Newsletter CAMMP n.º 22 de junho de 2015

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Newsletter CAMMP n.º 22 de junho de 2015

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  • N e w s l e t t e r

    N. 22 - Junho 2015

    Tendo em considerao a conjuntura econmica vigente, a qual levou a uma maior internacionalizao das empresas portuguesas e, consequentemente, a um acrscimo significativo da mobilidade geogrfica internacional dos trabalhadores, a Lei n. 82-E/2014, de 31 de dezembro, que introduziu a denominada reforma do IRS, criou um regime especial de tributao para trabalhadores deslocados no estrangeiro.

    O referido regime veio proceder introduo de um benefcio fiscal relativo aos trabalhadores que se desloquem ao estrangeiro, para exercer a sua atividade profissional, por um perodo igual ou superior a 90 dias, dos quais, 60 necessariamente seguidos.

    Por referncia aos referidos trabalhadores, o n. 1 do artigo 39. - A do Estatuto dos Benefcios Fiscais (EBF) prev a iseno de IRS relativamente parcela da remunerao colocada disposio do trabalhador, pela entidade patronal em Portugal, exclusivamente a ttulo de compensao pela deslocao e permanncia no estrangeiro.

    Contudo, o n. 2 do referido artigo, estabelece que o valor anual da remunerao isenta de IRS no poder, contudo, i) exceder o valor correspondente diferena entre o montante anual da remunerao do trabalhador sujeita a imposto, incluindo a compensao e o montante global das remuneraes regulares com carcter de retribuio sujeitas a imposto auferidas pelo trabalhador no perodo de tributao

    Trabalhadores Expatriados Regime de Iseno de IRS Sumrio

    1 Trabalhadores Expatriados Regime de Iseno de IRS

    3 Jurisprudncia

    Nacional Relevante

    5 Principais Alteraes

    Legislativas

  • 2 Newsletter N. 22- Junho 2015

    Srgio Martins

    [email protected]

    anterior, excluindo qualquer compensao paga nesse perodo e, em qualquer caso, ii) exceder o montante de 10.000,00 .

    Caso o trabalhador no tenha auferido, por perodo superior a seis meses no perodo de tributao anterior quele a que respeitam os rendimentos, qualquer remunerao a ttulo de trabalho dependente, em Portugal ou no estrangeiro, o montante global das remuneraes regulares com carcter de retribuio sujeitas a imposto auferidas no ano anterior deve ser apurado, relativamente aos meses em que no tenha havido remunerao, por referncia retribuio mnima mensal garantida.

    A verificao dos pressupostos para a aplicao da iseno implicar, necessariamente, o englobamento dos rendimentos para determinao da taxa a aplicar aos mesmos.

    Refira-se que podem, ainda, beneficiar desta iseno os trabalhadores que tendo sido deslocados para o estrangeiro nos termos anteriormente referidos, no se qualifiquem como residentes fiscais em Portugal, at ao limite de trs anos aps a data da deslocao.

    A iseno aqui referida no cumulvel com quaisquer outros benefcios fiscais aplicveis aos rendimentos do trabalho dependente, automticos ou de reconhecimento prvio, nem com o regime previsto para os residentes no habituais.

    Por fim, para que a referida iseno seja eficaz, obrigatria a existncia de um acordo escrito, cuja cpia dever ficar na posse do trabalhador, celebrado entre este e a entidade patronal, no qual seja expressamente identificado o destino e o perodo da deslocao, bem como a remunerao total a pagar ao trabalhador e a parte relacionada com a compensao pela deslocao e permanncia no estrangeiro.

    A verificao dos pressupostos para a

    aplicao da iseno implicar,

    necessariamente, o englobamento dos rendimentos para

    determinao da taxa a aplicar aos mesmos.

  • 3 Newsletter N. 22- Junho 2015

    encontra presente (portanto, fora da sua atividade principal), mas a assegurar o normal desenvolvimento do seu objeto social, dentro do circuito econmico onde este naturalmente se manifesta, no se pode qualificar tais custos como despesas de representao, mas antes como custos inerentes ao normal desenvolvimento da atividade principal da sociedade impugnante/recorrida, de acordo com a definio do mesmo constante do n.4 do probatrio (comrcio por grosso de produtos farmacuticos), assim devendo enquadrar-se no art.23, n.1, al.b), do C.I.R.C., enquanto despesas de publicidade.

    Acrdo do Supremo Tribunal de Justia, de 2 de junho de 2015

    Acidente de Trabalho Acidente de Viao - Cumulao de Indemnizaes

    Quando um acidente reveste, simultaneamente, a natureza de acidente de trabalho e de acidente de viao, as indemnizaes a arbitrar vtima, ou aos seus representantes, por cada um desses ttulos no se cumulam, mas so complementares, assumindo a responsabilidade infortunstica laboral carcter subsidirio. Nestas

    JURISPRUDNCIA

    NACIONAL RELEVANTE

    - FISCAL -

    Acrdo do Tribunal Central Administrativo Sul, de 7 de maio de 2015

    Noo de Custos Requisito da Indespensabilidade de um Custo Despesas de Publicidade ( cfr. Art. 23, n. 1, Al. b) do C.I.R.C.)

    Os custos ou perdas da empresa constituem os elementos negativos da conta de resultados, os quais so dedutveis do ponto de vista fiscal quando, estando devidamente comprovados, forem indispensveis para a realizao dos proveitos ou para a manuteno da fonte produtiva da empresa em causa. A ausncia de qualquer destes requisitos implica a no considerao dos referidos elementos como custos, assim devendo os respetivos montantes ser adicionados ao resultado contabilstico. O requisito da indispensabilidade de um custo tem sido jurisprudencialmente interpretado como um conceito indeterminado de necessrio preenchimento casustico, em resultado de uma anlise de perspetiva econmica-empresarial, na perceo de uma relao de causalidade econmica entre

    a assuno de um encargo e a sua realizao no interesse da empresa, atento o objeto societrio do ente comercial em causa, sendo vedadas A. Fiscal atuaes que coloquem em crise o princpio da liberdade de gesto e de autonomia da vontade do sujeito passivo. No obstante, se a A. Fiscal duvidar fundadamente da insero no interesse societrio de determinada despesa, impende sobre o contribuinte o nus de prova de que tal operao se insere no respetivo escopo societrio. entendimento da jurisprudncia e doutrina que a A. Fiscal no pode avaliar a indispensabilidade dos custos luz de critrios incidentes sobre a oportunidade e mrito da despesa. Um custo indispensvel quando se relacione com a atividade da empresa, sendo que os custos estranhos atividade da empresa sero apenas aqueles em que no seja possvel descortinar qualquer nexo causal com os proveitos ou ganhos (ou com o rendimento, na expresso atual do cdigo - cfr.art.23, n.1, do C.I.R.C.), explicado em termos de normalidade, necessidade, congruncia e racionalidade econmica. Se do exame da factualidade provada se conclui que estamos perante despesas que se destinam, no a representar a sociedade impugnante onde esta no se

  • 4 Newsletter N. 22- Junho 2015

    circunstncias, os responsveis pela reparao do acidente de trabalho ficam desonerados do pagamento de indemnizao destinada a ressarcir os mesmos danos j reparados pelos responsveis pelo acidente de viao. Com este regime pretende-se evitar que os beneficirios recebam uma dupla indemnizao pelos mesmos danos, sob pena de se verificar um injusto enriquecimento daqueles, como sucederia no caso de ser permitida a acumulao das duas indemnizaes. Mas, se no tribunal civil se tiver fixado certa indemnizao por acidente de viao, abrangendo tanto os danos patrimoniais como os no-patrimoniais, sem discriminao, dever a seguradora laboral instaurar a pertinente ao com vista a ser determinado o montante que, dentro do fixado judicialmente, deva ser descontado no cmputo da indemnizao pelo acidente de trabalho, alegando para o efeito os factos constitutivos do seu direito.

    - LABORAL -

    Acrdo do Tribunal da Relao do Porto, de 15 de junho de 2015

    Contrato de Trabalho Coao Moral

    No constitui coao moral a colocao de um trabalhador

    perante a alternativa de procedimento disciplinar e denncia crime por furto ou a assinatura de denncia do seu contrato de trabalho, na medida em que tanto o procedimento disciplinar como a denncia crime no constituem a ameaa de um mal ilcito.

    - CIVIL -

    Acrdo do Tribunal da Relao de vora, de 11 de Junho de 2015

    Oposio Penhora Valor do Imvel Penhorado

    O facto de, numa escritura de hipoteca, se atribuir um dado valor ao prdio no significa que ele tenha esse valor e que s possa ser vendido, em posterior execuo movida pelo credor hipotecrio, por esse valor.

    - MENORES -

    Acrdo do Tribunal da Relao de vora, de 11 de Junho de 2015

    Fundo de Garantia de Alimentos Devidos a Menores Montante Superior ao Devido pelo Progenitor

    A prestao de alimentos a suportar pelo Fundo de Garantia de Alimentos Devidos a Menores, em caso de incumprimento, pelo progenitor, da obrigao previamente fixada

    judicialmente, no pode ser estabelecida em montante superior a esta.

    UNIFORMIZAO DE JURISPRUDNCIA

    Acrdo de Uniformizao de Jurisprudncia do

    Supremo Tribunal de Justia n. 9/2015, de 14 de maio de 2015

    Se o autor no formula na

    petio inicial, nem em

    ulterior ampliao, pedido

    de juros de mora, o tribunal

    no pode condenar o ru

    no pagamento desses juros.

  • 5 Newsletter N. 22- Junho 2015 Ilustraes de Davida Alfars Siqueiro

    CAMMP & Associados Sociedade de Advogados, RL | www.cammp.pt Avenida da Repblica, n. 24 9, Lisboa Tel.: +351213170830 | Fax: +351213144877 [email protected]

    A Newsletter da CAMMP tem uma finalidade exclusivamente informativa, e no constitui uma forma de publicidade. A informao disponibilizada e os artigos aqui publicados no substituem, em caso algum, o aconselhamento jurdico para a resoluo de casos concretos, no assumindo a CAMMP qualquer responsabilidade por danos que possam decorrer da utilizao da informao aqui constante. O acesso ao contedo desta Newsletter no consubstancia a constituio de qualquer tipo de vnculo ou relao entre advogado e cliente ou a constituio de qualquer tipo de relao jurdica. A presente Newsletter gratuita e a sua distribuio de carcter reservado, encontrando-se vedada a sua reproduo ou circulao no expressamente autorizadas pela CAMMP.

    PRINCIPAIS NOVIDADES

    LEGISLATIVAS

    - SADE -

    Decreto-Lei n. 106/2015, de 16 de junho de 2015

    Procede primeira alterao ao Decreto-Lei n. 50/2013, de 16 de abril, que estabelece o regime de disponibilizao, venda e consumo de bebidas

    alcolicas em locais pblicos e em locais abertos ao pblico, proibindo a prtica destas atividades relativamente a menores de idade.

    - LABORAL -

    Decreto-Lei n. 107/15, de 16 de junho de 2015

    Suspende o regime de atualizao anual das penses por incapacidade permanente e por morte resultantes de acidente de trabalho, previsto no artigo 6. do Decreto-Lei n. 142/99, de 30 de abril.

    Decreto-Lei n. 115/15, de 22 de junho de 2015

    No uso da autorizao legislativa concedida pela Lei n. 76/2014, de 11 de novembro, estabelece os termos e as condies para o acesso profisso e o exerccio da atividade de ama, bem como o regime sancionatrio aplicvel referida atividade.

    - CIVIL -

    Lei Orgnica n. 8/15, de 22 de junho de 2015

    Sexta alterao Lei n. 37/81, de 3 de outubro (Lei da Nacionalidade), fixando novos

    fundamentos para a concesso da nacionalidade por naturalizao e de oposio aquisio da nacionalidade portuguesa.

    - PENAL -

    Lei n. 55/2015, de 23 de junho de 2015

    Quinta alterao Lei n. 5/2002, de 11 de janeiro, que estabelece medidas de combate criminalidade organizada e econmico-financeira, de modo a abranger todos os ilcitos criminais relacionados com o terrorismo.

    Lei n. 56/2015, de 23 de junho de 2015

    Segunda alterao Lei n. 23/2007, de 4 de julho, que aprova o regime jurdico de entrada, permanncia, sada e afastamento de estrangeiros do territrio nacional, modificando os fundamentos para a concesso e cancelamento de vistos e para a aplicao da pena acessria de expulso.