67
Afonso Luís Barth Serviço de Patologia Clínica Hospital de Clínicas de Porto Alegre Fac. Farmácia - UFRGS Monitoramento de mecanismos de resistência emergentes em patógenos hospitalares

Monitoramento de mecanismos de resistência … a 16 ATBs Fácil de detectar!!! Klebsiella oxytoca Fácil de detectar??? Devo detectar?? Ceftaxima Com CLAV sem CLAV Com CLAV sem CLAV

Embed Size (px)

Citation preview

Afonso Luís BarthServiço de Patologia Clínica

Hospital de Clínicas de Porto AlegreFac. Farmácia - UFRGS

Monitoramento de mecanismos de resistência emergentes em

patógenos hospitalares

AcinetobacterAcinetobacter baumannibaumanniResistente a 16 Resistente a 16 ATBsATBs

FFáácil de detectar!!!cil de detectar!!!

KlebsiellaKlebsiella oxytocaoxytoca FFáácil de detectar???cil de detectar???Devo detectar??Devo detectar??

CeftaximaCeftaximaCom CLAVCom CLAV sem CLAVsem CLAV

Com CLAVCom CLAV sem CLAVsem CLAVCeftazidimaCeftazidima

E qual a novidade??????

Quem lê blog científico??

E.coli Hemorrágica: "Velha" conhecida?...

Voltando a Lancet – Jun 2011

Voltando a Lancet – Jun 2011

BactBactééria com alto potencial ria com alto potencial de virulência e com de virulência e com mecanismos de resistência = mecanismos de resistência =

Verdadeiro Verdadeiro BugBug do milênio do milênio que precisa ser monitorado!!que precisa ser monitorado!!

E aí, o que o laboratório pode fazer????

Mecanismos de Mecanismos de resistência bacterianaresistência bacteriana

Tipos de resistênciaTipos de resistência

• NaturalResist�ncia intr�nseca; se apresenta de forma regular em determinadas esp�cie e antibi�ticos -menor implic�ncia cl�nica

• AdquiridaResist�ncia que surge em bact�ria a qual, originalmente, era sens�vel ao antibi�tico - maior implic�ncia cl�nica

Qual(is) o(s) mecanismo(s) de Qual(is) o(s) mecanismo(s) de resistência emergente(s)??resistência emergente(s)??

Produção deββ--lactamaseslactamases!!!!!!!

Porque as ββ--lactamaseslactamases ?

Classif

ica

Classif

icaççã

o das

ãoda

s

beta

beta-

-lacta

mas

es

lacta

mas

es

CarbapenemasesCarbapenemases

CarbapenemasesCarbapenemases

CarbapenemasesCarbapenemases

CarbapenemasesCarbapenemases

Carbapenemases* (CBP) podem ser definidas como β-lactamases que hidrolizam, de forma significativa, pelo menos imipenem e/ou meropenem*”Enzimas que hidrolizam carbapen�micos” (mas n�o somente...)

• CBP envolvidas em resist�ncia adquirida (classif. de Ambler)Classe A: penicilinases (serina s�tio ativo) Classe B: metaloenzimas (metais s�tio ativo) Classe D: oxacilinases (serina s�tio ativo)

Nordmann P & Poirel L. Emerging carbapenemases in Gram negative aerobes. Clin Microbiol Infect 2002

ArakawaArakawa etet alal JCM 1999JCM 1999

CarbapenemasesCarbapenemases Classe BClasse B((MetaloMetalo--enzimasenzimas))

“�ltimas” ββ--lactamaseslactamases

12/08/2010

NDMNDM--11

Voltando ao correio...

14/08/2010

Olhando mais de perto...

14/08/2010

http://video.br.msn.com/watch/video/superbacteria-faz-1-vitima/kpu6l3op

Olhando mais “de perto”...

Olhando mais “de perto”...

O que esperar? Disseminação clonal?

Olhando mais “de perto”...

Resumindo...

NDM-1 � um gene que confere resist�ncia aos carbapen�micos; descrito pela primeira vez em 2010; encontrado em esp�cies de enterobact�rias (E.coli eK.pneumoniae, por exemplo); inicialmente associada ao “turismo m�dico”; dissemina��o clonal e plasmidial

Quem lê Zero Hora?...

21/10/2010

KPCKPC

Quem lê VEJA?...

27/10/2010

Quem lê VEJA?...

27/10/2010

O que � a “KPC”?

A) Uma bact�ria “nova”B) Uma bact�ria “antiga”C) Um gene de resist�ncia “novo”D) Um gene de resist�ncia “antigo”E) Mais uma cria��o da m�dia... (na verdade n�o

existe!!!! )

Resumindo...

KPC � um gene que confere resist�ncia aos carbapen�micos; encontrado em esp�cies de enterobact�rias (iniclamente em K.pneumoniae = “KPC”; mas j�descrito em Enterobacter, E.coli...); primeiro caso em 1996 nos EUA; hoje prevalente no mundo (inclusive RS –inclusive PoA); presente em plasm�dio

KPC no Brasil

Mas e aí, tchê, tem a tal KPC aqui no RS??? Ou só é coisa

de gringo?

KPC em Enterobacter(sul do Brasil 2009)

E aí, o que o laboratório pode fazer????

CarbapenemasesCarbapenemases Classe A Classe A ((PenicilinasesPenicilinases))

• Pertencem ao grupo 2f de Bush et al = penicilinases inibidas pelo �cido clavul�nico

NMC-A: primeira; 1990; E.cloacae; cromossomal, induz�vel (gene regulador LysR similar ao da AmpC)

SME-1: 1982 (antes da comercializa��o dos carbapenems); S.marcescens; similar a NMC-A; outras SME-2 e SME-3

IMI-1: 1984; E.cloacae; 95% similar NMC-AKPC-1: 2001; K.pneumoniae; n�o-induz�velGES-2: 2001; P.aeruginosa; derivada por muta��o pontual de

ESBL GES-1; menos ativa x imipenem que SME-1 e NMC-A (RJ)

Nordmann P & Poirel L. Emerging carbapenemases in Gram negative aerobes. Clin Microbiol Infect 2002Queenan AM & Bush K. Carbapenemases: the versatile β-lactamases. CMR 2007

TabTab SuplSupl 2A2A--S2 S2 –– Teste de Teste de HodgeHodge (CLSI 2011)(CLSI 2011)

CLSI - Teste para carbapenemases (Hodge): (informes em 2009)

Disco (triagem) e Hodge (confirmat�rio) positivos -Determinar MIC para carbapen�micos:

MIC de sensibilidade e Hodge positivo = liberar o resultado do MIC mas n�o fazer interpreta��o (R,S,I)

NOTA: “Isolado produtor de carbapenemase. A efic�cia cl�nica de carbapenems em isolados produtores de carbapenemases n�o foi estabelecida para tratamento de infec��es por Enterobacteriaceae que apresentam sensibilidade aos carbapen�micos mas que demonstram produ��o de carbapenemase in vitro”

Teste de HodgeVamos avaliar juntos!!!

C+C+

As 3 amostras:PCR neg

para KPC !!!!

Nota TNota Téécnica ANVISA 01/2010cnica ANVISA 01/201025/10/201025/10/2010

Quem lê as Notas Técnicas da ANVISA?...

ANVISA ANVISA –– Nota TNota T��cnica 01/2010cnica 01/2010

Testar imipenem E meropenm Liberar os resultados achados (I, R ou S) Se amostra n�o-sens�vel (I ou R) liberar nota:

“Enterobactéria possivelmente produtora de carbapenemase(KPC, IMP dentre outras)”

Enviar para Lab de refer�ncia e avisar CCIH

ANVISA ANVISA –– Nota TNota T��cnica 01/2010cnica 01/2010

Cultura de vigil�ncia

- Swab retal (fezes)- Tubo com 1 mL de TSB + 1 disco (10 μg) meropenem- 16-18h 35C- Repicar em MacConkey (discos imi e mero)- Testar col�nias suspeitas conforme tabela da Nota T�cnica

ANVISA – Cultura de vigilância

A história se repete... NDM KPC

ESBL AmpC

OXAs

SIM GIM SPM VIM IMP

P.aeruginosaP.aeruginosa

EnterobactEnterobactéériasrias

AcinetobacterAcinetobacter

Isso sem falar nos Isso sem falar nos GramGram Positivos...Positivos... (estafilococos e (estafilococos e enterococosenterococos))

Cornaglia et al Lancet ID 2011

CarbapenemasesCarbapenemases Classe DClasse D((OxacilinasesOxacilinases))

Carbapenemases mais recentes; baixa R aos CBP;

OXA-23 e 27: Esc�cia e Singapura; 99% similaridadeOXA-24, 25 e 26: Espanha e B�lgica;

Perfil de hidr�lise muito similar = fraco para CBP* e sem a��o contra cefalosporinas de amplo espectro nem aztreonam (*exce��o quando h� outro mec. de R)

Produzidas somente por A.baumanniiNordmann P & Poirel L. Emerging carbapenemases in Gram negative aerobes. Clin Microbiol Infect 2002

Queenan AM & Bush K. Carbapenemases: the versatile β-lactamases. CMR 2007

AcinetobacterAcinetobacter baumannibaumanniResistente a 16 Resistente a 16 ATBsATBs

FFáácil de detectar!!!cil de detectar!!!

BactBactééria com alto potencial ria com alto potencial de virulência e com de virulência e com mecanismos de resistência = mecanismos de resistência =

Verdadeiro Verdadeiro BugBug do milênio!!do milênio!!

Obrigado pela atenObrigado pela atençção!!ão!!

Afonso LuAfonso Luíís Barth s Barth [email protected]@hcpa.ufrgs.br

E para E para S.aureusS.aureus (um dos (um dos principais germes de principais germes de infecinfecçção hospitalar)?ão hospitalar)?

Bom, mas ainda tem a Bom, mas ainda tem a vancomicinavancomicina, , nnéé??

Resistência (diminuiResistência (diminuiçção da ão da sensibilidade) sensibilidade) àà glicopetglicopetíídeosdeos

em em S.aureusS.aureus• 1996: Primeiro caso cl�nico de MRSA com n�veis

intermedi�rios de resist�ncia a vancomicina no Jap�o• 1997: Dois casos subsequentes foram relatados nos

EUA (Michigan - agosto e New Jersey - setembro)• 1998: - Terceiro caso nos EUA

- Primeiro relato na Fran�a• 1999: Redu��o de sensibilidade associado a bacteremia

fatal

VISA!!VISA!!

Michigan GSSA New Jersey

S.aureusS.aureus com reduzida com reduzida sensibilidade a sensibilidade a vancomicinavancomicina

não são detectadosnão são detectados no no antibiograma de rotina antibiograma de rotina

((KirbyKirby--BauerBauer))

PROBLEMA:PROBLEMA:

ExposiExposiçção aão a

vancomicinavancomicina

Junho de 2002 Junho de 2002 -- Primeiro caso de Primeiro caso de S.aureusS.aureus totalmente resistente a totalmente resistente a

vancomicinavancomicina

Sakoulas and Mollering CID. 2008

Sakoulas and Mollering CID. 2008

Avalia��o da vancomicina paraStaphylococcus (CLSI 2011)

Recomendação Testar CIM de todos Staphylococcus para vancomicina *

Teste de DD poderia ser usado para detec��o de VRSA (vanA; halo = 6 mm) mas n�o tem capacidade de diferenciarcepas “Intermedi�rias” de “Sens�veis” – S.aureus

Para SCN DD n�o diferencia R,I e S!!!!!

MIC 4g/ml enviar para centro de refer�ncia; mas MIC =2g/ml pode apresentar falha terap�utica

Mudou Mudou em 2009!em 2009!

Como surgiu e evoluiu a resistência em S. aureus