Upload
phungtruc
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
NOTA DE ESCLARECIMENTOS SOBRE A PROGRESSÃO DOCENTE
Prezados servidores docentes, considerando as perguntas realizadas durante o 1. Ciclo do Projeto Reitoria
Itinerante elaboramos alguns esclarecimentos sobre a questão da progressão funcional DI para DIII e DI
para DII.
O objetivo é facilitar a compreensão sobre esse assunto, complexo juridicamente, mas que precisa ser
resolvido de forma urgente.
Mesmo que tenhamos dificuldades legais para garantir a concessão da progressão de forma imediata,
tomaremos as medidas necessárias para agilizar o processo.
Entendemos que há diferentes interpretações da aplicação do artigo 120 (Lei 11.784/2008) e que a
situação de falta de isonomia para docentes com mesmo tempo de instituição é gravíssima.
Há expectativa muito grande da publicação de Decreto presidencial garantindo o direito à progressão nas
próximas semanas.
Por isso os servidores docentes deverão PROTOCOLAR REQUERIMENTO CONFORME MODELO
ANEXO nos campi solicitando a concessão da progressão.
No requerimento deve ser comprovada a obtenção dos títulos de especialização, mestrado ou doutorado.
Agradecemos a atenção.
Prof. Jesué Graciliano da Silva
Reitor pro tempore do IF-Farroupilha
1- Como está estruturado o Plano de Carreira dos docentes do IF-Farroupilha?
R. De acordo com a Lei 11.784/2008, o salário dos docentes é composto principalmente de 3 partes:
VENCIMENTO BÁSICO + GRATIFICAÇÃO ESPECÍFICA DE ATIVIDADE DOCENTE DO ENSINO
BÁSICO (GEDBT) + RETRIBUIÇÃO DE TITULAÇÃO (RT).
2- Por que ocorreu a polêmica em relação à progressão?
R. Porque a carreira anterior possibilitava que aos docentes com o título de mestrado ou doutorado o direito de
fossem enquadrados na classe E1. Um docente que ingressava na carreira apenas com graduação eram nomeados na
classe C no nível 1. Quando foi publicada a Lei 11.785/2008 foi publicada uma tabela de enquadramento. Todos os
que estivessem na classe E no nível 1 seriam enquadrados na classe DIII nível 1.
Isso foi feito para todos os que já estavam na carreira antiga. Tivemos alguns casos de pessoas que acabaram
fazendo concurso durante a vigência da carreira antiga e somente foram nomeados na vigência da carreira nova.
Isso foi um problema já que na nova carreira todos acessam exatamente no mesmo ponto: classe DI, nível 1. Mas o
salário desse ponto é menor que o salário da classe DIII, nível 1. Além do fato do docente perder no Vencimento
Básico, perde valor da GEDBT e perde valor da RT. Muitas pessoas tiveram reparação de seus direitos por meio de
ação judicial. Observem que pela carreira antiga as pessoas já pulavam a classe C e D e já iam direto para a classe
E se possuíam mestrado ou doutorado. O mesmo direito está sendo pleiteado agora. Os docentes querem o direito
de pular as classes DI e DII se já possuem o título de mestre ou doutor. E isso está acontecendo porque o parágrafo
5º do artigo 120 permite interpretação diversa no campo jurídico. Porque há alguns juízes que entendem que a
carreira antiga não existe mais e por isso as pessoas devem ser posicionadas no primeiro nível da nova carreira, já
que esse foi o espírito da lei. No entanto há juízes que entendem que se não houve regulamentação, por analogia à
carreira anterior os docentes que cumprirem o interstício de 18 meses já poderiam ser enquadrados na classe DIII no
nível 1. A solução desse impasse que já dura 4 anos, desde a edição da Lei 11.784/2008 parece estar próximo.
Porque há o compromisso do governo federal com a publicação do Decreto que resolverá de vez essa questão.
Estamos aguardando essa publicação.
Art. 120. O desenvolvimento na Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico dos servidores que
integram os Quadros de Pessoal das Instituições Federais de Ensino, subordinadas ou vinculadas ao Ministério da
Educação, ocorrerá mediante progressão funcional, exclusivamente, por titulação e desempenho acadêmico, nos termos do
regulamento.
§ 1o A progressão de que trata o caput deste artigo será feita após o cumprimento, pelo professor, do interstício de 18
(dezoito) meses de efetivo exercício no nível respectivo.
§ 2o O interstício para a progressão funcional a que se refere o § 1o deste artigo será:
I - computado em dias, descontados os afastamentos que não forem legalmente considerados de efetivo exercício; e
II - suspenso nos casos em que o servidor se afastar sem remuneração, sendo retomado o cômputo a partir do retorno à
atividade.
§ 3o Na contagem do interstício necessário à progressão, será aproveitado o tempo computado da última progressão até a
data em que tiver sido feito o enquadramento na Carreira de que trata o caput deste artigo.
§ 4o Os servidores integrantes da Carreira de Magistério de 1o e 2o Graus do Plano Único de Classificação e Retribuição de
Cargos e Empregos, de que trata a Lei nº 7.596 , de 10 de abril de 1987, pertencentes aos Quadros de Pessoal das
Instituições Federais de Ensino subordinadas ou vinculadas ao Ministério da Educação posicionados nas atuais classes C e
D, que à época de assinatura do Termo de Opção pela Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico
estiverem matriculados em programas de mestrado ou doutorado poderão progredir na Carreira mediante a obtenção dos
respectivos títulos para a nova Classe D III, Nível 1.
§ 5o Até que seja publicado o regulamento previsto no caput deste artigo, para fins de progressão funcional e
desenvolvimento na Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, aplicam-se as regras estabelecidas nos
arts. 13 e 14 da Lei no 11.344 , de 8 de setembro de 2006.
3- Qual a diferença de salário entre um professor posicionado na Classe DI nível 1 em comparação com um
professor posicionado na Classe DIII nível 1, se o mesmo possuir ESPECIALIZAÇÃO, MESTRADO E
DOUTORADO?
Caso 1: professor de 40h com dedicação exclusiva com mestrado:
a) DI – nível 1: 1728,00 + 1034,08 + 1432,34 = 4194,42
b) DIII – nível 1: 2318, 71 + 1098,08 + 1924,68 = 5341,47
A diferença é de 1.147,05
Caso 2: professor de 40h com dedicação exclusiva com doutorado:
a) DI – nível 1: 1728,00 + 1034,08 + 3334,15 = 6096,23
b) DIII – nível 1: 2318, 71 + 1098,08 + 3916,88 = 7333,67
A diferença é de 1237,44
Caso 3: professor de 40h com dedicação exclusiva com especialização:
a) DI – nível 1: 1728,00 + 1034,08 + 357,72 =3119,80
b) DII – nível 1: 1728,00 + 1034,08 + 422,12 = 3184,20
4- O que é a GEDBT?
R. A GEDBT é uma gratificação específica de atividade docente do ensino básico, técnico e tecnológico. Seu
valor será pago conforme uma tabela, considerando-se o regime de trabalho do docente. Há uma tabela para cada
regime de trabalho (20h, 40h e DE).
5- Como o valor da GEDBT varia com o tempo?
R. A evolução do valor da GEDBT vai depender da titulação do docente, do seu regime de trabalho, da classe /
nível que ocupará. O valor da GEDBT foi reajustado em fevereiro de 2009 e depois em julho de 2010.
5- O que é Retribuição de Titulação?
R. É uma parcela da remuneração do docente que será paga mediante a titulação. Esses valores são diferenciados
também conforme o regime de trabalho (20h, 40h e DE) e foram reajustados em fevereiro de 2009 e em julho de
2010.
6- Por que os docentes estão requerendo a progressão para a classe DI para DIII?
R; Porque não houve regulamentação desde 2008 do Artigo 120 da Lei 11784/2008. A lei foi clara ao definir que
enquanto não havia a progressão deveria ser aplicada a Lei 11.344/2006. Por esse motivo diversos servidores
docentes têm ingressado com ação na justiça requerendo esse direito. Alguns institutos optaram por fazer o
pagamento de forma administrativa após alguns docentes terem conseguido na justiça esse direito. Mas com a
edição da Nota Técnica Conjunta 01 / SIPEC em janeiro de 2011 essa possibilidade tem se tornado mais difícil
porque diversas Procuradorias Federais tem se manifestado recomendando não se promover a progressão até que o
Decreto seja publicado.
7- O que está impedindo aplicarmos a Lei 11.344/2006?
R. Apesar da Lei 11.784 indicar claramente a Lei 11.344 como forma de se proceder a progressão docente até a
regulamentação, há entendimento diverso por parte da CONJUR do MEC e por parte da SRH sobre como fazer isso.
Com isso, desde a edição de orientação sobre o tema em 17 de janeiro de 2011, há orientação de não se fazer a
progressão administrativa. O CONIF tem se manifestado pela urgência da regulamentação desde 2009.
Apesar de haver uma sinalização de solução do problema com a edição de um Decreto presidencial, observamos
que até que isso aconteça a orientação da equipe jurídica do MEC é a seguinte:
ANEXOS:
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/2362519/art-120-da-lei-11784-08
A Advocacia-Geral da União (AGU) demonstrou, à Justiça, que professores do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico são regidos pela Lei nº 11.784/08 e, conforme a norma, a progressão funcional e salarial por titulação e desempenho acadêmico ocorre, somente, após 18 meses de efetivo exercício no cargo.
No caso, 23 professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IFGoiano) entraram com uma ação para pedir o benefício, em virtude de suas titulações de especialistas, mestres e doutores. Alegavam que o parágrafo 5º do artigo 120 da referida lei permitiria a aplicação do regime anterior de progressões, previsto na Lei nº 11.344/06. Este não imporia tempo mínimo no cargo para a ascensão do professor.
As Procuradorias Federal no Estado de Goiás (PF/GO) e a Procuradoria Federal junto ao Instituto (PF/IFGoiano) argumentaram que as pretensões não condiziam com as normas legais. Informaram que os professores em questão ingressaram na carreira após a entrada em vigor da Lei nº 11.874/08, que instituiu o Plano de Carreiras e Cargos de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e que, inclusive, foram informados, via edital do concurso, sobre a remuneração inicial e o tempo previsto para progressão.
Os procuradores federais enfatizaram que a lei é clara e estabelece em seu artigo 113 que o ingresso nos cargos de magistério deve ser na Classe D-I, nível 1, diferente da lei de 2006, cuja classe/nível inicial de ingresso dependia da titulação do professor: classe B - licenciatura de 1º Grau; classe C - licenciatura plena;
Classe D - especialização; e classe E - mestrado. Antes, a progressão de uma para outra classe era possível unicamente pela titulação, independente de tempo mínimo no cargo.
Os procuradores esclareceram que a carreira começa no primeiro nível e as titulações alusivas aos graus de especialista, mestre ou doutor, são levadas em conta para a concessão da Retribuição por Titulação (RT), que integra o novo sistema remuneratório do cargo de professor.
A 3ª Vara da Seção Judiciária do estado de Goiás acolheu os argumentos das procuradorias e negou o pedido dos professores, citando precedente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no sentido de que "ora, sendo as disposições da Lei nº 11.344/06, incompatíveis com a disposição dos §§ 1º e 3º do art. 120, da Lei nº 11.784/08, que é a norma que regulamenta a categoria profissional dos substituídos, deve prevalecer a disposição da Lei nº 11.784/08, por específica, ou seja, deve ser cumprido pelo professor, o interstício de 18 meses para a obtenção da progressão funcional".
A PF/GO e a PF/IFGoiano são unidades da Procuradoria-Geral Federal, órgão da AGU.
Ref.: Mandado de Segurança nº 10863-40.2011.4.01.3500 - 3ª Vara Federal de Goiás.
N.º CNJ : 0001893-80.2011.4.02.5001
RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL xxxxxxxxxxxx
APELANTES : xxxxxxxxxxxx E OUTROS
ADVOGADA : xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
APELADO : INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO - IFES
PROCURADOR : xxxxxxxxxxxxxx
ORIGEM : 1.ª VARA FEDERAL CÍVEL DA SUBSEÇÃO
JUDICIÁRIA DE VITÓRIA/ES (201150010018936)
R E L A T Ó R I O
1. Trata-se de apelação cível interposta por xxxxxxxxxxxxx e Outros em face da
r. sentença, originária do Juízo da 1.ª Vara Federal Cível da Subseção Judiciária de Vitória-
ES, proferida às fls. 221/227 dos autos do mandado de segurança impetrado pelos ora
recorrentes contra ato praticado pelo Reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Espírito Santo - IFES, que indeferiu o requerimento, formulado na seara
administrativa de progressão funcional na carreira de Magistério do Ensino Básico,
Técnico e Tecnológico, por titulação, de uma classe para outra, independente de
interstícios, na forma do art. 120, § 5.º, da Lei n.º 11.784/2008, c/c os arts. 13 e 14, ambos
da Lei n.º 11.344/2006.
2. Como causa de pedir, alegam os impetrantes que são servidores públicos
federais lotados no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo -
IFES, exercendo o cargo de Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico.
Aduzem que entraram em exercício na vigência da Lei n.° 11.784/2008, de modo
que a ausência de regulamentação do art. 120 do aludido diploma legal não constitui óbice
ao reconhecimento do direito dos autores, porquanto o próprio § 5.º daquele dispositivo
prescreve que sejam observadas as regras insertas nos artigos 13 e 14 da Lei n.º
11.344/2006.
3. O MM. Juízo de piso denegou a segurança, extinguindo o processo com
resolução de mérito, com espeque no art. 269, inciso I, do Código de Processo Civil (CPC),
sob o fundamento de que “aqueles que ingressaram no serviço público após a vigência da
Lei n. 11.744/2008, como é o caso dos impetrantes, devem observar o interstício de 18
(dezoito) meses de efetivo exercício do nível respectivo.”
Reputou, outrossim, que a regra inserta no artigo 120, § 4.º, da Lei n.º
11.744/2008 “somente se aplica áqueles servidores que eram integrantes da Carreira de
Magistério de 1º e 2º Graus do Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e
Empregos de que trata a Lei 7.596 que, á época da assinatura do termo de opção pela
nova carreira de magistério do ensino básico, técnico e tecnológico estivessem
matriculados em programas de mestrado ou doutorado, o que não se enquadra ao caso
dos impetrantes, que ingressaram no serviço público em dezembro de 2008, ou seja, após
aquela regra transitória.”
4. Sustentam os apelantes, nas razões de sua insurgência (fls. 231/267), que a
sentença deve ser reformada, posto que, “na falta de regulamentação aplica-se ao caso
fatídico o disposto no art. 13 e 14 da Lei nº. 11.344/2006, conforme preconiza o próprio
§5º, art. 120 da Lei n.11.784/2008.”
Asseveram que “a Apelada fundamenta sua decisão apenas com parte da norma
legal retrocitada, violando, assim, direito dos Apelantes, haja vista que não se aplicou ao
presente caso as regras estabelecidas nos art. 13 e 14 da Lei n. 11.344/2006.”
Ressaltam que “outros Institutos Federais no Brasil, administrativamente, estão
reconhecendo o direito a progressão por titulação na carreira de magistério, independente
do interstício de 18 meses, aplicando-se aos casos a regra do §5º do art. 120 da lei nº.
11.784/2008 c/c §2º, art. 13 da Lei nº. 11.344/2006.”
5. Recebido o recurso apenas no efeito devolutivo (fl. 284) e ofertadas
contrarrazões (fls. 270/276), foram os autos encaminhados para este egrégio Tribunal, onde
o Ministério Público Federal, oficiado, exarou o parecer encartado às fls. 291/293,
opinando pelo provimento parcial do apelo, “a fim de que seja garantido aos apelantes o
direito à progressão funcional na carreira, mediante observância das regras dos arts. 13 e
14 da Lei nº 11.344/2006, em tudo aquilo que não contrariar as regras constantes da Lei
nº 11.784/2008, notadamente, a necessidade de cumprimento do interstício.”
É o relatório. Peço a inclusão do feito em pauta para julgamento.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Relator
V O T O
1. Recebo a apelação, porque presenets os pressupostos legais de
admissibilidade.
2. Consoante relatado, cuida-se de apelação cível interposta por
xxxxxxxxxxxxxx e Outros em face da r. sentença, originária do Juízo da 1.ª Vara Federal
Cível da Subseção Judiciária de Vitória-ES, que denegou a segurança postulada pelos ora
recorrentes para que lhes fosse assegurada a progressão funcional na carreira de Magistério
do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, por titulação, de uma classe para outra,
independente de interstícios, na forma do art. 120, § 5.º, da Lei n.º 11.784/2008, c/c os
arts. 13 e 14, ambos da Lei n.º 11.344/2006.
3. A irresignação dos apelantes merece prosperar, conforme passo a apreciar.
4. A questão posta a deslinde cinge-se a verificar o direito dos impetrantes à
progressão funcional na carreira do magistério básico federal, sem a observância do
cumprimento de interstício de eftivo exercício no nível respectivo.
Os recorrentes asseveram são servidores lotados no Instituto Federal do Espírito
Santo – IFES, antigo CEFET/ES, exercendo o cargo de professor de ensino básico, técnico
e tecnológico, e que o ingresso nos cargos de provimento efetivo de professor de ensino
básico deu-se no nível I da Classe DI, de acordo com o art. 113 da Lei n.º 11.784/08, e que
têm direito à progressão da classe DI para DII, independente do interstício de 18 (dezoito)
meses, que é exigido no parágrafo 1.º do art. 120 da Lei n.º 11.784/08, sob a alegação de
que o mencionado dispositivo legal não foi regulamentado, aplicando-se, à hipótese em
testilha, o quanto disposto no § 2.º do art. 13 da Lei n.º 11.344/06, conforme permissivo
expresso no § 5.º do art. 120 da Lei n.º 11.784/08.
5. Para a solução da controvérsia, necessário se faz analisar o fundamento legal
que ampara o eventual reconhecimento do direito à progressão funcional.
No caso, a Lei n.º 11.784/08, que estruturou a carreira dos impetrantes,
estabelece, nos parágrafos 1.º e 5.º do art.120, o seguinte:
“Art.120 – O desenvolvimento na Carreira de Magistério do Ensino
Básico, Técnico e Tecnológico dos servidores que integram os
Quadros de Pessoal das Instituições Federais de Ensino, subordinadas
ou vinculadas ao Ministério da Educação, ocorrerá mediante
progressão funcional, exclusivamente, por titulação e desempenho
acadêmico, nos termos do regulamento.
§1º - A progressão de que trata o caput deste artigo será feita após o
cumprimento, pelo professor, do interstício de 18 (dezoito) meses de
efetivo exercício no nível respectivo.
§2º (...)
§3º - Na contagem do interstício necessário à progressão, será
aproveitado o tempo computado da última progressão até a data em
que tiver sido feito o enquadramento na Carreira de que trata o caput
deste artigo.
§4º - (...)
§5º - Até que seja publicado o regulamento previsto no caput deste
artigo, para fins de progressão funcional e desenvolvimento na
Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico,
aplicam-se as regras estabelecidas nos arts.13 e 14 da Lei nº 11.344,
de 8 de setembro de 2006.” (sem grifos no original)
Por outro lado, a Lei n.º 11.344/06 dispõe, nos artigos 13 e 14:
“Art.13 – A progressão na Carreira do Magistério de 1º e 2º Graus
ocorrerá, exclusivamente, por titulação e desempenho acadêmico, nos
termos de portaria expedida pelo Ministro de Estado da Educação:
I-(...)
II-de uma para outra Classe.
§1º (...)
§2º A progressão prevista no inciso II far-se-á, independentemente do
interstício, por titulação ou mediante avaliação de desempenho
acadêmico do docente que não obtiver a titulação necessária, mas que
esteja, no mínimo, há dois anos no nível 4 da respectiva Classe ou com
interstício de quatro anos de atividade em órgão público, exceto para
a Classe Especial.
Art.14 – A progressão funcional para a Classe Especial dos servidores
que possuam titulação acadêmica inferior à de graduação e estejam
posicionados no nível 4 da Classe E poderá recorrer se:
I- tiverem ingressado na carreira de Magistério de 1º e 2º Graus
até a data de publicação desta Medida Provisória; e
II- possuírem o mínimo de quinze anos de efetivo exercício de
Magistério em instituição de ensino federal ou dos extintos Territórios
Federais do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima.”
6. Da análise das regras acima transcritas, conclui-se pela desnecessidade de se
esperar o interstício mínimo de 18 (dezoito) meses para que haja a progressão funcional.
Com efeito, há de se reconhecer a inaplicabilidade imediata das novas regras
trazidas pela Lei n.º 11.784/2008 no tocante à progressão funcional dos servidores da
carreira do magistério enquanto não for publicado o regulamento de que trata o artigo 120,
caput, daquela norma legal. O exame da norma prevista no § 5.º do art. 120 da Lei n.º
11.784/2008 conduz ao entendimento de que o lesgilador condicionou a aplicação e
efetivação da forma de progressão prevista nesse dispositivo legal à publicação de
regulamento próprio, inclusive no que s erefere ao interstício de que cuida o § 1.º.
Considerando que tal norma complementar ainda não foi publicada pela
Administração Pública, impõe-se a aplicação do § 5.º do mesmo dispositivo legal, segundo
o qual, enquanto não publicado o regulamento previsto no caput deste artigo, incidem as
normas dos arts. 13 e 14 da Lei n.º 11.344/2006 em relação à progressão funcional e
desenvolvimento na carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico.
7. A Lei n.º 11.344/2006, a seu turno, dispôs acerca da reestruturação de várias
carreiras, inclusive a de Magistério de Ensino Superior e de Magistério de 1.º e 2.º graus.
Quanto à progressão funcional, essa norma assim estatuiu, em seu artigo 13:
“Art. 13. A progressão na Carreira do Magistério de 1o e 2
o Graus
ocorrerá, exclusivamente, por titulação e desempenho acadêmico, nos
termos de portaria expedida pelo Ministro de Estado da Educação:
I - de um nível para outro, imediatamente superior, dentro da mesma
Classe; ou
II - de uma para outra Classe.
§ 1o A progressão de que trata o inciso I será feita após o
cumprimento, pelo docente, do interstício de dois anos no respectivo
nível, mediante avaliação de desempenho, ou interstício de quatro
anos de atividade em órgão público.
§ 2o A progressão prevista no inciso II far-se-á, independentemente do
interstício, por titulação ou mediante avaliação de desempenho
acadêmico do docente que não obtiver a titulação necessária, mas que
esteja, no mínimo, há dois anos no nível 4 da respectiva Classe ou com
interstício de quatro anos de atividade em órgão público, exceto para
a Classe Especial.” (Grifos nossos)
Como se observa, a norma legal que deve regar a a progressão funcional ora
discutida, enquanto não publicado o regulamento de que trata o artigo 120, caput, da Lei
n.º 11.784/2008, prevê textualmente que a progressão na carreira, de uma classe para a
outra, não está condicionada ao cumprimento de interstício.
O pleito dos servidores ora recorrentes foi negado na via administrativa, sob o
fundamento de que ainda não existe ato regulamentar do Executivo fixando critérios para a
implementação da progressão. Tal recusa se deu em em face do Ofício Circular n.º
026/2009 – SAA/SE/MEC, por meio do qual o Ministério da Educação orientou as
Instituições de Ensino Superiro a não conceder progressão funcional por titulação aos
docentes, enquanto não fossem editadas pelos órgãos competentes as orientações
normativas sobre a matéria.
Sucede que, na hipótese de vácuo na regulamentação, ou seja, enquanto não
editado o aludido regulamento, o próprio artigo 120 da Lei n.º 11.784/2008 determinou, em
seu artigo § 5.º, que devem ser aplicadas as disposições dos arts. 13 e 14 da Lei n.º
11.344/2006 no que tange à progressão funcionl e desenvolvimento na carreira de
Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico.
8. Impende gizar que, em caso de inércia do administrador em relação à
aplicação das medidas a seu cargo, devem ser adotadas as providências necessárias para
dar efetividade á vontade do legislador, porquanto esta não pode ficar condicionada ad
aeternum à vontade do adminstrador público.
Ademais, é indubitável que a previsão da lei não pode ser afastada por ato
administrativo, no caso, o citado Ofício Circular do MEC, sob pena de se admitir um
desvirtuamento do processo legsilativo, em flagrante ofensa aos preceitos constitucionais
(art. 68).
Nesse contexto, não prosperam os argumentos do apelado quando afirma que a
observância do interstício de 18 (dezoito) meses decorre da Lei n.º 11.784/2008 e que não
depende da regulamentação prevista no art. 120 da mencionada norma para ser exigida nos
casos de progresão funcional por titulação, como é a hipótese dos autos.
Dessarte, entendo que a interpretação cabível quanto às disposições do art. 120, §
5.º, da Lei n.º 11.784/2008 é no sentido de admitir a possibilidade de progressão funcional,
em consonância com o disposto nos arts. 13 e 14 da Lei n.º 11.344/2006, até que o
respectivo ato regulamentador venha a ser editado, conforme preconizado no § 5.º desse
memso dispsoitivo legal.
9. Perlustrando o caderno processual, verifico que os impetrantes possuem os
títulos de Mestre em Ciências em Engenharia Ambiental (xxxxxxxxxxxxx), Mestre em
Psicologia (xxxxxxxxxxxxxx), Especialização Lato Sensu em Química (xxxxxxxxxx),
Mestre em Ciência Ambiental (xxxxxxxxxxxxxxx), Doutor em Engenharia Elétrica
(xxxxxxxxxxxxxxx), Mestre em Economia (xxxxxxxxxxxxxxxxx), Mestre em Informática
(xxxxxxxxxxxx), Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos (xxxxxxxxxxxxxx) e
Mestre em Física (xxxxxxxxxxxxxxxx), consoante documentos adunados às fls. 45/60.
Assim, verifica-se que, quando do requerimento administrativo, os autores já
perfaziam as condições legais para obterem suas progressões, haja vista que já detinham os
títulos necessários para tanto.
In casu, pois, constata-se que os servidores preenchem todas as condições
previstas na legislação para obterem as progressões funcionais almejadas.
Frise-se, outrossim, que, não havendo vedação na lei ou no edital do concurso, e
inexistindo, ainda, o decreto regulamentando a situação, não se pode cogitar de óbice legal
à progressão funcional pretendida pelos servidores ora apelantes.
Como bem registrou o ilustre representante do Parquet federal em sua
manifestação (fl. 293), “Equivocado entender, tal como o fez o magistardo a quo, que
aregra do art. 120, §5º da Lei nº 11.784/2008 aplica-se somente para os casos de
transição de regime jurídico, ou seja, para os servidores que já pertenciam a (sic) carreira
do Magistério de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. Se o legislador não fez esta
distinção, não é lícito ao intérprete fazê-lo. (...) No mais, sublinhe-se que a interpretação
proposta pelo Juízo sentenciante é deveras particular, pois cria situação esdrúxula dentro
da carreira do Magistério. De um lado, teríamos os servidores que ingressaram no quadro
em data anterior à edição da lei nº 11.784/2008 e que teriam a progressão funcional
garantida. Em contrapartida, os servidores nomeados após a promulgação da referida lei,
ficariam estagnados na carreira, enquanto não editado o regulamento previsto no art. 120,
caput, da Lei nº 11.784/2008.”
À luz destas considerações, é de se reconhecer a possibilidade juridica de
servidores da carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico obterem progressão
funcional por titulação, independentemente de interstício, enquanto não regulamentado o
artigo 120 da Lei n.º 11.784/2008.
10. Ante o exposto, dou provimento à apelação, para reformar a r. sentença
objurgada e, em consequência, conceder a segurança requerida, de modo a reconhecer o
pleito de progressão na carreira, por titulação, de uma para outra classe, independente de
interstício, nos termos do § 5.º do artigo 120 da Lei n.° 11.784/2008, c/c o § 2.º do artigo
13 da Lei n.° 11.344/2006, desde que não tenha sido editado o regulamento de que trata o §
1.º do artigo 120 da Lei n.° 11.784/2008, bem como desde que inexista qualquer outro
óbice à implementação da progressão referida e sejam observados os demais requisitos
legais.
Fica o apelado, em obediência ao preceito contido no artigo 20 do Código de
Processo Civil, condenado ao reembolso das custas adiantadas pelos impetrantes. Sem
honorários advocatícios.
É como voto.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Relator
E M E N T A
APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.
SERVIDOR. PROFESSOR. MAGISTÉRIO DO ENSINO BÁSICO, TÉCNICO E
TECNOLÓGICO. PROGRESSÃO FUNCIONAL. INTERSTÍCIO MÍNIMO DE
DEZOITO MESES. DESNECESSIDADE. LEIS N.ºS 11.344/2006 E 11.784/2008.
RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.
1. Apelação cível interposta em face de sentença que denegou a segurança postulada
para que fosse assegurada a progressão funcional na carreira de Magistério do Ensino
Básico, Técnico e Tecnológico, por titulação, de uma classe para outra, independente de
interstícios, na forma do art. 120, § 5.º, da Lei n.º 11.784/2008, c/c os arts. 13 e 14, ambos
da Lei n.º 11.344/2006.
2. A progressão funcional, na forma requerida pelos impetrantes, “será feita após o
cumprimento, pelo professor, do interstício de 18 (dezoito) meses de efetivo exercício no
nível respectivo), nos termos do art. 120 da Lei n.º 11.784/2008. O § 5.º do mesmo
dispositivo legal, a seu turno, prevê que, enquanto não houver decreto regulamentando a
progressão funcional na carreira de Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico,
será aplicável à espécie o regime estabelecido pelos arts. 13 e 14 da Lei n.º 11.344/2006.
3. O art. 13 da Lei n.º 11.344/2006 admite a progressão funcional por titulação, entre
classes, independentemente de cumprimento de interstício pelo servidor postulante à
progressão.
4. Na hipótese em testilha, constata-se que os impetrantes preenchem todas as
condições previstas na legislação, o que impõe o reconhecimento da possibilidade jurídica
de obterem a progressão funcional por titulação, independentemente de interstício,
enquanto não regulamentado o art. 120 da Lei n.º 11.784/2008.
5. Apelação provida. Sentença reformada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos os autos, em que são partes as acima indicadas, acordam
os Membros da xxxxxxxxx Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2.ª
Região, por unanimidade, em dar provimento à apelação, nos termos do voto do Relator.
Rio de Janeiro, 12 / 04 /2012 (data do julgamento).
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Relator
REQUERIMENTO DE PROGRESSÃO FUNCIONAL POR TITULAÇÃO
Professor Efetivo Ao Diretor Geral do Campus _____________________,
REQUERENTE: CAMPUS:
CARGA HORÁRIA SEMANAL: ( ) 20h ( )40h ( )40hDE CLASSE / NÍVEL: D___ / ___
PORTADOR DO TÍTULO DE: ( )ESPECIALIZAÇÃO ( )MESTRADO ( )DOUTORADO
CURSO - INSTITUIÇÃO: DATA E NÚMERO DA PORTARIA DE NOMEAÇÃO:
Prezado Diretor Geral, venho por meio do presente, requerer a concessão da progressão funcional por titulação. Declaro estar ciente que a concessão ocorrerá a partir da data de publicação do Decreto Presidencial regulamentando a progressão docente, desde que todos os documentos exigidos estejam anexados ao processo.
Caso contrário, será indeferida a solicitação, devendo o interessado protocolar o documento faltante,
Data: _____/_____/_____.
_________________________ Assinatura do Servidor
Documentação Obrigatória:
- Requerimento devidamente preenchido pelo servidor - Comprovante de reconhecimento do curso pela CAPES (site CAPES) - para Mestrado e Doutorado - Cópia autenticada do Diploma (Mestrado e Doutorado) ou do Certificado (Especialização)
___________________________________
Ciência do Diretor Geral do Campus