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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA MÓDULOS 22 e 23 PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA Artigo 719 do Código de Processo Civil

MÓDULOS 22 e 23 PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO … · para o locador com o objetivo de pagar o aluguel atrasado, sob pena de ficar constituído em mora. ... relevante poderá notificar

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MÓDULOS 22 e 23

PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

Artigo 719 do Código de Processo Civil

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

A jurisdição voluntária exerce uma função de

administração pública de interesses privados exercida

pelo Poder Judiciário.

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Atualmente, a tendência é considerá-la como uma

verdadeira jurisdição.

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O juiz não diz quem tem razão. Apenas determina

que sejam tomadas providências necessárias para a

proteção de um ou de ambos os sujeitos da relação

processual.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Assim, podemos afirmar:

-O juiz não se é o autor ou o réu que tem razão.

- Não há, portanto, autor e réu (requerente x requerido) -

interessados.

-Não se aplica o critério da legalidade escrita (artigo 723,

parágrafo único, do CPC)

- As sentenças definitivas não se revestem da autoridade

da coisa julgada material.

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REGRAS GERAIS DO PROCEDIMENTO

Artigos 720 a 724 do Código de Processo Civil

Essas regras serão aplicadas desde que não haja

norma especial em contrário.

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PROCEDIMENTO GERAL

1. Legitimidade

Parte

Ministério Público (interdição)

Juiz de Direito (de ofício: abertura e cumprimento

de testamento)

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2. Petição inicial e citação

Requisitos do artigo 319 do Código de Processo

Civil

Citação: pelos meios comuns e deverá abranger

todos os interessados (artigo 721 do Código de

Processo Civil)

As custas e despesas processuais são

adiantadas pelo autor, mas rateadas entre os

interessados (artigo 88 do Código de Processo Civil)

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3. Ministério Público

O Ministério Público não intervirá em todos os

procedimentos de jurisdição voluntária, mas apenas

naqueles em que estiverem presentes as hipóteses do

art. 178 do CPC. Caso isso ocorra, ele será intimado para

se manifestar no prazo de 15 dias.

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4. Resposta

O interessado será citado para apresentar

resposta no prazo de 15 dias. Não se pode dizer que é

contestação, mas manifestação, visto que não há

interesses contrapostos.

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5. Instrução e julgamento

O procedimento é concentrado. Oferecida a

resposta, e ouvido o autor sobre preliminares

suscitadas ou documentos novos, o juiz determinará

as provas necessárias, de ofício ou a requerimento

das partes, podendo designar audiência de instrução e

julgamento, se necessárias. Poderá proferir a sentença

na própria audiência, ou em dez dias.

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6. Recursos

- Agravos de instrumento

- Apelação

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I - NOTIFICAÇÃO OU INTERPELAÇÃO

1. Conceito de notificação

Notificação é a cientificação que uma pessoa faz à

outra com o objetivo de que ela faça ou deixe de

fazer alguma coisa.

Exemplo: Notificação do locatário para desocupar o

prédio alugado.

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2. Conceito de interpelação

A interpelação é o instrumento judicial

empregado pelo credor para informar ao devedor

que deve cumprir sua obrigação, sob pena de

ficar constituído em mora.

Exemplo: Interpelação enviado pelo locatário

para o locador com o objetivo de pagar o aluguel

atrasado, sob pena de ficar constituído em mora.

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Quando uma pessoa quiser dar conhecimento

formal a outra sobre determinado assunto juridicamente

relevante poderá notificar pessoas participantes da

mesma relação jurídica para que façam ou deixem de

fazer alguma coisa. (Artigo 726 do Código de Processo

Civil)

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Observação:

O pedido de notificação e da interpelação

constam dos artigos 726 a 729 do Código de Processo

Civil.

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2. Procedimento

- Petição Inicial (artigo 319 e 320 do CPC) -

descrição do fato e dos fundamentos jurídicos do

pedido e o pedido, inclusive com o cálculo do débito, se

for o caso.

- Despacho de recebimento, aditamento ou

complementação ou indeferimento liminar.

- Notificação do requerido.

- Entrega dos autos ao requerente,

independentemente de traslado.

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3. Competência

A notificação judicial deve ser ajuizada, em

regra, no domicílio do réu (Ler o art. 46 do CPC)

4. Valor da Causa

Mesmo a simples notificação deverá ser dado o

valor da causa (artigo 291 do CPC). No caso de

notificação de aluguéis, por exemplo, o valor da causa

será o débito.

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III - ALIENAÇÃO JUDICIAL

Artigos 730 do Código de Processo Civil

A alienação judicial é considerada modalidade

cautelar nos casos em que a constrição judicial recair

sobre bens de fácil deterioração, que se encontrem

avariados, que exijam grandes despesas para sua

guarda, ou, ainda, em se tratando de semoventes.

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Também pode visar à segurança dos interesses

de incapazes, como forma de disposição de seus bens,

ou mesmo não se tratando de alienação no curso do

processo, pode ocorrer para a venda de coisa

indivisível, existindo condomínio.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1. Elaboração da petição inicial (artigos 319 e 320 do

Código de Processo Civil)

2. Citação do requerido no prazo de 15 dias para

contestar, acompanhar o procedimento de alienação

judicial da coisa comum indivisível e participar da

hasta pública , onde deverá exercer, querendo, a

preferência legal. Citação pelo correio (artigo 246,

inciso I, do Código de Processo Civil).

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3. Contestação

4. Réplica

5. Sentença

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE a pretensão

deduzida na inicial, e, por conseguinte, extingo o feito,

com resolução do mérito, nos termos do artigo 487, I, do

Código de Processo Civil, para a) DECLARAR a extinção

do condomínio aqui indicado; b) DETERMINAR a

alienação do imóvel referido nos autos, em

conformidade com o art. 730 do CPC, mediante prévia

avaliação, respeitando-se a meação e o direito de

preferência entre os condôminos. Deixo de condenar

qualquer uma das partes ao ônus da sucumbência.

Transitada em julgado, havendo provocação da parte

interessada, proceda-se de conformidade com os

preceitos insculpidos nos artigos 879 a 903 do Código

de Processo Civil.

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IV - DIVÓRCIO E SEPARAÇÃO CONSENSUAL, EXTINÇÃO

DO CONTRATO DE UNIÃO ESTÁVEL E ALTERAÇÃO DO

REGIME DE BENS DO MATRIMÔNIO

Artigos 731 a 734 do Código de Processo Civil

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1. Divórcio consensual

O casal que deseja pôr fim ao casamento deverá

fazer uso da “ação de divórcio consensual”.

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Atenção:

Não é necessária a prévia separação judicial nem

separação fática por certo tempo.

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2. Base legal

Artigo 226, § 6º, da Constituição Federal.

Artigos 731 a 734 do Código de Processo Civil

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3. Procedimento

Elaborada a petição inicial, será ela distribuída no

foro competente, firmada pelo casal. Lembre-se de que

a ação de divórcio consensual será ajuizada no

domicílio de qualquer dos requerentes.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

A petição inicial deverá conter:

a) descrição e partilha dos bens comuns;

b) disposições relativas à pensão alimentícia

entre os cônjuges;

c) acordo relativo à guarda dos filhos incapaz e ao

regime de visitas;

d) o valor da contribuição para criar e educar os

filhos.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

ATENÇÃO

Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha

dos bens, far-se-á esta depois de homologado o

divórcio, na forma estabelecida nos artigos 647 a 658

do Código de Processo Civil

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

A sentença homologará o divórcio consensual,

pondo fim ao casamento.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

AÇÃO DE ALTERAÇÃO DE REGIME DE

BENS

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Os cônjuges podem alterar o regime de bens, mas

precisam de autorização judicial por meio de petição

conjunta.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

A jurisprudência tem firmado a possibilidade da

alteração do regime de bens sob a égide do Código Civil

de 1912.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

A jurisprudência também está confirmando a

autorização do regime de bens nestas hipóteses:

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens

no casamento:

I - das pessoas que o contraírem com inobservância das

causas suspensivas da celebração do casamento;

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II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;

III - de todos os que dependerem, para casar, de

suprimento judicial.

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2. BASE LEGAL

Artigo 1.639, § 2º, do CC:

Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o

casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes

aprouver.

§ 2o É admissível alteração do regime de bens,

mediante autorização judicial em pedido motivado de

ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões

invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

3. PROCEDIMENTO

A ação de alteração do regime de bens obedece

ao rito previsto na chamada “jurisdição voluntária”, de

acordo com os arts. 719 a 725 do CPC, com as

alterações previstas no art. 734 do CPC.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

• Petição inicial assinada por ambos os cônjuges.

• O casal deve expor as razões do pedido e indicar os

bens que possuem até o momento e, se for o caso,

poderá propor a partilha.

• O representante do Ministério Público será intimado

para se manifestar na ação.

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• Requerer citação de interessados, sobretudo os

credores ou qualquer outra pessoa que poderia

eventualmente ser prejudicada com a mudança do

regime de bem.

• Publicação de edital com o objetivo de dar

conhecimento ao pedido a terceiros interessados não

identificados.

• Contestação no prazo de 15 dias.

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• Audiência de instrução e julgamento (quando houver

necessidade de produção de prova oral)

• Sentença (o juiz só pode sentenciar depois de

decorrido o prazo de 30 dias da publicação do edital.

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4. FORO COMPETENTE

Foro do domicílio do casal.

Vara da Família e Sucessões

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5. VALOR DA CAUSA

O valor da causa deve indicar o conteúdo

econômico envolvido.

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TESTAMENTO CERRADO - Artigos 735 a 737 do Código

de Processo Civil

O Testamento cerrado pode também ser

conhecido como secreto ou místico, sendo escrito pelo

testador, ou por alguém a seu pedido, com cunho

sigiloso, e depois aprovado no tabelionato, com a

presença de duas testemunhas.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Exige-se a homologação prévia do testamento

por meio do procedimento autônomo de jurisdição

voluntária, preambular ao inventário, como condição

para a realização da partilha.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1. Petição inicial - artigo 319 do Código de Processo

Civil

2. Vista ao representante do Ministério Público (10 dias)

Nos termos dos artigos 1.875, do Código Civil, e 735,

‘caput’, do Código de Processo Civil, requeiro a

apresentação judicial do testamento, para verificação

da existência de eventual vício externo e

determinação da sua abertura.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Decisão interlocutória

Nos termos do artigo 735 do Código de Processo

Civil, designo audiência para o próximo dia [...] de [...], às

[...] para abertura do testamento cerrado.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Realizada a audiência, o testamento cerrado é

entregue pelo advogado ao juiz de direito que

verificará se ele está intacto. Depois disso, o juiz irá

abri-lo e poderá lê-lo ou entregá-lo para o escrevente

ler o testamento em voz alta na audiência, na presença

de todos. Quaisquer divergências deverão ser feitas na

própria audiência sob pena de preclusão. Depois será

aberta vista para o representante do Ministério Público

manifestar-se no prazo de 10 dias.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Membro do Ministério Público

Desta feita, com fulcro no artigo 735, § 2º, do CPC,

opino pela inscrição, registro e cumprimento do

testamento cerrado deixado por [...].

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Sentença - Tópico final

Nomeio testamenteiro [...], qualificado(a) nos

autos, valendo a intimação desta sentença, pelo patrono

constituído, como compromisso, independente da

assinatura do termo.

Cópia desta sentença acompanhada da certidão

de trânsito em julgado e do testamento de fls. 51/55,

servirá como certidão testamentária para todos os fins

de direito.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Ciência ao Ministério Público.

Transitada em julgado esta sentença,

providencie o interessado o encaminhamento da

certidão testamentária, como acima exposto, aos autos

de inventário/arrolamento.

Nos termos do item 129 das Normas da

Corregedoria Geral da Justiça de Cartórios

Extrajudiciais do Estado de São Paulo, fica desde

logo autorizada a expedição de inventário por escritura

pública, se todos os interessados forem capazes e

concordes.

Por fim, arquivem-se os autos.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Codicilo

Codicilo é o ato de última vontade pelo qual o

disponente traça as diretrizes sobre assuntos pouco

importantes, despesas e dádivas de pequeno valor.

Artigos 1.881 a 1.885 do Código Civil

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Codicilo é uma declaração de última vontade,

mas voltado para bens de pequeno valor, ajuda

financeira de pouca quantia a instituições de caridade

etc.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Se houver necessidade de exigir judicialmente o

cumprimento do codicilo, far-se-á da mesma forma que o

testamento cerrado.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Herança Jacente - Artigos 738 a 743 do Código de

Processo Civil

Nos termos do artigo 1.819, do Código Civil,

falecendo alguém sem deixar testamento ou herdeiro

legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança,

depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e

administração de um curador até a sua entrega ao

sucessor devidamente habilitado.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Podem ser autores da ação de herança jacente:

a) União

b) Estados

c) Municípios

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1. Petição Inicial - artigo 319 do Código de Processo

Civil

2. Competência - Vara da Família e Sucessões

Deverá conter:

a) Arrecadação de bens deixados pelo “de cujus”.

b) Intimação do membro do Ministério Público.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

c) Expedição de edital por três vezes com intervalo de 1

(um) mês, para que os sucessores do falecido venham

a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da

primeira publicação.

d) Valor da causa

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Intimação do Ministério Público

5 (cinco) dias - O prazo é fixado pelo Juiz de Direito.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Manifestação do Promotor de Justiça

MM. Juiz:

Ciente do processado. Pelo deferimento do

requerido a fls. 02, letras “a”, “b”, “d” e “e”. Assim,

aguardo a arrecadação do valor existente em conta

judicial, lavrando-se auto; a nomeação de curador (art.

739 do CPC); a publicação dos editais, por 3 vezes,

prevista no art. 741 do CPC e depois que se aguarde o

prazo previsto no art. 743 do CPC.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Despacho do Juiz de Direito com base no artigo 739 do

CPC

Vistos.

Recebo a petição inicial.

Defiro os pedidos de fls.2, letras "a", "b", "d" e "e".

Não se vislumbram dificuldades para o exercício

do cargo de curador. Diante disso, nomeio o procurador

oficiante, Dr. [...] como Curador.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Determino a arrecadação de seus bens, lavrando-

se auto em relação ao deposito judicial noticiado nos

autos.

Outrossim, determino a publicação de edital,

durante um ano e com intervalo de dois meses,

anunciado a arrecadação a terceiros e chamando os

sucessores para que se habilitem nos autos, no prazo

de seis meses contados da primeira publicação.

Na sequencia, se não houver publicação,

aguarde-se um ano da primeira publicação (art.743 do

CPC.

Intime-se.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Atenção

Se algum herdeiro for localizado, a ação

transformar-se-á em inventário judicial.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Decorrido um ano da primeira publicação do

edital, não aparecendo herdeiros nem legatários, o

curador (Procurador Municipal) requererá por meio de

petição que seja declarada a vacante a herança.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Juiz de Direito - Tópico Final da Sentença

Diante do exposto, com fulcro no artigo 743, do

Código de Processo Civil e artigo 1820, do Código

Civil, DECLARO vacante a herança deixada por [...]

para todos os fins e efeitos de direito. Incumbirá à

Serventia certificar o trânsito em julgado desta

sentença para o fim prescrito pelo artigo 743, § 2º, do

Novo Código de Processo Civil.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Depois do trânsito em julgado, os herdeiros e

credores só poderão reclamar seu direito por ação

direta (Ação rescisória)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Bens dos ausentes - Artigos 744 e 745 do Código de

Processo Civil

1. Conceito

Ausência é o desaparecimento de uma pessoa que

não dá notícia de seu paradeiro nem deixa

representante nem procurador (Artigo 22 do Código

Civil)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

ATENÇÃO

Ao ser declarado ausente, institui-se a sua

curatela.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

A curatela dos bens do ausente perdura, em

regra, por um ano, durante o qual o magistrado

ordenará a publicação de editais de 2 (dois) em 2 (dois)

meses, convocando o ausente para retomar a posse de

seus bens (Art. 745 do CPC).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O curador deve obedecer às disposições comuns da

curatela registradas nos artigos 759 a 765 do Código de Processo

Civil.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

A curatela dos bens do ausente perdura, em regra,

por um ano, durante o qual o magistrado ordenará a

publicação de editais, de 2 em 2 meses, convocando o

ausente a reaparecer para retomar a posse de seus

haveres (Artigo 745 do Código de Processo Civil).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Art. 26 do Código Civil

Decorrido um ano da arrecadação dos bens do

ausente, ou, se ele deixou representante ou

procurador, em se passando três anos, poderão os

interessados requerer que se declare a ausência e se

abra provisoriamente a sucessão.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Ao se requerer a abertura da sucessão

provisória, cessar-se-á a curatela. O interessado

requererá a citação pessoal dos herdeiros presentes e

do curador e, por editais, a dos ausentes para

requerem habilitação na forma dos arts. 689 a 692 do

CPC.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1. Elaboração da petição inicial - artigo 319 do Código

de Processo Civil

2. Andamento Processual

2.1. - Manifestação do Relator do Ministério Público

05 dias

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

2.2. Teor final da manifestação do Promotor de Justiça

Desta forma, concordo com a nomeação da

requerente como curadora provisória e requeiro a

designação de audiência de justificação para oitiva do

requerente e de eventuais testemunhas. Sem prejuízo,

requeiro a expedição de ofícios de praxe, visando à

localização do requerido.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

2.4. Tópico final da decisão interlocutória

Defiro a gratuidade. Nomeio a Requerente

Curadora Provisória, expedindo-se o termo competente.

Acolho a cota do Ministério Público, razão pela qual

designo audiência de justificação para o próximo dia [...]

às [...]. As testemunhas do autor deverão comparecer

independentemente de intimação. Sem prejuízo,

providencie a serventia pesquisas nos sistemas Infojud,

Bacenjud, SIEL, expedindo-se, outrossim, ofício ao

IIRGD, visando à localização do Requerido. Ciência ao

MP.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

2.4. Audiência de Justificação

Testemunhas serão ouvidas.

Depois o Ministério Público deverá ser intimado

para se manifestar.

Prazo de 10 (dez) dias.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

2.5. Tópico final da manifestação do Ministério Público

Requeiro seja a sentença declaratória de

ausência, nos termos do artigo 94 da Lei de Registro

Público, procedendo-se à arrecadação de eventuais

bens do ausente, com posterior expedição dos editais a

que alude o artigo 745 do Código de Processo Civil.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

2.6. Sentença - Tópico Final

Isso posto, declaro ausência de [...], nomeando a

requerente [...] sua Curadora, mediante termo de

compromisso, após o trânsito em julgado.

Determino a arrecadação de seus bens, nos

termos do artigo 744 do CPC.

Publique-se edital durante um ano, com intervalo

de dois meses, chamando o ausente (artigo 745 do

CPC).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Expeça-se mandado para o registro civil do

domicílio do ausente, para registro desta sentença, nos

termos do artigo 94 da Leinº6016/73.

Para os fins do art. 94, 3º da Lei .015/73, estabeleço

que o tempo de ausência até a sentença é de [...],

considerando a data do desaparecimento constatada.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Findo o prazo previsto no edital, poderão os

interessados requerer a abertura da sucessão

provisória.

O interessado, ao requerer a abertura da

sucessão provisória, requererá a citação pessoal dos

herdeiros presentes e do curador e, por editais, a dos

ausentes para requererem habilitação, na forma dos

artigos 689 a 692do Código de Processo Civil.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Presentes os requisitos poderá ser requerida a

conversão da sucessão provisória em definitiva.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Das Coisas Vagas - Artigos 746 do Código de Processo

Civil

1. Conceito

A pessoa que encontrar qualquer objeto de valor

ou dinheiro deverá restituí-los ao seu proprietário. Se

não for encontrada a pessoa, deverá entregar o objeto

à autoridade policial ou ao Poder Judiciário.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

2. Base legal

Artigos 1.233 a 1.237 do Código Civil

Artigo 746 do Código de Processo Civil

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

3. Procedimento

Petição inicial - artigo 319 do Código de Processo

Civil

Atenção

Se o objeto de valor for entregue à autoridade

policial, este remeterá ao juízo competente. Nesse caso,

quem encontrar o objeto de valor não tem direito à

recompensa.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Art. 1.234 do Código Civil

Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do

artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não

inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização

pelas despesas que houver feito com a conservação e

transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Parágrafo único. Na determinação do montante da

recompensa, considerar-se-á o esforço desenvolvido

pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo

possuidor, as possibilidades que teria este de

encontrar a coisa e a situação econômica de ambos.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O pedido é o depósito do objeto valioso.

Depois que a coisa for depositada em juízo, o juiz

mandará publicar edital para que o dono ou legítimo

possuidor a reclame. Não aparecendo o proprietário, o

objeto irá para leilão e a quantia revertida ao Município.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

AÇÃO DE INTERDIÇÃO ou curatela

1. Conceito

A interdição ou curatela é uma medida de amparo

criada pela legislação civil; um processo judicial por

meio do qual a pessoa é declarada civilmente

incapaz, total ou parcialmente, para a prática dos

atos da vida civil, tais como: vender, comprar, testar,

casar, votar, assinar contratos etc.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

2. Base legal

- Curatela Artigos 1.767 a 1.783-A do Código Civil

- Jurisdição voluntária: artigo 747 a 763 do Código de

Processo Civil

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

3. Procedimento

A ação de interdição está sujeita a procedimento

especial de jurisdição voluntária previsto nos artigos

747 a 763 do Código de Processo Civil, podendo ser

resumido da seguinte forma:

a) Petição inicial (art. 319 do CPC - explicita-se que não

há audiência de conciliação ou mediação em razão da

natureza jurídica da demanda.

b) Intimação do representante do Ministério Público para

que acompanhe o feito até seu final.

c) Citação pessoal.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

d) Contestação: prazo de 15 dias: se o interditando não

contratar advogado que o defenda, caso contrário,

dever-lhe-á nomear curador especial.

e) Perícia técnica.

f) Audiência para entrevista do juiz com o interditando:

se ele não puder comparecer, o juiz deverá ouvi-lo no

local onde estiver.

g) Sentença: no caso de procedência do pedido, a

sentença deve ser inscrita no registro de pessoas

naturais, sendo que nela o juiz indicará o curador e

fixará os limites da curatela.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

4. Foro competente

Ação de interdição deve ser proposta, de regra,

no foro de domicílio do interditando, consoante o art. 46

do CPC.

A jurisprudência tem confirmado a competência

também do foro do local onde o interditando se

encontra internado, desde que a interdição tenha caráter

permanente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

5. Valor da causa

Não havendo questões patrimoniais na ação de

interdição, o autor dará valor da causa por estimativa.

(Artigo 291 do Código de Processo Civil)