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Aula 08 Noções de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico do Seguro Social - Com videoaulas Professor: Daniel Mesquita

Noções de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico do ... · 1. INTRODUÇÃO À AULA 08 2 2. REGIME DISCIPLINAR 2 2.1 DOS DEVERES 3 2.2 DAS PROIBIÇÕES 8 2.2.1 DA ACUMULAÇÃO

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  • Aula 08

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    AULA 08: Deveres, Responsabilidades e PAD

    SUMRIO

    1. INTRODUO AULA 08 2

    2. REGIME DISCIPLINAR 2

    2.1 DOS DEVERES 32.2 DAS PROIBIES 82.2.1 DA ACUMULAO 102.3 DAS PENALIDADES 15

    3. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 26

    3.1 REVISO 38

    4. DAS RESPONSABILIDADES 45

    4.1 RESPONSABILIDADE CIVIL 454.2 RESPONSABILIDADE PENAL 454.2.1 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 46

    5. RESUMO DA AULA 50

    6. QUESTES 55

    7. REFERNCIAS 68

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    1. Introduo aula 08

    Bem vindos nossa aula 08 de Direito Administrativo, do curso

    preparatrio para Tcnico de Seguro Social do INSS.

    Nesta aula 08, abordaremos a matria regime disciplinar;

    responsabilidade civil, criminal e administrativa.

    No se esquea de que, ao final, voc ter um resumo da aula e as

    questes tratadas ao longo dela. Use esses pontos da aula na vspera

    da prova!

    Chega de papo, vamos luta!

    2. Regime Disciplinar

    Voc j sabe que a Administrao goza do poder disciplinar.

    O poder disciplinar um poder-dever que cabe Administrao de

    examinar infraes cometidas por servidores pblicos e demais

    pessoas com vnculo jurdico especfico, sujeitas disciplina

    administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessrio aps

    a devida averiguao dos fatos.

    Esse poder disciplinar est intimamente ligado ao poder

    hierrquico. No momento em que administrao exerce o controle

    interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma

    relao decorrente do poder hierrquico.

    Nos contratos administrativos regidos pela Lei n 8.666/93 no h

    hierarquia. Apesar das clusulas exorbitantes nos contratos

    administrativos, a Administrao e o particular contratado no se

    situam em uma relao de subordinao.

    Contudo, as bancas vm adotando cegamente o posicionamento

    doutrinrio de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as

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    sanes administrativas a que se sujeitam os contratados decorrem do

    poder disciplinar, uma vez que este seria um vnculo jurdico

    especfico.

    Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar

    fundamenta as sanes aplicadas nos contratos administrativos.

    CUIDADO: Quando o assunto a aplicao de pena para crimes e

    contravenes prprias do Cdigo Penal pelo Poder Judicirio, no h

    manifestao do poder disciplinar. Nesse caso, o poder pblico est

    exercendo poder punitivo do Estado e no o poder disciplinar.

    A Lei 2.148/1977 dispe, em linhas gerais, como deve ser

    exercido esse poder disciplinar com relao ao servidor pblico.

    O regime disciplinar encontra previso no captulo II da Lei

    2.148/1977. As sees dispem: Seo I- Dos Deveres; II- Das

    Proibies; III- Das Responsabilidades; IV- Das Penas Disciplinares; V-

    Da Priso Administrativa e da Suspenso Preventiva. Veremos a seguir

    cada um desses captulos:

    2.1 Dos DeveresCom relao aos deveres, vale a transcrio do art. 250 da Lei

    2.148/1977:

    Art. 250. So deveres do funcionrio:01008991538

    I ser assduo e pontual ao servio;

    II usar de urbanidade, no trato com as partes, os colegas eos superiores hierrquicos;

    III guardar sigilo sobre os assuntos da Repartio,especialmente a respeito de despachos, decises ou providncias;

    IV obedecer s ordens superiores;

    V cumprir todas as normas legais e regulamentares deservio;

    VI desempenhar com zelo e presteza as funes do seucargo e outras de que for incumbido;

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    VII residir na localidade onde exercer o cargo ou para ondefor autorizado pelos seus superiores hierrquicos;

    VIII diligenciar no sentido de manter atualizada a sua fichade assentamentos individuais, especialmente no que toca a declaraesde famlia;

    IX zelar pela economia dos bens e materiais do Estado,sobretudo os que estiverem sob a sua guarda ou utilizao;

    X apresentar-se convenientemente trajado em servio, ouusando uniforme que lhe for determinado, quando for o caso;

    XI colaborar e manter esprito de solidariedade com oscolegas de trabalho;XII estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos,instrues e ordem de servio que digam respeito ao seu cargo ou suasfunes;

    XIII representar aos seus superiores imediatos sobre todasas irregularidades de que tiver conhecimento, ocorridas na Repartioem que servir ou relacionadas com o seu trabalho;

    XIV atender, pronta e prioritariamente:

    a) as informaes e requisies necessrias defesa judicialdo Estado, ou de qualquer das suas Entidades de Administrao Indireta;

    b) a expedio de certides requeridas para defesa de direito;

    XV prestar contas dos bens e valores que administrar;

    XVI proceder, em sua vida pblica e privada, de modo adignificar a funo pblica.

    PRESTE BEM ATENAO P01008991538ARA O DEVER INSERTO NO

    INCISO IV: CUMPRIR AS ORDENS SUPERIORES, EXCETO

    QUANDO MANIFESTAMENTE ILEGAIS.

    E se o servidor receber uma ordem ilegal o que ele deve fazer?

    O servidor no dever cumpri-la e, alm disso, neste momento

    tambm aparece o dever do servidor de representar contra o superior

    que lhe deu a ordem.

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    Cada um dos deveres violados ter uma sano.

    Questo deconcurso

    1. (FCC - 2012 - TRF - 2 REGIO - Analista Judicirio) Dentre

    outros, NO pode ser considerado dever do servidor pblico federal:

    a) atender com presteza expedio de certides requeridas para

    o esclarecimento de situaes de interesse pessoal.

    b) cumprir, de regra, as ordens superiores.

    c) representar contra omisso.

    d) zelar pela conservao do patrimnio pblico e particular.

    e) representar contra abuso de poder.

    Com relao aos deveres, vale a transcrio do art. 116 da Lei

    8.112/90:

    Art. 116. So deveres do servidor:VII - zelar pela economia do material e a conservao do patrimnio pblico;

    Para responder uma questo como essa necessrio que voc

    saiba todos os dispositivos da lei. Por isso leia e releia a norma!

    Como voc pode perceber, dever do servidor o zelo pela

    economia material e a conservao do patrimnio pblico. No h o

    dever de zelar pelo patrimnio particular. Dessa forma, o item que no

    considerado dever do servidor pblico a letra d.

    2. (FCC - 2013 - TRT - 1 REGIO (RJ) - Analista

    Judicirio)Quando se determina ao servidor pblico que ele exera com

    zelo e dedicao as atribuies de seu cargo e atenda com presteza o

    pblico, est-se diante de

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    a) obrigao legal implcita, na medida em que so decorrentes da

    interpretao dos direitos e deveres dos servidores que constam na

    legislao vigente.

    b) deveres morais, que somente podem ser utilizados para

    punio disciplinar na hiptese de haver positivao da regra na

    unidade de classificao do servidor.

    c) recomendao disciplinar implcita, punvel, na reiterao, com

    demisso.

    d) recomendao moral a todos os servidores pblicos, no

    havendo possibilidade de punio disciplinar em decorrncia do

    desatendimento, a no ser pela anlise de desempenho.

    e) deveres legalmente expressos, de modo que o desatendimento

    possibilita a adoo de providncias por parte da Administrao pblica.

    Para que o servidor exera com zelo e dedicao as atribuies de

    seu cargo e atenda com presteza o pblico, um dever expresso

    previsto na Lei 8.112/90. Alternativa a errada.

    Os deveres previstos no art. 116, devem ser observados e todo

    tempo e no somente nos momentos de punio e so deveres e no

    recomendaes. Alternativas b, c e d erradas.

    Gabarito: Letra e.

    3. (FCC - 2007 - MPU - Analista) Quanto aos deveres do

    administrador pblico, INCORRETO afirmar que o dever de

    a) probidade est constitucionalmente integrado na conduta do

    administrador pblico como elemento necessrio legitimidade de seus

    atos.

    b) motivao dos atos administrativos no obriga o agente pblico

    a indicar as causas da prtica de ato que afete o interesse individual do

    administrado.

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    c) eficincia funcional abrange no s a produtividade do

    exercente do cargo ou da funo como a perfeio do trabalho e sua

    adequao tcnica aos fins visados pela administrao.

    d) agir para o particular uma faculdade, enquanto para o

    administrador uma obrigao de atuar, desde que o exercite em

    benefcio da comunidade.

    e) prestar contas alcana no s os administradores de entidades

    e rgos pblicos como tambm os particulares que recebam

    subvenes estatais para aplicao determinada ou os entes

    paraestatais.

    Letra (A). Os atos de improbidade administrativa importaro a

    suspenso dos direitos polticos, a perda da funo pblica, a

    indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao errio, na forma e

    gradao previstas em lei, sem prejuzo da ao penal cabvel (art. 37,

    4, CF). Portanto, resta claro que a Constituio Federal exige que a

    probidade integre a conduta do administrador pblico. Logo, est

    CORRETA.

    Letra (B). Os atos administrativos devero ser motivados, com

    indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando neguem,

    limitem ou afetem direitos ou interesses (art. 50, I, Lei n 9.784/99).

    Portanto, deve-se sim indicar as causas da prtica do ato. Logo, est

    INCORRETA.

    Letra (C). A eficincia possui 2 vertentes: a qualitativa e a

    quantitativa. Ou seja, analisa-se a produtividade e a adequao tcnica

    dos atos praticados pelo administrador pblico. Logo, est CORRETA.

    Letra (D). O administrado tem o direito de agir ou no agir. J o

    administrador pblico tem o dever de agir em prol do interesse pblico.

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    Ou seja, o particular pode fazer o que a lei no probe e o administrador

    deve fazer o que a lei determina. Logo, est CORRETA.

    Letra (E). Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica,

    pblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou

    administre dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio

    responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza

    pecuniria (art. 70, pargrafo nico, CF). Logo, est CORRETA.

    Resposta: B

    2.2 Das ProibiesAlm dos deveres, a Lei n. 8.112/90 arrola vrias proibies.

    Estas so especficas e a lei comina a sano que dever ser aplicada

    caso o agente incorra em cada uma delas.

    Vejamos a classificao das proibies com modelo semelhante ao

    proposto por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo:

    1. Proibies que acarretam advertncia (a numerao foi

    feita de acordo com a posio dos incisos):

    Art. 117. Ao servidor proibido:I - ausentar-se do servio durante o expediente, sem prvia autorizao dochefe imediato;II - retirar, sem prvia

    anuncia01008991538documento ou objeto da repartio;

    da autoridade competente, qualquer

    III - recusar f a documentos pblicos;IV - opor resistncia injustificada ao andamento de documento e processo ouexecuo de servio;V - promover manifestao de apreo ou desapreo no recinto da repartio;VI - cometer a pessoa estranha repartio, fora dos casos previstos em lei,o desempenho de atribuio que seja de sua responsabilidade ou de seusubordinado;VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associaoprofissional ou sindical, ou a partido poltico;VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou funo de confiana,cnjuge, companheiro ou parente at o segundo grau civil;XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

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    2. Proibies que se infringidas tm por consequncia a

    suspenso:

    Art. 117. Ao servidor proibido:XVII - cometer a outro servidor atribuies estranhas ao cargo que ocupa,exceto em situaes de emergncia e transitrias;XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatveis com oexerccio do cargo ou funo e com o horrio de trabalho;

    Lembre-se que, nos casos de reincidncia em que o servidor j

    foi penalizado com a advertncia, a suspeno poder ser aplicada.

    Alm disso, a suspenso de aplicao residual, ou seja, se no

    houver previso de outra penalidade, a suspenso deve ser aplicada.

    3. Poder ocasionar a demisso

    Art. 117. Ao servidor proibido:IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, emdetrimento da dignidade da funo pblica;X - participar de gerncia ou administrao de sociedade privada,personificada ou no personificada, exercer o comrcio, exceto naqualidade de acionista, cotista ou comanditrio;XI - atuar, como procuradorou intermedirio, junto a reparties pblicas, salvo quando se tratar debenefcios previdencirios ou assistenciais de parentes at o segundo grau,e de cnjuge ou companheiro;XII - receber propina, comisso, presente ou vantagem de qualquerespcie, em razo de suas atribuies;XIII - aceitar comisso, emprego ou penso de estado estrangeiro;XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;XV - proceder de forma desidiosa;XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartio em servios ouatividades particulares; 01008991538

    Questo deconcurso

    4. (FCC - 2013 - TRT - 9 REGIO (PR) - Analista Judicirio -

    Medicina) Representam condutas do servidor que correspondem,

    respectivamente, a um DEVER e a uma PROIBIO expressamente

    previstos na Lei no 8.112/90:

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    a) representar contra abuso de poder e participar de gerncia de

    sociedade privada comercial.

    b) trabalhar em horrio estendido quando o interesse pblico

    assim o exigir e exercer mandato junto a reparties pblicas.

    c) trabalhar em horrio estendido quando o interesse pblico

    assim o exigir e manter seu cnjuge sob sua chefia imediata.

    d) atender com presteza e prestar informaes ao pblico em

    geral e manifestar opinio sobre questo poltica.

    e) ausentar-se do servio quando necessrio e participar de

    gerncia de sociedade privada comercial quando em licena para tratar

    de interesses particulares.

    Vamos conjugar 2 artigos para responder essa pergunta:

    Art. 116 Lei 8.112/90. So deveres do servidor:

    XII - representar contra ilegalidade, omisso ou abuso de poder.

    Art. 117. Ao servidor proibido:

    X - participar de gerncia ou administrao de sociedade

    privada, personificada ou no personificada, exercer o comrcio,

    exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditrio;

    Resposta: A

    2.2.1 Da acumulao

    A regra geral a vedao acumulao. Assim, somente nas

    hipteses expressamente previstas no texto constitucional ser ela

    lcita, mesmo assim, quando houver compatibilidade de horrios.

    A vedao s existe quando ambos os cargos, empregos ou

    funes forem remunerados. As excees somente admitem dois

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    cargos, empregos ou funes, inexistindo qualquer hiptese de trplice

    acumulao, a no ser que uma das funes no seja remunerada.

    A proibio de acumular estende-se a empregos e funes e

    abrange autarquias, fundaes, empresas pblicas, sociedades de

    economia mista, suas subsidirias, e sociedades controladas, direta ou

    indiretamente, pelo poder pblico.

    Quando houver compatibilidade de horrios, possvel

    acumular:

    1. Dois cargos de PROFESSOR;

    2. Um cargo de PROFESSOR com outro, TCNICO OU

    CIENTFICO;

    3. Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE

    PROFISSIONAIS DE SADE, com profisses

    regulamentadas.

    O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando

    investido em cargo de provimento em comisso, ficar afastado de

    ambos os cargos efetivos, salvo na hiptese em que houver

    compatibilidade de horrio e local com o exerccio de um deles,

    declarada pelas autoridades mximas dos rgos ou entidades

    envolvidos.

    Importante notar a existncia, no texto constitucional, de outras

    hipteses em que lcita a acumulao remunerada, a saber:

    1. Permisso de acumulao para os VEREADORES;

    2. Permisso para os JUZES exercerem o MAGISTRIO;

    3. Permisso para os MEMBROS DO MINISTRIO PBLICO

    exercerem o MAGISTRIO.

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    A proibio de acumular a mais ampla possvel, abrangendo,

    salvo as excees constitucionalmente previstas, qualquer agente

    pblico remunerado em qualquer poder ou esfera da Federao.

    Quanto ao tratamento dado percepo simultnea de

    remunerao e de proventos de aposentadoria, o art. 37, 10, da

    Constituio Federal, prev que vedada a percepo simultnea

    de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos

    arts. 42 e 142 com a remunerao de cargo, emprego ou funo

    pblica, RESSALVADOS (ou seja, nas hiptese a seguir ser possvel

    a acumulao de aposentadorias):

    1. os cargos acumulveis na forma desta Constituio;

    2. os cargos eletivos; e

    3. os cargos em comisso declarados em lei de livre

    nomeao e exonerao.

    Como se v, um juiz pode ter a aposentadoria de seu cargo de

    juiz e uma de magistrio, pois so cargos acumulveis na atividade.

    Alm disso, entende-se que a soma dessas aposentadorias no pode ser

    superior ao TETO.

    ATENO!!! No se enquadram na proibio de acumulao

    de proventos com remunerao os proventos recebidos em

    decorrncia de aposentador01008991538ia obtida pelo regime geral

    de

    previdncia (RGPS), de que trata o art. 201 da Constituio.

    Questes deconcurso

    5. (FCC - 2012 - TRF - 2 REGIO - Analista Judicirio) A

    acumulao remunerada de cargos pblicos vedada, EXCETO quando

    se tratar, dentre outras hipteses, a de

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    a) dois cargos de profissionais de sade com empregos privados no

    setor de sade, independente do limite remuneratrio e da

    compatibilidade de horrios estabelecidos na Constituio Federal.

    b) dois cargos de provimento em comisso, independentemente da

    compatibilidade de horrios, mas desde que observado o limite

    remuneratrio estabelecido na Constituio Federal.

    c) dois cargos de professor e houver compatibilidade de horrios,

    observado o limite remuneratrio estabelecido na Constituio Federal.

    d) dois cargos providos em decorrncia de reverso, no sendo

    extensvel aos empregos nas empresas pblicas e sociedades de

    economia mista.

    e) cargos de natureza tcnica ou cientfica originrios de

    transformao, exceo essa no aplicvel s autarquias e fundaes

    pblicas.

    Lembre-se que a regra geral a vedao acumulao. Assim,

    somente nas hipteses expressamente previstas no texto constitucional

    ser ela lcita, mesmo assim, quando houver compatibilidade de

    horrios e de s dois cargos, nunca trs ou mais.

    Quando houver compatibilidade de horrios, possvel

    acumular:

    1. Dois cargos de PROFESSOR;

    2. Um cargo de PROFESSOR com outro, TCNICO OU

    CIENTFICO;

    3. Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE

    PROFISSIONAIS DE SADE, com profisses regulamentadas.

    Dessa forma podemos concluir que o gabarito a letra c.

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    6. (FCC - 2013 - TRT - 18 Regio (GO) - Analista Judicirio -

    rea Administrativa) A acumulao da percepo de vencimentos de

    cargo pblico efetivo com proventos de inatividade, nos termos da Lei

    no 8.112/90,

    a) vedada, tendo em vista que a acumulao de cargos, para ser

    lcita, pressupe atividade em ambos os casos, tornando-se

    inadmissvel por ocasio da aposentadoria do servidor.

    b) permitida somente se o cargo do qual se aposentou o servidor e

    fundamenta a inatividade no tivesse a mesma natureza do cargo

    efetivo ainda ocupado pelo servidor.

    c) permitida, ainda que os cargos no fossem cumulveis na ativa,

    tendo em vista que deixa de haver incompatibilidade de horrios e das

    atividades exercidas.

    d) vedada, tendo em vista que s poderiam ser cumulveis

    vencimentos de cargos em comisso, situao que perdura na

    inatividade de um dos cargos.

    e) permitida, desde que se esteja diante de hiptese de

    remuneraes que tambm fossem cumulveis durante o perodo de

    atividade.

    Quanto ao tratamento dado percepo simultnea de

    remunerao e de proventos de aposentadoria, o art. 37, 10, da

    Constituio Federal, prev que vedada a percepo simultnea

    de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos

    arts. 42 e 142 com a remunerao de cargo, emprego ou funo

    pblica, RESSALVADOS (ou seja, nas hiptese a seguir ser possvel

    a acumulao de aposentadorias):

    1. os cargos acumulveis na forma desta Constituio;

    2. os cargos eletivos; e

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    3. os cargos em comisso declarados em lei de livre nomeao

    e exonerao.

    Portanto, permitida, desde que se esteja diante de hiptese de

    remuneraes que tambm fossem cumulveis durante o perodo de

    atividade.

    Gabarito: Letra e.

    2.3 Das Penalidades

    O servidor estar sujeito s penalidades sempre que descumprir

    suas obrigaes e faltar com seus deveres. Devendo ser observado o

    processo disciplinar cabvel.

    O artigo 127 prev as penalidades disciplinares:

    Art. 127. So penalidades disciplinares:I - advertncia;II - suspenso;III - demisso;IV - cassao de aposentadoria ou disponibilidade;V - destituio de cargo em comisso;VI - destituio de funo comissionada.

    O direito ao contraditrio e ampla defesa dever sempre ser

    observado. E ainda, o administrador no poder inovar em sanes a

    serem aplicadas no servidor, tal dispositivo numerusclausus.

    Voc deve ter observado que h uma discricionariedade no grau

    de aplicao da pena, por isso sempre ser analisado a natureza e a

    gravidade da infrao cometida, bem como o princpio da

    proporcionalidade.

    claro que a discricionariedade no atenua a obrigao da

    Administrao de punir o servidor ou aquele que tem vinculo jurdico

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    especfico com a Administrao quando esta tomar conhecimento do

    fato.

    Vamos a cada uma das penalidades?

    a) ADVERTNCIA: ser aplicada nos casos que j citamos,

    em situaes que so incabveis penalidades mais graves. Destacamos

    ainda que a advertncia ser por escrito, e ficar no banco de dados

    do servidor sendo cancelada aps 3 anos de efetivo exerccio.

    Confira o art. 129 da Lei 8.112/90:

    Art. 129. A advertncia ser aplicada por escrito, nos casos deviolao de proibio constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e deinobservncia de dever funcional previsto em lei, regulamentao ounorma interna, que no justifique imposio de penalidade mais grave.

    Estudamos as situaes descritas nas proibies dos servidores.

    b) SUSPENSO: ser cabvel nos casos de reincidncia nos

    casos em que a advertncia foi aplicada, alm das situaes j tratadas.

    O servidor poder ser suspenso por no mximo 90 dias.

    A lei nos traz um caso especfico de suspenso. Vamos conferir?

    Art. 130 1oSer punido com suspenso de at 15 (quinze) dias oservidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeomdica determinada pela autorid01008991538ade competente, cessando osefeitos da penalidade uma vez cumprida a determinao.

    Quando for conveniente ao servio pblico, a penalidade de

    suspenso poder ser convertida em multa, na base de 50%

    (cinqenta por cento) por dia de vencimento ou remunerao, ficando o

    servidor obrigado a permanecer em servio (art. 130, 2).

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    Essa hiptese menos prejudicial ao servidor, uma vez que no

    perodo da suspenso ele fica sem receber os seus vencimentos.

    CUIDADO! Dentre as penalidades expostas no art. 127 da Lei

    8.112/90 no existe a pena de multa, a multa ser aplicada somente

    no caso de converso da suspenso.

    O cancelamento do registro da suspenso s se dar aps 5 anos

    de efetivo exerccio. O cancelamento, contudo, no tem efeitos

    retroativos.

    Mais uma vez, isso deve ficar claro: o servidor no receber

    remunerao no perodo da suspenso tampouco o tempo de suspenso

    ser computado como tempo de servio.

    c) DEMISSO: Neste caso no h cancelamento do registro da

    pena, o servidor perde o seu vinculo com a Administrao e deixa de

    prestar o servio pblico. Vimos acima que s uma proibio enseja a

    demisso se descumprida.

    Contudo, voc deve estar atento ao art. 132 da Lei 8.112/90, que

    prev diversas outras situaes em que ser aplicada a pena de

    demisso. Confira:

    Art. 132. A demisso ser aplicada nos seguintes casos:I - crime contra a administrao pblica;II - abandono de cargo;III - inassiduidade habitual;

    01008991538

    IV - improbidade administrativa;V - incontinncia pblica e conduta escandalosa, na repartio;VI - insubordinao grave em servio;VII - ofensa fsica, em servio, a servidor ou a particular, salvo emlegtima defesa prpria ou de outrem;VIII - aplicao irregular de dinheiros pblicos;IX - revelao de segredo do qual se apropriou em razo do cargo;X - leso aos cofres pblicos e dilapidao do patrimnio nacional;XI - corrupo;XII - acumulao ilegal de cargos, empregos ou funes pblicas;XIII - transgresso dos incisos IX a XVI do art. 117.

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    Dessa forma, a demisso est vinculada a uma das situaes

    especficas. Repito: A pena de demisso um ato vinculado, ou seja,

    ocorrida uma das hipteses descritas no quadro, o julgador deve aplicar

    a sano de demisso ele no tem escolha!

    Nesse sentido, vale a transcrio do entendimento do Superior

    Tribunal de Justia sobre o tema:

    3. "A Administrao Pblica, quando se depara com situaes em quea conduta do investigado se amolda nas hipteses de demisso oucassao de aposentadoria, no dispe de discricionariedade paraaplicar pena menos gravosa por tratar-se de ato vinculado" (MS15.517/DF, Rel. Ministro Benedito Gonalves, Primeira Seo, DJe18.2.2011). No mesmo sentido: MS 16.567/DF, Rel. Ministro MauroCampbell Marques, Primeira Seo, DJe 18.11.2011). No mesmosentido: MS 15.951/DF, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seo, DJe27.9.2011.Segurana denegada.(MS 12.200/DF, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEO,julgado em 28/03/2012, DJe 03/04/2012)

    d) Cassao de aposentadoria ou indisponibilidade: Ser

    aplicada no caso do inativo que houver cometido, na atividade, falta

    punvel com a demisso.

    e) Destituio de cargo em comisso: ser aplicada ao no

    ocupante de cargo efetivo nos casos de infrao sujeita s penalidades

    de suspenso e de demisso (Art. 135 da Lei 8.112/90).

    Por fim, com relao s penalidades voc deve atentar-se para o

    disposto no art. 137 da Lei n 8.112/90:

    Art. 137. A demisso ou a destituio de cargo em comisso, porinfringncia do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor paranova investidura em cargo pblico federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.Pargrafo nico. No poder retornar ao servio pblico federal o servidorque for demitido ou destitudo do cargo em comisso por infringncia doart. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

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    Esse dispositivo informa que, no caso de demisso ou a destituio

    de cargo em comisso, por ter o servidor valido do cargo para lograr

    proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da funo

    pblica, e por atuar, como procurador ou intermedirio, junto a

    reparties pblicas, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura

    em cargo pblico federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

    Lembre-se que no considerada infrao administrativa se o

    servidor atuar como procurador ou intermedirio para obter benefcios

    previdencirios ou assistenciais de parentes at o segundo grau, e de

    cnjuge ou companheiro

    Ademais, o servidor pblico federal no poder mais integrar

    qualquer cargo pblico federal se foi demitido ou destitudo do cargo em

    comisso se foi demitido por:

    crime contra a administrao pblica;

    improbidade administrativa;

    aplicao irregular de dinheiros pblicos;

    leso aos cofres pblicos e dilapidao do patrimnio

    nacional;

    corrupo;

    Perceba que o servidor criminoso, mprobo, corrupto ou aquele que

    causou leso aos cofres pblicos no poder retornar ao servio pblico

    se foi demitido ou destitudo do cargo em comisso.

    No podemos encerrar este tpico sem mencionar que no uma

    penalidade, mas encontra previso da Lei n 8.112/90 o

    afastamento preliminar.

    Esse afastamento uma medida cautelar adotada pela

    Administrao que afasta o servidor de suas funes, pelo prazo de at

    60 dias (pode ser prorrogado por uma s vez), para que ele no

    influa na apurao da irregularidade cometida por ele.

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    ATENO: Nesse perodo, o servidor continua recebendo!

    Veja como esses temas so cobrados pelo FCC:

    Questes deconcurso

    7. (FCC - 2012 - TRE-SP - Analista Judicirio) Andr titular

    de cargo em comisso de natureza gerencial no Tribunal Regional

    Eleitoral. Em razo de sua conduta inadequada foi responsabilizado por

    leso aos cofres pblicos. Assim, Andr foi punido com a destituio do

    cargo em comisso. Nesse caso, a penalidade aplicada implica a

    a) indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao errio, com

    prejuzo da ao penal.

    b) indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao errio, sem

    prejuzo da ao penal cabvel.

    c) instaurao de ao penal e multa pecuniria, com prejuzo das

    medidas de natureza cvel.

    d) incompatibilizao do servidor para nova investidura no cargo

    pblico federal, pelo prazo de 10 (dez) anos.

    e) incompatibilizao do servidor para nova investidura em cargo

    pblico federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

    O servidor pblicoresponde pelo exerccio irregular de suas

    atribuies na esfera civil, penal e tambm administrativamente.

    Observe o que diz Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo sobre a

    responsabilidade civil: A responsabilidade civil dos agentes pblicos

    do tipo subjetiva, por culpa comum, isto , eles s respondem pelos

    danos que causarem se o Estado provar que houve culpa e dolo

    (inteno) do servidor. A ao do Estado contra o agente pblico

    denominada ao regressiva.

    Agora observe o que diz a Lei n 8.112/90:

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    Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,doloso ou culposo, que resulte em prejuzo ao errio ou a terceiros.

    As penalidades aplicadas no caso da questo esto previstas no

    seguinte dispositivo:

    Art. 136. A demisso ou a destituio de cargo em comisso, nos casosdos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bense o ressarcimento ao errio, sem prejuzo da ao penal cabvel.

    Gabarito: Letra b.

    8. (FCC - 2013 - TRT - 1 REGIO (RJ) - Analista Judicirio)

    Ana, servidora pblica ocupante de cargo efetivo e com funo

    comissionada de chefia em rgo da Administrao pblica federal

    recusou-se, injustificadamente, a atualizar seus dados cadastrais na

    forma regularmente solicitada pelo rgo de pessoal. Diante de tal

    conduta, sujeita-se penalidade disciplinar de

    a) advertncia, aplicada por escrito.

    b) suspenso, com prazo mximo de 15 (quinze) dias.

    c) destituio da funo comissionada.

    d) suspenso da funo comissionada, pelo prazo mximo de 15

    (quinze) dias.

    e) suspenso ou, no caso de reincidncia, demisso.

    Vimos que a advertncia ser aplicada nos seguintes casos:

    Art. 129. A advertncia ser aplicada por escrito, nos casos deviolao de proibio constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e deinobservncia de dever funcional previsto em lei, regulamentao ounorma interna, que no justifique imposio de penalidade mais grave.

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    Sendo o inciso XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais

    quando solicitado.

    Gabarito: Letra a.

    9. (FCC - 2012 - TRT - 18 Regio (GO) - Juiz do Trabalho)

    Servidor pblico federal recusou-se, injustificadamente, a dar

    andamento a processo cuja instruo estava completa, no obstante

    tenha sido instado a tanto. De acordo com as disposies da Lei no

    8.112/90, sujeita-se pena de

    a) advertncia ou, em caso de reincidncia da mesma falta,

    suspenso.

    b) suspenso, que no pode exceder 60 (sessenta) dias.

    c) suspenso, de at 30 (trinta) dias, conversvel em multa.

    d) suspenso ou, em caso de reincidncia da mesma falta,

    demisso.

    e) demisso, salvo se comprovada boa-f e ausncia de prejuzo

    Administrao.

    Vimos que a advertncia ser aplicada nos seguintes casos:

    Art. 129. A advertncia ser aplicada por escrito, nos casos deviolao de proibio constante01008991538do art. 117, incisos I a VIII e XIX, ede inobservncia de dever funcional previsto em lei, regulamentaoou norma interna, que no justifique imposio de penalidade mais grave.

    Sendo o Art. 117. Ao servidor proibido:

    IV - opor resistncia injustificada ao andamento de documento e

    processo ou execuo de servio;

    Gabarito: Letra a.

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    10. (FCC - 2012 - TRT - 1 REGIO (RJ) - Juiz do Trabalho) De

    acordo com as disposies da Lei no 8.112/90, a alternativa que

    apresenta a correlao correta :

    a) Conduta de servidor pblico - inassiduidade habitual.

    Sano aplicvel - demisso

    b) Conduta de servidor pblico - manter sob sua chefia

    imediata, em funo de confiana, cnjuge ou parente at o segundo

    grau. Sano aplicvel - demisso

    c) Conduta de servidor pblico - cometer pessoa que no

    integra a repartio, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de

    atribuio de sua responsabilidade. Sano aplicvel - suspenso

    d) Conduta de servidor pblico - coagir subordinado a filiar-se

    a sindicato. Sano aplicvel - demisso

    e) Conduta de servidor pblico - participar de gerncia ou

    administrao de sociedade privada. Sano aplicvel - demisso e

    inabilitao para investidura em novo cargo pblico pelo prazo de 5

    anos

    Art. 129. A advertncia ser aplicada por escrito, nos casos deviolao de proibioconstante01008991538

    do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de

    inobservncia de dever funcional previsto em lei, regulamentao ounorma interna, que no justifique imposio de penalidade mais grave.

    Conforme a Lei 8.112/90 Aplicar-se- ADVERTNCIA - Art 117.

    VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou funo de

    confiana, cnjuge, companheiro ou parente at o segundo grau civil. A

    alternativa b fala em demisso, por isso est errada.

    Cometer a pessoa estranha repartio, fora dos casos previstos

    em lei, o desempenho de atribuio que seja de sua responsabilidade

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    ou de seu subordinado;- Art. 117 VI- situao de advertncia. Letra

    c errada.

    Art.117.VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-

    se a associao profissional ou sindical, ou a partido poltico.

    ADVERTNCIA! Letra d errada.

    Quanto a alternativa e trata-se de demisso mas que no

    enseja a inabilitao para a investidura em cargo pblico, em nenhum

    prazo. Letra e errada.

    Gabarito: Letra a.

    11. (FCC - 2013 - TRT - 12 Regio (SC) - Analista Judicirio -

    rea Administrativa) Nos termos da Lei no 8.112/90, no que concerne

    ao tema "penalidades" correto afirmar:

    a) a penalidade de advertncia ter seu registro cancelado aps o

    decurso de dois anos.

    b) o cancelamento da penalidade no surtir efeitos retroativos.

    c) a penalidade de suspenso ter seu registro cancelado aps o

    decurso de trs anos.

    d) para o cancelamento de penalidade no necessrio que o

    servidor no tenha praticado nova infrao disciplinar no perodo

    necessrio ao cancelamento.

    e) todas as infraes disciplinares comportam cancelamento em

    seus registros, aps determinado perodo, inclusive a demisso.

    De acordo com o art. 131, da Lei 8.112/90:

    Art. 131. As penalidades de advertncia e de suspenso tero seusregistros cancelados, aps o decurso de 3 (trs) e 5 (cinco) anos deefetivo exerccio, respectivamente, se o servidor no houver, nesseperodo, praticado nova infrao disciplinar.

    Pargrafo nico. O cancelamento da penalidade no surtir efeitosretroativos.

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    Desta forma, verificamos que a alternativa correta a letra B,

    pois o cancelamento da penalidade no surtir efeitos retroativos

    Gabarito: Letra b.

    12. (FCC - 2013 - TRT - 12 Regio (SC) - Tcnico Judicirio)

    Gertrudes servidora pblica do Tribunal Regional do Trabalho da 12a

    Regio e, no exerccio de seu cargo, ope resistncia injustificada ao

    andamento de um processo. Aps regular processo administrativo,

    Gertrudes punida no ano de 2012 com pena de advertncia. Neste

    ano de 2012, a referida funcionria pratica nova falta funcional e

    novamente ope resistncia injustificada ao andamento de alguns

    processos. Neste caso, de acordo com a Lei no8.112/90, Gertrudes,

    aps regular processo administrativo, ser apenada com:

    a) suspenso, que no poder exceder 60 dias.

    b) suspenso, que no poder exceder 90 dias.

    c) repreenso.

    d) advertncia, pela ltima vez.

    e) demisso.

    O art. 130, da Lei 8.112/90, determina: A suspenso ser

    aplicada em caso de reincidncia das faltas punidas com advertncia e

    de violao das demais proibies que no tipifiquem infrao sujeita a

    penalidade de demisso, no podendo exceder de 90 (noventa) dias.

    Gabarito: Letra b.

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    3. Processo Administrativo Disciplinar

    Os ilcitos administrativos so apurados pelo processo

    administrativo disciplinar e os meios sumrios.

    Segundo LadisaelBernado e Srgio Viana, o Processo

    Administrativo pode ser conceituado com como um instrumento formal

    em que a Administrao Pblica, tendo como suporte o jus puniendi do

    Estado (via Poder Disciplinar, espcie do gnero Poder Administrativo),

    apura a existncia de infraes de natureza funcional praticadas por

    seus servidores e, caso o apuratrio resulte pela autoria da prtica

    infracional, aplica a sano adequada e prevista em instrumento legal

    pertinente.

    Veja o diz esse artigo:

    Art. 148. O processo disciplinar o instrumento destinado a apurarresponsabilidade de servidor por infrao praticada no exerccio de suasatribuies, ou que tenha relao com as atribuies do cargo em que seencontre investido.

    Aqui o legislador nos trouxe duas preciosas informaes:

    1) O processo disciplinar um instrumento destinado a apurar

    responsabilidade deservidor por infrao praticada no exerccio de suas

    atribuies.

    2) O instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor

    por infrao que tenha relao com as atribuies do cargo em que se

    encontre investido.

    No mbito do direito disciplinar do servidor pblico h o processo

    administrativo disciplinar e a sindicncia.

    Di Pietro define sindicncia como: fase preliminar instaurao do

    processo administrativo; corresponderia ao inqurito policial que se

    realiza antes do processo penal... A lei no estabelece procedimento

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    para a sindicncia, que pode ser realizada por funcionrio ou por

    comisso de funcionrio.

    A sindicncia pode ter duas naturezas: (a) preparatria e (b)

    punitiva.

    Na primeira, a sindicncia apenas apura de modo preliminar a

    existncia de anomalia na conduta do servidor. Se verificado que a

    prtica do ato investigado pode se caracterizar como uma infrao

    disciplinar, a sindicncia concluir pela necessidade de abertura de um

    processo administrativo disciplinar. Se afastada qualquer possibilidade

    de infrao, a sindicncia arquivada.

    Na segunda natureza da sindicncia a punitiva esse

    procedimento verificar, de plano, que o fato praticado pelo servidor

    caracteriza-se como ato infracional sujeito sano de repreenso

    ou suspenso de at 30 (trinta) dias. Nessa hiptese, no ser

    necessria a abertura do processo disciplinar, poder ser aplicada a

    repreenso ou a suspenso de at 30 dias no prprio procedimento da

    sindicncia.

    Veja o que diz o art. 143 da Lei n 8.112/90:

    Art. 143. A autoridade que tiver cincia de irregularidade no serviopblico obrigada a promover a sua apurao imediata, mediantesindicncia ou processo administrativo disciplinar, assegurada aoacusado ampla defesa.

    ATENO: Voc no pode ler esse dispositivo sem se atentar para

    um fato de suma relevncia: seja na sindicncia PUNITIVA, seja no

    processo administrativo disciplinar, deve ser assegurado ao

    acusado a ampla defesa.

    Repare: na sindicncia investigativa no necessrio observar a

    ampla defesa, pois esta se dar quando da abertura do processo

    administrativo disciplinar.

    Outras duas importantes caractersticas da sindicncia que ela

    deve ser concluda em 30 (trinta) dias, prorrogveis por igual perodo, e

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    que ela deve ser impulsionada por uma comisso disciplinar composta

    por trs servidores.

    Assim, a sindicncia, quando instaurada com carter punitivo e no

    meramente investigatrio ou preparatrio de um processo disciplinar,

    tem natureza de verdadeiro processo disciplinar principal, no qual

    indispensvel a observncia das garantias do contraditrio e da ampla

    defesa e, alm disso, do princpio da impessoalidade e da

    imparcialidade, mediante a convocao de uma comisso disciplinar

    composta por trs servidores (STJ: REsp 509318).

    Vistas as principais caractersticas da sindicncia, voc pode passar

    para o estudo do processo administrativo disciplinar.

    A legislao brasileira retrata o PAD da seguinte forma:

    Constituio Federal:

    Art. 41. So estveis aps trs anos de efetivo exerccio os servidoresnomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso pblico. 1 O servidor pblico estvel s perder o cargo:I - em virtude de sentena judicial transitada em julgado;II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampladefesa;III - mediante procedimento de avaliao peridica de desempenho, naforma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

    Lei 8.112/90

    Art. 146. Sempre que o ilcito praticado pelo servidor ensejar a imposiode penalidade de suspenso 01008991538 por mais de 30 (trinta) dias, dedemisso, cassao de aposentadoria ou disponibilidade, oudestituio de cargo em comisso, ser obrigatria a instaurao deprocesso disciplinar.

    Como se v, quando o servidor estiver sujeito a penalidade de

    suspenso por mais de 30 (trinta) dias, demisso, cassao de

    aposentadoria ou disponibilidade, ou destituio de cargo em

    comisso, o procedimento que deve ser instaurado o processo

    administrativo disciplinar.

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    O PAD segue as seguintes fases: instaurao, instruo, defesa,

    relatrio e deciso.

    Veja bem, so 5 fases! INSTA INSTRU DE RE DE

    Mas essa sequncia de fases pode ser simplificada com a seguinte

    operao:

    InstruoDefesa

    Relatrio

    Inquritoadministrativo

    (ou instruosumria)

    Com isso, teremos as trs fases: instaurao, inqurito e

    deciso.

    Para decorar: INSTA INQU DE

    A instaurao promovida por meio da portaria de instaurao.

    Ela elemento processual indispensvel, devendo estar juntada aos

    autos. A portaria, em sua redao, deve conter determinados requisitos

    formais essenciais, tais como, a identificao dos integrantes da

    comisso processante (nome, cargo e matrcula), destacando o

    presidente; o procedimento do feito (se sindicncia ou PAD - no caso de

    rito sumrio) e o nome e matrcula do servidor investigado.

    importante observar que o Superior Tribunal de Justia

    sedimentou o entendimento no sentido de que, na portaria de

    instaurao do PAD, no necessria a descrio detalhada dos fatos.

    Confira-se, nesse sentido, o seguinte trecho de um julgamento do

    STJ:

    - Na linha da jurisprudncia desta Corte, a portaria inaugural do processodisciplinar est livre de descrever detalhes sobre os fatos da causa, tendoem vista que somente ao longo das investigaes que os atos ilcitos, aexata tipificao e os seus verdadeiros responsveis sero revelados.(...)- A absolvio na seara criminal interfere no resultado do processoadministrativo disciplinar apenas quando for reconhecida a efetiva

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    inexistncia do fato ou da autoria (art. 126 da Lei n. 8.112/1990), o que noaconteceu no caso em debate, em que a absolvio decorreu da ausncia deprovas.Mandado de segurana denegado.(MS 16.815/DF, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, PRIMEIRA SEO,julgado em 11/04/2012, DJe 18/04/2012)

    E quem conduz, instrui e preside o PAD? Ou melhor, quem a

    Administrao nas fases do PAD?

    O PAD conduzido por comisso processante composta de 3

    servidores estveis. Isso quer dizer que eles devem ser ocupantes de

    cargo efetivos, ou seja, ingressaram na Administrao por meio de

    concurso.

    ATENO: Recentemente, o STJ definiu que a estabilidade desse

    servidor se d com 3 anos no servio pblico e no no cargo. Isso quer

    dizer que o servidor da comisso deve ter ingressado no servio pblico

    (no importa se no cargo atual ou no) h mais de 3 anos. Assim, no

    precisa o servidor da comisso ter 3 anos no mesmo cargo (MS 17583).

    Um dos servidores ser o presidente da comisso. Essa autoridade

    dever ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nvel, ou

    ter nvel de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

    Confira, por oportuno, a redao do art. 149 da Lei n 8.112/90:

    Art. 149. O processo disciplinar ser conduzido por comisso composta detrs servidores estveis designados pela autoridade competente, observado odisposto no 3o do art. 143, que indicar, dentre eles, o seu presidente, quedever ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nvel, ou ter nvelde escolaridade igual ou superior ao do indiciado. 1o A Comisso ter como secretrio servidor designado pelo seupresidente, podendo a indicao recair em um de seus membros. 2o No poder participar de comisso de sindicncia ou de inqurito,cnjuge, companheiro ou parente do acusado, consangneo ou afim, emlinha reta ou colateral, at o terceiro grau.

    Ento, as exigncias feitas pela Lei aos trs integrantes detentores

    de cargo efetivo so relacionadas ao nvel do cargo efetivo ou de grau

    de escolaridade do presidente em relao ao acusado.

    Como o legislador colocou de forma expressa requisitos legais

    alternativos, no cabe ao aplicador da lei criar restries que a normaProf. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 68Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita

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    no previu, tais como requisitos de nvel de cargo ou grau de

    escolaridade dos vogais em relao ao acusado e de experincia de

    qualquer dos integrantes na matria tcnica de que cuida o processo.

    Outra coisa que voc deve ter em mente que a autoridade

    instauradora pode designar servidor experiente na matria para

    integrar a comisso. Na comisso, pode haver servidores de rgo

    distinto do rgo de lotao do acusado, mas nesse caso, convm

    prvia solicitao ao titular daquele rgo.

    J caiu em outras provas o seguinte questionamento: o servidor

    obrigado a integrar a comisso quando for designado para tanto?

    Quanto a esse assunto saiba que a convocao, por parte da

    autoridade competente, para servidor integrar comisses disciplinares

    encargo obrigatrio e irrecusvel, no depende nem mesmo de

    liberao do superior hierrquico do servidor indicado.

    Importante notar, ainda com relao comisso, que ela

    exercer suas atividades com independncia e imparcialidade,

    assegurado o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo

    interesse da administrao.

    Vistos os requisitos da instaurao, ou melhor, da portaria, vamos

    instruo.

    Na instruo, primeiro ato do inqurito administrativo, a

    Administrao promover a tomada de depoimentos, acareaes,

    investigaes e diligncias cabveis, objetivando a coleta de prova,

    recorrendo, quando necessrio, a tcnicos e peritos, de modo a permitir

    a completa elucidao dos fatos.

    Concluda a inquirio das testemunhas, a comisso promover o

    interrogatrio do acusado.

    A instruo se encerra com a tipificao da infrao disciplinar, ou

    seja, a comisso processante informa qual dever foi violado pelo

    servidor ou qual ato infracional foi praticado. Aqui onde ocorre o

    indiciamento do servidor.

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    No indiciamento, os fatos devem ser bem especificados, de modo

    que o servidor saiba de qual acusao ele deve se defender e a qual

    pena ele est sujeito.

    O indiciamento , em outras palavras, o instrumento de acusao

    formal do servidor inicialmente notificado para acompanhar o processo

    administrativo disciplinar, refletindo convico preliminar da comisso

    de que ele cometeu irregularidade.

    O indiciamento para o PAD o que a denncia para o processo

    penal.

    dentro dos limites do indiciamento que o servidor dever

    apresentar sua defesa escrita. Dessa forma, a indiciao (alm da

    notificao como acusado e da intimao para interrogar) pea

    essencial no processo em que se cogita de responsabilizao funcional.

    Se a Comisso entender por no indiciar o acusado, ele no ser

    citado e nem precisar apresentar defesa escrita.

    Aps a apresentao da defesa, a comisso processante

    apresentar seu relatrio final, onde expor as suas convices e

    opinar pela aplicao da penalidade ou no ao servidor.

    Esta ltima foi a sequncia de fases adotada pela lei. Veja o

    disposto no art. 151 da Lei n 8.112/90:

    Art. 151. O processo disciplinar s01008991538e desenvolve nas seguintes fases:I - instaurao, com a publicao do ato que constituir a comisso;II - inqurito administrativo, que compreende instruo, defesa erelatrio;III - julgamento.

    bom observar, ainda, que, para no expor o servidor investigado,

    as reunies e as audincias das comisses tero carter reservado.

    Alm disso, o PAD corre em sigilo na Administrao.

    E com relao aos prazos, professor, em quanto tempo o PAD deve

    se encerrar?

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    A Lei n 8.112/90 informa que o PAD tem o prazo de 60 dias para

    sua concluso (art. 152). Esse prazo pode ser prorrogado.

    E se a Administrao no respeitar esse prazo e solicitar a

    prorrogao do prazo do PAD por diversas vezes ou se esquecer de

    pedir a prorrogao, o processo ser nulo, professor?

    No, meus caros.

    O STJ j sedimentou entendimento no sentido de que o excesso de

    prazo para a concluso do processo administrativo disciplinar no

    conduz sua nulidade, desde que no tenha causado qualquer prejuzo

    ao servidor (MS 12369).

    Alm disso, o art. 169, 1, da Lei n 8.112/90, prev que o

    julgamento fora do prazo no implica em nulidade do processo.

    A Lei n 8.112/90 estabelece que o PAD poder ser revisto, a

    qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quando houver fatos novos ou

    circunstncias suscetveis de justificar a inocncia do punido ou a

    inadequao da penalidade aplicada (art. 174).

    Mas, professor, a comisso processante quem julga o servidor?

    No, meu caro aluno, a comisso apenas conduz o PAD e faz o

    relatrio final de carter opinativo. O julgamento realizado pelas

    autoridades assim definidas na Lei n 8.112/90, de acordo com a

    infrao sugerida no relatrio final. Leia, com ateno o seguinte

    dispositivo:

    Art. 141. As penalidades disciplinares sero aplicadas:I - pelo Presidente da Repblica, pelos Presidentes das Casas do PoderLegislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da Repblica,quando se tratar de demisso e cassao de aposentadoria oudisponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, rgo, ou entidade;II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamenteinferior quelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar desuspenso superior a 30 (trinta) dias;III - pelo chefe da repartio e outras autoridades na forma dos respectivosregimentos ou regulamentos, nos casos de advertncia ou de suspensode at 30 (trinta) dias;IV - pela autoridade que houver feito a nomeao, quando se tratar dedestituio de cargo em comisso.

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    Para que esse importante tema de nosso estudo fique ainda mais

    claro, segue o quadro:

    Autoridade competente Sano

    Presidente da Repblica, Presidentes

    das Casas do Poder Legislativo e dos

    Tribunais Federais e pelo Procurador-

    Geral da Repblica

    demisso e cassao de

    aposentadoria ou disponibilidade

    Ministros de Estado, Presidentes de

    autarquias e fundaes (autoridades

    administrativas de hierarquia

    imediatamente inferior quelas

    mencionadas acima)

    suspenso superior a 30 (trinta) dias

    Chefe da repartio advertncia ou suspenso de at 30(trinta) dias;

    Autoridade que houver feito a

    nomeao,

    quando se tratar de destituio de

    cargo em comisso.

    MUITA ATENO AQUI! O Presidente da Repblica pode

    delegar aos seus Ministros a competncia de demitir servidores.

    Esse o entendimento do Superior Tribunal de Justia. Veja:

    Possibilidade de o Presidente da 01008991538Repblica delegar aos Ministros deEstado a competncia para demitir servidores de seus respectivosquadros pargrafo nico do art. 84, CF. (MS 7.024/DF)

    OUTRA QUESTO IMPORTANTE: Pode a autoridade que vai julgar o

    PAD contrariar as concluses da comisso processante e deixar de

    aplicar a penalidade sugerida ou absolver o servidor quando a comisso

    opinou pela condenao?

    Pode sim, contudo, em apenas uma hiptese: quando o relatrio

    da comisso contrariar a prova dos autos. Nesse caso, a autoridade

    julgadora pode, de forma motivada, agravar ou abrandar a penalidadeProf. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 68Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita

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    proposta ou, at mesmo, isentar o servidor de responsabilidade (art.

    168).

    Para que voc se aprofundar ainda mais na matria,

    recomendamos a leitura dos arts. 149 a 173 da Lei n 8.112/90.

    No podemos encerrar o estudo do processo administrativo

    disciplinar sem abordarmos os seguintes entendimentos

    jurisprudenciais.

    devida a observncia do prazo de trs dias de antecedncia

    da oitiva para a intimao de testemunha (art. 41 da Lei n.

    9.784/1999, aplicado subsidiariamente a Lei n. 8.112/1990) (STJ-MS

    12.895-DF).

    Com relao ao interrogatrio do acusado, e quando se demonstrar

    conveniente, pode a comisso interrogar o acusado logo no incio da

    instruo e/ou no curso da instruo. Estes interrogatrios preliminares

    no carreiam nulidade para o processo, uma vez que no se afasta a

    realizao do interrogatrio ao final, tentando-se concluir a busca da

    convico, conforme determina o art. 159 da Lei n 8.112/90.

    Cabe administrao comprovar o nus da prova, a culpa de

    terceiro, ou a culpa concorrente ou exclusiva da vtima, ou fora maior

    e casofortuito, para excluir ou atenuar sua responsabilidade civil de

    reparar.

    Questo deconcurso

    13. (FCC - 2012 - TRF - 2 REGIO - Analista Judicirio) No

    inqurito administrativo disciplinar, quando houver dvida sobre a

    sanidade mental do acusado, a comisso propor autoridade

    competente que ele seja submetido a exame

    a) por junta formada por um mdico indicado por parte do servidor

    e outro de livre escolha da administrao.

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    b) psicotcnico e avaliado obrigatoriamente por um mdico

    neurologista.

    c) por junta mdica particular ou oficial, integrada por dois

    psiclogos.

    d) psicotcnico, oficial ou no, e avaliado obrigatoriamente por dois

    mdicos da medicina do trabalho.

    e) por junta mdica oficial, da qual participe, pelo menos, um

    psiquiatra.

    No temos como fugir da literalidade da lei:

    Art. 160. Quando houver dvida sobre a sanidade mental do acusado, acomisso propor autoridade competente que ele seja submetido aexame por junta mdica oficial, da qual participe pelo menos um mdicopsiquiatra.

    Gabarito: Letra e.

    Por fim, veja o que saiu no recente informativo do STJ

    (23/05/2012):

    O tribunal reconheceu que impossvel o agravamento da

    penalidade imposta a servidor pblico aps oencerramento do

    respectivo processo disciplinar, ainda que a sano anteriormente

    aplicada no esteja em conformidade com a lei ou orientao normativa

    interna. O PAD somente pode ser anulado quando constatada a

    ocorrncia de vcio insanvel (art. 169, caput, da Lei n.

    8.112/1990), ou revisto quando apresentados fatos novos ou

    circunstncias suscetveis de justificar a inocncia do servidor punido ou

    a inadequao da penalidade aplicada (art. 174, caput, da Lei n.

    8.112/1990). Para o STJ, a anulao parcial do processo administrativo

    disciplinar para adequar a penalidade aplicada ao servidor, consoante

    pareceres do rgo correspondente, ensejando aplicao de sano

    mais grave ofende o devido processo legal e a proibio da

    reformatio in pejus.(MS 13.341-DF)

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    Ah, j ia me esquecendo da prescrio. Afinal, quando uma

    infrao administrativo-disciplinar prescreve? At quando os servidores

    ficaro sujeitos a uma punio se a Administrao se mantiver inerte e

    no instaurar qualquer procedimento?

    Esses questionamentos so respondidos pelo seguinte dispositivos

    da Lei n 8.112/90:

    Art. 142. A ao disciplinar prescrever:I - em 5 (cinco) anos, quanto s infraes punveis com demisso,cassao de aposentadoria ou disponibilidade e destituio de cargoem comisso;II - em 2 (dois) anos, quanto suspenso;III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto advertncia. 1o O prazo de prescrio comea a correr da data em que o fato se tornouconhecido. 2o Os prazos de prescrio previstos na lei penal aplicam-se s infraesdisciplinares capituladas tambm como crime. 3o A abertura de sindicncia ou a instaurao de processo disciplinarinterrompe a prescrio, at a deciso final proferida por autoridadecompetente. 4o Interrompido o curso da prescrio, o prazo comear a correr a partirdo dia em que cessar a interrupo.

    Assim como h uma autoridade julgadora para cada pena prevista,

    h um prazo prescricional para cada sano. Como se viu, para a

    demisso, cassao de aposentadoria e destituio de cargo em

    comisso, a Administrao deve promover a abertura de processo

    disciplinar em 5 anos, contados a partir da data em que o fato se tornou

    conhecido.

    Para as infraes sujeitas suspenso, a prescrio de 2 anos.

    Para as sujeitas advertncia, a Administrao deve promover a

    abertura de processo disciplinar no exguo prazo de 180 dias.

    Para as infraes disciplinares que tambm so previstas como

    crime, o prazo prescricional ser o da lei penal.

    Questo deconcurso

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    14. (FCC - 2012 - MPE-PE - Analista Ministerial) No que

    concerne ao processo administrativo disciplinar, INCORRETO afirmar

    que

    a) tem incio com despacho de autoridade competente, determinando a

    instaurao, ou seja, age ex officio, assim que tiver cincia de alguma

    irregularidade.

    b) se desenvolve nas seguintes fases: instaurao, instruo, defesa,

    relatrio e deciso.

    c) a fase de instruo rege-se pelo princpio do contraditrio, no

    vigorando a oficialidade nesse momento, isto , no possvel

    comisso processante tomar a iniciativa de levantar provas.

    d) no havendo elementos suficientes para instaurar o processo, a

    autoridade competente determinar previamente a realizao de

    sindicncia.

    e) determinada a instaurao e j autuado o processo, este

    encaminhado comisso processante, que o instaura, por meio de

    portaria.

    Veja o que diz o artigo 29 Lei 9.784/99:

    Art. 29. As atividades de instruo destinadas a averiguar e comprovar os dadosnecessrios tomada de deciso reali01008991538zam-se de ofcio ou medianteimpulso do rgo responsvel pelo processo, sem prejuzo do direito dosinteressados de propor atuaes probatrias.

    A oficialidade est presente em todo o PAD. No tem o que se discutir.

    Alternativa c errada.

    3.1 RevisoO processo pode ser revisado a qualquer tempo, desde que haja

    fato novo ou circunstncias que justifiquem o abrandamento da

    deciso original. O fato novo aquele que se tinha conhecimento

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    quando do processo originrio, tem que ser novo como instrumento de

    prova no processo administrativo disciplinar.

    Assim, a reviso acontece quando o PAD ou a sindicncia j foram

    encerrados. O novo processo correr em apenso ao processo original,

    conforme dispe o art. 178 Lei 8.112/90.

    Lembre-se que no PAD no h segunda instncia, o processo todo

    ocorre em uma nica instncia. Dessa forma, a reviso NO uma

    segunda instncia do processo Administrativo.

    Na reviso, o nus da prova do fato novo do requerente.

    Quanto ao prazo:

    Art. 179. A comisso revisora ter 60 (sessenta) dias para a concluso dostrabalhos.Art. 181. O julgamento caber autoridade que aplicou a penalidade, nostermos do art. 141.Pargrafo nico. O prazo para julgamento ser de 20 (vinte) dias, contadosdo recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderdeterminar diligncias.

    Para que chegue a reviso requer o esgotamento de todas as

    eventuais ferramentas recursais no processo originrio, de modo que

    no aceito apresentar pedido de reviso e, ao mesmo tempo, um

    pedido de reconsiderao da deciso do PAD.

    Somente aps decididos todos os pedidos no PAD que se pode

    ingressar com o pedido de reviso.

    Mas caso o servidor utilize desses artifcios simultaneamente, a

    administrao ir intim-lo para que o servidor desista do procedimento

    recursal para que a reviso seja de imediato apreciado ou que ele opte

    pelo esgotamento das anlises de natureza recursal no processo

    originrio antes de ter apreciado seu pedido de instaurarao de

    processo revisor.

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    A reviso poder ocorrer de ofcio (a prpria administrao

    promove a abertura quando constata um fato ou circunstncia nova) ou

    a pedido da parte interessada.

    Professor, para que ocorra a reviso, o PAD deve ter sido concludo

    com a aplicao de uma pena grave, como a demisso?

    No meu caro! A reviso poder ocorrer independente do grau de

    responsabilizao imposto ao servidor na sindicncia ou PAD originrio.

    Quem tem competncia para autorizar a instaurao do processo

    de reviso?

    Art. 177. O requerimento de reviso do processo ser dirigido ao Ministrode Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a reviso,encaminhar o pedido ao dirigente do rgo ou entidade onde se originouo processo disciplinar.

    Se o processamento for deferido, ser remetido para a respectiva

    autoridade instauradora, para a formao da comisso revisora. O

    curioso que essa comisso poder ser integrada por membros da

    comisso originria!

    Prevalecem os mesmos requisitos para os integrantes da comisso

    j descritos para o rito ordinrio.

    Para concluir, saiba que na reviso no pode ocorrer a reformatio

    in pejus, ou seja a pena no pode ser mais grave do que a

    aplicada anteriormente no PAD.

    Questes deconcurso

    15. (FCC - 2012 - TRF - 2 REGIO - Analista Judicirio) Analise

    os prazos para:

    I. a prescrio quanto s infraes punidas com destituio de

    cargo em comisso.

    II. a reviso do processo disciplinar.

    Nesses casos, respectivamente para I e II, correto:

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    a) 5 (cinco) anos; e 2 (dois) anos.

    b) 5 (cinco) anos; e no h prazo, podendo ocorrer a qualquer

    tempo.

    c) 2 (dois) anos; e 5 (cinco) anos.

    d) 1 (um) ano; e 2 (dois) anos.

    e) 180 (cento e oitenta) dias; e no h prazo, ocorre a qualquer

    tempo.

    No h dvidas: a banca quer saber se voc conhece ou no a lei.

    Vamos conferir?

    Art. 142. A ao disciplinar prescrever:

    I - em 5 (cinco) anos, quanto s infraes punveis com demisso,cassao de aposentadoria ou disponibilidade e destituio de cargo emcomisso;

    II - em 2 (dois) anos, quanto suspenso;III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto advertncia. 1o O prazo de prescrio comea a correr da data em que o fato se

    tornou conhecido.

    2o Os prazos de prescrio previstos na lei penal aplicam-se sinfraes disciplinares capituladas tambm como crime.

    3o A abertura de sindicncia ou a instaurao de processo disciplinarinterrompe a prescrio, at a deciso final proferida por autoridadecompetente.

    4o Interrompido o curso da prescrio, o prazo comear a correr apartir do dia em que cessar a interrupo.Art. 174. O processo disciplinar 01008991538poder ser revisto, a qualquer

    tempo, a pedido ou de ofcio, quando se aduzirem fatos novos oucircunstnciassuscetveis de justificar a inocncia do punido ou a inadequao da penalidadeaplicada.

    1o Em caso de falecimento, ausncia ou desaparecimento doservidor, qualquer pessoa da famlia poder requerer a reviso do processo.

    2o No caso de incapacidade mental do servidor, a reviso ser

    requerida pelo respectivo curador.

    Gabarito: Letra b.

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    16. (FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judicirio) Com relao a

    Reviso do Processo Administrativo Disciplinar considere:

    I. Em caso de falecimento, ausncia ou desaparecimento do

    servidor, qualquer pessoa da famlia poder requerer a reviso do

    processo.

    II. Julgada procedente a reviso, ser declarada sem efeito a

    penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor,

    inclusive em relao destituio do cargo em comisso.

    III. A reviso correr em apenso ao processo originrio, sendo que

    na petio inicial, o requerente pedir dia e hora para a produo de

    provas e inquirio das testemunhas que arrolar.

    IV. O requerimento de reviso do processo ser dirigido ao Ministro

    de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a reviso,

    encaminhar o pedido ao dirigente do rgo ou entidade onde se

    originou o processo disciplinar.

    Segundo a Lei no 8.112/90, est correto o que se afirma APENAS

    em:

    a) III e IV.

    b) I, II e III.

    c) II, III e IV.

    d) I e IV.

    e) I, III e IV.

    Vamos aos dispositivos?

    Art. 174. 1o Em caso de falecimento, ausncia ou desaparecimento doservidor, qualquer pessoa da famlia poder requerer a reviso do processo.

    Item I- Correto.

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    Art. 182. Julgada procedente a reviso, ser declarada sem efeito apenalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, excetoem relao destituio do cargo em comisso, que ser convertida emexonerao.

    Item II- Errado

    Art. 178. A reviso correr em apenso ao processo originrio.Pargrafo nico. Na petio inicial, o requerente pedir dia e hora para aproduo de provas e inquirio das testemunhas que arrolar.

    Item III- Correto.

    Art. 177. O requerimento de reviso do processo ser dirigido ao Ministro deEstado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a reviso, encaminhar opedido ao dirigente do rgo ou entidade onde se originou o processodisciplinar.

    Item IV- Correto.

    Gabarito: Letra e.

    17. (FCC - 2013 - AL-PB - Assessor Tcnico Legislativo) No que

    concerne reviso do processo disciplinar, prevista na Lei no 8.112/90,

    est INCORRETO o que consta em:

    a) Ser julgada pela autoridade que aplicou a penalidade.

    b) Ser dirigida a Ministro de Estado ou autoridade equivalente.

    c) Correr em apenso ao processo originrio.

    d) No ser cabvel na hiptese de desaparecimento do servidor.

    e) No poder resultar agravamento de penalidade.

    De acordo com o art. 181 diz que o julgamento caber

    autoridade que aplicou a penalidade, nos termos do art. 141. O

    requerimento de reviso do processo ser dirigido ao Ministro de Estado

    ou autoridade equivalente. Determina o art. 178 que a reviso correrProf. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 68Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita

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    em apenso ao processo originrio. J o art. 174, 1, prev que em

    caso de falecimento, ausncia ou desaparecimento do servidor,

    qualquer pessoa da famlia poder requerer a reviso do processo.

    Alm do mais, da reviso do processo no poder resultar agravamento

    de penalidade.

    Portanto, a alternativa incorreta a letra d.

    18. (FCC - 2012 - MPE-AP - Promotor de Justia) No tocante ao

    processo administrativo disciplinar, deve ser objeto de invalidao

    a) o ato de reviso do processo que motivadamente agravar a

    penalidade do servidor.

    b) a aplicao de sano ao servidor indiciado, quando

    ultrapassado o prazo legal para a concluso do processo administrativo

    disciplinar.

    c) a aplicao de sano ao servidor indiciado, quando verificada

    a existncia de vcio formal na fase de sindicncia, que precedeu ao

    processo administrativo disciplinar.

    d) a aplicao de sano referente a tipo infracional no

    mencionado na portaria de instaurao do processo que, embora tenha

    descrito a conduta de forma clara e suficiente, capitulou-a em tipo

    diverso do estatuto funcional.

    e) a aplicao de sano por meio de ato decisrio sem motivao

    especfica, limitando-se a adotar a fundamentao contida no relatrio

    da Comisso que conduziu o processo disciplinar, cuja proposta de

    punio foi acatada.

    Como vimos, a reviso no pode ocorrer a reformatio in pejus, ou

    seja a pena no pode ser mais grave do que a aplicada anteriormente

    no PAD.

    Gabarito: Letra a.

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    4. Das Responsabilidades

    O servidor pblico responde pelo exerccio irregular de suas

    atribuies na esfera civil, penal e tambm administrativamente.

    4.1 Responsabilidade CivilObserve o que diz Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo sobre a

    responsabilidade civil: A responsabilidade civil dos agentes pblicos

    do tipo subjetiva, por culpa comum, isto , eles s respondem pelos

    danos que causarem se o Estado provar que houve culpa e dolo

    (inteno) do servidor. A ao do Estado contra o agente pblico

    denominada ao regressiva.

    Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,doloso ou culposo, que resulte em prejuzo ao errio ou a terceiros.

    O Estado ir responder pelos danos causados pelos seus agentes

    independente de dolo ou culpa, por isso responsabilidade objetiva. J o

    agente pblico s responder se comprovado que houve culpa ou dolo.

    De forma bem simples podemos definir a ao regressiva citada

    pelos autores da seguinte forma: Quem ir ressarcir o dano causado

    pelo servidor ao terceiro ser o Estado. Este por sua vez ser

    indenizado pelo servidor que causou o dano.

    O servidor poder ainda ter o desconto efetuado diretamente em

    seu vencimento, na forma da lei, independe de seu consentimento.

    4.2 Responsabilidade Penal

    Ao praticar crime ou contraveno o servidor responder na

    esfera penal.

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    Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenesimputadas ao servidor, nessa qualidade

    Tendo em vista o princpio da independncia as sanes penais,

    civis e administrativas, podem ser acumuladas. Porm a esfera penal

    tem um peso maior sobre as demais, uma deciso pode acarretar o

    reconhecimento automtico da responsabilidade do servidor nas demais

    esferas, conforme ensinam Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo.

    Isso ocorre quando a sentena penal reconhece a autoria e a

    materialidade do fato irregular. Se houver deciso judicial nesse

    sentido, a Administrao estar vinculada s concluses sobre a autoria

    e a materialidade definidas na Justia.

    Da mesma forma se ocorrer o contrrio, ou seja, se a justia

    criminal reconhecer a inocncia (quanto falta de autoria e a falta de

    materialidade), a possibilidade de julg-lo culpado nas demais esferas

    ser afastada.

    MUITA ATENO! Se o servidor, em processo judicial, for

    absolvido por falta de provas, essa deciso judicial no vincular a

    deciso da esfera administrativa.

    4.2.1 Responsabilidade Administrativa

    O servidor responde administrativamente pelos ilcitos

    administrativos definidos na legislao estatutria e que apresentam os

    mesmos elementos bsicos do ilcito civil: Ao ou omisso contrria

    lei, culpa ou dolo e dano(Di Pietro).

    A administrao que ir apurar as irregularidades cometidas pelo

    servidor pblico. A lei prev a averiguao dos fatos atravs da

    sindicncia e do processo administrativo disciplinar.

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    Com a concluso dos fatos, o servidor responder

    disciplinarmente pelas irregularidades, como vimos no artigo 127 da

    8.112/90.

    Questo deconcurso

    19. (VUNESP - 2014 - EMPLASA - Analista Jurdico Direito)

    Assinale a alternativa correta.

    a) A responsabilidade imputvel s pessoas jurdicas de direito

    pblico ser subjetiva quando o dano for causado pelo prprio Estado.

    b) A Administrao Pblica tem o dever de se voltar contra o

    servidor culpado, por meio de ao de regresso, para haver dele o

    despendido em reparao de danos a terceiros

    c) A culpabilidade do agente pblico reconhecida pela Justia

    Criminal no produz efeito nos processos civil e administrativo

    d) A comprovao da culpa do agente pblico s pode ser feita por

    meio de processo administrativo.

    e) A ao regressiva destinada reparao patrimonial

    intransfervel aos herdeiros e sucessores do servidor culpado

    Pessoal, na verdade a Constituio Federal garante o direito de

    ao de regresso, vejamos:

    37, 6 - As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direitoprivado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danosque seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casosde dolo ou culpa.

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    A questo afirma que a Administrao Pblica tem o dever de se

    voltar contra o culpado e a banca considerou esse o gabarito. Portanto,

    cuidado ok? Levem essa questo para sua prova.

    Gabarito: B

    20. (VUNESP - 2013 - CTA - Analista em C&T Jnior

    Administrao) Considerando as disposies da Lei n. 8.112/90 sobre

    as responsabilidades dos servidores pblicos civis da Unio, das

    autarquias e das fundaes pblicas federais, correto afirmar que:

    a) a responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,

    doloso ou culposo, ainda que no resulte em prejuzo ao errio ou a

    terceiros.

    b) tratando-se de dano causado a terceiros, responder o servidor

    diretamente perante o prejudicado, e a Fazenda Pblica responder,

    subsidiariamente, em ao regressiva.

    c) a obrigao de reparar o dano estende-se aos sucessores e

    contra eles ser executada, independentemente do valor da herana

    recebida.

    d) a responsabilidade administrativa do servidor ser afastada no

    caso de absolvio criminal que negue a existncia do fato ou sua

    autoria.

    e) a responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo

    ou comissivo praticado no exerccio do cargo pblico ou, ainda, fora

    dele se o servidor estiver em frias regulamentares ou afastado por

    motivos de licena.

    Como acabamos de estudar, se a justia criminal reconhecer a

    inocncia (quanto falta de autoria e a falta de materialidade), a

    possibilidade de condenar o servidor nas demais esferas ser afastada.

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