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Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, SP - CEP 13278-181 [email protected] [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE
Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional
Nilson Paulo Gatuzzo Junior Angela F. Petrucci Luiz
Professor Orientador: Ms. Leandro Nobeschi
Curso: Tecnologia em Radiologia
CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ
MORFOMETRIA DO ESPAÇO SUBACROMIAL UTILIZANDO IMAGENS RADIOGRÁFICAS DIGITAIS EM INDIVÍDUOS ADULTOS DE AMBOS OS GÊNEROS
ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE
Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009
RESUMO
Durante os movimentos do ombro, principalmente os de abdução acima de 90º ocorre o pinçamento do tendão do músculo supra-espinal, levando a síndrome do pinçamento subacromial (SPS). Estudos demonstraram a relação entre as alterações anatômicas do acrômio, dores na região do ombro, doenças degenerativas tendíneas e lesões do manguito estão associadas com a SPS. Participaram da pesquisa 30 indivíduos e utilizou-se 120 imagens radiográficas do ombro para compilar os dados dessa pesquisa. Cada participante foi submetido a uma incidência AP em posição anatômica e abdução de 90º de cada ombro. Com as imagens digitalizadas mensuramos o espaço subacromial. A média do espaço subacromial em posição anatômica foi de 18,52 mm do lado direito e 18,46 mm do lado esquerdo. A média do espaço subacromial em abdução de 90º foi de 2,82 mm do lado direito e 2,93 mm do lado esquerdo. A redução média do espaço subacromial foi de mais de 80%, da posição anatômica para abdução do ombro. A redução do espaço subacromial na abdução do ombro em 90º é de mais de 80% do seu tamanho. Não há diferenças estatisticamente significantes entre os lados e gêneros, teste de Mann-Whitney (p ≤ 0,005).
Palavras-Chave: morfologia; espaço subacromial; m. supra-espinal.
75 Publicação: 3 de fevereiro de 2011
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76 Morfometria do espaço subacromial utilizando imagens radiográficas digitais em indivíduos adultos de ambos os gêneros
1. INTRODUÇÃO
A mobilidade articular do ombro é fundamental para que ocorra o direcionamento e o
posicionamento da mão no espaço. Essa articulação conta com dois sistemas
estabilizadores: ligamentar e muscular, denominados de estabilizadores passivos e ativos
respectivamente (KAPANDJI, 2007). Os estabilizadores musculares são os mais
importantes, sendo compostos pelos músculos do manguito rotador. Dentre eles, o
músculo supra-espinal se localiza no compartimento subacromial, delimitado pelo
acrômio e ligamento coracoacromial, superiormente e, a cabeça do úmero inferiormente
(GREVE et al., 1992). Durante os movimentos do ombro, principalmente os de abdução
acima de 90º ocorre o pinçamento do tendão do músculo supra-espinal, levando a
síndrome do pinçamento subacromial (SPS). Essa síndrome é uma tendinopatia,
ocasionada devido à compressão do tendão do músculo supra-espinal contra o acrômio e
ligamento coracoacromial (no espaço subacromial) (VOLPON; MUNIZ, 1997). As regiões
tendíneas musculares são hipovasculares, tornando-se muito vulneráveis a lesões e de
reparação tecidual lenta. O tendão do músculo supra-espinal se localiza exatamente na
região de maior impacto na articulação do ombro (VOLPON; PRADO, 1997). O trabalho
clássico de Neer (1972) descreve que o fator principal é a compressão mecânica. Nicoletti,
Manso (1995) relatam que as relações anatômicas no espaço subacromial são fatores
relacionados ao aparecimento da SPS. O aparecimento de dores na região do ombro
associada com a SPS podem ser de doenças degenerativas dos tendões dos músculos do
manguito rotador (GILL et al., 2002), e presença de osteófitos acromiais
(MAHAKKANUKRAUH; SURIN, 2003). O tratamento da SPS é a acromioplastia
associada a reparações tendíneas. A acromioplastia consiste em descomprimir o espaço
subacromial por meio da ressecção do acrômio (NEER, 1972; CHECCHIA; SANTOS,
1992). Outro procedimento é realizar a sinovectomia, para descompressão do tendão no
espaço subacromial, preservando o acrômio (PAULOS; FRANKLIN, 1990; LEVY et al.,
1991). O estudo realizado por Roockwood e Lyons (1993), verificou a forma de
diagnóstico da SPS, utilizando a radiografia como elemento fundamental. Entretanto, as
observações radiográficas em seu trabalho foram direcionadas ao formato do acrômio,
não levando em consideração as dimensões do espaço subacromial. Assim, podemos
associar a diminuição do espaço subacromial com o aparecimento da SPS, devido à
compressão excessiva do tendão do músculo supra-espinal.
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Nilson Paulo Gatuzzo Junior, Angela Fabiana Petrucci Luiz 77
2. OBJETIVO
Nosso objetivo é mensurar o espaço subacromial na posição anatômica e em abdução de
90º da articulação do ombro. Por meio desses valores, calcular a porcentagem que o
espaço subacromial sofre de redução durante o posicionamento de 90º.
3. METODOLOGIA
Participaram desta pesquisa 30 indivíduos. Todos os participantes assinaram o termo de
esclarecimento e consentimento para a pesquisa.
A pesquisa foi realizada na Clínica de Especialização em Traumatologia e
Reabilitação e Ortopedia (CETRO), localizada no município de Diadema, sendo esse um
local de campo de estágio curricular do Curso de Tecnologia em Radiologia do Centro
Universitário de Santo André – Anhanguera Educacional.
Utilizamos como critério de exclusão: dor na articulação do ombro, histórico de
síndrome do pinçamento subacromial, tendinite do músculo supra-espinal, bursites,
capsulite adesiva, fraturas do cíngulo do membro superior e úmero. Foram incluídos no
estudo os indivíduos que possuíam uma amplitude de movimento normal para a
articulação do ombro.
Coletamos de cada indivíduo dados como idade, gênero e lado dominante. Cada
participante foi submetido a quatro radiografias digitais da articulação do ombro, sendo
uma radiografia de cada ombro, direito e esquerdo, na posição anatômica e uma
radiografia de cada ombro posicionado em 90º de abdução. Para posicionar a articulação
do ombro em abdução foi utilizado um goniômetro da marca CARCI®.
Para a aquisição das imagens utilizamos um aparelho de Raio-X digital, modelo
Silhouete da marca GE®.
Os indivíduos permaneceram na posição ortostática no plano de tórax, o raio
central foi posicionado perpendicularmente a articulação do ombro adquirindo uma
imagem ântero-posterior (AP). As imagens foram adquiridas com o membro superior em
posição anatômica (membro superior justaposto ao tronco e antebraço em supinação), e
em abdução de 90º, totalizando em nossa amostra 120 imagens.
Com as imagens digitalizadas, utilizamos o programa SYNAPSE/FUJI FILM®
para mensurar o espaço subacromial. Os pontos de referência utilizados foram: a face
inferior da margem do acrômio e a margem superior do tubérculo maior do úmero. A
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medida do espaço subacromial foi realizada em posição anatômica (Figura 1) e em
abdução de 90º do ombro (Figura 2), utilizando os mesmos pontos de referência.
Para a descrição e análise dos dados utilizamos média, mínima, máxima, desvio
padrão e o teste de Mann-Whitney (p ≤ 0,005) para comparação dos lados (direito e
esquerdo) e dos gêneros.
Figura 1 – Radiografia digital da articulação do ombro em AP.
Indivíduo com o membro em posição anatômica. Tubérculo maior do úmero (a), acrômio (b). Distância entre (a) e (b) - linha (espaço subacromial). Lado direito.
1
a
b
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Figura 2 – Radiografia digital da articulação do ombro em AP.
Indivíduo com o membro em abdução de 90º. Tubérculo maior do úmero (a), acrômio (b). Distância entre (a) e (b) - linha (espaço subacromial). Lado direito.
4. RESULTADOS
Dos 30 participantes, 20 são do gênero masculino e 10 do gênero feminino. A média de
idade para os homens foi de 30,4 anos (máxima de 40, mínima de 24), e para as mulheres a
média foi de 30,2 anos (máxima de 38, mínima de 22).
Quanto ao lado dominante 93,33% (28 indivíduos) são destros, enquanto que
6,66% (2 indivíduos) são canhotos, sendo esses do gênero masculino.
A média do espaço subacromial em posição anatômica foi de 18,52mm do lado
direito e 18,46mm do lado esquerdo. A média do espaço subacromial em abdução de 90º
foi de 2,82mm do lado direito e 2,93mm do lado esquerdo, os dados estão na Tabela 1.
Tabela 1 – Medida em milímetros do espaço subacromial em posição anatômica e em abdução de 90º. Lados direito e esquerdo (n=30).
Posição Anatômica Abdução de 90º
Direito Esquerdo Direito Esquerdo
Média 18,52 18,46 2,82 2,93
Mínimo 14,63 13,99 1,98 1,87
Máximo 25,07 24,22 4,53 3,95
DP 2,37 2,14 0,61 0,57 Fonte: CETRO, 2009.
2
a b
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Ocorreu uma redução média, do espaço subacromial da posição anatômica para a
abdução em 90º do ombro, de 84,77% do lado direito e de 84,13% do
Considerando apenas os indivíduos do gênero masculino, a média do espaço
subacrom
Tabela 2 – Medida em milímetros do espaço subacromial em posição anatômica e em abdução de 90º.
lado esquerdo. Não
houve diferença estatisticamente significante entre o tamanho do espaço subacromial em
posição anatômica entre os lados direito e esquerdo, teste de Mann-Whitney (p≤0,005).
ial em posição anatômica foi de 19,16mm do lado direito e 18,84mm do lado
esquerdo. A média do espaço subacromial em abdução de 90º foi de 2,74mm do lado
direito e 2,95mm do lado esquerdo, os dados estão na tabela 2.
Lados direito e esquerdo do gênero masculino (n=20).
Posição Anatômica Abdução de 90º
n Direito Esquerdo Direito Esquerdo Dominância
1 14,7 18,62 3,71 3,09 destro
2 17,84 17,59 2,28 3,95 destro
3 19,01 18,16 2,35 2,82 c
a 19,16
anhoto
4 25,07 23,37 3,96 3,6 canhoto
5 18,57 16,72 2,09 2,23 destro
6 24,59 24,22 2,08 1,96 destro
7 18,65 19,48 2,54 3,14 destro
8 17,45 19,02 2,11 2,89 destro
9 20,11 21,09 3,74 3,66 destro
10 19,87 18,88 2,63 2,58 destro
11 18,74 17,34 2,58 2,33 destro
12 20,2 19,88 2,71 2,63 destro
13 19,83 18,53 2,95 2,67 destro
14 19,56 18,74 2,1 1,87 destro
15 17,41 16,08 2,8 2,4 destro
16 16,98 15,87 1,98 2,53 destro
17 19,38 18,49 3,14 3,8 destro
18 16,89 17,51 2,46 3,28 destro
19 18,77 17,87 3,04 3,67 destro
20 19,66 19,33 3,58 3,91 destro
Médi 18,84 2,74 2,95
Mínimo 14,70 15,87 1,98 1,87
Máximo 25,07 24,22 3,96 3,95
DP 2,37 2,11 0,62 0,65 Fonte: CETRO, 09.
No gênero masculino, ocorreu uma redução média de 85,70% do lado direito e
84,34% do lado esquerdo, do espaço subacromial da posição anatômica para a abdução de
20
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90º do om
os direito e esquerdo do gênero feminino (n=10).
bro. Considerando apenas os indivíduos do gênero feminino, a média do espaço
subacromial em posição anatômica foi de 17,23mm do lado direito e 17,69mm do lado
esquerdo. A média do espaço subacromial em abdução de 90º foi de 2,97mm do lado
direito e 2,88mm do lado esquerdo, os dados estão na tabela 3. Não houve diferença
estatisticamente significante entre o tamanho do espaço subacromial em posição
anatômica e abdução de 90º da articulação do ombro, entre os lados direito, teste de
Mann-Whitney (p≤0,005).
Tabela 3 – Medida em milímetros do espaço subacromial em posição anatômica e em abdução de 90º. Lad
Posição Anatômica Abdução de 90º
n Direito Esquerdo Direito Esquerdo Dominância
1 2 de ro 16,41 17,52 ,88 2,45 st
2
édia 17,23
15,84 16,47 4,53 2,51 destro
3 14,88 13,99 2,49 2,67 destro
4 14,63 14,72 2,35 3,14 destro
5 17,82 18,43 2,68 3,26 destro
6 20,11 19,85 2,97 2,81 destro
7 19,51 19,84 2,84 3,04 destro
8 16,74 17,61 3,24 2,89 destro
9 18,61 19,82 3,05 2,53 destro
10 17,72 18,66 2,68 3,54 destro
M 17,69 2,97 2,88
Mínimo 14,63 13,99 2,35 2,45
Máximo 20,11 19,85 4,53 3,54
DP 1,86 2,09 0,61 0,36 Fonte: CET O, 2009.
o gênero inino, dução a do espaço subacromial da posição
anatômica para abdução de 90º do ombro foi de 82,76% no lado direito e 83,72% no lado
esquerdo
5. FINAIS
Nossos dados demonstraram:
R
N fem a re médi
. Não houve diferença estatisticamente significante entre o tamanho do espaço
subacromial em posição anatômica e abdução de 90º da articulação do ombro, entre os
lados direito e esquerdo e entre os gêneros, teste de Mann-Whitney (p≤0,005).
Não foi possível estabelecer uma relação entre o tamanho do espaço subacromial
e o lado dominante.
CONSIDERAÇÕES
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82 Morfometria do espaço subacromial utilizando imagens radiográficas digitais em indivíduos adultos de ambos os gêneros
Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 75-82
• o espaço subacromial na posição anatômica tem média é de 18,52mm do lado direito e 18,46mm do lado esquerdo;
90º da articulação do ombro, o espaço subacromial tem em
antes entre os gêneros, quando
lado esquerdo;
RE
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nguito
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• em abdução demédia 2,82mm do lado direito e 2,93mm do lado esquerdo;
• não há diferenças estatisticamente significcomparamos os valores do espaço subacromial, teste de Mann-Whitney (p≤0,005);
• a redução média do espaço subacromial da posição anatômica para abdução de 90ª foi no gênero feminino de 82,76% no lado direito e 83,72% no lado esquerdo e, no gênero masculino de 85,70% do lado direito e 84,34% do
• não há diferenças estatisticamente significantes na redução do espaço subacromial entre os gêneros, teste de Mann-Whitney (p≤0,005).
FERÊNCIAS
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Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, SP - CEP 13278-181 [email protected] [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE
Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional
Susana P. de S. Santana Amanda Mayara Corradini Roberta Helena Carneiro
Professor Orientador: Ms. Alfredo César Antunes
Curso: Educação Física
FACULDADE ANHANGUERA DE CAMPINAS - UNIDADE 3
Trabalho apresentado no Evento Interno de Iniciação Científica - 2009.
A DANÇA DE SALÃO E SEUS BENEFÍCIOS MOTORES, COGNITIVOS E SOCIAIS
ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE
Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009
RESUMO
Este projeto tem por objetivo desenvolver um curso de dança de salão para a comunidade com ênfase nos aspectos motores, cognitivos e sociais. Pretende-se analisar quais os benefícios com a prática de acordo com a concepção de seus praticantes. As aulas foram divididas nos estágios iniciante e intermediário com duração de dois meses cada. Os ritmos trabalhados foram: forró, bolero, valsa e samba de gafieira. A maioria das participantes estava com idade acima dos 50 anos. Ao final de cada estágio foi realizada uma avaliação com base nos critérios de musicalidade, técnica, postura e equilíbrio. E, ao término foi aplicado um questionário para verificar a percepção dos praticantes com relação aos benefícios da prática. De acordo com a análise do primeiro estágio do projeto foi verificado que a maioria das participantes apresentou dificuldades em musicalidade, equilíbrio, técnica e postura. No segundo estágio houve uma melhora significativa na musicalidade, equilíbrio, técnica e postura. A análise dos questionários mostrou que as participantes fizeram novas amizades, fortaleceram e melhoraram o convívio social. Relataram que houve uma melhora na postura, comunicação, auto-estima e na disposição. Também houve melhora na coordenação motora e diminuição do stress. Todos estes fatores auxiliaram para a melhoria da qualidade de vida das participantes. O presente estudo mostra que a prática regular da dança de salão é uma alternativa viável para auxiliar na melhoria da saúde e qualidade de vida das pessoas.
Palavras-Chave: dança de salão; benefícios; qualidade de vida.
83 Publicação: 3 de fevereiro de 2011
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84 A dança de salão e seus benefícios motores, cognitivos e sociais
1. INTRODUÇÃO
A arte de dançar é muito além de aprender um passo ou de melhorar o condicionamento
físico, existe em sua prática, fatores intrínsecos do relacionamento social e humano. É sob
este olhar que iniciamos este projeto. Sabemos que sua prática promove bem estar,
melhora o humor, mas nossa preocupação como profissional exige que saibamos os
motivos pelos quais isso ocorre.
A dança é uma das manifestações artísticas mais antigas da humanidade. Sua
origem vem dos gestos e movimentos naturais do ser humano para expressar emoções e
sentimentos. A dança é a arte de movimentar o corpo em um determinado ritmo, ou seja,
é a arte de mover o corpo através do tempo e espaço, graças a um ritmo e a uma
composição coreográfica. Pérez Gallardo (2002) “considera-a como uma forma de
comunicação, podendo expressar idéias, sentimentos e emoções através de seus gestos”.
É uma forma simples e saudável de exercitar o corpo e a mente, a medicina
recomenda a dança por ser uma atividade extremamente prazerosa e por proporcionar
vários benefícios já conhecidos: como a melhoria do condicionamento físico geral, por
envolver o corpo como um todo, obtém a melhora de capacidade cardio-respiratória,
melhora a circulação periférica, diminuição da pressão arterial, além de proporcionar
fortalecimento muscular protegendo as articulações.
Com isso a dança auxilia na diminuição de dores musculares e na prevenção de
futuros problemas de postura. Também, aumenta o gasto calórico total diário reduzindo e
controlando a quantidade de gordura corporal. A postura que se aprende na dança de
salão inevitavelmente acaba se associando a rotina do dia-a-dia.
A dança de salão é uma das mais tradicionais e fortes características culturais
brasileiras e por ser uma expressão alegre e espontânea do nosso povo. Com seus ritmos e
formas de dançar observa-se sua riqueza e diversidade.
De acordo com Marques (1999), “Ao contrário de uma visão histórica ingênua de
que a dança não passa de “uns passinhos a mais ou a menos nas vidas das pessoas”, hoje
não podemos mais ignorar o papel social, cultural e político do corpo em nossa sociedade
e, portanto, da dança.
Assim, além do caráter social e cultural da dança o presente trabalho mostrará
com dados e interpretações de orientação científica os benefícios desta atividade.
A seguir, na seção 2, são apresentados os objetivos da pesquisa. A metodologia
utilizada na realização da pesquisa é apresentada na seção 3. A revisão de literatura e
Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 83-84
ANUIC_n15_miolo.pdf 84 13/04/2011 09:14:50
Susana Pereira de Souza Santana, Amanda Mayara Corradini, Roberta Helena Carneiro 85
organização do projeto são mostradas na seção 4. Os resultados e as discussões são
descritos na seção 5. Por fim, as considerações finais estão são apresentadas na seção 6.
2. OBJETIVOS
Geral
• Proporcionar uma convivência social saudável de forma prazerosa e lúdica, proporcionando sensação de bem estar e verificar os benefícios desta prática.
Específicos
• Analisar a evolução dos participantes nos seguintes critérios: técnica, musicalidade, postura, e equilíbrio.
• Comparar a evolução dos critérios após um determinado período de prática.
• Analisar a percepção dos participantes com relação aos benefícios proporcionados pela prática da dança de salão e realizar a comparação com a literatura específica da área.
3. METODOLOGIA
Nesta seção são descritos a metodologia e estratégia utilizada no projeto e que auxiliaram
atingir os objetivos traçados.
Para uma melhor organização do curso de dança de salão as aulas foram
divididas nos módulos iniciante e intermediário com duração de dois meses cada. No
primeiro módulo foram trabalhados os ritmos básicos de forró e bolero. No segundo valsa
e samba de gafieira.
Foi necessária a divisão por módulos, pois o nível dos praticantes foi
determinado após a inscrição, sendo necessário um acompanhamento da evolução dos
mesmos. Esse acompanhamento seria prejudicado se as aulas tivessem início em nível
acima da aptidão dos praticantes.
As aulas foram divididas em 2 turmas com o total de 25 pessoas com duração de
60 minutos.
Para a verificação dos resultados da prática das atividades foi elaborado um
questionário (Anexo 1) para verificar a percepção dos praticantes com relação aos
benefícios percebidos.
Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 83-85
ANUIC_n15_miolo.pdf 85 13/04/2011 09:14:50
86 A dança de salão e seus benefícios motores, cognitivos e sociais
Para a descrição, registro e análise dos resultados foi realizada uma avaliação
baseada nos critérios da dança esportiva.
Para esta avaliação foi utilizada uma ficha de observação (Anexo II). Para cada
ritmo foram analisados quatro fatores: musicalidade, técnica da dança, postura e
equilíbrio. Ao final de cada módulo foi realizada essa avaliação para analisar o
desempenho dos participantes e suas evoluções.
O projeto teve início com o cadastro dos participantes e organização dos grupos
para as aulas. Antes do início das atividades foi realizada uma anamnese com o objetivo
de identificar algum indivíduo que não tivesse condições de saúde para participar do
projeto. Foi solicitado, a todos os participantes, um atestado médico com liberação para a
participação no projeto. Também, foi entregue o “Termo de consentimento livre e
esclarecido” a todos os participantes. Assim, todos os indivíduos que participaram do
projeto não apresentavam nenhum problema de saúde que impedisse a prática de dança
de salão e todos concordaram voluntariamente em participar do estudo e, cientes que
poderiam a qualquer momento interromper a sua participação.
4. DESENVOLVIMENTO
Neste momento serão apresentados, em forma de revisão de literatura, alguns aspectos
fundamentais para a compreensão da dança de salão e para posterior análise dos
resultados da presente pesquisa.
Desde os séculos XV e XVI, a dança tornou-se uma forma de lazer muito
apreciada, tanto nos salões dos palácios da nobreza, como entre o povo em geral. A dança
social ou dança de salão é praticada por casais, em reuniões sociais e surgiu na Europa, na
época do Renascimento. É chamada de social por ser praticada por pessoas comuns, em
festas de confraternização, propiciando o estreitamento de relações sociais de amizade, de
romance, de parentesco e outras. De salão, porque requer salas amplas para os dançarinos
fazerem livremente suas evoluções e porque foi através da sua prática nos salões das
cortes reais européias que este tipo de dança foi valorizado e levado para as colônias da
América, Ásia e África, sendo divulgado pelo mundo todo e transformando-se num
divertimento muito popular entre diversos povos.
A partir destas informações fica evidente a característica social da dança de salão
desde a sua origem.
A dança de salão é uma atividade com intenção recreativa, de confraternização,
conquista do sexo aposto, ou do desporto competitivo. Ainda que a dança social apresente
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ANUIC_n15_miolo.pdf 86 13/04/2011 09:14:50
Susana Pereira de Souza Santana, Amanda Mayara Corradini, Roberta Helena Carneiro 87
um caráter competitivo ela pode ser praticada por qualquer classe social podendo assim
ser apreciada e praticada por pessoas de qualquer idade.
Desde o início de sua evolução o homem se comunica, se expressa, se satisfaz, se
encanta, se educa etc., através do movimento e da dança. Antes mesmo de falar ele já
dançava. Dentre os vários tipos de dança, a dança de salão é uma atividade, cuja
complexidade, pode se adaptar às habilidades individuais, é acessível a qualquer sexo e
faixa etária, podendo proporcionar situações de experiência máxima (VOLP; DEUTSCH;
SCHWARTZ, 1995, p. 52).
O estudo de Volp, Deutsch e Schwartz (1995) sobre os motivos que levam os
jovens escolares e adultos a praticarem a dança de salão mostram que o prazer é o
principal motivo para a prática. A pesquisa também mostra a dança de salão como uma
boa opção para ocupação do tempo livre, principalmente pelos adultos.
A dança de salão se apresenta como uma possibilidade de lazer e sociabilização.
Na opinião de Rangel (2002) a dança não se remete à competitividade que se caracteriza
pela imposição de rivalidade entre os participantes, bem como pela necessidade de
demonstração da existência do melhor. Também não se presta ao aprimoramento técnico
enquanto meta final.
De acordo com pesquisa realizada por D'Aquino, Guimarães e Simas (2005) a
dança de salão proporcionou a melhoria do relacionamento inter-pessoal e na opinião dos
pesquisados o prazer torna-se uma sensação sempre presente no decorrer da atividade. E,
conclui que os praticantes de dança de salão são indivíduos que procuram uma forma
prazerosa de atividade física e pretendem com ela ampliar seu grupo social. De acordo
com o questionário aplicado na referida pesquisa percebeu-se um grande interesse pela
prática de dança de salão. Do grupo analisado a maioria dos participantes indicou como
principal objetivo da prática de dança a melhora da saúde e qualidade de vida e o aspecto
social e de lazer da modalidade.
Vários autores mostram a influência positiva da prática de atividades física na
saúde e qualidade de vida das pessoas em todas as idades e fases da vida, tanto nos
aspectos biológicos como psicológicos, sociais e culturais (WEINECK, 1991; POLLOCK;
WILMORE, 1993; McARDLE, 1996).
Por ser uma atividade física a prática da dança de salão também proporciona os
benefícios apontados acima.
Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 83-87
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88 A dança de salão e seus benefícios motores, cognitivos e sociais
No caso do idoso, segundo Bourcier (apud GOBBO, 2005) a Dança é responsável
por uma série de benefícios na sua vida cotidiana, mas é o fator social o aspecto mais
importante.
O idoso, devido a todo um histórico biológico (músculos, articulações, osso etc.),
não procura a dança de salão por exibicionismo ou profissionalismo (aprendizagem de
seqüência de passos, coreografias etc.); mas pelo simples fato de que a dança pode
suprimir desejos retraídos, o encontro com uma nova pessoa do sexo oposto, a fuga da
solidão em casa, e por uma gama de opções para superarem todas as suas dificuldades
(GOBBO, 2005 p.1).
A partir destes dados fica evidente a contribuição da dança de salão para a
melhoria dos aspectos motores e sociais de seus praticantes. A presente pesquisa buscou
averiguar estes benefícios, em seus praticantes, após o desenvolvimento de um projeto
social.
Para a análise da evolução dos alunos no presente projeto foi utilizado como base
os critérios da dança esportiva. Estes critérios foram adaptados para a realidade e
contexto sócio-cultural que o projeto está sendo desenvolvido.
Dança Esportiva é a forma competitiva da Dança de Salão que obedece a regras
internacionalmente coordenadas pela International Dance Sport Federation e estabelecidas
inicialmente nos anos 1930 na Inglaterra. É praticada por milhares de pares em quatro
continentes, com exceção da América Latina e está prestes a se tornar modalidade
olímpica (RIED, 2009).
Segundo Milagres (2009) dança esportiva é um esporte, definido como dança aos
pares, constituídos por um homem e uma mulher, ou apresentada por vários pares
dançando juntos de forma combinada. Usam a técnica apropriada e interpretação artística
com o objetivo de produzir uma performance altamente disciplinada.
Devido às suas características, a Dança Esportiva agrega aos seus praticantes
valores esportivos e educacionais como benefícios físicos, hábitos saudáveis, disciplina,
integração, respeito, cooperação e muitos outros. Por esses valores, pode ser praticada por
grupos de diferentes idades e portadores de necessidades especial, independente do
envolvimento com competições.
Contudo, no presente projeto o objetivo não é a competição, mas o
desenvolvimento de suas características sociais e seus benefícios para a saúde e qualidade
de vida.
Os seguintes critérios são analisados na dança esportiva:
Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 83-88
ANUIC_n15_miolo.pdf 88 13/04/2011 09:14:50
Susana Pereira de Souza Santana, Amanda Mayara Corradini, Roberta Helena Carneiro 89
• timing e ritmo: o critério prioritário; onde ficará mal colocado o casal que errar repetidamente (ficar fora do ritmo), comparativamente com outros casais que estiverem no timing correto;
• linhas corporais: refere-se ao par como uma unidade (equilíbrio do casal);
• movimento: respeitando a técnica e a característica de cada dança;
• interpretação rítmica: inclui coreografia e interpretação;
• trabalho de pés: qualidade e controle;
• floorcraft: utilização do espaço de forma a evitar interrupção de sua coreografia ou dos demais.
Baseado nestes critérios e de forma adaptada foi analisado os seguintes itens no
desenvolvimento do projeto: musicalidade, técnica, postura e equilíbrio.
Musicalidade ou pessoa musical é aquela que consegue perceber as variações da
música (que inclui o ritmo, a harmonia, a melodia), perceber a música, ser capaz de
reproduzir a música e criar.
Fonseca citado por Tibeau (2006) o ritmo e a música, assim como o movimento,
deve ser visto de dentro para fora, na medida em que não há movimento, música e ritmo
para as pessoas, mas sim pessoas que se movem que vivem e sentem a música e o
movimento. Na opinião de Tibeau (2006) a musica é mais do que uma sonoridade
especifica ela é aquilo que simboliza, representa ou evoca. De acordo com alguns autores
há quatro domínios da natureza humana; o cognitivo, afetivo, emocional, e motor, no qual
estão ligados aos elementos constitutivos da música que seriam o ritmo, melodia,
harmonia e andamento. No qual se completam e são interdependentes.
De acordo com Ongaro, Silva e Ricci (2006), a música e a dança atuam no corpo e
despertam emoções, neste sentido equilibram o metabolismo, interferem na receptividade
sensorial e minimizam os efeitos de fadiga ou elevam a excitação do aluno. E afirma
também que a expressão musical desempenha importante papel na vida recreativa de
todo indivíduo, ao mesmo tempo em que desenvolve sua criatividade, promove a
autodisciplina e desperta à consciência rítmica e estética. A música também cria um
terreno favorável para a imaginação quando desperta a faculdade criadora de cada um. A
educação pela música proporciona uma educação profunda e total.
A musicalização é o processo de construção do conhecimento musical, cujo
principal objetivo é despertar e desenvolver o gosto pela música, estimulando e
contribuindo com a formação global do ser humano.
A musicalidade pode ser desenvolvida através de atividades lúdicas, visando o
desenvolvimento e aperfeiçoamento da percepção auditiva, estimulando a imaginação e
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90 A dança de salão e seus benefícios motores, cognitivos e sociais
criatividade de cada indivíduo, ajudando na coordenação motora, na memorização,
expressividade, percepção espacial, e socialização.
Com relação à postura Bricot apud Kendall (1974) a definiu como “um estado
compósito do conjunto das posições das articulações do corpo em um determinado
momento”.
Bricot (2001) considera o sistema postural como um “todo estruturado”, com
entradas múltiplas, tendo como funções complementares:
• lutar contra a gravidade e manter a postura ereta;
• opor se a forças externas;
• situar-nos no espaço-tempo estruturado que nos envolve;
• guiar e reforçar o movimento;
• equilibrar-nos durante o movimento.
Equilíbrio é a capacidade para adaptar e manter uma posição corporal, lutando
contra a força da gravidade. Os músculos trabalham para sustentar o corpo sobre sua
base, tendo como base fundamental para a coordenação.
A técnica é a parte material ou o conjunto de processo de uma arte. Maneira, jeito
ou habilidade especial de executar ou fazer algo (BUARQUE DE HOLANDA apud
NANNI, 2002). De acordo com Nanni (2002) “as sensações e percepções de reações
conscientes e inconscientes do homem em relação consigo, com outro, com o objeto, com o
ambiente e o Universo”.
O fundamento é a base na qual se estrutura a técnica da Dança. Desenvolvem-se
através da educação do corpo e das sensações auditivas, visuais cinestésicas/
proprioceptivas, tato e manipulação, dando à oportunidade ao individuo de se auto-
conhecer através de fatores corporais e ambientais.
5. RESULTADOS
Neste momento serão apresentadas as principais informações coletadas.
A partir da ficha de observação e do questionário aplicado (Anexos I e II) os
dados coletados foram analisados.
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Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 83-91
5.1. Caracterização dos Participantes
Através da pesquisa apresentada e dos questionários que foram aplicados no início das
aulas as alunas descreveram que alguma experiência com a dança de salão e a minoria
praticava a dança nos momentos de lazer.
Constatou-se também que a maioria dos participantes não sabia dançar. Este
resultado pode estar relacionado à timidez e a falta de oportunidade em fazer aulas de
dança.
Com relação à faixa etária, a maioria (46%) estava acima dos 50 anos de idade,
40% dos participantes possuíam idade até 49 anos e 14% eram pessoas acima dos 60 anos
de idade, ou seja, idosos.
A maioria, que representa 71%, não tinha conhecimento em dança e 29%
descreveram que já conhecia a dança de salão e que praticam em momentos de lazer.
Esclareceram que um dos motivos foi à timidez e a falta de oportunidade em fazer aulas
de dança.
FAIXA ETÁRIA6
34
46
11 3
ABAIXO 30 ANOS 6%ACIMA 40 ANOS 34%ACIMA 50 ANOS 46%ACIMA 60 ANOS 11%ACIMA 70 ANOS 3%
Figura 1 – Faixa etária dos participantes.
29
71
0
20
40
60
80
SIM NÃO
Conhecimento de dança
Figura 2 – Conhecimento de dança pelos participantes.
Cada pessoa apresentou um objetivo em fazer aulas de dança de salão, 43%
descreveram que optaram pela dança de salão por ser uma atividade prazerosa, 37% para
uma melhora da Qualidade de Vida e 20% por não saber dançar.
ANUIC_n15_miolo.pdf 91 13/04/2011 09:14:50
92 A dança de salão e seus benefícios motores, cognitivos e sociais
37
20
43
01020304050
QUALIDADE DEVIDA
APRENDIZAGEM PRAZER
OBJETIVOS
Figura 3 – Motivação para dança de salão, pelos praticantes.
Em relação ao tempo, a maioria das participantes (40%) gostaria de atingir seus
objetivos a partir de um mês, por ver essa atividade como um momento de lazer e
descontração. 31% optaram por dois a três meses para que começassem a ver os
resultados. Apenas 6% optaram por quatro a cinco meses devido o pouco conhecimento
em dança de salão e que seria tempo suficiente para aprender a dançar. 23% optaram por
um tempo maior de cinco a seis meses, ou seja, o tempo que durar o curso, pois relatam
que adoram dançar e reconhecem os benefícios da dança, “quanto maior for à prática
melhor será o resultado”.
40
31
6
23
0
10
20
30
40
30 DIAS 2 A 3 MESES 3 A 4 MESES 5 A 6 MESES
TEMPO PARA ATINGIR OS OBJETIVOS
Figura 4 – Tempo esperado pelos participantes para se atingir os objetivos.
A maioria (63%) desejava fazer aula duas vezes por semana devido à falta de
tempo. Do restante, 31% gostariam de fazer aula duas a três vezes na semana e 6% de três
a quatro vezes, por ter mais disponibilidade. Todas descreveram que se sentem bem por
estar em atividade e que se fosse possível participariam todos os dias.
Este resultado demonstra a necessidade de ampliar o número de aulas do
projeto.
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63
31
6
0
20
40
60
80
2 AULAS 2 A 3 AULAS 3 A 4 AULAS
No. DE AULAS POR SEMANA
Figura 5 – Resultado sobre a quantidade de aulas desejadas por semana pelos praticantes.
8 6
69
17
0
20
40
60
80
VALSA SAMBA TODOS OUTROS
RITMOS PREFERIDOS
Figura 6 – Ritmos preferidos pelos participantes.
A maioria (69%) das participantes descreveu que gostaria de conhecer e aprender
todos os ritmos que a dança de salão oferece, 17% sugeriram alguns tipos de dança como:
Dança do Ventre, Jazz, Axé entre outros. Com 8% optaram pela valsa por ser referência na
dança de salão e apenas 6% optaram por Samba por ter uma forte influência na nossa
cultura. Fica claro o interesse pela dança, independente do ritmo trabalhado.
5.2. Evolução
Ao final do primeiro módulo foi realizada uma avaliação com base nos critérios
apresentados (musicalidade, técnica, postura e equilíbrio) para analisar o desempenho
dos participantes e obter parâmetros para a análise do estágio seguinte. No segundo
estágio foi realizada a comparação com o anterior de acordo com os critérios analisados.
Para cada critério foi verificado o nível que cada participante se encontrava:
ótimo, bom, satisfatório e ruim. Esta avaliação foi realizada a partir das anotações
realizadas na ficha de observação (Anexo II). Através da avaliação aplicada na primeira
etapa podemos observar o desempenho das alunas em um período de cinco aulas.
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94 A dança de salão e seus benefícios motores, cognitivos e sociais
0
10
20
30
40
OTIMO BOM SATISF. RUIM
AVALIAÇÃO 1º ESTÁGIO
MUSICALIDADEEQUILIBRIOTÉCNICAPOSTURA
Figura 7 – Análise do desempenho dos estudantes.
De acordo com a análise efetuada no Primeiro estágio 40% dos participantes
apresentaram dificuldade em musicalidade, 51% no equilíbrio, a maioria (62,86%)
apresentou dificuldade na técnica e 17% na postura.
De acordo com a análise efetuada no primeiro estágio 40% dos participantes
apresentaram dificuldade em musicalidade, 49% das participantes iniciou em um nível de
musicalidade satisfatória e 11% que é minoria estava com a musicalidade boa.
Para entender a música o aluno deve ter consciência do que se ouve e sentir a
musica no seu próprio corpo. Na opinião de Ongaro, Silva e Ricci (2006), a música e a
dança atuam no corpo e despertam emoções, neste sentido ela equilibra o metabolismo,
interfere na receptividade sensorial e minimiza os efeitos de fadiga ou leva a excitação do
aluno. E afirma também que a expressão musical desempenha importante papel na vida
recreativa de todo individuo, ao mesmo tempo em que desenvolve sua criatividade,
promove a autodisciplina e desperta à consciência rítmica e estética. A música também
cria um terreno favorável para a imaginação quando desperta a faculdade criadora de
cada um. A educação pela música proporciona uma educação profunda e total.
Dos participantes, 63% apresentaram uma grande dificuldade em executar os
passos de dança, levando em consideração que a maioria não teve qualquer experiência
com a dança de salão é compreensível o baixo desempenho na técnica da dança. E apenas
37%, que representam à minoria, estão em um nível satisfatório, devido à prática ao longo
do tempo.
No fator equilíbrio 6% estão bem, 43% se encontram em um nível satisfatório e
51% apresentaram dificuldade no equilíbrio, em função da ausência de atividade física
ocasionando na perda das habilidades motoras. A dança, por ser uma atividade que
trabalha a transferência de peso, movimentos ritmados e em deslocamento faz com que o
aluno sinta algumas dificuldades. Também, levando em consideração algumas limitações
devido à faixa etária das participantes.
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Susana Pereira de Souza Santana, Amanda Mayara Corradini, Roberta Helena Carneiro 95
Para Salvador apud Pinto, Araujo e Costa (2008) o envelhecimento faz com que o
organismo funcione de forma diferenciada e o corpo torna-se menos flexível, os
movimentos são mais lentos com perda da agilidade, as articulações vão perdendo a
mobilidade e elasticidade, os ossos ficam mais fracos, ocorre uma deterioração do
aparelho bronco pulmonar, gerando um comprometimento de todo o sistema respiratório,
o aparelho cardiovascular também sofre diminuição de sua capacidade, ocasionando
várias patologias decorrentes dessa situação.
O ritmo é um dos fatores que auxilia na aprendizagem motora e, como
conseqüência na incorporação técnica, estimulando a atividade do executante
determinando a qualidade do movimento. Facilita e permite a vivencia total dos
movimentos, colaborando na dosagem dos movimentos e de seus diferentes níveis de
formas, incentivando a economia de energia do trabalho físico e mental, retardando a
fadiga, aumentando o resultado e aperfeiçoando a coordenação (LOPES apud
MONTEIRO; ARTOXO, 2000).
Poucos participantes apresentaram uma boa postura (3%). A maioria (80%) em
um nível satisfatório e 17% se encontram com a postura ruim. Como já citamos que a
idade e tempo é um dos fatores que interfere na estrutura física, outro fator é que muitas
pessoas não tem consciência corporal e isso pode vir a aparecer algumas patologias. Para
Brandl (2009) a consciência corporal não se resume em conhecer, ou mesmo “dominar” o
próprio corpo, mas em ter a consciência do que “somos um corpo” e que toda atitude do
ser humano é corporal.
“A dança possibilita uma perfeita educação corporal e permite educação do
movimento transformando em Arte” (NANNI, 2001).
Levando em consideração algumas limitações com a faixa etária das
participantes, na qual 46% do grupo está acima dos 50 anos, 34% acima de 40 anos, 11%
acima dos 60 anos, 3% acima dos 70 anos e apenas 6% abaixo dos 30 anos. Também, a
maioria não teve qualquer experiência com a dança de salão ou pouca experiência é
compreensível o baixo desempenho na técnica da dança.
Estes dados mostraram a necessidade de uma atenção maior em alguns pontos
para o desenvolvimento do projeto, principalmente no que se refere à técnica e equilíbrio.
No segundo estágio do projeto os participantes tiveram uma participação muito
grande durantes as aulas, assim ocasionando uma melhora significativa em relação a
prática.
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96 A dança de salão e seus benefícios motores, cognitivos e sociais
0
10
20
30
40
OTIMO BOM SATISF. RUIM
AVALIAÇÃO 2º ESTÁGIO
MUSICALIDADEEQUILIBRIOTÉCNICAPOSTURA
Figura 8 – Avaliação do 2º estágio.
No quesito desenvolvimento motor houve uma melhora na execução dos passos
que se relaciona diretamente com uma melhora na coordenação motora. Sendo esses dois
quesitos fundamentais e importantes para a formação e desenvolvimento cognitivo de um
indivíduo, as alunas descreveram também que após o inicio das aulas se sentiram mais
relaxadas sem estresse e concentradas.
Os gráficos na Figura 9 e 10 resumem a evolução dos participantes com relação
aos aspectos de musicalidade, equilíbrio, técnica e postura.
405163
173
9 12 6
0
50
100
1° ETAPA 2° ETAPA
nível ruim
MUSICALIDADE
TÉCNICA
EQUILIBRIO
POSTURA
494337
80405163
170
50
100
1° ETAPA 2° ETAPA
nível satisfatório
MUSICALIDADETÉCNICAEQUILIBRIOPOSTURA
11 6 0 3
34
3131
46
0
50
1° ETAPA 2° ETAPA
nível bom
MUSICALIDADETÉCNICAEQUILIBRIOPOSTURA
Figura 9 – Evolução dos participantes com relação aos aspectos de musicalidade.
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Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 83-97
0
10
20
30
40
OTIMO BOM SATISF. RUIM
AVALIAÇÃO 1º ESTÁGIO
MUSICALIDADE
EQUILIBRIO
TÉCNICA
POSTURA
0
10
20
30
40
OTIMO BOM SATISF. RUIM
AVALIAÇÃO 2º ESTÁGIO
MUSICALIDADE
EQUILIBRIO
TÉCNICA
POSTURA
Figura 10 – Avaliações dos estágios.
Através dos resultados apresentados podemos observar uma nítida evolução dos
critérios trabalhados nas aulas de dança. A evolução pode ser assim resumida: 23%
apresentam um bom desempenho na musicalidade, 31% técnica, 25% equilíbrio e 43% na
postura.
De acordo com Coutinho Filho citado por Almeida, Pereira e Safons (2009), nessa
perspectiva o exercício físico atrai muita atenção, por melhorar a condição cardio-
respiratória, diminuir o risco de doenças crônico-degenerativas, além de promover uma
série de alterações nos sistemas orgânicos. Essas alterações possuem um potencial efeito
protetor, no sentido de reduzir o ritmo desse processo evolutivo de perdas cognitivas.
Estes resultados demonstram a evolução da capacidade coordenativa dos
participantes. Segundo Weineck (1999), a capacidade coordenativa apresenta a
capacidade de concatenação dos movimentos, diferenciação, equilíbrio, orientação, ritmo,
reação e adaptação a variações. A prática da dança de salão proporcionou uma melhora
nestes aspectos que são fundamentais para o dia a dia dos indivíduos, principalmente
com idade mais avançada.
Para Mazo, Lopes e Benedetti (2001), a coordenação permite à pessoa assumir a
consciência da execução dos movimentos e favorece a ação de diversos grupos musculares
com mais economia e eficiência. De acordo com os autores a dança possibilita a aquisição
de habilidades específicas e auxilia no conhecimento do próprio corpo, na melhora da
capacidade motora, desempenho cognitivo, memorização, atenção e concentração. Além
de auxiliar na auto-estima, diminuição do stress, capacidade de comunicação e contato
com pessoas de interesses semelhantes.
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98 A dança de salão e seus benefícios motores, cognitivos e sociais
Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 83-98
5.3. Percepção dos Participantes
Através da pesquisa e dos resultados apresentados foi aplicado no final do estágio um
questionário com algumas perguntas sobre a percepção dos participantes ao longo do
projeto e em relação aos benefícios motores, cognitivos e sociais. De trinta e cinco pessoas,
penas 20 responderam o questionário. Seis desistiram e as outras nove não compareceram
para preencher o questionário.
É fundamental esta avaliação, pois além dos critérios avaliativos do professor
muito mais significativo é a percepção dos participantes com relação aos resultados
obtidos.
A maioria das participantes, que representam 65%, já participava de outras
atividades oferecidas pela faculdade, 25% ficaram sabendo através de amigos e 10% por
parentes.
A partir dos resultados podemos concluir que a dança desperta interesse nas
pessoas e deve ser incluída em programas de atividade física para a população.
65
2510
0
20
40
60
80
FACULDADE AMIGO PARENTE
INFORMAÇÃO SOBRE O PROJETO
Figura 11 – Como os participantes souberam do projeto.
Todos os participantes afirmaram que através da dança fizeram novas amizades,
fortaleceram o relacionamento inter-pessoal e, automaticamente melhoraram o convívio
social. Este dado reforça as informações obtidas na revisão de literatura com relação aos
aspectos sociais da dança.
As participantes também responderam sobre quais aspectos de suas vidas se
modificaram após o início das aulas. Relataram que apresentaram mais disposição, se
sentiram mais alegres e descontraídas e melhoraram a auto-estima. Alguns não notaram
diferença devido à ausência durante as aulas.
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Susana Pereira de Souza Santana, Amanda Mayara Corradini, Roberta Helena Carneiro 99
30 30
20 20
05
1015202530
MAIS FELIZ DISPOSIÇÃOAUTO ESTIMA POUCAPRÁTICA
O QUE MUDOU APÓS AS AULAS
Figura 12 – Melhorias apontadas pelos praticantes.
Também, relataram outros benefícios como melhora na saúde, na coordenação
dos movimentos não só na hora de executar os passos, mas na rotina do dia a dia.
Passaram a se expressar e comunicar melhor diminuindo a timidez. Porém, alguns não
notaram benefícios devido ao pouco tempo de prática.
45
5
20 20
0
1020304050
SAÚDE COMUNICAÇÃO MOTOR POUCO TEMPO
BENEFÍCIOS
Figura 13 – Benefícios relatados pelos participantes.
Também foi perguntado aos participantes sobre a percepção sobre os aspectos
social e específicos (musicalidade, equilíbrio, postura e passos/técnica).
Percepção com relação ao Convívio Social, Musicalidade/ Ritmo, Equilíbrio, Postura e os passos
60
70
550
5
10
10
10
20
50
20
40
30
80
40
ASSOSPOSTURAEQUILÍBRIO
RITMO/MUSIC
ALIDADE
CONVÍVIO SOCIA
L
MELHOROU MUITOMELHOROU POUCONÃO MELHOROU
Figura 14 – Alguns aspectos apontados pelos participantes.
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100 A dança de salão e seus benefícios motores, cognitivos e sociais
Em relação à questão social, todas as participantes descreveram que fizeram
novas amizades, fortaleceram, e melhoraram o convívio social. Relataram também que
houve uma melhora na postura, comunicação, auto-estima e na disposição. Estes dados
reforçam as respostas encontradas nos “benefícios” e “o que mudou após as aulas”.
Com relação aos critérios específicos (musicalidade, equilíbrio, postura e
passos/técnica) a maioria relatou melhora significativa.
Houve uma melhora significativa na execução dos passos automaticamente uma
melhora na coordenação motora, na qual influenciou na rotina do dia a dia. Sendo esses
dois quesitos fundamentais e importantes para a formação e desenvolvimento cognitivo
de um indivíduo, as alunas descreveram também que após o início das aulas se sentiram
mais relaxadas, sem estresse e mais concentradas nas suas tarefas diárias.
A musicalidade, equilíbrio e a postura obtiveram melhora devido à prática e a
freqüência durante as aulas na qual foi uma forte aliada na melhora dos passos e dos
resultados.
Esses resultados reforçam os dados encontrados na avaliação do professor e
demonstra que tanto por critérios objetivos e técnicos (ficha de avaliação e observação)
quanto por critérios subjetivos (percepção dos praticantes) a dança de salão se apresentou
como uma excelente atividade para a melhoria da aptidão física e, consequentemente,
para a saúde e qualidade de vida de seus praticantes.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os resultados apresentados e objetivos propostos para o estudo podemos
concluir que a prática regular da dança de salão proporciona um convívio social saudável,
proporciona melhora na coordenação motora e é uma alternativa viável para auxiliar na
melhoria da saúde e qualidade de vida das pessoas.
Portanto a Dança de Salão se define como uma atividade prazerosa permite um
contato social, é uma atividade que proporciona bem estar, melhora o condicionamento
físico, integração social e é uma boa opção de lazer com inúmeros benefícios sociais,
psicológicos e motores.
Tais benefícios são claros tanto para o responsável pelo processo de ensino-
aprendizagem quanto pelos praticantes.
Devido seus benefícios e interesse pela população defende-se a sua inclusão em
programas de atividades físicas para a população de qualquer faixa etária.
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Susana Pereira de Souza Santana, Amanda Mayara Corradini, Roberta Helena Carneiro 101
A continuidade do projeto se mostra fundamental para a coleta e análise de mais
informações que auxiliem a produção e evolução do trabalho com a dança de salão e
contribuir para a qualidade de vida das pessoas que desejam praticar a dança de salão.
PARECER DE APROVAÇÃO DE COMITÊ
Pesquisa autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Anhanguera Educacional
S/A – (CEP)/AESA.
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ANEXOS
ANEXO I – QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO- PROJETO DE EXTENSÃO DE DANÇA DE SALÃO
1) Como você ficou sabendo do projeto de Dança de salão? ( ) Faculdade ( ) Amigo ( ) Parente ( ) outros: qual? ___________________
2) Durante o projeto de dança você fez novas amizades e/ou fortaleceu laços de amizade? ( ) Sim (
) Não 3) O que mudou no seu dia a dia após o início das aulas de dança de salão? 4) Quais os benefícios adquiridos com a sua participação neste projeto?
5) Aponte a sua percepção com relação aos fatores abaixo e sua participação no projeto.
APRENDIZAGEM DOS PASSOS/TÉCNICA: ( ) melhorou muito ( ) melhorou pouco ( ) não melhorou
POSTURA: ( ) melhorou muito ( ) melhorou pouco ( ) não melhorou
EQUILÍBRIO: ( ) melhorou muito ( ) melhorou pouco ( ) não melhorou
RITMO/ MUSICALIDADE: ( ) melhorou muito ( ) melhorou pouco ( ) não melhorou
CONVÍVIO SOCIAL: ( ) melhorou muito ( ) melhorou pouco ( ) não melhorou
6) No decorrer das aulas você conseguiu atingir seus objetivos? ( ) Sim ( ) Não: justifique
7) Qual o ritmo você teve mais dificuldade em aprender? Justifique.
8) Qual o ritmo você teve mais facilidade em aprender? Justifique; 9) Quais os ritmos você gostaria de aprimorar? ( ) Forró ( ) Bolero ( ) Valsa ( ) Samba de Gafieira
10) Tem interesse em continuar no projeto? ( ) Sim ( ) Não 14) Outros comentários que achar necessário.
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ANEXO II – FICHA DE OBSERVAÇÃO
FICHA DE OBSERVAÇÃO
NOME:
ESTILO: DATA / / DATA / / CRITERIOS 1° ETAPA 2° ETAPA DE AVALIAÇÃO ÓTMO BOM SATISFATÓRIO RUIM ÓTMO BOM SATISFATÓRIO RUIM MUSICALIDADE EQUILIBRIO TECNICA POSTURA
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