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Mundo aos seus olhos - Julho/2011

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Esta revista é interativa e trás aos jovens notícias sobre o mundo de um jeito facil de compreender. Esta é a primeira edição, venha conferir!!

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Mundo Japão: Terremoto faz superávit corrente cair 51,7% em maio Pág.

Gastronomia Delícia alemã: Aprenda a fazer um

Spätzle Pág.

Saúde_____________________

Supere a ansiedade..........06

Ciência_____________________

O cérebro humano está

diminuindo......................10

Curiosidades_______________

_Quem criou a primeira

enciclopédia.......................11

Capa________________________

A herança africana na

língua portuguesa e o

Movimento Negro no

Brasil................................12

Educação___________________

Enem será em outubro de

2011..................................18

Gastronomia_______________

Spätzle.................................19

Turismo____________________

Após 100 anos, Machu Picchu encanta milhares de

turistas.............................20

Mundo_____________________

Japão: Terremoto faz

superávit corrente cair

51,7% em maio................22

Especial____________________

_Teste: 10 perguntas para

você conferir se está ligado

no mundo.........................24

Música_____________________

Os 8 melhores cantores

africanos..........................26

Crônica_____________________

O Apito (Luís Fernando

Veríssimo)........................28

Page 5: Mundo aos seus olhos - Julho/2011
Page 6: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Saúde __________________________________

Supere a A ansiedade atrapalha as pessoas no seu

desempenho geral, causando

desconforto mental e físico, o que

ocasiona situações de estresse,

nervosismo, irritabilidade, entre

outros. A ansiedade é considerada uma

sensação que ocorre devido à excessiva

agitação do Sistema Nervoso Central

devido à interpretação de uma situação

de perigo, real ou não. É uma sensação

parecida e até mesmo confundida com o

medo, porem, a diferenciação está entre

o abstrato e o palpável, o medo

geralmente tem uma causa já conhecida

pelo individuo, e a ansiedade

geralmente não tem explicação

concreta.

A maioria das pessoas sente ou já

sentiram ansiedade com maior

intensidade, ou em níveis normais, e

apesar de ser uma sensação nem sempre

ocasionadas por situações reais de

perigo, sintomas físicos são sentidos,

como: taquicardia (batedeira), sudorese,

tremores, tensão muscular aumento das

secreções (urinárias e fecais) aumento

da motilidade intestinal, cefaléia (dor de

cabeça). Quando a ansiedade é intensa e

acontece com freqüência pode ser

caracterizada de Síndrome do Pânico.

Existem remédios para o controle da

ansiedade, entretanto, muitas pessoas

preferem um tratamento natural para

ansiedade, que ajuda a combater os

sintomas de maneira saudável e segura,

ótimo para quem não gostar de tomar

remédio por determinado motivo.

Tentar pôr em prática algumas técnicas

de relaxamento para se sentir melhor é

um bom começo:

1 Encontre um lugar calmo de sua

casa e ponha uma música que

lhe transmita tranquilidade.

2 Deite-se de costas no chão e

com olhos fechados.

3 Contraia os músculos do rosto e

depois relaxe-os. Repita algumas

vezes.

4 Erga a cabeça e deixe-a cair para

trás suavemente.

5 Mantenha o pescoço e o maxilar

relaxados, de modo que sinta a

garganta se abrindo.

6 Estique os braços e os dedos,

tencione-os por um instante

antes de relaxar completamente

os músculos.

7 Mantenha os calcanhares juntos,

estique as pernas e os dedos e

depois relaxe-os totalmente.

8 Permaneça deitado por mais

alguns minutos, levante-se, tome

um banho morno e cante uma

música durante o banho.

Page 7: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

_______________________________________

Ansiedade Para saber como

combater a ansiedade

com alimentos,

conheça alguns

alimentos que ajudam a

combater os sintomas

da ansiedade.

Frutas cítricas: Com

presença de vitamina C

nas frutas cítricas, ela

diminui a secreção de

cortisol, que é o

hormônio liberado pela

glândula adrenal em

resposta ao estresse e a

ansiedade e responsável

por transmitir a notícia

de estresse para todas as

partes do corpo. Seu

consumo promove o

bom funcionamento do

sistema nervoso e

aumenta a sensação de

bem-estar.

Leite, ovos e derivados

magros: esses alimentos

são fontes de um tipo de

aminoácido, o

triptofano, que ameniza

os sintomas de

ansiedade.

Carboidratos: os

carboidratos, derivados

dos cereais na suas

formas simples e

integrais, e das frutas

mais adocicadas,

também podem

combater a indesejada

ansiedade. Pães, arroz,

aveia, feijão, massas,

batata, mel, jabuticaba,

uvas, maçãs fazem parte

desse grupo alimentar.

A quantidade

recomendada é de seis a

nove porções diárias.

Banana: um estudo feito

por pesquisadores do

Instituto de Pesquisas

de Alimentos e Nutrição

das Filipinas

demonstrou que esta

fruta ajuda no combate

da depressão e alivia

alguns dos sintomas da

ansiedade. Isto se da

devido ao alto teor de

triptofano que a fruta

carrega, ajudando na

produção de serotonina.

Page 8: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Carnes e peixes: estes

alimentos são a mais

recomendada fonte

natural de triptofano,

aminoácido que em

conjunto com a

vitamina B3 e o

magnésio produzem

serotonina, um

neurotransmissor

importante no processo

do sono, do humor e

que regula os níveis de

ansiedade. Além disso,

as carnes e peixes

contêm outro

aminoácido chamado

taurina. O que está

substância faz, é elevar

a disponibilidade de um

neurotransmissor

chamado GABA, que o

organismo usa para

controlar

fisiologicamente a

ansiedade.

Espinafre: o espinafre

contém folato (ácido

fólico), que é uma forte

vitamina antidepressiva

natural, ele combate a

ansiedade, pois quando

está em baixas

concentrações no

organismo acaba

diminuindo os níveis

cerebrais de serotonina.

Sem contar que,

segundo um estudo da

Universidade da

Califórnia, o cérebro

consome muita energia

para funcionar e isso

resulta na sobra de

resíduos químicos

oxidantes. É neste

momento que

alimentos, como o

espinafre, começam a

trabalhar para eliminar

as substâncias em

excesso.

Diminua sua ansiedade com aromaterapia

Aromaterapia tem

muitas aplicações, e

deve-se à grande

variedade de óleos

essenciais que

funcionam à perfeição.

Felizmente todos estão

ao nosso alcance, e

aplicá-las na forma de

perfume, ou diretamente

sobre a pele, podemos

garantir que vamos

sentir os seus efeitos.

Uma das melhores

propriedades

conhecidas da

aromaterapia é para

reduzir a ansiedade e o

estresse. Os óleos

essenciais como lavanda

ou sândalo são bem

conhecidos. Mas quanto

é uma garantia da

aromaterapia para

reduzir a ansiedade? A

ciência tem algumas

respostas.

Embora poucos estudos

tenham sido feitos a este

respeito, o fato é que os

efeitos da

aromaterapia na

ansiedade são

conhecidos e

comprovados. Como

um estudo publicado em

2009 que a massagem

de aromaterapia reduz

a ansiedade nas

pessoas que enfrentam

o câncer de mama ao

estimular o sistema com

a receber massagem.

Esses resultados são

interessantes a respeito

do potencial da

aromaterapia para

reduzir a ansiedade, e

isso deve ser levado em

conta na escolha de

terapias para reduzir o

stress. ♦

Page 9: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Cultive

A

Alegria

Page 10: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Ciência _______________________________

Para os darwinistas, a

evolução dos humanos

se deve ao cérebro

avantajado. Se não fosse

por ele, argumentam,

nossos ancestrais ainda

estariam usando

ferramentas

rudimentares para caçar

animais. Então, sob esse

ponto de vista

evolucionista, é de se

esperar que o cérebro

humano esteja

crescendo, certo?

Errado. Os cientistas

perceberam que, na

verdade, o cérebro está

ficando cada vez menor.

E agora? O que dizem

os defensores da teoria

da evolução?

Segundo Brian Hare,

cientista da

Universidade de Duke,

um cérebro menor pode

ser sinal de mais

inteligência. Ele estuda

chimpanzés e bonobos,

primatas tidos como

―muito similares aos

humanos‖. Bonobos

têm cérebro menor, mas

são menos violentos e

preferem trabalhar em

grupo, enquanto os

chimpanzés, na maioria

das vezes, só

conseguem resolver

problemas quando estão

sozinhos. Hare então

relacionou esses

comportamentos com

inteligência e tamanho

do cérebro.

O problema é que se

torna quase impossível

refutar uma teoria cujos

defensores são mais

lisos que muçum

ensaboado. Se o cérebro

humano estivesse

aumentando de

tamanho, os darwinistas

diriam sem pestanejar

que o ser humano está

ficando mais

inteligente. Mas, como

está diminuindo, eles

dizem que o ser humano

está ficando mais...

Inteligente! Lembre-se

de que são os

criacionistas que

afirmam desde sempre

que o ser humano no

passado foi mais

inteligente, mais forte e

maior. Além da maior

caixa craniana de

nossos ancestrais, as

obras arquitetônicas

monumentais

inigualáveis de

civilizações antigas são

outro atestado de nossa

origem superior.

Page 11: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Curiosidades________________________

O século XVIII foi

marcado pela mudança

na maneira de pensar e

por grandes descobertas

científicas. Ficou

conhecido também

como o século da

Revolução Industrial e

da Revolução Francesa.

Por conta desses

acontecimentos, foi

reconhecido como ―O

século das luzes‖.

O desenvolvimento

intelectual deu origem a

ideias de liberdade

política e econômica.

Os filósofos e

economistas que

defendiam tais ideias

ficaram conhecidos

como iluministas, dando

nome também ao

movimento:

Iluminismo.

O movimento pregava

a valorização da razão –

considerada o

instrumento mais

importante para

alcançar qualquer

conhecimento –, a

crença em leis e direitos

naturais (liberdade e

direito à posse de bens

materiais), a crítica ao

Absolutismo e à Igreja

Católica, e a defesa da

liberdade política e

econômica. A religião

perde espaço e a ciência

torna-se o centro.

O movimento ganhou

notoriedade

principalmente na

Inglaterra, Alemanha e

França. Desta última,

recebemos um legado

muitas vezes esquecido.

Na atualidade, a

Wikipédia

(http://pt.wikipedia.org)

, site de informações

gerais para pesquisa

com projetos em

diversas línguas e com

conteúdo livre, apesar

de todas as suas

limitações, tornou-se

onipresente para um

bom número de

estudantes,

principalmente os do

ensino básico. Os mais

velhos devem se

lembrar da

Encyclopedia

Britannica, com seus

grandes volumes

encadernados. Alguns

podem estar se

perguntando: Que

relação há entre a

Encyclopedia

Britannica, a Wikipédia

e o Iluminismo? Ora, a

primeira enciclopédia,

de fato, com vasto

material sobre diversos

assuntos, surgiu do

empenho de dois

iluministas: Denis

Diderot e Jean

d’Alembert. A

Enciclopédia foi criada

em 1772, com 28

volumes ao finalizar-se

o trabalho. A obra tinha

por objetivo reunir

textos sobre os diversos

ramos do conhecimento

para explicar o mundo e

seus fenômenos, tendo

por base o uso da

filosofia iluminista.

Seus organizadores e os

colaboradores, que

produziram verbetes

sobre os ramos do

conhecimento que

dominavam,

acreditavam que a

Enciclopédia poderia

ser um grande

instrumento na luta

contra a ignorância e o

Antigo Regime. E

Wikipédia? Esta foi a

primeira e, atualmente,

mais conhecida e usada

por pessoas do mundo

inteiro, enciclopédia

online. Traz conteúdos

que abrangem diversos

assuntos.

Page 12: Mundo aos seus olhos - Julho/2011
Page 13: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Capa ________________________________

A língua portuguesa que

conhecemos e falamos

hoje no Brasil é uma

mistura do português

lusitano com as línguas

indígenas e africanas.

Vamos nos deter agora

na herança africana,

que, além de afetar

nossa culinária,

costumes e cultura,

proporcionou-nos um

extenso vocabulário e

mudanças significativas

na oralidade. Para isso,

teremos que relembrar

um pouco de História.

A escravidão no Brasil

ocorreu desde o período

colonial até o fim do

império. Os escravos

eram utilizados

principalmente na

agricultura e na

mineração. A mão de

obra africana inserida

nas lavouras brasileiras

era obtida mediante o

tráfico de escravos

vindos principalmente

das colônias

portuguesas na África.

O tráfico de negros

começou oficialmente

em 1559, quando a

metrópole portuguesa

decidiu permitir no

Brasil o ingresso de

escravos oriundos da

África. Eram mais

valorizados, para os

trabalhos na agricultura,

os negros bantos,

provenientes do sul da

África, especialmente

de Angola e

Moçambique. Foram

quase quatro séculos de

contato direto e

permanente de falantes

africanos com a língua

portuguesa no Brasil, e

essa influência pode ser

notada até os dias de

hoje.

O pesquisador Luiz

Carlos Villalta, no livro

História da vida

privada no Brasil, relata

que os negros trazidos

para o Brasil pertenciam

a três grandes grupos

culturais: sudaneses

(Iorubá, Daomé, Fanti-

Achanti e grupos

menores da Gâmbia,

Serra Leoa, Costa da

Malagueta e Costa do

Marfim); os islamizados

(Fula, Mandinga e

Hauçás), do Norte da

Nigéria; as tribos Banto,

de Angola e

Moçambique. Para

evitar a comunicação e

possível formação de

núcleos solidários, os

negros de uma mesma

etnia eram separados

nos navios negreiros e

nas propriedades que

trabalhavam o que

dificultou a retenção do

patrimônio cultural

africano. Porém, os

negros tentaram superar

a diversidade de

Principais rotas da escravidão (sec. XVI - XIX)

Page 14: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

culturas que os dividia,

juntando fragmentos

dessas mediante

procedimentos diversos

como a formação de

quilombos e a

realização de batuques

e calundus. O que

resulta na tamanha

diversidade de

heranças linguísticas e

culturais deixadas por

estes na cultura do

nosso país.

Antes mesmo de o

tráfico negreiro

começar no Brasil, ele

já acontecia em

Portugal. Portanto,

algumas palavras

africanas foram

introduzidas pelos

próprios portugueses,

como é o caso da

palavra inhame.

Outras foram

incorporadas pela

língua portuguesa

conservando a forma e

significado originais,

como: sambar, xingar,

muamba, tanga,

sunga, jiló, maxixe,

candomblé, umbanda,

berimbau, maracutaia,

forró, capanga,

banguela, cachaça,

cachimbo, fubá, gogó,

mocotó.

As palavras de origem

africana que vieram

enriquecer nosso

vocabulário são

relativas a divindades,

conceitos, práticas

religiosas, comidas,

bebidas, nomes de

lugares, roupas,

danças, instrumentos

musicais, animais,

plantas, frutos,

deformidades, doenças

ou partes do corpo.

São principalmente

originárias do

quimbundo, língua

pertencente ao grupo

banto. São palavras de

origem banta:

bagunça, banzé,

batucar, beleléu,

berimbau, biboca,

bunda, cachaça,

cachimbo, caçula,

cafofo, cafuné,

calango, camundongo,

candomblé, canga,

cangaço, capanga,

capenga, carimbo,

catinga, chimpanzé,

cochilar, dendê,

fungar, fuzuê,

gangorra, jiló,

macumba, mandinga,

marimbondo, maxixe,

minhoca, moleque,

moqueca, mucama,

quiabo, quilombo,

senzala, sunga, tanga,

titica, zabumba, entre

outras.

Muitos autores

afirmam que a maior

contribuição deixada

pelas línguas africanas

não está no

vocabulário, mas sim

no modo de falar do

brasileiro, ou seja, na

oralidade. Exemplos

disso são as

simplificações e

reduções das flexões:

"eles já chegaro" (eles

já chegaram), "eles

gosta" (eles gostam).

Além disso, como no

banto e no ioruba as

palavras nunca

terminam em

consoante, percebemos

que há em nossa

língua uma forte

inclinação em omitir a

última consoante ou

transformá-la em

vogal. É o caso de

"brincá" (brincar),

"festejá" (festejar) e

"Brasiu" (Brasil), por

exemplo. Como essas

línguas também não

têm encontro

consonantal, há uma

tendência de desfazer

esse encontro e

acrescentar uma nova

sílaba, como em "fulô"

(flor). Há ainda a

deglutinação e a

aglutinação de

fonemas, como

acontece com o "s"

determinante, que se

incorpora à vogal

seguinte produzindo

palavras como "zóios"

(os olhos).

Page 15: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

O Brasil é assim,

possuidor de uma

diversidade étnica

fantástica proveniente

da miscigenação entre

colonos europeus e

povos indígenas e

africanos. A cultura

brasileira apresenta

fortes traços tanto da

cultura indígena

quanto da cultura

africana. Desde a

culinária até a língua

portuguesa, é

impossível não

perceber a influência

da cultura dos povos

que foram

escravizados no Brasil.

É a nossa herança

africana.

Os temas que envolvem

a situação e o papel do

negro na sociedade

brasileira vêm ganhando

espaço entre questões

importantes a serem

trabalhadas em prol de

uma sociedade mais

justa. Entretanto, nem

sempre foi assim.

Sabemos que o negro,

desde a sua retirada de

seu país de origem no

período colonial até os

dias de hoje, viveu

inúmeros problemas

sociais e conquistou

direitos em meio a

muitas lutas.

No dia 9 de janeiro de

2003, por meio de um

projeto de lei, foi

estabelecido o Dia

Nacional da

Consciência Negra. A

data escolhida para a

comemoração foi 20 de

novembro, em

homenagem a Zumbi

dos Palmares,

importante líder negro

de um dos quilombos

mais conhecidos na

história, o de Palmares.

Durante o período da

escravidão, os negros

sofreram abusos de seus

colonizadores.

Retirados de seus lares e

de seu país, foram

forçados a trabalhar

como escravos, seus

direitos como seres

humanos foram

desrespeitados, tiveram

a religião e a cultura

branca imposta. Após a

libertação da

escravidão, os negros,

que estavam

acostumados a trabalhos

braçais nas fazendas de

seus senhores, ficaram à

margem da sociedade

que se industrializava.

Desemprego e salários

inferiores foram apenas

alguns dos problemas

que enfrentaram e ainda

enfrentam os negros no

Brasil.

A luta também é contra

o preconceito e a

discriminação dos que

não reconhecem a

contribuição do negro

Page 16: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

na cultura, na religião,

na gastronomia e etc, e

muitas vezes são

também contra o

preconceito do próprio

negro que não se

aceita como tal.

Diante dos problemas,

a partir do século XX,

cresceu o chamado

Movimento Negro,

formado por negros e

adeptos da sua causa.

Lutaram para que os

negros pudessem ter

emprego e salário

dignos, para que

fossem respeitados nas

ruas, enfim, para que

tivessem direitos,

como todos.

Atualmente, existem

leis contra a

discriminação e que

lhes proporcionam

novas oportunidades.

As cotas nas

universidades e a

inserção obrigatória

de disciplinas e

conteúdos de História

da África e cultura

afro-brasileira na

grade curricular das

escolas são duas destas

conquistas. Com as

cotas os negros podem

disputar entre eles

uma quantidade de

vagas especiais em

universidades.

Segundo os defensores

desta idéia, isso é

muito importante para

que o negro possa ter

hoje as chances no

mercado de trabalho

que não teve

anteriormente. As

matérias sobre

História da África e a

Cultura Afro-

brasileira, entre outros

aspectos,

conscientizam do

importante papel do

negro na formação da

cultura brasileira.

Outras questões como

a imposição da moda e

do padrão de beleza

branco nas novelas e

nas passarelas, por

exemplo, onde as

representações dos

negros aparecem de

forma estereotipada,

ainda fazem parte das

lutas dos negros.

Diante deste quadro, o

Dia da Consciência

Negra em especial é o

dia em que lembramos

o papel e a

contribuição do negro

na formação de nossa

sociedade. Somos um

país miscigenado, com

uma cultura rica que

aponta as diferenças,

não para que elas nos

separem, mas para

que reconheçamos

nelas os direitos do

outro. É fundamental

que este dia sirva para

que as pessoas de um

modo geral possam

rever seus conceitos,

reformular a imagem

que fazem uns dos

outros e com isso,

aprendam a respeitar-

se.

Nome: Albino Ba Ka

País: Moçambique

Mundo aos seus olhos: Ao chegar

ao Brasil quais as diferenças que você

percebeu entre a língua portuguesa brasileira e

a língua brasileira de seu país?

Page 17: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Albino: Muitas coisas eram diferentes quando cheguei. Algumas palavras que

lá eram inofensivas aqui tinham alguns significados diferentes, como pão

frânces em meu país era conhecido como cacete; e camisinha aqui, é conhecido

em meu país como durex; homossexual é paneleiro; adolescente é puto;

absorvente feminino é penso higiênico; salva vidas é conhecido como banheiro;

e fila é bicha.

Além de estas palavras terem diferentes significados, o sotaque aqui é bastante

diferente.

Mundo aos seus olhos: Quantas e quais línguas oficiais tem o seu

país, além da língua portuguesa?

Albino: Que eu saiba não são muitas em relação a outros países africanos, mas

em Moçambique há diversas línguas nacionais, todas de origem bantu, sendo

que as principais são: cicopi, cinyanja, cinyungwe, cisena, cisenga, cishona,

ciyao, echuwabo, ekoti, elomwe, gitonga, maconde, kimwani, macua, memane,

suaíli, suazi, xichangana, xironga, xitswa e zulu.

Page 18: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Educação______________________________

De acordo com o

Ministério da Educação

(MEC), a edição deste

ano do Exame Nacional

do Ensino Médio

(Enem) será realizada

nos dias 22 e 23 de

outubro. No próximo

ano, a avaliação está

marcada para os dias 5 e

6 de maio.

Com uma prova

marcada para o primeiro

semestre de 2012,

confirma-se a intenção

do MEC em aplicar

duas edições do Enem

por ano, assim os

candidatos terão mais

chances a uma vaga no

Ensino Superior, já que

há universidades que

têm dois vestibulares

por ano.

Em 2010, mais de 3

milhões de candidatos

participaram do exame.

A partir do resultado da

prova, os alunos

inscreveram-se no

Sistema de Seleção

Unificada (Sisu) e

pleitearam 83 mil vagas

em 83 instituições,

sendo 39 universidades

federais.

O resultado do exame

também continua sendo

pré-requisito aos

estudantes interessados

em uma bolsa do

Programa Universidade

para Todos (ProUni).

Page 19: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Gastronomia _________________________

A seção Gastronomia

apresenta hoje a

alternativa alemã ao

macarrão: Spätzle.

Spätzle são pequenas

porções de massa

preparada à base de

farinha, ovos e água.

O Spätzle é servido com

manteiga (como

mostrado aqui), molhos

espessos, creme de

avelãs ou como

ingrediente de uma

sopa. Também podem

ser fritos.

Acompanha bem carnes

de caça ou carne assada.

Estão presentes também

na culinária húngara,

onde recebem o nome

de Nokledi.

INGREDIENTES

(6 porções, como

entrada)

500 g de farinha de

trigo especial

2 ovos ligeiramente

batidos

Sal e pimenta-do-reino

moída na hora

20 ml de água

PREPARO

Peneire a farinha com 5

g de sal e duas voltas de

pimenta para a

superfície de trabalho.

Com os dedos, abra um

buraco no centro.

Despeje os ovos e

metade da água neste

buraco.

Misture os ovos com a

água e vá misturando a

farinha ao líquido.

Continue misturando até

obter uma massa macia

Se a massa estiver

muito seca, adicione

mais água. Se estiver

pegajosa, mais farinha.

Faça uma bola com a

massa pronta, coloque

em uma tigela, cubra

com um pano e deixe

descansar por 40

minutos. Depois deste

tempo, corte a massa

em 2 ou 3 pedaços.

Em uma mesa

enfarinhada, abra um

dos pedaços com a

base das mãos

(também enfarinhadas)

até uma espessura de 5

mm.

Corte ao meio a massa e

em seguida em tiras

transversais.

Em um caldeirão, ferva

um caldo caseiro (ou

água) e empurre os

Spätzle para dentro.

Cozinhe por 7 minutos

até incharem. A

consistência deve ser al

dente. Regue com

manteiga derretida ou

com o molho de sua

preferência. Sirva

acompanhando uma

carne assada.

Para fritar, se esta for

sua opção, aqueça uma

frigideira e coloque os

Spätzle juntamente com

a manteiga. Refogue por

8 minutos, até ficarem

dourados e ligeiramente

crocantes. Se desejar,

polvilhe os Spätzle com

ervas picadas, de sua

preferência.

Spätzle frito

Page 20: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Turismo _______________________________

Após 100 anos, Machu Picchu encanta

milhares de turistas No dia 7 de julho de

2011, o Peru

comemorou os 100 anos

do redescobrimento da

cidadela inca de Machu

Picchu por uma equipe

de exploradores liderada

pelo americano Hiram

Bingham. Patrimônio

mundial da UNESCO,

eleito uma das 7

maravilhas do mundo

moderno, este conjunto

arqueológico construído

por volta do ano 1.500

impressiona os milhares

de turistas que visitam o

local anualmente por

sua magnitude,

perfeição e localização

em meio a imponentes

montanhas com

vegetação abundante,

frutos da mistura entre a

Cordilheira dos Andes,

a 2.400 metros de

altura, e a floresta

amazônica.

Para chegar a Machu

Picchu, é preciso pegar

um voo até Lima,

capital do Peru. De

Lima, a Peruvian

Airlines tem três voos

diários para a cidade,

com preços a partir de

150 dólares (ida e

volta). O voo dura cerca

de uma hora, cruzando

do litoral peruano sobre

a Cordilheira, para

aterrissar em Cuzco, a

3.350 metros acima do

nível do mar, onde se

aconselha beber chá de

folha de coca para

prevenir ou apaziguar

os efeitos da altura.

A antiga capital do

império Inca, construída

no século 11 e

conquistada pelos

espanhóis, já vale a

viagem, com sua

arquitetura colonial

misturada a muros da

época inca, sua forte e

presente cultura

quechua e seu ambiente

cosmopolita. Grande

quantidade de turistas

do mundo inteiro

visitam a cidade durante

todo o ano, mas,

principalmente durante

a época seca, entre maio

e setembro, melhor

momento para conhecer

Cuzco e Machu Picchu.

Existem duas formas

principais de chegar até

a "cidadela perdida".

Para ambas, é preciso

pegar um táxi ou ônibus

até Poroy, a meia hora

de Cuzco. De Poroy,

saem trens que custam

cerca de 100 dólares ida

e volta numa duração de

4 horas. Em

Ollantaytambo, descem

os que fazem o Camino

del Inca, que dura

quatro dias a pé por um

antigo caminho

construído para ligar

Cuzco a Machu Picchu,

passando por belezas

naturais e vestígios da

arquitetura inca. Outra

opção é ir até Aguas

Calientes para os que

preferem o trajeto de

ônibus de meia hora da

cidade até o topo da

montanha onde está

Machu Picchu. O

ônibus de Aguas

Calientes até a entrada

do parque custa 16

dólares ida e volta, e a

entrada do parque, que

pode ser comprada pela

internet ou na praça

principal de

Aguascalientes, custa

45 dólares. Algumas

pessoas fazem o passeio

Page 21: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

no mesmo dia, saindo

cedo de Cuzco, e outras

dormem em Aguas

Calientes e acordam

cedo para chegar até

Machu Picchu e seus

arredores com mais

tempo, já que são

necessárias várias horas

para visitar a cidadela

por inteiro.

Com cerca de 9

hectares, Machu Picchu

está dividida em dois

grandes setores: a zona

agrícola, com grandes

plataformas que descem

pelas montanhas e onde

eram cultivados

diversos alimentos, e a

zona urbana, com

praças, templos, lugares

de ritual, depósitos e

moradias. Tudo

construído de maneira

perfeita, como

maravilhas da

arquitetura e da

engenharia

absolutamente

impressionantes -

especialmente para uma

obra da época.

Os mais corajosos

fazem fila desde as 3 da

manhã para ser uma das

200 pessoas por dia que

têm o privilégio de

assistir ao amanhecer

desde o Huayna Picchu,

montanha de 2.260 com

construções incas em

seu topo e uma vista de

tirar o fôlego sobre

Machu Picchu.

Machu Picchu custa

esforço, dólares e soles

peruanos (um dólar

equivale a cerca de 2,75

soles, porém a moeda

americana é aceita na

maioria dos

estabelecimentos), mas

isso é esquecido já no

primeiro olhar sobre a

cidadela perdida com a

montanha de Huayna

Picchu ao fundo. Afinal,

semelhante maravilha

merece um pouco de

esforço, e o turismo

massivo colocaria em

risco estas ruínas

históricas e a natureza,

com plantas e animais

como pássaros,

chinchilas e lhamas que

fazem de Machu Picchu

um lugar ainda mais

único

Page 22: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Mundo _________________________________

O superávit por conta corrente do Japão caiu 51,7% em maio, na comparação

anual, a 590,700 bilhões de ienes (5,140 bilhões de euros), como efeito dos prejuízos

trazidos pelo terremoto de 11 de março na balança comercial do país, anunciou

nesta sexta-feira o ministério das Finanças.

As exportações reduziram 9,8%, afetadas pela queda da produção dos setores

automobilístico e eletrônico, enquanto que as importações cresceram 14,7%,

principalmente devido à alta dos preços do petróleo e à necessidade de fontes de

energia para compensar a parada de vários reatores nucleares.

A catástrofe prejudicou ou destruiu várias fábricas, principalmente as

fornecedoras da indústria automobilística e fabricantes de semicondutores,

reduzindo fortemente a produção e o envio ao estrangeiro de veículos e produtos

eletrônicos.

A redução das exportações foi, contudo, menos evidente que em abril, devido à

recuperação progressiva dos circuitos de fornecimento dos setores afetados.

A balança comercial da terceira economia mundial registra numerosos prejuízos e

um déficit de 773 bilhões de ienes.

Globalmente, no entanto, as contas correntes produziram superávit graças aos

ingressos (1,4 trilhão de ienes, em alta de 57% em um ano), como reflexo dos

rendimentos dos investimentos japoneses no exterior.

Page 23: Mundo aos seus olhos - Julho/2011
Page 24: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Especial

10

PERGUNTAS PARA

VOCÊ CONFERIR

SE ESTÁ LIGADO

NO MUNDO

Page 25: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

1 Qual será a maior cidade do

mundo em 2020?

A Cidade do México

B Mumbai

C Tóquio

2 O primeiro país a conceder o

direito universal às mulheres foi:

A Estados Unidos

B Nova Zelândia

C Finlândia

3 Qual a idade do universo

conhecido?

A 6 000 anos

B 4,5 milhões de anos

C 13,7 bilhões de anos

4 Qual é a principal causa de

morte entre os brasileiros hoje?

A Doenças infecciosas

B Doenças do sistema circulatório

C Câncer

Page 26: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Música ________________________________

YOUSSOU N’DOUR

(Senegal)

Em 2007, eu e o

repórter de imagem Joõ

Fontes tivemos o prazer

de entrevistar Youssou

N’Dour durante o

Festival de Santa Maria,

em Cabo Verde. Sempre

que canta, em qualquer

ponto do Mundo,

N’Dour arrasta consigo

uma enorme multidão

de fãs senegaleses. É

um homem

extraordinário, idealista,

que pretende ver África

a crescer mantendo a

sua identidade. N´Dour

é talvez o mais famoso

dos cantores africanos.

O seu maior êxito é a

faixa ―7 seconds‖ com

Neneh Cherry, mas há

muito mais. Com a sua

banda Super Etoile, de

Dacar, mudou a face da

música senegalesa com

uma música energética

chamada mbalax, que se

espalhou rapidamente

pela África Ocidental.

Tornou-se num ícone

africano, entrando em

campanhas contra a

SIDA e discursando

contra a corrupção e os

genocídios. Os seus

álbuns mais conhecidos

são Immigrés e Egypt.

CESÁRIA ÉVORA

(Cabo Verde)

A diva da morna,

vencedora de um

Grammy, saiu do porto

do Mindelo, na ilha de

São Vicente, para

conquistar o Mundo.

Possuí uma das vozes

mais poderosas e

sedutoras do continente,

ajudada pela doçura da

morna, uma derivação

do fado, cantada em

crioulo cabo-verdiano.

Mesmo sendo uma

cantora folk, faz-se

acompanhar de

guitarras, acordeão,

violino, cavaquinho e

clarinete. As letras

falam geralmente de

saudade, solidão, amor

e escravatura.

TOUMANI DIABATE

(Mali)

É o mais conhecido

entre os intérpretes de

kora, o instrumento

tradicional do Mali. Já

lançou álbuns com

outros nomes sonantes

da música africana

como Ballake Sissoko e

Ali Farke Touré, com a

lenda dos blues Taj

Mahal e os espanhóis

Ketama. Mistura vários

estilos musicais com a

sua sonoridade

tradicional do Mali.

Toca com a sua banda

Symmetric Orchestra.

MAHMOUD AHMED

(Etiópia)

Pouco conhecido fora

do seu país, Ahmed

nasceu no bairro de

Mercato, em Addis

Ababa e passou a

juventude a ouvir a

música do famoso

cantor etíope Tlahoun

Gessesse. Conseguiu

trabalho no Arizona

Club, um dos poucos

espaços culturais

permitidos pelo

imperador Haile

Selassie, que se tornou

num refúgio para a

Imperial Body Guard

Band, grupo com que

começou a tocar antes

de se lançar a solo.

AMADOU AND

MARIAM (Mali)

Page 27: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

O sucesso começou

cedo para este talentoso

casal do Mali, vencedor

de um Grammy, que se

conheceu em 1977 no

Instituto para cegos em

Bamako, capital do

Mali. Depois de se

mudarem para Abidjan,

Costa do Marfim, em

1986, gravaram uma

série de cassetes que os

tornaram estrelas na sua

terra natal. Quando se

mudaram para Paris no

final dos anos 90

conheceram Manu

Chao, que produziu o

seu álbum mais famoso:

Dimanche á Bamako.

LES BALLETS

AFRICAINS (Guiné)

O coreógrafo guineense

Keita Fodeba formou a

companhia de bailado

em Paris em 1952.

Deram a volta ao

mundo a atuar até a

independência da Guiné

em 1958. Com o

regresso ao seu país, a

companhia tornou-se

num tesouro nacional. A

companhia tenta passar

para os palcos a cultura

africana e construir

relações com outros

países. A sua música é

feita de percussões,

flautas e castanholas

guineenses e elaboram

guarda-roupa,

coreografias e guiões.

SALIF KEITA (Mali)

Um dos fundadores do

afro-po, Keita nasceu no

Mali em 1949 numa

família nobre. Nasceu

albino, o que levou a

sua mãe a escondê-lo

com medo de

represálias por parte de

vizinhos supersticiosos.

Tornou-se músico

contra a vontade da

família, por isso, deixo

Bamako com apenas 18

anos. Tocou com as

bandas Rail Band e Les

Ambassadeurs antes de

se tornar artista a solo.

O seu maior clássico é

Amen.

KHALED (Argélia)

O melhor cantor

argelino de rai de todos

os tempos e um dos

poucos artistas do

magreb que obteve

protagonismo global,

particularmente em

França, o seu país

adoptivo, onde os

singles Aicha e Didi

lideraram os tops de

vendas. Khaled Hadj

Brahim in Sidi-El-Houri

nasceu em 1960 e

deixou a escola aos 16

anos para gravar o seu

primeiro single. Com

influências provenientes

da música árabe,

espanhola e francesa,

bem como de Beatles e

de James Brown, o seu

som tipificou a corrente

rai na Argélia. Os seus

álbuns mais mediáticos

são Kenza, Sahra e Ya-

Ravi.

YOUSSOU N’DOUR LES BALLETS AFRICAINS

Page 28: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

Crônica_______________________________

Tudo o que o Mafra

dizia, o Dubin

duvidava. Eram

inseparáveis, mas

viviam brigando.

Porque o Mafra contava

histórias fantásticas e o

Dubin sempre fazia

aquela cara de conta

outra.

— Uma vez...

— Lá vem história.

— Eu nem comecei e

você já está duvidando?

— Duvidando, não. Não

acredito mesmo.

— Mas eu nem contei

ainda!

— Então conta.

— Uma vez eu fui a um

baile só de pernetas e...

— Eu não disse? Eu não

disse?

O Mafra às vezes fazia

questão de provar as

suas histórias para o

Dubin.

— Dubin, eu sou ou não

sou pai-de-santo

honorário?

O Dubin relutava, mas

confirmava.

— É.

Mas em seguida

arrematava:

— Também, aquele

terreiro está aceitando

até turista argentino...

Então veio o caso do

apito. Um dia, numa

roda, assim no mais , o

Mafra revelou:

— Tenho um apito de

chamar mulher.

— O quê?

— Um apito de chamar

mulher.

Ninguém acreditou. O

Dubin chegou a bater

com a cabeça na mesa,

gemendo:

— Ai meu Deus! Ai

meu Deus!

— Não quer acreditar,

não acredita. Mas tenho.

— Então mostra.

— Não está aqui. E aqui

não precisa apito. É só

dizer "vem cá".

O Dubin gesticulava

para o céu, apelando por

justiça.

— Um apito de chamar

mulher! Só faltava essa!

Mas aconteceu o

seguinte: Mafra e Dubin

foram juntos numa

viagem (Mafra queria

provar ao Dubin que

tinha mesmo terras na

Amazônia, uma ilha que

mudava de lugar

conforme as cheias) e o

avião caiu em plena

selva. Ninguém se

pisou, todos

sobreviveram e depois

de uma semana a frutas

e água foram salvos

pela FAB. Na volta,

cercados pelos amigos,

Mafra e Dubin

contaram sua aventura.

E Mafra, triunfante,

pediu para Dubin:

— Agora conta do meu

apito.

— Conta você — disse

Dubin, contrafeito.

— O apito existia ou

não existia?

— Existia.

— Conta, conta —

pediram os outros.

Page 29: Mundo aos seus olhos - Julho/2011

— Foi no quarto ou

quinto dia. Já sabíamos

que ninguém morreria.

A FAB já tinha nos

localizado. O

salvamento era só uma

questão de tempo.

Então, naquela

descontração geral, tirei

o meu apito do bolso.

— O tal de chamar

mulher?

— Exato. Estou

mentindo, Dubinzinho?

— Não — murmurou

Dubinzinho.

— Soprei o apito e

pimba.

— Apareceram

mulheres?

— Coisa de dez

minutos. Três mulheres.

Todos se viraram para o

Dubin incrédulos.

— É verdade?

— É — concedeu

Dubin.

Fez-se um silêncio de

puro espanto. No fim do

qual Dubin falou outra

vez:

— Mas também, era

cada bucho!

A crônica acima foi extraída do livro "Outras do analista de Bagé", L & PM Editores -

Porto Alegre, 1982, pág. 15.

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