Mitologia Atena

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    Atena

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    Prefcio

    Sua principal caracterstica fsica o porte altivo.Invocando a proteo de Athena sobre todo e qualquer embate,tem-se a vitria como certa, uma vez que Palas Athena sempre acompanhada por Nik (avitria).

    Algumas Com a espada de ouro em punho ou lana resplandescente (numa imagem mais arcica),que fora presente do deus da techn Hefestos, Athena j nasce fortemente armada, pronta para aguerra. Mas o combate da deusa grega diferente da guerra do blico deus Ares.

    Na mitologia grega, Ares, o cruel deus da guerra, da carnificina.Individualista, no titubeia em impor sua caprichosa vontade a quem quer que seja.Enaltecido pelos Romanos, impulsivo, Ares um deus de carter epimetico: primeiro age, depoispensa.

    Pensar atividade da mente, do elemento Ar, este sim, distinge os homens das bestas.Da a prudente razoabilidade de Athena ser to necessria manuteno da ordem (Cosmos)

    e evoluo do esprito humano.

    De gosto pelo desafio da conquista, Ares acompanhado de ris (a Discrdia),que com seu archote em chamas acende o furor no corao dos soldados e seus filhos, Deimos(terror) e Phbos (medo),tambm servidores fiis desse funesto deus.

    O espetculo hediondo da carnificina causa horror a deusa Athena.

    Os gregos sempre preferiram a sbia, justa guerreira Palas Athena,filha da razo do soberano do Olimpo.

    Athena tambm patrona da guerra,mas trata-se do combate feito com intel igncia e astcia, motivado por um ideal honroso,guerra somente enquanto ltimo recurso, quando torna-se insuficiente a lcida resoluodiplomticae pacfica de qualquer polmica.

    Uma batalha tambm pode ser encarada como ltima eimportante argumentao na defesa da justia quando todas as outras falharam.Sendo assim seguimos adiante

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    Introduo

    Atena, tambm conhecida como Pallas Atenas, na mitologia grega a deusa da guerra, civil izao,sabedoria, estratgia, das artes da justia e da habilidade. Uma das principais divindades do

    panteon grego e uma dos doze deuses do olimpo.

    Atena recebeu culto em toda a Grcia antiga e em toda sua rea deinfluncia. Desde as colnias gregas da sia menos at as da pennsulaIbrica e ao Norte da frica. Sua presena atestada at as proximidadesda ndia.Atena tambm foi associada a duas deidades menores na Grcia Antiga:Nik, a deusa da vitria, por sua natural associao com a guerra, sendochamadaAthena Nik e recebendo um culto particularizado em templosprprios, e Hygieia, deusa da sade. Hygieia parece ter sido consideradauma emanao de Atena.

    Embora identificada com a sade, em especial a sade mental, a AthenaHygieia no deve ter sido envolvida primariamente com o tratamento dosdoentes.Antes, deve ter sido relacionada guarda da sade e simbolizado oconceito de que a sade poderia ser preservada se o homem vivesse deacordo com a razo e o bom senso e com o ideal da mente sadia em um

    corpo sadio, popularizado pelos romanos na expressomens sana in corpore sano.Em Esparta os doentes dos olhos buscavam auxlio invocando Athena Ophtalmitis.Segundo Graf, Na iconografia, no mito e na funo ritualMinerva inseparvel da Atena grega.As poucas diferenas entre a romana e a grega podem ser vistas como desenvolvimentos em umoutro lugar, outro tempo, e outra sociedade Mas qualquer trao desta divindade (Minerva) foiobliterado pela identificao romana com a Atena grega - uma identif icao que remonta aoperodo arcaico.Esta identificao foi, em parte, obra de artfices gregos itinerantes trabalhando em Roma,mas tambm porque os prprios romanos aceitaram a Atena Polias em seu capitlio.Como consequncia, qualquer diferena maior em relao a Atena desapareceu na imagem tardiadeMinervaH uma nica funo de Minerva que parece ter sido especificamente romana: a Minervacuradora, Minerva Mdica.

    Mesmo que possa ter havido uma l igao com a Atena Hygieia, houve uma mudana na nfase:

    enquanto que Atena Hygieia uma protetora esttica da sade, Minerva se tornou uma curadoraativa, uma mdica.

    Diversas outras divindades cultuadas na orla do Mediterrneo foram sincretizadas com Atenapor apresentarem traos em comum, em geral os que as faziam deuses guerreiras, aumentando onmero de variantes de seu culto e influindo na sua iconografia.Este fenmeno ocorreu no perodo helenstico, quando as expedies militares de Alexandre,

    http://books.google.com.br/books?id=0kaLJOgRoRoC&pg=PA123&dq=athena+nike+cult&hl=pt-BR&ei=jXNYTJaYAor_nAfd8t2hCQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20nike%20cult&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=0kaLJOgRoRoC&pg=PA123&dq=athena+nike+cult&hl=pt-BR&ei=jXNYTJaYAor_nAfd8t2hCQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20nike%20cult&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=okNfr4AuX00C&pg=PA129&dq=athena+hygeia&hl=pt-BR&ei=8FtYTMvZHIP98AaswqyLCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20hygeia&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=okNfr4AuX00C&pg=PA129&dq=athena+hygeia&hl=pt-BR&ei=8FtYTMvZHIP98AaswqyLCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20hygeia&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=okNfr4AuX00C&pg=PA129&dq=athena+hygeia&hl=pt-BR&ei=8FtYTMvZHIP98AaswqyLCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20hygeia&f=falsehttp://www.britannica.com/EBchecked/topic/383802/Minervahttp://www.britannica.com/EBchecked/topic/383802/Minervahttp://www.britannica.com/EBchecked/topic/383802/Minervahttp://www.britannica.com/EBchecked/topic/383802/Minervahttp://www.britannica.com/EBchecked/topic/383802/Minervahttp://www.britannica.com/EBchecked/topic/383802/Minervahttp://books.google.com.br/books?id=okNfr4AuX00C&pg=PA129&dq=athena+hygeia&hl=pt-BR&ei=8FtYTMvZHIP98AaswqyLCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20hygeia&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=0kaLJOgRoRoC&pg=PA123&dq=athena+nike+cult&hl=pt-BR&ei=jXNYTJaYAor_nAfd8t2hCQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20nike%20cult&f=false
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    o Grande levaram a cultura grega para o oriente e Egito, havendo registro de moedas com a efgiede Atena cunhadas at na sia central e periferia indiana.NaPrsiae em torno do deserto da Arbia ela foi identificada comIshtar eAllate foi sugerido que possa ter-se identificado com Anahit, deusa da fertilidade e equivalente deInana ouIshtar.Na Armnia associou-se com Nan, parte da trindade armnia e responsvel pelo atributo da

    proteo.Plutarco disse que no Egitosis era chamada de Atena porque expressava a idia de que havianascido de si mesma, relacionando-a virgindade e auto-suficincia, e Plato afirmou que emSas fundiam-na com Neith, pelos atributos da guerra e da tecelagem, e tinham um mesmo animalsimblico, a coruja.Em Chipre e na Fencia foi associada com Anat, a "virgem e destruidora", protetora das cidadelas.

    Nascimento de Atena

    A verso mais corrente de seu mito a d como filha partenognica de Zeus, nascendode sua cabea plenamente armada.

    Jamais se casou ou tomou amantes, mantendo uma virgindade perptua.Era imbatvel na guerra, nem mesmo Ares lhe fazia preo.

    Foi padroeira de vrias cidades mas se tornou mais conhecida como a protetora deAtenas e de toda a tica.

    O Prternon, o Templo de Atena.

    Festivais

    O festival da Plynteria tinha como centro a limpeza anual da mais antiga e mais sagrada dentre as

    imagens da deusa conservadas na acrpole, o Paldio, que era honrado com um fogo perptuo e

    segundo a tradio fora capturado pelos gregos que lutaram em Tria.

    http://books.google.com.br/books?id=jDXdyMCx4xYC&pg=PA68&dq=athena+medieval&hl=pt-BR&ei=fdBTTND4DIyNuAegqtjGBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=jDXdyMCx4xYC&pg=PA68&dq=athena+medieval&hl=pt-BR&ei=fdBTTND4DIyNuAegqtjGBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=jDXdyMCx4xYC&pg=PA68&dq=athena+medieval&hl=pt-BR&ei=fdBTTND4DIyNuAegqtjGBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=MWiMV6llZesC&pg=PA47&dq=athena&hl=pt-BR&ei=R61OTLPOBsSOuAfynqyxAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=MWiMV6llZesC&pg=PA47&dq=athena&hl=pt-BR&ei=R61OTLPOBsSOuAfynqyxAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=TccUAAAAIAAJ&pg=PA62&dq=athena+allat&hl=pt-BR&ei=1rFSTLiSH8GwuAf_xci_BA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20allat&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=TccUAAAAIAAJ&pg=PA62&dq=athena+allat&hl=pt-BR&ei=1rFSTLiSH8GwuAf_xci_BA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20allat&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=KjS8iUppUucC&pg=PA209&dq=athena+ishtar&hl=pt-BR&ei=MbJSTK7cC4-duAf9soS_BA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20ishtar&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=KjS8iUppUucC&pg=PA209&dq=athena+ishtar&hl=pt-BR&ei=MbJSTK7cC4-duAf9soS_BA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20ishtar&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=KjS8iUppUucC&pg=PA209&dq=athena+ishtar&hl=pt-BR&ei=MbJSTK7cC4-duAf9soS_BA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20ishtar&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=yqRRccJR1c4C&pg=PA140&dq=athena+isis&hl=pt-BR&ei=8rhSTOSzE4-HuAfLsOzKBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20isis&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=yqRRccJR1c4C&pg=PA140&dq=athena+isis&hl=pt-BR&ei=8rhSTOSzE4-HuAfLsOzKBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20isis&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=yqRRccJR1c4C&pg=PA140&dq=athena+isis&hl=pt-BR&ei=8rhSTOSzE4-HuAfLsOzKBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20isis&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=KjS8iUppUucC&pg=PA209&dq=athena+ishtar&hl=pt-BR&ei=MbJSTK7cC4-duAf9soS_BA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20ishtar&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=TccUAAAAIAAJ&pg=PA62&dq=athena+allat&hl=pt-BR&ei=1rFSTLiSH8GwuAf_xci_BA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20allat&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=MWiMV6llZesC&pg=PA47&dq=athena&hl=pt-BR&ei=R61OTLPOBsSOuAfynqyxAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=jDXdyMCx4xYC&pg=PA68&dq=athena+medieval&hl=pt-BR&ei=fdBTTND4DIyNuAegqtjGBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=athena%20&f=false
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    Era realizado por um pequeno grupo de sacerdotisas na lua nova entre fins de maio e incio de

    junho, longe das vistas do pblico, numa cerimnia propiciatria e purificadora que encerrava um

    ciclo agrcola e magicamente preparava o ciclo seguinte. Aparentemente o rito se desenrolava

    todo na acrpole, e iniciava com a remoo de seu manto, seguido da colocao de um vu sobre

    a esttua despida e lavagem do manto; um ou dois dias depois a prpria imagem era lavada,

    recebia seu manto limpo e era adornada com uma coroa de ouro e outros ornamentos preciosos,alm de possivelmente ser ungida com leo. A lavagem da esttua estava associada ao

    nascimento da deusa e recontava as primeiras celebraes dedicadas a Atena em tempos

    imemoriais. O festival se repetia em toda a tica e em vrias outras localidades gregas,

    apresentando muitas variaes, mas todas as descries remanescentes de ritos gregos so

    pobres em detalhes. Tambm a poca do ano em que a Plynteria era celebrada podia variar de

    acordo com costumes locais.

    Nik oferecendo um ovo a uma serpente enrolada em

    torno do pedestal do Paldio, junto com um guerreiro que

    observa. Cpia romana de obra helenista, Museu do

    Louvre.

    Orao na Acrpole

    (...)Um papel antigo, que descubro no meio das minhas notas de viagem, contm

    isto: orao que fiz na Acrpole, quando acabei por compreender a perfeita beleza: nobreza! beleza simples e verdadeira! Deusa, cujo culto significa razo esabedoria, tu, cujo templo uma eterna lio de conscincia e de sinceridade,tarde chego ao limiar dos teus mistrios; trago aoteu altar muitos remorsos. Para te encontrar, foram-me necessrias buscasinfindas. A iniciao que conferias ao ateniense, nascendo de um

    sorriso, tive de conquist-la fora de reflexes, custa de longos esforos.Nasci, deusa de olhos azuis, de pais brbaros, no meio dos bons e virtuosos Cimrios, que habitam beira de um mar sombrio, eriado de rochedos, semprebatido pelas tempestades. L, mal se conhece osol; as flores so espumas marinhas, algas e conchas coloridas que se

    encontram em baas solitrias. L, as nuvens apresentam-se sem cor,e at a alegria um pouco triste; mas l que fontes de gua frescabrotam do rochedo e os olhos das donzelas so como as fontes verdesem que, num fundo de ervas onduladas, se contempla o cu.Os meus pais, at onde nos possvel remontar, dedicavam-se anavegaes longnquas, por mares que os teus argonautas no conheceram. Jovem ainda, ouvi ascanes das viagens polares; fui embaladopela lembrana dos gelos flutuantes, dos mares de bruma semelhantes

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    ao leite, das ilhas povoadas de aves que, nas suas horas, cantam e,voando todas em conjunto, obscurecem o cu.Sacerdotes de um culto estrangeiro, provindo dos Srios da Palestina, tiveram o cuidado de meeducar. Sbios e santos eram esses sacerdotes. Ensinaram-me as longas histrias de Cronos, quecriou o mundo,e do seu filho que, diz-se, viajou sobre a terra. Os seus templos so trs

    vezes mais altos que o teu, Eurtmia, e semelhantes a florestas; sque no so slidos; caem em runas ao fim de quinhentos ou seiscentos anos; so fantasias debrbaros, que imaginam que se pode fazeralgo de bom fora das regras que tu, razo, traaste aos que inspiras. Mas estes temploscompraziam-me; eu no tinha estudado a tuadivina arte; neles encontrava deus. Neles se entoavam cnticos de queainda me lembro: Salve, estrela do mar,. . . Rainha dos que gemem neste vale de lgrimas; ou ento: Rosa mstica, torre de marfim, casade ouro, estrela da manh. . . Presta ateno, deusa, ao recordar-medesses cnticos, derrete-se o meu corao e quase me torno um apstata. Perdoa-me esteridculo; no podes imaginar o encanto que os magos brbaros instilaram nestes versos e como

    me custa seguir a razonua e crua.E, depois, se soubesses como se tornou difcil servir-te! Desapareceu toda a nobreza. Os Citasconquistaram o mundo. J no hrepblica de homens livres; h apenas reis descendentes de um sangueespesso, majestades de que haverias de sorrir. Pesados hiperbreos chamam levianos aos que teservem. . . Uma apavorante pambecia,uma amlgama de todas as sandices, estende sobre o mundo uma tampade chumbo, sob a qual se fica sem ar. Como te devem meter pena at os que te veneram! Lembras-te do calednio que, h cinquenta anos,estilhaou o teu templo a golpes de martelo para te levar para Tule?

    assim que todos fazem. . . Escrevi, em conformidade com algumasregras que aprecias, Teono, a vida do jovem deus que venerei naminha infncia; eles tratam-me como um Evmero; escrevem-me parasaber que objectivo me propus; apreciam apenas o que serve para fazerfrutificar as suas mesas de trapezistas. Cus! Para que se escreve a vida dos deuses? No ser apenas para que se aprecie o divino que nelesresidiu, para mostrar que este divino ainda vive e viver eternamenteno corao da humanidade?Lembras-te do dia, sob o arcontado de Dionisodoro, em que umfeio e pequeno judeu, falando o grego dos Srios, veio aqui, percorreuos teus trios sem te compreender, leu as tuas inscries de esguelha e

    julgou ter encontrado no teu recinto um altar dedicado a um deus, que

    seria o deus desconhecido? Pois bem, este judeu pequenote levou amelhor; durante mil anos, trataram-te como dolo, Verdade; durantemil anos, o mundo foi um deserto onde no germinava flor alguma.Em todo este tempo, permaneceste em silncio, Salpinx, clarim dopensamento. Deusa da ordem, imagem da estabilidade celeste, ramosculpados por te amar e, hoje, que por um trabalho consciencioso conseguimos aproximar-nos deti, acusam-nos de termos cometido umcrime contra o esprito humano, ao rompermos as cadeias de que Plato

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    se abstinha.S tu s jovem, Cora, s tu s pura, Virgem; s tu s s, Hgia; s tu s forte, V itria. Guardas as cidades, Prmacos; tens, rea, o que de Marte preciso, a paz o teu intuito, Pacfica. Legisladora, fonte dasconstituies justas! Democracia, tu, cujo dogmafundamental que tudo vem do povo e que, onde no h povo para

    alimentar e inspirar o gnio, nada existe, ensina-nos a extrair o diamante das multides impuras.Providncia de Jpiter, obreira divina,me de toda a indstria, protectora do trabalho, rgana, tuque constituis a nobreza do trabalhador civilizado e o colocas to portentosamente acima dopreguioso cita! Sabedoria, tu que Zeus gerou depoisde sobre si prprio se ter dobrado, aps ter respirado profundamente;tu que habitas em teu pai, inteiramente unida sua essncia; tu que sa sua companheira e a sua conscincia; energia de Zeus, que ateias emantns o fogo entre os heris e os homens de gnio, faz de ns espiritualistas realizados. No diaem que os Atenienses e os habitantesde Rodes lutaram pelo sacrifcio, decidiste habitar entre os Atenienses,como os mais sbios. Teu pai, porm, fez descer Pluto numa nuvem

    de ouro sobre a cidade de Rodes, porque tambm os seus habitantesprestaram homenagem sua filha. Os cidados de Rodes foram ricos, mas os Atenienses tiveram o esprito, ou seja, a verdadeira alegria, aeterna jovialidade, a divina infncia do corao.O mundo s se salvar regressando a ti, repudiando os seus laosbrbaros. Corramos, venhamos em turba. Que belo o dia em quetodas as cidades que recolheram os destroos do teu templo, Veneza,Paris, Londres, Copenhaga, iro reparar os seus furtos, formaro teorias sagradas para restituir osrestos que possuem, dizendo: Perdoanos, deusa! Foi para salvaguard-los dos maus gnios danoite, ereconstruiro as tuas paredes ao som da flauta, para expiar o crime do

    infame Lisandro! Depois iro a Esparta maldizer o solo onde esteveessa mestra de erros sombrios, e insult-la, porque j no existe.Firme em ti, resistirei aos meus fatais conselheiros; ao meu cepticismo, que me levou a duvidardo povo; minha inquietao de esprito que, quando o verdadeiro descoberto, ainda mo leva aprocurar; minha fantasia que, aps a razo se ter pronunciado, me impede deficar em repouso. Arquegeta, ideal que o homem de gnio encarnanas suas obras-primas, prefiro antes ser o ltimo em tua casa do que o primeiro noutro lado. Sim, agarrar-me-ei ao esti lbato do teu templo; esquecerei qualquer outradisciplina que no a tua, tornar-me-eium esti lita em cima das tuas colunas, a minha cela ser em cima datua arquitrave. Coisa ainda mais difcil! Por ti, se puder, tornar-me ei intolerante, parcial! S a ti

    amarei. Vou aprender a tua lngua, desaprender tudo o mais. Serei injusto para aquilo que no tediz respeito;tornar-me-ei o servo dos ltimos dos teus filhos. Exaltarei e adulareios actuais habitantes da terra que deste a Erecteu. Tentarei amar atos seus defeitos; persuadir-me-ei, Hpia, de que eles descendem doscavaleiros que, l em cima, no mrmore do teu friso, celebram a suafesta eterna. Arrancarei do meu corao toda a fibra que no for razoe arte pura. Deixarei de gostar das minhas doenas, de me comprazer

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    na minha febre. Conserva-me nos meus firmes propsitos, salutar!Ajuda-me, tu que salvas!Quantas dificuldades, de facto, prevejo! Quantos hbitos de esprito terei de mudar! Quantasgratas recordaes arrancarei do meucorao! Sim, tentarei; mas no estou seguro de mim. Tarde te conheci, beleza perfeita. Tereiretrocessos, fraquezas. Uma filosofia, decerto depravada, levou-me a acreditar que o bem e o mal,

    o prazer e ador, o belo e o feio, a razo e a loucura se transformam umas nas outrasatravs de cambiantes to indecifrveis como os do pescoo da pomba.Nada amar, nada odiar em absoluto, converte-se ento em sabedoria. Seuma sociedade, se uma filosofia, se uma religio tivesse possudo a verdade absoluta, estasociedade, esta filosofia, esta religio teria vencidotodas as outras e seria a nica a viver no momento atual. Enganaram-se todos os que at hoje

    julgaram ter razo, como agora vemos comclareza. Poderemos ns, sem louca presuno, acreditar que o futurono nos h de julgar como ns julgamos o passado? Eis as blasfmiasque o meu esprito, profundamente corrompido, me sugere. Uma literatura que, como a tua, fosse

    inteiramente salubre suscitaria, agora,apenas tdio.Sorris da minha ingenuidade. Sim, tdio. . . que fazer, se estamoscorrompidos? Irei mais longe, deusa ortodoxa, falar-te-ei da ntimadepravao do meu corao. Razo e bom senso no bastam. H poesiano Estrmon gelado e na embriagus do Trcio. Viro sculos em queos teus discpulos passaro por discpulos do tdio. O mundo maiordo que pensas. Se tivesses visto as neves do plo e os mistrios do cu astral, o teu rosto, deusasempre calma, no ficaria assim to sereno; a tua cabea, mais ampla, abrangeria diversos gneros de beleza. Tus verdadeira, pura, perfeita; o teu mrmore no tem mancha alguma;

    mas o templo de Santa Sofia, em Bizncio, tambm produz um efeitodivino com os seus tijolos e a sua calia. a imagem da abbadado cu. Desabar; mas se a tua cella houvesse de ser to ampla quecontivesse uma multido, tambm desabaria.Um rio imenso de esquecimento arrasta-nos para um precipciosem nome. abismo, tu s o deus nico. As lgrimas de todos ospovos so verdadeiras lgrimas; os sonhos de todos os sbios contmuma parte de verdade. Aqui em baixo tudo no passa de smbolo, desonho. Os deuses passam como os homens, e no seria bom que fossemeternos. A f que se teve nunca deve ser uma cadeia.Dela nos desembaraamos quando a enrolmos cuidadosamente no sudrio de prpuraonde dormem os deuses mortos(...)

    Ernest Renan

    Referncias

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  • 7/29/2019 Mitologia Atena

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    Wallace Alexandre de Lima Santos