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    No Deserto da Tentao

    Ellen G. White

    2007

    Copyright 2013

    Ellen G. White Estate, Inc.

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    White: (endereo de email). Estamos gratos pelo seu interesse epelas suas sugestes, e que Deus o abenoe enquanto l.

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    Contedo

    Informaes sobre este livro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iPrefcio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vCaptulo 1 Confronto no deserto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7Captulo 2 Ado, Eva e seu lar ednico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8Captulo 3 O teste da provao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Captulo 4 Paraso perdido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13

    Captulo 5 Plano de redeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15Captulo 6 Ofertas de sacrifcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19Captulo 7 Apetite e paixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21Captulo 8 Uma ameaa ao reino de Satans. . . . . . . . . . . . . . 24Captulo 9 A tentao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28Captulo 10 Cristo como segundo Ado . . . . . . . . . . . . . . . . .29Captulo 11 Os efeitos terrveis do pecado sobre o homem . .31Captulo 12 A primeira tentao de Cristo . . . . . . . . . . . . . . .33

    Captulo 13 Significado da prova . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34Captulo 14 Cristo no operou milagres para si mesmo . . . . .37Captulo 15 No discutia com a tentao. . . . . . . . . . . . . . . . . 39Captulo 16 Vitria por meio de Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . .42Captulo 17 A segunda tentao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44Captulo 18 O pecado da presuno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45Captulo 19 Cristo nossa esperana e exemplo . . . . . . . . . . . . 47Captulo 20 A terceira tentao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49Captulo 21 Trmino da tentao de Cristo . . . . . . . . . . . . . . . 52Captulo 22 Temperana crist . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54Captulo 23 Condescendncia prpria disfarada de religio 61Captulo 24 Mais do que uma queda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68Captulo 25 Sade e felicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71Captulo 26 Fogo estranho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75Captulo 27 Imprudncia presunosa e f inteligente . . . . . . .79

    Captulo 28 Espiritismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .81Captulo 29 Desenvolvimento do carter . . . . . . . . . . . . . . . . .87

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    Prefcio

    Em diferentes pocas Ellen G. White escreveu sobre a tentaoe a queda do homem, o plano da redeno e a vitria de Cristono deserto da tentao. Em 1874 e 1875, numa srie de 13 artigospublicados na Review and Herald, ela tratou destes tpicos comprofundidade. Nestes artigos ela devotou mais ateno s lies

    tiradas da experincia do homem e de Jesus Cristo ao defrontar-Secom a tentao, do que a uma seqncia histrica dos eventos. Asrie termina com aplicaes prticas para situaes atuais.

    Estes artigos, com alguns pargrafos acrescentados pela autora,foram posteriormente republicados num panfleto de 96 pginas, etornou-se o segundo de oito panfletos que formaram a srie Reden-o,publicada em 1878. Os outros sete do material apresentado

    foram publicados simultaneamente noSpirit of Prophecy,volumesdois e trs, posteriormente substitudos pela obra-prima de Ellen [6]White,O Desejado de Todas as Naes.

    No nmero dois da srieRedeno, escrito bastante tempo depoisdos outros, Ellen G. White apresenta uma exposio bem completada tentao, sendo uma contribuio singular de material corrente-mente disposio.

    Nas primeiras edies alguns artigos continham subdivises e

    outros no. Um plano uniforme seguido nesta reedio. Letrasmaisculas e ortografia foram usadas para uma atualizao corrente,e alguns pargrafos muito longos foram divididos para tornar aleitura mais agradvel. O texto acuradamente reproduzido.

    Nesta atraente reedio o leitor encontrar encorajamento e li-es prticas apropriadas para este tempo.

    Depositrios dos Bens de Ellen G. White[7]

    No deserto da tentao, Satans apareceu a Cristo como um anjovindo das cortes de Deus. No foi por sua aparncia mas por suas

    v

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    palavras que Cristo o reconheceu como inimigo.The Reviewand Herald, 22 de Julho de 1909.

    [8]

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    Captulo 1 Confronto no deserto

    Aps o batismo de Jesus no Jordo, Ele foi levado pelo Esp-rito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Quando saiu da gua,inclinou-Se nas barrancas do Jordo e suplicou ao grande Eterno,foras para suportar o conflito com o adversrio cado. A aberturados Cus e a descida da excelente glria atestava Seu carter divino.

    A voz do Pai declarava o relacionamento achegado de Cristo comSua infinita Majestade: Este o Meu Filho amado em quem Mecomprazo.1 A misso de Cristo comearia logo. Mas Ele deveriaprimeiro retirar-Se das cenas movimentadas da vida para um soli-trio deserto, a fim de expressar o propsito de suportar o trpliceteste da tentao em favor daqueles a quem veio redimir.

    Satans, que tinha sido um honrado anjo no Cu, ambicionava

    honras mais exaltadas do que as que Deus dera a Seu Filho. Elese tornou ciumento de Cristo, e afirmou aos anjos, que o honraram [12]como querubim cobridor, que no lhe era conferida a honra quesua posio demandava. Asseverava que deveria ser exaltado coma mesma honra de Cristo. Satans obteve simpatizantes. Anjos noCu ajuntaram-se a ele em sua rebelio e caram, com seu lder, damais alta e santa posio e foram, conseqentemente, expulsos doCu juntamente com ele.

    1Mateus 3:17.

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    Captulo 2 Ado, Eva e seu lar ednico

    Deus, em conselho com Seu Filho, estabeleceu o plano de criaro homem Sua prpria imagem. O homem deveria ser colocado sobperodo de prova. Deveria ser testado e provado; se suportasse o testede Deus e permanecesse leal e verdadeiro atravs da primeira prova,no ficaria assediado por tentaes contnuas, mas seria exaltado

    igualdade com os anjos e feito, da por diante, imortal.Ado e Eva saram das mos do Criador na completa perfeio

    do dote fsico, mental e espiritual. Deus plantou para eles um jardime os cercou de tudo o que era belo e atraente aos olhos, como re-queriam suas necessidades fsicas. Este santo par via um mundo deinsupervel beleza e glria. O benevolente Criador deu-lhes evidn-cias de Sua bondade e amor ao providenciar-lhes frutas, vegetais e

    gros, e fez crescer na terra toda variedade de rvores teis e bonitas.O santo par olhou para a Natureza como um quadro de des-lumbrante formosura. A terra, amarronzada, estava coberta de um[13]carpete vivo, esverdeado, diversificado com variedades intermin-veis de flores de perpetuao prpria. Arbustos, flores e trepadeirasembelezavam o cenrio com sua exuberncia e fragrncia. As mui-tas variedades de rvores altaneiras estavam carregadas de frutosdeliciosos de toda espcie, adaptados a satisfazerem o paladar e os

    desejos dos felizes Ado e Eva. Deus providenciou este lar ednicopara os nossos primeiros pais, dando-lhes evidncias inequvocas doSeu grande amor e desvelo por eles.

    Ado foi coroado rei no den. Foi-lhe dado domnio sobre todosos seres viventes que Deus tinha criado. O Senhor abenoou Ado eEva com inteligncia tal que Ele no tinha dado a nenhuma outracriatura. Conferiu a Ado o poder sobre todas as obras criadas, deSuas mos. O homem, feito imagem divina, poderia contemplar eapreciar as obras gloriosas de Deus na Natureza.

    Ado e Eva podiam divisar a habilidade e a glria de Deus emcada haste de grama, arbusto e flor. A beleza natural que os envolviarefletia-se como um espelho de sabedoria, excelncia e amor do seu

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    Ado, Eva e seu lar ednico 9

    Pai celestial. Seus cnticos de afeio e louvor subiam ao Cu suavee reverentemente, em harmonia com os suaves cnticos dos elevadosanjos, e com a passarada feliz que gorjeava despreocupadamente

    suas msicas. No havia doena, decrepitude, nem morte. A vidaestava em tudo em que se pudessem repousar os olhos. A atmosferaestava cheia de vida. Havia vida em cada folha, em cada flor e emcada rvore. [14]

    O Senhor sabia que Ado no podia ser feliz sem o trabalho; por-tanto deu-lhe a agradvel ocupao de cuidar do jardim. medidaque ele cuidava das coisas bonitas e teis ao seu redor, podia ver a

    bondade e a glria de Deus nas Suas obras criadas. Ado tinha temasa contemplar nas obras de Deus no den, que era uma miniaturado Cu. Deus no formou o homem meramente para contemplar asSuas obras gloriosas; porm deu-lhe mos para trabalhar, bem comomente e corao para contemplar.

    Se a felicidade do homem consistisse em no fazer nada, oCriador no teria apontado o trabalho para Ado. O homem deveriaencontrar felicidade no trabalho e tambm na meditao. Ado

    deveria ter em grande estima o fato de que ele fora criado imagemde Deus, a fim de ser semelhante a Ele em justia e santidade.Sua mente possua a capacidade de cultivo contnuo, expanso,refinamento e nobreza pois Deus era seu professor, e os anjos seuscompanheiros.

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    Captulo 3 O teste da provao

    O Senhor colocou o homem sob provao a fim de que pudesseformar um carter de integridade comprovada, para sua prpriafelicidade e para glria de seu Criador. Ele dotara Ado com poderesde uma mente superior, como nenhuma outra criatura que Suas mosfizeram. Sua superioridade mental era um pouco menor do que a dos

    anjos. Estava em condio de familiarizar-se com a sublimidade e[15]a glria da Natureza, e compreender o carter do Pai celestial nasSuas obras criadas. As glrias do den, e sobre tudo em que pudesserepousar os olhos, testificava do amor e do infinito poder de seu Pai.

    O desprendimento foi a primeira lio moral dada a Ado. Ogoverno de tudo foi-lhe colocado nas mos. Julgamento, razo econscincia estavam sob seu domnio. Tomou, pois, o Senhor Deus

    ao homem e o colocou no jardim do den para o cultivar e o guardar.E lhe deu esta ordem: De toda rvore do jardim comers livremente,mas da rvore do conhecimento do bem e do mal no comers;porque no dia em que dela comeres, certamente morrers.2

    Ado e Eva tinham permisso de participar de todas as rvoresdo jardim, salvo uma. Havia uma nica e simples proibio. Arvore proibida era to atrativa e desejvel como qualquer outra dojardim. Era chamada rvore do conhecimento porque participando

    dessa rvore, da qual Deus disse, dela no comers, eles teriam oconhecimento do pecado, experimentariam a desobedincia.

    Eva saiu de perto do esposo, para contemplar as coisas mara-vilhosas da Natureza, deleitando-se nos seus cenrios coloridos ena fragrncia das flores, admirando a beleza das rvores e arbustos.Ps-se a pensar na restrio que Deus lhes tinha imposto no tocante rvore da cincia do bem e do mal. Ficou deslumbrada com abeleza e abundncia que o Senhor providenciara para a satisfao de[16]cada desejo. Tudo isto, disse ela, Deus nos deu para nossa satisfao.Tudo nosso; porque Deus tinha dito: De toda rvore do jardim

    2Gnesis 2:15.

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    comers livremente, mas da rvore do conhecimento do bem e domal no comers.

    Eva passeava perto da rvore proibida, e foi despertando a cu-

    riosidade para descobrir como a morte poderia ocultar-se no frutodessa agradvel rvore. Ficou surpresa ao ouvir que suas interroga-es foram apanhadas e repetidas por uma estranha voz. assimque Deus disse: No comers de toda rvore do jardim?3 Eva nopercebeu que tinha revelado seus pensamentos conversando audivel-mente consigo mesma; destarte, ficou grandemente atnita ao ouvirque suas inquietaes eram respondidas pela serpente. Realmente

    pensou que a serpente lhe conhecia os pensamentos e que deveriaser muito sbia.Respondeu-lhe: Do fruto das rvores do jardim podemos comer,

    mas do fruto da rvore que est no meio do jardim, disse Deus: Deleno comereis, nem tocareis nele, para que no morrais. Ento aserpente disse mulher: certo que no morrereis. Porque Deussabe que no dia em que dele comerdes se vos abriro os olhos ecomo Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.4

    Aqui o pai da mentira fez sua asseverao em direta contradi-o expressa palavra de Deus. Satans assegurou a Eva que elafora criada imortal, e que para ela no havia possibilidade de mor-rer. Disse-lhe que Deus sabia que se ela e seu esposo comessem [17]da rvore do conhecimento, sua compreenso seria iluminada, ex-pandida, enaltecida, tornando-se iguais a Ele mesmo. E a serpenterespondeu a Eva que a ordem de Deus, proibindo-os de comer darvore do conhecimento, foi dada para conserv-los num tal estadode subordinao que lhes vedasse o conhecimento, o qual era poder.Assegurou-lhe que o fruto desta rvore era desejvel acima de to-das as do jardim, para faz-los sbios e exalt-los igualdade comDeus. Ele vos recusou, disse a serpente, o fruto desta rvore, a qualdentre todas as rvores, a mais desejvel pelo delicioso sabor eestimulante influncia.

    Eva pensou que o discurso da serpente fosse muito sbio, e

    que a proibio de Deus fosse injusta. Olhava com ardente desejopara a rvore carregada de frutos que pareciam muito deliciosos.3Gnesis 3:2.4Gnesis 3:3-5.

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    A serpente estava comendo-os com evidente deleite. Eva agoradesejava este fruto mais do que todas as variedades que Deus lhepusera ao alcance, com pleno direito de uso.

    Eva exagerou as palavras da ordem de Deus. Ele disse a Adoe Eva: Mas da rvore do conhecimento do bem e do mal nocomers; porque no dia em que dela comeres, certamente morrers.Na discusso de Eva com a serpente, ela acrescentou: Nem tocareisnele. Aqui apareceu a sutileza da serpente. Esta citao de Evadeu-lhe vantagem; colheu o fruto e o colocou nas mos de Eva,usando suas prprias palavras. Deus disse que morrerias se tocasses

    no fruto. V, nenhum mal te sucedeu ao tocares nele; tampouco[18] recebers dano algum ao com-lo.Eva cedeu ao mentiroso sofisma do diabo em forma de serpente.

    Ao comer o fruto no se apercebeu imediatamente de nenhum mal.Ento ela mesma apanhou o fruto para si e para o esposo. Vendo amulher que a rvore era boa para se comer, agradvel aos olhos, ervore desejvel para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu,e deu tambm ao marido, e ele comeu. 5

    Ado e Eva deveriam estar plenamente satisfeitos com o conhe-cimento que receberam de Deus por intermdio de Sua obra criada edas instrues dos santos anjos. Todavia, sua curiosidade foi desper-tada para ficar a par daquilo que Deus designou que no deveriamconhecer. A ignorncia do pecado era para sua prpria felicidade.

    O elevado grau de conhecimento que eles pensavam que obte-riam comendo do fruto proibido, lanou-os na degradao do pecadoe da culpa.

    5Gnesis 3:6.

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    Captulo 4 Paraso perdido

    Ado foi expulso do den; e os anjos que antes de sua trans-gresso haviam sido designados para guard-lo, no seu lar ednico,foram agora escalados para guardar os portais do paraso e o cami-nho da rvore da vida, a fim de que ele no retornasse, tendo acesso mesma, imortalizando, destarte, o pecado.

    O pecado afastou o homem do paraso e foi a causa da retirada do [19]paraso, da Terra. Como conseqncia da transgresso da lei de Deus,Ado o perdeu. Em obedincia lei do Pai e atravs da expiao dosangue de Seu Filho, o paraso ser restitudo. Arrependimento paracom Deus, porque Sua lei foi transgredida, e f em nosso SenhorJesus Cristo como nico Redentor do homem, sero aceitos porDeus. No obstante a natureza pecaminosa do homem, os mritos

    do querido Filho de Deus em seu favor sero eficazes diante do Pai.Satans estava determinado a ser bem-sucedido na sua tentaoao imaculado par. Podia atacar este santo par com mais sucessopor meio do apetite, do que de qualquer outra maneira. O fruto darvore proibida parecia agradvel vista e desejvel ao paladar.Eles comeram e caram. Transgrediram os justos mandamentos deDeus e tornaram-se pecadores. A vitria de Satans foi completa.Assim teve vantagem sobre a raa humana. Exaltou-se atravs de

    sua sutileza, opondo-se ao propsito de Deus na criao do homem.Satans exaltou-se orgulhosamente diante de Cristo e diante dos

    anjos leais por ter tido xito em levar uma parte dos anjos do Cua unir-se a ele em sua presunosa rebelio, e agora, que fora bem-sucedido em dominar Ado e Eva, afirmava que o lar ednico eraseu. Orgulhosamente se jactava de que o mundo que fora criadopor Deus era seu domnio; tendo conquistado Ado, o monarca domundo, ganhara a raa humana, como seu vassalo e deveria agorapossuir o den, fazendo dele o seu quartel general; ali estabeleceria [20]o seu trono e seria o monarca do mundo.

    Medidas, porm, foram imediatamente tomadas no Cu paraderrotar Satans e seus planos. Anjos poderosos, tendo raios de luz

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    como espadas flamejantes, saram em todas as direes e foramcolocados como sentinelas para guardar o caminho rvore da vida,da aproximao de Satans e do par culpado. Ado e Eva perderam

    todo direito ao seu maravilhoso lar ednico e agora foram expulsosdele. A terra foi amaldioada por causa do pecado de Ado e produ-ziria cardos e abrolhos. Enquanto vivesse, Ado estaria exposto stentaes de Satans e finalmente sofreria a morte, voltando ao p.

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    Captulo 5 Plano de redeno

    Houve um conclio no Cu, tendo como resultado a submissodo querido Filho de Deus a fim de redimir o homem da maldioe desgraa da falha de Ado, e derrotar a Satans. Oh! condescen-dncia maravilhosa! A Majestade do Cu, por causa do Seu amor epiedade pelo homem cado, props tornar-Se seu substituto e fiana.

    Ele carregaria a culpa do homem. Tomaria sobre Si mesmo a con-denao do Pai, a qual de outra maneira cairia sobre o homem porcausa de sua desobedincia.

    A lei de Deus era inaltervel. No poderia ser abolida nem seriapossvel submeter a menor parte de sua reivindicao para ajudaro homem no seu estado cado. O ser humano estava separado de [21]Deus pela transgresso de Seu expresso mandamento, apesar de ter

    Ele conscientizado a Ado, das conseqncias de tal transgresso.O pecado de Ado originou uma situao deplorvel. Satans agorateria controle ilimitado sobre a raa humana, a menos que um sermais poderoso do que Satans antes de sua queda, entrasse em aoe o vencesse, resgatando, destarte, o homem.

    A alma divina de Cristo encheu-Se de infinita compaixo pelopar cado. Ao verificar sua condio desditosa e desesperanada, aover que pela transgresso da lei de Deus eles caram sob o poder

    e controle do prncipe das trevas, props o nico meio que pode-ria ser aceitvel diante de Deus, dando-lhes outra oportunidade ecolocando-os novamente sob um perodo de prova. Cristo consentiuem deixar Seu lugar de honra, Sua autoridade real, Sua glria como Pai, humilhando-Se ao humanizar-Se e ao entrar em luta com opoderoso prncipe das trevas, a fim de salvar o homem. Por meiode Sua humilhao e pobreza identificar-Se-ia com a fragilidade daraa cada, e mediante resoluta obedincia mostraria Ele ser capazde redimir a falha clamorosa de Ado e por humilde obedinciareconquistaria o den perdido.

    A grande obra da redeno s poderia ser efetuada pelo Redentor,ao tomar o lugar do Ado cado. Levando sobre Si os pecados do

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    mundo, Ele poderia palmilhar o caminho em que Ado tropeou.Suportaria uma prova infinitamente mais severa do que aquela queAdo falhou em suportar. Creditaria conta do homem, ao derrotar

    o tentador por meio da obedincia, Sua pureza de carter e serena[22]integridade, imputando ao homem Sua justia, para que, em Seunome, o ser humano pudesse superar o inimigo por iniciativa prpria.

    Que amor! Que extraordinria condescendncia! O Rei da glriaprops humilhar-Se a Si mesmo humanidade cada! Seguiria ospassos de Ado. Tomaria a natureza cada do homem e Se empenha-ria na luta contra o forte inimigo que triunfara sobre Ado. Venceria

    Satans e, assim fazendo, abriria o caminho para a reparao da falhae da queda desventurosa de Ado e de todos aqueles que cressemnEle.

    Anjos submetidos prova foram enganados por Satans e foramliderados por ele em uma grande rebelio nos Cus, contra Cristo.Falharam em suportar a prova a que foram submetidos e caram.Ado foi criado imagem de Deus e colocado sob provao. Tinhaum organismo perfeitamente desenvolvido. Todas as suas faculdades

    eram harmoniosas. Em todas as suas emoes, palavras e aeshavia uma perfeita conformidade com a vontade do seu Criador.Depois de ter Deus tomado todas as providncias para a felicidadedo homem, e ter suprido todos os seus desejos, provou sua lealdade.Se o santo par permanecesse obediente, a raa humana seria, depoisde algum tempo, feita igual aos anjos. Como Ado e Eva falharamem suportar a prova, Cristo props tornar-Se uma oferta voluntriaem prol do homem.

    Satans viu que se Cristo era na verdade o Filho de Deus, oRedentor do mundo, no seria bom para ele que o Senhor deixasse[23]as cortes reais do Cu a fim de vir a este mundo cado. Temia que oseu poder, a partir desse tempo, fosse limitado e que os seus enganosfossem discernidos e expostos, e sua influncia sobre o homemfosse enfraquecida. Temia que seu domnio e controle dos reinosdo mundo fossem contestados. Lembrava-se das palavras que Jeov

    lhe dirigiu quando foi convocado Sua presena com Ado e Eva, aquem havia arruinado com os seus enganos: Porei inimizade entreti e a mulher, entre a tua descendncia e o seu descendente. Este te

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    Plano de redeno 17

    ferir a cabea, e tu lhe ferirs o calcanhar.6 Esta declarao contma primeira promessa evanglica feita ao homem.

    Mas estas palavras, ao serem pronunciadas, no foram comple-

    tamente entendidas por Satans. Sabia, porm, que continham amaldio para ele por haver seduzido o santo par. Quando Cristo Semanifestou sobre a Terra, Satans temeu que Ele fosse na verdade oPrometido que iria limitar o seu poder e finalmente destru-lo.

    Satans tinha um interesse peculiar em observar o desenvolvi-mento dos eventos que se seguiram imediatamente queda de Ado,para saber como seu trabalho havia afetado o reino de Deus, e o que

    o Senhor iria fazer com Ado, por causa de sua desobedincia.O Filho de Deus, ao submeter-Se a fim de tornar-Se o Redentorda raa humana, colocou Ado numa nova relao com o Seu Cria-dor. Continuaria ainda em estado decado, mas a porta da esperana [24]fora aberta para ele. A condenao de Deus ainda permaneceriasobre Ado, mas a execuo da sentena de morte foi postergadae a indignao de Deus foi contida porque Cristo aceitou a missode tornar-Se o Redentor do homem. Cristo tomou sobre Si a ira

    de Deus, que por justia deveria cair sobre o homem. Tornou-Se orefgio do ser humano e apesar de ser este na verdade um criminoso,merecendo a condenao de Deus, pde, contudo, pela f em Cristo,correr para o refgio provido e ser salvo. No meio da morte h vidase o homem escolher aceit-la. O santo e infinito Deus, que morana luz inacessvel, no podia mais falar ao homem. Nenhuma co-municao poderia agora existir diretamente entre o homem e seuCriador.

    Deus Se absteve, por algum tempo, da execuo completa dasentena de morte pronunciada sobre o homem. Satans exultou porter quebrado para sempre a ligao entre o Cu e a Terra. Estava,porm, totalmente enganado e desapontado. O Pai entregou o mundoa Seu Filho para que Ele o redimisse da maldio e desgraa da falhae queda de Ado. Unicamente atravs de Cristo poderia o Senhormanter comunho com o homem.

    Cristo voluntariamente Se props manter e vindicar a santidadeda lei divina. No tiraria a mnima parte de suas reivindicaesna obra de redimir o homem, mas, a fim de salv-lo e manter a

    6Gnesis 3:15.

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    santidade dos reclamos e justia da lei de Pai, Ele Se entregou aSi mesmo em sacrifcio pela culpa do homem. Na Sua vida, emnenhum sentido desviou-Se Cristo da lei de Seu Pai. Ao contrrio,[25]

    por firme obedincia a todos os seus preceitos, e morrendo pelospecados daqueles que os tinham transgredido, estabeleceu Ele a suaimutabilidade.

    Aps a transgresso de Ado, viu Ele que a runa foi completa.A raa humana foi levada a uma deplorvel condio. O homem foicortado de sua interligao com Deus. Era desgnio de Satans queo estado do homem fosse o mesmo dos anjos cados, em rebelio

    contra Deus, insatisfeito, sem um vislumbre de esperana. Arra-zoava que se Deus perdoasse o homem pecador que havia criado,tambm perdoaria a ele e seus anjos, e receberia a todos em Seufavor. Contudo, seria desapontado.

    O divino Filho de Deus viu que nenhum instrumento, seno Eleprprio, poderia salvar o homem, e determinou salv-lo. Deixou queos anjos cados perecessem na sua rebelio, mas estendeu a mo pararesgatar o homem que perecia. Os anjos que se rebelaram foram

    tratados de acordo com a luz e experincia que abundantementehaviam usufrudo no Cu. Satans, o chefe dos anjos cados, tinhauma vez uma exaltada posio no Cu. Era o mais honrado depois deCristo. O conhecimento que ele, bem como os anjos que com ele ca-ram, tinham do carter de Deus, de Sua bondade, Sua misericrdia,sabedoria e excelente glria, tornou-lhes a culpa imperdovel.

    No havia possibilidade de esperana de redeno para estesque haviam testemunhado e compartilhado da glria inexprimveldo Cu, tinham visto a terrvel majestade de Deus e, em face de[26]toda esta glria, ainda se rebelaram contra Ele. No haveria novas emaravilhosas exibies do exaltado poder de Deus que os pudessemimpressionar to profundamente como aquelas que j haviam teste-munhado. Se foram capazes de rebelar-se justamente na presenade inexprimvel glria, no poderiam ser colocados em nenhumacondio mais favorvel para serem provados. No havia reserva

    de poder, nem grandes alturas ou profundezas da glria infinita,para sobrepujar suas ciumentas dvidas e murmurantes rebelies.Sua culpa e castigo deveriam ser proporcionais aos seus exaltadosprivilgios nas cortes celestiais.

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    Captulo 6 Ofertas de sacrifcios

    O homem cado, por causa de sua culpa, no podia maisaproximar-se de Deus com suas splicas, porque a transgressoda lei divina colocara uma barreira intransponvel entre o santoDeus e o transgressor. Um plano, porm, foi divisado em que asentena de morte recasse sobre um Substituto. No plano da re-

    deno haveria derramamento de sangue, porque a morte deveriaocorrer como conseqncia do pecado do homem. O animal a sersacrificado como oferta prefigurava a Cristo. Ao matar a vtima, ohomem veria o cumprimento das palavras de Deus: Certamentemorrers. O jorrar do sangue da vtima significaria tambm a ex-piao. No havia nenhuma virtude no sangue de animais; mas oderramamento do mesmo apontaria para um Redentor que um dia

    viria ao mundo e morreria pelos pecados dos homens. Assim Cristo [27]vindicaria completamente a lei de Seu Pai.Satans contemplava com intenso interesse cada evento rela-

    cionado com as ofertas de sacrifcios. A devoo e a solenidadeligadas ao derramamento de sangue da vtima causava-lhe grandedesconforto. Para ele esta cerimnia estava revestida de mistrio;mas ele no era um estudante embotado. Imediatamente descobriuque as ofertas de sacrifcios tipificavam alguma expiao futura para

    o homem. Viu que estas ofertas significavam arrependimento dopecado. Isto no se harmonizava com os seus propsitos e imedia-tamente comeou a trabalhar no corao de Caim com o intuito delev-lo rebelio contra a oferta de sacrifcio que prefigurava umRedentor vindouro.

    O arrependimento de Ado, evidenciado por sua tristeza pelatransgresso e sua esperana de salvao atravs de Cristo, mostradapor suas obras nas ofertas de sacrifcios, constitua um desaponta-mento para Satans. Esperava constantemente ganhar Ado a fim deunir-se a ele na murmurao contra Deus, e rebelar-se contra Sua au-toridade. Caim e Abel foram representantes de duas grandes classes.Abel, como sacerdote, com f solene ofereceu seu sacrifcio. Caim

    19

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    20 No Deserto da Tentao

    estava desejoso de oferecer os frutos da terra, mas recusou relacionarsua oferta com sangue de animais. Seu corao recusava mostrararrependimento do pecado e f num Salvador, por intermdio da

    oferta do sangue de animais. Recusou admitir sua necessidade de[28]um Redentor. Isto para o seu corao orgulhoso era dependncia ehumilhao.

    Mas Abel, pela f num futuro Redentor, ofereceu a Deus umsacrifcio mais aceitvel do que Caim. Sua oferta de sangue deanimais significava que ele era pecador e tinha pecados a abandonar,e se arrependia, e acreditava na eficcia do sangue da grande oferta

    futura. Satans pai da descrena, murmurao e rebelio. EncheuCaim de dvidas e furor contra seu irmo inocente e contra Deus,porque seu sacrifcio foi recusado e o de Abel aceito. E na sua irainsana assassinou o irmo.

    As ofertas sacrificais foram institudas a fim de ser uma garan-tia permanente para o homem quanto ao perdo de Deus, atravsdo grande sacrifcio a ser feito, tipificado pelo sangue de animais.Por meio desta cerimnia, o homem demonstrava arrependimento,

    obedincia e f em um Redentor que haveria de vir. O que tornou aoferta de Caim inaceitvel diante de Deus foi sua falta de submissoe obedincia para com a ordem por Ele designada. Pensou que seuprprio plano de oferecer a Deus meramente o fruto da terra eranobre e menos humilhante do que a oferta do sangue de animais,que demonstrava dependncia de outro e assim expressava a prpriafraqueza e pecaminosidade. Caim desprezava o sangue da expiao.

    Ado, ao transgredir a lei de Jeov, abriu a porta para Satans,que plantou seu estandarte no seio da primeira famlia. Foi, naverdade, levado a sentir que o salrio do pecado a morte. Satansdelineou ganhar o den enganando nossos primeiros pais; contudo,[29]nisso foi desapontado. Em vez de obter para si mesmo o den, agoratemia que perderia tudo que reclamara do den. Sua sagacidade pdetraar a significao dessas ofertas, que apontavam para o homem oRedentor vindouro e, por enquanto, eram a expiao tpica para o

    pecado do homem cado, abrindo a porta da esperana para a raahumana.A rebelio de Satans contra Deus foi resoluta. Trabalhava numa

    condio de guerra contra o reino de Deus, com perseverana enotvel fortaleza, dignas de melhor causa.

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    de Israel, seu Lder invisvel. Se eles tivessem tido a devida com-preenso do que se passava, no se teriam rebelado e provocadoDeus no deserto, com as suas murmuraes irrazoveis. Deus disse

    a Moiss: Eis que Eu envio um anjo diante de ti, para que te guardepelo caminho, e te leve ao lugar que tenho preparado. Guarda-te[31]diante dEle, e ouve a Sua voz, e no te rebeles contra Ele, porqueno perdoar a vossa transgresso; pois nEle est o Meu nome.7

    Quando Cristo, como lder, anjo guardio, condescendeu emcomandar os exrcitos de Israel atravs do deserto at Cana, Sa-tans foi provocado, pois sentiu que seu poder no seria capaz de

    control-los to bem. Todavia, ao ver que os exrcitos de Israel eramfacilmente influenciados e incitados rebelio por suas insinuaes,tinha esperana de lev-los murmurao e ao pecado, o que trariasobre eles a ira de Deus. Ao verificar que o seu poder era admitidopelos homens, tornou-se audacioso nas suas tentaes, incitando-osao crime e violncia. Por meio dos enganos de Satans, cada gera-o ia-se tornando mais fraca em poder fsico, mental e moral. Istolhe dava coragem para pensar na possibilidade de ter xito em sua

    guerra contra Cristo em pessoa, quando Ele Se manifestasse.So poucos em cada gerao desde Ado os que tm resistido aos

    seus artifcios e permanecido como nobres representantes daquiloque o homem em seu poder capaz de fazer e ser, enquanto Cristocoopera com os esforos humanos para ajudar o homem a sobrepujaro poder de Satans. Enoque e Elias so representantes corretosdo que a raa pode ser, por meio da f em nosso Senhor JesusCristo. Satans ficou grandemente perturbado porque estes homensnobres e santos eram imaculados no meio da corrupo que os[32]cercava, formando carter perfeitamente justo e sendo consideradosdignos da trasladao para o Cu. Ao permanecerem firmes empoder moral, na justia enobrecedora, vencendo as tentaes deSatans, ele no podia coloc-los sob o domnio da morte. Jactou-sede que tinha poder para com suas tentaes dominar Moiss, e quepoderia manchar o seu nobre carter e lev-lo a pecar, tomando para

    si, diante do povo, a glria que pertencia a Deus.Cristo ressuscitou a Moiss e o levou para o Cu. Isto exasperouSatans, levando-o a acusar o Filho de Deus de invadir seu domnio,

    7xodo 23:20, 21.

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    Apetite e paixo 23

    roubando da sepultura sua legtima presa. Disse Judas, referindo-se ressurreio de Moiss: Contudo, o arcanjo Miguel, quandocontendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moiss,

    no se atreveu a proferir juzo infamatrio contra ele; pelo contrrio,disse: O Senhor te repreenda.8

    Quando Satans tem xito em tentar as pessoas a quem Deustem especialmente honrado, a cometer graves pecados, ele triunfa,porque ganha para si mesmo uma grande vitria e causa dano aoreino de Cristo.

    8Judas 9.

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    Captulo 8 Uma ameaa ao reino de Satans

    Por ocasio do nascimento de Cristo, Satans viu as plancies deBelm iluminadas pela brilhante glria de uma multido de anjoscelestiais. Ouviu o seu cntico: Glria a Deus nas maiores alturas,[33]e paz na Terra entre os homens, a quem Ele quer bem. 9 O prncipedas trevas viu os pastores maravilhados, cheios de temor, observando

    as plancies iluminadas. Tremiam diante da exibio de ofuscanteglria que parecia penetrar nos seus sentidos. O prprio chefe re-belde tremeu ante a proclamao do anjo aos pastores: No temais:eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o ser para todoo povo: que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que Cristo, o Senhor.10 Tinha delineado com grande xito um planopara arruinar os homens e tornara-se audacioso e poderoso. Con-

    trolara a mente e o corpo dos homens desde Ado at ao primeiroaparecimento de Cristo. Mas agora Satans estava em dificuldade ealarmado pelo seu reino e sua vida.

    Pelo cntico dos mensageiros celestiais, proclamando o adventodo Salvador ao mundo cado, e o regozijo expresso neste grandeevento, Satans sabia que no lhe era reservada boa coisa. Umpressgio negro se lhe abateu sobre a mente: o que a influncia desteadvento ao mundo poderia causar ao seu reino. Indagava se isto

    no era a vinda dAquele que contestaria o seu poder e destruiriao seu reino. Considerou a Cristo, desde o Seu nascimento, comorival. Excitou a inveja e o cime de Herodes para destruir a Cristo,insinuando que o seu poder e o seu reino estavam prestes a ser dadosa Este novo Rei. Satans imbuiu Herodes dos mesmos sentimentose temor que perturbavam sua prpria mente. Inspirou a inteno[34]corrupta de Herodes, de matar todas as crianas de Belm, quetinham at dois anos de idade, plano este, pensava ele, que teriaxito em livrar a Terra do infante Rei.

    9Lucas 2:14.10Lucas 2:10, 11.

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    Uma ameaa ao reino de Satans 25

    Todavia, contra seus planos, Satans v um mais elevado poderoperando. Anjos de Deus protegiam a vida do infante Redentor.Jos foi avisado em sonho, que fugisse para o Egito, encontrando

    asilo para o Redentor do mundo, numa terra pag. Satans O seguiudesde a infncia at a juventude e da juventude at a vida adulta,cogitando meios e maneiras para desvi-Lo de Sua submisso aDeus, e domin-Lo com suas sutis tentaes. A imaculada pureza dainfncia, juventude e vida adulta de Cristo, que Satans no podiamanchar, aborrecia-o excessivamente. Todos os seus dardos e flechasde tentaes caam inofensivas diante do Filho de Deus. E quando

    ele viu que todas as suas tentaes no resultavam em nada parademover a Cristo de Sua leal integridade, ou macular a impecvelpureza do Jovem Galileu, ficou perplexo e terrivelmente enfurecido.Olhava para esse Jovem como um inimigo que ele mais receava etemia.

    Esse deveria ser Aquele que andaria sobre a Terra com podermoral para suportar todas as suas tentaes, que resistiria a todas assuas atrativas sedues para persuadi-Lo a pecar, e sobre quem ele

    no obteria nenhuma vantagem para separ-Lo de Deus. Tudo istoprovocava e irritava sua majestade satnica.

    A infncia, juventude e vida adulta de Joo, que veio no esprito [35]e poder de Elias para fazer uma obra de preparo do caminho para oRedentor do mundo, foi marcada por firmeza e poder moral. Satansno pde afast-lo de sua integridade. Quando a voz do profeta foiouvida no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai assuas veredas,11 Satans temeu pelo seu reino. Sentiu que a voz,soando no deserto como som de trombeta, levava pecadores sobreseu controle a tremer. Viu que o seu poder sobre muitos estavaquebrado. A intensidade do pecado foi revelada de tal maneira queos homens ficaram alarmados; e alguns, pelo arrependimento deseus pecados, encontraram o favor de Deus e obtiveram poder moralpara resistir s suas tentaes.

    Ele estava presente quando Cristo Se apresentou a Joo para o

    batismo. Ouviu a voz majestosa ressoando atravs do Cu e ecoandopela Terra como estrpito de trovo. Viu os relmpagos das nuvensdos cus e ouviu as respeitveis palavras de Jeov: Este o Meu Fi-

    11Mateus 3:3.

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    lho amado, em quem Me comprazo.12 Viu o resplendor da glria doPai cobrindo a forma de Jesus, apontando assim multido Aquelea quem Ele reconhecia como Seu Filho, com inegvel segurana.

    As circunstncias relacionadas com a cena batismal despertaramo mais intenso dio no peito de Satans. Agora sabia com certezaque, se no pudesse dominar a Cristo, a partir desse tempo seu poderseria limitado. Compreendeu que a comunicao do trono de Deussignificava que o Cu estava mais diretamente acessvel ao homem.[36]

    Ao levar Satans o homem a pecar, tinha esperanas de que arepugnncia de Deus ao pecado O separaria para sempre do homem e

    quebraria o elo de ligao entre o Cu e a Terra. O abrir dos Cus emconexo com a voz de Deus dirigida a Seu Filho foi como um toquemortal para Satans. Temeu que Deus estava agora mais dispostoa unir o homem a Si mesmo e conferir-lhe poder para vencer suasartimanhas. E com este propsito Cristo veio das cortes reais paraa Terra. Satans estava bem ciente da posio honrosa que Cristoocupava no Cu como Filho de Deus, o amado do Pai. Ao deixar oCu e vir a este mundo como homem, isto o encheu de apreenso por

    sua segurana. Ele no podia compreender o mistrio deste grandesacrifcio em benefcio do homem cado. Sabia que a avaliao doCu excedia em muito o antegozo e apreciao do homem cado. Omais valioso tesouro do mundo, ele sabia, no se compara com o seuvalor. Sendo que havia perdido, por causa de sua rebelio, todas asriquezas e puras glrias do Cu, estava determinado a ser vingativo,levando a humanidade, tanto quanto possvel, a desvalorizar o Cu ea colocar as afeies nos tesouros terrestres.

    Era incompreensvel, para a alma egosta de Satans, que pudesseexistir to grande benevolncia e amor para com uma raa enganada,que induzisse o Prncipe do Cu a deixar Seu lar e vir ao mundomareado pelo pecado e pela maldio. Conhecia o inestimvel valordas riquezas eternas que o homem desconhecia. Tinha experinciada pura satisfao, da paz, da exaltada santidade e ilimitado regozijo[37]do lar celestial. Compreendia, antes de sua rebelio, a satisfao da

    completa aprovao de Deus. J tivera uma completa apreciao daglria que envolvia o Pai e sabia que no havia limite ao Seu poder.12Mateus 3:17.

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    Satans sabia o que tinha perdido. Agora temia que seu imp-rio sobre o mundo fosse contestado e quebrado seu poder. Sabia,pela profecia, que o Salvador fora predito e que Seu reino no seria

    estabelecido com triunfo terrestre e com honra e exibio munda-nas. Sabia que as profecias antigas prediziam um reino que seriaestabelecido pelo Prncipe do Cu sobre a Terra, a qual reclamavacomo seu domnio. Esse reino abarcaria todos os reinos do mundoe ento seu poder e sua glria cessariam e ele receberia sua retri-buio pelos pecados que havia introduzido no mundo e a misriaque havia trazido sobre o homem. Sabia que tudo o que concernia

    a sua prosperidade estava dependendo do seu xito ou fracasso emdominar a Cristo com suas tentaes no deserto. Trouxe sobre Cristotodo artifcio e fora de suas tentaes poderosas, para demov-Lode Sua obedincia.

    impossvel ao homem conhecer a fora das tentaes de Sata-ns sobre o Filho de Deus. Cada tentao que parece to aflitiva aohomem na sua vida cotidiana, to difcil de ser resistida e dominada,foi trazida sobre o Filho de Deus em to alto grau quanto a Sua

    excelncia de carter era superior do homem cado. [38]Cristo foi tentado em todos os pontos como ns somos. Como

    representante do homem Ele Se aproximou de Deus nas provas etentaes. Enfrentou a fora intensa de Satans. Cristo experimentouas mais vis tentaes e as venceu em favor do homem. impossvelque o ser humano seja tentado acima do que pode suportar enquantose apia em Jesus, o infinito Conquistador.

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    Captulo 10 Cristo como segundo Ado

    Que contraste o segundo Ado apresentava quando Ele entrouno sombrio deserto para sozinho enfrentar a Satans! Desde a queda,a raa humana havia diminudo em estatura e fora fsica e decadocada vez mais na escala do valor moral, at ao perodo do primeiroadvento de Cristo Terra. A fim de elevar o homem cado, Cristo

    deveria alcan-lo onde ele estava. Tomou a natureza humana e car- [40]regou as enfermidades e degenerescncias da raa humana. Aqueleque no conheceu pecado tornou-Se pecado por ns. Humilhou-Sea Si mesmo at s profundezas mais baixas da misria humana, afim de que pudesse qualificar-Se para alcanar o homem e tir-lo dadegradao na qual o pecado o mergulhara.

    Porque convinha que Aquele, por cuja causa e por quem todas

    as coisas existem, conduzindo muitos filhos glria, aperfeioassepor meio de sofrimentos o Autor da salvao deles.13

    E, tendo sido aperfeioado, tornou-Se o Autor da salvaoeterna para todos os que Lhe obedecem.14

    Por isso mesmo convinha que, em todas as coisas, Se tornassesemelhante aos irmos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdotenas coisas referentes a Deus, e para fazer propiciao pelos pecadosdo povo. Pois naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado,

    poderoso para socorrer os que so tentados.15Porque no temos sumo sacerdote que no possa compadecer-

    se das nossas fraquezas, antes foi Ele tentado em todas as coisas, nossa semelhana, mas sem pecado.16

    Satans tem estado em guerra com o governo de Deus desde suaprimeira rebelio. Seu xito em tentar a Ado e Eva no den, e emintroduzir o pecado no mundo, tem encorajado a este arquiinimigo;tinha-se jactanciado orgulhosamente diante dos anjos celestes de

    13Hebreus 2:10.14Hebreus 5:9.15Hebreus 2:17, 18.16Hebreus 4:15.

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    que, quando Cristo aparecesse, tomando a natureza humana, seria[41]mais fraco do que ele e que iria subjug-Lo pelo seu poder.

    Exultava de que Ado e Eva no den no resistiram s suas

    insinuaes, quando apelou para o apetite. Os habitantes do mundoantigo ele dominou da mesma maneira pela condescendncia como apetite, lascvia e paixes corruptas. Por meio da satisfao doapetite derrotou os israelitas. Vangloriava-se de que mesmo o Filhode Deus, que esteve com Moiss e Josu, no foi capaz de resistir aoseu poder e guiar a Cana o povo favorecido por Sua escolha, poisquase todos os que deixaram o Egito morreram no deserto; tambm

    tentou o manso Moiss, a tomar para si a glria que pertencia a Deus.Davi e Salomo, que foram especialmente favorecidos por Deus,induziu-os por meio da condescendncia com o apetite e paixo aincorrer no desagrado de Deus. Jactanciava-se de que ainda poderiater xito em frustrar o propsito de Deus na salvao do homematravs de Cristo.

    Na tentao do deserto, Cristo esteve sem alimento por quarentadias. Moiss, em situaes especiais, tambm ficou por um longo

    perodo sem alimentao. Mas ele no sentiu as angstias da fome.No foi tentado e atormentado pelo vil e poderoso inimigo como foio Filho de Deus. Estava acima do humano, especialmente mantidopela glria de Deus, a qual o envolvia.

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    Captulo 11 Os efeitos terrveis do pecado sobre o

    homem

    Satans teve tanto xito em enganar os anjos de Deus e arruinar [42]o nobre Ado, que pensava que seria bem-sucedido em vencer aCristo na Sua humilhao. Olhava com exultao para o resultado desuas tentaes e o aumento do pecado em continuada transgressoda lei de Deus por mais de quatro mil anos. Ele causou a runade nossos primeiros pais e trouxe o pecado e a morte ao mundo,arruinou multides em todas as eras, pases e classes. Pelo seu podertem controlado cidades e naes at que seus pecados provocassema ira de Deus para destru-los pelo fogo, gua, terremotos, fome,espada e pestilncia. Por sua sutileza e infatigveis esforos tem elecontrolado o apetite, excitado e reforado as paixes a um ponto to

    temerrio que tem desfigurado e quase obliterado a imagem de Deusno homem. Sua dignidade fsica e moral foi destruda a tal pontoque apresentava uma plida semelhana de carter e nobre perfeioda dignidade de Ado no den.

    Antes do primeiro advento de Cristo, Satans rebaixara o homemde sua exaltada pureza original, ofuscando com o pecado aquelecarter ureo. O homem a quem Deus criou como soberano no dentransformou-se em escravo na Terra, gemendo sob a maldio do

    pecado. A aurola de glria, dada por Deus ao santo Ado paracobri-lo como vestimenta, foi dele tirada aps a transgresso. A luzda glria de Deus no podia cobrir a desobedincia e o pecado. Emlugar da sade e plenitude de bnos, a pobreza, as doenas e ossofrimentos de todo tipo tornaram-se a poro dos filhos de Ado. [43]

    Satans, atravs do seu poder sedutor tem levado o homem v filosofia, a questionar e finalmente descrer da revelao divina

    e da existncia de Deus. Olhou de todos os lados para um mundode moral baixa e exps a raa humana condenao do pecadopor um Deus vingativo, com cruel triunfo, sendo bem-sucedido emobscurecer o caminho de muitos, levando-os a transgredir a lei de

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    Deus. Revestiu o pecado com agradveis atrativos para assegurar aruna de muitos.

    Mas o seu mais bem-sucedido plano para enganar o homem

    tem consistido em ocultar seus propsitos reais e seu verdadeirocarter, representando-se a si mesmo como amigo do homem umbenfeitor da raa. Ele corteja os homens com o agradvel enredo deque no existe inimigo rebelde e mortal de quem eles necessitemprecaver-se e de que a existncia de um diabo pessoal tudo fico;e enquanto esconde a sua existncia, est reunindo milhares dosque esto sob seu controle. Est enganando a muitos, como tentou

    enganar a Cristo, dizendo que um anjo do Cu, fazendo bomtrabalho pela humanidade. As massas encontram-se to cegas pelopecado que no podem discernir as artimanhas de Satans, honrando-o como anjo celestial, enquanto est operando sua eterna runa.

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    Captulo 12 A primeira tentao de Cristo

    Cristo entrou no mundo como o destruidor de Satans e o Reden-tor dos cativos presos pelo seu poder. Deixaria um exemplo na Sua [44]prpria vida vitoriosa, para que o homem seguisse, e assim vencesseas tentaes de Satans.

    To logo Cristo entrou no deserto da tentao Seu aspecto mu-

    dou. A glria e o esplendor que se refletiam do trono de Deus eSua aprovao quando os Cus se abriram diante dEle, a voz do Paireconhecendo-O como Seu Filho, em quem Ele Se comprazia, agorase foram. O peso do pecado do mundo estava pressionando-Lhea alma; e o Seu semblante expressava inexprimvel tristeza, umaprofunda angstia que nenhum homem cado nunca imaginou. Elesentiu a esmagadora corrente de angstia que inundava o mundo.

    Experimentou a fora da condescendncia com o apetite e a mun-dana paixo que controlam o mundo e tm trazido sobre o homeminexpressveis sofrimentos.

    A condescendncia com o apetite tem aumentado e se fortalecidoem todas as geraes sucessivas, desde a transgresso de Ado atque a raa humana se tornou to frgil em poder moral que nopde vencer na sua prpria fora. Cristo, em favor da raa humanadevia vencer o apetite, suportando a mais poderosa prova sobre

    isto. Deveria palmilhar sozinho a senda da tentao, sem ninguma ajud-Lo, sem nenhum conforto e apoio. Sozinho deveria lutarcontra os poderes das trevas.

    Como o homem na sua fora humana no poderia resistir ao po-der das tentaes de Satans, Jesus voluntariamente tomou a misso,a fim de levar o fardo do homem e vencer o poder do apetite em seu [45]favor. Em favor do homem Ele devia mostrar desprendimento, per-severana e firmeza de princpio soberano at para a atormentadoraangstia da fome. Devia mostrar um poder de controle mais forte doque a fome e mesmo a morte.

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    Captulo 13 Significado da prova

    Quando Cristo suportou a prova da tentao sobre o apetite,Ele no estava na beleza do den, como Ado, com a luz e o amorde Deus vistos em tudo sobre que seus olhos repousassem; masestava num estril e desolado deserto, rodeado por animais selvagens.Tudo a Sua volta era repulsivo. Nesse ambiente, jejuou quarenta

    dias e quarenta noites, e naqueles dias, nada comeu.17 Estavaenfraquecido pelo longo jejum e experimentou agudssimo senso defome. Seu semblante estava, na verdade, mais cado do que o dosfilhos dos homens.

    Assim Cristo entrou no conflito para vencer o poderoso inimigo,suportando toda a prova que Ado falhou em suportar, para queatravs do xito neste conflito pudesse quebrar o poder de Satans e

    redimir a raa humana da desgraa da queda.Tudo estava perdido quando Ado se submeteu ao poder doapetite. O Redentor, em quem o humano e o divino estavam unidos,ficou no lugar de Ado e suportou o terrvel jejum, por quase seissemanas. A durao deste jejum a mais forte evidncia da grandepecaminosidade do aviltado apetite e do poder que ele tem sobre a[46]famlia humana.

    A humanidade de Cristo alcanou a mais profunda mesquinhez

    humana e identificou-se com as fragilidades e necessidades do ho-mem cado, enquanto Sua natureza divina se apegava ao Eterno. Suaobra em levar a culpa do homem transgressor no Lhe deu licenapara continuar violando a lei de Deus, porque a transgresso fez dohomem um devedor para com a lei, e Cristo mesmo estava pagandoeste dbito com os Seus prprios sofrimentos. As provas e sofrimen-tos de Cristo visavam impressionar o homem com o senso do seugrande pecado em quebrar a lei de Deus, e lev-lo ao arrependimentoe obedincia lei, e atravs da obedincia torn-lo aceitvel a Deus.Ele imputaria Sua justia ao homem e assim aumentaria seu valormoral perante Deus, para que os seus esforos a fim de guardar a

    17Lucas 4:2.

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    iniqidade, chegando a ponto de os crimes serem to grandes que oSenhor os destruiu da Terra pelas guas do Dilvio.

    Sob as tentaes diretas de Satans os filhos de Israel deixaram

    que o apetite controlasse a razo, e pela condescendncia foramlevados a cometer pecados graves que atraram sobre eles a ira deDeus, e caram no deserto. Pensava ele que poderia com xito vencera Cristo com as mesmas tentaes. Satans disse a Cristo que um dosexaltados anjos fora exilado na Terra, que Sua aparncia indicavaque, em vez de ser o Rei do Cu Ele era o anjo cado e que istoexplicava a Sua aparncia definhada e aflita.

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    Captulo 14 Cristo no operou milagres para si

    mesmo

    Ele chamou a ateno de Cristo para a sua prpria aparnciaatrativa, vestido de luz e forte em poder. Afirmava ser um mensageirodireto do trono do Cu. Asseverava que tinha o direito de exigir deCristo evidncias de ser Ele o Filho de Deus. Satans estava decididoa descrer, se possvel, das palavras que foram dirigidas dos Cus aoFilho de Deus por ocasio do Seu batismo. Determinou vencer aCristo e se possvel construir o seu prprio reino e assegurar sua vida.A primeira tentao que Satans trouxe sobre Cristo referia-se aoapetite. Neste ponto tinha domnio quase completo sobre o mundo,sendo suas tentaes adaptadas s circunstncias e ambientes de [49]Cristo, de tal maneira que eram quase insuportveis.

    Cristo poderia ter operado um milagre em Seu prprio benefcio;contudo, isto no estaria de acordo com o plano da salvao. Osmuitos milagres na vida de Cristo demonstraram Seu poder de operarmilagres em benefcio da humanidade sofredora. Por um milagrede misericrdia Ele alimentou de uma s vez cinco mil, com cincopes e dois peixinhos. Portanto, Ele tinha poder para operar milagrese saciar Sua prpria fome. Satans lisonjeava-se a si mesmo deque poderia levar Cristo a duvidar das palavras faladas do Cu por

    ocasio do Seu batismo. Se ele pudesse tent-Lo a questionar Suafiliao e a duvidar da verdade das palavras faladas por Seu Pai,ganharia uma grande vitria.

    Encontrou a Cristo no desolado deserto, sem companheiros, semalimento, e sofrendo. O ambiente era o mais melanclico e repulsivo.Satans sugeriu a Cristo que Deus no deixaria Seu Filho nestacondio de necessidade e sofrimento. Esperava abalar a confiana

    de Cristo em Seu Pai, o qual havia permitido que Ele chegassea esta condio de extremo sofrimento no deserto, onde ps dehomem algum j haviam pisado. Satans ansiava poder insinuardvidas quanto ao amor do Pai pelo Filho, encontrando abrigo namente de Cristo e sob a fora do desespero e da fome extrema, Ele

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    exerceria o poder miraculoso em Seu prprio favor, libertando-Se dasmos do Pai celeste. Isto, realmente, era uma tentao para Cristo.[50]Mas Ele no a acalentou por um momento. No duvidou por um

    instante sequer do amor do Pai celestial, ainda que alquebrado porinexprimvel angstia. As tentaes de Satans, posto que preparadascom muita percia, no abalaram a integridade do querido Filho deDeus. Sua confiana repousava em Seu Pai, e no podia ser abalada.

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    Captulo 15 No discutia com a tentao

    Jesus no condescendeu em explicar ao Seu inimigo que Ele erao Filho de Deus e como tal, de que maneira devia agir. De modoinsultuoso e escarnecedor Satans se refere presente fraqueza eaparncia decada de Cristo, em contraste com sua fora e glria.Insultava a Cristo como sendo um representante muito pobre dos

    anjos, quanto menos de seu exaltado Comandante, o reconhecidoRei nas cortes reais, e que Sua presente aparncia indicava que Eleestava esquecido de Deus e do homem. Disse que se Cristo fossena verdade o Filho de Deus, o monarca do Cu, teria poder igual aode Deus e deveria dar-lhe uma evidncia disto aliviando Sua fomemediante a operao de um milagre, transformando em po a pedraque estava aos Seus ps. Satans prometeu que se Cristo fizesse

    isto, ele se submeteria imediatamente s Suas reivindicaes desuperioridade, e que a luta entre ele e Cristo terminaria para sempre.Cristo no deu ateno s insinuaes injuriosas de Satans. No

    Se sentiu provocado a dar-lhe provas de Seu poder, mas mansamente [51]suportou os seus insultos sem retaliao. As palavras proferidas doCu por ocasio do Seu batismo foram preciosas evidncias paraEle de que Seu Pai aprovava as pegadas que Ele estava seguindo noplano da salvao, como substituto e fiador do homem. A abertura

    dos Cus e o descer da pomba celeste eram confirmaes de que oPai uniria Seu poder no Cu ao de Seu Filho na Terra, para socorrero homem contra o domnio de Satans, e de que Deus aceitara osesforos de Cristo para ligar a Terra ao Cu, e o homem finito aoinfinito Deus.

    Os sinais recebidos do Pai eram expressivamente preciosos parao Filho de Deus, ao longo de todos os Seus severos sofrimentos e oterrvel conflito com o comandante rebelde. Enquanto suportava aprova de Deus no deserto e durante todo o Seu ministrio, Ele notinha nada a fazer para convencer a Satans do Seu poder e de queEle era o Salvador do mundo. Satans tinha suficiente evidncia deSua exaltada posio. Sua m vontade em atribuir a Jesus a honra

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    que Lhe era devida e manifestar submisso como um subordinado,desenvolveu-se em rebelio contra Deus e resultou em sua expulsodo Cu.

    No era parte da misso de Cristo exercer o Seu poder divinoem Seu prprio benefcio, para alivi-Lo do sofrimento. Este Elevoluntariamente tomou sobre Si. Condescendeu em tomar a naturezahumana e deveria sofrer as inconvenincias, doenas e aflies dafamlia humana. No deveria operar milagres por Sua prpria conta;[52]veio para salvar os outros. O objetivo de Sua misso era trazerbnos, esperana e vida aos aflitos e opressos. Veio para carregar

    aflies e os fardos da humanidade sofredora.Apesar de Cristo estar sofrendo os agudssimos tormentos dafome, Ele resistiu tentao. Expulsou a Satans com a mesmapassagem que Ele tinha dado a Moiss para reiterar ao rebelde Is-rael quando sua alimentao era escassa e eles clamavam por carne,no deserto: No s de po viver o homem, mas de toda palavraque procede da boca de Deus.18 Nesta declarao e tambm porSeu exemplo, Cristo mostrava ao homem que a fome por alimento

    material no era uma grande calamidade que pudesse derrub-Lo.Satans insinuou aos nossos primeiros pais que o comer do frutoque Deus proibira iria trazer-lhes grandes vantagens e os tornariaseguros contra a morte, justamente o oposto do que Deus lhes haviadeclarado: Mas da rvore do conhecimento do bem e do mal no co-mers; porque no dia em que dela comeres, certamente morrers.19

    Se Ado tivesse sido obediente, no teria conhecido a pobreza, anecessidade, nem a morte.

    Se o povo que viveu antes do Dilvio tivesse obedecido Palavrade Deus, no teria perecido nas guas diluvianas. Se os israelitas ti-vessem obedecido Palavra de Deus, Ele teria derramado sobre elesbnos especiais. Mas eles caram, em conseqncia da condes-cendncia com o apetite e paixo. No foram obedientes Palavrade Deus. A condescendncia com o apetite pervertido os levou a[53]numerosos e graves pecados. Se eles tivessem considerado primeira-

    mente os reclamos de Deus e depois as suas necessidades fsicas emsubmisso escolha, por Deus, do alimento apropriado para eles,18Mateus 4:4.19Gnesis 2:17.

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    certamente nenhum deles teria sucumbido no deserto. Teriam sidoestabelecidos na boa terra de Cana, como um povo santo e feliz,sem nenhum indivduo fraco em todas as suas tribos.

    O Salvador do mundo tornou-Se pecado pela raa humana. Aotornar-Se substituto do homem, no manifestou Seu poder comoFilho de Deus, mas enfileirou-Se entre os filhos dos homens. Deveriasuportar a prova da tentao como homem, em favor do homem,sob as mais probantes circunstncias, e deixar um exemplo de f eperfeita confiana em Seu Pai celestial. Cristo sabia que o Pai Lhesupriria alimento quando fosse para Sua glria. Nesta severa prova-

    o, quando a fome O pressionava alm da medida, no diminuiriaprematuramente uma partcula da prova que Lhe foi dada, exercendoo Seu divino poder.

    O homem cado, quando colocado em apuros, no tem poderpara operar milagres em seu prprio benefcio, a fim de salvar-se a simesmo da dor ou angstia, ou obter vitrias sobre seus inimigos. Erapropsito de Deus testar e provar a raa humana e dar-lhe a oportuni-dade de desenvolver o carter, levando-a freqentemente a situaes

    de prova, para testar sua f e confiana no Seu amor e poder. A vidade Cristo era de uma conduta perfeita. Estava sempre ensinando ao [54]homem, por Sua palavra e exemplo, que ele devia depender de Deuse que nEle deveria depositar sua f e firme confiana.

    Cristo sabia que Satans mentiroso desde o princpio e que re-queria muito domnio prprio ouvir as proposies desse enganadorinsultante sem repreend-lo imediatamente por causa de sua audaci-osa presuno. Satans estava na expectativa de que o Filho de Deus,em extrema fraqueza e agonia de esprito, dar-lhe-ia uma oportuni-dade para obter vantagens sobre Ele, provocando-O a empenhar-Seem controvrsia com ele. Deliberou perverter as palavras de Cristo earrogar vantagem, buscando o auxlio dos anjos cados a fim de usartodo o seu poder para prevalecer contra Ele e domin-Lo.

    O Salvador do mundo no tinha controvrsia com Satans, jexpulso do Cu porque no mais merecia ficar l. Aquele que influ-

    enciou os anjos de Deus contra o Seu Supremo Governador e contraSeu Filho, o amado Comandante, e recrutou a simpatia deles para simesmo, era capaz de qualquer engano. Por quatro mil anos ele tinhaestado guerreando contra o governo de Deus e no perdera nada desua habilidade ou poder para tentar e enganar.

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    Captulo 16 Vitria por meio de Cristo

    Sendo que o homem cado no podia vencer a Satans na suafora humana, Cristo veio das cortes reais do Cu para ajud-locom Sua fora humana e divina combinadas. Cristo sabia que Ado[55]no den com suas vantagens superiores podia ter enfrentado astentaes de Satans e t-lo vencido. Igualmente sabia que no era

    possvel ao homem fora do den, separado da luz e do amor de Deusdesde a queda, resistir s tentaes de Satans na sua prpria fora.Para trazer esperana ao homem e salv-lo da completa runa, Elehumilhou-Se a ponto de tomar a natureza humana, combinando oSeu poder divino com o humano, a fim de que pudesse alcanar ohomem onde ele estava. Ele obteve para os cados filhos e filhas deAdo a fora, que por si mesmos impossvel obter, mas em Seu

    nome poderiam vencer as tentaes de Satans.O exaltado Filho de Deus, ao assumir a humanidade, aproximou-Se do homem, ficando como o Substituto do pecador. Identificou-Secom os sofrimentos e aflies dos homens. Foi tentado em todos ospontos como o homem tentado, para que pudesse socorrer quelesque seriam tentados. Cristo venceu em lugar do pecador.

    Jac, na noite de sua viso, contemplou a Terra ligada ao Cupor uma escada que alcanava o trono de Deus. Ele viu os anjos

    de Deus, vestidos com vestimentas de brilho celestial, descendodo Cu e subindo ao Cu nessa luminosa escada. O p da escadarepousava na Terra, enquanto o seu topo alcanava o mais alto dosCus, tocando no trono de Jeov. O brilho do trono de Deus irradiavapela escada abaixo e refletia uma luz de glria inexprimvel sobre aTerra. Esta escada representava a Cristo, que abriu a comunicao[56]entre a Terra e o Cu.

    Na humilhao de Cristo, Ele desceu s mais profundas misriashumanas, em simpatia e compaixo pelo homem cado, que erarepresentado por Jac, num dos lados da escada, que tocava a Terra,enquanto o topo da escada, que alcanava o Cu, representava opoder divino de Cristo segurando o Infinito, e assim unia a Terra

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    Captulo 17 A segunda tentao

    Satans, porm, no estava disposto a cessar os seus esforosat tentar todos os meios para obter a vitria sobre o Redentor domundo. Sabia que tudo estava em jogo: seria ele ou Cristo o vito-rioso na luta. Para intimidar a Cristo com sua fora superior, ele Olevou a Jerusalm e O colocou sobre o pinculo do templo, conti-

    nuando a assedi-Lo com tentaes. De novo exigiu de Cristo quese Ele na verdade fosse o Filho de Deus, desse-lhe evidncia disto,lanando-Se da vertiginosa altura sobre a qual Ele fora colocado.Instigou Cristo a mostrar Sua confiana no cuidado preservador doPai, atirando-Se do pinculo do templo.

    Na primeira tentao de Satans quanto questo do apetite, eletentou insinuar dvidas com respeito ao amor de Deus e ao cuidado

    por Cristo como Seu Filho, apresentando o ambiente e Sua fomecomo evidncia de que Ele no tinha o favor de Deus. Nisto no[58]obteve xito. A prxima tentativa, a fim de tirar vantagem da f eperfeita confiana que Cristo tinha demonstrado no Pai celestial,impelira-O presuno: Se s Filho de Deus, atira-Te abaixo,porque est escrito: Aos Seus anjos ordenar a Teu respeito queTe guardem; eles Te sustero nas suas mos, para no tropearesnalguma pedra.20 Jesus prontamente respondeu: Tambm est

    escrito: No tentars o Senhor teu Deus.21

    20Mateus 4:6.21Mateus 4:7.

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    Captulo 18 O pecado da presuno

    O pecado da presuno jaz ao lado da virtude da f perfeita e daconfiana em Deus. Satans se gabava de que poderia ter vantagemsobre a humanidade de Cristo, insistindo com Ele que passasse daf para a presuno. Neste ponto muitas almas j caram. Satanstentou enganar a Cristo atravs da lisonja. Admitia que Ele estava

    correto no deserto, tendo f e confiana de que Deus era Seu Pai,mesmo sob circunstncias probantes. Ento intimou Cristo a dar-lhe uma prova adicional de Sua inteira dependncia de Deus, maisuma evidncia de f de que Ele era o Filho de Deus, atirando-Se dotemplo. Disse a Cristo que se Ele realmente fosse o Filho de Deusno tinha nada a temer, porque anjos estariam ali para ampar-Lo.Satans dava evidncias de que conhecia as Escrituras pelo uso que

    fez delas.O Redentor do mundo no vacilou de Sua integridade, e mostrou [59]que Ele tinha perfeita f no cuidado prometido por Seu Pai. Nolevaria a fidelidade e o amor do Pai a um julgamento desnecessrio,apesar de estar nas mos de um inimigo e colocado numa posiode extrema dificuldade e perigo. No iria tentar presunosamentea Deus a que agisse em Sua providncia por sugesto de Satans.Satans extraiu das Escrituras aquilo que parecia apropriado para

    a ocasio, esperando conseguir seus intentos fazendo aplicao aoSalvador naquele momento especial.

    Cristo sabia que Deus realmente O sustentaria se Ele Lhe ti-vesse ordenado atirar-Se do pinculo do templo. Mas fazer isto semser mandado, tentando o protetor cuidado e o amor do Pai, porqueSatans O desafiara a fazer tal coisa, no mostraria a fora de suaf! Pois Satans sabia muito bem que se Cristo prevalecesse e semser ordenado pelo Pai, saltasse do templo para provar a Sua asser-tiva do cuidado protetor do Pai celeste, justamente neste ato estariamostrando a fraqueza de Sua natureza humana.

    Cristo saiu vitorioso da segunda tentao. Manifestou perfeitaconfiana e f no Pai durante Seu severo conflito com o poderoso

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    inimigo. Nosso Redentor, na vitria aqui obtida, deixou para o ho-mem um exemplo perfeito, mostrando-lhe confiana e inabalvelf em Deus, nas provas e perigos. Ele recusou prevalecer sobre a

    misericrdia do Pai, colocando-Se em perigo, obrigando o Pai ce-leste a demonstrar Seu poder para salv-Lo do perigo. Isto forariaa providncia em Seu favor e Ele no deixaria para Seu povo um[60]exemplo perfeito de f e firme confiana em Deus.

    O objetivo de Satans ao tentar a Cristo era lev-Lo presunoaudaciosa, mostrando a fraqueza humana que impediria fosse umperfeito modelo para Seu povo. Pensava que se Cristo falhasse em

    suportar o teste de suas tentaes, no poderia haver redeno paraa raa humana e o seu poder sobre ela seria completo.

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    Captulo 19 Cristo nossa esperana e exemplo

    A humilhao e agonizantes sofrimentos de Cristo no deserto datentao foram em favor da raa humana. Tudo em Ado foi perdidopela transgresso. A nica esperana de ser o homem restauradoao favor de Deus era atravs de Cristo. O homem se separou deDeus a to grande distncia pela transgresso de Sua lei, que no

    podia humilhar-se diante de Deus em nenhum grau proporcional magnitude do seu pecado. O Filho de Deus podia compreendertotalmente a gravidade do pecado do transgressor e em Seu cartersem pecado, unicamente Ele poderia oferecer pelo homem umaexpiao aceitvel, suportando o sofrimento agonizante do desprazerdo Pai. A tristeza e angstia do Filho de Deus pelos pecados domundo foram proporcionais Sua excelncia e pureza divinas, bem

    como magnitude da ofensa.Cristo foi nosso exemplo em todas as coisas. Ao vermos Suahumilhao na longa prova e jejum, a fim de vencer a tentaodo apetite em nosso benefcio, devemos aprender a vencer quando [61]formos tentados. Se o poder do apetite to forte sobre a famliahumana e sua condescendncia to temvel que o Filho de Deus Sesubmeteu a tal teste, quo importante que sintamos a necessidadede manter o apetite sob o controle da razo! Nosso Salvador jejuou

    aproximadamente seis semanas a fim de que pudesse ganhar para ohomem a vitria sobre o apetite. Como pode um professo cristo,tendo uma conscincia esclarecida e tendo a Cristo diante de sicomo seu exemplo, submeter-se condescendncia com o apetite,que tem debilitado a mente e o corpo? fato doloroso que hbitosde satisfao prpria s expensas da sade e poder moral, estoatualmente jogando grande parte do mundo cristo nos laos daescravido.

    Muitos que professam piedade no examinam razoavelmenteo longo perodo de jejum e sofrimentos de Cristo no deserto. Suaangstia no era tanto pela terrvel fome, mas pelo senso do resultadopenoso da condescendncia com o apetite e paixo, sobre a raa

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    humana. Ele sabia que o apetite seria o dolo do homem e o levariaa se esquecer de Deus, colocando-se diretamente no caminho de suasalvao.

    Nosso Salvador mostrou perfeita confiana de que Seu Pai ce-lestial no iria deix-Lo sofrer a tentao acima do que Ele poderia,dando-Lhe fora para suportar; e dar-Lhe-ia a vitria se Ele paci-entemente enfrentasse a tentao a que estava sujeito. Cristo nocolocou a prpria vontade em perigo. Deus tolerou que Satans por[62]algum tempo tivesse este poder sobre Seu Filho. Jesus sabia que seEle preservasse Sua integridade nesta posio de extrema provao,

    um anjo de Deus seria enviado para alivi-Lo, se no houvesse outramaneira. Ele tomou a natureza humana e foi o representante dahumanidade.

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    Captulo 20 A terceira tentao

    Satans viu que ele no prevaleceu em nada contra Cristo nasua segunda grande tentao. Levou-O ainda o diabo a um montemuito alto, mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e a glria deles,e Lhe disse: Tudo isto Te darei se, prostrado, me adorares.22

    Nas duas primeiras grandes tentaes Satans no havia revelado

    seus verdadeiros propsitos ou seu carter; ele afirmava ser ummensageiro exaltado das cortes do Cu, mas agora tira seu disfarce.Apresentou a Cristo todos os reinos do mundo na mais atrativa luz,enquanto se dizia ser o prncipe deste mundo.

    Esta ltima tentao era a mais persuasiva das trs. Satans sabiaque a vida de Cristo deveria ser de tristeza, agruras e conflito. Elepensou que poderia aproveitar-se deste fato para subornar Cristo

    a renunciar Sua integridade. Satans usou toda a sua fora nestaltima tentao, pois este ltimo esforo iria decidir seu destino,quem seria vitorioso. Ele afirmava que o mundo era seu domnio e [63]que ele era o prncipe das potestades do ar.

    Levou Jesus ao topo de um monte muito alto e apresentou-Lheuma viso panormica de todos os reinos do mundo, que por muitotempo tinham estado sob seu domnio e os ofereceu a Ele como umagrande ddiva. Disse a Cristo que Ele poderia apossar-Se de todos

    estes reinos, sem sofrimento ou perigo. Satans prometeu ceder o seucetro e domnio e fazer de Cristo o governante de direito por apenasum s favor dEle. Tudo que ele queria em retorno por entregar-Lhetodos os reinos do mundo naquele dia apresentados diante dEle, que Cristo deveria prestar-lhe homenagem como a um superior.

    Os olhos de Jesus repousaram por um momento sobre a glriaapresentada diante dEle; voltou-Se, porm, recusando continuar aolhar para o fascinante espetculo. No iria danificar Sua leal inte-gridade perdendo tempo com o tentador. Quando Satans solicitou ahomenagem divina de Cristo, despertou-se-Lhe a indignao e Ele

    22Mateus 4:8.

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    50 No Deserto da Tentao

    no pde mais tolerar sua presuno profana nem mesmo permitir-lhe que permanecesse na Sua presena. Aqui, Cristo exerceu Suaautoridade divina e ordenou que Satans desistisse. Retira-te, Sa-

    tans, porque est escrito: Ao Senhor teu Deus adorars, e s a Eledars culto.23

    Satans, em seu orgulho e arrogncia, havia declarado ser ele ogovernante do mundo por direito permanente, o possuidor de todasas suas riquezas e glrias, exigindo homenagem dos seus seres vi-[64]ventes, como se ele tivesse criado o mundo e todas as coisas que neleexistem. Disse a Cristo: Dar-Te-ei toda esta autoridade e a glria

    destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu qui-ser.24 Procurou fazer um contrato especial com Cristo, ordenandoque Ele o adorasse.

    Este insulto ao Criador levou a indignao do Filho de Deusa repreend-lo e expuls-lo. Satans jactou-se de haver escondidoseu verdadeiro carter e propsito na primeira tentao, de tal modoque Cristo no o reconheceu como o chefe rebelde cado que Ele jhavia derrotado e expulso do Cu. As palavras de Cristo: Retira-te

    Satans, evidenciaram que ele fora reconhecido desde a primeiratentao, e toda a sua habilidade no teve nenhum xito sobre oFilho de Deus. Satans sabia que se Cristo tivesse de morrer pararedimir o homem, seu poder terminaria aps algum tempo e ele seriadestrudo. Assim sendo, era seu estudado plano impedir, se possvel,a consumao do grande trabalho que foi comeado pelo Filho deDeus. Se o plano da redeno do homem falhasse, ele reteria o reinoque ento reclamava e, se fosse bem-sucedido, regozijava-se de quereinaria em oposio ao Deus do Cu.

    Quando Jesus deixou o Cu, deixando l o Seu poder e glria,Satans exultou. Pensou que o Filho de Deus fora colocado sobseu poder. A tentao ao santo par no den fora to fcil que eleesperava que com sua satnica astcia e poder venceria at mesmo oFilho de Deus e salvaria sua vida e seu reino. Se ele pudesse tentar[65]Jesus a afastar-Se da vontade de Deus, como fez na sua tentao a

    Ado e Eva, ento seu objetivo seria alcanado.23Mateus 4:10.24Lucas 4:6.

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    A terceira tentao 51

    Estava prestes a vir o tempo em que Jesus redimiria a possessode Satans, dando Sua prpria vida; e depois de algum tempo tudono Cu e na Terra se submeteria a Ele. Foi fiel. Escolheu uma vida de

    sofrimento, uma ignominiosa morte e, da maneira apontada pelo Pai,tornar-Se-ia o governador legtimo dos reinos da Terra, tendo-os nasmos como possesso para sempre. Satans tambm seria colocadoem Suas mos para ser destrudo pela morte e nunca mais molestara Jesus e aos santos na glria.

    Disse Jesus a este vil inimigo: Retira-te, Satans, porque estescrito: Ao Senhor teu Deus adorars, e s a Ele dars culto.25

    Satans havia desafiado Cristo a mostrar-lhe evidncia de que Eleera o Filho de Deus, e agora tinha a prova que pedira. Foi compelidoa obedecer ordem divina. Foi repelido e silenciado. No teve poderpara resistir ao positivo repdio. Foi repelido instantaneamente, semuma palavra de resistncia, desistindo e deixando o Redentor domundo.

    A presena odiosa de Satans foi afastada. A luta estava termi-nada. Com inexprimvel sofrimento, a vitria de Cristo no deserto

    foi to completa como fora a queda de Ado. Por um espao detempo Ele Se livrou da presena do Seu poderoso adversrio e desuas legies de anjos. [66]

    25Mateus 4:10.

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    Captulo 21 Trmino da tentao de Cristo

    Depois de haver Satans terminado suas tentaes, ele deixouJesus por um pouco de tempo. O inimigo foi derrotado, mas oconflito fora longo e excessiva a prova, e Cristo estava exausto efraco. Caiu ao cho como se fosse morrer. Anjos dos Cus que sehaviam curvado diante dEle nas cortes reais, e que com intenso e

    doloroso interesse presenciaram o terrvel confronto, e como Eleenfrentou a Satans, agora vieram para servi-Lo. Prepararam-Lhealimento e O fortaleceram, pois Ele jazia como morto.

    Os anjos estavam cheios de espanto e admirao ao acompanharos inexprimveis sofrimentos do Redentor do mundo a fim de obtera redeno do homem. Aquele que era igual a Deus nas cortes reais,estava diante deles enfraquecido pelo jejum de aproximadamente

    seis semanas. Solitrio, foi perseguido pelo chefe rebelde que haviasido expulso do Cu. Suportou a mais severa prova a que algum jfoi submetido. A luta contra o poder das trevas foi longa, e a naturezahumana de Cristo a experimentou intensamente em Sua condiode fraqueza e sofrimento. Os anjos trouxeram-Lhe mensagens deamor e conforto, provenientes do Pai, bem como a certeza de quetodo o Cu triunfou na vitria completa que Ele ganhou em favor dohomem.

    O custo da redeno da raa humana nunca poder ser comple-tamente compreendido, at que os redimidos estejam em p diantedo Redentor, ao lado do trono de Deus. Ao ter eles capacidade para[67]apreciar o valor da vida imortal e da recompensa eterna, avolumaroo cntico de vitria e imortal triunfo, proclamando em grande voz:Digno o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, esabedoria, e fora, e honra, e glria, e louvor. Ento ouvi que todacriatura, disse Joo, que h no Cu e sobre a terra, debaixo da terrae sobre o mar, e tudo o que neles h, estava dizendo: quele queest sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e aglria, e o domnio pelos sculos dos sculos.26

    26Apocalipse 5:12, 13.

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    Trmino da tentao de Cristo 53

    Apesar de Satans ter falhado nos seus mais fortes esforos emais poderosas tentaes, no desistiu de toda esperana de que nal-gum futuro prximo seria bem-sucedido em seus esforos. Olhava

    para um perodo adiante no ministrio de Cristo, quando teria opor-tunidades de tentar seus artifcios contra Ele. Satans planejou cegara compreenso dos judeus, povo escolhido de Deus, para que elesno discernissem em Cristo o Salvador do mundo. Pensou que pode-ria encher-lhes o corao de inveja, cime e dio contra o Filho deDeus, a ponto de que no O recebessem mas tornassem a Sua vidana Terra a mais amarga possvel.

    Satans convocou um conclio de seus anjos, a fim de decidiremque curso deveriam seguir para impedir que o povo tivesse f emCristo como o Messias que os judeus por to longo tempo haviamesperado ansiosamente. Ficou desapontado e enraivecido porque emnada prevaleceu contra Jesus, nas diferentes maneiras de tentaes [68]no deserto. Pensava que se pudesse inspirar o corao do prpriopovo de Cristo a descrer de que Ele era o Prometido, poderia desen-corajar a Jesus na Sua misso e assegurar os judeus como agentes

    na execuo dos seus propsitos.Satans se aproxima do homem como um anjo de luz, tentando-

    o, como fez com Cristo. Tem atuado para levar o homem a umacondio de fraqueza fsica e moral, de maneira que possa facilmentedomin-lo e ento triunfar sobre sua runa. E tem sido bem-sucedidoem tentar o homem a condescender com o apetite, a despeito doresultado. Sabe muito bem que impossvel ao homem desincumbir-se de suas obrigaes para com Deus e seus semelhantes enquantoenfraquece as faculdades que Deus lhe deu. O crebro a capital docorpo. Se as faculdades perceptivas forem entorpecidas por qualquerespcie de intemperana, as coisas eternas no sero discernidas.

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    Captulo 22 Temperana crist

    Deus no d permisso ao homem para violar as leis de seu ser.Mas o homem, cedendo s tentaes de Satans quanto condes-cendncia com a intemperana, pe suas mais altas faculdades emsujeio aos apetites e paixes animalescas, e quando isto ganhaa ascendncia, o homem, que foi criado um pouco menor do que

    os anjos, com faculdades suscetveis mais alta cultura, entrega-seao controle de Satans. Este ganha facilmente acesso quele que[69]est preso ao apetite. Atravs da intemperana, alguns sacrificam ametade e outros, dois teros do seu poder fsico, mental e moral, etornam-se joguetes nas mos do inimigo.

    Aqueles que querem ter mente clara para discernir os engodosde Satans devem ter o apetite fsico sob o domnio da razo e da

    conscincia. A ao moral e vigorosa dos altos poderes da mente essencial ao aperfeioamento do carter cristo; e a fora ou afraqueza da mente tem muito a ver com a nossa atitude e utilidadeneste mundo, e com a salvao final. deplorvel a ignornciaque tem prevalecido concernente lei de Deus em nossa naturezafsica. A intemperana de qualquer espcie uma violao das leisdo nosso ser. A imbecilidade est prevalecendo em uma proporoassustadora. O pecado se torna atraente, revestido por uma luz, e

    Satans se alegra muito quando pode reter o mundo cristo em seushbitos dirios, sob a tirania do costume, como os pagos, permitindoser governado pelo apetite.

    Se homens e mulheres inteligentes tiverem suas faculdades mo-rais entorpecidas pela intemperana de qualquer espcie, estaro,em muitos de seus hbitos, muito pouco acima dos pagos. Satansest constantemente atraindo pessoas da luz salvfica para o costumee a moda, sem considerao para com a sade fsica, mental e moral.O grande inimigo sabe que se predominarem a paixo e o apetite, asade do corpo e a fora do intelecto sero sacrificadas no altar dasatisfao prpria, e o homem acelerar sua runa. Se um intelecto[70]erudito segurar suas rdeas, controlando as propenses animalescas

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    e conservando-as em sujeio s faculdades morais, Satans sabemuito bem que pequena sua possibilidade de vencer a tentao.

    Em nossos dias fala-se da Idade Mdia e se orgulham do pro-

    gresso. Com este progresso, porm, impiedade e crime no dimi-nuem. Deploramos a ausncia da simplicidade natural e o aumentoda tentao artificial. Sade, fora, beleza e longevidade, que eramcomuns na chamada Idade Mdia so agora raros. Quase tudoque desejvel sacrifica-se para satisfazer s demandas da vida quesegue a moda.

    Grande parte do mundo cristo no tem o direito de se chamar

    cristos. Seus hbitos, suas extravagncias e o cuidado do corpoem geral constituem uma violao das leis da sade e se opem aoensino da Bblia. Esto se preparando no decurso da vida para osofrimento fsico e a fraqueza mental e moral.

    Atravs de seus enganos, Satans, em muitos casos, tem tornadoa vida domstica cheia de complicaes, com o intuito de satisfazers demandas da moda. Fazendo isto, seu propsito conservar amente to ocupada com as coisas da vida que no possa dar um

    pouco de ateno ao que de maior interesse. A intemperana nocomer e no vestir tem absorvido tanto a mente do mundo cristo queno tem tempo para se tornar inteligente no tocante s leis da vida,obedecendo-lhes. Professar o nome de Cristo pouco significa se a [71]vida no corresponde vontade de Deus, revelada em Sua Palavra.

    No deserto da tentao Cristo venceu o apetite. O Seu exemplode abnegao e de domnio prprio quando sofreu a atormentadoransia da fome, uma censura ao mundo cristo, por sua dissipaoe glutonaria. Gasta-se atualmente nove vezes mais dinheiro na sa-tisfao do apetite, na condescendncia com a insensata e danosaluxria, do que dado para o avanamento do evangelho de Cristo.

    Estivesse Pedro hoje na Terra, exortaria os professos seguido-res de Cristo a abster-se da luxria carnal que guerreia contra aalma. Paulo convocaria as igrejas em geral para purificar-se de todaimpureza, tanto da carne, como do esprito, aperfeioando a nossa

    santidade no temor de Deus.27

    E Cristo expulsaria do templo aque-les que esto contaminados pelo uso do fumo, poluindo o santuriode Deus com sua respirao tabaquista. Diria a estes adoradores o

    272 Corntios 7:1.

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    que disse aos judeus: A Minha casa ser chamada casa de oraopara todas as naes; vs, porm, a tendes transformado em covilde salteadores.28 Diria a tais pessoas que suas ofertas profanas,

    expelidas de pedaos de fumo, contaminam o templo e aborrecem aDeus. Seu culto no aceitvel porque o corpo, que deveria ser otemplo do Esprito Santo, est contaminado. Voc tambm rouba otesouro de Deus em milhares de dlares, atravs da condescendnciacom o apetite desnaturado. Se vssemos a norma da virtude e a exal-[72]tada piedade, como cristos, teramos um trabalho a desenvolver,por ns individualmente, para controlar o apetite, a condescendncia

    que neutraliza a fora da verdade e enfraquece o poder moral pararesistir e vencer a tentao. Como seguidores de Cristo devemos agirpor princpio no comer e no beber. Se obedecssemos injunodo apstolo: Quer comais, quer bebais, ou faais qualquer outracoisa, fazei tudo para a glria de Deus,29 milhares de dlares queagora so sacrificados no altar malfico da luxria, afluiriam para otesouro do Senhor, multiplicando as publicaes em diferentes ln-guas, para serem espalhadas como folhas do outono. Misses seriam

    estabelecidas em outras naes e ento os seguidores de Cristo, naverdade, seriam a luz do mundo.

    O adversrio das almas est trabalhando nestes ltimos diascom grande poder, como nunca antes, para conseguir arruinar ohomem atravs da condescendncia com o apetite e as paixes.Muitos dos que esto presos sob o poder escravizante do apetite,so professos seguidores de Cristo. Professam adorar a Deus, aopasso que o apetite o seu deus. Seus desejos desnaturados porestas condescendncias, no so controlados pela razo ou juzo. Osque so escravos do fumo, vero a famlia sofrer as inconveninciasda vida e a necessidade de alimento. Contudo, no tm fora devontade para renunciar ao fumo. Os clamores do apetite prevalecemsobre a tendncia natural e esta paixo animalesca os domina. A[73]causa do Cristianismo, e mesmo da humanidade, de modo algumseria sustentada se dependesse daqueles que habitualmente usam

    fumo e bebidas alcolicas. Se tivessem recursos para usar numa sdireo, a tesouraria de Deus no seria reabastecida, mas eles teriam28Marcos 11:17.291 Corntios 10:31.

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    e um intelecto em desordem por causa da condescendncia contnuacom uma danosa concupiscncia, torna impossvel a santificaodo corpo e do esprito. O apstolo compreendia a importncia das

    condies saudveis do corpo para o xito perfeito do carter cristo.Ele disse: Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo escravido, paraque, tendo pregado a outros, no venha eu mesmo a ser desqualifi-cado.31 Menciona a temperana entre os frutos do Esprito. E os[75]que so de Cristo Jesus crucificaram a carne, com suas paixes econcupiscncias.32

    Homens e mulheres cedem ao