84
Nova Ouvimos representantes de 15 setores da economia para entender o que está acontecendo no estado. Enquanto a mineração perde espaço, inovação e tecnologia crescem Minas? ISSN 1984-0535 9 771984 053009 8 7 1 0 0 www.revistaviverbrasil.com.br M ENTREVISTA RODRIGO DOLABELA, ADVOGADO: “FIM DA REGRA 85/95 NÃO DEVE SER APROVADO” ARTIGO PCO HONESTIDADE É OBRIGAÇÃO DE TODOS para você!

Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Nova

Ouvimos representantes de 15 setores da economia para entender o que está acontecendo no estado. Enquanto a mineração perde espaço, inovação e tecnologia crescem

Minas?ISSN 1984-0535

9771984053009

87

10

0

www.revistaviverbrasil.com.brM

ENTREVISTA RODRIGO DOLABELA, ADVOGADO: “FIM DA REGRA 85/95 NÃO DEVE SER APROVADO”

ARTIGO PCO HONESTIDADE É OBRIGAÇÃO DE TODOS

para você!

Page 2: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 3: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 4: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Mar

gare

tMar

inho

DESI

GN

PH:

_too

RM

ON

DO

Page 5: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

R. Rio de Janeiro 1930 Lourdes (31) 2103.8500 BH

www.verdequetequero.com.br

/verdequetequeroverde@

Denise Magalhaes

Page 6: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 7: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 8: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 9: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

casamento l formatura l eventos corporativos 31 3225.7303 l www.verdemusgo.com.br

Page 10: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 11: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 12: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

12

Editorial A revista Viver Brasil apresenta

nesta edição um documento impor-tante para a economia mineira. Em um trabalho dedicado e embasado em um dos principais eventos para o for-talecimento econômico realizados em Minas, o Conexão Empresarial, produ-zimos um retrato interessante e provo-cativo de 15 dos principais pilares que sustentam o desenvolvimento do es-tado. Com a ajuda de líderes empresa-riais, dirigentes classistas, personagens e empresas valiosas para o progresso, o leitor terá a oportunidade de entender um pouco mais sobre a realidade atual de setores como agronegócio, saúde, cultura, indústria, mineração, varejo, serviços, infraestrutura, turismo, lo-gística, mercado imobiliário, moda, gastronomia, inovação e tecnologia. Impossível acreditar que seria possí-vel fazer um trabalho absolutamente completo, que não deixasse nada de lado. Em um estado gigante e dinâmico como Minas, buscamos apresentar os setores que fazem parte do dia a dia, empregam milhões de pessoas e com-preendem a maior parte da riqueza gerada. Certamente há lacunas. No caso em específico, pequenas. Nas pró-ximas páginas verá e serão bem-vindos comentários e sugestões. Somente o agronegócio representa hoje cerca de

30% da produção gerada a partir de Minas. Dados delicados preocupam a

nossa realidade extrativista: responsá-vel por cerca de 20% do PIB total minei-ro se associarmos a produção com a in-dústria de transformação, a mineração passa por um dos piores momentos da sua história – encolhendo e recolhen-do milhares de empregos. Apenas nes-sas duas áreas, mora metade do que Minas Gerais produz. Os problemas são diversos, da falta de investimentos em infraestrutura à logística falha e fraca. Como curiosidade, se tirarmos a mineração, o estado cai de 2º ou 3º lugar do PIB para 15º no ranking nacio-nal. Há de se pensar e buscar caminhos imediatos para diversificar e seguir no-vos rumos. Não é deixar de olhar para as riquezas minerais abundantes que temos, é acrescentar mais ingredientes na receita. O mundo tem mudado de maneira rápida e, através da tecnolo-gia, novos costumes e mercados estão surgindo. Há exemplo de trabalhos nesse sentido com grandes respostas, como Santa Rita do Sapucaí como polo tecnológico ou o novíssimo San Pedro Valley, aqui em BH e exemplo de capacidade de inovação. Ou seja, há caminhos. Muitos deles. Para fazer uma análise geral do estado, tivemos a colaboração mais que especial do Instituto Aquila, que abre os trabalhos fazendo uma leitura rica e completa da situação do estado. Além do especial, muitas outras matérias para você. Es-pero que gostem e até a próxima!

VIVER Julho 8 - 2016

Viver Brasil é uma publicação da VB Editora e Comunicação Ltda. São Paulo: rua Joaquim Floriano, 397 - 2º andar - Itaim Bibi CEP: 04534-011 – Tel.: (11) 2127-0000/ 3198-3695

Minas Gerais: rodovia MG–030, 8.625, torre 2, nível 4, Vale do Sereno, Nova Lima, MG – CEP: 34.000-000 – (31) 3503-8888 - www.revistaviverbrasil.com.br

Tiragem quinzenal 50.000 exemplares

Diretor-geral Paulo Cesar de OliveiraDiretor Gustavo Cesar OliveiraDiretora executiva Eliana PaulaEditora-geral Maria Eugênia LagesEditora adjunta Eliana FonsecaRedação Eliane Hardy, Fernando Torres, Miriam Gomes Chalfi n e Terezinha MoreiraRepórteres colaboradores Flávio Penna e Sueli Cotta Estagiário Lucas Rocha

Articulistas Hermógenes Ladeira, José Martins de Godoy, Luis Cláudio Chaves, Olavo Machado, Matheus Cotta, Paulo Paiva e Wagner Gomes

Correspondentes internacionais(Paris) Igor Tameirão (Nova Iorque) Angelina Freitas

Equipe de web Bruna Braga de Noronha, Rodrigo de Oliveira e Renata Rocha (estagiária)Revisão Maria Ignez Villela Equipe de arte Adroaldo Leal, Gilberto Silva e Luciano CabralFotografi a Agência i7

Gerente de marketing e eventos Larissa Lopes

Gerente fi nanceira Marcela Galan

Gerente comercial Rodrigo CarvalhoAnalista comercial Sumaya MayrinkDepartamento comercial (MG) (31) 3503-8888Angélica Maciel de Figueiredo, Márcia Perígolo e Shirley [email protected]

Departamento comercial (SP)(11) 2127-0000Kellany [email protected]

Gerente de circulaçãoLuiz Cuin

Impressão Log&Print Gráfi ca e Logística S.A. Entregas BHLog

[email protected]

Gustavo Cesar Oliveira, diretor

gustavocesaroliveira gco_brasil

VIVER Entre....

22 Entrevista

28 Especial

66 Empreendedorismo

74 Festas

= COLUNAS

18 Coluna do PCO

20 Entre Aspas

60 Semi & Novos

64 Cantinho do Chef

68 Viver Melhor

72 Zoom

= ARTICULISTAS

26 Paulo Cesar de Oliveira

58 Olavo Machado

62 Paulo Paiva

70 Wagner Gomes

82 Hermógenes Ladeira

Nº 178 - 8 de julho de 2016 Capa Arte de Paulo Werner

[email protected]

A revista Viver Brasil apresenta nesta edição um documento importante para a economia mineira. Em um t r a b a l h o d e d i c a d o e e m b a s a d o e m u m d o s p r i n c i p a i s e v e n t o s para o fortalecimento econômico realizados em Minas, o Conexão Empresarial, produzimos um retrato interessante e provocativo de 15 dos principais pilares que sustentam o desenvolvimento do estado. Com a ajuda de l íderes empresariais, dirigentes classistas, personagens e empresas valiosas para o progresso, o leitor terá a oportunidade de entender um pouco mais sobre a realidade atual de setores como agronegócio, saúde, cultura, indústria, mineração, varejo, serviços, infraestrutura, turismo, lo-gística, mercado imobiliário, moda, gastronomia, inovação e tecnologia. Impossível acreditar que seria possí-vel fazer um trabalho absolutamente completo, que não deixasse nada de lado. Em um estado gigante e dinâmico como Minas, buscamos apresentar os setores que fazem parte do dia a dia, empregam milhões de pessoas e compreendem a maior parte da riqueza gerada. Certamente há lacunas. No caso em específico, pequenas. Nas próximas páginas verá e serão bem-vindos comentários e

s u g e s t õ e s . S o m e n t e dois setores associados representam hoje cerca

d e 3 5 % d a p r o d u ç ã o g e r a d a a partir de Minas. O agronegócio e a mineração compõem um terço de tudo que gera valor em solo mineiro. Dados delicados preocupam a nossa realidade extrativista: responsável por cerca de 16% do PIB total mineiro, a m i n e r a ç ã o p a s s a p o r u m d o s piores momentos da sua história – encolhendo e recolhendo milhares de empregos. Os problemas são diversos, da falta de investimentos em infraestrutura à logística falha e fraca. Há de se pensar e buscar caminhos imediatos para diversificar e seguir novos rumos. Não é deixar de olhar para as riquezas minerais abundantes q u e t e m o s , é a c r e s c e n t a r m a i s ingredientes na receita. O mundo tem mudado de maneira rápida e, através da tecnologia, novos costumes e mercados estão surgindo. Há exemplo de trabalhos nesse sentido com grandes respostas, como Santa Rita do Sapucaí como polo tecnológico ou o novíssimo San Pedro Valley, aqui em BH e exemplo de capacidade de inovação. Ou seja, há caminhos. Muitos deles. Para fazer uma análise geral do estado, tivemos a colaboração mais que especial do Instituto Aquila, que abre os trabalhos fazendo uma leitura rica e completa da situação do estado. Além do especial, muitas outras matérias para você. Espero que gostem e até a próxima!

Page 13: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Resp

onsá

vel T

écni

co:

Dra

. Er

ika

Cor

rêa

Vra

ndec

ic -

CRM

MG

2

8.9

46

b2bd

esign.com.br

Page 14: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Fale Conosco

Crescer maisSou uma das maiores clientes da Drogaria Araujo e fiquei feliz por ver uma história tão bacana retratada nas páginas da Viver Brasil. Achei uma aula de empreendedorismo e de gestão, principalmente no quesito de consolidar em palavras um negócio que faz parte da história de Belo Horizonte há mais de 100 anos. Modesto está certo. Líder nenhum pode ser vaidoso, pelo contrário, ele tem de estar ali, acompanhando com os olhos bem abertos

os rumos de seus negócios. Parabéns à Terezinha Moreira por uma história tão bem contada.

MÔNICA CARMO

Quando li a reportagem sobre a Drogaria Araujo, me prendi às histórias dos senhores Irineu Silveira e Mario Colen. Trabalhar 74 anos e 41 anos em um único lugar é para poucos. Além de eles gostarem do que fazem, o que é realmente importante, apesar de nem sempre possível, vi que há

Crescer

Drogaria Araujo faz 110 anos, com 160 lojas na Grande BH, planeja chegar a 600 unidades em Minas até 2020 e depois expandir-se para fora do estado

mais

www.revistaviverbrasil.com.br

ISSN 1984-0535

9771984053009

77

10

0

“É preciso ter humildade para competir”

M

ENTREVISTA HERBERT CARNEIRO, NOVO PRESIDENTE DO TJMG: “ESTAMOS COM ORÇAMENTO APERTADO”

ARTIGO PCO AS NEGATIVAS VAZIAS DOS ACUSADOS

para você!

respeito da diretoria da rede pelos funcionários. É, de fato, uma história diferente, em que as pontas se unem.

JOSÉ MARCIANO

Sob pressãoVivemos em um momento de pressão extrema e não poderia ser diferente com os jovens que desejam ingressar nas universidades. A preparação é fundamental, mas é preciso certa reinvenção para dar conta de um nível de informações cada vez maior. Acho que o

Page 15: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Comentários sobre o conteúdo editorial da Viver Brasil, sugestões e críticas a matérias. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço. Além do nome do autor, o e-mail também poderá ser publicado. Por razões de espaço ou clareza, os textos poderão ser publicados resumidamente

Rodovia MG–030, 8.625, torre 2, nível 4, Vale do Sereno, Nova Lima, MG CEP: 34.000-000

E-mail: [email protected]

Para anunciar: Tel.: (31) 3503-8888 Fax: (31) 3503-8888Releases: [email protected]: Tel: (31) 3503-8860

Av. Barão Homem de Melo, 329

Agora, os pequenos negócios têm um espaço diferenciado. Um ambiente com muito mais interação e novas atividades. Onde a informação e o conhecimento trabalham para o sucesso da sua empresa. Conheça o novo Espaço de Atendimento Sebrae.

Consultorias, oficinas e palestras Soluções customizadas para a sua empresa Atendimentos temáticos para diferentes tipos de negócios Mais prático, rápido e eficiente

Use o QR Code para visualizar no mapa nosso novo endereço.

0800 570 0800www.sebrae.com.br/minasgerais

caminho é o retratado nesta matéria – oferecer mais aos alunos, fazer diferente, ajudá--los a encontrar o foco e estudar, lógico, porque quanto a isso não há mágica.

BRENDA ALVES

Orçamento apertadoA entrevista do desembargador Herbert Carneiro mostrou que, tal como ocorre com todos os setores no Brasil, a Justiça também precisa equilibrar suas contas para conseguir chegar às metas propostas para 2016. O

que todos querem é celeridade em todos os âmbitos, o que não vemos, atualmente, em nenhuma das instâncias.

CARLOS HONORATO

Por MinasAcompanho o trabalho da estilista Vanuza Bárbara e fiquei feliz por seus novos projetos. Além da ousadia de fazer um trabalho inspirado em Chica da Silva, achei o máximo ela se apropriar de pigmentos naturais para fazer peças tão

diferenciadas. E tudo isso ainda tendo esse olhar para a população local, promovendo geração de renda. Parabéns à Vanuza e vida longa ao seu trabalho.

MATILDA FERREIRA

Page 16: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Viver on-line

CULTURA PARA TODOS OS GOSTOS - A Fundação Clóvis Salgado realiza a 2ª edi-ção do Inverno das Artes, até o dia 1º de agosto. O evento conta com diversas atra-ções no Palácio das Artes e Parque Mu-nicipal, entre elas shows de Gilberto Gil e Tom Zé. Informações: (31) 3236-7400.

MANUAL PARA MULHERES NO PALCO - A atriz global Adriana Birolli estreia o espe-táculo Manual prático da mulher desespe-rada no teatro Bradesco, no dia 9 de julho,

às 20h. A peça narra de forma cômica o desespero de uma mulher solteira em uma noite de sábado. Ingressos: sob con-sulta. Informações: (31) 3516-1360.

SEGURA O TCHAN - Uma das festas mais badaladas do circuito Rio-Brasília, Chá da Alice, desembarca em solo mi-neiro no dia 16 de julho, às 22h, na Ser-raria Souza Pinto com show do grupo É o Tchan. Ingressos: R$ 70 a R$ 180. Informações: (31) 4141-2929.

PASSEIO CULTURAL

Acompanhe as novidades do segmento premium no Brasil e no mundo pela página da revista no Instagram. Segue lá!

Siga a Viver no Instagram, (@viverbrasilrevista) e no Facebook (facebook.com/revistaviverbrasil) e fi que por dentro das novidades.

ACESSADAS

1. Crescer mais

2. Orçamento apertado

3. Cenário perfeito

@robbreportbrasil

Amanhecer em Soares, subdistrito de Ouro PretoENVIADA POR: FRANCELINO NONATO GUIMAR

É a sua vez de mostrar que tem faro jornalístico. Fo to grafou uma cena inusitada? Saiba como participar em nosso site.

Confira a programação completa em www.tudobh.com.br

Page 17: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 18: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

A decisão do presidente do STF de proibir a tramitação dos cha-mados processos ocultos na Corte assegura a transparência das decisões judiciais ao mes-

mo tempo em que reforça as liberdades públicas e a segu-rança do direito. Ufa, ainda bem. Chega de segredinhos nesta combalida República.

VIVER Julho 8 - 201618

Lei das Estatais A Petrobras sugeriu 3 vetos

a artigos da Lei das Estatais, dentre os quais o que impede que o presidente de estatal também comande o conselho administrativo da empresa. Outro fala da responsabilização de todos os membros do conselho em caso de prejuízo ou dano ao erário. O entendimento correto é o de que só devem ser responsabilizados aqueles membros que votarem a favor de determinado investimento ou medida, isentando aqueles que forem voto vencido. Temer analisa a lei, antes de sancionar tal como está.

Golpe branco? Temendo o controle e a

investigação do MP e da PF, os congressistas pisam em ovos para não serem envolvidos na malha das operações. A Lava Jato, que segue no piloto automático rumo à depuração de nosso quadro político e econômico, gerou anticorpos que impedem o golpe branco que alguns pseudos intelectuais estavam colocando em gestação.

Lei Rouanet A Lei Rouanet está sendo

passada a limpo com a operação Boca Livre que, ao fl agrar os fraudadores da lei, mostra quem se aproveitou das prerrogativas e benesses concedidas pela legislação. Tem gente séria fazendo arte e teve gente que não foi nada séria ao fazer muita arte.

Finalmente

POR PAULO CESAR DE OLIVEIRA

A propósito dos dois temas do mo-mento, o ministro Carlos Ayres Britto nos lembra que, “assim co-mo a mais inteligente forma de ser do indivíduo é trilhar sem nenhum desvio o caminho da honestidade”, o modo mais inteligente de gover-nar é seguir “retilineamente a es-trada da Constituição”.

Lava Jato X impeachment

PronunciamentoLula Marques/AGPT

É possível que o presidente Temer, pouco antes da votação do impeachment, faça um pronunciamento à nação. Nele seriam abordados, dentre outros, temas como a contabilidade artifi cial da era petista, com ênfase no superdimensionamento irresponsável de receitas e no modelo de crescimento equivocado, baseado no en-dividamento e não na inserção e na com-petitividade.

Nelson Jr. – SCO – STF

Page 19: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Ilan Goldfajn não deixa por menos e manda seu re-cado para o mercado: Selic cai apenas depois de o Executivo e o Legislativo entregarem as medidas fis-cais que prometeram. De quebra, não imagina o BC jogando sozinho. Por isso, espera que o governo dê o pontapé inicial no jogo lançando a bola na área fiscal.

Se o presidente do Senado, Renan Calheiros, cumprir sua promessa de concluir a votação do projeto que le-galiza a exploração dos jogos de azar na 1ª quinzena de julho e, se a proposta for aprovada no Congresso Nacional, a volta do funcionamento dos cassinos pode estar a um passo. Minas Gerais já foi famosa por seus

cassinos em Araxá, Lambari, Poços de Caldas, São Lourenço e Caxambu. Um hotel cassino em Poços de Caldas era um dos lugares preferidos do ex-pre-sidente Getúlio Vargas. Em Belo Horizonte, Oscar Niemeyer fez o projeto do cassino à beira da lagoa da Pampulha, transformado, depois da proibição dos jogos, em 1947, em museu de arte.

Muitos acreditavam que a limitação de doações para as campanhas eleitorais fosse diminuir o número de candidatos nas eleições municipais deste ano. Mas boa parte dos mais de 30 partidos aptos a participar do pleito pretende entrar na disputa. Só em Belo Ho-rizonte são pelo menos 15 as legendas que querem entrar no processo e nem mesmo o pouco tempo no horário eleitoral inibe as candidaturas. Além disso, os que esperam uma elei-ção mais barata podem se decepcionar, já que até mesmo o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, fala que a fórmula adotada para essas eleições pode estimular o caixa dois, as doações invisíveis e não declaradas.

VIVER Julho 8 - 2016 19

Candidatos

Jogo coletivo

Cassinos

Colaboração: Ana Cortez, Eliane Hardy, Flávio Penna e Sueli Cotta

Lula Marques/AGPT

José Cruz/ABr

Juliana Flister/Agência i7

Wilson Dias/ABr

Liberação dos jogos A proposta de legalização dos

jogos, que tramita no Congresso Nacional e que conta com o apoio de vários ministros e com a simpatia do presidente interino Michel Temer, prevê a arrecadação de 20 bilhões de reais ao ano. Além dos cassinos, está prevista a legalização do jogo de bicho e bingos no país, inclusive

máquinas de vídeo-bingo e caça-níqueis se tornariam legais. Jogos on-line de aposta, via internet, ficam proibidos. Um dos pontos questionados no projeto diz respeito à anistia de todos os acusados da prática de exploração ilegal de jogos de azar e extingue os processos judiciais em tramitação.

Eleições na ABCZ A Associação Brasileira dos

Criadores de Zebu (ABCZ) marcou para o dia 1º de agosto, em Uberaba, a assembleia-geral da entidade que irá eleger a diretoria e os conselhos consultivo e fiscal, para o triênio agosto de 2016 a agosto de 2019. Concorrem à presidência da ABCZ Frederico Cunha Mendes, apoiado pela atual diretoria da entidade, pela chapa ABCZ Unida, e Arnaldo Machado Borges, que comanda a chapa de oposição A a Z, ABCZ para todos.

Exportações O setor automotivo decidiu investir

pesado nas exportações. O setor foi um dos mais afetados com a crise econômica. Houve uma retração de 40,9% nos 5 primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2015,

segundo a Fenabrave. O foco das vendas está para a Argentina e o México.

O empresário e deputado Bráulio Braz está mais confiante em relação à venda de carros. Segundo ele, a mudança na economia já pode ser sentida, como também o aumento da con-fiança do consumidor, que deve melhorar ainda mais no 2º semestre. Mas essa mudança ainda não está refletida na venda dos bens de con-sumo. Mas as vendas, pelo menos, pararam de cair. O mercado estabilizou.

Expectativa

Page 20: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

A corrupção não é um problema que afeta só os brasileiros. Pelo menos 68% dos países do mundo têm um sério problema com irregularidades e desvios de dinheiro público. Metade do G-20 está entre eles. Os dados são da ONG Transparência Internacional, que constatou que nenhum país, em qualquer lugar do mundo, está livre da corrupção. Mas os desvios cometidos no setor público representam muito mais do que perder dinheiro, eles têm relação com a vida das pessoas e com os serviços prestados à população.

20

Antonio Cruz/ Agência Brasil

Marcelo Sant’Anna/Imprensa MG

Reprodução

Entre Aspas

Os empresários brasileiros querem uma atuação mais forte do governo para que haja uma estratégia permanente e consistente para a integra-ção dos produtos brasileiros na economia mundial. Essa desconexão é grande e pode aumentar, segundo relatório da CNI. As empresas brasileiras só têm acesso, livre de tarifas de importação e barreiras não tarifárias, a 8% do comércio internacional. Esse nível é ínfimo, quando comparado a outras economias continentais, como a União Europeia (45%), os Estados Unidos (24%), a Austrália (22%) e o Canadá (19%). Se a comparação for feita com os nossos parceiros latino-americanos da Aliança do Pacífico, a distância é ainda maior, sobretudo em relação ao Chile (83%), ao Peru (74%) e ao México (57%).

Se a PEC que institui um teto para os gastos públicos por um período de 20 anos, apresentada pelo presidente interino Michel Temer, pas-sar no Congresso Nacional, a área de saúde será uma das que mais irá perder recursos. O promotor Gilmar de Assis acredita que em dois anos serão menos 12 bilhões de reais e em 10 anos 500 bilhões a menos para a saúde.

Pela primeira vez, desde a criação do Ser-vas, uma primeira-dama do estado visitou Formoso e suas comunidades, no Noroeste

lizou a entrega dos 154 módulos sanitários e cisternas, com captação de água da chuva, da primeira fase do programa Água Vida, realizado em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais. “É emocionante chegar até aqui e ver que o projeto deu certo e que ajudou a mudar a vida de pessoas que já passaram por muitas dificuldades para ter água limpa, no mínimo, para beber e

O relacionamento entre a classe política e a empresarial anda cada vez mais difícil. Deputados reclamam que encontram dificuldades até para contratação de prestadores de serviços. O temor dos empresários é o de se envolverem em alguma irregularidade, mesmo que sem intenção. Na hora da punição, são eles, os empresários, os primeiros a ir para atrás das grades.

NAVEGAR É PRECISO

GASTOS PÚBLICOS

ÁGUA PARA TODOSPOLÍTICOS NÃO

VIVER Julho 8 - 2016

POR SUELI COTTA | [email protected]

“A poluição, a ganância e a estupidez são as maiores ameaças ao planeta”

Físico Stephen Hawking

CORRUPÇÃO NO MUNDO

Page 21: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 22: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016

Uar

len

Valé

rio/F

iem

g

Entra governo, sai governo e algumas reformas consideradas essenciais continuam no papel. A reforma da Previdência é um exemplo. O governo quer mudanças nas regras da aposentadoria, por considerar o atual sistema insustentável. Mas enfrenta dificuldades com as centrais sindicais e entre os parlamentares para formatar uma fórmula diferente da 85/95, aprovada no ano passado. Além disso, o governo tem pressa em aumentar a arrecadação e, mais uma vez, recorre à iniciativa privada para fazer caixa e já se movimenta para alterar a rotina das empresas. Para o especialista nas áreas trabalhista e previdenciária Rodrigo Dolabela, o momento econômico não é o ideal para esses ajustes. As empresas têm cada vez mais obrigações e o custo

para manter um funcionário chega a 100% do salário em alguns casos, dificultando, principalmente, para as micro e pequenas empresas. Dolabela entende que a legislação

trabalhista está caduca, mas é necessário vontade política para mudá-la. O advogado está conduzindo as palestras do projeto Rotas para o futuro, parceria do Sistema

Fiemg e Sebrae, que leva a discussão para todas as regiões do estado.

Qual a maior difi culdade atualmente para as empresas em relação à legislação trabalhista?

São várias as obrigações que o empresário tem que cumprir. Tem a GFIP, o Caged, a Rais, a Dirf, a CAT, tem o PPP, e cada documento

tem um objetivo. O governo, agora, quer centralizar as obrigações em um documento só, que irá se chamar eSocial. Em vez de

mandar vários documentos, vai emitir apenas um, que vai englobar todos eles.

Qual o custo para os empresários para se adaptar a esse sistema?Com o eSocial, as empresas terão que investir em tecnologia. Isso significa que terão que ter um bom

equipamento de informática, um bom software e um bom provedor de internet. Além de investir na qualificação

profissional dos funcionários, que vão preencher o eSocial. Se preencher errado, vai gerar multa. As empresas estão

tendo condições de fazer essa mudança? Esse momento de crise não é o ideal para esse tipo de investimento. A expectativa

do governo é de que esse sistema entre em vigor em setembro deste ano, para as empresas que faturaram mais de 78 milhões de reais em 2014. Esse prazo está muito próximo e as entidades empresariais estão

Legislação caduca

Entrevista Rodrigo DolabelaEspecialista previdenciário fala que é preciso mudar CLT e Previdência e avisa que o empresário não aguenta mais a pressão do governo que sempre recorre à iniciativa privada quando quer fazer caixa

POR SUELI COTTA

22

Page 23: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016

pressionando o governo para uma provável prorrogação desse prazo. Não tem como cumprir essa meta. Além disso, o próprio governo não está cumprindo com o calendário do eSocial, que prevê que 6 meses antes do início da implantação haveria um ambiente de teste, o que não ocorreu.

Com a crise econômica brasileira, esse sistema é o ideal?É o ideal para o governo, porque o objetivo maior é o de aumentar a fiscalização que passa a ser virtual, com consequente aumento na arrecadação. Tanto que a previsão do governo é de aumento de 89 bilhões de reais na arrecadação com o eSocial, porque vai diminuir a sonegação, além dos recursos arrecadados com a aplicação de multas.

Outro problema é a questão previdenciária. O governo não tem como sustentar o atual modelo?A expectativa do governo é a de mudar a idade mínima para a aposentadoria, porque a regra que foi aprovada não se adequa ao orçamento da Previdência. O grande problema que nós estamos enfrentando é que a população está envelhecendo muito. Já havia essa previsão do colapso da Previdência, não só pelo governo, mas também entre os empresários e políticos, porque são muitos benefícios. Um dos maiores problemas hoje no Brasil é que o aposentado continua a trabalhar. Ele se aposenta, mas continua no mercado e, com isso, toma o lugar da pessoa jovem. Consequentemente, tem o desconto no INSS, mesmo sendo aposentado. Só que a arrecadação da Previdência não é uma arrecadação plena, porque ela deveria ocorrer com a população jovem, que está ingressando no mercado agora. Mas não. Hoje, nós temos a concorrência do jovem com o aposentado que, na ânsia de manter o mesmo padrão de vida, acaba aposentando e

continuando a trabalhar.

Qual seria a solução?A solução imediata seria aumentar a arrecadação. O eSocial é uma dessas ferramentas de aumento da arrecadação, já que não se pode impedir o aposentado de continuar trabalhando. Constitucionalmente, isso não é possível.

A regra 85/95 é difícil de ser mantida pelo governo?Essa regra intermediária seria razoável porque impediria que as pessoas muito jovens se aposentassem. O fator previdenciário era uma penalidade para quem se aposentava jovem. O homem com 53 anos e a mulher, 48 anos. O fator 85/95 é para ver se a pessoa contribuía por um determinado tempo. No caso da mulher, o 85 significa, comparativamente, 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição. Para o homem ficaria pior, porque são 35 anos de contribuição e 60 de idade. O que o governo quer, agora, é aumentar o tempo de contribuição para ver se o rombo da Previdência diminui.

Como a resistência dos sindicalistas e do próprio Congresso pode dificultar para o governo fazer essas mudanças?A votação da idade mínima deve passar, mas o fim do 85/95, não. A resistência será muito grande. As pessoas que estão na faixa dos 20, 30 anos não têm como mensurar quando irão aposentar, porque até lá a legislação pode mudar. Quantas vezes? A situação é crítica.

Com o desemprego tão alto, essa discussão fica mais difícil?Eu entendo que fica. A partir do momento que aumenta o desemprego, diminui a arrecadação da Previdência. Quem arrecada para a Previdência são as empresas e os empregados, em cima do salário de cada um. Com a diminuição do emprego, consequentemente a

Page 24: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

contribuição também vai ter uma perda muito grande.

Alguns especialistas entendem que, se as regras da Previdência não forem alteradas, o governo não vai aguentar mantê-la por mais um ano. A situação é tão grave assim?Entendo que sim, porque são muitos benefícios, com a arrecadação diminuindo, fora os rombos do dia a dia, que estão sendo denunciados. Com esses três fatores, o perigo é real. Além disso, estamos falando de um só benefício, que é a aposentadoria. Mas nós temos outros também onerosos, que são a pensão por morte, o auxílio doença e, nesse caso, temos muitas pessoas afastadas por doença que os médicos peritos alegam não ter nada.

Essa análise é do próprio INSS, não?Falta, nesse caso, uma legislação mais clara, rápida, punitiva e um gerenciamento melhor por parte do INSS. Nós temos um problema muito sério que é a falta de médicos. Houve, inclusive, uma mudança na legislação para ver se supre essa carência de médico perito. Isso compromete e muito o trabalho do próprio INSS. Tem funcionário afastado há mais de um ano querendo voltar ao trabalho por falta de um especialista.

A questão trabalhista também virou um problema no Brasil e em vários países. A atual regra acaba punindo o trabalhador e a classe produtiva?A nossa legislação trabalhista está caduca. A CLT é de 1943, ela tem 73 anos e não sofreu uma reforma recente. Consequentemente, o nosso caminho futuro será o mesmo da França, onde há uma resistência muito grande das centrais sindicais, dos trabalhadores, com muitas manifestações. Os políticos têm que reformar as leis trabalhistas. Do jeito que está a CLT hoje, o patrão tem um encargo social muito alto. Para se ter uma ideia, existem vários estudos sobre o custo de um empregado para a empresa. A média

chega a 100% de encargos sociais.

Há uma tendência de contratação dos trabalhadores como pessoa jurídica. É uma saída?Está sendo. Inclusive, está tramitando na Câmara dos Deputados um projeto de lei aprovando a terceirização nas atividades fins, exatamente porque os empresários estão vendo alternativa somente nesta situação para diminuir os encargos sociais.

Há, no Brasil, 2 tipos de trabalhadores, o que é do serviço público, que tem uma série de benefícios, e o da iniciativa privada, que recebe um teto máximo de pouco mais de 5 mil reais, independentemente do salário. Como tornar todos iguais?Isso já é mais difícil de mudar. O trabalhador privado está submetido à CLT, o do serviço público está submetido à CLT ou ao estatuto do próprio órgão, que é o estatutário. Há servidores públicos regidos pelo INSS, mas, a maioria, principalmente os servidores federais, tem um regime próprio de Previdência. Quando aposenta, fica praticamente com o salário integral, diferentemente do trabalhador privado.

E por que é tão difícil mudar as regras?É o mesmo caso da França. Quero ver o político que vai ter coragem de mexer nisso. Se mexer, o parlamentar estará sujeito a duas coisas: primeira a revolta e a segunda é a de que ele não terá condição, nunca mais, de ser eleito. Mesmo um projeto de iniciativa popular teria pouca adesão por causa dos interesses dos trabalhadores. Esse projeto de mudança da legislação trabalhista e previdenciária teria que partir das entidades empresariais.

O que falta para enfrentar essas mudanças?Bem, as empresas têm força e coragem. Depende agora da vontade política e é aí onde está o problema.

Entrevista

Rodrigo Dolabela

24

“Os políticos têm que reformar as leis trabalhistas. Do jeito que está a CLT hoje, o patrão tem um encargo social muito alto”

VIVER Julho 8 - 2016

Fotos: Uarlen Valério/Fiemg

Page 25: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Apartamentos de 230 m2, 253,32 m2, 293,89 m2 e 333,20 m2.

4 suítes, sendo a máster com hidro e closet.

Armário nos quartos.

Salas e varanda com piso de mármore.

Torres com vista panorâmica, revestidas com granito.

4 ou 5 vagas.

Aquecimento central solar/gás com sistema de reúso das “águas cinzas.

Lazer completíssimo, estilo resort.

Stand de vendas e apartamento decorado no local.

RI n

º: 8

1.8

86

- 7º

Ofí

cio

de R

egis

tro

de Im

óvei

s de

BH

RI n

º: 5

3.09

0 -

Reg

istr

o de

Imóv

eis

de N

L

V E N D A S : 3 2 8 0 . 8 0 0 0

ELEGÂNCIA, ESTILO E SOFISTICAÇÃO. EXISTE UM CONARTES QUE FOI FEITO

PARA A SUA VIDA.

235,96 m² - 4 suítes.

213,41 m² - 2 suítes e 2 semissuítes.

Suíte máster com hidro e closet.

Armário nos quartos.

Salas e varanda com piso de mármore.

Torre revestida com granito.

4 ou 5 vagas.

Aquecimento central solar/gás com sistema de reúso das “águas cinzas.

Elevadores codificados.

Lazer completíssimo com quadra de tênis e muito mais.

B O R D E A U X R E S I D E N C E .

Page 26: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016

Crise de caráterDe cada pena surge uma galinha, disse o ministro

Teori Zavascki ao comentar os sucessivos escândalos na política brasileira. Sem dúvida, uma bela constatação do ministro que, no entanto, errou na quantidade. O que estamos vendo é que cada pena leva a um galinheiro, tal o número de envolvidos com falcatruas. Impressio-nante como o país foi dominado por corruptos, ladrões e outros da fauna. Não há um setor da atividade pública onde não exista um malfeito. E nem conhecemos em profundidade os relatos dos que apontaram seus dedos, também sujos, para mostrar erros de ex-comparsas ou de inimigos políticos.

É, sem dúvida, a pior crise que o Brasil já viveu. E nem se pode dizer que é uma crise política. É mesmo uma crise de caráter, em que estamos descobrindo a verdadeira face dos que se apresentavam como exem-plo de honestidade e seriedade pública, mas que não passam de desonestos que ascenderam ao poder graças à ingenuidade ou, forçoso reconhecer, à esperteza po-pular, que faz de seu voto um exemplo de busca de van-tagens pessoais. O ritmo das apurações, a divulgação das ações dos desonestos já fazem parte do cotidiano da vida do brasileiro. Quase já nem prestamos atenção aos fatos e nomes novos que vão surgindo a cada liberação de depoimentos, vazamento de informações.

Esta incorporação dos fatos, numa quase cumplici-dade com os malfeitores, nos entorpece e tira de todos nós a capacidade de reagir, de cobrar providência, de exigir que nos respeitem como cidadãos. Nós nos limitamos, quando muito, a usar a rede social para cri-ticar os políticos, a denegrir a atividade, como se fosse possível viver sem a política. Essa repulsa aos políticos, de uma forma geral, tira de nosso horizonte qualquer

previsão de encontrarmos uma saída para o futuro. O vazio de lideranças, que ajudamos a prolongar ao nos recusarmos a participar do processo eleitoral de uma forma mais efetiva, só nos faz mais degradados. Somos hoje um dos povos mais atolados na corrupção em todo o mundo. Chega a ser vergonhoso vermos o país, que tem uma das mais pujantes economias do mundo, ocu-par espaço na mídia internacional pelos seus malfeitos. Pela desonestidade de seus políticos e, por que não, de seus eleitores. Somos, no mundo, um país sob suspeita. Nossa maior empresa está enfrentando processos em alguns países que poderão torná-la inviável. E tudo por causa da corrupção desenfreada, sem controle, que to-mou conta do país não de uma forma repentina, ressal-te-se, mas progressivamente e sem retorno. Corrupção que alimenta interesses individuais, mas que também ajuda a sustentar grupos no poder.

Como colocar fim a este quadro? Não há, infeliz-mente, uma fórmula mágica. Nem se pode esperar que apenas punições impostas pelo Judiciário sejam capazes de reverter o quadro atual. Não, a solução para nossos problemas é muito mais profunda e, certamente, mais demorada. É de mudança de postura. De agrava-mento de pena, sim, mas, principalmente, de conscien-tização de que a coisa pública não é coisa sem dono. É sim coisa de todos, a ser respeitada. É conscientização de que honestidade, probidade não são virtudes, mas obrigação de cada um de nós. Vamos precisar de uma revolução em nossos conceitos para promovermos a revolução em nossas vidas. Para mudar não adianta o desejo de poucos, por melhor intencionados que sejam. A mudança tem que ser coletiva. Coisa de alguns anos, cujo início estamos vivendo e assistindo agora. Não temos o direito de retroceder. Precisamos continuar vigilantes a cada pena que surgir. Ter a coragem de puxar cada uma delas e descobrir as galinhas, os gali-nheiros que se escondem debaixo delas. Nossa omissão é o pior que podemos fazer agora. À frente, pagaremos muito mais caro. Acreditem. Não é coisa de pessimista. É reflexão de quem, há muitos anos, acompanha a cena política brasileira. E que nunca a viu tão degradada.

Paulo Cesar de Oliveira, jornalista

Paulo Cesar de Oliveira

O ritmo das apurações, a divulgação das ações dos desonestos já fazem parte do cotidiano da vida do brasileiro

26

Page 27: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

A Unimed-BH chega aos 45 anos com a saúde em dia e a qualidade reconhecida. O Hospital

Unimed - Unidade Contorno e a Unidade Unimed em Contagem acabam de receber a Acreditação

Plena Nível 2 da ONA – Organização Nacional de Acreditação, que certifica, por meio de uma

metodologia reconhecida internacionalmente, a qualidade de serviços de saúde no Brasil.

Um reconhecimento obtido após rigoroso processo de auditoria que confirma a excelência

no cuidado aos pacientes. Um cuidado que sempre fez parte da essência da Unimed-BH

e faz da Cooperativa uma referência entre as operadoras de saúde no país.

Tudo para continuar sendo, todos os dias, a escolha de cada um dos nossos clientes.

Existem várias formas de cuidar bem. A nossa é reconhecida pela ONA.

unimedbh.com.br

Page 28: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201628

LUIZ HENRIQUE ZANFORLIN INSTITUTO AQUILA DE GESTÃO

Vivemos em um país em franca crise econômica e moral. Isso não é surpresa para ninguém

e sequer novidade para nós, brasilei-ros. Nós nos acostumamos com uma relativa estabilidade econômica nas últimas duas décadas que, de certa forma, acabou por nos deixar menos resilientes a esses movimentos. Até meados da década de 1990, as crises se sucediam, com períodos mais agu-dos de pânico, acompanhados de hi-perinflação e desemprego, seguidos por grandes depressões, salvas, inva-riavelmente, por planos econômicos mirabolantes, que apenas atenuavam seus efeitos.

Pouco mais de 20 depois, estamos novamente mergulhados em uma

crise econômica, dessa vez agravada por uma crise política que aumen-ta a desconfiança dos investidores e impede que o país retome o cres-cimento. As causas para a crise são muitas, sobretudo a falta de investi-mentos em infraestrutura, que leva o país a perder competitividade pe-rante seus concorrentes externos; e uma política econômica equivocada, que privilegiou o aumento do crédi-to para estímulo ao consumo inter-no em detrimento aos investimentos na capacidade produtividade da nos-sa indústria, combinado com um au-mento exponencial e sem controle dos gastos públicos.

Além de já ter ceifado mais de 3 milhões de empregos nos últimos

ESPECIAL

ESTUDO DO INSTITUTO AQUILA MOSTRA QUE A ECONOMIA MINEIRA ACABA POR SOFRER MAIS COM A CRISE ECONÔMICA EM VIRTUDE DA QUEDA NOS PREÇOS DAS COMMODITIES

CAPA

MINAS EM MUTAÇÃO

CENÁRIO EM MINAS

Arte: Paulo Werner. Fotos: Fotolia

Page 29: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016 29

meses, a crise acaba por atingir dras-ticamente os governos estaduais e municipais, mergulhados em dívi-das impagáveis com a União e vendo suas receitas minguarem em função da queda da produção industrial e do consumo das famílias. Em Minas Ge-rais não é diferente. Pelo contrário, acabamos por sofrer mais que outros estados em função da nossa matriz econômica, ainda atrelada essencial-mente a produtos primários.

Para termos uma ideia do ta-manho do problema, nos últimos 5 anos, o crescimento acumulado do PIB de Minas foi de 0,4% contra 5,1% do país. A variação também fi-cou abaixo de estados como São Pau-lo e Rio de Janeiro, com 3,4% e 4,6% respectivamente. Somente em 2015, o PIB de Minas Gerais retraiu -4,9% contra -3,8% do país. Essa diferença é explicada, principalmente, pela que-da acentuada na indústria mineira (-9,1%) e na agropecuária (-2,3%) con-tra -6,2% e 2,3% no índice nacional.

Também estamos atrás no PIB per capita quando comparados a São Paulo e Rio de janeiro e a própria mé-dia do país. Em 2015, enquanto a ri-queza produzida por cidadão em Minas chegou a 23,6 mil reais, nos-sos vizinhos ficaram com 39,1 mil reais e 38,2 mil reais. Já o valor nacio-nal foi de 28,8 reais mil por habitante. No ranking brasileiro, aparecemos apenas na 10ª posição, mesmo sen-do o 3º PIB do país em números ab-solutos.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior (MDIC) de 2014, cer-ca de 42% das exportações do estado foram relacionadas ao minério de ferro e outros 14% de derivados do minério como ferro-ligas e ferro fun-dido. Além disso, outros 20% do total foram de café em grãos, açúcar e soja. Do total exportado pelo estado, quase 80% corresponde a produtos classifi-cados como commodities.

Essa concentração coloca o es-tado em uma posição altamente vul-nerável aos humores da economia mundial, sobretudo da China, cuja participação nas exportações de mi-nério de ferro, por exemplo, chega a 36% do total produzido. Soma-se a isso o fim do boom das commodi-ties que, entre 2011 e 2015, fizeram o preço da tonelada de minério de fer-ro despencar cerca de 78%, conforme gráfico acima.

E essa vulnerabilidade fica ainda mais clara quando analisamos o total das exportações do estado em 2015, cuja queda de 25% em relação ao ano anterior acende o sinal vermelho para a necessidade de se caminhar para a diversificação da matriz produtiva de Minas, historicamente atrelada a pro-dutos primários em detrimento aos de maior valor agregado.

Como agravante, outros indi-cadores econômicos-sociais, como renda per capita, são menores por aqui se comparados aos principais estados brasileiros. Em 2015, a ren-da per capita do brasileiro chegou a 1.113 reais enquanto a do mineiro fi-cou em 1.128 mil reais. Entretanto, estamos apenas na 7ª colocação no ranking, muito abaixo, por exemplo, do Rio Grande do Sul e Santa Catari-na, 2º e 3º colocados, com 1.435 reais e 1.368 reais, respectivamente.

Segundo a última Pesquisa Nacio-nal por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo IBGE em março, es-tamos à frente apenas de São Paulo

(10,1%) na Região Sudeste em relação à taxa de desemprego, com 9,3% de desocupados, contra 9,1% do Espírito Santo e 8,5% do Rio de Janeiro.

Contudo, ainda que a crise seja grave e persistente, temos hoje funda-mentos econômicos muito mais sóli-dos que há duas décadas, o que nos traz esperança de retomada a médio prazo do crescimento da nossa eco-nomia, assim como do aumento dos empregos e da massa salarial. Mas essa esperança traz também mui-ta ansiedade, visto que as ações para essa retomada precisam ser concre-tas e rápidas, sobretudo por parte do governo federal, com medidas de ajuste fiscal que aumentem a credi-bilidade no país, permitindo a entra-da de capitais para investimentos em produção.

Já o desafio que o momento co-loca para o governo estadual e para o empresariado mineiro é romper com os laços históricos e buscar inces-santemente a diversificação da nos-sa economia para que sejam criadas condições de crescimento sustentá-vel, fugindo assim da dependência do consumo internacional de matérias-primas industriais e agrícolas.

Uma economia mais diversifi-cada é fundamental para que se mi-tiguem os riscos e oscilações dos mercados externos. Isso porque, após a crise mundial iniciada em 2008, di-ficilmente os países em desenvolvi-mento, sobretudo a China, voltarão a crescer no mesmo ritmo.

JAN

/11

-

MAR

/11

-

MAI

/11

-

JUL/

11 -

SET/

11 -

NOV

/11

-

JAN

/12

-

MAR

/12

-

MAI

/12

-

JUL/

12 -

SET/

12 -

NOV

/12

-

JAN

/13

-

MAR

/13

-

MAI

/13

-

JUL/

13 -

SET/

13 -

NOV

/13

-

JAN

/14

-

MAR

/14

-

MAI

/14

-

JUL/

14 -

SET/

14 -

NOV

/14

-

JAN

/14

-

MAR

/15

-

MAI

/15

-

JUL/

15 -

SET/

15 -

NOV

/15

-

200 -

180 -

160 -

140 -

120 -

100 -

80 -

60 -

40 -

20 -

0 -

EVOLUÇÃO US$/TON - Minério de ferro 62% spot (2011-2016)

Fonte: Metal Bulletin: www.mbioi.com

Page 30: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

ESPECIALCAPA

VIVER Julho 8 - 201630

E a mudança da matriz econômi-ca do estado, ainda que de for-ma tímida, vem acontecendo

com o aumento do incentivo à cha-mada nova economia. Investimentos, principalmente a partir de meados da década passada, em biotecnologia, tecnologia da informação, eletrôni-cos, fármacos, etc., vêm contribuindo diretamente para essa diversificação da economia local, ainda dominada por segmentos tradicionais como mi-neração, siderurgia, metalurgia, agri-cultura e indústria de transformação, sobretudo a automotiva.

Embora ainda tenham parti-cipação pequena no volume total produzido se comparada aos bens primários, esses produtos começam a ter maior representatividade em Minas, sobretudo na pauta de ex-

portações. É o caso da indústria da biotecnologia, que desenvolve pro-dutos voltados para saúde humana e animal, que incluem fármacos, vál-vulas cardíacas, sêmen e embriões de animais, dentre outros. Ao lado de São Paulo, Minas Gerais é o esta-do que mais concentra empresas de biotecnologia, com destaque para a região metropolitana de Belo Ho-rizonte, Viçosa, na Zona da Mata, Triângulo Mineiro e Montes Claros, ao norte. Somente no ano passado, as exportações de produtos ligados a essa indústria cresceram cerca de 3,6% comparadas ao mesmo perío-do do ano anterior. Em contraparti-da, o volume exportado de minério de ferro, por exemplo, caiu cerca de 25% no ano passado, assim como a soja, com 17% de queda.

Outro exemplo dessa dinami-zação da economia mineira vem de Santa Rita do Sapucaí, no Sul do es-tado. O município, antes conheci-do como grande produtor de café e leite, é hoje referência nacional no desenvolvimento e na produção de eletroeletrônicos, concentrando inúmeras empresas de alta tecnolo-gia, sendo conhecido como o Vale da Eletrônica brasileiro. Para se ter uma ideia desse crescimento, segundo dados do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Si-milares do Vale da Eletrônica (Sind-vel), há hoje no município cerca de 150 empresas de base tecnológi-ca, empregando aproximadamente 10 mil pessoas. Até a década de 1990, esse número não chegava a 50 empresas.

ATENUANTE NO SOCIAL

NOVOS RUMOS

Se o estado enfrenta dias difí-ceis em relação à economia, no contexto social a realidade é um

pouco mais confortável que a maioria dos estados brasileiros. Temos hoje, por exemplo, a maior nota do país no Índice de Desenvolvimento da Edu-cação Básica (Ideb) dos anos iniciais do ensino fundamental, assim como a segunda maior nota nos anos finais do ensino médio.

Já na saúde, a taxa de mortali-dade no estado vem caindo vigoro-samente nos últimos 10 anos, com redução de 41% no período. Em Mi-nas Gerais, a estimativa de mortalida-de infantil em 2014 foi de 12 mortes a cada mil nascidos vivos. Em 2004, era de 20,3. O índice de mortes é in-ferior ao nacional, de 14,4 mortes por mil nascidos no ano passado, contra 23,4 em 2004.

Também na Segurança Públi-ca, Minas apresenta números pro-

Minas Gerais tem a MAIOR NOTA do país no Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)

6,42% em 2015 Foi quanto caiu a taxa de

homicídos consumados em Minas Gerais em relação a 2014

PRINCIPAIS INDICADORES SOCIAISTaxa de Mortalidade Infantil – por mil nascidos vivos (2015)Taxa de Analfabetismo (2014)Nota do Ideb - Ensino Fundamental Anos Iniciais (2013)Nota do Ideb - Ensino Fundamental Anos Finais (2013)Nota do Ideb - Ensino Médio (2013)IDHM (2010)Taxa de Óbito por Arma de Fogo - por 100 mil (2012)

MINAS12.017.066.14.83.8

0.73117

BRASIL14.48.35.24.23.7

0.72721.9

MAIS INDICADORES

Fonte: Ministério da Saúde, Datasus, Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Pnud, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) /MEC, IBGE e Armazém de Dados da PMMG

missores, sobretudo nos últimos 2 anos. Segundo dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), o número de homicídios consuma-dos no estado caiu 6,42% em 2015

em relação a 2014. Também houve queda nos casos de estupro consu-mado e estupro tentado, com -5,81 e 14,41% de redução quando com-parados ao ano anterior.

Page 31: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016 31

Um importante aspecto dessa mudança é que ela vem sendo acom-panhada, nos últimos anos, de estí-mulos do governo do estado e outras entidades não governamentais de fomento ao comércio e à indústria, como a Federação Mineira das Indús-trias (Fiemg) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), por exemplo.

É o caso do BDMGTec, empresa subsidiária do Banco de Desenvol-vimento de Minas Gerais (BDMG) que, desde 2012, promove atração de investimentos em empresas de alta tecnologia. Por meio dessa es-tratégia, o banco se torna sócio mi-noritário desses empreendimentos, fundamentais para diversificação da economia mineira. Um dos exem-plos desse modelo de negócios é a Unitec Semicondutores, em Ribei-rão das Neves, e a Biomm S.A., fabri-cante de insulina humana, em Nova Lima. Além de participar por meio de equity, via BDMGTec, o BDMG também financia essas empresas no longo prazo. Para os próximos anos, estão previstos também investimen-tos em fármacos, semicondutores e energias renováveis.

Outro bom exemplo desse in-centivo como política pública é o re-cente lançamento da 3ª rodada do Seed (Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development), realizado

pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Es-tado (Sectes), com apoio do Sebrae- MG e da Fiemg. O programa tem o objetivo de fomentar o empreende-dorismo tecnológico e a inovação no ambiente produtivo, atraindo e man-tendo no estado capital humano qua-lificado, além de promover agregação de valor na economia local.

Nessa rodada, foram seleciona-dos 40 projetos que serão beneficia-dos com a concessão de incentivos financeiros, disponibilização de es-critório e espaço para a realização de reuniões e eventos, inclusão na meto-dologia de formação empreendedora e de aceleração de negócios, além da promoção e incentivo à realização de eventos, tanto para acompanhamen-to da execução dos projetos quanto para aproximação entre os partici-pantes e o ecossistema de startups.

Em contraponto, os empreende-dores se obrigam, durante 5 anos, a participar de pesquisas e fornecer in-formações sobre a evolução, resulta-dos e impactos de seus projetos. Além do mais, os participantes se compro-metem a realizar workshops, cursos e oficinas com objetivo de difundir os resultados e conhecimentos gerados na incubação do projeto a empreen-dedores interessados.

A economia criativa é outra apos-ta importante da indústria mineira

para se diversificar, utilizando a cria-tividade como matéria-prima para gerar riqueza. Dentre as áreas dessa indústria, estão a gastronomia, turis-mo, produção audiovisual, design, moda, música e novas mídias, incluí-do o desenvolvimento de softwares, games, etc. Segundo estudo de 2014 da Federação das Indústrias do Esta-do do Rio de janeiro (Firjan), a indús-tria criativa já representa 2% do PIB do estado de Minas Gerais, com cres-cimento de 30% nos últimos 10 anos, empregando mais de 80 mil pessoas.

O município de Tiradentes é um bom exemplo de como a indústria criativa pode auxiliar na diversifica-ção da economia, com geração de emprego e renda para a população local. Seu Festival de Cultura e Gas-tronomia, evento anual criado em 1998, atrai mais de 40 mil visitantes de todas as partes do mundo para a cidade, tornando-o uma importante alavanca para as atividades ligadas ao turismo, como rede hoteleira, restau-rantes, serviços em geral etc.

O município promove também a Mostra de Cinema de Tiradentes, evento que, historicamente, abre o calendário audiovisual do país, assim como a mostra de teatro Tiradentes em Cena, atraindo igualmente visi-tantes de todas as partes para consu-mirem produtos e serviços locais.

Essas iniciativas, assim como muitas outras desenvolvidas no es-tado, servem para nos mostrar que o caminho para o fim da crise pode es-tar mais próximo do que pensamos. Iniciando pela vontade e empren-dimento dos nossos governantes, enquanto indutores do desenvolvi-mento regional e formuladores de políticas públicas, até a criatividade do nosso empresariado, que come-ça a perceber que inovar é o primeiro passo para essa mudança de patamar da nossa economia, que precisa mais que nunca se diversificar para não perder o trem da história.

Leo Lara/Universo Produção

MOSTRA DE CINEMA de Tiradentes: marco de 20 anos em 2017

Page 32: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201632

TEREZINHA MOREIRA

O agronegócio vem se destacan-do ao longo dos anos como o setor que garante o superá-

vit da balança comercial. Em Minas Gerais, ganha importância cada vez maior. A estimativa do governo é de que o PIB do setor chegue a 190,2 bi-lhões de reais este ano, 2,57% a mais que o de 2015, segundo dados da Esalq, que calcula os dados mensal-mente. O agronegócio é responsável por 30% do PIB de Minas.

“Houve melhoria significativa no preço de alguns produtos e isso fez com que o PIB crescesse. A produção do café aumentou, bem como de soja e milho, que ainda tiveram elevação nos preços. O mesmo ocorreu com

feijão, mandioca e banana”, destaca o superintendente de política e eco-nomia agrícola da Secretaria de Agri-cultura de Minas Gerais, João Ricardo Albanez. Diante de uma situação des-favorável do PIB do Brasil, o agronegó-cio aparece de forma bastante positiva, mostrando a diversidade Minas nes-te setor. Além de ser o 1º produtor de café do país, o estado também produz cana, feijão, batata inglesa com desta-que. “Somos o maior produtor de leite, temos o 2º maior rebanho bovino. Isso resulta na importância do agronegócio para de Minas, cujo PIB do setor repre-senta 13,74% do PIB do agronegócio nacional”, afirma Albanez.

A indústria de alimentos, um dos

ESPECIAL

EM UM ESTADO QUE AINDA TEM FORTE

DEPENDÊNCIA DA MINERAÇÃO,

PECUÁRIA E AGRICULTURA SE

DESTACAM E JÁ SÃO RESPONSÁVEIS

POR 30% DO PIB MINEIRO

CLÁUDIO FARIA: “Este ano lançamos

a marca Ladelle”

AG RON EGÓCIO

CADA VEZ MELHOR

Page 33: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016 33

segmentos do agronegócio vai mui-to bem, obrigada. A Pif Paf Alimentos, apesar de sentir um pouco a recessão, consegue manter seu faturamento, com algumas estratégias. Há dois anos iniciou vendas no e-commerce. “Este ano, lançamos a marca Ladelle, volta-da para festas, churros e estão chegan-do salgados também”, diz o diretor de relações institucionais da Pif Paf, Cláu-dio Faria. Ele lembra que, em 2015, a empresa também lançou a linha pre-mium, com pão de queijo e biscoi-to e está trabalhando para a chegada de novos produtos neste segmento. A empresa também lançou a marca Tá Fácil, com produtos de preparo rá-pido, como coxa, sobrecoxa e filé de frango temperados, prontos para ir ao forno. A marca Pesca Nobre, de 2015, tinha somente bacalhau e ganhou também filé de tilápia.

Mas os bons resultados da Pif Paf não estão relacionados somente aos novos produtos. A empresa também desenvolveu estratégias para melho-rar sua performance na área de lo-gística, dinamizando as entregas e oferecendo frete gratuito nas com-pras on-line. A elaboração de kits para churrasco e petiscos também foi ado-tada pela empresa como forma de manutenção do faturamento. Outro setor que ganhou mais destaque em 2016 foram as exportações. Os prin-cipais clientes da Pif Paf lá fora estão no Japão, Rússia, Hong Kong e Cuba. A empresa exporta, principalmente, cortes de frangos. Em junho deste ano foi enviado o 1º embarque de pão de queijo para o Japão.

Apesar de o marketing dos produ-tos brasileiros lá fora ainda ser mui-to ruim, na opinião do presidente da Faemg, Roberto Simões, Minas Gerais já consegue ter boa pauta de exporta-ções no agronegócio. “Dos frutos pro-duzidos no Jaíba, estamos exportando manga e tentando vender banana. No entanto, a política externa brasileira está fraquíssima. Precisamos de uma

política mais agressiva. O Mercosul é um entrave. São necessários acor-dos com preços melhores, com países realmente compradores”, defende Si-mões. Segundo ele, desde 2012 o PIB do agronegócio do estado, que é bem diversificado, vem sendo positivo. Nos últimos anos, por causa da falta de chuvas, milho e feijão tiveram quebra na produção e os preços foram eleva-dos. No caso do milho, houve o efeito dominó para a carne, por este produto ser uma das bases das rações para suí-nos, bovinos e aves.

Mesmo assim, segundo Simões, o mercado de carne vive tempos favorá-veis porque é comprador. Não somen-te o interno. As carnes de aves, suínos e bovinos, produzidas em Minas, es-tão bem cotadas no mercado externo, principalmente na Europa, China e Ja-pão. Minas ainda tem atuação de des-taque na produção de açúcar e álcool etanol. Aliás, estes dois produtos estão com preços bons. O leite também é destaque no agronegócio mineiro.

De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Itam-bé e CCPR, Jacques Gontijo, por causa da elevação do valor do leite, maté-ria-prima para o mix de produtos da empresa, não há como não repassar o aumento dos custos para o consumi-dor, em alguns casos. Mesmo assim, em tempos de crise e de preços mais altos, houve impacto positivo na recei-ta da empresa.

“No entanto, as margens de lu-cro foram reduzidas devido ao au-mento dos custos da matéria-prima em 50% este ano. Elevamos a recei-ta porque desenvolvemos estratégia em nosso mix de produtos para aten-der a nova realidade do mercado”, pondera Gontijo. Mas ele acredita que, mesmo neste cenário, a receita da Itambé aumente entre 20% e 25% em 2016, mas com margem de lucro menor ou igual à de 2015. Para o se-gundo semestre deste ano, estima-se recuperação na produção.

PIB/agronegócio de MG de 2015:

R$ 185,5 bilhões PIB/agronegócio de MG estimado para 2016:

R$ 190,2 bilhões Participação do PIB do agronegócio de Minas, no agronegócio nacional:

13,7%

PIB AGRO

Fonte: Secretaria de Agricultura de MG

Fotos: Pedro Vilela/Agência i7

Juliana Flister/Agência i7

ROBERTO SIMÕES: marketing ruim lá fora

JACQUES GONTIJO: lucro menor na crise

Page 34: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201634

TEREZINHA MOREIRA

Depois de um longo período de quedas constantes, a indús-tria mineira começa a enxergar

uma luz, ainda fosca, no fim do túnel. Segundo a Fiemg, a produção física cresceu 0,1% em abril na comparação com março, e a indústria geral am-pliou 2,4% no mesmo período. Ape-sar desta pequena reação, nos últimos 12 meses, até abril, os números ainda são negativos. No Brasil houve queda de 9,6%, e, em Minas, de 8,3%. Sendo que em março foi de -8,5%. “Ainda é cedo para dizer que temos recupera-

ção, mas há indícios de retomada da economia, da confiança dos empresá-rios e, em função disso, começamos a reverter os números, embora a situa-ção ainda seja preocupante para a in-dústria”, pondera o economista chefe da Fiemg, Guilherme Leão.

Se, para a indústria geral, as coisas ainda estão obscuras, em alguns seto-res os números já são positivos em ter-mos de faturamento, no curto prazo. “Talvez tenhamos chegado ao fundo do poço e, agora, começa a ter inver-são do quadro. Esses primeiros núme-

ESPECIAL

MESMO AINDA NÃO TENDO SUPERADO A CRISE, ALGUNS SETORES, COMO O DE ALIMENTOS, COMEÇAM A REAGIR

GUILHERME LEÃO: indústria começa a

reverter números negativos

Pedro Vilela/Agência i7

I N DÚSTR IA

ros ainda não são certeza de retomada do crescimento porque o ambiente econômico e político ainda é instável. O câmbio é favorável para exportação, mas não somos uma economia expor-tadora”, analisa Leão. No entanto, al-guns setores começam a puxar a lenta retomada do crescimento, de janeiro a abril deste ano, comparando com os primeiros 4 meses de 2015. Um deles é o de alimentos, sendo que em Minas o desempenho foi melhor do que a mé-dia do Brasil, de elevação de 2,2% no período, ante 8,3% em Minas.

INDÍCIOS DE REAÇÃO

Page 35: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Um bom exemplo do bom de-sempenho da indústria mineira de alimentos é a Mellore, em Betim. Até o momento, a empresa cresceu 30%, devendo fechar o ano com 50% de expansão. O resultado esperado está diretamente ligado ao mercado exter-no, ao reposicionamento da marca e a novas estratégias de atuação. “Esta-mos focando nossos esforços para habilitação da nova plan-ta para atender ao mercado ex-terno. O primeiro contêiner de carnes suína e bovina, vendidas para Hong Kong e Rússia, será expedido agora em julho. Nos-so objetivo é chegar a 30%, 40% do faturamento com as expor-tações”, antecipa o diretor da Mellore Alimentos, Rafael Fa-ria. Segundo ele, o setor de car-nes não foi muito atingido pela crise. O segmento foi beneficia-

do pelas mudanças na regulamenta-ção para exportações. Agora, todos os frigoríficos que possuem Serviço de Inspeção Federal (SIF) podem ser ex-portadores, desde que a planta este-ja habilitada e a rotulagem adequada para o país comprador.

No mercado interno, a estraté-gia para enfrentar a crise e conseguir

crescer foi focar o produto aliado ao serviço para atender o pequeno vare-jo e o food service. A Mellore desen-volveu serviço de entrega rápida, de um dia para o outro, para atender a pequenos supermercados, padarias, restaurantes, que não têm tanto es-paço para armazenamento, insta-lados em Belo Horizonte e cidades

vizinhas. Outro investimento foi em produtos congelados individualmente: cubos, iscas e bifes porcionados para su-prir as necessidades do food service. “Também ampliamos o mix de produtos processa-dos, criando linhas de tempe-rados e pratos prontos, como a costelinha ao molho barbecue, já assada”, pontua Faria. Se-gundo ele, a Mellore também está investindo em produtos de maior valor agregado.

MAISON: AIMORÉS, 647 . BH SHOPPING . DIAMOND MALL . PÁTIO SAVASSI

BOULEVARD SHOPPING . SHOPPING DEL REY . SHOPPING CONTAGEM

INDEPENDÊNCIA SHOPPING - JUIZ DE FORA

klus.com.br klusonline

Indústria de alimentos1º quadrimestre/2016

+8,3% PIB MG 2015

-4,9% Desempenho indústria/MG 2015

-9,1%

NÚMEROS

Page 36: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201636

ESPECIALI N DÚSTR IA

Outro dado que explica a gradual retomada da atividade industrial é o comportamento do emprego. E, nes-te quesito, o setor de alimentos em Minas também pontuou. Ao invés de demitir, foram geradas 1.868 contra-tações líquidas de janeiro a maio des-te ano. “Quando o setor está, de forma líquida, contratando, é importante porque significa retomada mais con-sistente da recuperação. Contratar e demitir no Brasil é muito caro”, ob-serva o economista chefe da Fiemg. O quesito faturamento, em Minas, cresceu 2,7% em abril na comparação com março deste ano. Outro dado po-sitivo é que o índice de confiança do empresário industrial, que atingiu, em outubro de 2015 o menor índice da sé-rie histórica, de 35 pontos, subiu para 36,8 em março e 45,7 em junho. “Esse indicativo é essencial para decisões na retomada de investimentos na econo-mia, contratações”, observa Leão.

O economista da Fiemg avalia que esta é uma crise estrutural e não apenas conjuntural, pois o Brasil che-gou a um desequilíbrio fiscal e não se pode achar que a solução virá a cur-to prazo. “O país precisa passar por reformas estruturais. O PIB deve ser fechado entre -3,5% e -3,8% este ano. Estimamos que em 2017 tenhamos pequena taxa de crescimento e 2018 poderemos chegar a 2,5%, que ainda é pouco para as necessidades do Bra-sil, mas já é importante para ajudar na recuperação da atividade da indústria para mais setores”, analisa.

É o que espera o diretor-presiden-te da Suggar, Lúcio Costa, embora a empresa não tenha sentido tanto as consequências da crise em 2 segmen-tos extremos. Devido aos benefícios do governo, como o Bolsa Família, as vendas dos produtos da Suggar, des-tinados a classes sociais mais baixas, aumentaram nos últimos tempos. Os produtos de qualidade superior tam-bém estão com as vendas estáveis, mas os dirigidos à classe média tive-

ram queda nas vendas. A expectativa do empresário é de que isso também se reverta no segundo semestre, que é sempre melhor do que o primeiro, no Brasil. “No primeiro, tem a volta às aulas, fatura de cartão de crédito do Natal, IPTU, IPVA, imposto de renda. Tradicionalmente, os 6 últimos meses do ano têm desempenho muito me-lhor e, este ano, esperamos que seja superior a 2015, entre 8% e 15% por-que o Brasil está dando sinais de recu-peração da crise”, prevê Costa.

MINERAÇÃOSe alguns setores da indústria

mineira começaram a reagir à crise, o mesmo não se pode dizer sobre a mi-neração, segmento importante para a economia do estado. Apesar de os preços internacionais do minério de ferro terem melhorado no início deste ano, em função dos estímulos do go-verno chinês ao mercado imobiliário naquele país, a tendência é de esta-bilização na faixa de 45 a 50 dólares a tonelada até 2017. “A oferta de miné-rio de ferro no mundo aumentou mui-to, e o preço baixou. Ainda que haja aumento de exportação deste pro-duto, não esperamos comportamen-to relevante de melhora na indústria extrativa ao longo do ano, por conta da tendência de estagnação do preço em níveis relativamente baixos”, ava-lia o economista chefe da Fiemg, Gui-lherme Leão.

De janeiro a abril de 2016 em rela-ção ao mesmo período de 2015, hou-ve queda de 12,1% no faturamento do setor. A produção física caiu 16,6% em Minas, no mesmo período. Hou-ve aumento de exportação em abril, mas não há expectativa de ano posi-tivo para a mineração. O processo de interrupção que ainda acontece em Mariana também é um fator negativo e tende a afetar a produção e exporta-ção de minério de ferro, em Minas.

Bernardo Salce/Agência i7

Victor Schwaner

SETOR DE ALIMENTOS: média de crescimento melhor que a do país

LÚCIO COSTA: benefícios como Bolsa Família fizeram vendas aumentarem

Page 37: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

www.portinfo.com.br

OFERTAS VÁLIDAS ATÉ 16/07/2016 OU ENQUANTO DURAREM OS ESTOQUES.

* Cliente PORT tem até 30 minutos de estacionamento grátis no Hotel Mercure Lourdes. Válido para compras

acima de R$50,00.

A PORT reserva o direito de alterar os preços praticados sem aviso.

ATENDIMENTO REVENDAS E PAPELARIAS: MG (31) 3349-5060 ATENDIMENTO AS EMPRESAS: MG (31) 3349-5000 LICITAÇÃO: MG (31) 3349-5040

> [email protected](31) 3264 5745

> [email protected](31) 3227 2277CONVÊNIO COM ESTACIONAMENTO DO HOTEL MERCURE*

> [email protected](31) 3349 5050ESTACIONAMENTO PRÓPRIO

> CENTRORua Espírito Santos, [email protected](31) 3213 3074

> BETIM (31) [email protected]

> BRASÍLIA(61) 2101-5060 | (61) [email protected]

CARTUCHO CANON

CARTUCHO HP 122 DESKJET

CARTUCHO HP 60 P/ DESKJET F4280

CARTUCHO HP 662XL P/DESKJET 2516/ 3516

CARTUCHO HP 662 P/ DESKJET 2516/ 3516

CARTUCHO EPSON T194120-BR DURABRITE ULTRA P/ XP-20409431 CL-41 COLOR

15485 CH561HB PRETO

13984 CC640WB PRETO 17571 CZ105AB PRETO

17569 CZ103AB PRETO17570 CZ104AB TRICOLOR

21649 TONER BROTHER TN 1060BR P/ HL-1112/DCP1512 PRETO REND 1.000 PGS

16389TONER HP CB436AB P/ LASERJET M1120 PRETO 2.000 PGS

16084TONER HP CB540AB PRETO P/ COLOR LASERJET CP 1215/1515

20408 TONER SAMSUNG MLT-D101X XAZ P/IMPRESSORA ML- 2165/SCX-3405 SERIES PRETO REND 700 PGS

19668TONER SAMSUNG MLT-D103S/XAZ P/IMPRESSORA ML-2950 PRETO REND 1.500 PGS

20575TONER HP CE278AB P/ LASERJET P1606DN PRETO 2.100PGS

21697TONER BROTHER TN 410BR P/ HL-2130 PRETO REND 1.000 PGS

17999 PRETO 18001 CIANO 18003 MAGENTA 18006 AMARELO

09430 PG-40 PRETO

15486 CH562HB COLOR

13749 CC643WB TRICOLOR 17572 CZ106AB TRICOLOR

R$ 59,50

R$ 37,45 R$ 39,95

R$ 44,95

R$ 65,00R$ 82,45

R$ 49,95

R$ 44,90

R$ 54,90

R$ 34,90R$ 54,50

sem juros

sem juros sem juros

sem juros

sem juros

sem juros

sem juros

à vista

à vista

cada

R$ 39,90cada

sem juros

2x

2x 2x

2x

2x2x

2x

2x

R$ 119,00 à vista

CARTUCHO HP 2113464 C9351AB PRETO

R$ 37,45sem juros2x

R$ 74,90 à vista

TONER BROTHER TN P HL-2220 HL-2240D/HL-2270- PRETO

TONER HP CE285AB PRETO P/ LASERJET P1102/M1212 / M1132

21635 420BR REND 1.200 PGS

16221 01 UNIDADE CE285A

R$ 69,95sem juros2x

R$ 139,90 à vista

19659TONER SAMSUNG MLT D116S/ XAZ P/ IMPRESSORAS SL-M2825ND / SL-M2875FD REND. 1.200 PGS

R$ 59,66sem juros3x

R$ 179,90 à vista

R$ 69,66sem juros3x

R$ 209,00 à vista R$ 62,25sem juros4x

R$ 249,00 à vista

R$ 101,22sem juros4x

R$ 404,90 à vista

R$ 112,47sem juros4x

R$ 449,90 à vista

R$ 112,47sem juros4x

R$ 449,90 à vistaR$ 112,47

sem juros4xR$ 449,90 à vista

R$ 162,47sem juros4x

R$ 649,90 à vista

R$ 74,90 à vista R$ 79,90 à vistaCARTUCHO HP 2213465 C9352AB COLORIDO

R$ 47,45sem juros2x

R$ 94,90 à vista

21556 T450BR REND 2.600 PGS

22083 02 UNIDADES CE285A

R$ 84,71sem juros3x

R$ 254,13 à vista

R$ 89,90 à vista

R$ 130,00 à vistaR$ 164,90 à vista

R$ 99,90 à vista

R$ 109,00 à vista

A PORT TEM O MAIOR E O MAIS COMPLETO MIX DE CARTUCHOS E TONERS ORIGINAIS.

www.portinfo.com.br

COMPRETAMBÉMPELO SITE

Page 38: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201638

FERNANDO TORRES

Polo da economia criativa, Mi-nas é hoje o segundo esta-do em número de startups e

empresas de tecnologia da infor-mação e biotecnologia. O sólido ecos-sistema, composto por cerca de 5 mil corporações, 6 parques tecno-lógicos, 13 universidades públicas e 20 incubadoras, movimenta 2 bilhões de reais ao ano, gerando 20 mil em-pregos diretos. Saem na frente a pe-quena Santa Rita do Sapucaí, no Sul

do estado, que sedia o complexo de aproximadamente 150 indústrias ape-lidado de Vale da Eletrônica; e Belo Horizonte, cerne da comunidade di-gital San Pedro Valley, com mais de 300 startups. Isso sem falar das reno-madas instituições de tecnologia aco-pladas em território mineiro, como a Google e a IBM, projetando o estado em níveis internacionais.

Com a meta de faturar 12,9 bi-lhões de reais até 2022, o governo

ESPECIAL

APOSTA HIGH TECHSTARTUPS E EMPRESAS DE TI TÊM A META DE AMPLIAR O FATURAMENTO DE R$ 2 BI PARA R$ 12,9 BI EM 7 ANOS

GUSTAVO CAETANO,da Samba Tech:

entrada nos EUA

I NOVAÇÃO E TECNOLOG IA

aposta no empreendedorismo. No papel de articuladora, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Su-perior (Sectes) investe em projetos como a Universidade Aberta Inte-grada (Uaitec), rede de qualificação gratuita à distância com polos em 110 municípios; o Núcleo Mineiro de Internacionalização do Ensino Supe-rior (Numies), de parcerias interna-cionais do ensino; e o Minas Digital, com ações de qualificação e projetos de potencial transformador. “O obje-tivo é criar uma cultura de inovação com educação empreendedora, in-centivando e aspirando estudantes, pesquisadores e profissionais a inves-tir aqui. Buscamos oferecer capacita-ção, desenvolver competências e abrir

Page 39: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016 39

oportunidades para gerar negócios”, diz Miguel Corrêa, secretário da pasta.

Tendo a tecnologia como fio con-dutor, a Fundação de Amparo à Pes-quisa (Fapemig) fomenta a inovação científica há 3 décadas. Nos últimos meses, por exemplo, incentivou pes-quisadores a apresentarem projetos visando a recuperação da bacia do rio Doce, atingida pelo desastre ambien-tal da mineradora Samarco. O inves-timento ultrapassou 20 milhões de reais, em parceria com órgãos públi-cos como Capes e CNPq. “Mas preci-samos fazer muito mais. Na economia global, a inovação tecnológica tem que acontecer em grande quantidade e velocidade, de modo a gerar novos empregos e renda”, diz o engenheiro Evaldo Vilela, presidente da Fapemig.

A crise, porém, não passou ao lar-go do setor. Nos últimos anos, a verba das instituições parceiras da Fapemig ficou mais rala, não sendo suficiente para manter e expandir a excelência. “Tivemos considerável retração, em função dos recursos decrescentes, po-dendo comprometer seriamente nos-sa capacidade instalada de pesquisa científica e tecnológica, bem como a inovação”, aponta Vilela. Já o fatu-ramento, a produção e os empregos do setor de TI encolheram 3,7 pontos percentuais nos 4 primeiros meses de 2016, conforme estudo da Indica TI, realizado pela Fiemg com o Sindicato das Empresas de Informática.

Especializada em soluções em-presariais de TI, a mineira Valspe foi uma das que sentiu os efeitos da tem-pestade. “Fomos afetados pela insta-bilidade no mercado e pela queda de negócios, especialmente no setor pú-blico, com mais de 60%”, relata o pre-sidente Leonardo Speziali. Para não deixar a produtividade cair, a empre-sa buscou otimizar tempo, recursos e o processo de trabalho. “Criamos vá-rias campanhas e ações de incentivo e apostamos no mercado corporativo, que, em 2016, cresceu 20% em relação

a 2015.” Outra estratégia foi investir em negócios de segurança da infor-mação, em parceria com multinacio-nais. “Estamos confiantes para 2017. Se o cliente não inovar nesse segmen-to, estará sentenciado à morte.”

De fato, a área de ciência e tecno-logia ajuda a segurar o impacto da cri-se como um todo, ajudando empresas a reduzir custos. Por isso, até o mo-mento, a perspectiva para o mercado mineiro em 2016 e 2017 segue positi-

va. Graças à conjuntura das startups, que crescem no ritmo de 30% ao ano, segundo a Sectes. “Elas geram em tor-no de 800 empregos apenas na capital e faturam, juntas, cerca de 140 mi-lhões de reais”, calcula Miguel Corrêa.

Um dos cases de maior sucesso é a pioneira Samba Tech, maior plata-forma de distribuição de vídeos onli-ne da América Latina. Com embrião projetado em 2005, inicialmente para produzir jogos de celular, a empre-sa está hoje em 8 países sul-america-nos e acaba de inaugurar escritório em Seattle, nos Estados Unidos, com investimento de 10 milhões de reais. “Temos o objetivo de competir pe-sado no mercado norte-americano, posicionando a empresa em outro patamar de negócio”, projeta o CEO Gustavo Caetano. O trunfo, tanto lá quanto cá, é o recém-lançado aplica-tivo Kast, com funcionamento seme-lhante ao do WhatsApp, mas voltado apenas para comunicação institucio-nal. “Nos últimos anos, temos foca-do no nicho corporativo, com clientes como o Grupo Boticário, a Localiza e a Tim. Vendemos redução de cus-tos e aumento de receita e, justamen-te como esse apelo vem ao encontro da crise no país, crescemos 120% em 2015 e projetamos o mesmo percen-tual para 2016”, relata Caetano.

Gabriel Maciel

MIGUEL CORRÊA: “Minas tem sólido ecossistema”

LEONARDO SPEZIALI, da Valspe: aposta no mercado corporativo

5 mil empresasligadas a TI, 70% delasem BH

R$ 2 bilhões de faturamento anual

1,6% do PIB mineiro

20 mil empregos diretos em 35 municípios

R$ 30 milhões em impostos

RAIO X

Fonte: Sectes e Take.net

Fotos: Juliana Flister/Agência i7

Page 40: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201640

TEREZINHA MOREIRA

A crise econômica aliada à polí-tica, com denúncias de bilhões de propinas pagas pela iniciati-

va privada a políticos e funcionários públicos, está sendo um entrave para a volta do crescimento do Brasil. To-dos os setores sentem, de alguma for-ma, os efeitos desta combinação, mas o de infraestrutura, cuja maior de-manda vem dos governos, está vendo muitas empresas fecharem as por-tas, outras funcionarem bem abaixo de sua capacidade instalada, muitas demissões. “O setor é o mais afetado pela crise e a falta de dinheiro, pois requer investimento dos governos em estradas, hospitais, escolas. Mas, no

momento em que o estado não pode nem pagar os funcionários, faz corte nos investimentos. Não há obras sen-do feitas, com exceção das correções, manutenção das estradas, que preci-sam de baixo nível de recursos”, ana-lisa o presidente do Sicepot-MG, Emir Cadar Filho.

De acordo com ele, a queda da utilização da capacidade instalada de algumas empresas está entre 50% e 60%, em Minas. Em dois anos foram 60 mil demissões. Para mudar esta realidade, Cadar Filho diz que espe-ra o retorno dos investimentos no se-tor, que movimenta a economia. “Já passou do prazo para a retomada dos

investimentos. Nosso setor respon-de rápido quando é demandado. As demissões acontecem rápido, mas as contratações, também”, garante o presidente do Sicepot-MG. Ele diz que as empresas da construção pe-sada enfrentam o sucateamento sem produzir, com as máquinas paradas. “O setor está realmente no CTI, sem nenhum sinal de recuperação por agora”, lamenta.

O principal indicador disso é a falta de investimentos dos gover-nos, que também estão quebrados e o setor está em seu limite, segundo Cadar Filho, e a perspectiva de re-tomada só virá quando conseguir fi-

ESPECIAL

LIMITENO

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO PESADA SOFRE COM FALTA DE INVESTIMENTOS PÚBLICOS PARA FAZER ESTRADAS, ESCOLAS E HOSPITAIS. ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO TAMBÉM VÊ DEMANDA CAIR

Eugênio Sávio

EMIR CADAR FILHO: 60 mil demissões em 2 anos e falta de investimentos no setor

I N FRAESTR UTU RA E LOG ÍSTICA

Page 41: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016 41

nanciamento interno, que é de onde sairá a solução imediata. “Uma crise não pode durar tanto tempo. Algu-ma coisa tem de acontecer. Não sei o que é, mas os governantes estão lá para fazer alguma coisa pelo Brasil, onde há algum tempo não se inves-te. Temos de achar um caminho para sair deste cenário sombrio.”

Os investimentos em infraestru-tura, na avaliação do presidente do Sicepot-MG, fazem a economia gi-rar. “Tudo passa pela infraestrutura: construir um hospital gira a econo-mia local, gera empregos, movimen-ta o comércio. A saída para a crise é o investimento em infraestrutura, não há outra. O governo tem de colocar o foco na produção e não na manu-tenção do estado”, dispara Cadar Fi-lho. Quando se fala em infraestrutura, impossível não considerar a questão das rodovias. Segundo dados da Se-cretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas de Minas Gerais, em 2015 foram investidos 381,1 milhões de reais em obras de implantação, ampliação, manutenção e conserva-ção das rodovias sob jurisdição do DER/MG. Outros 398,8 milhões de reais estão previstos para 2016, nos mesmos serviços.

RODOVIAS EM MINAS: em 2015 foram 381,1 milhões de reais em investimentos

porque houve redução da demanda de compra, produção, venda. Esta queda começou em meados de 2014. Se não se consegue vender, não se transporta”, diz o gerente de opera-ções e comercial da Expresso Tauba-té, Ricardo Simões.

Além da questão econômica, se-gundo ele, os motoristas também reclamam da má conservação das estradas, mão de obra desprepara-da em pontos de apoios ao longo das rodovias, má sinalização. “Isto também compromete o trabalho da logística, pois não há apoio de in-fraestrutura com relação à seguran-ça, o que influencia no custo do frete, que é repassado ao consumidor fi-nal”, pondera Simões. Para ele é di-fícil falar em perspectiva em relação ao Brasil neste momento. “Sempre buscamos melhorias, mas depende-mos do aumento da produção das indústrias para melhorar nosso de-sempenho também. Há expectati-va de crescimento a partir do meio do ano que vem, em função de um plano de ação das indústrias por ex-portação e ajuste de produção para atender o mercado interno. É um se-tor puxando o outro: se há vendas, há produção e transporte. Se há vo-lume, conseguimos reduzir tarifas de frete”, finaliza Ricardo Simões. E o consumidor, claro, agradece.

Ainda estão previstos para este ano 68,7 milhões de reais para a se-gurança viária, apoio à supervisão ambiental de obras e projetos, e re-cuperação de pontes e viadutos. Res-ta saber se estes investimentos farão a diferença para a construção pesada de Minas. É pelas estradas que pas-sam a riqueza produzida no Brasil. O escoamento é um dos setores da lo-gística, que também depende do bom estado das rodovias. E, claro, do bom desempenho da economia. Como isso não está ocorrendo, o setor tam-bém sofre as consequências. “O mer-cado da malha rodoviária caiu 50%

DNIT/SRMG

Malha rodoviária sob jurisdição do DER-MG:

27.491 km Total pavimentado:

21.256 km ou 77,3% Não pavimentado:

6.235 km ou 22,6%

NÚMEROS

Fonte: SetopMG

RICARDO SIMÕES: “Se não se consegue

vender, não se transporta”

Pedro Vilela/Agência i7

Page 42: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201642

MIRIAM GOMES CHALFIN

Em 10 anos, a frota de veículos em Minas Gerais mais que dobrou: passou de 4.463.126, em 2005, para 9.754.398, em 2015. Computando ape-nas o número de automóveis, o sal-to foi de 2.688.963 para 5.372.704, no mesmo período. Por outro lado, o total de ônibus aumentou quase 65%, indo de 40.741 para 67.177. Os dados refor-çam o que está mais do que nítido nas ruas: o transporte individual continua sendo o preferido da maioria da po-pulação. A principal consequência? Vias cada vez mais congestionadas e poluídas.

Os prejuízos, entretanto, vão além. “Há também aquilo que a gente não vê, como improdutividade maior da cidade, menos tempo livre para as pessoas, mais problemas com o trans-porte de carga. Há impactos sociais, ambientais e econômicos”, exempli-fica o coordenador da Câmara Te-mática de Mobilidade do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), Oswal-do Dehon. A alternativa para mudar o cenário, na opinião dele, é a integra-ção de sistemas de média e alta capa-cidade. Para Belo Horizonte e região metropolitana, a ideia proposta é a criação de uma rede com VLT, metrô e monotrilho integrados ao sistema que existe hoje, além de novas linhas me-tropolitanas.

Na capital, o último grande in-vestimento para incentivar o uso do transporte público e, consequente-mente, melhorar a mobilidade foi o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, na sigla em inglês), batizado de Move. Ao todo, foram investidos mais de 1,3 ilhão de reais na implantação do

sistema, melhoria de vias e construção do Centro de Operações da Prefeitura (COP). De acordo com a BHTrans, o Move transporta 500 mil usuários, em média, por dia e conta com uma frota de 450 veículos. “Ele ampliou o acesso para os bairros porque há mais opções de destinos nas estações. O usuário troca de ônibus ao longo do corredor, pagando menos”, destaca a geren-te de planejamento da mobilidade da BHTrans, Elizabeth Gomes de Moura.

Para Valéria Reis Couto, diretora de comunicação e marketing do Sin-dicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Sintram), o Move trou-xe muitas melhorias para os usuários. “Através do sistema tronco-alimenta-dor, ele oferece mais opções de desti-

Grandedesaf io

ESPECIALI N FRAESTR UTU RA E LOG ÍSTICA

no e horários. Além disso, o passageiro ganhou em tempo de viagem com a utilização das pistas exclusivas, o em-barque em nível e o pagamento ante-cipado. Gerou também mais conforto com ônibus articulados e dotados de ar-condicionado”, exemplifica Valéria.

Na opinião dela, a criação de faixas exclusivas para ônibus, a ampliação do BRT e a realização de obras para ampliar o acesso ao centro podem melhorar a agilidade e a eficiência do sistema. Inclusive, já existem planos para ampliar o BRT: assim que forem liberados recursos do governo fede-ral, a prefeitura irá contratar projetos e obras de novas faixas prioritárias. A BHTrans trabalha com 8 grandes eixos de mobilidade para direcionar ações, entre eles a sensibilidade universal (acessibilidade para todos) e a logística urbana (distribuição de carga). Outro ponto é a cidade sustentável, fortale-cendo os adensamentos ao longo dos corredores de transporte e, assim, de-sobrigando o deslocamento das pes-soas até o centro.

A tão falada ampliação do metrô é outra alternativa. Hoje, o modal conta com 19 estações, 35 trens e 140 carros que transportam 215 mil pessoas por dia. Os projetos básicos para moder-nização e expansão da linha 1 (atual trecho em operação) e implantação de novas já estão concluídos. Para que as obras saiam do papel, entretanto, o governo de Minas aguarda parecer da União sobre proposta de o estado as-sumir o metrô.

Pedro Vilela/Agência i7

Juliana Flister/Agência i7

TRANSPORTE INDIVIDUAL continua o preferido da

maioria da população

OSWALDO DEHON: solução é integrar sistemas de média e alta capacidade

Page 43: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

7 DE JULHO. DIA DO PRODUTOR RURAL MINEIRO. UM DIA PARA SERLEMBRADO O ANO TODO.

sistemafaemg.org.br

Todos os dias chega do campo quase tudo o que você precisa para viver. O lei-te, o café, o milho, o trigo, a soja, as frutas e as hortaliças, entre tantos outros ali-mentos. Além do couro e do algodão, que são a matéria-prima de diversos produtos.

Para tanto, é preciso um enorme esforço do produtor rural, que também cuida das ma-tas, das águas e dos animais. Por tudo isso, ele merece a nossa homenagem no seu dia.

E a FAEMG, que representa todos os produto-res rurais, comemora também o seu dia. Há 65 anos, ela trabalha para difundir ações de sustentabilidade, estimula a tecnologia e a ino-

desenvolvimento social e econômico.

Sejam pequenos, médios ou grandes, os produtores rurais estão de parabéns. Não apenas hoje, mas todos os dias do ano.

Page 44: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201644

TEREZINHA MOREIRA

Por suas características, o mer-cado imobiliário é um dos primeiros a entrar na crise,

mas responde bem aos estímulos da economia. É bastante suscetível às questões macroeconômicas. In-flação mais alta, perda do poder de compra, desemprego maior são fa-tores que dificultam este mercado. Porém, há o outro lado, pois habita-ção é item de primeira necessidade

e, por uma série de situações, as pes-soas precisam comprar imóvel em algum momento da vida. “Com ce-nário econômico prejudicado, sen-timos que nos últimos 2 anos houve demanda represada de pessoas evi-tando comprar imóveis, por medo de perderem o emprego. Mas chega-ram ao limite de espera da aquisição e estão tendo de fazer essa opção. Aliado a isso, a estagnação do pre-

ço do imóvel, neste tempo, fez des-ta época boa para compra”, avalia o presidente do Sinduscon-MG, An-dre de Souza Lima Campos.

Em sua concepção, as constru-toras estão mais flexíveis nas nego-ciações com os clientes. Mas isso deverá mudar já no próximo ano. “A crise imobiliária começou um pou-co antes da crise do país e deve che-gar ao fim antes também, a partir de

ESPECIAL

DEPOIS DE 2 ANOS DE BAIXA DEMANDA, MERCADO DE IMÓVEIS ESBOÇA REAÇÃO PARA SAIR DA CRISE. CONSULTAS PARA

COMPRA COMEÇAM A ACONTECER

JOSÉ FRANCISCO: “empresas estão mais animadas”

I MOB I LIÁR IO

PRONTO PARA RECOMEÇAR

Page 45: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016 45

2017, devendo ser um dos grandes motores propulsores para a retoma-da do crescimento da economia”, analisa Andre Campos. Ele conta que, prevendo melhoras nos próxi-mos meses, as pesquisas que mo-nitoram os lançamentos em Belo Horizonte e Região Metropolitana já mostraram incremento nas ven-das e melhora no nível de otimismo dos empresários. “Estamos em um processo de fim de queda, estabili-zando o mercado para que as ven-das voltem a crescer a partir deste segundo semestre. E, se for confir-mada a queda nos juros, o mercado tende retomar com mais velocida-de”, pontua o sócio-diretor da Co-nartes Engenharia e Edificações, José Francisco Araújo Cançado.

O presidente do Sinduscon-MG diz que o mercado é muito dinâ-mico e, em função disso, nos pró-ximos meses, os bancos devem começar a facilitar a oferta do cré-dito. Com procura maior por imó-veis, a tendência é de que a oferta também aumente, embora isso não ocorra de imediato. A expectativa é de que os estoques de imóveis em BH e Região Metropolitana che-guem a 5 mil unidades, entre re-sidenciais e comerciais, número suficiente para atender a demanda por 1 ano e meio na atual veloci-dade de vendas. Este seria o prazo para que novos projetos ganhem corpo. “O lançamento de agora foi gestado um ano atrás porque de-manda tempo para aquisição de terreno, elaboração de projeto, pesquisas de mercado etc. Hoje, as empresas estão mais animadas a começar a investir em lançamen-tos novamente”, diz José Francisco.

Isto, porque, segundo o sócio-diretor da MCA Gribel, Alexandre Gribel, os clientes voltaram a fazer consultas sobre imóveis. “A expec-tativa é boa de agora em diante. Es-tamos vivendo na era do otimismo

com cautela, mas isso já é impor-tante porque há pouco tempo não existia otimismo nenhum”. Segun-do Gribel, as vendas ainda não es-tão em bom patamar, mas isso está diretamente ligado à confiança tan-to dos consumidores quanto dos empresários. “Quando outros seto-res dão sinais de melhora, o imobi-liário também começa a responder. As pessoas voltam a pesquisar imó-veis, que são ativos patrimoniais e, independentemente do nível social, a aquisição de um apartamento é importante, mas ela não ocorre da noite para o dia. Da decisão de com-pra à compra, são em média, de 60 a 90 dias, pois são muitas as variáveis

para se fechar o negócio”, avalia Ale-xandre Gribel.

Com a crise nos últimos dois anos, mais de 500 mil pessoas foram demitidas no setor da construção ci-vil em todo o Brasil. No entanto, na visão de Andre Campos, com o rea-quecimento do mercado, as empre-sas voltam a contratar. Segundo ele, a crise também deu uma depurada no mercado e as empresas menos estruturadas e profissionais deixa-ram de existir; as demais passaram por melhoria em sua produtivida-de, reviu processos. E, se a constru-ção civil cresce, puxa uma série de outros setores, criando um círcu-lo virtuoso na economia nacional porque usa muitos insumos pro-duzidos aqui. Mas esse crescimen-to é também reflexo dos rumos do governo. “Quando não se sabe para onde o governo está apontando, os investimentos são retraídos. Vínha-mos de um paradeiro muito gran-de. A mudança de governo, mesmo que provisória, alterou os ânimos e creio que um novo horizonte está por vir”, espera Alexandre Gribel. “Estou otimista, lembrando que, obviamente, esta ascensão é gra-dual”, pondera Andre Campos.

Variação do PIB de 2015 em relação a 2014 (Minas Gerais):

-5% Participação do setor na formação

do PIB de Minas: 7,3% Variação do PIB do setor, de 2015 em relação a 2014 (Brasil):

-8,7%

PIB

Fonte: Sinduscon-MG

Fotos: Pedro Vilela/Agência i7

ALEXANDRE GRIBEL: consultas retomadas

Page 46: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201646

ELIANA FONSECA

O setor de varejo e serviços tam-bém tem sofrido com a crise e o resultado são números ne-

gativos e uma tendência a um des-crédito geral quanto à economia. De um lado, o empresário sente falta de estímulos para empreender e inves-tir, enquanto as famílias mineiras estão mais retraídas no momento de comprar. O posicionamento cau-teloso só pode ser suprimido, se-gundo especialistas e empresários,

com uma mudança. A recuperação da confiança no crescimento do país. Enquanto esse momento não acontece, o foco tem sido aprimorar o planejamento estratégico das em-presas e focar em ações para atrair os consumidores.

Se 2015 foi de fechamento de di-versas empresas e queda de empre-gos, o ano de 2016 tem mostrado um ciclo recessivo intenso. Na opinião do economista Guilherme Almeida,

ESPECIAL

SETOR DE VAREJO E SERVIÇOS APRIMORA PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E AÇÕES PARA ATRAIR CONSUMIDOR, MAS

CRESCIMENTO DEPENDE DE RESOLUÇÃO DA CRISE POLÍTICA

VAR EJO E SE RVIÇOS

da Fecomércio MG, se o impacto da crise pode ser observado em todos os setores, no de serviços, a deteriora-ção dos indicadores macroeconômi-cos pressiona a demanda por parte das famílias para baixo. “Atentos a essa mudança no comportamento do consumidor, e sabendo da difi-culdade em se manter um negócio em tempos de crise, o empresaria-do mineiro, atuante no comércio de bens, serviços e turismo, aprimora o

É CONFIANÇACHAVE PARA RECUPERAÇÃO

Page 47: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016 47

planejamento estratégico e foca em ações assertivas”, observa Almeida. Nessas ações, entram as promoções, liquidações, investimento na visibili-dade da loja e no atendimento.

É uma saída emergencial para uma realidade que, segundo Almei-da, exige uma ação mais drástica e ela passa, essencialmente, pela re-solução da crise política. Sem essa solução, o que se vê é um emperramento de todo o processo decisório, além de as possibilida-des de recuperação eco-nômica em curto e médio prazos ficarem também engessadas. “Para a re-cuperação da confiança, tornam-se necessários a solução do impasse polí-tico e o estabelecimento de políticas econômicas sustentáveis”, finaliza o

economista da Fecomércio.Presidente do grupo Super Nos-

so, Euler Nejm é um otimista ao ana-lisar o atual momento. “Não deixo de acreditar no Brasil.” Mas reverbera que, sem a resolução da crise polí-tica, enfatizando nesse ponto a éti-ca, não há como resolver questões que farão a economia caminhar. “O problema maior é essa crise de con-fiança, potencializada pela crise polí-tica.” Nejm diz que, por causa dessa instabilidade, postergou planos para o próximo ano. Se em 2016 a pers-pectiva era abrir 6 lojas, o plano ago-ra é esperar por 2017.

A percepção no dia a dia, segun-do o presidente do Super Nosso, é

que a cautela virou pala-vra de ordem para clien-tes e fornecedores. Quem pode, posterga ou evita os gastos. A falta de clare-za no cenário é a principal camisa de força em todos os sentidos. Nejm diz que o desafio maior para des-travar a economia passa por medidas drásticas. “É preciso revisar a Consti-tuição de 1988, pois ela é um entrave para soluções

a longo prazo”, diz.Apesar de a crise também poder

ser sentida com mais força no setor de serviços, há um contraponto inte-ressante. Há, em curso, um proces-so de desindustrialização nacional e estadual que, segundo o economista Guilherme Almeida, pode ser confir-mado pelos números. Se em 2010 a fatia da indústria correspondente ao PIB totalizava cerca de 29%, em 2013 passava a 27%. “Os serviços, por sua vez, saltaram de uma participação de 53% para 56% no mesmo período. Portanto, vemos que a indústria vem perdendo participação no PIB esta-dual, ao passo que o setor de serviços expande sua fatia correspondente à geração de riqueza”, analisa Almeida.

É esse crescimento constante no setor que faz com que o presiden-te da União dos Varejistas de Minas Gerais, José Maria de Alvarenga, ex-presse seu otimismo quanto à sua reação na economia. Mesmo com um cenário em que 73% das famí-lias estão programando seus gastos mensais de olho na crise, ele acredi-ta que a recuperação pode vir mais cedo do que se espera. “A expec-tativa é boa e prevemos que haja números positivos já no segundo se-mestre deste ano”, frisa.

Segundo ele, se o atual mo-mento traz desesperança com au-mento da taxa de inadimplência e queda de vendas nos últimos me-ses, o setor se mostra otimista, prin-cipalmente, com a atipicidade do inverno, que pode render mais ven-das, e também com a injeção do 13º salário dos aposentados. “A ten-dência é melhorar”, diz Alvarenga, que também se apoia no aumen-to do índice de confiança do con-sumidor, que cresceu 3,4% ante o mesmo período do ano passado. “Setores como o cafeeiro, calçadis-ta e agropecuário estão apresen-tando melhoras e aumentando o nosso otimismo”, finaliza.

EULER NEJM diz que crise política tem de ser solucionada

ATUAL MOMENTO leva consumidores a frear gasto

NÚMEROO setor de serviços

corresponde a

56%

do PIB de Minas Gerais

(dados de 2013, Fundação João Pinheiro)

Divulgação

Marcelo Coelho

Page 48: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201648

ELIANA FONSECA

O tempo é de cautela para a cadeia produtiva da moda que, nos úl-timos meses, tem lidado com

problemas recorrentes também para outros setores – demissões, fechamen-to de empresas, quedas na produção e no consumo têm tirado o sono dos empresários. O resultado é uma retra-ção também nos investimentos, que estão paralisados pelo menos mo-mentaneamente, até o desenrolar de um cenário que, para todos, ainda é incerto. Mas isso não significa ficar pa-

rado. O que conta, no atual período, é um tanto de criatividade e um olhar atento para o que pode ser melhora-do. Muitos falam que a época é de re-ver princípios, trabalhar diferenciais. A saída da crise é vista como certa, mas ainda está lá, em uma data imprevisí-vel e, por enquanto, nada de se ater à futurologia. O passo a passo é funda-mental para o momento.

Lidar com uma indústria da moda ao mesmo tempo debilitada e fragili-zada tem sido uma das principais ban-

ESPECIAL

VENCER A CRISEOLHAR ATENTO PARA

CADEIA PRODUTIVA DA MODA REVÊ PRINCÍPIOS E TRABALHA DIFERENCIAIS PARA QUE SETOR SUPERE DIFICULDADES

Pedro Vilela/Agência i7

SALVADOR OHANA aposta na fi delização do cliente como uma das ações para superar o momento

MODA

deiras do Sindicato das Indústrias do Vestuário (Sindivest) em Minas Ge-rais, que neste momento tem como principal foco preparar as empresas para a competitividade. O presidente do sindicato, Luciano José de Araújo, fala em trabalhar o conceito do lean production (produção enxuta) e da união de instituições como Sebrae, Se-nai, Fiemg e Codemig para colocar em prática alguns projetos para o setor. “A indústria da moda sofreu muito com a crise atual e está debilitada em termos financeiros. O empresário não tem caixa suficiente para uma retomada, por isso é importante esse trabalho.”

O desafio é imenso. Se a produ-ção brasileira dos têxteis (confecção e indústria) teve uma queda de 17,4% em junho deste ano, se comparado ao

Page 49: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

mesmo período do ano passado, em Minas Gerais os números são ainda mais assustadores. “A queda, no mesmo período, foi de 29,9%”, observa Araújo. E, na outra ponta da cadeia, mais um desafio. A apos-ta com a estabilização do câmbio era um favorecimento maior do consumo no país. “Porém, a po-pulação está menos capitalizada e comprando menos.”

Como fazer quando o consu-midor de seu segmento é o que mais se mostra reticente em gas-tar em um cenário de crise? O mer-cado de moda masculina está sendo afetado e teve uma queda de 28% nas vendas, o que fez o Grupo Klus tomar outro posicionamento, com uma ex-pectativa de 2% a 5% de crescimen-to para este ano. Para enfrentar o que chama de maremoto, o presidente do grupo, Salvador Ohana, está apos-tando em uma repaginada nas lojas já existentes e também na diminui-ção do custo fixo. “São ações para que tenhamos condições de passar por esse momento. Se a situação política e econômica estabilizar, talvez volte-mos a empatar ou a crescer em 2017, 2018”, diz. A lista para 2016 prevê a baixa de uma das lojas da Klus – são 9, atualmente – por causa da retração das vendas. A compensação vem nas ações para fidelizar os clientes do gru-po, como o lançamento do cartão fi-delidade Klus. “Nossos clientes terão descontos não só dentro do grupo, mas também em rede de parceiros.”

A empresária Patrícia Schettino, da GIG, diz que o momento é de in-segurança. “Mas as coisas têm que

fortalecer cada vez mais o Minas Trend.”

O Minas Trend ganha, tam-bém, olhares cada vez mais aten-tos de quem deseja fortalecer e estimular o crescimento do setor através do evento. É o caso da Co-demig, que tem como principal foco descentralizar o evento, tra-zendo para Belo Horizonte muito do que é produzido no interior de Minas Gerais. Na última edição, a Codemig propiciou a participação de representantes de 14 macror-regiões. “O grande desafio é fazer

com que esse número se expanda para as 17 regiões e, já neste mês de julho, iniciamos a busca de empreendedores que estejam alinhados com a propos-ta do Minas Trend”, diz a diretora de fomento à indústria criativa, Fernan-da Machado. A Codemig vai destinar 1 milhão de reais para ações do setor.

O planejamento estratégico para essa cadeia da moda também é fun-damental para que o setor perceba qual o principal momento em que deve fazer seus investimentos. Essa é a opinião da presidente da Coopera-tiva dos Profissionais em Negócios de Minas Gerais (Coopermoda), Nalva Santos. A cooperativa, que realiza todos os anos o BH a Porter, tem como ponto de partida algu-mas informações sobre como está o mercado para manter aquecido o setor. Neste momento, por exemplo, deixa um inverno fraco em vendas de lado para trabalhar melhor o ve-rão. “Talvez o setor de moda em Mi-nas Gerais tenha sido menos afetado do que o restante do país.”

continuar”. Se há poucos meses a marca expandiu a fábrica, investiu em maquinário, hoje a tendência é se adequar ao momento, fortalecer a competitividade. “Tenho escutado de pessoas das melhores labels do Bra-sil e outros parceiros que o momento não é de felicidade. Pensávamos que as mudanças dariam um novo ânimo, mas todo mundo ainda está com o pé no freio.”

Ao mesmo tempo em que há tan-tas reticências quanto ao momento, as iniciativas para fomentar e fortale-cer a indústria da moda têm um forte propulsor. O Minas Trend, que che-gou este ano à sua 19ª edição, é con-siderado fundamental para a geração de negócios. Prova disso, segundo o presidente do Sindivest-MG, é que os negócios realizados durante o evento podem representar de 60% a 70% do faturamento anual de algumas empre-sas. “Fizemos uma pesquisa com par-ticipantes que consideraram o evento fundamental para que eles possam fechar negócios. Por isso, precisamos

EMPRESÁRIA Patrícia Schettino (esq.) diz que, apesar das mudanças, o momento ainda é de insegurança

Cleiby Trevisan/Divulgação

Seu melhor jeito de fi car na cama até mais tarde.

Late check-out San Diego

Sabe aquela vontade de passar o dia inteiro na cama? No inverno ela aumenta ainda mais. Por isso os hotéis San Diego têm late check-out até às 18h nos domingos.

Mas aproveite, é por tempo limitado.

Page 50: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201650

FERNANDO TORRES

Quem testemunhou a 1ª Minas Gerais Audiovisual Expo (MAX), em junho, saiu de lá com a im-

pressão de que a cultura mineira vive um momento efervescente. Meia ver-dade. No meio da crise que levou ao enxugamento de patrocínios e ao cancelamento ou redução dos festi-vais de inverno, o setor de audiovi-sual desponta como peça do processo de recuperação. Na abertura da feira, o governo lançou o Programa de De-senvolvimento do Audiovisual Mi-neiro (Prodam), que prevê verba de 23,5 milhões de reais para 3 editais de roteiros, produção, finalização e pré-licenciamento de longas e séries. “Queremos fazer uma revolução no setor, unindo entidades e iniciativas antes desarticuladas”, diz o secretário estadual de Cultura, Angelo Oswaldo.

Mais que uma plateia atenta à tela, a MAX recebeu 150 projetos para ro-dadas de negócios entre produtores e players de coprodução: blockbusters como GNT, TNT e Warner; canais vol-tados para o cinema nacional, a exem-plo do Prime Box, do Cine Brasil TV e do Vitrine Filmes; e as plataformas Synapse e Looke, de video on demand.

ESPECIAL

AUDIOVISUAL VIVE FASE PROMISSORA, COM VERBA DE R$ 23 MILHÕES, MAS OUTROS SETORES ASSISTEM ESTIAGEM DE RECURSOS

ANGELA GUTIERREZ: parceria com a Fiemg para gerir museu

CU LTU RA

CINEMA EM ALTA

“A perspectiva da soma das propostas negociadas é de 230 milhões de reais”, diz Fernanda Machado, diretora de fo-mento à indústria criativa da Compa-nhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), órgão ar-ticulador da feira em parceria com a Agência Nacional de Cinema (Ancine).

O pacote de boas-novas ainda inclui a revitalização do Sistema Sa-lesiano de Vídeo, no bairro Serrano, desativado nos anos 1990. “Preten-demos transformá-lo em polo de salas de exibição, ilhas de edição e 4 estúdios com capacidade para gran-des produções”, antevê Fernanda. Pré-batizado de MinasCine, o projeto é

fruto de parceria entre a Codemig e a PUC Minas, dona do terreno.

“Com o anúncio dessas políticas públicas, Minas tende a mudar o para-digma do audiovisual, não apenas no que diz respeito à produção em si, mas também no alcance do público e na formação de profissionais aptos a pen-sar o cinema da coprodução à preser-vação”, analisa Raquel Hallak, diretora da Universo Produção. Há quase duas décadas à frente dos 3 principais festi-vais de cinema do estado – a Mostra de Tiradentes, a CineOP e a CineBH –, ela frisa que os investimentos em produ-ção e difusão deveriam ser similares, o que não acontece. Nesse sentido, é um

Daniel Mansur

Page 51: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Eugênio Sávio

RAQUEL HALLAK: novo paradigma para o cinema

VIVER Julho 8 - 2016

alento o anúncio na CineOP de que a Codemig tem plano de revitalizar 18 salas de cinema no interior de Mi-nas, como o Cine Vila Rica, em Ouro Preto, inaugurado em 1886.

Para outubro, a Universo Pro-dução programa a 10ª edição da CineBH, mostra que se destaca no ca-lendário internacional pelo Brasil Ci-neMundi, encontro com produtores em fase de pré-roteiro, distribuidores e coprodutores. “A coprodução é a saída para a produção independente conseguir verba e ampliar a linguagem do produto para um nível mais univer-sal”, afirma Raquel. O princípio tam-bém se estende cada vez mais a outros setores. “Temos necessidade de dina-mização das políticas públicas, mais participação dos municípios, nova vi-são do papel das empresas e patro-cinadores, bem como mecanismos modernos de fomento”, pondera o se-cretário Angelo Oswaldo.

Especializado em projetos museo-gráficos, o Instituto Cultural Flávio Gu-tierrez (ICFG) vive momento crucial de reavaliação dos critérios de gestão. A partir deste mês, a Fiemg irá cuidar da gestão e da manutenção do Museu de Artes e Ofícios, principal equipa-mento da sigla, que também coordena o Museu de Sant’Ana, em Tiradentes, e o Museu do Oratório, em Ouro Pre-to. “Ao instituto caberá o cuidado com a parte museológica, pesquisas e acer-vo. Creio que será uma parceria muito profícua e o princípio do embrião de um museu da indústria que, um dia,

Minas terá”, diz a fundadora e presi-dente do ICFG, Angela Gutierrez.

Mais que um projeto futuro, o mo-tivo imediato da parceria é a necessi-dade de captar recursos, dificultada pela crise e o impasse por que passa a Lei Rouanet, maior instrumento na-cional para efetivar ações culturais. “Vejo a conturbação envolvendo a Lei de Incentivo como o grande complica-dor. Além disso, como ela se baseia no lucro de empresas, temos um universo menor de possibilidade de captação, o que é gravíssimo”, aponta Angela.

A queixa também passa pelo tea-tro – não aquele concentrado em salas como o Palácio das Artes e o Sesc Pal-ladium, mas, sim, a produção dos ar-tistas locais. “Temos em Minas grupos reconhecidos no exterior, mas nossas companhias dependem grandemen-te da Campanha de Popularização para conseguir boa plateia e bancar os custos”, analisa Rômulo Duque, presidente do Sindicato dos Produ-tores de Artes Cênicas de Minas Ge-rais (Sinparc). Mesmo os grupos com apoio, a exemplo da Luna Lunera, Gal-pão, Espanca! e Quatroloscinco, têm passado por dificuldades.

A cena teatral em Minas ainda amarga o fechamento de teatros. Só em BH, nos últimos anos, fecharam as portas o Teatro da Cidade, o Klauss Viana, o Icbeu e o Clara Nunes. “São espaços que, na maioria, não têm leis de incentivo para manutenção e ficam à mercê de ações que não a cultura para se manter”, denuncia Duque.

Juliana Flister/Agência i7

RÔMULO DUQUE: cena local passa por dificuldades

Page 52: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201652

ELIANA FONSECA

O ano começou diferente para os empresários do setor da gas-tronomia. Na ponta do lápis,

nada de fazer planos para longínquos 12 meses. Agora, a conta é mensal. Tudo isso para conseguir acompa-nhar bem de perto toda a rotina, ave-riguar o que pode ser cortado, tentar

renegociações e utilizar a criativida-de. Muita criatividade. Somente no ano passado, foram 14 mil estabeleci-mentos a menos em Minas Gerais. A boa notícia é que há um movimento pelo reconhecimento da identidade da gastronomia do estado, fortalecen-do festivais e projetos para fomentar o

setor em todas as regiões. A Codemig, por exemplo, vai destinar 1,5 milhão de reais, através do seu Programa de Incentivo à Economia Criativa, para a realização de festivais gastronômicos.

No início deste ano, a expectativa do presidente da Abrasel-MG, Ricar-do Rodrigues, era do enfrentamen-

ESPECIAL

FORTALECIMENTOIDENTIDADE PARA

SETOR BUSCA RECONHECIMENTO DA COZINHA PARA SE CONSOLIDAR E ESTABELECIMENTOS LUTAM PARA NÃO FECHAR

Juliana Flister/Agência i7

MASSIMO BATTAGLINI: mesmo com crise, chef e sócios apostaram em novo negócio

GASTRONOM IA

Page 53: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016 53

to de um ano difícil, principalmente tendo como base o 2º semestre de 2015. “Agora, a expectativa de cada empreendedor é chegar até o final do ano aberto, de pé”, diz. A receita que a Abrasel tem repassado aos seus par-ceiros é o associativismo, a troca de experiências, mas também a de enxu-gamento, e aí estão incluídos o de mão de obra, o da redução de custo (de re-negociações do aluguel ao preço com fornecedores). “Não adianta brigar, chorar, espernear. Temos que passar este ano com o pé no chão”, frisa.

Mas, para alguns, o ano começou bem e promete terminar melhor ain-da. É o caso do chef Massimo Batta-glini, do Club do Chef, que abriu, com mais 3 sócios, o EVO Buffet, em Bra-sília. Battaglini, que também é dono dos restaurantes Osteria Mattiazzi, Pecatore e Salumeria Central, con-ta que falar que suas casas não estão sentindo a crise seria uma mentira. Porém, diz que o fato de trazer um conceito europeu de trabalho e im-plantar algumas ações, juntamente com seus sócios, faz toda a diferença. “Ser um pouco mais austero, ter um pro labore mais reduzido, sem san-grar muito a empresa em épocas mais delicadas, além de outras medidas, são essenciais para momentos como este”, afirma.

As ações de Battaglini estão dan-do certo. Entre o almoço e os primei-ros movimentos para abrir o EVO se passaram apenas 2 meses. De vento em popa, o negócio vai bem. Foram 5 casamentos somente no último mês. “Acho que ter experiência, base sóli-da, saber investir e ter planejamen-to financeiro e também uma dose de sorte são essenciais para o sucesso de qualquer empreendimento”, ensina.

Outra forma de burlar a crise e, ao mesmo tempo, fomentar a gas-tronomia tem sido a realização de diversos festivais em Minas Gerais. De olho no fortalecimento de um calendário gastronômico e no cres-

PRODUTOS TÍPICOS e festivais estão na Rota Gastronômica da Estrada Real

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

tal para os festivais os investimentos chegam a 1,5 milhão de reais.

Impossível falar em festivais sem citar o Comida di Buteco, que ultra-passou Minas e já chega a 13 estados. Em épocas de crises, não há qualquer pretensão de o festival ser o salvador dos negócios, segundo o gerente re-gional do Comida di Buteco, Filipe Tosta. Porém, mesmo assim, o con-ceito de resgatar o pequeno negócio, e a sua autoestima enquanto em-preendimento, pode proporcionar, sim, uma transformação que faz toda a diferença em momentos de econo-mia negativa. “Um dos grandes fo-cos do Comida di Buteco é resgatar o pequeno negócio, que talvez tenha as maiores dificuldades. Nosso obje-tivo é que, com o festival, o bar possa desenvolver ações que gerem movi-mento ao longo do ano”, diz Tosta.

Outro projeto que trabalha a identidade gastronômica é o Terroirs – Rota Gastronômica da Estrada Real, desenvolvido pelo Instituto Estrada Real, através da Fiemg. Mais uma vez, festivais gastronômicos de determi-nadas cidades e também produtos tí-picos foram mapeados com o intuito de permitir que turistas de diferen-tes partes do país possam não só co-nhecer, como também experimentar as delícias. “Acho que, neste primei-ro momento, o maior benefício tanto para os empresários dessas cidades quanto para as prefeituras é eles te-rem seus produtos e festivais divulga-dos e catalogados em nosso portal”, diz a turismóloga do Instituto Estrada Real Daniele Teixeira.

Com 169 municípios, dos 179 to-tais da Estrada Real, Minas Gerais já saiu na frente para licenciar uma série de terroirs – expressão francesa que nomeia determinados produtos de região específica – com a chancela do projeto. “Nossa proposta é fomen-tar os negócios do microempreende-dor, levando turistas e gerando renda para a região”, completa Daniele.

cimento do setor, a Codemig tem incentivado esses eventos. A ideia é envolver as 17 regiões do estado para que cada uma delas se torne uma protagonista gastronômica. “A identidade gastronômica de Minas é muito forte e isso tem sido funda-mental para que possamos levar os nossos produtos para perto do con-sumidor”, diz a diretora de fomento à indústria criativa da Codemig, Fer-nanda Machado. Se no ano passado foram 72 projetos inscritos e 11 in-centivados, a perspectiva para este ano é dobrar este número. Só no edi-

Page 54: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201654

MIRIAM GOMES CHALFIN

A cadeia do turismo mineiro movimentou, no ano passado, 16 bilhões de reais. Isso equi-

vale a uma fatia de 8,9% da economia do estado. O índice, entretanto, pode melhorar. É que, segundo o secretá-rio Ricardo Faria, começam a sair do papel iniciativas para impulsionar o segmento. Uma delas é a operação de novos voos ligando o Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, na Pampulha, a cidades do interior. O projeto, ainda embrionário, faz parte do pacote de investimentos do esta-do no turismo.

Este ano, o segmento teve orça-mento de 9 milhões de reais, mas a meta é chegar a 15 milhões em 2017. O foco será o interior, buscando en-

tender a vocação de cada região e in-centivá-la. Segundo o secretário, os mercados municipais, por exemplo, sequer têm estrutura para receber o turista. “Reformar esses espaços é uma ideia. Também construir um mercado inserido na plataforma digital. Quere-mos fomentar isso e ter parceiros para ajudar”, comenta.

Outra ideia é aproveitar a cri-se como momento de oportunidade. “Com a alta do dólar, estamos estimu-lando o turista brasileiro a ficar aqui. E o estrangeiro a visitar Minas Gerais. Recentemente, recebemos jornalistas do Chile para visitar Tiradentes. Um grupo de espanhóis veio conhecer os aspectos culturais de Minas. Sempre tem esse intercâmbio para incremen-

ESPECIAL

FALTA DECOLARSEGMENTO BUSCA ALTERNATIVAS PARA SE TORNAR MAIS ATRATIVO E CRESCER, PRINCIPALMENTE NO INTERIOR, ALÉM DE TRANSFORMAR BH EM RECONHECIDO DESTINO BRASILEIRO

Pedro Vilela/Agência i7

TU R ISMO

Circuito das Cidades Históricas é o mais consolidado do turismo

Page 55: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016 55

tar o turismo”, acrescenta Faria. Segundo ele, Minas Gerais

tem, hoje, 43 circuitos turísticos. O mais consolidado é o das Cidades Históricas. Agora, com o possível reconhecimento do Conjunto Arqui-tetônico da Pampulha como Patrimô-nio da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Belo Horizonte tem a possibilidade de viver um novo tempo. “Esse título vai trazer incremento de 35% no fluxo de turis-tas”, garante o secretário.

Também pode ser a chance para reverter a baixa ocupação nos hotéis. “Estamos com ocupação aquém do desejado. Este ano, a situação pio-rou, com a crise e a superoferta. Exis-tem 40 novos hotéis, desde a Copa do Mundo, sem planejamento em ter-mos de manutenção. Não houve in-vestimento e previsão orçamentária suficiente para promover o destino”, afirma a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (ABIH-MG), Patrícia Coutinho. Ela lembra, ainda, que o segmento perdeu 211 mil empregos com carteira assinada de fevereiro de 2015 ao mesmo mês deste ano.

“O estado como um todo foi afe-tado. Os circuitos das Águas e do Ouro, por exemplo, estão com de-manda muito reduzida. A malha aé-rea também teve redução grande. Belo Horizonte é a capital com a me-nor ocupação hoteleira do país”, re-força a empresária Érica Drumond, CEO da Vert Hotéis. Segundo ela, a capital mineira saiu de 68% de ocupa-ção para 40%. “Perdemos quase 100 reais de diária. É uma conjuntura do Brasil, de Minas e municipal também, que não tem fomento. O município não se preocupou em fomentar o tu-rismo após o aumento do número de leitos. A longo prazo, teremos prédios velhos e mão de obra barata e malfor-mada”, critica. Não é à toa que a em-presária apostou em outros destinos

ÉRICA DRUMOND: crise afetou hotéis

de. “Existe um turismo de lazer muito aquém do que poderia ser, e a Pampu-lha pode nos colocar nisso de forma melhor”, avalia Mendicino.

Vale lembrar que essa cadeia pro-dutiva abrange setores como entre-tenimento, agências e operadoras, hospedagem, comércio e serviços, ali-mentação e transporte. “O poder pú-blico tem que liderar a cadeia, mas a engrenagem precisa estar cons-tantemente alimentada. Tudo tem que funcionar bem”, destaca Gusta-vo Mendicino. “O turismo envolve 60 áreas da economia e elas têm que estar integradas. Um turista come, compra, dorme... Ele consome duas vezes mais que o morador. É essa riqueza que a gente tem que tentar trazer para BH”, completa Érica Drumond.

Uma das iniciativas da Belotur é exatamente em prol dessa integração. Trata-se da criação de uma rede de comunicação compartilhada entre os atrativos turísticos e os agentes, além de cursos de capacitação. A ideia é que todos falem a mesma língua e que o turista fique mais tempo. Para isso, a Belotur aposta na promoção de even-tos de médio e grande porte, com uma agenda cultural permeando o período de realização. “Se ele ficar mais um dia na cidade, será bom”, avalia o diretor da Belotur. Outras linhas de frente são programas pautados em gastronomia, patrimônio e cultura.

A estratégia de fomentar o turis-mo inclui também a remodelação do Expominas e do Minascentro, em BH, com preços mais atrativos e gestão mais eficiente, e a reforma da rodoviá-ria da capital. “É preciso mais verba no turismo e nos centros de convenção, além de contrapartida do poder públi-co ante a nova safra hoteleira”, afirma Patrícia Coutinho. Segundo ela, em todo o mundo, o segmento alavanca economias. “No Brasil, a gente ainda não descobriu a importância do turis-mo para fim de desenvolvimento eco-nômico e social”, finaliza.

para abrir 11 dos 16 hotéis da rede hoje em operação.

“Acho que a promoção da cida-de, até hoje, talvez não tenha sido ade-quada para o que BH tem a oferecer. Falta integração da cadeia produtiva do turismo, e é isso que a gente está atacando”, diz o diretor de promoção turística da Belotur, Gustavo Mendi-cino. Segundo ele, a entidade também vai aproveitar a Pampulha, como pro-duto estrela, para alavancar o segmen-to. “O grande objetivo é movimentar a economia a partir do turismo. A ideia é que BH se torne uma cidade com potencial turístico diferente do que é hoje”, pontua, lembrando que, atual-mente, a famosa gastronomia de Mi-nas e a dupla negócios e eventos são os 2 pilares que movimentam a cida-

Estabelecimentos de hospedagem MG: 3.975 RMBH: 647 BH: 358

Total de empregados no setor de hospedagem

MG: 34.682 RMBH: 5.798 BH: 5.796

Fluxo de turistas em MG 2014: 24 milhões 2015: 24,4 milhões

Receita turística em MG 2014: 16,7 bilhões 2015: 16 bilhões

NÚMEROS

Fonte: Observatório do Turismo de Minas Gerais

Div

ulga

ção

Page 56: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201656

FERNANDO TORRES

A crise atingiu o coração da saú-de privada. Números da Agên-cia de Saúde Suplementar (ANS)

apontam que, pela primeira vez desde 2002, o setor perdeu considerável nú-mero de clientes. Em Minas, a retração de 4,6% resultou em 255 mil benefi-ciários a menos entre dezembro de 2014 e março de 2016, incluindo pla-nos individuais e coletivos. Só em Belo Horizonte e região, a conta refletiu no desligamento de 70 mil usuários, 5,3% a menos que em 2014.

“O recuo da indútria, dos servi-ços e do varejo impactam o desem-penho da saúde suplementar, já que ela acompanha o ritmo econômico, e os clientes não podem mais pagar o plano privado”, analisa o cardiologis-ta Samuel Flam, diretor presidente da Unimed-BH. Maior representante do setor em Minas, com 1,2 milhão de be-neficiários e 49% do mercado, a ope-radora também retraiu em 2015, com redução de 4,8% da carteira, impacta-da pelos contratos coletivos.

ESPECIAL

PACIENTE NO CTIOPERADORAS PERDEM 255 MIL CLIENTES, HOSPITAIS TENTAM DRIBLAR FALTA DE LEITOS E SUS ENCARA DÍVIDA DE R$ 1,5 BI

Juliana Flister/Agência i7

SAÚ DE

Para minimizar o abalo, o grupo intensificou medidas de austeridade e estratégias comerciais, administrati-vas e assistenciais. Um exemplo foi o lançamento do Unimed Pleno. Com 23 mil clientes cadastrados, o progra-ma prioriza o vínculo entre médico e paciente como diferencial a mais. “O paciente é referenciado a uma de nossas 4 clínicas e atendido por um médico que o acompanha ao longo do tempo, com apoio de equipe mul-tidisciplinar”, descreve Flam. A ini-ciativa reduziu os atendimentos em pronto-socorro de 34% para 19% e elevou o número de consultas de 26% para 67%. “O índice de satisfação é de 89%, o maior dentro da carteira. Afinal, quem busca um plano de saúde quer assistência com qualidade”, diz. Essas

SAMUEL FLAM, da Unimed-BH: redução

de clientes, mas aumento do faturamento

Page 57: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016 57

e outras medidas ajudaram a segurar o faturamento. Mais que isso: em 2015, a operadora conseguiu elevar a recei-ta em 11,6%, captando R$ 3,63 bilhões. “Nossas expectativas são muito positi-vas para o segundo semestre.”

O setor hospitalar privado, por sua vez, não vê o futuro com otimismo, já que, além da retração dos convênios, os recursos minguaram. “Investimen-tos têm sido raros e com baixo retorno dentro do que se exige de qualidade e segurança. Serviços como pediatria, obstetrícia e psiquiatria estão sendo sucateados, resultando no fechamen-to de clínicas e hospitais”, diz o vice-presidente da Central dos Hospitais MG, Reginaldo Teófanes, também presidente do Hospital Santa Rita, em Contagem. Para ele, a viabilização do setor virá pela quebra de paradigmas. “Teremos que evoluir para a constru-ção de centros de serviços comparti-lhados, na qual muitos mantêm sua identidade e passam a dividir serviços de apoio e infraestrutura”, antevê.

Um problema grave é o baixo nú-mero de leitos, entre 2,2 a 2,5 para cada mil habitantes. Em Belo Horizonte, o Mater Dei Contorno, no Barro Preto, foi um dos poucos hospitais privados inaugurados nos últimos 2 anos, com 220 novos leitos. “Tínhamos uma de-manda reprimida na unidade Santo Agostinho. Com o novo espaço, con-

MARIO VRANDECIC: tecnologia de ponta HENRIQUE SALVADOR: 220 novos leitos

em 2017 a construção de uma nova unidade, na divisa entre Contagem e Betim.

Em Nova Lima, o Biocor Institu-to também procura avançar inves-tindo em tecnologia e infraestrutura. “Estamos equipados com aparelhos modernos de ponta, submetidos a ri-gorosa manutenção. Sistemas de ima-gem, como a hemodinâmica, têm importância singular em diversas es-pecialidades do hospital, em especial na cardiologia e na neurologia”, diz o cardiologista Mario Vrandecic, presi-dente do Biocor. Outra preocupação é na capacitação de profissionais. “Es-tão previstos para 2016 mais de 90 mil horas de treinamento e educação con-tinuada nas áreas médicas, de enfer-magem e adminisrativa”, calcula.

Para os 75% da população sem plano privado, má notícia: o Sistema Único de Saúde enfrenta dívida de 1,5 bilhão, herdada dos governos ante-riores. A meta da atual gestão da Secre-taria de Estado e Saúde, além de saldar o valor, é estabelecer políticas que me-lhorem as condições nos serviços bá-sicos e de alta complexidade. “Dentre os principais desafios, podemos des-tacar a implementação dos hospitais em Uberaba, Sete Lagoas, Juiz de Fora e Divinópolis, e a promoção da garan-tia de acesso e assistência integral”, diz Maria Aparecida Turci, subsecretária de políticas e ações de saúde.

Outros investimentos relatados são a ampliação do cofinanciamen-to da atenção primária à saúde, com previsão de investimento de 385 mi-

lhões de reais em 2016; a promoção de saúde integral dos LGBTs; e a implantação do Samu Regional, com recursos de 23,1 milhões nas regiões Leste, Oeste, dos Vales e Triângulo Norte. “Também pre-

tendemos fortalecer e aproveitar as cinco centrais regionais dos serviços já existentes em Belo Horizonte, Be-tim, Contagem, Itabira e Sete Lagoas”, apresenta Maria Aparecida.

seguimos implementar um fluxo mais moderno, agregando serviços ainda não sistematizados, como o Hospital Integrado do Câncer, que oferece ra-dioterapia, quimioterapia, diagnósti-co e pronto-socorro oncológico”, diz o ginecologista Henrique Salvador, pre-sidente da rede Mater Dei.

O hospital viu crescer em quase 50% o movimento em 2016, especial-mente no pronto-socorro, devido às epidemias do Aedes aegypti – mas o faturamento não subiu na mesma ca-dência. “A receita geralmente não co-bre os custos, especialmente porque investimos em tecnologia e na própria construção”, afirma Salvador. Mas ele diz encarar a crise como oportunidade de reavaliar a gestão. “Estamos com auditoria para analisar a questão da produtividade e do desperdício, como a repetição de exames sem necessida-de, além de investir em um conselho de administração profissional”, reve-la. A rede ainda pretende iniciar

5,2 milhões de usuários de planos de saúde

210,1 mil empregos

24,7 mil empresas

RAIO X

Fonte: FJP/IBGE e Caged.

Igor Coelho/Agência i7 Pedro Vilela/Agência i7

Page 58: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016

Reforma precisa focar desenvolvimento

A decisão de preservar a Secretaria de Desenvolvi-mento Econômico (Sede) na reforma administrativa ide-alizada pelo governo mineiro e, atualmente, em tramita-ção na Assembleia Legislativa de Minas Gerais explicita ganhos importantes para todos os atores envolvidos no processo. Em primeiro lugar, reafirma a capacidade e a disposição do governador Fernando Pimentel em ouvir os diversos segmentos da sociedade mineira no objetivo de assegurar soluções que melhor atendam aos interes-ses do estado.

Foi isso, exatamente, o que aconteceu nas discussões sobre a reforma administrativa que, originariamente, previa a extinção da Secretaria de Desenvolvimento. Sen-sibilizadas e ativadas pelo debate, as entidades representa-tivas do setor produtivo mineiro – comércio, agronegócio, cooperativismo, serviços e indústria – mobilizaram-se para mostrar ao governador Pimentel e aos deputados estaduais a importância de se manter a secretaria e até ampliar o seu raio de ação. A criação de um braço da Sede para atender o segmento das micro e pequenas empresas é uma das ideias em pauta.

Na verdade, a preservação da Sede nos remete aos anos 1970 do século passado, quando Minas Gerais viveu um extraordinário processo de industrialização que se transformou em exemplo para todo o país. À época, a eco-nomia mineira cresceu de forma surpreendente, apoiada, justamente, por um aparato institucional criado pelo governo do estado e que incluía órgãos que continuam fundamentais para o desenvolvimento de Minas Gerais. O núcleo deste conjunto de organismos era exatamente a Secretaria de Indústria e Comércio – origem da atual Se-cretaria de Desenvolvimento.

Faziam parte deste aparato a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Fundação João Pinheiro (FJP), Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), o Instituto de Desenvolvimento Industrial (atual Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais - Indi) e a Companhia de Distritos Industriais (CDI), que, mais tarde, fundindo-se a outros órgãos do governo, deu origem à Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais – a Co-demig, hoje um dos principais pilares de sustentação do desenvolvimento de Minas.

Destaco, em especial, como membro deste aparato, o Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), que voltou a trabalhar em ritmo intenso por meio de uma parceria entre o governo do estado e a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Transformado no CIT/Senai, o antigo Cetec se multiplica e dá lugar a três institutos de inovação e a 5 institutos de tecnologia.

Quase meio século depois, Minas quer e precisa dar um novo salto em sua economia, mobilizando-se para modernizá-la e, por meio da inovação e desenvolvimento de tecnologias, criar mecanismos que assegurem a agre-gação de valor ao produto mineiro. Estamos no caminho certo e a preservação da Secretaria de Desenvolvimento é um ganho que se potencializa com a sua junção à Se-cretaria de Ciência e Tecnologia. Afinal, neste começo de século 21, ciência, inovação e tecnologia são diferenciais sem os quais não se produz competitividade e desenvol-vimento.

Assegurada a preservação da Secretaria de Desenvol-vimento, as entidades representativas do setor produtivo mineiro têm a convicção de que também permanecerão unidos, em uma sinergia do bem, órgãos fundamentais para o desenvolvimento, como Cemig, Gasmig, BDMG, Indi, FJP, Jucemg e Codemig. Unidos por Minas e pelos mineiros, o governo do estado e a Assembleia Legislativa farão a reforma administrativa e de gestão que melhor convenha a Minas. E terão, com certeza, o reconhecimen-to da sociedade mineira.

Olavo Machado é presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas

Gerais (Sistema Fiemg)

Olavo Machado

Quase meio século depois, Minas quer e precisa dar um novo salto em sua economia, mobilizando-se para modernizá-la...

58

Page 59: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

O Mater Dei Contorno recebeu a certifi cação da Joint Comission International (JCI), instituição que trabalha pela segurança dos pacientes e pela qualidade dos

serviços de saúde em mais de cem países.

A acreditação é concedida após a inspeção rigorosa de 1.156 pontos de avaliação,

divididos em 14 categorias. O selo é destinado a hospitais de excelência, com

padrões internacionais de qualidade.

Uma conquista que é fruto do esforço e participação de todo o corpo clínico e

funcionários da Rede Mater Dei de Saúde. O que mostra que estamos no caminho certo,

capacitados a oferecer tudo o que só os melhores hospitais do mundo oferecem.

Sabe pra quê? Pra você fi car bem.

MATER DEI CONTORNO:

O PRIMEIRO HOSPITAL DE

MINAS GERAIS A RECEBER

A CERTIFICAÇÃO DA JCI.

www.materdei.com.br

Av. do Contorno, 9.000

Dra

. Ela

ine

Apar

ecid

a Sc

lear

uc .

Dire

tora

Técn

ica

- CRM

-MG

506

28

Page 60: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

A morte do ator Anton Yelchin, atropelado pelo próprio Jeep Cherokee, que rolou da rampa da garagem de sua casa, chamou a atenção para uma questão importante de segurança. Cada vez mais presente nos veículos de diversos tamanhos e segmentos, o câmbio automático ganhou tantas funções e modos de acionamento que, por vezes, sua

operação não se torna tão simples e interativa. No caso do modelo (e de outros do Grupo FCA), foi convocado em abril um recall para ajuste no sistema – o motorista acreditava ter imobilizado o carro na posição de estacionamento da manopla, o que não se confi rmava na prática. Talvez seja o caso de não se limitar ao test drive para apresentar as funcionalidades

de cada modelo, mas criar ferramentas de orientação como vídeos explicativos e aulas práticas. Parafraseando o slogan da fabricante de pneus (Potência não é nada sem controle), de nada adianta contar com inúmeras regulagens, sistemas e controles se o proprietário não sabe como usá-los corretamente. Principalmente quando há risco envolvido.

VIVER Julho 8 - 201660

Não estamos exagerando?

O câmbio da discórdia

A Ford passou a equipar a versão topo de linha do compacto Fiesta com o motor turbo 1.000cc três cilindros de 125cv. Tudo bem que ele tem desempenho e consumo dignos de modelos maiores e vem, de série, com 7 airbags, ar-condicionado digital, piloto automático e assistente de partida em subida, entre outros recursos, mas precisava custar R$ 72 mil? Com um preço assim vai ser difícil confi rmar as estimativas de venda da montadora.

POR WILLIAM BONJARDIM

Ford/divulgação

COM RODRIGO GINI

& SEMI NOVOS

Dica da quinzenaAJUDA PARA QUEM QUER UM SEMINOVOQuem pretende comprar veículos seminovos e tem dúvidas sobre o histórico de envolvimento em acidentes e sua gravidade passa a contar com uma ajuda importante. O Detran-MG implantou em Belo Horizonte o registro automático de colisões, que atende a Resolução 544 do Conselho Nacional de Trânsito. A autoridade de trânsito que fi zer o boletim de ocorrência vai avaliar a extensão dos danos, com a ajuda do registro fotográfi co, que será anexado ao prontuário do veículo. Nos casos de colisões de média ou grande monta, o proprietário será informado do impedimento do veículo e poderá proceder sua regularização ou dar baixa. Caso não concorde com a avaliação, poderá recorrer e solicitar a revisão da classifi cação. A expectativa é de que até o fi m do ano o procedimento seja adotado também em outros municípios mineiros.

Vem, resta saber quandoA Citroën se manteve fi el à ousadia que marca

seus projetos para a nova geração do compacto C3. O modelo ganhou comprimento (5cm, que parecem mais), visual alinhado com a nova fi losofi a de design (grade baixinha demarcada por luzes de LED acima dos faróis principais, lanternas trapezoidais na traseira) e um interior que aposta em elementos retrô, como as saídas de ar – talvez seja o elemento que destoa do bom resultado fi nal. Em novembro, ele aparecerá nas concessionárias europeias. Por aqui, apesar do silêncio da montadora, ele também dará as caras, falta saber quando.

Citroën Press/divulgação

Page 61: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

A Assembleia Legislativa quer incentivar os mineiros a participar da elaboração das leis e das políticas públicas do nosso estado. Os fóruns técnicos de educação e de cultura, que vão subsidiar os planos estaduais desses setores, foram bons exemplos de iniciativa parlamentar com ampla participação. Por meio de debates e propostas, os mineiros de todas as regiões deram sua contribuição. É dessa forma que a sociedade interfere nos projetos de lei que passam pelo Legislativo. Assembleia de Minas, cada vez mais o poder e a voz do cidadão.

A Assembleia de Minas ouve cada umpara fazer leis com a cara de todos.

Saiba mais em: www.almg.gov.br

/assembleiademinas assembleiamg

ALMG

Page 62: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016

A política sem romantismo

A amplitude das operações do Ministério Público e da Polícia Federal no combate à corrupção está revelando a miséria da política brasileira. Nunca antes neste país se viu tantos políticos, gestores públicos e empresários sendo investigados, denunciados e presos.

O que perturba os segmentos da população mais cons-ciente e atenta à atividade política é a perda da confiança nos políticos, que são seus representantes na condução da coisa pública. Aumenta a desilusão de que a pura motiva-ção para defender o interesse público fora o que os levou a exercer a atividade política. No conjunto da população, floresce a descrença com a política.

Corrupção no governo não é coisa nova e tem origem nas relações promíscuas entre interesses privados e públi-cos, desde os tempos coloniais. A teoria econômica ensina que as decisões para praticar atos ilícitos são racionais e derivam do cálculo entre benefícios e custos dos agentes envolvidos.

Talvez se possa tratar aqui com o mesmo conceito de conflito de agentes, utilizado no setor privado para descre-

ver os riscos nas relações entre o executivo (empregado) e os acionistas (proprietários). No setor público, também os executivos, no caso das empresas estatais, e os agentes públicos (presidente, ministros, parlamentares, no gover-no federal, e seus congêneres nos estados e municípios) administram recursos que não lhes pertencem e podem confundir seus interesses, que são privados, com os inte-resses do governo, que são de terceiros (públicos).

A forma mais corriqueira de corrupção é quando um agente público aceita receber ou exige alguma propina para favorecer uma empresa fornecedora do governo, ou mesmo para decidir a favor de algum interesse individual, como não aplicar multa em uma inflação ou fazer alguma concessão no âmbito de sua atuação, por exemplo. É o caso onde o corrupto é um

servidor público (pessoa física).Outra maneira usual é o conluio entre agentes públi-

cos e fornecedores para facilitar resultados de licitações em troca de propinas. Essa alternativa se expande aos políticos, quando se transforma em fundos para campa-nhas políticas. Nesses casos, já em forma de cartel, com a elevação dos preços, a corrupção penetra na atividade política. Os favorecidos, mesmo não se enriquecendo di-retamente, se beneficiam politicamente com a corrupção.

Com o aumento do rigor da legislação, essas moda-lidades de financiamento de campanhas passaram a se dividir em duas partes: uma legal (menor), registrada e comprovada nas prestações de conta à justiça eleitoral, e outra (ilimitadamente maior) não registrada, comumente chamada de caixa dois, que transcende o período eleitoral.

O que as investigações têm evidenciado agora é que esse tipo de corrupção passou a ser sistêmico. Corrupção patrocinada pelo governo, como na Petrobras, que não é um caso isolado, com objetivo de perpetuação dos par-tidos políticos no poder. Chega-se, assim, ao extremo da promiscuidade entre interesses privado e público.

Partido político passou a ser uma unidade de negó-cios. Sem limites e sem pudor, atacaram até o bolso de servidores públicos e aposentados que se utilizaram de empréstimos consignados.

É aonde o Brasil chegou. O sistema político brasileiro estimula e se alimenta desse processo de corrupção, com graves consequências para a economia, para a democra-cia e para a gestão e a qualidade das políticas públicas. O gestor é escolhido por sua participação ou conivência com essas práticas ilegais. O clientelismo e o populismo se sobrepõem aos interesses da coletividade. É, enfim, a política de negócios, cruel como ela se apresenta, sem res-ponsabilidade e sem romantismo.

O lado bom dessa história é que está aberto o debate sobre a moralidade pública no Brasil, possibilitando a aplicação da lei a criminosos, até então intocáveis, ao for-talecimento do aparato legal para elevar os custos dos atos ilícitos e, não menos importante, o emergir de uma cultura moral na atividade pública.

Paulo Paiva, Professor da Fundação Dom Cabral

Ex-ministro do Trabalho e do Planejamento e Orçamento no governo FHC

Paulo Paiva

Aumenta a desilusão de que a pura motivação para defender o interesse público fora o que os levou a exercer a atividade política

62

Page 63: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 64: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201664

Novo chef do diVino, no Vale do Sol, Daniel Brum cursou gastronomia no Senac de Campos do Jordão. Em São Paulo, trabalhou no La Brasserie, do chef Erick Jacquin, e no Kaá, dos chefs Pascal Valero e Paulo Barros. Tem vocação para a cozinha franco-italiana, com toques do cotidiano.

INGREDIENTES(serve duas pessoas)

150 g de arroz para risoto tipo carnaroli100 g de manteiga 50 g de cebola 100 ml de vinho branco 300 ml de caldo de legumes caseiro 100 g de bacalhau em postas dessalgado 50 ml de azeite de oliva5 g de alho 20 g de tomate-cereja 20 g de azeitona verde e preta 50 g de queijo parmesãosalsinha, sal e pimenta-do-reino a gosto

MODO DE FAZERPique a cebola em cubinhos e refoque com 30 g de manteiga

Acrescente o arroze o sal e refogue por 5 minutos Despeje o vinho, deixe o álcoolevaporar e, então, cozinhe com o caldode legumes Pare a cocção pouco antes do ponto e reserve

Refogue o alho picado em frigideira

de tefl on com 25 ml de azeite preaquecido

Acrescente o bacalhau e deixe-o dourar Cozinhe o peixe com a pimenta, a salsinha, o tomate e as azeitonas Junteo arroz pré-cozido com o bacalhau e fi nalize com o queijo parmesão e o restante da manteiga e do azeite Sirva em prato fundo

Risoto de bacalhau

Daniel BrumdiVino restaurante

Receitas e muito mais nas redes sociais da Viver Gourmet. Siga Facebook: Viver Gourmet / Instagram: @vivergourmet

Fotos: Pedro Vilela/Agência i7

Page 65: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Treinar quem precisa ser treinado.

Qualificar o que precisa ter qualidade.

Desenvolver novas maneiras de fazer produtos

e novos produtos para fazer bons negócios.

Reduzir custos. Fazer quem quer comprar

se encontrar com quem quer vender,

dando preferência para a indústria mineira.

Vamos fazer juntos.

Acesse fiemg.com.br e conheça histórias de quem faz.

Foto

mer

amen

te il

ustr

ativ

a. T

odos

os

empr

egad

os d

esta

em

pres

a cu

mpr

em r

igor

osam

ente

toda

s as

nor

mas

de

segu

ranç

a e

saúd

e no

trab

alho

.

SE FIZERMOSJUNTOS,

PODEMOSFAZER MUITO

Page 66: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Foram 13.471 km e 55 dias per-correndo o Brasil. O motivo da aventura dos 3 mineiros que

acabam de voltar a Belo Horizonte? Descobrir o Brasil que dá certo. Co-nhecer empreendedores, comercian-tes, feirantes e vendedores que botam pra quebrar, apesar das adversidades.No roteiro, ruas de comércio, feiras, shoppings e pequenos lojistas que fa-zem a diferença.

O projeto foi idealizado pelo pa-lestrante Fred Rocha, de Montes Claros, um dos mais renomados con-sultores da área. A viagem é a reali-zação de um desejo pessoal de viajar com o pai, de quem herdou a paixão pela aventura. “Queria passar mais tempo com ele, já que trabalho e viajo muito. O projeto serviu para inseri-lo no contexto e compartilhar com ele um pouco do meu dia a dia”, conta.

A viagem foi feita em um motor home, o Tartaruga Ninja, modelo Kar-mann Safari, projetado na Alemanha, que está com a família Rocha há mais de 30 anos. Um dos maiores conhe-cedores de vendas do Brasil, Lean-dro Branquinho, completou a equipe. “Acreditamos no exemplo e, ao con-tarmos histórias do varejo, vamos ins-pirar aqueles que sofrem por algum

desconforto econômico. Mostramos exemplos locais para despertar a von-tade de melhoria contínua. Por meio de bate-papo, palestras, workshops e registros da nossa caminhada, atin-giremos o objetivo de fomentar o es-pírito empreendedor e a vontade de encantar clientes”, diz Rocha.

Ao longo da viagem, aconte-ceram seminários gratuitos para o comércio no Rio Grande do Sul, Goiás, Piauí, Pernambuco e Ama-pá, para mais de 10 mil pessoas. O projeto concederá prêmio simbóli-co, que reconhecerá lojistas e ven-dedores diferenciados país afora. “O Brasil que dá certo servirá de inspiração para o que passa por di-ficuldade”, diz Branquinho. Acom-panhe as histórias desta viagem incrível nas próximas edições.

Fotos: Arquivo Pessoal

Mineiros rodam mais de 13 mil km em busca de pessoas que dão certo

Pelo Brasil

VIVER Julho 8 - 2016

E M PR E E N DE DOR ISMO

EQUIPE deseja fomentar

empreendedorismo

MOTOR HOME Tartaruga Ninja foi a casa dos

mineiros por 55 dias

Page 67: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Patrocínio Produção: Apoio:

Seleção ilustrada com textos e depoimentos que retratam as mais diversas manifestações artísticas e a inesgotável riqueza cultural mineira. São cerca de 600 IMAGENS, distribuídas nas 432 PÁGINAS DOS 2 VOLUMES.

Em apoio ao acesso à cultura, 50% da tiragem dos livros serão disponibilizados gratuitamente para artistas, imprensa, escolas e instituições de fomento à arte.

MINISTÉRIO DACULTURA

Page 68: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

P O R F E R N A N D O T O R R E S

Siga a Viver Melhor nas redes sociais Facebook: Viver Melhor / Instagram: @viver.melhor

A Anvisa anunciou: vai regulamentar o mercado de produtos integrais. A notícia vem em boa hora, já que boa parte da oferta é fake. Marcas de pães, por exemplo, misturam farinha branca à integral, afetando o teor de fi bras, principal defi nição do rótulo.“Para ser considerado fonte de fi bras, o alimento deve ter 3 gramas do componente para cada 100 gramas; e alto teor, 6 gramas para 100 gramas”, diferencia o nutricionista Gilberto Henriques, do curso de Nutrição da UFMG.

Fonte: pesquisa Idec/2016

Energiaduradoura

Fotos: Fotolia

VIVER Julho 8 - 201668

Coração viril

Extraída industrialmente do açúcar da beterraba branca, a isomaltulose promete ser o carboidrato da vez. “Por ter baixo índice glicêmico (32), tem digestão mais lenta e fornece energia por tempo maior, sem provocar picos de insulina no sangue”, descreve o nutrólogo e fi siologista José Roberto Melo, da clínica Bardot.

O carbo tem sido usado como adoçante no Japão desde 1985 e está disponível no Brasil em pó nas gôndolas de suplementos com o nome comercial de Palatinose - o que

signifi ca que a beterraba in natura ou desidratada manualmente não tem o mesmo efeito. “É indicada

como pré-treino de alta performance, melhora da

concentração, hipoglicemia e diabetes e emagrecimento, já que induz o corpo a oxidar a gordura”, relata o médico.

De 14 marcas de biscoito vendidas

no Brasil, apenas

3 contêm cereal integral como principal

ingrediente

Integral fajuto

Embora polêmica, a reposição de testosterona pode prevenir o risco de doenças cardiovasculares. Estudo norte-americano recém-publicado no European Heart Journal analisou 83 mil homens acima de 50 anos por mais de uma década. No confronto, os pacientes tratados com o hormônio tiveram 36% menos probabilidade de sofrer um AVC e 24% menor risco de infarto comparado ao grupo dos não tratados. “Os resultados sugerem que a terapia pode ser associada com a diminuição dos riscos de mortalidade”, conclui o texto do artigo.

Page 69: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 70: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016

Ausência de limitesAs atitudes daqueles que vêm sendo identificados

como supervilões, já apelidados de quarteto fantástico (há quem os qualifique como a turma do jardim de infância), visando tumultuar os trabalhos da Comissão de Impeach-ment contrastam com o imenso sentimento da maioria do povo brasileiro. Gleisi Hoffmann (esposa do ex-ministro Paulo Bernardo, acusado de inovar na corrupção, por meio da mágica que fez o tostão virar milhão), Lindbergh Farias (desesperadamente, quer defender o indefensável), Fátima Bezerra (esta, coitada, vive sempre de cara amarrada, como se estivesse de mal com o mundo) e Vanessa Grazziotin (a eterna irritada, cujo marido, Eron Bezerra, teve os direitos políticos cassados por 8 anos, ao ser julgado e condenado, recentemente, por improbidade administrativa) tentam, a todo momento, com uma narrativa enganosa, falsificar, também, o curso da própria história. Por isso, merecem o repúdio do brasileiro que está acordando de sua própria letargia para não mais aceitar o inaceitável.

Felizmente, aquilo que é conhecido como O Dilema dos Prisioneiros na teoria dos jogos está alimentando o jogo da verdade, fazendo vir à tona a política suja que se pratica no Brasil. Esse é um jogo muito interessante que representa bem o dilema entre cooperar e trair. Como a polícia não tem provas suficientes para condenar os suspeitos, separa--os em salas diferentes, oferecendo a eles o mesmo acordo. Por não poderem conversar entre si, cada companheiro de falcatruas toma sua decisão, sem saber da escolha do outro.

O sistema, que está passando o país a limpo, agora é alvo daqueles que desejam mudar a regra do jogo, para se protegerem, no pressuposto de que estejam ocorrendo sinais de acomodação da insatisfação popular. Eles julgam como situação hedionda aceitar que a tipificação de um cri-me seja formada pela soma de vários indícios. É aí que mora a inversão de valores, amparada na mais completa ausência de limites éticos e morais.

A sociedade brasileira não pode se desmobilizar e per-der o que está ameaçando conquistar. Doa a quem doer e seja quem for, esteja o político no partido em que estiver, todos, absolutamente todos, têm que se render ao império da lei e sofrer os seus rigores, na exata medida que os possa punir pelos excessos praticados, visando a obter proveito ilícito de qualquer natureza. Quando assistimos Lula ex-pressar o seu temor de que estejamos a viver sob a égide da República de Curitiba, o que ele nos oferece em troca é vivermos sob a ausência lógica de valores e princípios, nos moldes implantados em nosso país pela República do PT.

Muito há por fazer, para que tenhamos esperança em um futuro melhor. O PMDB dá mostras de que as recentes denúncias já fizeram estragos em sua credibilidade e repu-tação. As colaborações da Odebrecht e da OAS prometem, segundo se comenta nos bastidores, abalar as estruturas do PSDB. A propósito, é mais do que passada a hora de se pro-mover uma reforma nessa malfadada Constituição, fruto da utopia socialista que imperava um ano antes da queda do muro de Berlim, no dizer do ex-Ministro Roberto Brant. Os tempos mudaram, e com eles novas realidades surgiram, que não podem ser ignoradas.

Esse sistema político, que hoje vivenciamos, gerou um entulho financeiro e transformou cada partido político em um business, que retroalimenta a corrupção. O estilo da po-lítica aqui praticado é o suicida. Não percebemos, em nos-sos representantes, aquilo que chamamos de dever cívico. O achaque, puro e simples, é muito mais importante do que legislar e apoiar as boas iniciativas que venham a ser pro-postas por qualquer governante ou membro do legislativo.

Diante da crise econômica já surgiram propostas, algu-mas já aprovadas e que sinalizam um afastamento do fundo do poço. Já a crise política esbarra nos interesses corpo-rativos que impedem avanços substanciais. Infelizmente, no entanto, a questão moral, hoje tão degradada, só terá avanços quando a população constatar, efetivamente, que nossa justiça não transige com as práticas ilícitas das súcias. Nesse sentido, a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, ain-da que relaxada pelo juiz Dias Toffoli, do TST, nos sinaliza que o juiz Sérgio Moro não está mais sozinho nesta cruzada. E isso é muito bom para o Brasil.

Wagner Gomes, administrador de empresas

Wagner Gomes

O PMDB dá mostras de que as recentes denúncias já fizeram estragos em sua credibilidade...

70

Page 71: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 72: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

72 Colaboração: Bruna Braga de Noronha, Fernando Torres e Rodrigo Oliveira

Arrecadar roupas, calçados, acessórios e livros, permitindo que os próprios beneficiados escolham os objetos que mais lhe agradem: esta é a proposta do The Street Store, evento que chega à sua sétima edição no dia 10 de julho e busca atender a população carente e em situação de rua. O The Street Store nasceu na África do Sul, em 2014, e já foi organizado em diversas partes do mundo, chegando a Belo Horizonte no início do ano passado, dirigido por Leonardo Máximo e Luciana Duarte. Envolvido em trabalhos voluntários há mais de 20 anos, Máximo destaca a maneira diferenciada com que os objetos chegam às pessoas. “Eles não precisam receber a doação e pronto. Pelo contrário, podem decidir o que levar, e quanto levar. Assim, tornam-se cidadãos mais integrados e humanizados”, acredita. Para quem ainda quiser colaborar, é só levar sua contribuição no dia do evento, das 8h às 17h (avenida dos Andradas, 800, Centro).

Doar com afeto

Jô Moreira

Juliana Flister/Agência i7

Divulgação

Sabores mineiros em SampaNascido em Tiradentes, o festival Fartura aterrissou pela primeira vez em São Paulo na última semana, levando na bagagem uma penca de chefs mineiros. Nomes como Leonardo Paixão (esq. abaixo), do Glouton, e Ilmar de Jesus (esq. acima), do Casa Cheia, caíram nas graças dos paulistanos. Leo, por exemplo, conquistou pela barriga de porco glaceada com teryaki de cachaça e farofa crocante, releitura sofisticada de um prato comum no interior. “Os paulistas aceitam mais ousadia que os mineiros. Nós,

por aqui, somos mais tradicionais”, diz. Ilmar, por sua vez, preferiu não criar polêmica. Pensou em servir seu célebre fígado acebolado, mas mudou de ideia e serviu o Mineirinho Valente: canjiquinha com lombo, linguiça, costela e queijo canastra. “É um dos carros-chefes do Casa Cheia do Mercado Central e da Savassi, premiado no Comida di Buteco de 2005”, diz. Rodrigo Zarife, do Ro.Za Catering, também fez bonito, com duas versões de paella, a tradicional, com frutos do mar, e a de terroir mineiro. “Escolhi ingredientes típicos e de origem, como a carne de sereno de Mirabela, o lombinho de Itabirito, o paio de Formiga, o azeite da serra da Mantiqueira.”

João Vitor Teófilo

Page 73: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016

Na contramão da recessão, a feira de beleza Professional Fair chega à 13ª edição com expectativa de crescimento de pelo menos 9% de público, 19% na participação de empresas e programação diversificada. “Teremos palestrantes vindos de países como Itália, Espanha e Portugal, além de confirmada a presença das principais marcas do setor”, conta Alexandre Araújo, diretor da Fire Eventos, à frente da organização desde 2012. “Antes, a feira era mais voltada aos profissionais de Belo Horizonte, mas resolvemos mudar esse cenário e transformá-la em referência nacional, como podemos ver hoje em dia”, explica. Marcada para acontecer entre 10 a 12 de julho, no Expominas, Araújo conta que um dos focos é atrair interessados em atuar no segmento da beleza, seja como distribuidores ou franqueados. “Como o setor é um dos poucos que ainda cresce no país, esta é uma ótima oportunidade para adquirir representações ou distribuições de marcas de cosméticos, cujo investimento inicial geralmente é baixo”, finaliza o diretor da Fire.

Juliana Flister/Agência i7

Crise passa longe

Page 74: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201674

O quê 6Nova sedeOnde 6 Bairro

Santa Lúcia

Idealizada e pilotada pelo oncologista mineiro Bruno Ferrari, foi inaugurada a moderna sede da Oncocentro, reconhecida pela excelência no tratamento de câncer em Minas. Ocupando uma área de 2.850 m2, a clínica conta com um corpo clínico formado por especialistas reconhecidos e serviços de apoio para tratamento interdisciplinar dos pacientes, como Estomatologia, Cardio-Oncologia e Oncogenética. O Oncocentro integra o Grupo Oncoclínicas, presente em nove estados brasileiros. Fotos: Tião Mourão

6 Padre Fernando, Juliana, Valentina, Bruna e Bruno Ferrari6 Alessandra Starling, Flávia Sorice, Renata Ferrari e Anna Verano

6 Maria Aparecida Corrêa e Ivonete Ferrari6 Roberto Carlos Duarte, José Rafael Guerra e Túlio Ferreira

6 Luís Nobre e Francisco Pontello

6 Bruno Ferrari e Josemar Moura 6 Sérgio Bersan, Bruno Ferrari e Túlio Ferreira

6 Renata Ferrari e Guto Caram

6 Juliano Duarte, Pedro Ribeiro, Paula Bastos, Ana Alice Barroso e Joaquim Caetano

6 Luciana Ladeira, Jandira Menezes, Camila Galizzi e Juliano Duarte

6 Luís Cláudio Chaves, Juliana Soares e Vinício Kalid

Page 75: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

6 Francisco Bretas, Quirino Pena e Sebastião Silveira

6 João Bosco Duarte, Denise Magalhães, Bruno Ferrari, Siuca e Múcio Magalhães

6 Mario Spínola, Luiz Natel, Rafael Mendes, Bruno Ferrari e Alexandre Dias 6 Gustavo Cesar Oliveira e Bruno Ferrari

6 Mariana Tomasi, Leonardo e Patrícia Salgado

6 Pedro Ávila, Mário Spínola, Rafael Mendes, Marcos Ávila, Alexandre Dias e Gilberto Wagner

Page 76: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201676

O quê 6Posse noTJMGOnde 6 Palácio

das Artes

Afirmando ter consciência das carências da magistratura, o desembargador Herbert Carneiro assumiu a presidência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para o biênio 2016/2018. Também foram empossados os demais membros da nova direção do Tribunal: desembargadores Geraldo Augusto (1º. vice-presidente); Wagner Wilson Ferreira (2º vice-presidente); Saulo Versiani Penna ( 3º vice-presidente); André Leite Praça (corregedor) e Mariângela Meyer (vice-corregedor-geral). Fotos: Tião Mourão

6 O presidente da Assembleia, deputado Adalclever Lopes, o governador Fernando Pimentel, o novo presidente do Tribunal de Justiça, Herberth Carneiro, e o vice-governador Antônio Andrade

6 Assinatura de posse – Pedro Bitencourt e Herbert Carneiro

6 3º vice-presidente desembargador Saulo Versiani Penna e Solange Penna

6 Mônica Soares, Luzia Peixoto e Karen Lopes

6 1º vice-presidente – desembargador Geraldo Augusto de Almeida e Marta Almeida

6 Geraldo Moura Tavares e Décio Freire

6 Marcio Lacerda e Fabinho Ramalho

6 Rubens Lessa e Robson Lessa

6 Helvécio Magalhães e Ângelo Osvaldo Araújo

6 Fabio Piló e Raimundo Cândido Junior

6 Andrea e desembargador corregedor-geral de justiça André Leita Praça

6 Denise Carneiro, o presidente do TJMG Herbert José Almeida Carneiro e Bete Couri

Page 77: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

TIRE AS TÃO SONHADAS FÉRIAS DO PAPEL.

NA LOKAMIG, VOCÊ ENCONTRA TARIFAS FLEXÍVEIS, ALÉM DA

FROTA MAIS NOVA E MODERNA DO MERCADO. SÃO MAIS DE

40 MODELOS DE CARROS PARA ESCOLHER E DAR VIDA AOS

PLANOS DE VIAJAR POR AÍ, RELAXAR E SE DIVERTIR. APROVEITE.

(31)3349.8900www.lokamig.com.br

Atendimento também via Whatsapp, de segunda a sexta, das 8h às 18h

(31) 9 9227-2312

Page 78: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 201678

O quê 6Novo acadêmicoOnde 6 Sede da AML

O advogado e jornalista Rogério de Vasconcelos Faria Tavares assumiu a cadeira nº 8 da Academia Mineira de Letras (AML), sucedendo o acadêmico Milton Reis. Ele foi saudado pelo acadêmico Olavo Romano. Com 45 anos, Rogério passa a ser o mais jovem dos 40 “imortais” da Academia. Seu mais recente livro, “Contribuições para a história do Instituto dos Advogados Brasileiros”, é resultado de dois anos de trabalho. Em agosto, assume a coordenação da Universidade Livre da AML. Fotos: Tião Mourão

6 Rogério Faria Tavares e Sabrina Fonseca Tavares

6 Isabela Distelfeld, Sabrina Fonseca Tavares e Marcelo Distelfeld

6 Débora e Maurício Lima e Rogério Tavares

6 Soraya Vasconcelos, Lauro e Danielle Diniz

6 João Pinto Ribeiro, Diana Tavares e Lena Brandão

6 Maria Eugênia Lages, Elizabeth Rennó, Luiz Carlos Abritta e Maria Lúcia

6 Sabrina e Rogério Faria Tavares, Zuzu D’mont e Andrea Kaufmann

6 Eduardo Bernis e Yeda Bernis

6 Carmen Schneider e Letícia Nelson de Senna

6 Lena Brandão, Rogério Zola Santiago e Alcéa Romano

6 José Maria Moreira, Olavo Romano, Amilcar Vianna Martins e Genival Tourinho

6 Luiz Giffoni, Alcéa Romano, Kátia Romano e Rogério Faria Tavares

Page 79: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

Música

MAROON 5Banda animou fãs de BH

com seus hits. Página 12MAGAZINE

Televisão. “Mulhere-se”, da Rede Minas, abre espaço para a voz feminina. Página 3

LINCON ZARBIETTI

www.otempo.com.br O TEMPO BELO HORIZONTE DOMINGO, 13 DE MARÇO DE 2016O TEMPO BELO HORIZONTE DOMINGO, 13 DE MARÇO DE 2016

ColunistaELIO GASPARI

Substituição desastrosaPágina 6

Para a Copa das Confederações, Scolari castiga Ronaldinho Gaúcho, premia Bernard e Réver e chama nomes

desconhecidos da torcida.

PÁGINAS 38 E 39

Júlio César

Diego

Cavalieri

Jefferson

Daniel Alves

Jean

Marcelo

Filipe Luís

Thiago Silva

David Luiz

Dante

Réver

Fernando

Hernanes

Luiz Gustavo

Paulinho

Oscar

Jadson

Bernard

Lucas

Neymar

Fred

Hulk

Leandro

DamiãoCO

NV

OC

AD

OS

Escolharadical

¬ O Conselho Nacional de Justi-ça (CNJ) aprovou resolução queveta os cartórios de recusarem“habilitação, celebração de casa-mento civil ou conversão de

uniãoestávelemcasamentoentrepessoasdo mesmosexo”.Otema,proposto pelo ministro JoaquimBarbosa, foi aprovado por 14 vo-tosa1.InstitutoBrasileirodeDirei-

to de Família considera a decisãoummarconagarantiadaigualda-deeumgolpecontraopreconcei-to. Pelo menos 14 países apro-vam aunião gay.Página 14

Direito. CNJproíbecartóriosdesenegaremacelebrarcerimôniascivis

Internet no celular

Angelina Jolie revela queretirou os dois seios paraevitar o câncer. Página 22

“Posso dizer aosmeus filhos que eles

não precisam termedo de me perder

para o câncer demama. Não me sinto

menos mulher.”

Angelina Jolie

Uniõeshomoafetivasnopaísjápassamde1.700

Casamento gaypassa a valer naprática, no Brasil

Libertadores

Tijuana é o novorival do AtléticoPágina 35

¬ Ministro afirma que instala-çãoéobrigação,masadmitequeimplantação deverá ser concluí-daemcimadahora.Página 8

Magazine

Conexão BH teráshow de Tulipa RuizPágina 5

LAYCER TOMAZ / AGÊNCIA CAMARA

CH

RIS

PIZ

ZE

LLO

/AP

-15.1

.20

12 Carro&Cia

Bravo T-Jet agregaconforto a emoçãoPáginas 1 e 3

¬ Número de aeronaves cres-ce 30% com compras de em-presáriose políticos.Página 23

Trânsito fazBH ter maishelicópteros

Lei. Bareserestaurantesterãoderepassar80%dovalordasgorjetasparaosgarçons. Página 12

Governomandainstalar4G em Confinse no Mineirão

OdeputadomineiroToninhoPinheiro(PP)écontidoporsegurançaduranteaprovaçãodotexto-basedaMPdosPortospelaCâmara;aomeio-dia,senadoresiniciarãodiscussõesparatentarvotaramedidaaindahoje.Página 3

DO

UG

LA

SM

AG

NO

-23.4

.20

13

Primeiro round

ED

IÇÃ

O

EXEM

PLA

RD

EA

SS

INA

NTE

R$ 1,00 (outros Estados R$ 2,00) - www.otempo.com.br - Belo Horizonte - Ano 17 - Número 5.995 - Quarta-feira, 15/5/2013 m.

Saúde. Médico alerta para risco de fones com som alto para a audição. Página 13

Jogos de azar. Grupo Cirsa pretende inaugurar casas assim que legalização for aprovada

A cada 20 minutos, em

média, uma mulher

denuncia violência,

muitas vezes

acompanhada dos filhos,

e cheia de medo. Série

de reportagens retrata

histórias como a de Ana

(nome fictício), 23: “O

roxo passa, mas e a

cabeça do meu filho, que

viu toda a agressão?”,

diz. Páginas 16 e 17

EspanhóisestãoprontosparaabrircassinosemMG

Dinheiro público

WhatsApp O TEMPO

(31) 9827.4455

Deputadocalculaqueregularização

vaigerar50milempregosnoEstado

eR$22biemarrecadaçãoparaopaís

MARIELA GUIMARÃES

Governador Valadares

mulheres por mêssão assassinadas porseus companheiros

em Minas

47

¬ A empresa espanhola Cirsatem um executivo em Minas à es-pera da liberação dos jogos deazar no país. Ele prevê que, se amedida for aprovada neste ano,já será capaz de abrir cassinos no

Estado no ano que vem. Procura-dor defende que país não tem ca-pacidade no momento de fiscali-zaregerirosegmento.Jádeputa-do afirma que formalização iráativar a economia. Páginas 3 e 4

Travessiapor coiotecusta atéR$ 80 mil¬ Agenciador, sob condiçãode anonimato, revelou que aprocura pela entrada ilegal nosEUA cresceu 80% neste ano.Dólar valorizado e oferta deemprego fazem migrantes ig-norarem osriscos. Página 8

Igualdade no placar contra o

Grêmio fez o clube abrir seis

pontos do primeiro na zona

de rebaixamento. Página 27

Seleção comandada por

Bernardinho conquista

pela 30ª vez o Sul-

Americano. Página 21

ALEX DE JESUS

Grupo vai reencenar ‘A

Bela Adormecida’, sua

primeira montagem de

bonecos. Página 12

ED

UA

RD

OG

IAQ

UIN

TO

/D

IVU

LG

ÃO

EQUIPE PONTOS

1 Corinthians 61

2 Atlético 56

3 Grêmio 52

4 Santos 46

13 Cruzeiro 37

17 Goiás 31

18 Figueirense 31

19 Vasco 27

20 Joinville 24

CLASSIFICAÇÃO

Aviões da FAB voaram 62vezes com um só político¬Levantamentonosite daForçaAérea Brasileira mostra quequem mais voou sozinho é o mi-nistro do Desenvolvimento Agrá-rio, Patrus Ananias. Mas a FAB já

fezmaisde2.200viagensparapo-líticoseministérios.Seconsidera-das apenas as idas para casa,Eduardo Cunha, que fez 71 voospara o Rio, é recordista. Página 6

Brasileirão

Empate afastaCruzeiro dofim da tabela

Colunista

LUIZ TITO

Latindo paraeconomizarcachorro

Página 2

Vôlei

Brasil é30 vezescampeão

Gabriel Xavier entrou

bem no ataque no

segundo tempo

“Já teve gente que euembarquei que ‘fez

milhão’. Eu, quenunca fui para lá,nunca enriqueci.”

Coiote

e.

Bonecos

Giramundo‘presenteia’crianças

ED

IÇÃ

O

EXEM

PLA

RD

EA

SS

INA

NTE

R$ 1,50 (outros Estados R$ 2,50) - www.otempo.com.br - Belo Horizonte - Ano 19 - Número 6868 - Segunda-feira, 5/10/2015

Eu nasci de um sonho e por isso mesmo

nunca deixei de sonhar. Fui o primeiro jornal

com as páginas 100% coloridas. Investi

para levar mais qualidade até você e hoje

tenho o maior parque gráfico de Minas.

Assumi o formato tabloide e fiquei mais

leve, agradável e fácil de ler. Recebi mais de

30 prêmios renomados e quebrei diversos

tabus, com meus cadernos e coberturas

especiais. Me tornei digital e sou acessado

por milhões de mineiros. Eu sou O TEMPO.

Um jornal moderno e verdadeiro, que já faz

parte do seu dia a dia.

Page 80: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

O quê 6Palestras/ TalkshowsOnde 6 CRModas

Com o tema Empreendedora Criativa, a educadora criativa e gestora de projetos e diretoria do Conselho da Mulher Empreendedora da ACMinas, Alessandra Alkmim, falou na série de palestras/talkshows Memórias Refletidas. A estilista Otília Reis e a artista plástica Ângela Geo atuaram como mediadoras. O evento, promovido pelo jornalista e fotógrafo Nélio Rodrigues, reuniu um grupo de mulheres de vários segmentos socioculturais no Centro de Referência da Moda – CRModas. Fotos: Washington Netos

6Cristiane Nobre e Elizabeth Curi

6 Ana Lúcia Libânio, Isabel Cecília Gonçalves e Maria Fernanda Patrus

6 Márcia Francisco, Maria Antônia Calmon e Lorenza Lacerda

6 Ana Lúcia Libânio, Júlia Cândido, Isabel Cecília Gonçalves, Alessandra Alkmim e Gulliana Serafim

6 Alessandra Alkmim, Cristiane Nobre e Giulliana Serafim

6 Luiza Miranda e Ângela Campelo

6 Otília Reis, Nélio Rodrigues, Alessandra Alkmim, Ângela Geo e Giulliana Serafim

6 Lorenza Lacerda, Maria Antônia Calmon, Maria Eugênia Garcia e Giulliana Serafim

Page 81: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

O quê 6CasamentoOnde 6 Montes

Claros (MG)

O jornalista Theodomiro Paulino não escondia a emoção ao levar até o altar da Catedral Metropolitana sua filha de criação, a arquiteta Sterphanie Paulino Ramos, para o seu casamento com Lucas Campos Lage. Uma bela festa no Automóvel Clube marcou o casamento do ano e reuniu nomes elegantes da cidade e convidados do Rio, Brasilia e Belo Horizonte. O bufê foi de Joãozinho Prates, do Duca & Nazareth, a decoração de Vanilda Versiane e a banda Impacto show animou a noite. Fotos: Virginio Santos

6 O brinde dos noivos com os pais Marcelo e Cássia Campos Lage, Willy e Cláudia Paulino Ramos e Theodomiro Paulino

6 Danilo e Andréa Colares, Lucas e Sterphanie, Daniela Lima, Lucas Bassalo, Nicole Alvim e Thiago Lima

6 Denise e Paulo Zuba 6 Fátima Turano e Eliziário Resende

6 Lucas e Sterphanie6 Ana Elisa Marcondes, Grace Rousseff e Silvana Torres Rodrigues

Page 82: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58

VIVER Julho 8 - 2016

Lambança política

É profundamente lamentável o quadro político da atualidade brasileira. De dar pena. E olhem que passei por todas as crises desde o suicídio do presidente Getúlio Vargas. Eleições de Dutra e Juscelino. Retorno de Jango. Revolução de 1964. Redemocratização. Renúncia de Jânio Quadros e outras tantas de menos Ibope. Após as recentes delações do senhor Sérgio Machado e aquelas bastante esperadas, que virão das empreiteiras Odebre-cht e OAS, não encontro palavras que possam bem de-finir o quadro político que vivemos no momento. Como nos descuidamos a ponto de deixar o Brasil chegar a esse ponto é a pergunta que me aflige nos dias de hoje.

Lambança foi a expressão que melhor me ocorreu. Mais grave ainda, uma lambança política agravada por outra de natureza econômica, deixando o Brasil em um

estado de perplexidade e os brasileiros sem um pingo de confiança nos membros dos poderes Legislativo e Execu-tivo. Estamos todos, ou pelo menos a maioria absoluta, sem saber quem decide hoje ou quem vai decidir ama-nhã. Um presidente da República interino e outra que tudo faz para voltar. Um enorme ministério provisório e outro, que pode ser ainda maior, se a afastada presidente conseguir retornar. Um processo de impeachment em marcha lenta e sofrendo adiamentos até mesmo em função das Olimpíadas no Rio de Janeiro. E os desem-pregados que se danem. A economia também. Tudo a infelicitar os brasileiros e os eleitores nacionais.

Com o sistema político partidário desintegrado, a si-tuação é bastante grave e ninguém sabe como solucionar ou mesmo sugerir um caminho alternativo. A descon-fiança é nacional em relação aos políticos e é óbvio que as novas regras para as doações eleitorais vão restringir de modo expressivo as campanhas dos candidatos a prefei-to ou vereador, o que poderá provocar renovação ainda mais expressiva dos eleitos. Só nos cabe nesse momento exercitar nosso direito de modo o mais exigente, colabo-rando para uma nova safra de homens públicos.

A propósito, surpreende o baixo nível da propaganda eleitoral veiculada nos canais abertos de televisão. Em horário nobre, cujo custo seria altíssimo se fosse pago, uma produção de baixíssimo nível e ninguém aproveita. E em 2018, como será? A indagação da maioria é se a equi-pe econômica do presidente Michel Temer dará conta do recado. De há muito, devemos reconhecer, não víamos nomes tão expressivos e respeitados ocupando lugares e funções a eles tão adequadas. Vale a pena confiar.

Enquanto isso, a Lava Jato continua em sua missão de limpar o país, reconstruindo o que foi destroçado de nossa nação por bandidos de todos os tipos, tamanhos e partidos. Mas a corrupção continua. Ainda esta semana, o trecho da ferrovia Norte-Sul, em construção no estado de Goiás, trouxe de volta ao noticiário o notório Carlos Cachoeira, que tem pouco de bicheiro e muito mais de lobista, que desviou o montante de nada menos de 670 milhões de reais desta obra, em conluio com outra fi-gura carimbada, Fernando Cavendish, da Delta Constru-ção. O primeiro já está novamente preso e o segundo foi localizado simplesmente em Ibiza, balneário espanhol para milionários que podem gozar do dolce far niente graças ao monte de dinheiro sem origem e sem cor que possuem. É de se indagar por que o Brasil, que tem tantos juizados especiais, não cuidou ainda de instalar o mais importante da atualidade, um juizado de grandes falca-truas, entregue ao juiz Sérgio Moro e sua equipe de pro-curadores, com o permanente apoio da Polícia Federal.

Hermógenes Ladeira, empresário

Como nos descuidamos a ponto de deixar o Brasil chegar a esse ponto, é a pergunta que me aflige nos dias de hoje. Lambança foi a expressão que melhor me ocorreu

82

Hermógenes Ladeira

Page 83: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58
Page 84: Minas?assets.izap.com.br/.../uploads/listas/plusfiles/Viver_178_-_baixa.pdf · Equipe de arte Adroaldo Leal ... Gerente comercial Rodrigo Carvalho ... 26 Paulo Cesar de Oliveira 58