta das 7h s 9h30min.

    Documentos necessrios: RG ou RNE original, Comprovante de residncia (conta de gua, luz, gs, telefone, contrato de aluguel, recibo de aluguel etc), comprovante de renda (carteira de trabalho, declarao do empregador ou outro, se houver).

    Demais documentos necessrios: de acordo com cada situao.

    Para mais informaes acessem o site: www.defensoria.sp.gov.br

  • 43Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    A Defensoria Pblica da Unio presta diversos servios em matrias previdencirias, criminais, trabalhistas, de Direitos do Consumidor, Direitos Humanos, Direitos do Estrangeiro, questes tributrias, casos relativos ao Sistema Financeiro de Habitao, alimentao, sade, renda mnima/Loas, dvidas de cartes de crdito e cheques especiais, por exemplo.

    Para a famlia que ganha at o limite de iseno do imposto de renda, basta assinar uma declarao de pobreza. Para aqueles que ganham acima desse limite, necessrio comprovar a incapacidade de pagar por um advogado, diante do comprometimento do sustento prprio ou da famlia.

    Endereo em So Paulo: o atendimento na Rua Fernando de Albuquerque, n 155, Consolao, telefone (011) 3627.3400.

    Documentos necessrios: Identidade, CPF, comprovante de residncia e os documentos relativos ao caso a ser resolvido.

    Para mais informaes acessem o site: www.dpu.gov.br

    Outros telefones teis:

    100 - Disque Denncia Nacional

    180 - Central de Atendimento Mulher

    190 - Central de Operaes da Polcia Militar

  • 44 Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    192 - Disque Pronto Socorro - Ambulncia

    150 -Disque Sade e Farmcias de Planto

    193 - Corpo de Bombeiros

    SOS RACISMO: Telefone 0800-77-33-886

    Situaes de trabalho anlogo escravido podem ser denunciadas por ligao gratuita: disque 0800-770-9242.

  • 45Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Caso voc tenha alguma dvida ou precise de orientao, colocamos abaixo alguns dos locais de atendimento de entidades que do assistncia aos migrantes, especialmente em So Paulo:

    INCA/CUT/CSASede do Patronato INCA/CGILRua Dr. Alfredo Ellis,68 - Bela VistaSo Paulo/SP - CEP 01322-050 Tel.: (+55 11) 3284.6065 e fax (+55 11) 3171.0236www.incabrasil.org.br

    Centro de Direitos Humanose Cidadania do Imigrante/CDHIC Rua Bernardo Magalhes, 203 - TatuapSo Paulo/SP - CEP 03067-060Tel.: (+55 11) 2384.2274 ou (+55 11) 2384.2275Atendimento: Segunda a quinta-feira das 09h00 s 16h00www.cdhic.org.br

    Centro de Apoio ao Imigrante - CAMIRua Guapor, 353 - Ponte Pequena (prximo ao Metr Armnia)So Paulo/SP - CEP 01109030http://cami-spm.com.br/

    CNIg (Conselho Nacional de Imigrao)http://portal.mte.gov.br/cni/

    8. Atendimento e contatos de organizaes

  • 46 Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Frum Social pelos Direitos Humanose Integrao dos Migrantes no Brasil(Rene entidades, sindicatos e movimentos sociais em defesa dos migrantes e defende a Campanha Aqui Vivo, Aqui Voto pelo direito ao voto dos migrantes nas eleies brasileiras).Blog: www.fsidhsmigrantes.wordpress.com

    Misso Paz - CPMM, CEM e ParquiasRua do Glicrio, 255 - LiberdadeSo Paulo/SP - CEP 01514-000

    Casa do MigranteRua Almirante Mauriti, 70 - LiberdadeSo Paulo/SP - CEP 01514-040

    Prefeitura de So PauloCoordenao de Polticas para Migrantes (CPMig)Rua Lbero Badar, 119 - CentroSo Paulo/SP- CEP 01009-000 Telefone: (+5511) 3113.8000 ou 0800-7701445

    Casa das fricas: www.casadasafricas.org.br

    IDDAB - Instituto do Desenvolvimento da Dispora Africana no Brasil: www.iddab.wordpress.com

    SOS RACISMO: Tel.: 0800-77-33-886Av. Pedro lvares Cabral, 201 - IbirapueraAssembleia Legislativa do Estado de So PauloCEP 04094-050

  • 47Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Atendimento a Refugiados/as:

    Agncia da ONU para Refugiados (ACNUR)www.acnur.org/t3/portugues

    Critaswww.caritas.org.brRua Venceslau Brs, 78 - SSo Paulo/SP - CEP 01016-000

    CONARE (Comit Nacional para Refugiados)portal.mj.gov.br/data/Pages/MJ33FCEB63PTBRIE.htm

  • 48 Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Entidades que organizaram esta cartilha:

    Central nica dos Trabalhadores - CUT

    A Central nica dos Trabalhadores (CUT) uma organizao sindical brasileira de massas, em nvel mximo, de carter classista, autnomo e democrtico, cujo compromisso a defesa dos interesses imediatos e histricos da classe trabalhadora.

    Baseada em princpios de igualdade e solidariedade, seus objetivos so organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, do setor pblico e privado, ativos e inativos, por melhores condies de vida e de trabalho e por uma sociedade justa e democrtica.

    Presente em todos os ramos de atividade econmica do pas, a CUT se consolida como a maior central sindical do Brasil, da Amrica Latina e a 4 maior do mundo, com 3.820 entidades filiadas, 7.890.353 trabalhadoras e trabalhadores associados e 24.062.754 trabalhadoras e trabalhadores na base.

  • 49Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Patronato Italiano INCA-CGIL

    O INCA-CGIL - Istituto Nazionale Confederale di Assistenza, constitudo em 1945, uma entidade da CGIL - Confederazione Generale Italiana Del Lavoro, a maior central sindical da Itlia.

    Seu trabalho consiste em fornecer assistncia no mbito administrativo e, se necessrio, no mbito jurdico, aos emigrantes sobre os direitos previdencirios, sociais e de sade. Sua criao est vinculada aos grandes fluxos migratrios da populao italiana no ps-guerra, estabelecendo uma rede de apoio aos cidados italianos.

    O INCA est presente em todas as regies do mundo (Amrica Latina, Unio Europeia, Estados Unidos e Oceania). No Brasil, desde 1985 tem sedes nas cidades de So Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte. Destaca-se a atuao do Patronato INCA/CGIL no auxlio gratuito para obteno de benefcios previdencirios junto ao INSS, como penso ou aposentadoria por tempo de contribuio, por idade, por invalidez, benefcios em conveno internacional Brasil-Itlia, benefcios em convenes multilaterais (como acordos do MERCOSUL e Ibero-americano), benefcios para obteno da cidadania italiana e servios consulares.

    Na CGIL, o INCA representa uma experincia indita na tutela do trabalho e dos direitos sociais e da cidadania dos emigrantes e seus descendentes na Itlia e no exterior.

  • 50 Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Confederao Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Amricas - CSA

    A Confederao Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Amricas (CSA), a expresso sindical regional mais importante do continente americano. Fundada em 27 de maro de 2008 na Cidade do Panam, ela filia 53 organizaes nacionais de 23 pases, que representam mais de 50 milhes de trabalhadores/as. A CSA a organizao regional da Confederao Sindical Internacional (CSI).

  • 51Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante/CDHIC

    CDHIC uma organizao da sociedade civil que tem como objetivo promover e articular aes que visem a construo de uma poltica migratria que respeite os direitos humanos dos imigrantes e suas famlias. Sua atuao se d por meio de aes diretas para a regularizao migratria, bem como atravs de atividades formativas e informativas, no plano individual e coletivo.

    O CDHIC participante do Frum Social Mundial das Migraes, da rede sul-americana Espao Sem Fronteiras e do Frum Social pela Integrao e Direitos Humanos dos Migrantes no Brasil. No estado de So Paulo, membro da Comisso Estadual para Erradicao do Trabalho Escravo - COETRAE-SP e do Comit Interinstitucional de Enfrentamento ao Trfico de Pessoas.

  • 53Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    9. Fontes

    Ministrio do Trabalho e Emprego, Conselho Nacional de Imigrao e Ministrio da Justia.

    COMO TRABALHAR NOS PASES DO MERCOSUL Guia dirigido aos nacionais dos Estados parte do MERCOSUL/Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE) Braslia: MTE, 2010.

    Decretos n 6.964/2009 e n 6.975/2009.

    Conselho Nacional de Imigrao:

    Lei n 6.815/80 e RN n 36/99 do CNIg.

    Resoluo Normativa n 36/99 do CNIg

    RN n 77/08 do CNIg

    Polcia Federal: www.dpf.gov.br

    Ministrio da Justia: www.mj.gov.br

    Ministrio do Trabalho e Emprego: www.mte.gov.br

    Ministrio da Previdncia Social: www.previdenciasocial.gov.br

  • 54 Migrantes no Brasil:Proteo Social e Trabalho Decente para Todos/as

    Ministrio Pblico Federal: www.mpf.mp.br

    Defensoria Pblica da Unio: www.dpu.gov.br

    Defensoria Pblica do Estado de So Paulo: www.defensoria.sp.gov.br

    Secretaria de Justia e Defesa da Cidadania do Estado de So Paulo/Programa de Enfrentamento ao Trfico de Pessoas e Erradicao do Trabalho Escravo: www.justica.sp.gov.br

    Coordenao de Polticas para Migrantes (CPMig) / Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de So Paulo: www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/direitos_humanos/migrantes/

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