Modelo baseado na lógica Fuzzy para a avaliação do potencial de erosão dos solos no alto e médio curso da bacia do Rio Macaé, RJ

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    Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Centro de Tecnologia e Cincias

    Faculdade de Engenharia

    Guilherme Miranda de Siqueira

    Modelo baseado na lgica Fuzzy para a avaliao do potencial de

    eroso dos solos no alto e mdio curso da bacia do Rio Maca, RJ

    Rio de Janeiro2012

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    Guilherme Miranda de Siqueira

    Modelo baseado na lgica Fuzzy para a avaliao do potencial de eroso dos

    solos no alto e mdio curso da bacia do Rio Maca, RJ

    Dissertao apresentada, como requisitoparcial para obteno do ttulo deMestre, ao Programa de Ps-Graduaoem Engenharia de Computao, daUniversidade do Estado do Rio deJaneiro. rea de concentrao:Geomtica.

    Orientadora: Prof. Dr. Margareth Simes Penello Meirelles

    Coorientador: Prof. Dr. Antnio Jos Teixeira Guerra

    Rio de Janeiro

    2012

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    CATALOGAO NA FONTEUERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC/B

    Autorizo, apenas para fins acadmicos e cientficos, a reproduo total ou parcial

    desta dissertao, desde que citada a fonte.

    Assinatura Data

    S619 Siqueira, Guilherme Miranda de.Modelo baseado na lgica Fuzzy para a avaliao do

    potencial de eroso dos solos no alto e mdio curso dabacia do Rio Maca, RJ / Guilherme Miranda de Siqueira.

    . - 2012.115 f.

    Orientadora: Margareth Simes Penello Meirelles.Coorientador: Antnio Jos Teixeira Guerra.Dissertao (Mestrado) Universidade do Estado do

    Rio de Janeiro, Faculdade de Engenharia.

    1. Engenharia de Computao. 2. Lgica difusa Dissertaes. 3. Solos Eroso Dissertaes. 4. Maca,Rio, Bacia (RJ) Dissertaes. I. Mangiavacchi, Norberto.II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. III. Ttulo.

    CDU 004.89

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    Guilherme Miranda de Siqueira

    Modelo baseado na lgica Fuzzy para a avaliao do potencial de eroso

    dos solos no alto e mdio curso da bacia do Rio Maca, RJ

    Dissertao apresentada, como requisitoparcial para obteno do ttulo de Mestre,ao Programa de Ps-Graduao emEngenharia de Computao, daUniversidade do Estado do Rio de Janeiro.rea de concentrao: Geomtica.

    Aprovado em: 14 de setembro de 2012.Banca examinadora:

    _______________________________________________Prof. Dr. Margareth Simes Penello Meirelles (Orientadora)Faculdade de Engenharia UERJ

    _______________________________________________Prof. Dr. Orlando Bernardo FilhoFaculdade de Engenharia UERJ

    _______________________________________________Prof. Dr. Flvio Joaquim de SouzaFaculdade de Engenharia UERJ

    _______________________________________________Prof. Dr. Antnio Jos Teixeira Guerra (Coorientador)Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJDepartamento de Geografia IGEO

    _______________________________________________Prof. Dr. Rodrigo Peanha Demonte FerrazEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria EMBRAPA Solos

    Rio de Janeiro2012

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    DEDICATRIA

    minha esposa, Fernanda, e ao meu filho, Tomaz, pela fora,motivao e confiana depositadas ao longo dessa jornada,

    acreditando incondicionalmente no meu trabalho.

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    AGRADECIMENTOS

    Professora Margareth e ao Professor Guerra pela orientao nessa

    dissertao e pela confiana creditada.

    Professora Alessandra pelas dicas no uso do programa IDRISIS e pelos

    conselhos dados no decorrer das disciplinas ministradas.

    Aos companheiros da ECOLOGY AND ENVIRONMEMT DO BRASIL pela

    pacincia e incentivo.

    A todos da minha turma pelas trocas valiosas de conhecimento e informao.

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    Os dias que estes homens passam nas montanhas so os dias em querealmente vivem. Quando a mente se limpa das teias de aranha e o sangue corre

    com fora pelas veias. Quando os cinco sentidos recobram a vitalidade e o homem

    completo se torna mais sensvel, e ento j pode ouvir as vozes da natureza, e ver

    as belezas que s esto ao alcance dos mais ousados.

    Reinhold Messner

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    RESUMO

    SIQUEIRA, Guilherme Miranda de. Modelo baseado na lgica Fuzzy para aavaliao do potencial de eroso dos solos no alto e mdio curso da baciado Rio Maca, RJ. 2012. 115f. Dissertao (Mestrado em Engenharia)Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Computao, Universidade doEstado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2012.

    A avaliao do potencial de eroso dos solos constitui um estudo defundamental importncia no auxilio conservao dos solos e do meio-ambiente,bem como auxiliar na elaborao de planos de manejo de Unidades de Conservao

    e tambm no planejamento territorial em reas urbanas e rurais. Porm, a conduode estudos de campo para a aferio do potencial a eroso dos solos so caros edemandam muito tempo, levando muitos especialistas a adotarem modelosempricos. Objetivando o desenvolvimento de tcnicas para a avaliao do potencialde eroso dos solos no alto e mdio curso da bacia do rio Maca RJ, o presentetrabalho prope-se a elaborar um modelo matemtico baseado no conceito doconjunto e da lgica fuzzy a partir de um Sistema de Informaes Geogrficas. Omodelo proposto explora relaes de causa-efeito do princpio fundamental dasrelaes especficas entre os processos e indicadores da eroso dos solos onde, nopresente estudo, a aplicao do modelo baseado na lgica fuzzyse deu atravs dacombinao de dez parmetros: ndice de umidade, aspecto da vertente, capacidadede campo, condutividade hidrulica, precipitao mdia anual, cobertura vegetal,declividade, pedoforma da encosta, densidade do solo e, porosidade total, que foramagregados em 4 conjuntos de variveis lingusticas: (i) Potencial de Umidade doSolo; (ii) Potencial de Escoamento Superficial; (iii) Capacidade de Transporte e; (iv)Potencial de Eroso do Solo. O produto final do modelo indica as regies querenem mais ou menos fatores de promoo de processos erosivos e, portanto,referentes aos dados de entrada utilizados sendo, portanto, valiosa ferramenta paratomada de deciso na elaborao de planos e programas de preveno e controle.

    Palavras-chaves: Eroso dos solos; Sistemas de Informaes Geogrficas; Lgica

    Fuzzy; ndice de umidade; Aspecto da vertente; Capacidade de campo;

    Condutividade hidrulica; Precipitao mdia anual; Cobertura vegetal; Declividade,

    Pedoforma da encosta; Densidade do solo; Porosidade total.

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    ABSTRACT

    The evaluation of the soil erosion potential is a fundamental importance studyas a tool to aid in soil conservation and the environment, as well as assisting in thepreparation of management plans for protected areas and also in territorial planningin urban and rural areas. However, conducting field studies to gauge soil erosionpotential are expensive and take a long time, leading many experts in the use ofempirical models. Aiming at the development of techniques for the assessment of soilerosion potential in the upper and middle course of the Maca river basin - RJ, thispaper proposes to formulate a mathematical model based on the concept of fuzzysets and fuzzy logic using a Geographic Information System. The proposed model

    explores cause-effect relationships on the basis of the general knowledge aboutcauses and the specific relation between processes and indicators of soil erosionwhich, in the present study, the application of fuzzy-based model was made bycombining ten parameters: wetness index , aspect of slope, field capacity, hydraulicconductivity, average annual rainfall, vegetation cover, slope, surface curvature, bulkdensity and soil porosity, which were aggregated into four linguistic variables sets: (i)Soil Moisture Potential; (ii) Runoff Potential; (iii) Transport Capacity and (iv) SoilErosion Potential. The final product of the model indicates regions that gather moreor less factors promoting erosion and thus related to the input data used and istherefore a valuable tool for decision making in the development of plans andprograms for prevention and control.

    Keywords: Soil erosion; Geographic Information System; Fuzzy logic; Wetness ndex;

    Aspect of slope; Field capacity; Hydraulic conductivity; Average annual rainfall;

    Vegetation cover; Slope; surface curvature; Bulk density and soil porosity.

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    SUMRIO

    INTRODUO ..................................................................................................................... 91 REVISO BIBLIOGRFICA ............................................................................................. 121.1 Eroso dos Solos............................................................................................................. 141.2 Eroso dos Solos e a Lgica Fuzzy............................................................................... 151.3 Classificao Fuzzy......................................................................................................... 182 MATERIAIS E MTODOS ................................................................................................ 202.1 Caracterizao da rea de Estudo ................................................................................. 202.2 Mtodos ............................................................................................................................ 242.3 Construo do Modelo .................................................................................................... 262.4 Caracterizao e Obteno dos Dados ......................................................................... 282.5 Padronizao No-Booleana dos Dados ....................................................................... 382.6 Sistemas de Inferncia Fuzzy(sif) ................................................................................. 413 RESULTADOS E DISCUSSES ...................................................................................... 453.1 Potencial de Umidade Do Solo ....................................................................................... 453.2 Potencial de Escoamento Superficial ............................................................................ 543.3 Potencial de Capacidade de Transporte ....................................................................... 643.4 Potencial de Eroso do Solo .......................................................................................... 714 CONCLUSES .................................................................................................................. 935 CONSIDERAES FINAIS .............................................................................................. 94

    REFERNCIAS ................................................................................................................. 95APNDICE AAlgoritmo do script topographicwetnessindex: .................................... 104APNDICE BBase de regras para cada SIF .............................................................. 107

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    INTRODUO

    A avaliao do potencial de eroso dos solos constitui um estudo de

    fundamental importncia no auxilio conservao dos solos e do meio-ambiente,

    bem como auxiliar na elaborao de planos de manejo de Unidades de Conservao

    e tambm no planejamento territorial em reas urbanas e rurais.

    Para Mitra et al (1998), a eroso dos solos um dos maiores problemas

    ambientais do mundo, pois afeta em longo prazo a produtividade da terra, e tambm

    contribui para a degradao da qualidade das guas pela adio de sedimentos,

    nutrientes, pesticidas e aumenta a turbidez. Nesse contexto, mapas que identifiquem

    a distribuio espacial do potencial de eroso dos solos so teis em fornecer

    perspectivas em nvel regional e/ou nacional.

    Os recentes desenvolvimentos tecnolgicos e os refinamentos nos Sistemas

    de Informaes Geogrficas (hardware e software), aliados s tcnicas de aquisio

    de dados, tm revolucionado suas possibilidades de aplicao nos estudos dos

    recursos terrestres. A ligao da informao espacial com a informao alfanumrica

    facilita a tomada de deciso e permite a simulao de fenmenos naturais (Rosa,

    2002; Loch, 2006).

    A utilizao de Sistemas de Informaes Geogrficas (SIG) e tcnicas

    associadas de geoprocessamento requerem cuidados especiais quanto criao de

    uma base de dados adequada e eficiente. Ou seja, o geoprocessamento um

    instrumento poderoso para a investigao geomorfolgica, permitindo tanto a anlise

    setorializada, quanto a pesquisa integrada da atuao de processos

    geomorfolgicos convergentes no tempo e no espao geogrfico (Xavier da Silva,

    1994; Rosa, 2002; Loch, 2006).

    Segundo Meirelles et al (2007), o propsito dos projetos que utilizam os

    Sistemas de Informaes Geogrficas como ferramenta a combinao de dados

    espaciais, a fim de descrever e analisar as interaes, fazer predies por meio de

    modelos e propiciar o suporte necessrio para a tomada de deciso.

    As mudanas no uso da terra e na cobertura vegetal influem diretamente na

    dinmica geomorfolgica, principalmente em se tratando da remoo da vegetaonativa, deixando o solo exposto, o que favorece a eroso acelerada, pois aumenta

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    substancialmente o escoamento superficial atingindo propores graves (Selby,

    1993; Lepsch, 2002).

    Os clculos para aferio do potencial de determinadas reas eroso dos

    solos atravs de coletas de dados no campo em estaes experimentais uma

    atividade extremamente custosa, principalmente nos centros de pesquisa dos pases

    emergentes. A eroso est associada a uma srie de fatores como climatologia,

    estrutura dos solos, cobertura vegetal, topografia e, prticas de uso do solo, e a

    aquisio de dados fidedignos de todos os fatores associados se torna tarefa das

    mais difceis.

    Por esta razo, modelos empricos para calcular o potencial eroso dos

    solos vem sendo desenvolvidos como USLE (WISCHMEIER & SMITH, 1978),RUSLE (RENARD et. al., 1994), WEPP (ALBERTS et. al., 1987), e o SWAT

    (ARNOLD & FOHRER, 2005), e inmeros outros, porm alguns problemas vem

    sendo detectados em decorrncia da incerteza associada quantificao dos

    parmetros dos modelos.

    Ferramentas SIG tambm foram desenvolvidas objetivando o ajuste destes

    modelos. Por exemplo, o GEOWEPP foi desenvolvido para que o WEPP pudesse

    ser trabalhado em ambiente SIG sendo utilizado juntamente com o software ArcGis;e o ARCSWAT foi desenvolvido para o SWAT com a mesma finalidade do

    GEOWEPP.

    Nesse sentido, o tema proposto poder contribuir na anlise de processos

    erosivos do alto e mdio curso da bacia do rio Maca, onde a pecuria e a

    agricultura so as principais atividades econmicas e responsveis pela supresso

    de grande parte da vegetao primitiva, utilizando um sistema baseado na teria dos

    conjuntos e da lgica fuzzycomo ferramenta na combinao de mapas temticos.Objetivando o desenvolvimento de tcnicas para a avaliao do potencial a

    eroso dos solos no alto e mdio curso da bacia do rio Maca RJ, o presente

    trabalho prope-se a elaborar um modelo matemtico baseado no conceito do

    conjunto e da lgica fuzzyauxiliado por um Sistema de Informaes Geogrficas em.

    De acordo com o objetivo geral do estudo, os objetivos especficos so:

    Organizar os dados espaciais temticos da regio de estudo em um Sistema

    de Informaes Geogrficas (SIG);

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    Elaborar modelo baseado na teoria do conjunto e da lgica fuzzyna avaliao

    do potencial de eroso dos solos no alto e mdio curso da bacia do rio Maca

    RJ e;

    Elaborar sistema de apoio tomada de deciso a partir da avaliao do

    potencial de eroso dos solos no alto e mdio curso da bacia do rio Maca

    RJ.

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    1 - REVISO BIBLIOGRFICA

    A teoria de conjuntos fuzzy e os conceitos de lgica fuzzy podem ser

    utilizados para traduzir em termos matemticos a informao imprecisa expressa por

    um conjunto de regras lingsticas.

    Zadeh (1965) desenvolveu a teoria dos conjuntos fuzzypermitindo assim a

    modelagem matemtica de problemas complexos com dados imprecisos. A teoria

    dos conjuntos fuzzy, que uma generalizao da teoria clssica dos conjuntos, tem

    como caracterstica a atribuio de uma funo de pertinncia a um conjunto de

    dados. A teoria dos conjuntos fuzzy adequada quando necessrio descrever

    ambigidades, incertezas e imprecises em modelos matemticos ou modelos

    conceituais de fenmenos empricos (Barreto-Neto & Souza Filho 2008). O controle

    executado pela lgica fuzzy imita um comportamento baseado em regras ao invs

    de um controle explicitamente restrito a modelos matemticos.

    Desde que o conceito do conjunto fuzzy foi introduzido por Lotfi Zadeh em

    1965, o mundo tem presenciado um enorme progresso nas teorias e nas aplicaes

    dos sistemas fuzzy. Diversas reas do conhecimento cientfico vem desenvolvendo

    aplicaes da teoria fuzzy, e que vem sendo divulgado em diversos artigos

    cientficos, bem como nos encontros da International Fuzzy Systems Association

    (IFSA) e da European Society For Fuzzy Logic And Technology(EUSFLAT).

    Os sistemas de inferncia fuzzytiveram suas aplicaes iniciais concentradas

    na rea de Controle (Mamdani 1974 e Takagi & Sugeno 1985), onde se procurava

    modelar por meio de regras linguisticas o modo aproximado de raciocnio, tentando

    imitar a habilidade humana de tomar decises racionais em um ambiente de

    incerteza e impreciso. Posteriormente, a gama de aplicaes cresceu

    consideravelmente, principalmente quando os sistemas de inferncia fuzzy se

    tornaram tambm capazes de lidar com o conhecimento objetivo. Um passo

    importante neste sentido foi o aparecimento dos sistemas de topologia semelhante

    neuro-fuzzy, onde um sistema de inferncia fuzzy estruturado segundo redes

    neurais, cujas camadas correspondem s diversas fases do processo de inferncia.

    Esta hibridizao faz uso de algoritmos de aprendizado das redes neurais para a

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    sintonia dos parmetros de sistemas fuzzy, permitindo aplicaes de sucesso em

    reas como Classificao e Previso de sries temporais (Gomide et. al. 1995).

    Por esta razo, inmeros estudos de cunho scio-ambientais aplicaram

    metodologias de inferncia fuzzy para descrever relaes de ambigidades,

    incertezas e imprecises.

    Segundo Prato (2005) uma alternativa para avaliar a sustentabilidade de

    ecossistemas a utilizao de conjuntos fuzzyno desenvolvimento de proposies

    fuzzysobre os atributos do ecossistema. Para o autor, a abordagem convencional

    para avaliar a sustentabilidade de um ecossistema exige o estabelecimento de

    limites de sustentabilidade para os atributos, que se mensurem os atributos e,

    posteriormente, determinar se os atributos esto abaixo ou acima dos limitesestabelecidos, implicando em uma distino imprecisa entre o ecossistema e

    sustentabilidade.

    Mishina et. al. (2006) propuseram um sistema para avaliao qualitativa do

    risco em oleodutos terrestre baseado na metodologia da Inspeo Baseada em

    Risco e na Lgica Fuzzy. Os autores desenvolveram uma matriz de risco associada

    ao transporte de petrleo e seus derivados, considerando as probabilidades e as

    conseqncias associadas ao dano por corroso. Os resultados obtidosdemonstraram que a utilizao da lgica fuzzy pode ser empregada como tcnica

    alternativa bastante eficiente na avaliao de risco em oleodutos corrodos.

    Com o aperfeioamento de softwares capazes de trabalhar com sistemas de

    informaes geogrficas (SIG), o potencial da teoria do conjunto fuzzy em SIG

    comeou a ser desenvolvido. Robinson (2003) discutiu os fundamentos dos

    conjuntos fuzzye como estes podem ser utilizados em ambiente SIG, demonstrando

    vrios mtodos utilizados na especificao de componentes dos conjuntos fuzzynasaplicaes SIG. Robinson (2003) incluiu a tcnica de classificao fuzzycomo um

    dos mtodos que todo futuro gegrafo fsico dever se sentir confortvel em usar.

    Leite (2004) descreveu como a lgica fuzzy associada ao sistema de

    informao geogrfica pode ser aplicada a Planos Diretores. O estudo de caso de

    Ponte Nova, em Minas Gerais, demonstrou como a lgica fuzzy pode servir como

    mtodo de concepo de mapas temticos.

    Borba et. al. (2007) apresentaram uma metodologia baseada na utilizao da

    lgica fuzzypara modelar a incerteza e a subjetividade inerentes ao processo de

    alocao de custos ambientais.

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    Observa-se, tambm, uma srie de estudos sobre o potencial de eroso dos

    solos associado ao conceito da lgica fuzzy. O objetivo deste trabalho ser mostrar

    como os estudos vem sendo conduzidos para melhor adequar a lgica fuzzy ao

    estudo do potencial de eroso dos solos.

    1.1 - EROSO DOS SOLOS

    De acordo com o conceito de Arajo et. al. (2005) a eroso a perda dacamada superficial do solo pela ao da gua e/ou vento causando a perda da

    fertilidade e levando a degradao do solo. Brady (1989) enfatiza que nenhum outro

    fenmeno do solo mais destrutivo em mbito mundial do que a eroso, pois

    abrange perdas de gua e de nutrientes minerais essenciais para os vegetais em

    ritmos muito mais elevados do que ocorrem mediante lixiviao e, contudo, as

    partculas de sedimentos removidos podem deslocar-se para corpos hdricos

    transformando-se em problema de poluio. Segundo Eswaran (2001) a degradaodos solos continuar sendo um grande problema por todo o sculo 21 por causa do

    seu impacto na produtividade agronmica, no meio ambiente, e seu efeito na

    qualidade de vida.

    Diversos so os fatores associados s causas de degradao dos solos,

    podendo ser categorizados como fatores facilitadores (desmatamento,

    superpastoreio, topografia, textura do solo) e fatores diretos (uso de mquinas,

    drenagem insuficiente, chuvas fortes), segundo definio de Arajo et. al. (2005).Werland (2004) apresenta o modelado do relevo como sendo a causa e

    consequncia da eroso, enfatizando como a energia do relevo confere elevado

    grau de fragilidade a Bacia Sedimentar do Paran na busca pelo equilbrio,

    comandado pela dinmica fluvial.

    A identificao dos fatores causadores da eroso dos solos proporcionou a

    elaborao de uma equao universal de perda dos solos, desenvolvida pelo

    Departamento de Agricultura dos Estados Unidos na dcada de 60 e 70

    (WISCHMEIER & SMITH, 1978). Os fatores abordados pela equao universal so:

    (i) fator (R) de precipitao e escoamento, que corresponde precipitao e ao

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    escoamento e mede a fora erosiva de ambos; (ii) fator (K) de erodibilidade do solo,

    que indica a capacidade de eroso de acordo com a capacidade de infiltrao e a

    estabilidade estrutural do solo; (iii) fator topogrfico (LS) que reflete a influncia do

    comprimento e do desnvel da encosta; (iv) fator de cobertura e manuseio do solo

    (C), que representa a influncia das variaes nos sistemas de cultivo e de

    manuseio sobre as perdas de solo e; (v) fator (P) de prticas de controle, que

    engloba os benefcios das culturas em curvas de nvel, em fileiras e outras prticas

    de controle.

    A perfeita compreenso de como atuam todos esses fatores de extrema

    importncia para aferio do potencial de eroso dos solos. Segundo Arajo et. al.

    (2005) a Geomorfologia passa a ter um importante papel, juntamente com aPedologia, no diagnstico de reas degradas, pois todas, ou quase todas, as

    atividades que os seres humanos desenvolvem na superfcie terrestre esto sobre

    alguma forma de relevo ou algum tipo de solo.

    1.2 - EROSO DOS SOLOS E A LGICA FUZZY

    Parecido com outros modelos empricos de eroso do solo, a equao

    universal de perda dos solos descreve a relao entre perda de solo e diversos

    fatores ambientais e de manejo definidos atravs da observao, mensurao,

    experimento e analises estatstica. Isso levou ao problema comum de todos os

    modelos empricos, fcil de aplicar porem questionvel no que se refere descrioadequada da relao entre perda de solo e fatores determinantes.

    Desde a introduo da equao universal de perda dos solos nos anos 60 e

    70, novos estudos esto sendo utilizados no aperfeioamento desta equao e na

    elaborao de novas equaes. Incluindo novos e revisados mapas de isoietas; uma

    nova equao para comprimento e inclinao das encostas; um subfator para

    calcular um fator de manejo da cobertura do solo e; novos valores de praticas

    conservacionistas tanto para reas agrcolas quanto para pastagens.

    De acordo com Cohen et. al. (2008) a maioria dos modelos para

    determinao da eroso dos solos no so capazes de aferir com preciso o

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    potencial de eroso em grandes reas heterogneas. Uma das causas principais

    apontada pelo autor est na incerteza associada quantificao dos parmetros dos

    modelos. Frana et. al. (2005) acreditam que as limitaes de tais modelos

    empricos sejam decorrentes de: (i) necessitam de um grande volume de dados,

    alguns deles de difcil obteno; (ii) so geralmente desenvolvidos para regies

    diferentes daquelas nas quais so aplicados; (iii) na maioria das vezes so criados

    para escalas nas quais diferentes interaes e processos podem ser importantes.

    Frente s dificuldades para precisar o potencial de eroso dos solos atravs

    de modelos empricos, a lgica fuzzy vem sendo utilizada no aperfeioamento

    desses modelos.

    Tran et. al. (2002) discutiram a aplicao de modelo baseado na lgica fuzzypara aperfeioar a representao do RUSLE - Revised Universal Soil Loss Equation

    (RENARD et. al., 1994). Uma analise de mais de 1.700 conjunto de dados, tomados

    de mais de 200 parcelas de 21 locais diferentes nos Estados Unidos, mostrou que

    eroso do solo no foi adequadamente descrito apenas pela multiplicao dos 5

    fatores do RUSLE, em todos os casos. A abordagem de modelo baseado na lgica

    fuzzy foi utilizada para tornar a estrutura do RUSLE mais flexvel em descrever a

    relao entre eroso do solo e outros fatores, e em tratar com dados e modelosincertos. A utilizao do modelo baseado na lgica fuzzynesse estudo permitiu que

    o modelo de regresso linear do RUSLE fosse trocado por um modelo de regresso

    fuzzy. Esse estudo mostrou que a abordagem do modelo baseado na lgica fuzzy

    aplicada no RUSLE foi superior a tradicional abordagem estatstica e pode ser

    utilizada em outros modelos empricos.

    Barreto-Neto & Souza Filho (2008) apresentaram um modelo baseado na

    lgica fuzzy para estimar o escoamento superficial em uma bacia hidrogrficatropical. Os dados utilizados foram coletados em uma bacia tropical coberta pela

    Floresta Atlntica e pastagens, e envolveu compilao de mapas, processamento de

    dados multiespectrais ASTER, e trabalho de campo. O resultado deste estudo

    demonstrou como o clculo do escoamento superficial pelo modelo fuzzy chegou

    bem prximo do escoamento mensurado em campo, confirmando o potencial de se

    usar a teoria fuzzyem modelos de fenmenos naturais.

    Cohen et. al. (2008) desenvolveram um modelo baseado na lgica fuzzypara

    aferir o potencial de eroso dos solos (fuzzy-based dynamic soil erosion model \

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    - 17 -

    FuDSEM). Neste modelo so estabelecidas funes a cada conjunto de dados e

    calculado utilizando os seguintes parmetros:

    a) Potencial De Umidade Do Solo: que utiliza o tempo decorrido da chuva

    anterior a tomada dos dados; declividade da encosta; ndice de umidade e;

    capacidade de campo.

    b) Potencial De Escoamento Superficial: que utiliza o valor calculado no grupo

    (i); excesso de infiltrao; volume de chuva dirio e; a cobertura vegetal.

    c) Potencial Da Capacidade De Transporte: que utiliza o valor calculado no

    grupo (ii); ndice de acmulo de escoamento superficial e; declividade.

    d) Potencial De Eroso Do Solo: que utiliza o valor calculado no grupo (iii) e; ondice (K) de erodibilidade dos solos utilizado na equao universal de

    perda do solo.

    Lobo et. al. (2006) avaliaram a vulnerabilidade natural eroso do solo no

    municpio de Morro do Chapu-BA, a partir do modelamento das variveis, geologia,

    geomorfologia, solo, clima, vegetao e uso do solo. As variveis foram integradas

    por operadores de lgica fuzzy. Os autores concluram que modelamentos baseadosem lgica fuzzy possibilitam a codificao do conhecimento, numa forma mais

    coerente ao modo como os especialistas pensam, aproximando-se assim, do modo

    cognitivo utilizado por eles na anlise de problemas, tornando a apreenso da

    realidade muito mais confivel.

    Frana et. al. (2005) propuseram uma metodologia para estimar a distribuio

    espacial de classes de potencial eroso fazendo-se uso dos conceitos de lgica

    fuzzy em um modelo que se diferencia pelo nmero reduzido de variveis, poisutiliza somente duas provenientes dos mapas de declividade e de cobertura do solo.

    Os modelos (USLE e Fuzzy) foram aplicados na rea teste microbacia do Rio

    Pimentel, localizada no Municpio de So Fidlis, Estado do Rio de Janeiro e,

    posteriormente, foi realizada uma anlise comparativa entre os resultados obtidos

    pelos dois mtodos. Os resultados mostraram que o modelo fuzzy pode vir a ser

    utilizado para otimizar visitas ao campo e intervenes quanto ao manejo, uso e

    cobertura do solo, entretanto, para validao dos resultados obtidos, o trabalho de

    campo imprescindvel.

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    - 18 -

    Para Mitra et. al. (1998), existe a necessidade de se desenvolver mtodos

    simples para o prognstico de reas com grande vulnerabilidade a eroso utilizando

    dados imprecisos, com custo reduzido, e com certa preciso. Os autores utilizaram,

    novamente, uma comparao entre modelo baseado na lgica fuzzy e a equao

    universal de perda de solo (USLE), e os resultados corroboram com o que foi

    discutido at o momento; comparado com o prognstico obtido atravs do modelo

    USLE, o modelo baseado na lgica fuzzyfoi eficiente na diferenciao de reas com

    potencial a eroso dos solos utilizando pequena base de dados.

    1.3 - CLASSIFICAO FUZZY

    De acordo com Meirelles (1997), em vez de se classificar as informaes

    geogrficas em classes definidas de forma exata e depois atribuir pesos s classes,

    conforme feito na classificao por mdia ponderada, pode-se adotar uma outra

    estratgia a qual reescalona-se o dado original em uma escala de graduaocontnua atravs da atribuio de valores contnuos de pertinncia, que podem ser

    atribudos a atributos individuais ou a grupos de atributos.

    O valor de pertinncia atribudo cada classe ir depender (i) da funo

    utilizada para atribuir valores de classificao contnua e; (ii) em como estes valores

    variam com a distncia, no espao de atributos, e com as fronteiras estritas da

    classe.

    Dessa forma, um conjunto de valores fuzzy A em X definidomatematicamente como o par ordenado:

    A = {(x, A(x) )}, x X(1)

    Onde X = (x) o universo de discurso, A(x) o grau de pertinncia de x em

    A. O valorA(x) um nmero que pertence ao intervalo [0,1], onde 1 representa a

    associao total do conjunto, e 0 a no associao. Os graus de associao de x

    em A refletem uma espcie de ordem que no baseada na probabilidade, mas na

    possibilidade. Estes valores so obtidos por funes de pertinncia.

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    - 19 -

    Desta forma, contrariamente aos conjuntos tratados na lgica booleana, que

    permitem apenas o uso de funes de associao binria, identificando valores ou

    verdadeiros ou falsos, o conjunto fuzzyadmite a possibilidade de uma associao

    parcial.

    Um mapa resultante da sobreposio de vrios Planos de Informao fuzzy,

    pode ser obtido atravs da utilizao de operadores, ou seja, vrios operadores

    podem ser aplicados para combinar funes de pertinncia de dois ou mais mapas.

    Segundo Meirelles (1997), para o caso do cruzamento temtico em estudos a nvel

    de planejamento regional, os seguintes operadores podem ser utilizados:

    a) Interseo: FuzzyAND;

    b) Unio: FuzzyOR;

    c) Produtos Algbricos Fuzzy;

    d) Soma Algbrica Fuzzy;

    e) Operador Gama e;

    f) Soma Convexa

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    - 20 -

    2 - MATERIAIS E MTODOS

    2.1 - CARACTERIZAO DA REA DE ESTUDO

    A bacia do rio Maca pertence aos Municpios de Nova Friburgo (onde nasce

    o rio), Trajano de Moraes, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Conceio de

    Macabu, Carapebus e Maca (onde se situa a foz). Segundo a diviso da Fundao

    CIDE, engloba praticamente toda a rea dos limites territoriais do municpio de

    Maca (1.178 km), parte do municpio de Rio das Ostras (43 km), alm dos

    municpios de Nova Friburgo (340 km), Casimiro de Abreu (90 km) e Conceio de

    Macabu (88 km). A bacia drena uma rea de aproximadamente 1.773 km,

    percorrendo cerca de 136 km, at desaguar no Oceano Atlntico (Figura 1).

    Figura 1 - Mapa de Localizao da rea de EstudoFONTE: LAGESOLOS-UFRJ, 2009

    Para delimitao da rea de estudo utilizou-se o limite da Unidade de

    Conservao APA de Maca de Cima, adquirido atravs do site do IBAMA

    (http://www.ibama.gov.br/zoneamento-ambiental). A APA compreende uma rea de

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    aproximadamente 35.000 hectares abrangendo os Municpios de Nova Friburgo e

    Casimiro de Abreu (Figura 2).

    A geomorfologia da rea de estudo se insere nas escarpas da serra de

    Maca, Macab e Imb, com uma amplitude topogrfica elevada, variando de 170 m

    a quase 1800 m (Figura 3). Caracteriza-se por um conjunto de alinhamentos

    serranos escarpados com orientao preferencial W-E ou WSW-ENE, que se

    sucedem a leste da Serra dos rgos, sendo que alguns picos atingem quase

    2.000m. Consiste no ltimo trecho escarpado da cadeia montanhosa da Serra do

    Mar em territrio fluminense. A partir de Nova Friburgo, a escarpa da Serra do Mar

    perde o seu aspecto de uma barreira montanhosa monoltica e passa a adquirir o

    padro de um conjunto de cadeias serranas paralelas entre si e separadas pelosvales dos principais rios que cortam a regio: So Joo, Maca, Macabu e Imb.

    Esses rios correm em direo preferencial W-E ou WSW ENE, em parte

    condicionados por estruturas de mesma direo, promovendo o desmantelamento

    desse trecho da Serra do Mar, que apresenta direo SW-NE. O relevo acidentado

    prolonga- se at o rio Paraba do Sul, a jusante de So Fidlis, num trecho

    estrangulado dessa bacia, a partir de onde se inicia o seu baixo curso (Dantas,

    2000; Silva & Cunha, 2001).

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    Figura 2 - Mapa de Localizao da rea de Estudo.

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    Figura 3 - Mapa hipsomtrico da rea de Estudo. Referncia: dados ASTER-GDEM.

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    - 24 -

    2.2 - MTODOS

    O modelo conceitual proposto explora relaes de causa-efeito do princpio

    fundamental das relaes especficas entre os processos e fatores da eroso dos

    solos. Pode ser formulado como uma equao de fator de condio, conforme

    proposto por Metternicht & Gonzalez (2005):

    Potencial Eroso = f (A1, A2, A3, ..., An) (2)

    Onde A1, A2, A3, ..., Anrepresentam elementos (parmetros) da paisagem que

    participam na promoo da eroso dos solos.

    A construo de modelo baseado na lgica fuzzyrequer:

    a) Determinar a estrutura do modelo;

    b) Formular a base de conhecimento;

    c) Selecionar os mtodos de processamento fuzzye;

    d) Validao.

    A estrutura do modelo compreende a seleo das variveis de entrada e

    sada; o nmero de sub-modelos; e a conexo entre eles. A formalizao do

    conhecimento realizada na constituio dos conjuntos fuzzye das regras.

    Atravs de funes de pertinncia e operadores fuzzy, o conhecimento

    processado e os valores de sada correspondem aos valores de entradacomputados. Valores de entrada incorporados ao modelo podem ser extrados de

    base de dados geogrficos, observaes de campo, e outros dados auxiliares.

    O modelo baseado no conhecimento Fuzzy requer expertise para decidir os

    tens a seguir:

    a) Elementos da paisagem relacionados com a eroso (gradiente de

    declividade e cobertura vegetal, por exemplo);

    b) Condies primrias (regras lingusticas) que represente o potencial ao

    risco de eroso dos solos;

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    c) Tipos de parmetros da funo de pertinncia (trapezoidal, triangular,

    sigmoidal, etc) e;

    d) Produo das regras fuzzy (IF THEN), e escolhas dos operadores fuzzy(unio, interseo, etc).

    O diagrama a seguir ilustra como foi desenvolvido o modelo baseado no

    conhecimento fuzzy.

    Figura 4 - Modelo baseado na lgica fuzzy(Modificado de Metternicht & Gonzalez - 2005).

    No presente estudo, a aplicao do modelo baseado na lgica fuzzyse deu

    atravs da mensurao de variveis lingusticas, que foram agregados em 4

    subndices com funes de pertinncia distintos (Modificado de Cohen et. al., 2008 -Figura 5):

    Conjunto 1 POTENCIAL DE UMIDADE DO SOLO = (i) ndice de umidade, (ii)

    aspecto da vertente e; (iii) capacidade de campo.

    Conjunto 2 POTENCIAL DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL = (i) potencial de

    umidade do solo (conjunto 1); (ii) condutividade hidrulica; (iii) precipitao

    mdia anual e;(iv) cobertura vegetal.

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    Conjunto 3 CAPACIDADE DE TRANSPORTE = (i) potencial de escoamento

    superficial (conjunto 2); (ii) declividade e; (iii) pedoforma da encosta (cncava ou

    convexa).

    Conjunto 4 POTENCIAL DE EROSO DO SOLO = (i) capacidade de transporte

    (conjunto 3); (ii) densidade do solo e; (iii) porosidade total.

    Figura 5 - Esquema de organizao dos dados de entrada do modelo (Modificado de Cohen et. al., 2008).

    2.3 - CONSTRUO DO MODELO

    O modelo foi desenvolvido utilizando-se a mdulo Fuzzy ToolBox do

    programa MatLab. Desenvolveram-se Sistemas de Inferncia Fuzzy (SIF) para a

    avaliao do potencial eroso.

    O processo de desenvolvimento dos SIFs compreendeu 5 etapas: (i)

    fuzzificao dos dados de entrada; (ii) aplicao de operadores fuzzy; (iii) aplicao

    do mtodo de implicao; (iv) agregao dos dados de sada e; (v) defuzzificao.

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    a) Fuzzificao dos dados de entrada:

    O primeiro passo foi definir os dados de entrada e determinar o grau a quepertencem a cada um dos conjuntos fuzzy apropriados atravs de funes de

    pertinncia. No Fuzzy Toolbox, a entrada sempre um valor crisp numrico

    limitada ao universo de discurso da varivel de entrada e a sada um grau de

    adeso fuzzyno conjunto de qualificao lingstica (sempre o intervalo entre 0 e 1).

    A Fuzzificao dos dados de entrada consiste no clculo da funo de

    pertinncia dos parmetros selecionados dos conjuntos fuzzy. A funo de

    pertinncia expressa como o grau de pertinncia de xem A determinado (fA(x)).

    Existem algumas possibilidades para determinao dos graus de pertinncia

    e para esse estudo foi usado: Semantic Import Model - Modelo de Importao

    Semntica (Metternicht & Gonzalez, 2005) que utiliza uma funo de pertinncia que

    definida a priori pelo usurio para determinar o grau de pertinncia de xem A.

    Permite a incorporao do conhecimento pelo especialista na determinao

    do tipo de funo de pertinncia.

    b) Aplicao de Operadores Fuzzy:

    O operador fuzzy aplicado para obter um nmero que representa o

    resultado de uma determinada regra.

    No Fuzzy ToolBox dois mtodo AND so suportados (min; prod), e dois

    mtodos OR so suportados (max; probor).

    c) Aplicao do Mtodo de Implicao:

    A conseqencia da aplicao do mtodo de implicao um conjunto fuzzy

    representado por uma funo de pertinncia, que pesa de forma adequada as

    caractersticas lingsticas que lhe so atribudos.

    Dois mtodos so suportados pelo FuzzyToolBox: min; prod.

    d) Agregao dos Dados de Sada:

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    - 28 -

    A agregao o processo pelo qual os conjuntos fuzzyque representam as

    sadas de cada regra so combinados em um nico conjunto fuzzy.

    O FuzzyToolBox possui trs mtodos: max; probor; sum.

    e) Deffuzificao:

    A entrada para o processo de defuzzificao um conjunto fuzzy(o conjunto

    fuzzy decorrente da agregao dos dados) e a sada um nmero nico. Assim

    como a fuzzificao ajuda a avaliao da regra, durante os passos intermdios, a

    sada final desejada para cada varivel geralmente um nmero nico. No entanto,

    a agregao de um conjunto fuzzyengloba uma gama de valores de sada, e assim

    devem ser defuzzificados a fim de resolver um nico valor de sada a partir do

    conjunto.

    O mtodo de defuzzificao mais popular o clculo do centride, que

    retorna o centro da rea sob a curva. Existem cinco mtodos suportados pelo Fuzzy

    ToolBox: centroid, bisector, middle of maximum (the average of the maximum value

    of the output set), largest of maximum, and smallest of maximum.

    Os parmetros utilizados para os SIFs foram:

    Sistema do tipo Mamdani

    Mtodo Operadores AND mnimo

    Mtodo Operadores OR mximo

    Mtodo de implicao mnimo

    Mtodo de agregao mximo

    Defuzzificador centride (centro de gravidade - COG).

    2.4 - CARACTERIZAO E OBTENO DOS DADOS

    Conjunto 1 = Potencial De Umidade Do Solo

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    (iii) Capacidade de Campo (CC) Segundo Brady (1989), capacidade de

    campo ou capacidade de umidade do campo, a porcentagem de gua

    remanescente em um solo, dois ou trs dias aps haver sido saturado e haver

    cessado a drenagem livre. De acordo com Fabian & Ottoni Filho (2000), a

    quantidade de gua que um perfil do terreno, sem vegetao e evaporao, retm

    contra a ao da gravidade, aps plenamente inundado e deixado drenar livremente

    por uns poucos dias (um a quatro dias), em condies de campo, determina o

    volume mximo aproximado de gua que um solo bem drenado pode armazenar por

    longos perodos sem evapotranspirao.

    O efeito das caractersticas do solo na umidade do solo representado pela

    capacidade de campo em cada clula. A capacidade do solo de reter gua variaconsideravelmente com a textura do solo, quantidade de matria orgnica, e outras

    caractersticas fsicas.

    A Capacidade De Campo (CC) foi obtida atravs do software Soil Water

    Characteristics (http://hydrolab.arsusda.gov/soilwater/Index.htm) desenvolvido pelo

    Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em parceria com a

    Universidade do Estado de Washington.

    Para o desenvolvimento do software, anlises estatsticas foram conduzidasutilizando propriedades da gua do solo mensuradas de uma grande variedade de

    solos provenientes do banco de dados do Departamento de Agricultura dos Estados

    Unidos (USDA). As equaes foram formuladas com base em tenses de umidade

    do solo de 0,33kPA e 1.500kPA, e entrada de ar baseada nas variveis de textura

    do solo e matria orgnica. Essas anlises estatsticas foram combinadas com

    equaes de condutividade mais os efeitos de densidade, granulometria, e

    salinidade (Saxton & Rawls, 2006).As formulaes utilizadas pelo programa para o clculo dos parmetros do

    solo se baseiam em Saxton & Rawls (2006). Os dados de entrada do programa

    foram os de textura do solo (distribuio granulomtrica das fraes areia, silte e

    argila) e foram obtidos atravs de coletas realizadas em campo pela equipe do

    LAGESSOLOS da UFRJ (Lima 2008), e para o mapeamento utilizou-se o

    interpolador IDW (Inverse Distance Weighted).

    Os pontos de coleta de solos esto evidenciados na figura a seguir:

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    Figura 6 - Pontos de coleta de solos.

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    Conjunto 2 = Potencial De Escoamento Superficial

    (i) Resultados do conjunto 1 Potencial de Umidade do Solo (PU).

    (ii) Condutividade Hidrulica (CH) Parmetro que traduz a facilidade com

    que a gua se movimenta ao longo do perfil do solo, e est diretamente relacionada

    capacidade do solo em conduzir gua (Carvalho, 2002). De acordo com Brady

    (1989), a Condutividade Hidrulica a demonstrao da rapidez com que a gua flui

    atravs do solo em consequncia de determinado potencial de gradiente.

    A Condutividade Hidrulica est intimamente ligada com a capacidade da

    gua em infiltrar-se em determinado solo. Segundo Guerra (2005), a umidade dosolo, medida que aumenta, vai dificultando a ao da infiltrao, resultando na

    saturao e, consequentemente, na formao de poas.

    Segundo Morgan (2005), a chuva que atinge o solo pode ser armazenada em

    pequenas depresses ou cavidades na superfcie ou pode infiltrar-se no solo,

    contribuindo para o armazenamento de humidade do solo, e para movimento lateral

    das guas subterrneas no solo. Quando o solo incapaz de absorver mais gua, o

    excesso contribui para o escoamento sobre a superfcie, resultando em eroso porescoamento superficial ou por sulcos e voorocas. Durante uma tempestade, os

    espaos entre as partculas do solo ficam cheias com gua e as foras capilares

    diminuem de modo que, a taxa de infiltrao comea elevada no incio de uma

    tempestade e diminui para um nvel que representa a taxa mxima sustentada em

    que a gua pode passar atravs do solo a nveis mais baixos. A Figura 7 abaixo

    demonstra taxas de infiltrao de vrios tipos de solos.

    A condutividade hidrulica tambm foi obtida atravs do software Soil WaterCharacteristics. As formulaes utilizadas pelo software para o clculo dos

    parmetros do solo se baseiam em Saxton & Rawls (2006). Os dados de entrada do

    software foram os de textura do solo (distribuio granulomtrica das fraes areia,

    silte e argila) e foram obtidos atravs de coletas realizadas em campo pela equipe

    do LAGESSOLOS da UFRJ (Lima 2008), e para o mapeamento utilizou-se o

    interpolador IDW (Inverse Distance Weighted).

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    - 33 -

    Figura 7 - Taxa de infiltrao em diferentes solos (Morgan, 2005).

    (iii) Precipitao Mdia Anual (PREC) A precipitao mdia foi cauculada

    com os dados das mdias das mximas anuais, pois representam mais a

    erosividade das chuvas. A quantidade de gua proveniente de eventos de chuva

    considerada como um dos principais agentes causadores da eroso dos solos, no

    apenas por causarem a saturao dos solos, mas tambm pelo papel do Splash

    que, de acordo com Guerra (2005), prepara as partculas que compem o solo para

    serem transportadas pelo escoamento superficial. Essa preparao se d tanto pela

    ruptura dos agregados, quebrando-os em tamanhos menores, como pela prpria

    ao transportadora que o salpicamento provoca nas partculas dos solos. Para

    Morgan (2005), a exposio contnua a tempestades intensas enfraquece

    consideravelmente o solo.

    Esse parmetro foi obtido atravs de dados de 8 estaes pluviomtricas do

    entorno, dados estes coletados no site da Agncia Nacional de guas - ANA

    (http://hidroweb.ana.gov.br/). Atravs desses dados gerou-se o mapa de Isoietas de

    precipitao. Para o mapeamento utilizou-se o interpolador IDW (Inverse Distance

    Weighted).

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    O Quadro a seguir apresenta as 8 estaes pesquisadas:

    Quadro 1 - Estaes pluviomtricas do entorno da rea de estudo.

    ESTAO PERODO

    Quarteis 1968 / 2009

    Fazenda So Joaquim 1968 / 2009

    Piller 1951 / 2009

    Fazenda So Joo 1968 / 2009

    Teodoro de Oliveira 1966 / 2009

    Galdinpolis 1951 / 2009

    Vargem Alta 1966 / 2009

    Fazenda Oratrio 1968 / 2009

    (iv) Cobertura Vegetal (VEG) Os processos de eroso pela gua esto

    intimamente relacionados com os caminhos tomados pela gua, no seu movimento

    atravs da cobertura e ao longo da superfcie do solo. Durante uma tempestade,

    parte da gua cai diretamente na terra, quer porque no h vegetao ou porque ela

    passa atravs de aberturas entre as copas das rvores. Parte da chuva

    interceptada pela copa, de onde ou retorna para a atmosfera por evaporao ou

    encontra seu caminho para o solo por gotejamento das folhas, ou descendo os

    caules das plantas escoando pelo tronco (Morgan, 2005).

    Segundo Zhongming et. al. (2010), a cobertura vegetal um importante

    parmetro utilizado para avaliar a relao entre vegetao e eroso do solo. Em

    geral, a eroso do solo diminui com um aumento na cobertura de vegetao.

    Mohammad & Adam (2010) indicam que vrios estudos em diferentes condies

    ambientais tm demonstrado o efeito positivo da cobertura vegetal na reduo da

    eroso hdrica e, ainda segundo esses autores, a vegetao controla a eroso do

    solo por meio de sua copa, razes, e componentes da camada da serrapilheira. Para

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    - 35 -

    Cerdan et. al. (2010), anlises estatsticas confirmam a influncia dominante da

    cobertura para a eroso do solo.

    Dessa forma, a vegetao possui papel de extrema relevncia na avaliao

    do potencial eroso a medida que diminui a ao direta do Splash no solo.

    Foram utilizadas imagens de satlite LANDSAT 5 do ano de 2011, baixados

    no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE

    (http://www.dgi.inpe.br/CDSR/), fazendo-se composio de bandas no software ENVI

    e, posteriormente, foi extrado o Normalized Difference Vegetation Index tambm no

    ENVI.

    Para a extrao do ndice NDVI, foram usadas bandas do infra-vermelho

    prximo (0,760 0,900) e o vermelho (0,630 0,690), que no sensor TM dasimagens LANDSAT correspondem as bandas 4 e 3 respectivamente.

    Na banda 4, a vegetao verde, densa e uniforme, reflete muita energia,

    aparecendo bem clara nas imagens, e apresenta sensibilidade rugosidade da copa

    das florestas (dossel florestal). Na banda 3, a vegetao verde, densa e uniforme,

    apresenta grande absoro, ficando escura, permitindo bom contraste entre as reas

    ocupadas com vegetao (ex.: solo exposto, estradas e reas urbanas), e apresenta

    bom contraste entre diferentes tipos de cobertura vegetal (ex.: campo, cerrado efloresta).

    Os valores das clulas do raster de sada variam de -1 a +1, onde valores

    mais altos correspondentes aos solos com cobertura vegetal, e os mais baixos aos

    solos expostos.

    Conjunto 3 = Capacidade De Transporte

    (i) Resultados do conjunto 2 Potencial de escoamento superficial (PES).

    (ii) Declividade (DEC) Para Gabriels (1999), quanto mais ngreme a

    inclinao da encosta maior a perda de solo por causa do aumento na velocidade da

    gua de escoamento. Segundo Cohen et. al (2008), o transporte de sedimentos

    influenciado por uma variedade de fatores dentre estes as caractersticas

    topogrficas.

    Esse parmetro tambm foi obtido no ArcGis, com a ferramenta Spatial

    Analyst, e utilizou o modelo digital ASTER - GDEM.

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    - 36 -

    No processamento do software, para cada clula Slope calcula a taxa mxima

    de alterao no valor a partir dessa clula aos seus vizinhos. Basicamente, a

    alterao mxima na elevao ao longo da distncia entre a clula e seus oito

    vizinhos identifica a descida mais ngreme a partir da clula.

    (iii) Pedoforma da Encosta (PED) A Curvatura de uma superfcie um

    atributo topogrfico que descreve convexidade / concavidade de uma superfcie do

    terreno. De um ponto de vista aplicado, a pedoforma da encosta pode ser usada

    para descrever as caractersticas fsicas de uma bacia de drenagem, num esforo

    para compreender os processos de eroso e do escoamento. A declividade afeta a

    taxa global de movimento, enquanto a curvatura do perfil afeta a acelerao edesacelerao do fluxo e, portanto, influencia a eroso e deposio.

    Zevenbergen & Thorne (1987), ao fazerem uma analise comparativa da

    topografia da superfcie da terra, apontam para dois tipos de curvatura da superfcie

    (pedoforma da encosta), uma curvatura na direo do gradiente de declividade

    (profile curvature) e outra transversal (plan curvature). Para o presente estudo

    considerou-se apenas a curvatura na direo do gradiente de declividade, pois

    influencia na taxa de variao da inclinao, afeta acelerao do fluxo e, portanto,influencia o assoreamento e a degradao (Zevenbergen & Thorne, 1987). Para

    Romstad & Etzelmuller (2012), a curvatura descreve a taxa de variao da inclinao

    ao longo de uma linha de fluxo e pode ser relacionado com a acelerao /

    desacelerao do fluxo gravitacional.

    Segundo IPT (1986) existe uma maior concentrao de ocorrncias erosivas

    em relevos de transio e morrotes constitudas por vertentes relativamente

    declivosas, superiores a 15% e com perfis convexos e retilneos. Pois a existnciacomum de vertentes com rupturas de declive favorecem nesses locais a

    concentrao de guas pluvias. De acordo com Resende (1985), o carreamento de

    terra em condies comparveis, menor na encosta cncava e maior na Convexa.

    Foi obtido no ArcGis, com a ferramenta Spatial Analyst, e utilizou o modelo

    digital ASTER GDEM.

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    Figura 8 - Ilustrao do carreamento de terra (Resende, 1985).

    Conjunto 4 = Potencial De Eroso Do Solo

    (i) Resultados do conjunto 3 Capacidade de Transporte (PCT).

    (ii) Densidade do Solo (DA) Segundo Brady (1989), densidade de volume ou

    densidade aparente representa a massa de solo seco, por unidade de volume,

    includos seus espaos de ar. A densidade aparente determinada pela quantidade

    dos espaos porosos, como tambm pelos slidos dos solos. Assim, solos com

    elevada proporo de espaos de poros em relao aos slidos, tem densidades de

    volume menores do que outros mais compactados e com menos espaos de poros

    (Brady, 1989). O aumento da densidade aparente com a profundidade do perfil

    tende a aumentar, devido s presses exercidas pelas camadas superiores que

    provocam a compactao do solo, reduzindo a porosidade (Kiehl, 1979).

    Este fator foi utilizado na avaliao da compactao da camada superficial do

    solo, na profundidade de aproximadamente 5 cm. Os dados de densidade aparente

    foram obtidos atravs de coletas realizadas em campo pela equipe do

    LAGESSOLOS DA UFRJ (Lima 2008), e para o mapeamento utilizou-se o

    interpolador IDW (Inverse Distance Weighted).

    (iii) Porosidade Total (PORO) Entende-se por porosidade de um solo o

    volume no ocupado pelos constituintes slidos do solo. Tal volume ocupado pelo

    ar e pela gua (Silva, 2005). O tamanho deste espao de poros , em grande parte,

    consequente da arrumao das partculas slidas. Se h tendncia em

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    permanecerem em contato ntimo, como nas areias e subsolos compactos, a

    porosidade total fica reduzida. Se so distribudos em agregados porosos, como

    comum nos casos de solos de textura mdia, com elevado montante de matria

    orgnica, os espaos de poros por unidade de volume sero elevados (Brady, 1989).

    De acordo com Guerra (2001), a porosidade est relacionada de maneira

    inversa com a densidade aparente, ou seja, medida que a densidade aparente

    aumenta, a porosidade diminui, consequentemente ocorre reduo da infiltrao

    da gua no solo.

    Os valores de Porosidade foram calculados atravs dos dados de Densidade

    Aparente e Densidade de Partculas (Lima 2008), e para o mapeamento utilizou-se o

    interpolador IDW (Inverse Distance Weighted).

    2.5 - PADRONIZAO NO-BOOLEANA DOS DADOS

    Os dados foram padronizados em uma escala contnua de adequabilidadevariando entre 0 (menos adequada) 255 (mais adequada). Os fatores contnuos

    resultantes que foram produzidos foram desenvolvidos usando funes de

    associao a conjuntos fuzzy, isto , a transio entre membros e no membros de

    uma localizao no conjunto gradual.

    O reescalonamento dos dados foi realizado no software IDRISIS ANDES,

    utilizando-se a ferramenta FUZZY, que estima os valores de cada elemento do

    conjunto fuzzy (possibilidade) em cada pixel baseado nas seguinte funes depertinncia: sigmoidal; j-shaped; linear

    As funes Sigmoidal, J e Linear so controladas por quatro pontos

    ordenados, do mais baixo ao mais alto na escala de medida. Os pontos podem ser

    duplicados para criar funes monotnicas ou simtricas. No presente estudo foram

    utilizadas as funes Sigmoidal e Linear.

    A funo Sigmoidal produzida usando uma funo cosseno:

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    - 39 -

    (4)

    A funo Linear utilizada apresentada a seguir:

    (5)

    ndice de Umidade: tendncia de a gua acumular em algum lugar da bacia, e

    a tendncia da fora gravitacional para mover a gua pela encosta. Quanto maior o

    ndice de Umidade, maior o potencial eroso.

    A padronizao foi realizada atravs de uma funo sigmoidal Monotonically

    Increasing; onde o ponto a = 0 e o ponto b = 10.

    Aspecto da Vertente: todas as vertentes de uma encosta possuem diferentes

    nveis de susceptibilidade para o potencial eroso. Os dados categricos foram

    escalonados determinando-se um ndice subjetivo para cada categoria. Foram

    atribudos os ndices:

    Quadro 2 - Potencial eroso dos solos em relao ao aspecto da vertente. CATEGORIA POTENCIAL NDICE

    Flat (-1)

    Muito Baixo 50North (0-22.5)

    Northeast (22.5-67.5)

    East (67.5-112.5)Southeast (112.5-

    157.5)Alto 200

    South (157.5-202.5) Alto 200

    Southwest (202.5-247.5)

    Muito Alto 255

    West (247.5-292.5) Mdio 150

    Northwest (292.5- Baixo 100

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    - 40 -

    337.5)

    North (337.5-360) Muito Baixo 50

    Capacidade de Campo: Quantidade mxima que um solo pode reter gua.

    Maior capacidade para reter gua, igual menor potencial eroso.

    A padronizao foi realizada atravs de uma funo linear Monotonically

    Decreasing; onde o ponto c = 11,7005 % vol e o ponto d = 33,3785 % vol

    Condutividade Hidrulica: Facilidade com que a gua se movimenta ao longo

    do perfil do solo. De uma forma geral, maior condutividade significa menor

    capacidade de reter gua, ou seja, maior potencial eroso.A padronizao foi realizada atravs de uma funo linear Monotonically

    Increasing; onde o ponto a = 4,63 mm-hr e o ponto d = 121,01 mm-hr.

    Precipitao Mdia Anual: Quanto maior o volume de chuva, maior opotencial eroso.

    A padronizao foi realizada atravs de uma funo sigmoidal Monotonically

    Increasing; onde o ponto a = 200 mm e o ponto b = 300 mm.

    Cobertura Vegetal: Quanto maior o valor do NDVI, menor o potencial eroso.

    A padronizao foi realizada atravs de uma funo linear Monotonically

    Decreasing; onde o ponto c = -0,33 e o ponto d = +0,82.

    Declividade: Quanto maior a declividade, maior o potencial eroso.

    A padronizao foi realizada atravs de uma funo Sigmoidal Monotonically

    Increasing; onde o ponto a = 0 e o ponto b = 45.

    Pedoforma da Encosta: Quanto mais convexa (valores positivos), maior opotencial a eroso.

    A padronizao foi realizada atravs de uma funo Sigmoidal Monotonically

    Increasing; onde o ponto a = -10 e o ponto b = 1.

    Densidade do Solo:Quanto menor a Densidade Aparente do solo, menor opotencial eroso.

    A padronizao foi realizada atravs de uma funo Linear Monotonically

    Increasing; onde o ponto a = 0 e o ponto b = 1,45 g/cm.

    Porosidade Total: Quanto maior a Porosidade Total do solo, menor o

    potencial a eroso.

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    A padronizao foi realizada atravs de uma funo Linear Monotonically

    Decreasing; onde o ponto c = 41% e o ponto d = 70%.

    2.6 - SISTEMAS DE INFERNCIA FUZZY(SIF)

    O desenvolvimento dos modelos para os sistemas de inferncia foi feito a

    partir do planejamento da combinao das variveis de entrada de forma a gerar

    produtos intermedirios com significado semntico, permitindo pontos de controle no

    processo de apoio tomada de deciso. Foram estabelecidos quatro grupos devariveis:

    POTENCIAL DE UMIDADE DO SOLO - POTENCIAL DE ESCOAMENTO

    SUPERFICIAL - POTENCIAL DE CAPACIDADE DE TRANSPORTE - POTENCIAL

    DE EROS O DO SOLO

    Para cada grupo de fatores foi estabelecida uma forma de combinaoatravs de SIFs, objetivando manter a cada resultado parcial o significado e a

    possibilidade de usar a imagem resultante como elemento de controle da qualidade

    e significncia do processamento.

    SIF 1: ndice de Umidade (IU) + Capacidade de Campo (CC) = ndice de Umidade

    Ampliado (IUA).

    SIF 2: ndice de Umidade Ampliado (IUA) + Aspecto da Vertente (ASP) = Potencial

    de Umidade do Solo (PU):

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    SIF 3: Condutividade Hidrulica (CH) + Precipitao Mdia (PREC) = Condutividade

    Hidrulica Ampliada (CHA):

    SIF 4: Condutividade Hidrulica Ampliada (CHA) + Cobertura da Vegetao (VEG) =

    CHAV:

    SIF 5: CHAV + Potencial de Umidade do Solo (PU) = Potencial de Escoamento

    Superficial (PES):

    SIF 6: Declividade (DEC) + Pedoforma da Encosta (PED) = Declividade Ampliada

    (DECA):

    SIF 7: Declividade Ampliada (DECA) + Potencial de Escoamento Superficial (PES) =

    Potencial de Capacidade de Transporte (PCT):

    SIF 8: Densidade do Solo (DA) + Porosidade (PORO) = Textura do Solo (TEXSOL):

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    SIF 9: Textura do Solo (TEXSOL) + Potencial de Capacidade de Transporte (PCT) =

    Potencial a Eroso (PE):

    De forma geral, as variveis de entrada foram modeladas com base em 5

    estados, definidos em funes de pertinncia triangulares (Muito Baixo, Baixo,

    Mdio, Alto, Muito Alto, potencial a eroso). A opo pelas funes triangulares

    deve-se ao fato de se ajustarem adequadamente a variveis lingusticas quedescrevem estados e em funo da transio desses estados ser linear e contnua,

    numa escala de muito baixo a muito alto (Jamel, 2010). Como todos os dados de

    entrada dos SIFs variavam de 0 a 255, o pico dos tringulos extremos foi ajustado

    para esses valores e o espao entre as funes extremas foi dividido

    equitativamente.

    Figura 9 - Funo triangular utilizada n0 SIF 1.

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    Cada subsistema SIF foi processado individualmente, com base em comandos do

    MATLAB, sendo os passos registrados abaixo, a ttulo de exemplo, para o SIF 7

    (Jamel, 2010).

    a) Exportar o SIF do mdulo FuzzyToolbox para o Workspace.

    b) Preparo das variveis para processamento, com a converso do formato matricial

    para uma coluna de valores (array) de cada pxel, atravs da funo IM2COL.

    O prenome col foi utilizado em todas as variveis convertidas para o formato

    coluna, para identificao.

    >> coldeca = im2col(deca,'indexed',[593 1276],'distinct');

    >> colpes = im2col(pes,'indexed',[593 1276],'distinct');

    c) Alocao de memria para a varivel de entrada da funo EVALFIS, constitudapelas duas colunas compostas numa matriz [756.668,2], que primeiro preenchida

    em zeros com a funo ZEROS:

    >> entradasif7 = zeros(756668,2);

    d) Em seguida feito o preenchimento dessa varivel de entrada (entradasif7, no

    exemplo) com as duas colunas geradas anteriormente. Neste passo feita

    simultaneamente a converso do formato UINT8 (unsigned integer 8 bits) para o

    formato double" (ponto flutuante de dupla preciso), adequado ao processamento:>> entradasif8(:,1) = double(coldeca);

    >> entradasif8(:,2) = double(colpes);

    e) Processamento do SIF, atravs da funo em linha de comando EVALFIS, sendo

    Sif 7 o nome do SIF a ser utilizado, j carregado no Workspace:

    >> colpct = evalfis(entradasif7,sif7);

    f) A varivel obtida como sada, colpct, j est no formato coluna/double e pode

    entrar no SIF seguinte.g) Para recomposio da varivel de sada no formato imagem, foi utilizada a funo

    RESHAPE, que remonta a matriz original em linhas e colunas. A funo IMAGE foi

    utilizada para mostrar a imagem em modo grfico, permitindo a visualizao e

    controle de parmetros, como a escala de cores utilizada.

    >> pct = reshape(colpct,[593 1276]);

    >> image(pct)

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    3 - RESULTADOS E DISCUSSES

    3.1 - POTENCIAL DE UMIDADE DO SOLO

    O mapeamento do Potencial de Umidade do Solo foi realizado atravs da

    sobreposio de mapas temticos com a aplicao de dois Sistemas de Inferncia

    Fuzzy(SIF), SIF 1 e SIF 2:

    a) SIF 1 - ndice de Umidade (IU) + Capacidade de Campo (CC) = ndice de

    Umidade Ampliado (IUA).

    Para o mapeamento do Potencial de Umidade do Solo, o primeiro parmetro

    analisado foi o ndice de Umidade (IU), que demonstra a tendncia de a gua

    acumular em algum lugar da bacia, e a tendncia da fora gravitacional para mover

    a gua pela encosta, ou seja, quanto maior o IU, maior o potencial a eroso. O mapa

    do IU (Figura 10) apresenta, em azul, os locais onde h a tendncia de acmulo de

    gua, que indicam grandes reas de contribuio e reas mais planas. Localizaesmais ngremes recebem um valor de ndice pequeno pois so reas mais bem

    drenadas, enquanto localizaes suavemente inclinadas recebem um valor de ndice

    elevado.

    O padro especial do IU apresentado na Figura 10 est diretamente

    relacionado com o Modelo de Elevao Digital ASTER-GDEM (30 metros de

    resoluo espacial) utilizado na gerao do Modelo Digital do Terreno

    Hidrologicamente Consistido.

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    A distribuio espacial da Capacidade de Campo apresentada naFigura 11

    apresenta uma relao inversa com o potencial a eroso, ou seja, quanto maior

    capacidade para reter gua, menor potencial eroso. Essa distribuio espacial

    est diretamente relacionada com o interpolador utilizado na gerao da superfcie

    da Capacidade de Campo, que para esse estudo utilizou-se o IDW (Inverse distance

    weighted) que determina os valores das clulas utilizando uma combinao linearponderada de um conjunto de pontos de amostra. O peso uma funo da distncia

    inversa.

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    Figura 10 - Espacializao do ndice de Umidade (IU) na rea de estudo.

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    Figura 11 - Espacializao da Capacidade de Campo (CC) na rea de estudo.

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    O produto gerado do SIF 1, que aqui foi classificado como ndice de Umidade

    Ampliado, indica claramente a variao espacial do potencial a eroso considerando

    apenas o ndice de Umidade (IU) e a Capacidade de Campo (CC). Ou seja, na

    Figura 12, abaixo, os altos valores de IUA coincidem com altos valores de ndice de

    Umidade (IU) e baixos valores de Capacidade de Campo (CC), e que correspondem

    ao alto potencial a eroso.

    Observa-se na Figura 12como reas bem drenadas, com maior capacidade

    para reter gua, evitando grande acmulo de gua, apresentaram os menores

    valores, e com isso representam as reas com menor potencial a eroso dos solos,

    considerando apenas esses parmetros. Essa tendncia evidenciada naFigura 12

    atravs da colorao amarelada indo at esverdeada.Contrariamente, reas pouco drenadas, com grande potencial para acumular

    gua, representam as reas com maior potencial a eroso, e esto evidenciadas na

    Figura 12pela colorao mais azul e vermelha.

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    Figura 12 - Mapeamento resultante do SIF 1, ndice de Umidade Ampliado (IUA).

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    b) SIF 2: ndice de Umidade Ampliado (IUA) + Aspecto da Vertente (ASP) =

    Potencial de Umidade do Solo (PU):

    A distribuio espacial do Potencial de Umidade do Solo foi gerada a partir do

    resultado da sobreposio do ndice de Umidade do solo (IU) com a Capacidade de

    Campo (CC) que resultou no ndice de Umidade Ampliado (IUA), acrescentando-se oparmetro Aspecto da Vertente (ASP).

    No presente estudo, o Aspecto da Vertente foi utilizado para representar a

    posio do relevo em relao a incidncia de chuvas e, dessa forma, vertentes com

    orientao sudoeste e sul foram as que receberam maiores valores,

    consequentemente so as que esto mais relacionadas com alto potencial a eroso.

    Como resultado da sobreposio de altos valores de IUA mais as vertentes

    voltadas para sudoeste e sul, obteve-se o mapa de Potencial de Umidade do Solo(Figura 14), onde as reas com colorao de azul a vermelho indicam reas com

    altos valores de PU e, consequentemente, alto potencial a eroso.

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    Figura 13 - Espacializao do Aspecto da Vertente (ASP) na rea de estudo.

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    Figura 14 - Mapeamento resultante do SIF 2 Potencial de Umidade do Solo (PU).

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    3.2 - POTENCIAL DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL

    O mapeamento do Potencial de Escoamento Superficial foi realizado atravs

    da sobreposio de mapas temticos com a aplicao de trs Sistemas de

    Inferncia Fuzzy(SIF), SIF 3, SIF 4 e SIF 5:

    a) SIF 3 - Condutividade Hidrulica (CH) + Precipitao Mdia (PREC) =

    Condutividade Hidrulica Ampliada (CHA)

    O segundo grupo analisado foi o Potencial de Escoamento Superficial, e o

    primeiro processamento contemplou dados de Condutividade Hidrulica do solo

    (CH) e Precipitao Mdia anual (PREC), resultando no parmetro chamado de

    Condutividade Hidrulica Ampliado (CHA).

    O parmetro Condutividade Hidrulica demonstra a facilidade com que a gua

    se movimenta ao longo do perfil do solo, ou seja, maior condutividade significa

    menor capacidade de reter gua e, maior potencial eroso. Dessa forma, na

    Figura 15abaixo, a colorao mais amarelada indica altos valores de CH e maior

    potencial a eroso.

    A distribuio espacial das chuvas ao longo da bacia (Figura 16), aponta parapequenas pores onde ocorrem chuvas intensas, evidenciadas pela colorao

    avermelhada no mapa, e que esto associadas com o alto potencial a eroso.

    Entretanto, mesmo com essas pequenas pores demonstrativas de chuvas

    intensas, a regime de chuvas como um todo bastante elevado, variando de 214

    mm/ano a 353 mm/ano.

    Como resultado da combinao da Condutividade Hidrulica e da

    Precipitao Mdia Anual, obteve-se o mapa de Condutividade Hidrulica Ampliada

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    (CHA), evidenciando naFigura 17reas com colorao azulada e avermelhada, que

    representam reas com alto potencial a eroso.

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    Figura 15 - Espacializao da Condutividade Hidrulica (CH) na rea de estudo.

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    Figura 16 - Espacializao da Precipitao (PREC) na rea de estudo.

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    Figura 17 - Mapeamento resultante do SIF 3 Condutividade Hidrulica Ampliada (CHA).

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    b) SIF 4 - Condutividade Hidrulica Ampliada (CHA) + Cobertura da Vegetao

    (VEG) = CHAV.

    Com o resultado do SIF 3, onde houve o cruzamento dos parmetros

    Condutividade Hidrulica e Precipitao Mdia anual, obteve-se o parmetro

    classificado como Condutividade Hidrulica Ampliada. Esse parmetro foi utilizadocomo dado de entrada no SIF 4 e foi combinado com o parmetro Cobertura da

    Vegetao (VEG).

    Para o mapeamento da cobertura vegetal na rea de estudo, utilizou-se o

    ndice de Vegetao por Diferena Normalizada (Normalized Difference Vegetation

    Index NDVI) aplicado sob as bandas 3 e 4 de uma imagem LandSat, e os valores

    apresentados noFigura 18abaixo indicam que valores negativos de NDVI prximos

    de zero (-0,1 a 0,1) geralmente correspondem a reas rochosas ou de solo exposto,os baixos valores positivos representam arbustos e pastagens (aproximadamente

    0,2 a 0,4), enquanto valores elevados indicam reas florestadas (valores que se

    aproximam de 1). Na figura abaixo, a colorao avermelhada indica reas de solo

    exposto ou reas rochosas; a colorao amarela indica reas de vegetao

    arbustiva ou pastagens; e a colorao esverdeada at a azulada indica reas de

    vegetao arbrea.

    A combinao do mapeamento de cobertura vegetal VEG (Figura 18) com

    o mapa Condutividade Hidrulica Ampliada- CHA (Figura 17), resultou no mapa

    denominado CHAV (Figura 19), onde a colorao azul e vermelha so indicativas de

    altos valores de Condutividade Hidrulica CH (Figura 15), Precipitao Mdia

    Anual PREC (Figura 16), e reas desprovidas de vegetao, correspondendo as

    reas com alto potencial eroso dos solos (considerando esses trs elementos).

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    Figura 18 - Espacializao da Cobertura Vegetal (VEG) na rea de estudo.

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    Figura 19 - Mapeamento resultante do SIF 4 CHAV.

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    c) SIF 5 - CHAV + Potencial de Umidade do Solo (PU) = Potencial de

    Escoamento Superficial (PES):

    O ltimo SIF deste grupo gerou o mapeamento do Potencial de Escoamento

    Superficial, e para isso utilizou-se como parmetros aqueles que foram associados

    na composio do mapeamento do CHAV (Figura 19): Condutividade Hidrulica(CH), Precipitao Mdia Anual (PREC), e Cobertura da Vegetao (VEG), somados

    ao mapeamento do Potencial de Umidade dos solos (PU), que foi gerado a partir dos

    parmetros: ndice de Umidade do solo (IU), Capacidade de Campo (CC), e Aspecto

    da Vertente (ASP).

    Desta forma, observa-se algumas reas com colorao esverdeada indicando

    regies com baixo a mdio potencial a eroso, extensas reas com colorao azul

    indicando regies com alto potencial a eroso, e pequenas pores da rea deestudo apresentando colorao vermelha, que indica regies com potencial a eroso

    muito alto.

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    Figura 20 - Mapeamento resultante do SIF 5 Potencial de Escoamento Superficial (PES).

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    3.3 - POTENCIAL DE CAPACIDADE DE TRANSPORTE

    O mapeamento do Potencial de Capacidade de Transporte foi realizado

    atravs da sobreposio de mapas temticos com a aplicao de dois Sistemas de

    Inferncia Fuzzy(SIF), SIF 6 e SIF 7.

    a) SIF 6: Declividade (DEC) + Pedoforma da Encosta (PED) = Declividade

    Ampliada (DECA).

    O terceiro grupo analisado contempla parmetros que exercem alguma

    influncia sobre a capacidade de transportar sedimentos, e que para este estudo

    convencionou-se chamar de Potencial de Capacidade de Transporte (PCT). A

    primeira combinao realizada neste grupo (SIF 6), considera os parmetros

    Declividade (DEC) e Pedoforma da Encosta (PED).

    A declividade influencia na capacidade de transporte de sedimentos e

    tambm na quantidade de perda de solo, pois quanto mais ngreme uma encosta

    maior a perda de solo decorrente do aumento na velocidade da gua que no

    consegue ser armazenada. AFigura 21abaixo demonstra que poucas regies com

    colorao amarelada avermelhada possuem grande inclinao, chegando a 60

    graus de inclinao, e que so consideradas reas com grande potencial eroso

    dos solos.

    O parmetro Pedoforma da Encosta (PED) representa a curvatura de uma

    superfcie, e que podem ser convexa, cncava, ou plana. A curvatura de uma

    superfcie afeta a acelerao e desacelerao do fluxo e, portanto, influencia a

    eroso e deposio de sedimentos. A curvatura convexa facilita a acelerao do

    fluxo e, portanto, aumenta o potencial de eroso dos solos.

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    A Figura 22, demonstra que poucas regies possuem uma curvatura

    cncava, especificamente quelas adjacentes talvegues e cursos dgua, e que

    est evidenciado pelo colorao azulada. A colorao mais amarelada indica regies

    onde a curvatura da superfcie mais convexa e, consequentemente, com maior

    potencial a eroso.

    A combinao desses dois fatores gerou o mapa chamado Declididade

    Ampliada (DECA), onde naFigura 23as regies com colorao mais avermelhada

    indicam alto potencial eroso dos solos.

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    Figura 21 - Espacializao da Declividade (DEC) na rea de estudo.

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    Figura 22 - Espacializao da Pedoforma da Encosta (PED) na rea de estudo.

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    Figura 23 - Mapeamento resultante do SIF 6 Declividade Ampliada (DECA).

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    b) SIF 7 - Declividade Ampliada (DECA) + Potencial de Escoamento Superficial

    (PES) = Potencial de Capacidade de Transporte (PCT).

    O resultado do SIF 6 (DECA), que considerou os parmetros Declividade

    (DEC) e Pedoforma da Encosta (PED), foi combinado com o resultado do SIF 5,

    onde gerou-se o mapa de Potencial de Escoamento Superficial PES (Figura 20),para produzir o mapa de Potencial de Capacidade de Transporte (PCT).

    O mapa apresentado na Figura 24, demonstra grandes reas com alto grau

    de Potencial de Capacidade de Transporte (reas avermelhadas), evidenciando que

    nessas reas h grande risco eroso dos solos. Observa-se tambm extensas

    reas com colorao azulada, indicando regies com Potencial de Capacidade de

    Transporte variando do grau mdio ao alto e que tambm so sujeitas ao risco de

    eroso, e tambm vrias reas com colorao esverdeada que evidenciam reascom baixo potencial ao escoamento superficial e eroso dos solos.

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    Figura 24 - Mapeamento resultante do SIF 7 Potencial de Capacidade de Transporte (PCT).

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    3.4 - POTENCIAL DE EROSO DO SOLO

    O mapeamento do Potencial de Eroso do Solo foi realizado atravs da

    sobreposio de mapas temticos com a aplicao de dois Sistemas de Inferncia

    Fuzzy(SIF), SIF 8 e SIF 9.

    a) SIF 8: Densidade do Solo (DA) + Porosidade (PORO) = Textura do Solo

    (TEXSOL).

    O ltimo grupo de anlise consiste na combinao de parmetros de textura

    dos solos com os parmetros geradores do mapa de Potencial de Capacidade de

    Transporte (PCT). A primeira anlise, SIF 8, faz a combinao dos parmetros

    Densidade Aparente (DA) e Porosidade Total (PORO) para a gerao do mapa de

    Textura do Solo (TEXSOL).

    O mapeamento da Densidade do Solo DA (Figura 25) representa a

    quantidade de espaos porosos no solo em proporo ao volume ocupado pelos

    slidos, sendo que elevados valores de densidade de volume indicam solos mais

    compactados e mais sujeitos eroso dos solos. AFigura 25abaixo apresenta, em

    rosa, as regies com solos com densidade de volume mais elevados, demonstrandomaior compactao dos solos, e consequentemente maior potencial eroso. Por

    outro lado, as reas com colorao mais esverdeadas contemplam as regies onde

    o solo possui uma elevada proporo de espaos de poros em relao ao volume

    ocupado, com densidade aparente menor, e com baixo potencial eroso.

    Quanto maior a Densidade Aparente (DA), menor a Porosidade Total

    (PORO), e maior o escoamento superficial. AFigura 26, demonstra as reas onde o

    solo possui maior Porosidade Total (vermelho) e menor porosidade (azul).

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    Dessa forma, o produto gerado da combinao desses dois parmetros

    resultou