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FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DE APUCARANA
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
_________________________________________________
FÁBIO JÚNIO BAIL
ESTUDO SOBRE O SURGIMENTO DOS EUA COMO PAÍS
IMPERIALISTA: DENTRO DAS TRANSFORMAÇÕES DO MODO DE
PRODUÇÃO CAPITALISTA
APUCARANA-PR
2012
FÁBIO JÚNIO BAIL
ESTUDO SOBRE O SURGIMENTO DOS EUA COMO PAÍS
IMPERIALISTA: DENTRO DAS TRANSFORMAÇÕES DO MODO DE
PRODUÇÃO CAPITALISTA
Monografia apresentada ao Departamento de Economia da Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Ciências Econômicas.
Orientador: Prof. Msc. Antônio Pereira da Silva
APUCARANA-PR
2012
FÁBIO JÚNIO BAIL
ESTUDO DO SURGIMENTO DOS EUA COMO PAÍS IMPERIALISTA :
DENTRO DAS TRANSFORMAÇÕES DO MODO DE PRODUÇÃO
CAPITALISTA
Monografia apresentada ao Departamento de Economia da Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Ciências Econômicas, sob a orientação da Prof. Msc. Antônio Pereira da Silva
Comissão Examinadora
_____________________________
_____________________________
_____________________________
Apucarana, ____de_______________de 2012
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente à classe operária, a meu filho João Pedro e minha
batalhadora e guerreira Mãe.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador e professor Antônio Pereira da Silva, pela
compreensão, paciência para ouvir meus argumentos e para que esta pesquisa se
realizasse.
E aos colegas e professores de curso, pelos consensos construídos e pelos
momentos onde a crítica se fez necessária. Anos de aprendizado, crescimento,
sorrisos, e respeito.
E a todos, direta ou indiretamente que fizeram parte desta formação.
EPÍGRAFE
“A vida social é essencialmente prática. Todos os mistérios que seduzem a teoria
para o misticismo encontram a sua solução racional na praxe humana e no compreender desta praxe” (Karl Marx,
8° Tese Sobre Feuerbach, 1845).
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo mostrar as condições que levaram os EUA a se colocarem como potência imperialista. Identificando as mudanças ocorridas no modo de produção capitalista, estas ocorridas a partir do final do século XIX, onde os monopólios estruturados numa concentração e centralização de capital, advindas do aumento da concorrência e seus desdobramentos internos e externos ,criando condições do surgimento de potências econômicas no bojo do avanço do império Britânico. Os EUA assumem após este período, no vácuo deixado pela crise ocorrida no fim do século XIX, o papel de economia imperialista e dita os rumos da economia politica a partir da Primeira e Segunda Guerra Mundial. Estruturada em instituições multilaterais condicionadas ao seu interesse, que levam ao período de prosperidade em todo mundo num período que dura cerca de 30 anos.
Palavras-chaves: Capitalismo. Monopólio. Imperialismo. Guerra. Crise. Instituições.
ABSTRACT
This research aims to show the conditions that led the U.S. to position themselves as imperialist power. Identifying changes in the capitalist mode of production, these occurred from the late nineteenth century, where monopolies structured in a concentration and centralization of capital, resulting from increased competition and created their conditions of emergence of economic powers in the wake of the advancing British Empire. The U.S. take after this period, in the vacuum left by the crisis in the late nineteenth century, the role of imperialist economy and dictates the direction of political economy from the First and Second World War. Structured in multilateral institutions conditional on their interest, leading to the period of prosperity throughout the world in a period that lasts about 30 years.
Keywords : Capitalism. Monopoly. Imperialism. War. Crisis. Institutions.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 10
2. O CAPITALISMO INGLÊS E O MOVIMENTO DO CAPITALISMO.. .................... 12
2.1 DA CONCORRÊNCIA AO GERME DO MONOPÓLIO A PARTIR DO MOVIMENTO DO CAPITAL....................................................................................... 12
2.2 O MOVIMENTO FINANCEIRO DO CAPITAL...................................................... 17
3.O MONÓPOLIO E OS EUA, NO AVANÇO DO DECLÍNIO INGLÊS. .................... 19
3.1 O SURGIMENTO DOS EUA NO MOVIMENTO DE CONCENTRAÇÃO DE CAPITAL.................................................................................................................... 20
3.2 CONCENTRAÇÃO DE CAPITAL E OS EUA COMO GERME DE POTÊNCIA IMPERIALISTA.......................................................................................................... 23
4. A EMERGÊNCIA DO IMPERIALISMO AMERICANO.......... ................................ 27
4.1 OS CONFLITOS BÉLICOS E O PODER ECONÔMICO AMERICANO.............. 27
4.2 AS MUDANÇAS OCORRIDAS APÓS A I GUERRA MUNDIAL E OS MOVIMENTOS DA POLÍTIA ECONÔMICA AMERICANA........................................ 29
4.3 PODER ECONÔMICO E DECLÍNIO AMERICANO............................................ 31
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................... ....................................................... 39
REFERNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................... ................................................. 40
10
1. INTRODUÇÃO
O fim do modelo de capitalismo concorrencial foi construido a partir de
determinações do conteúdo intrínseco da acumulação e reprodução do capital,
construída no avanço do modo de produção capitalista a partir da Primeira
Revolução Industrial, surgido com pujança na Inglaterra. O laissez faire como
política, assentada numa acumulação ampliada de capital na ordem burguesa,
sustentada pelo prestamista Inglês, gera uma concorrência ferrenha nos países de
capitalismo atrasados, estes (Japão, Alemanha, EUA), se condicionam a sustentar a
briga concorrencial, através de uma centralização e concentração de capital,
gerando uma acumulação de capital condicionada e mediada por negócios
financeiros centralizado na Inglaterra e na implantação de grandes parques
industriais.
O surgimento dos sindicatos e o avanço dos operários no bojo do
desenvolvimento capitalista gera uma consciência que na sua dinâmica agudiza o
processo de crise, consubstanciada em 1873. A partir, daí a forma de concorrência e
as crises, permitem uma nova configuração das formas de acumulação de capital,
seja através da centralização/concentração, ou no aporte do capital financeiro. As
guerras inter-imperialista se impõem como forma de superar a concorrência e o
espaço de acumulação capitalista, onde a I Guerra Mundial, seguida pela quebra da
Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929, germinou o avanço dos EUA, como
determinante força Imperialista do Século XX.
Instituições e toda estrutura econômica criada a partir da Segunda Guerra
Mundial, trariam uma dimensão ao poderio Imperialista Americano, onde políticas de
emprego, circulação de capital, taxas de câmbio e o viés monetário, se sustentará
num pacto social, onde sindicatos e burguesia industrial possibilitam, processos de
avanços num período de 30 anos, as “décadas de ouro1” como são conhecidas,
acentuara uma queda no lucro industrial, dentro de uma lógica, onde se percebe um
relativo avanço na renda e direitos dos trabalhadores, não obstante, sustentado na
sua estrutura e determinada pela reprodução e acumulação do modo de produção
capitalista.
1 Período de prosperidade do capitalismo, que vai dos meados dos 1940 a 1973.
11
Porém, a partir de 1960, ocorre uma reversão, e mudanças brusca na forma
padrão-ouro, advinda duma acentuada queda de lucro médio, um período de
processo recessivo, esta conjuntura tem como estrutura, uma intensificação da
reprodução do capitalismo no globo terrestre, onde a mundialização do capital
acentuará a exploração do trabalho, que tem o desemprego estrutural como seus
nódulos.
No capítulo primeiro apresentam-se as principais características do
capitalismo Inglês, estrutura e dinâmica que criaram condições de avanços nas
economias de desenvolvimento atrasados (Japão, Alemanha e EUA), por
conseguinte no segundo capítulo demostra-se que as formas financeiras de
acumulação assumidas na Inglaterra exigem uma concentração de capital através
do monopólio nos EUA, possibilitando a emergência dos EUA como potência
Imperialista. No terceiro capítulo atina-se a logica de acumulação americana no
período de declínio da economia Inglesa, o papel assumido pela economia
americana na I e II Guerras Mundiais, e seus desdobramentos a partir da criação de
instituições que centraliza o interesse americano. No ultimo capítulo as
considerações finais, onde se concentra nos sinais de reversão e mudanças
institucionais surgidos a partir da década de 1960.
12
2. O CAPITALISMO INGLÊS E O MOVIMENTO DO CAPITALIS MO
2.1 DA CONCORRÊNCIA AO GERME DO MONOPÓLIO A PARTIR DO MOVIMENTO DO CAPITAL
O século XIX foi marcado pelo processo de mudanças no modo de produção
capitalista, mudanças quantitativas e qualitativas na forma de acumulação
econômica, revoluções pela Europa, avanços científicos, o surgimento da classe
operária questionadora das condições de trabalho e como se inserem no modo de
produção capitalista. Como assinala Sweezy (1976) estes fatos estão
condicionados, a uma transformação processual no modo de produção capitalista
concorrencial, onde o aumento da composição orgânica do capital possibilita a
formação de oligopólios e num segundo momento em capital monopolista.
O primeiro estágio se deu até o terceiro quarto do século XIX,
concomitantemente o segundo se construiu a partir de uma crise estrutural do
capitalismo. Belluzzo; Tavares (2004) apontam que as mudanças geradas pela
Grande Depressão no final do século XIX e também ocorridas a partir da
2°Revolução Industrial entre os anos de 1873-1896, criaram condições para o
surgimento de avanços tecnológicos como aço, eletricidade, a química da soda e do
cloro, carvão, ferro, o motor a combustão interna, o telégrafo, o navio frigorífico,
modificando o cenário da indústria, nas telecomunicações e dos transportes.
Esta segunda revolução industrial veio acompanhada de um processo
extraordinário de ampliação das escalas de produção. O crescimento do volume de
capital requerido pelos novos investimentos impôs novas formas de organização à
empresa capitalista. A sociedade anônima por ações se torna a forma dominante de
estruturação da propriedade. Neste sentido, a única forma encontrada em
decorrência das crises geradas pelo modo de produção capitalista no período
assinalado, são estratégias que se moldam no sentido de uma concentração e
centralização do capital2 nos países atrasados, acabando por consolidar a Indústrias
de grandes dimensões, caracterizada por uma produção em grande escala dentro de
grandes barracões, como uma predominante força de acumulação de capital.
2 SWEEZY, Paul. M. Teoria do Desenvolvimento do Capitalismo: Princípios de Economia Política Marxista. Zaar: Rio de Janeiro; p. 284 - 287,1976.
13
Segundo Doob (1986, p. 185) este ocorre a partir das determinações que
provocam transformações no processo de produção capitalista de sua fase
concorrencial, todavia sua formação esta na passagem do modo de produção feudal
para o modo de produção capitalista; vale citar o trabalho de Leo Hubermam (1981).
Neste sentido o surgimento do modo de produção, esta condicionado à expropriação
dos meios de produção dos trabalhadores advinda das mudanças nas forças
produtivas, agora o homem se torna apenas uma peça da máquina.
A mudança estava no caráter da produção que, em geral, se associava à utilização de máquinas movidas por energia não humana e não animal. Marx afirmou que “a transformação crucial foi na verdade a adaptação de uma ferramenta, antes empunhada pela mão humana, a um mecanismo, a partir daquele momento, a maquina toma o lugar de mero implemento”, sem levar em conta se a força motriz vem do homem ou de outra máquina”. (DOBB, 1986, p.185)
O que se pode observar, nos anos finais do século XIX, é que, se estruturam
e consolidam forças produtivas determinadas pelo modo de produção capitalista,
onde se processa um distanciamento que separa o econômico da técnica, dos meios
de consumo e meios de produção, ou seja uma intensificação da divisão trabalho
internacional. Da mesma forma os processos nos países periféricos, constrói-se a
partir das determinações dos países industriais, um avanço nas destruições de
relações pré-capitalistas, que conjuga em seu bojo uma industrialização germinal
(BALANCO; PINTO, 2007 p. 24).
Vale assinalar que as transformações foram impulsionadas pela Grande
Indústria, porém o avanço da técnica, do comércio, o surgimento da classe burguesa
são condições necessárias para a formação de um sistema de produção capitalista
como assinala Marx no Manifesto Comunista:
A grande indústria criou o mercado mundial, preparado pela descoberta da América. O mercado mundial promoveu um desenvolvimento incomensurável do comércio, da navegação e das comunicações. Esse desenvolvimento, por sua vez, voltou a impulsionar a expansão da indústria. E na mesma medida em que a indústria, comércio, navegação e estradas de ferro se expandiam, desenvolvia-se a burguesia, os capitais se multiplicavam e, com isso, todas as classes oriundas da Idade Média passavam a um segundo plano (MARX, 1848 p.09).
Assim, o estabelecimento da supremacia Inglesa é constituído, a partir das
transformações que se estruturam e dão solidez ao desenvolvimento de um modo
de produção capitalista, que na fase concorrencial atrelado a mudanças apontadas,
14
geram o capital monopolista. Articulam-se relações nos espaços interno e externos
das Economias Nacionais, que forjará a imposição e a criação da Inglaterra como
força suprema no sistema mundial. Passando a liderar uma prática de livre comércio
multilateral com base numa ordem ideológica burguesa, que se consolida a partir do
Tratado Anglo-Francês. Associa-se ao livre comércio, um deslocamento espacial e
expansionista ultramarino territorial, assentado no desenvolvimento da indústria e
das finanças inglesas. O imperialismo3 Britânico surge em consonância com alguns
fatores de fundamental importância, BALANCO; PINTO (2007, apud ARRIGHI, 1996;
FIORI, 1997 e 2004.) destaca que:
[...] (i) da sua liderança na precedente primeira revolução industrial, (ii) do seu pioneirismo em consolidar uma “revolução financeira” na qual o Estado transformou o crédito público (sistema de dívida pública e de tributos), (iii) da derrota das pretensões imperiais de Napoleão Bonaparte e (iv) de seu controle quase monopolista dos meios de pagamentos aceitos internacionalmente, o que fazia da libra a “moeda mundial”(BALANCO ; PINTO, 2007, p.31).
Este processo é determinado pelo avanço do capitalismo Inglês, pautado por
um liberalismo ordenado, que se passa na Segunda Revolução Industrial gestada no
final do século XIX, disseminando concomitantemente a industrialização além do
espaço Inglês, criando condições para que surjam brechas, onde alguns países de
industrialização atrasadas (EUA, Japão, Alemanha), façam parte do
desenvolvimento e da expansão do capitalismo Inglês. Ao mesmo tempo, este final
de século conduzirá as potências econômicas (Japão, Alemanha, EUA) um equilíbrio
econômico, exigindo uma ampliação em suas economias dada à concorrência.
Agora as potências econômicas em condições de equilíbrio, dada a pressão
e poder econômico determinado pela grande indústria, pelo fluxo de acumulação
financeira mediada pela troca entre os países, levando-se em conta as diferenças
respeitáveis, Alemanha, EUA, estes dois principalmente, surgem, como países de
uma economia dinâmica e desenvolvida, apesar dos seus atrasos caracterizados por
um processo de a expansão econômica em pouco tempo, ou seja, a construção de
um capitalismo diferente do capitalismo do Inglês, este leva cerca de um século para
3 LÊNIN, V. I. O Imperialismo Etapa Superior do Capitalismo. Apresentação: Por que Voltar a Lênin? Imperialismo, Barbárie e Revolução. ARRUDA, Plínio Sampaio Jr. Campinas-SP. FE/UNICAMP, 2011.
15
o seu desenvolvimento atingir um capitalismo imperialista (JÚNIOR, 2011 apud
LÊNIN, 1916).
Todavia, embebidos ao atrelamento determinante das relações comerciais e
financeiras do imperialismo Britânico, agora como novas potências industriais EUA e
Alemanha, surgem e alcançam posições de Estados fortes, que se traduz no papel
de seus Estados Nacionais, com uma presença, que corresponde a uma forma
dirigente, consolidando o processo de avanço econômico desses países, em
consonância com suas políticas de cunho industriais, ao mesmo tempo em que se
articulam ao sistema financeiro bancário, onde este último passa a financiar
operações de endividamento público, também novas plantas industriais de grande
escala e grandiosas fusões das empresas existentes (BELLUZZO; TAVARES, 2004,
p. 115).
O surgimento de grandes potências capitalistas brota no seio da
concorrência capitalista, numa conjuntura de grande e ferrenha rivalidade
concorrencial mundial. Com o tempo a dinâmica dos setores industriais onde impera
a concorrência, foram sobrepujados por grandes corporações-empresas, onde a
lógica de acumulação é determinada pelo capital financeiro.
O movimento de concentração do capital produtivo e de centralização do comando capitalista tornou obsoleta a figura do empresário frugal que confundia o destino da empresa com sua própria biografia. O magnata da finança é o herói e o vilão do mundo que nasce (BELLUZZO; TAVARES, 2004, p.115).
O que define nas palavras de Júnior (2011 apud LÊNIN, 1916) a dinâmica
que determinará a rapidez do desenvolvimento dos EUA e Alemanha, como
assinalado acima, está no avanço econômico desses países, num período de tempo
curto, consolidado no desenvolvimento e numa ampliação dos monopólios
existentes em suas economias, condicionado a um amplo poder financeiro centrado
em seus bancos-empresas. Possuindo mais de 50% do capital financeiro mundial.
“Quase todo o resto do mundo exerce, de uma forma ou de outra, funções de
devedor e tributário desses países, banqueiros internacionais, desses quatro [dois]
“pilares” do capital financeiro mundial” (JÚNIOR, 2011 apud LÊNIN, 1916, p. 179).
Emerge dai a rivalidade imperialista e a luta entre estados soberanos, do
avanço de grandes corporações associadas, sob controle da financeirização
aportado pelos bancos, que ira até década de 1930, no caso americano que é o que
16
nos interessa, fica evidente este processo, em 1890, em torno 60% das linhas
férreas mundiais se encontram nos Estados Unidos da América (Júnior, 2011 apud
LÊNIN, 1916).
Belluzzo; Tavares (2004, p. 115) detalham que o capitalista prestamista que
surge ao final do século XIX em alguns países retardatários, nos EUA tiveram
características diferentes dos outros países. Na Inglaterra ele já havia ascendido
como um capitalista prestamista, onde os lucros absorvidos pela senhoriagem do
capital financeiro, mantinha a burguesia inglesa no comando mundial. É interessante
notar este desenvolvimento processual do capital industrial ao capital financeiro.
A estrutura financeira da Inglaterra e dos países capitalistas retardatários orientou-se, no momento inicial do processo de industrialização, para o financiamento do capital industrial. Tratava-se de uma estrutura que se apresentava como via para o exercício da divisão do trabalho entre diferentes modalidades funcionais do capital, atuando, por conseguinte, como o espaço de representação do capital portador de juros. Havia, por consequência, uma superestrutura financeira de aporte à esfera produtiva geradora da mais-valia na qual os vínculos orgânicos entre o capital industrial e o financeiro compunham a estrutura clássica da reprodução ampliada juntamente com o capital comercial (MARX, 1986). Mas, no novo cenário dominado pela Inglaterra, esta superestrutura passa a apresentar uma tendência à aquisição de uma autonomia relativa devido ao surgimento de um aparato creditício-financeiro que viabilizou o controle da máquina monetária das sociedades capitalistas à medida que avançava a concentração do capital produtivo. (BALANCO; PINTO, 2007, p.31)
O desenvolvimento do processo de centralização financeiro que determina a
lógica de acumulação do capital, a partir do fim do século XIX, se dá com fixação ao
papel das economias capitalistas centrais, onde a forma que assume esta lógica se
constitui a partir e mediante a interpenetração entre a propriedade dos meios de
produção, instituições bancárias e sociedades por ações sustentadas na
acumulação industrial. Uma correspondência processual, em que a fusão entre
indústria e sociedade por ações, viabilize uma nova forma financeira, objetivando
desta forma, maximizar a lucratividade, intermediada por operações de lançamento,
compra e venda de ações, potencializando sua forma abstrata de riqueza, o capital
fictício, se entrelaça ao novo movimento de acumulação e valorização (BALANCO;
PINTO, 2007, p.31).
17
2.2 O MOVIMENTO FINANCEIRO DO CAPITAL
A potencialização do capital financeiro torna-se central nas disputas entre as
várias frações da burguesia industrial e financeira, ocorrendo sempre nos momentos
de crise, onde nesta, surgem barreiras ao processo de valorização do valor4,
refletindo-se em conflitos entre Estados Soberanos e suas dimensões internas. A
potencialização da forma fictícia do capital5 é uma válvula de escape ao processo de
crise. Desta forma, as estratégias assumidas para sustentar o processo de
valorização do valor, na materialização da mercadoria, constroem-se através de um
deslocamento da esfera produtiva do processo de acumulação de capital para sua
esfera financeira, com a possibilidade do aumento do lucro financeiro. Não obstante,
como já descrito, nas economias capitalistas de desenvolvimentos atrasados, este
processo não se afigura até o fim da primeira Guerra Mundial, onde EUA, Japão e
Alemanha, se utilizam do processo de centralizações e concentração industrial,
justaposto ao uma política protecionista, visando uma defesa de seus monopólios
(BALANCO; PINTO, et. al. 2007).
Como aponta Belluzzo; Tavares (2004, p. 113-114) concomitantemente ao
processo atribuído na divisão do trabalho internacional aos países desenvolvidos,
sua lógica de acumulação financeira, a defesa dos monopólios através de políticas
protecionistas nos países de desenvolvimento marginal ao Imperialismo Inglês, se
faz notar que é importante constituição de países subdesenvolvidos, este por sua
vez, exportando matérias-primas, alimentado num sistema de crédito internacional
que ao mesmo tempo sustenta e trava o processo de desenvolvimento industrial das
economias em subdesenvolviemto6, portanto, são uma das principais características
que se deve exultar para compreensão, de como os EUA surge no processo de
acumulação de capital como potência imperialista.
4 CARCANHOLO, Reinaldo. Aulas sobre o Capital de Marx-Programa de Pós-Graduação em Política Social. UFES. 2011. http://carcanholo.com.br/videos.htm 5 PAULANI, Leda Maria; ROTTA, Tomas Nielsen. A Teoria Monetária de Marx: Atualidade e Limites Frente ao Capitalismo Contemporâneo. Revista Economia: Brasília, vol. 10, n.3, set./dez., 2009. 6 MANUEL, João Cardoso de Mello. O Capitalismo Tardio: Contribuição á Revisão Critica da Formação e do Desenvolvimento da Economia Brasileira. Prefácio de Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo. Editora Brasiliense. São Paulo, 1991; 8º edição.
18
As transformações ocorridas no sistema capitalista ao longo do século XX não podem ser compreendidas sem se levar em conta três fatores: os efeitos das guerras mundiais, as mudanças no padrão monetário internacional e as alterações da divisão internacional do trabalho (BELLUZZO; TAVARES, 2004, p.117).
Mas, a crise na verdade que faz emergir novas potências imperialista, teve
um caráter estrutural, pois se vinculava à própria dinâmica do capitalismo, o qual,
naquele período, atravessava um esgotamento do padrão de acumulação
concorrencial, em virtude de alguns fatores como a transição tecnológica de 1873-
1893 e seus desdobramentos nos processos de trabalho e de valorização do capital;
um avanço no aumento dos conflitos sociais atrelados à maior organização e nitidez
ideológica dos trabalhadores que, inclusive, à época, avançavam estratégias anti-
sistêmicas de caráter socialista e a relativa incapacidade do Estado liberal, dentro de
seus marcos regulatórios, de controlar as manifestações de descontentamento,
abrindo espaço para a lei do mais forte. Um perigo para o sistema naquele
momento, uma vez que a classe trabalhadora ganhava força e poderia subverter as
relações de dominação (BALANCO; PINTO, 2007 apud OLIVEIRA, 2004).
À medida que aumentavam as contradições no interior da valorização do
capital em processo, o imperialismo emerge para sustentar a materialização do
valor. O exemplo Inglês, cada vez mais difícil de sustentar, não somente ao avanço
da classe operária, conjuntamente ao aumento concorrencial das novas potências
Imperialista, a nova fase de avanço expansionista do capital é determinante o a
construção dos EUA, como nova potência Imperialista. Minando o laissez- faire
Inglês, subvertendo uma nova forma de acumulação capitalista nas concorrências
entre monopólios, que mais tarde geraria as duas Grandes Guerras Mundiais
(BALANCO; PINTO, 2006, 131-133).
Naquele contexto de elevação dos conflitos inter (capital versus trabalho) intraclasses (capital versus capital), as barreiras impostas ao processo de valorização se tornaram mais robustas e elevadas, principalmente, com o acirramento da luta de classes, a qual representa o principal componente crítico. Tal dinâmica socioeconômica, por sua vez, alçou o capital a uma segunda crise estrutural - iniciada em 1929 e concluída após o final da Segunda Guerra - e atingiu a totalidade do mundo capitalista, provocando (i) deflação de ativos; (ii) crises bancárias recorrentes; (iii) intensa queda dos preços das mercadorias; (iv) desvalorizações competitivas das moedas nacionais; (v) a ruptura do padrão-ouro; (vi) o colapso da produção industrial; e (vii) a forte elevação do desemprego que chegou a atingir a taxa de 40% da população economicamente ativa em alguns países (BALANCO; PINTO, 2006, p.34)
19
Este fato leva os EUA, já no final do século a se tornar o maior país
imperialista da economia global, verificado em seu bojo, uma pujante economia
industrial, relacionado a seu poder competitivo. Todavia, assumido nos percalços
das severas crises financeiras e cambiais, haja vista, um dólar dependente dos
ditames de uma institucionalização desregulada bancária, e sucessivas intervenções
de grandes riscos, aportadas por bancos de investimentos posteriores a Guerra Civil
(BELLUZZO; TAVARES, 2004).
20
3. O MONOPÓLIO E OS EUA, NO AVANÇO DO DECLÍNIO INGL ÊS
3.1 O SURGIMENTO DOS EUA NO MOVIMENTO DE CONCENTRAÇÃO DE CAPITAL
O monopólio como forma de acumulação capitalista emerge do caráter
concorrencial e expansionista do capital, onde este necessariamente leva a uma
acumulação e concentração de grau elevado. Exigindo um controle maior das fontes
de matérias primas. Agudizando o processo de luta concorrencial entre cartéis e
estruturas não cartelizadas, assim assinala Júnior (2011 apud Lênin, 1916):
Em primeiro lugar: o monopólio é um produto da concentração da produção num grau muito elevado do desenvolvimento. Formam-se, então, as associações monopolistas dos capitalistas, os cartéis, os sindicatos e os trustes. Vimos o seu enorme papel na vida econômica contemporânea. Nos princípios do século XX atingiram completo predomínio nos países avançados, e se os primeiros passos no sentido da cartelização foram dados anteriormente pelos países de tarifas alfandegárias protecionistas elevadas (a Alemanha, os Estados Unidos), a Inglaterra, com o seu sistema de livre-câmbio, mostrou, embora um pouco mais tarde, esse mesmo fato fundamental: o nascimento de monopólio como consequência da concentração da produção. Em segundo lugar: os monopólios conduziram ao controle, cada vez maior, das mais importantes fontes de matérias-primas, particularmente para a indústria fundamental e mais cartelizada da sociedade capitalista: a hulhífera e a siderúrgica. A posse monopolista das fontes mais importantes de matérias primas aumentou enormemente o poderio do grande capital e agudizou as contradições entre a indústria cartelizada e a não cartelizada. Em terceiro lugar: os monopólios surgiram através dos bancos, os quais, de modestas empresas intermediárias que eram antes, se transformaram em monopolistas do capital financeiro. Três ou cinco grandes bancos de cada uma das nações capitalistas mais avançadas realizaram a “união pessoal” do capital industrial e bancário, e concentraram em suas mãos somas de milhares e milhares de milhões, que constituem a maior parte dos capitais e dos rendimentos em dinheiro de todo o país. A oligarquia financeira, que tece uma densa rede de relações de dependência entre todas as instituições econômicas e políticas da sociedade burguesa contemporânea sem exceção: tal é a manifestação mais evidente deste monopólio. Em quarto lugar: os monopólios nasceram da política colonial. Aos numerosos “velhos” motivos da política colonial, o capital financeiro acrescentou a luta pelas fontes de matérias-primas, pela exportação de capitais, pelas “esferas de influência”, isto é, as esferas de transações lucrativas, de concessões, de lucros monopolistas e, finalmente, pelo território econômico em geral. Quando as colônias das potências europeias em África, por exemplo, representavam a décima parte desse continente, como acontecia ainda em 1876, a política colonial podia desenvolver-se de uma forma não monopolista, pela “livre conquista”, poder-se-ia dizer, de territórios. Mas quando 9/10 da África estavam já ocupados (por volta de 1900), quando todo o mundo estava já repartido, começou inevitavelmente a era da posse monopolista das colônias e, por conseguinte, de luta
21
particularmente aguda pela divisão e pela nova partilha do mundo (LÊNIN, 2011, p.263; 264; 265).
Arienti; Filomeno (2007) desenvolve uma síntese da obra de alguns
pensadores que pensam o sistema capitalista a partir de uma concepção estrutural
de um sistema econômico histórico7, como Wallerstein (1979) , Braudel (1985) e
Arrighi (1996), constitui uma análise de processo, identificando um movimento
histórico de transformações no seio da estrutura concorrencial capitalista.
Descrevem que Wallerstein (1979) concebe uma avaliação constituída a partir de
uma determinação evolutiva centrada em avanços expansionistas geográficos, onde
este é um fim em si mesmo, ou seja, uma abordagem caracterizada por dinâmicas
expansivas econômicas em função de um aumento da renda e, por conseguinte
elevação na arrecadação do tributo, determinada por uma distribuição desigual entre
regiões mundiais.
Concomitante a este processo, uma divisão social do trabalho é determinada
mundialmente, com diferenças regionais dos lucros auferidos a partir do excedente
produzido pelo trabalho, onde se define agora como regiões centrais,
centralizadores e de controle fundamentalmente no Estado da dinâmica
monopolista. O desenvolvimento econômico que tem no comércio seu comando
baseado nas necessidades do capital, não são economias autônomas, que através
de decisões internas, decidem sobre relações comerciais com outras economias
nacionais, mas sim um sistema mediado por uma intensificação da divisão do
trabalho que interessa ao cálculo capitalista dos monopólios. Ocorrendo através do
poder tecnológico ou alguma restrição política da concorrência mediada pelo Estado
(ARIENTI; FILOMENO, 2007, p.106).
As mutações ocorridas no desenvolvimento do capitalismo e o avanço de
sua mobilidade dos fatores produtivos criam condições e levam o capital a
desenvolver novas formas de acumulação em períodos específicos, com o
surgimento da possibilidade de auferir lucros exorbitantes. Onde o desabrochamento
que finaliza a dinâmica econômica, que teria dado ao capitalismo sua verdadeira
7 Fernand Braudel (1958), historiador com contribuições para a Escola dos Annales, propôs o método da longa duração para analisar as descontinuidades e as descontinuidades que fazem a mudança lenta das estruturas sociais. Wallerstein (1979), de forma não revelada, e Arrighi (1996), de forma explícita e elogiosa, utilizam o método da longa duração em suas interpretações da mudança social no capitalismo histórico (ARIENTI; FILOMENO, 2007, p.113)
22
forma monopólica, se apresenta logo após a revolução industrial. Assim com a
geração de mais valia relativa 8 pelo capital industrial, onde a retenção dependerá da
concorrência e sua forma monopolística, assim percebe-se variações numa
economia de mercado.
Na forma histórica da acumulação capitalista, Braudel (1985) demonstra que
a concorrência é dissimulada pelos instrumentos institucionais econômicos,
possibilitando a imposição dos monopólios que se centralizará seu poder no
mercado, porém o monopólio legal constituído pelo Estado se torna dispositivo do
capitalista. Neste sentido, o capitalista se condiciona e se desenvolve a partir de
sua identificação com o Estado. O capitalismo dessa forma triunfa, onde o Estado
prolongando uma situação temporária, possibilita aos capitalistas, uma troca
desigual entre a economia capitalista e aos monopólios, sustentando uma
acumulação e lucros exorbitantes (ARIENTI; FILOMENO, 2011, p.117).
A junção e forma de aliança entre capital e Estado possibilitam e permitem
ao monopólio, não fossem as condições esporádicas ou temporárias, que assim os
lucros condicionassem a forma de aliança entre Capital/Estado, este surge primeiro
na Europa, e, por conseguinte em varias regiões de Estados nacionais, acirrando
uma rivalidade econômica entre os Estados agora monopólicos (ARIENTI;
FILOMENO, 2007, p. 117).
Neste processo a indústria concentra rapidamente a produção, formando
grandes indústrias, constituindo e dando uma das formas mais marcante deste
período monopolista do capitalista. Júnior (2011 apud Lênin 1916, p. 120) assinala
que neste período as estatísticas fornecem os mais completos dados preciso deste
desenvolvimento da grande indústria, através do processo de concentração que se
8 Mais valia relativa: A elevação da taxa de mais-valia relativa (e sua variação, a mais-valia extraordinária) ocorre quando um progresso nas forças produtivas permite reduzir o tempo de trabalho necessário para reproduzir a força de trabalho e, com isso, aumenta-se o tempo de trabalho excedente para uma dada jornada de trabalho. Neste caso não há um prejuízo em termos absolutos aos trabalhadores, pois trabalham a mesma jornada e conseguem, como antes, obter em salário o valor mínimo necessário para adquirir os meios de subsistência e reprodução da FT. Apesar disso, porém, aumentou o grau de exploração. No caso específico da elevação da taxa de mais-valia relativa, deve ocorrer um progresso das forças produtivas, que elevem de forma generalizada a produtividade na produção do setor de meios de reprodução da FT (ou que produzem meios de produção para a produção de meios de reprodução da FT), de modo que caia o valor desses artigos de subsistência. Devido à concorrência entre os trabalhadores o valor da FT cairá na exata proporção que caiu o valor dos seus meios de subsistência. Os capitalistas de um modo em geral pagarão um salário menor e obterão uma mais-valia maior (PITAGUARI, s.n.t).
23
evidencia com o avanço da acumulação. Onde nos EUA a concentração e seu
aumento se tornam mais intenso.
Neste país, a estatística considera à parte a indústria, no sentido restrito da palavra, e agrupa os estabelecimentos de acordo com o valor da produção anual. Em 1904, havia 1900 grandes empresas (num total de 216.180, isto é, 0,9 %), cada uma produzindo o valor de um milhão de dólares ou mais! Estas empresas empregavam 1,4 milhões de operários (num total de 5,5 milhões, ou seja, 25,6 %), e tinham um volume de produção de 5,6 bilhões (em 14,8 bilhões, ou seja, 38%). Cinco anos mais tarde, em 1909, os números correspondentes eram: 3.060 empresas (num total de 268.491, isto é, 1,1%) empregando 2 milhões de operários (num total de 6,6 milhões, isto é, 30,5%) e 9 bilhões de produção anual (em 20,7 bilhões, isto é, 43,8%) ...Quase metade da produção global de todas as empresas do país nas mãos de uma centésima parte do total das empresas! E essas 3.000 empresas gigantescas abarcam 258 ramos da indústria (JÚNIOR, 2011 LÊNIN, 2011, p.120).
Este processo de desenvolvimento do capitalismo num grau superior,
dinamizado pela concentração de capital, sua propensão natural de conduzir-se ao
monopólio, gera facilidades em acordos e dificultando a concorrência. Uma
quantidade cada vez maior de capital não pertence neste sentido ao capitalista
industrial, este deve tomar emprestado aos bancos, os verdadeiros proprietário do
capital, ao mesmo tempo os bancos se veem necessariamente inclinado a investir
nas indústrias. O capital na forma de dinheiro, que se transforma em capital
industrial nessa relação, é o movimento que explanaremos agora. O aumento da
concentração de capital que conduz ao monopólio é um dos pilares, na forma que
aparece historicamente o capital dinheiro dentro das condições gerais da produção
mercantil e da propriedade privada, onde dominação da oligarquia financeira impera
(JÚNIOR, 2011 apud LÊNIN, 1916).
3.2 CONCENTRAÇÃO DE CAPITAL E OS EUA COMO GERME DE POTÊNCIA
IMPERIALISTA
A concentração de capital em uma pequena maioria de grupos modifica a
forma de acumulação de capital, se apropriando de lucros enormes, ampliando
concomitantemente as sociedades anônimas, empréstimos aos Estados, consolida a
dominação financeira, exigindo através desta oligarquia financeira decisões e
politicas em proveito dos grandes monopólios. Júnior (2011 apud LÊNIN, 1916,
24
p.169) exemplifica claramente um dos métodos utilizados pelos trustes9 americanos,
onde o poder de concentração citando o setor de Havemeyer do açúcar denota este
impacto, onde apenas 15 pequenas companhias juntas somavam $ 6.500.000,00
dólares. Como também aponta Hobson (1962):
Durante o período de 1914/19, o percentual do número total de estabelecimentos manufatureiros sob controle de corporações aumentou de 23,6 para 31,5%. A percentagem de assalariados empregados por corporações elevou-se de 70,6 para 86,6%. A percentagem do valor do produto manufaturado por corporações subiu de 73,7 para 87,7 (HOBSON, 1962, p.271).
Este poder concentrador dos monopólios exigirá a exportação de capital que
se repercute no desenvolvimento do capitalismo dentro dos países em que são
investidos, acelerando-o extraordinariamente. Se, em consequência disso, a referida
exportação pode, até certo ponto, ocasionar uma estagnação do desenvolvimento
nos países exportadores, isso só pode ter lugar em troca de um alargamento e de
um aprofundamento maiores do desenvolvimento do capitalismo em todo o mundo.
Os países que exportam capitais podem quase sempre obtém certas vantagens,
cujo caráter lança luz sobre as particularidades da época do capital financeiro e do
monopólio.
Um exemplo disso é a exportação do capital monopolista financeiro visto
por Arrighi (1996) que levará a Inglaterra a perca da sua supremacia, ele aponta que
grande parcela dos investimentos absorvido pelos EUA advindo do país Britânico,
gera grandes receitas futuras para o país inglês, esses recursos estão
condicionados a uma característica dos acontecimentos daquele período . A Europa
após a depressão de 1873 e os países de industrialização pujante leva e condiciona
a Inglaterra a se armar e sustentar o poder da burguesia. Neste período de 1873 a
1914 os EUA pagam ao governo Inglês, somando juros e dividendos dessa
exportação de capital constituído pelos monopólios em torno de $5,8 bilhões de
dólares.
Esses recursos estão determinados em solo americano devido a grande
capacidade e força da indústria americana, ao mesmo tempo em que essa
exportação de capital inglês migra para o solo americano, o capital expande-se e
9(Ibidem, p. 292-296)
25
nutre a concentração de capital nas indústrias americanas sustentadas pelos
bancos, a concentração de capital se desenvolve nos EUA através do fluxo
financeiro gerado a partir da acumulação nas indústrias americanas e no aporte do
capital Inglês.
Os direitos Britânicos sobre os ativos e rendas norte- americanas forma muito importante na economia dominada pela Grã-Bretanha, porque os Estados unidos poderiam fornecer a esta com presteza e eficiência, todos os suprimentos de que ela precisasse para defender seu dispersíssimo império territorial numa guerra... As movimentações maciças para Londres e um aumento de quase 300°/° de ouro do Banco da Ingl aterra, entre agosto e novembro de 1914, pareceram corroborar estas expectativas (ARRIGHI, 1997, p.178).
Belluzzo; Tavares (2004, p.116) detalha como as mudanças no seio do
desenvolvimento capitalista operadas numa concentração de capital e na
necessidade de ampliação do aporte tecnológico dos grandes monopólios, tende
não somente concentrar o excedente econômico, mas ao mesmo tempo, gerenciar
os fluxos financeiros gerados com o surgimento dos monopólios. Denotando os
mecanismos internacionais de dependência da acumulação capitalista, onde os
relações Inter setoriais assumem este poder.
A necessidade de acumulação de capital encontra seu limite no espaço interno do Estado, assim por maior que seja sua extensão e seu controle através do monopólio, como e o caso dos EUA. A expansão continuada dos lucros obriga a busca de novas regiões para seus mercados, tanto para as mercadorias quanto para os investimentos diretos e exportação do capital (BELLUZZO; TAVARES, 2004, p. 114). Isso, por sua vez, provocou um acirramento das disputas entre a Inglaterra e as potências retardatárias por espaços para a realização e reprodução do capital, culminando nas guerras mundiais imperialistas (BALANCO; PINTO, 2006, p.33).
Neste sentido dos acontecimentos, uma pergunta pode ser colocada, no
desenvolvimento assinalado acima do capitalismo, pautado pela concentração de
capital que tem no monopólio sua forma, será que poderia a guerra, eliminar as
desproporções existentes entre forças produtivas e acumulação de capital através
de sua ocupação em novos espaços geográficos como coloca Júnior (2011 apud
Lênin, 1916) ou de outra forma, como se constrói neste movimento a partilha das
colônias e ao mesmo tempo o novo papel assumido pelas finanças. São várias as
questões, porém atina-se a análise, aos aspectos da I Grande Guerra e II Guerra
26
Mundial e seus desdobramentos que tem nos EUA o centro do imperialismo até a
década dos anos de 1970.
A competição entre eles [Inglaterra e potências retardatárias] foi a grande responsável pela recolonização européia do mundo, na segunda metade do século XIX, mas também levou a Europa às duas guerras mundiais, que desmontaram o império inglês e a superioridade mundial europeia (BALANCO; PINTO apud FIORI, 2001, p.68)
Assim o período entre guerras levará a Inglaterra a perder seu poder de
potência imperialista, centrada num modelo de comercio livre e num padrão ouro. As
dívidas assumidas pela Inglaterra neste período, uma acumulação de capital
centrada em seu domínio, a inexistência de uma divisão do trabalho que lhe fosse
favorável, converte sua expansão e seu poder num anacronismo que não sustenta a
funcionalidade dos ditames de sua liderança mundial. A partir disso os EUA
assumem o papel como potência imperialista, condicionado aos seus monopólios
determinado em uma dominação financeira e econômica (BELLUZZO; TAVARES,
2004, p.118; 119).
27
4. A EMERGÊNCIA DO IMPERIALISMO AMERICANO
4.1 OS CONFLITOS BÉLICOS E O PODER ECONÔMICO AMERICANO
A Primeira Guerra Mundial surge como saída da aguda concorrência entre os
monopólios mundiais, que por sua vez, leva a uma mudança na Ordem Burguesa
em sua tentativa frustrada de impor uma regulação entre os mais diferentes setores
econômicos envolvidos durante a crise no final do século XIX, onde a crise tem sua
válvula de escape na ampliação e exportação de capital para as novas potências
mundiais. Assim a agudização da crise tem na I Guerra Mundial não somente as
preocupações com a regulação concorrencial entre as potências econômicas, mas
também a correlação de forças entre o capital e trabalho, que se intensifica a partir
da Revolução Russa de 1917 (BALANCO; PINTO, 2007, p. 32).
A forma que assumira a acumulação de capital depende naquele momento
não somente do aspecto financeiro e econômico, onde a crise teria sido gerada
pelas fraquezas institucionais do modelo de regulação do Estado liberal que impedia
a coordenação e o controle da anarquia da produção, por parte do agente estatal, na
nova etapa monopolista do capitalismo como elencada por Belluzzo; Tavares (2004).
A continuidade do processo de acumulação de capital esta engendrada pela luta
entre as classes, que se expressa na resistência dos trabalhadores à exploração.
Desta forma, a luta entre as classes expressa o germe do processo crítico de
acumulação, ao mesmo tempo em que desta luta de classes dependerá seu
desfecho (BALANCO; PINTO, 2007, p.34).
Na I Guerra, o Conselho de Defesa Nacional (Council of National
Defense), uma instituição similar ao Conselho da Indústria da Guerra (United States
Shipping Board) generaliza o controle de preços, a racionalização dos alimentos e
do carvão, as compras do governo também são controladas visando um nível
elevado de dispêndio público. O controle foi uma forma construídos a partir de sua
compatibilidade com o aumento dos lucros nos setores industriais da burguesia, ao
mesmo tempo um aumento dos salários, que se ajustava a partir de uma elevação
de preço entre os anos de 1913 e 1918 (BELLUZZO; TAVARES 2004, p. 120).
28
Belluzzo; Tavares (2004, p.121) demonstram que a saída da I Guerra
Mundial pelo lado americano, se dá como país credor, afetando as negociações
sobre uma normalização econômica. A Europa por sua vez estava endividada
devido ao conflito bélico, a necessidade de reparação forçava que a obtenção de
recursos para o problema seja construído a partir de recursos fiscais, principalmente
através da elite burguesa, estes não estavam dispostos a conceder. Os níveis de
preços se elevaram rapidamente, os países que se submeteram ao gasto, visando
as reparações e sobrecarregados com a reconstrução do aparato produtivo, sofrem
com um período de hiperinflação. A generalização do sufrágio universal e a
demonstração do poder de uma Guerra imperialista foram atribuídas à insensatez de
uma elite burguesa de poder politico e econômico, que acabam concedendo por sua
vez um peso maior à opinião da classe operária.
Os EUA assumem a posição dominante em termos econômicos e financeiros e saem do conflito com mais da metade das reservas em ouro mundiais. Nesta condição, os americanos se negam a renegociar a dívida dos aliados, transferindo para os banqueiros de Wall Street as negociações. A Inglaterra é devedora líquida dos EUA, mas ficou credora dos devedores de moeda fraca, sobretudo Rússia, Países do Leste Europeu e Itália, mas também da França, com o que se transformou no vértice do triângulo entre o credor em última instância (os EUA) e o resto dos países devedores. Isto aumentou a pressão sobre as reparações de guerra alemãs, o que levou esse país ao colapso financeiro, à hiperinflação e às negociações em 1924 com a Comissão Dawes sob o comando do Banco Morgan (BELLUZZO; TAVARES 2004, p. 121)
Belluzzo; Tavares (2004, p. 119), assinalam que na segunda década do
século XX, o Estado e o sistema financeiro com o Banco Morgan, por exemplo,
sintetizam a braço da politica americana. Os empréstimos que se destinavam a
solucionar o problema monetário na Alemanha em 1924 e em França de 1926 foram
comandados pelos empregados do Banco Morgan. Sustentando o regresso da
Alemanha ao padrão ouro e forçando o regresso da Inglaterra em 1925 a apreciar
sua moeda em relação ao dólar. Um movimento intenso de capital dos EUA, após o
retorno a paridade com a libra, é deflagrado em direção a Europa ao mesmo tempo
uma enxurrada de empréstimos baratos para a e América Latina. Neste sentido, a
restauração de um padrão monetário que prevalecera no período anterior a guerra
demonstra-se impossível. No período de relativa paz entre as potências mundiais,
uma tentativa de avaliação do funcionamento de taxas de câmbio flutuantes foi
29
negativa, aumentando a necessidade de volta ao padrão ouro estável, porém o
padrão ouro fora incapaz de reproduzir os ajustes e convenções entres as potências
econômicas, responsáveis pelo anterior sucesso.
O desastre que se seguiu foi consequência da mudança de sinal da política monetária americana, em meados de 1928. O Federal Reserve, preocupado com o aquecimento da economia e com a febre dos mercados financeiros subiu a taxa de desconto, provocando o "estouro" da bolha especulativa em outubro de 1929. Os "grilhões dourados" do regime monetário tiveram grande responsabilidade na imobilização das políticas econômicas, determinando uma quase completa incapacidade de resposta e de coordenação dos governos da Europa e, pelos menos até 1933, dos EUA (BELLUZZO; TAVARES, 2004, p.122).
Tornam-se mais graves as tentativas de ajustamento, os capitais privados
americanos entre 1925-1928, com diferenciais de juros e ativos baratos como
atrativos nos países de relativa estabilidade, caso singular o da Alemanha, acabam
formando bolhas especulativas, ávidos de lucros. Entra-se num momento de inflação
dos ativos concomitantemente a valorização das ações da bolsa de valores
americana, uma onda especulativa alimentada pela expansão creditícia americana,
com taxas de descontos reduzidas, necessárias para aliviar as pressões da moeda
inglesa. ( BELLUZZO; TAVARES, 2004,p.122)
4.2 AS MUDANÇAS OCORRIDAS APÓS A I GUERRA MUNDIAL E OS MOVIMENTOS DA POLITICA AMÉRICA
Em consequência da mudança da politica monetária gerada pela economia
politica americana em 1928. Preocupado com o aquecimento da economia o Federal
Reserve, sobe as taxas de juros, que por consequência provoca o estouro da bolha
em 1929, que vinha sendo gestado. Os proponentes do regime monetário tiveram
grande responsabilidade na imobilização das políticas econômicas, determinando
uma quase completa incapacidade de resposta e de coordenação dos governos da
Europa e, pelos menos até 1933, dos EUA (BELLUZZO; TAVARES, 2004, p. 123).
Na visão de Belluzzo; Tavares (2004) ocorre um desmoronamento da ordem
liberal, estruturado num ponto de vista financeiro e econômico, ao mesmo tempo em
que o social e politico. A crise da década de 1930 desorganiza todo o sistema
mundial, surgem nesta conjuntura processos políticos nacionalistas e que intentam
30
um maior poder estatizante. Nos EUA o New Deal é experimentado, enquanto os
Britânicos saem do padrão ouro, com uma politica monetária de baixos juros, e uma
ampliação dos gastos estatais. No restante dos países Europeus, o aumento do
exército industrial de reserva, a deflação e a contração do comércio internacional,
exigem um auto grau de intervenção do Estado.
A arregimentação de massas sem precedentes leva ao surgimento de
nacionalismos autoritários que reforçam o expansionismo bélico das chamadas
potências do Eixo e levaram à eclosão da II Guerra Mundial. O surgimento dos EUA
como motor da recuperação mundial será o definidor das instituições que
desenharam e Bretoon Woods, onde este será construído a partir das negociações
entre Estados Unidos e Grã-Bretanha em 1941, para uma reestruturação da
economia mundial, que vise uma reorganização financeira e comercial do sistema
econômico internacional.
Entre 1929 e o início da II Guerra, as economias capitalistas mergulharam na violenta queda de preços das mercadorias, na deflação de ativos, nas sucessivas e intermináveis crises bancárias, nas desvalorizações competitivas das moedas, na ruptura do comércio internacional, do sistema de pagamentos e, finalmente, no colapso do Gold Exchange Standard. Nos EUA as taxas de desemprego atingiram cifras superiores a 20% da população economicamente ativa e os níveis de utilização da capacidade caíram dramaticamente, chegando, em alguns casos, a 30% do potencial instalado (BELLUZZO; TAVARES, 2004, p.122).
Moffit (1985, p. 18) assinala que a economia política adotada acentua a
queda advinda do Crash da Bolsa de Nova Iorque, exportando deflação e depressão
para os quatros pontos cardeais do planeta. Nos princípios dos anos de 1940,
Roosevelt10 percebe que a única saída possível, se da na hegemonia imperialista
americana, desta forma, se conclui que os EUA, devem assumir a dianteira da
dinâmica econômica politica, criando mecanismos que reestruturasse e
reorganizasse a economia mundial, com características diferentes das políticas
econômicas até então adotadas, sinalizando mudanças sustentadas e um auto-
10 Franklin Delano Roosevelt (Hyde Park, 30 de janeiro de 1882 — Warm Springs, 12 de abril de 1945) foi o 32.° presidente dos Estados Un idos (1933-1945), realizou quatro mandatos e morreu durante o último. Do Partido Democrata, foi o primeiro presidente a conseguir mais de dois mandatos, e será o único devido à 22.ª emenda. Durante sua estada na Casa Branca, teve de enfrentar o período da Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. Em 1939, foi o primeiro presidente dos Estados Unidos a aparecer na televisão, mesmo ela tendo sido inventada durante o período de Calvin Coolidgeno no cargo. http://pt.wikipedia.org/wiki/Franklin_Delano_Roosevelt
31
interessse, com politicas econômicas liberalizantes, onde se viabilize o comercio
mundial criando condições de fluxos financeiros favoráveis ao império Americano.
4.3 PODER ECONÔMICO E DECLÍNIO AMERICANO?
A institucionalização do New Deal como ferramenta de um Estado regulador,
inaugura uma nova estrutura socioeconômica, como assinala Balanco; Pinto (2006).
Embora o New Deal sendo adotada no início dos anos 1930, a recuperação não fora
retomada da forma esperada, somente a partir da Segunda Guerra Mundial, neste
reordenamento e consolidação imperialista, as politicas de pleno emprego e
comerciais, conduzem os EUA a se impor como potência imperialista,
“posteriormente transformada em hegemonia mundial no sentido gramsciano até
meados da década 1970” (BALANCO; PINTO, 2007, p 36).
Delgado (2009, p. 19) assinala que neste sentido a síntese da nova
reconfiguração econômica construída a partir das negociações entre EUA e
Inglaterra, durante e posterior a II Guerra Mundial, onde em 1944 com Bretton
Woods, definem-se o aparato institucional, politico e econômico que os EUA
assumiriam como potência imperialista de fato, alguns encontros precedem a
conferência de 1944. Durante os primeiros anos da II Guerra Mundial ocorre um
encontro entre Grã-Bretanha e EUA, dai resultando uma documento intitulado Carta
de Atlanta em 1941(Atlantic Charter) em que ocorre a tentativa de acordo sobre
multilateralismo econômico, outro encontro se faz visando oportunizar objetivos pós
bélicos, comuns quanto a questão do multilateralismo, em 1942 este Acordo de
Ajuda Mutua (Mutual Aid Agreement ), este com caráter bélico-econômico.
Delgado (2009 p. 19, 20), aponta que se exigia que a venda, transferência,
empréstimo de qualquer artigo de defesa deveria beneficiar os EUA, ao mesmo
tempo poderia ser dispendido os empréstimos em condições generosas aos países
receptores, com a condição de cooperar na construção do comercio multilateral nos
pós-guerra:
Isso se devia não apenas ao reconhecimento de que a postura isolacionista anterior tinha tido sua parcela de responsabilidade na deterioração das condições econômicas e políticas que levaram a catástrofe mundial, mas também ao fato de que os interesses econômicos e políticos do país no pós-guerra estariam, em grande medida, vinculados à sua atuação
32
internacional, inclusive pela posição hegemônica que seria ocupada pelos Estados Unidos na nova ordem internacional que resultaria da vitória dos Aliados sobre os países do Eixo (DELGADO, 2010, p.19).
Neste sentido, a agenda pelos EUA de uma visão multilateral no pós-guerra
tem a intenção de reestruturar a ordem internacional segundo o princípio do
multilateralismo em campos essenciais, como as finanças e o comércio mundial
institucionalizado a partir de organismo internacionais, “do ponto de vista do
comércio internacional, os princípios fundamentais que orientam o multilateralismo
são o da nação mais favorecida” (DELGADO, 2009, p.20). Assim o multilateralismo
pode ser compatível em princípio com o protecionismo, de uma forma considerável,
afetando todos os parceiros comerciais.
As ideias que permeiam as discussões de saída e reconfiguração da
conjuntura econômica apontada por Delgado (2010, p.21, 22), esta assentada pelo
lado Britânico Jonh Maynard Keynes e pelo lado Americano Harry Dexter White,
precursores dos planos que antecedem a conferência de Bretton Woods. Onde o
papel do Departamento de Estado Americano se responsabilizará através de White,
da condução e definição da política referente ao comércio internacional e o Tesouro
Americano se incumbiria das propostas referentes à reorganização do sistema
financeiro internacional.
Delgado (2010, p. 22) demonstra que pelo lado britânico Keynes se debruça
em uma proposta sobre o sistema monetário internacional, este por sua vez,
objetivando uma politica econômica onde houvesse a agregação de todas as
nações, sustentando a atividade financeira e o nível de emprego interno. Os dois
planos se condensam, do lado americano, White sustenta a ideia de criação de um
fundo de estabilização, juntamente com um banco de reestruturação econômica, e
Keynes por sua vez, sustenta a criação de uma união aduaneira compensatória, da
surge uma proposta que será apresentada em 1944, Conselho de Especialista sobre
a Criação de um Fundo Monetário Internacional (Join Statement by Experts on the
Establishment of na Internacional Monetary Found). Como demostrado nada se
concretiza até a conferência, porém os diálogos e propostas erigidas, durante a
negociação entre os britânicos e americanos, tem na proposta britânica o
desfavorável interesse americano, White percebe e se assegura de que os EUA
definissem os termos do acordo de Bretton Woods.
33
Na visão de Delgado (2010, p. 22), os acordos comerciais no início das
negociações sofrem resistência do Congresso Americano e também da burguesia
industrial, que de uma maneira velada apoiam a liberalização do comércio, no
entanto o apoio se dá de uma forma contida. Está resistência terá um caráter
ambíguo no pós- guerra, onde a ideias de multilateralismo se opõe a liberalização
econômica comercial, esta característica cria oposição aos objetivos da economia
doméstica e externa dos Estados Nacionais, especialmente americano. As
construções das propostas que visavam o emprego era consequência das
catástrofes na Europa, que via na II Guerra Mundial e no aumento do exercito
industrial de reserva heranças malévolas, do período antecedente a Bretton Woods,
estas negociações ocupam um espaço amplo e nos planos propostos por EUA e Grã
Bretanha. Acentuam a necessidade de uma política comercial de redução de
barreiras com medidas que complemente os empregos domésticos, introduzindo a
força de trabalho na dinâmica econômica.
Balanco; Pinto (2007) detalham que o pleno emprego desta forma era
essencial para as potências imperialistas, onde sustentaria o avanço das relações
externas comerciais, porém esta realidade deveria condizer e ser obtida através, de
um não sacrifício dos acordos comerciais internacionais e também do bem estar
econômico de outras nações. Ou visto de outra forma, como uma pactuação entre o
capital e trabalho, onde este primeiro se recompõe através um Estado regulador,
assim assinala:
A mediação estatal entre o empresariado e os trabalhadores, através de suas representações sindicais, visando articular a elevação dos salários reais aos ganhos de produtividade e dos preços e integrar o trabalhador ao âmbito dos processos decisórios da produção, a incorporação de investimentos diretos e das transferências de seguridade social como componentes basilares da demanda e do controle social (BALANCO; PINTO; 2007, apud BALANCO; PINTO, 2005; BELLUZZO, 1999; GUTTMANN, 1998; MEYER, 2000).
Delgado (2010, p.23, 24) caracteriza neste período o surgimento de duas
instituições que atuariam cenário mundial, fora constituída e estruturada durante o
período pós II Guerra Mundial, dentro do âmbito das conferências de Bretton Woods,
O FMI com características de controle e fiscalização das politicas protecionistas
objetivando também as desvalorizações cambiais, incumbidas também de fiscalizar
as politicas comerciais criados dentro de um plano para que haja um controle
34
monetário. Avaliam que as estratégias adotadas de recuperação se estruturam em
três pilares: taxas de câmbio fixo, mas ajustáveis, o controle de fluxos de capitais e a
criação do FMI, como politica de monitoramento das políticas nacionais e também
oferecer financiamento para equilibrar os balanços de pagamentos.
Balanco; Pinto (2007) demonstram uma visão diferente de Giordano (2010):
O programa de recuperação da economia norte-americana [Bretton Woods, este após a II Guerra] New Deal e seus correlatos em outros espaços nacionais inaugurou uma nova macroestrutura socioeconômica capitalista, cuja marca decisiva foi a forte presença estatal em termos normativos e também como esfera (ramo) da produção (Estado planejador e produtor) articulada à nova forma de controle social assentado no Welfare State, principalmente nos países centrais. Essa acentuada inflexão relacionada às atribuições socioeconômicas do Estado capitalista baseou-se em dois elementos fulcrais, quais sejam, (i) um inquestionável aparato de regulação com o propósito principal de enquadramento do capital financeiro e seu direcionamento para o financiamento da produção através do planejamento, considerado necessário à própria dinâmica do capital naquele momento histórico; e (ii) uma acomodação das contradições entre capital e trabalho por meio de certas concessões, por parte do capital, aos trabalhadores dos países centrais (compromisso keynesiano-fordista ou estratégia de harmonização) e de forte coerção, por parte das ditaduras militares, dos frágeis movimentos operários dos países periféricos ( BALANCO; PINTO, 2006, p.35)
Na visão de Balanco; Pinto (2007 apud Mandel, 1985) a acumulação nos
Estados Unidos e sua recuperação estiveram vinculados à economia de guerra e a
dinâmica econômica criada a partir da necessidade de construção da Europa no
período pós-guerra. Apesar de certo fracasso inicial, as diretrizes do New Deal de
maior intervenção e regulação estatal sobre os mercados, além de uma nova forma
de controle social, tornaram-se o eixo da acumulação capitalista entre o pós-II
Guerra e a crise da década de 1970. Apesar dos EUA apareceram como o espaço
capitalista pioneiro de desenvolvimento do New Deal, também a Europa e o Japão
conheceriam a aplicação dos seus principais elementos constitutivos, sobretudo
quando da imposição americana ao financiar suas reconstruções depois do fim do
conflito bélico. Em particular, deve-se destacar a afinidade do Plano Marshall,
aplicado à reconstrução dos países capitalistas da Europa Ocidental, ao modelo de
demanda efetiva e seus enquadramentos institucionais.
Para Moffit (1984 p. 26, 27), o que salvou a insegura recuperação no pós-
guerra não foram os acordos de Bretton Woods, mas sim o período da Guerra-Fria,
este como resultado do Plano Marshal, nos regimes que tinham o apoio americano,
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em países como a Grécia e Turquia, expondo o aspecto negativo da política
comunista soviética, assim justificando um programa de ajuda financeira aos aliados
dos EUA. Neste período os recursos enviados pelos EUA são maiores que, o Banco
Mundial e o FMI pudessem enviar. Provando que o Plano Marshal seria o ponto de
partida para a tentativa de recuperação europeia, assim que fora acionado o Plano o
sistema monetário Bretton Woods começara a operar. Tornando o dólar como
moeda chave do mundo.
Balanco; Pinto (2007 apud Brenner, 2003) diferente de Moffit (1984)
demonstra que a expansão econômica do pós-guerra esta sustentada no avanço
dos países Imperialistas manterem altas taxas de lucratividade, superávits elevados
a partir da ampliação da composição orgânica do capital (maquinas e
equipamentos), condicionado a uma nova regulação econômica articulada pós
Segunda Guerra Mundial, tanto nas relações externas e internas das potências
econômicas, quanto no plano de administração do processo de produção. Este
formato institucional possibilita uma regulação da concorrência capitalista e a
diminuição da tensão entre capital e trabalho no espaço das economias. Facilitado
pelo novo modo de controle social, este construído a partir de concessões a classe
operária. No continente europeu um reformismo construído com a participação
operária em associação com o capital, já em solo americano a racionalização do
processo de produção fordista-taylorista permite avanços salariais aos operários.
O crescimento da produção e da lucratividade nas economias avançadas no pós Segunda Guerra favoreceu a manutenção de elevados índices de investimentos privados e estatais, acompanhados de uma aceleração da produtividade, associados a crescimento salarial neutro relativamente aos lucros (BALANCO; PINTO; 2007 apud BRENNER, 2003, p. 90,93).
Esta regulação econômica definida por Balanco; Pinto (2007 p. 37, 38)
proporciona um processo com ganhos de produtividades, em parte repassada aos
salários dos trabalhadores norte-americanos. Interessante notar que a regulação
através das instâncias políticas e ideológicas não se constrói da mesma forma que
na Europa, haja vista a pequena articulação dos movimentos do operariado norte-
americano, caracterizado por um sindicalismo reformista, que centralizavam a luta
de classes em avanços salariais, se perdendo o caráter anti-sistêmico das lutas. Na
Europa o pacto social adquiriu conotações distintas.
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A “concertação” do “pacto social”, que pressupunha o consenso negociado e a harmonização das relações sociais entre capital e trabalho sob orientação social-democrata, assentou-se numa nova aliança de classe que concedia aos trabalhadores certas benesses em troca do fim das lutas mais radicais orientadas ao deblacê do sistema capitalista. A classe capitalista só aceitou fazer certas concessões em virtude do aumento, no primeiro quartel do século XX, das constantes insurgências, greves e revoluções da classe trabalhadora contra a ordem vigente nos países europeus industrializados e do “perigo” comunista que rondava o ocidente (BALANCO; PINTO, 2007 apud OLIVEIRA, 2004)
Portanto, a forma construída do Imperialismo americano, através de
regulação e coordenação, seria ampliada à dimensão internacional. O modo de
produção capitalista na sua forma monopolista instituiu mecanismos para o controle
dos monopólios e as relações entre países, abarcando, dessa maneira, os fluxos
financeiros e de mercadorias. A partir de Bretton Woods, resulta na substituição do
padrão monetário e na construção de uma estrutura institucional de controle
regulação, baseada em organismos como o Gatt, Banco Mundial e o FMI, estes
controlados a mão de ferro pelos EUA ( BALANCO; PINTO, p.43)
Um levantamento feito pela Comissão de comércio Federal dos EUA
demostrada por Doob (1986), indicam que neste período, 135 empresas industriais
no país , controlam de cerca de 45% dos ativos do capital líquido, concluindo que a
intervenção do Estado através de uma institucionalização que regule o modo de
produção capitalista, em certos aspectos tem forçado a tendência à concentração e
ampliação dos monopólios.
Esta institucionalização tinha como principal preocupação necessidade de
evitar mudanças bruscas e imprevisíveis, amenizando a autonomia dos fluxos
financeiros desestabilizadores. Em momentos de crise, as saídas que surgem a
partir de uma ruptura sistêmica, se destaca o relativo consenso entre a burguesia
industrial e financeira, nesta conjuntura abandonam os conflitos, pela luta de
apropriação e repartição da riqueza, em sacrifício manutenção de seu poder
imperialista. Após o ano de 1944, quando os acordos de Bretton Woods foram
firmados, prevalece até 1971 uma regulação que acabou por privilegiar os fluxos de
mercadorias e de investimento direto mediante um sistema de taxas de câmbio fixas
fortemente administradas (BALANCO; PINTO, 2007, pg. 44).
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Alguns sinais de reversão do período de prosperidade do capitalismo
surgem nos finais da década de 1960, caracterizado pela diminuição em sua taxa
geral de lucro nos EUA e nos níveis de acumulação, que foram gerados por uma
grave crise, em consequência dos típicos processos recessivos, cai a taxa de
investimento acompanhado de uma intensificação da exploração do trabalho com
resultados negativos das políticas sociais. Destacando-se a partir deste período o
caráter estrutural do desemprego (BALANCO; PINTO et. al., 2007).
Dobb (1986, p. 278-281) assinala que com o elevado grau de concentração
da economia americana, tendências do capitalismo com uma intervenção do Estado
característico desse período, estruturado em acordos e instituições construídas a
partir da I Guerra Mundial, configurado por um relativo período de prosperidade.
Mudanças radicais, seja do caráter do Estado , seja no acordo construído entre
capital/trabalho, não modificam, o funcionamento do sistema econômico. As
retrações econômicas em quatro ocasiões desde 1945, 1953/54, 1957/1958 e
novamente em 1960/1961, levam a uma queda do desempenho industrial, uma
diminuição do emprego, as pressões inflacionárias, os ganhos da classe
trabalhadora e o avanço tecnológico.
Arrighi (1996, p. 308) aponta que durante o período de relativa estabilidade do
capitalismo, tendo os EUA como comandante da economia mundial, as mudanças
elevam repentinamente o mercado de eurodivisas construído no bojo do Plano
Marshall, o sistema de taxas de câmbio fixas, bem como o dólar e ouro, que
vigorava durante o período de expansão material, fora abandonado em favor do
sistema de taxas de câmbio flutuantes.
Uma fração dos lucros era investida produtivamente, a rentabilidade
financeira baixa, nos EUA. Em alguns países como Japão, foi estabelecida
economias mistas, com o Estado fortemente envolvido na gestão econômica,
setores inteiros foram transferidos para propriedade do Estado. Os EUA neste
período atravessam mudanças consideravelmente menores do que o Japão e a
Europa, a crise estrutural dos anos 70, o crescimento também da inflação diminuem
a riqueza capitalista gerada pelos monopólios com forte papel do Estado na
economia, com taxas de juros praticamente zero, os lucros baixos, a bolsa estava
deprimida. No período que se estende entre a II Guerra Mundial e o começo dos
anos 1970, o 1% mais rico das famílias dos EUA tinha mais de 30% da riqueza do
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país, em meados de 1970, esse número tinha caído para 22%, às mudanças
introduzidas a partir deste declínio do Imperialismo americano, principalmente com o
Neoliberalismo, tem como objetivo a restauração dos privilégios construídos pós II
Guerra (DUMÉNIL; LÉVY, 2006, 2-3).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao concluir o presente trabalho, constata-se que o modo de produção
capitalista esta condicionado ao movimento de concorrência, num primeiro
momento, ao ampliar a composição orgânica de capital em função da concorrência,
as indústrias se fundem em corporações que concentram/centralizam capital e
necessitam expandir-se fora dos seus espaços Nacionais, ampliando o processo de
acumulação capitalista. Este fato transforma economias retardatárias em potências
econômicas. Num segundo momento, intensifica a concorrência entre os Estados
Nacionais, tencionando as relações entre as potências, gerando neste período duas
Guerras Mundiais e vários acordos econômicos.
Demonstra-se que esta conjuntura, faz emergir como potência Imperialista
os EUA, que a beira do avanço da Inglaterra, o país Britânico praticando uma politica
protecionista e financeira, impõe aos EUA uma economia politica de ampliação do
poder econômica das corporações através do monopólio. Neste sentido pode se
verificar que uma das características do modo de produção capitalista, são suas
tendências à concentração e centralização de capital, fundindo o sistema financeiro
ao capital industrial. Regulando a dinâmica econômica a partir de instituições de
caráter Imperialista.
A quebra da bolsa de Valores em Nova Iorque em 1929, após a Primeira a
Guerra Mundial, possibilita aos EUA tomar a dianteira do processo de acumulação
de capital, sintetizado no declínio Inglês, das tensões entre as potências, onde os
acordos políticos e econômicos, o pacto social entre capital e trabalho, consolidado
nos programas implantados durante e depois da Segunda Guerra Mundial, Brettom
Woods, New Deal e no plano Marshal, trouxeram ao período uma relativa
estabilidade econômica que dura cerca de 30 anos.
Dessa forma os Estados Unidos como potência Imperialista cumprem
durante 30 anos o papel de uma força suprema industrial, financeira e militar.
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