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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASFACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO
EE540 – TEORIA ELETROMAGNÉTICA
Reflexão e RefraçãoProf. Lucas Heitzmann Gabrielli
Condições de fronteira(Cheng 3-9, 6-10, 7-5; Sadiku 5.9, 8.7)
Possuímos as soluções do tipo ondas planas para a equação de onda em meios homogêneos.Um método para a solução de problemas homogêneos por partes é utilizar as soluções de ondasplanas em cada região homogênea e garantir que nas fronteiras elas obedeçam as equações deMaxwell, de modo a obtermos uma solução para o problema completo.
Veremos a seguir quais são essas condições de fronteiras (ou de contorno) que devem serrespeitadas pelos campos elétrico e magnético de acordo com as equações de Maxwell.
Campo elétrico tangencial
𝜀1, 𝜇1
𝜀2, 𝜇2
𝐚𝑡𝐚𝑠
𝐚𝑛2
𝑎
𝑏2
𝑏2
∮𝐿
𝓔 ⋅ d𝐋 = − ∂∂𝑡 ∫
𝑆
𝓑 ⋅ d𝐒 ⇒
⇒ 𝑎(𝐚𝑡 ⋅ 𝓔2 − 𝐚𝑡 ⋅ 𝓔1) = −𝑎𝑏2
∂∂𝑡(𝐚𝑠 ⋅ 𝓑1 + 𝐚𝑠 ⋅ 𝓑2) ⇒ … ⇒
⇒ 𝐚𝑛2× (𝓔1 − 𝓔2) = 0
Campo magnético tangencial
𝜀1, 𝜇1
𝜀2, 𝜇2
𝐚𝑡𝐚𝑠
𝐚𝑛2
𝑎
𝑏2
𝑏2
∮𝐿
𝓗 ⋅ d𝐋 = ∫𝑆
𝓙 ⋅ d𝐒 + ∂∂𝑡 ∫
𝑆
𝓓 ⋅ d𝐒 ⇒
⇒ 𝑎(𝐚𝑡 ⋅ 𝓗2 − 𝐚𝑡 ⋅ 𝓗1) = 𝑎
𝑏/2
∫−𝑏/2
𝐚𝑠 ⋅ 𝓙 dℓ + 𝑎𝑏2 𝐚𝑠 ⋅ ∂
∂𝑡(𝓓1 + 𝓓2) ⇒ … ⇒
⇒ 𝐚𝑛2× (𝓗1 − 𝓗2) = 𝓙𝑠
Campo magnético normal
𝜀1, 𝜇1
𝜀2, 𝜇2
𝐚𝑡𝐚𝑠
𝐚𝑛2
𝐴
𝐴
𝑏2
𝑏2
∮𝑆
𝓑 ⋅ d𝐒 = 0 ⇒
⇒ 𝐴(𝐚𝑛2⋅ 𝓑1 − 𝐚𝑛2
⋅ 𝓑2) = 0 ⇔
⇔ 𝐚𝑛2⋅ (𝓑1 − 𝓑2) = 0
Campo elétrico normal
𝜀1, 𝜇1
𝜀2, 𝜇2
𝐚𝑡𝐚𝑠
𝐚𝑛2
𝐴
𝐴
𝑏2
𝑏2
∮𝑆
𝓓 ⋅ d𝐒 = ∫𝑉
𝜌 d𝑉 ⇒
⇒ 𝐴(𝐚𝑛2⋅ 𝓓1 − 𝐚𝑛2
⋅ 𝓓2) = 𝐴
𝑏/2
∫−𝑏/2
𝜌 dℓ ⇒ … ⇒
⇒ 𝐚𝑛2⋅ (𝓓1 − 𝓓2) = 𝜌𝑠
Correntes e cargas superficiais
As condições de contorno envolvendo as componentes normais de 𝓓 e tangenciais de 𝓗envolvem densidades superficiais de carga 𝜌𝑠 e corrente 𝓙𝑠.
Usando os vetores de polarização 𝐏1 e 𝐏2 podemos encontrar a densidade de carga superficialde polarização em cada meio:
𝐚𝑛2⋅ (𝜀0𝐄1 − 𝜀0𝐄2) = 𝜌𝑠 + 𝜌𝑠𝑝1
+ 𝜌𝑠𝑝2
𝜌𝑠𝑝𝑖= 𝐚𝑛𝑖
⋅ 𝐏𝑖
𝓙𝑠 [A/m] : densidade superficial de corrente elétrica𝜌𝑠 [C/m2] : densidade superficial de carga
Incidência normal em condutor perfeito(Cheng 8-6)
Campo incidente de um meio sem perdas:
𝐄𝑖 = 𝐚𝑥𝐸0𝑒−𝑖𝛽1𝑧 𝐇𝑖 = 𝐚𝑦𝐸0𝜂1
𝑒−𝑖𝛽1𝑧
A condição de campo tangencial contínuo implica em 𝐄 = 0na interface, portanto o campo refletido deverá ter a mesmapolarização do campo incidente e sinal oposto, com propagaçãoem sentido −𝑧:
𝐄𝑟 = −𝐚𝑥𝐸0𝑒𝑖𝛽1𝑧 𝐇𝑟 = 𝐚𝑦𝐸0𝜂1
𝑒𝑖𝛽1𝑧
Assim:
𝐄1 = 𝐄𝑖 + 𝐄𝑟 = −𝐚𝑥𝑖2𝐸0 sin(𝛽1𝑧)
𝐇1 = 𝐇𝑖 + 𝐇𝑟 = 𝐚𝑦2𝐸0𝜂1
cos(𝛽1𝑧)
𝐄𝑖
𝐚𝑘𝑖
𝐇𝑖
𝐄𝑟
𝐚𝑘𝑟
𝐇𝑟
𝐄2 = 0
𝑥
𝑧𝑦
𝜇1, 𝜀1 𝜎2 → ∞
Onda estacionáriaA superposição das onda incidente e refletida formam uma onda que não transmite potência,pois a densidade de potência incidente é igual à refletida:
𝐏𝑚𝑖= |𝐸0|2
2𝜂1𝐚𝑧 𝐏𝑚𝑟
= −|𝐸0|22𝜂1
𝐚𝑧 𝐏𝑚 = ℜ{𝐄1 × 𝐇∗1} = 0
Essa superposição não é uma onda propagante, mas sim estacionária, resultado da superposiçãode duas ondas planas iguais propagando-se em sentidos opostos. Fica clara essa conclusão aoanalisarmos os campos instantâneos (considerando 𝐸0 ∈ ℝ por simplicidade):
𝓔1 = ℜ{𝐄1𝑒𝑖𝜔𝑡} = 𝐚𝑥2𝐸0 sin(𝛽1𝑧) sin(𝜔𝑡)
𝓗1 = ℜ{𝐇1𝑒𝑖𝜔𝑡} = 𝐚𝑦2𝐸0
𝜂 cos(𝛽1𝑧) cos(𝜔𝑡)
Em quê resulta a condição de fronteira para o campo magnético?
Incidência em condutor perfeito: polarização perpendicular(Cheng 8-7.1)
𝐚𝑘𝑖
𝐇𝑖
𝐄𝑖
𝐚𝑘𝑟 𝐇𝑟
𝐄𝑟
𝐄2 = 0𝜃𝑖
𝜃𝑟
𝑥
𝑧𝑦
𝜇1, 𝜀1 𝜎2 → ∞
Consideramos inicialmente o caso onde o campo elétrico tempolarização perpendicular ao plano de incidência e versor depropagação 𝐚𝑘𝑖
= 𝐚𝑥 sin 𝜃𝑖 + 𝐚𝑧 cos 𝜃𝑖:
𝐄𝑖 = 𝐚𝑦𝐸0𝑒−𝑖𝛽1𝐚𝑘𝑖 ⋅𝐫 = 𝐚𝑦𝐸0𝑒−𝑖𝛽1(𝑥 sin 𝜃𝑖+𝑧 cos 𝜃𝑖)
Para a onda refletida mantemos a polarização e escrevemos oversor de propagação 𝐚𝑘𝑟
= 𝐚𝑥 sin 𝜃𝑟 − 𝐚𝑧 cos 𝜃𝑟:
𝐄𝑟 = 𝐚𝑦𝐸0𝑟𝑒−𝑖𝛽1𝐚𝑘𝑟 ⋅𝐫 = 𝐚𝑦𝐸0𝑟𝑒−𝑖𝛽1(𝑥 sin 𝜃𝑟−𝑧 cos 𝜃𝑟)
Utilizando a condição de campo elétrico tangencial nulo em 𝑧 = 0:
𝐸0𝑒−𝑖𝛽1𝑥 sin 𝜃𝑖 + 𝐸0𝑟𝑒−𝑖𝛽1𝑥 sin 𝜃𝑟 = 0 ⇔ { 𝐸0𝑟 = −𝐸0𝜃𝑟 = 𝜃𝑖
Ondas transversais elétricasPara os campos totais temos:
𝐄1 = 𝐄𝑖 + 𝐄𝑟 = −𝐚𝑦𝑖2𝐸0 sin(𝛽1𝑧𝑧)𝑒−𝑖𝛽1𝑥𝑥
𝐇1 = 1𝜂1
(𝐚𝑘𝑖× 𝐄𝑖 + 𝐚𝑘𝑟
× 𝐄𝑟) = −2𝐸0𝜂1
[𝐚𝑥 cos 𝜃𝑖 cos(𝛽1𝑧𝑧) + 𝐚𝑧𝑖 sin 𝜃𝑖 sin(𝛽1𝑧𝑧)] 𝑒−𝑖𝛽1𝑥𝑥
onde 𝛽1𝑧 = 𝛽1 cos 𝜃𝑖 e 𝛽1𝑥 = 𝛽1 sin 𝜃𝑖.
Essas expressões mostram que o campo é estacionário na direção normal à interface, de modoque não há potência propagando-se em 𝑧 uma vez que as componentes 𝐚𝑦 e 𝐚𝑧 dos camposestão defasadas 90°.
Na direção 𝑥 há transmissão de potência e propagação com velocidade de fase 𝑢1𝑥 = 𝜔𝛽1𝑥
= 𝑢1sin 𝜃𝑖
e comprimento de onda 𝜆1𝑥 = 𝜆1sin 𝜃𝑖
.
Como o campo elétrico é perpendicular à direção de propagação, essa onda é do tipo transversalelétrica (TE). Ainda, suas frentes de onda são planos normais a 𝐚𝑥, porém sua amplitude variana direção 𝑧, caracterizando uma onda plana não-uniforme.
Incidência em condutor perfeito: polarização paralela(Cheng 8-7.2)
𝐚𝑘𝑖
𝐄𝑖
𝐇𝑖
𝐚𝑘𝑟 𝐄𝑟
𝐇𝑟
𝐄2 = 0𝜃𝑖
𝜃𝑟
𝑥
𝑧𝑦
𝜇1, 𝜀1 𝜎2 → ∞
Para o caso de polarização paralela:
𝐄𝑖 = (𝐚𝑥 cos 𝜃𝑖 − 𝐚𝑧 sin 𝜃𝑖) 𝐸0𝑒−𝑖𝛽1(𝑥 sin 𝜃𝑖+𝑧 cos 𝜃𝑖)
𝐄𝑟 = (𝐚𝑥 cos 𝜃𝑟 + 𝐚𝑧 sin 𝜃𝑟) 𝐸0𝑟𝑒−𝑖𝛽1(𝑥 sin 𝜃𝑟−𝑧 cos 𝜃𝑟)
Novamente aplicamos a condição de campo elétrico tangencial(componentes na direção 𝑥) nulo em 𝑧 = 0:
𝐸0 cos 𝜃𝑖𝑒−𝑖𝛽1𝑥 sin 𝜃𝑖 + 𝐸0𝑟 cos 𝜃𝑟𝑒−𝑖𝛽1𝑥 sin 𝜃𝑟 = 0 ⇔
⇔ { 𝐸0𝑟 = −𝐸0𝜃𝑟 = 𝜃𝑖
Ondas transversais magnéticasOs campos totais resultam em:
𝐄1 = −2𝐸0 [𝐚𝑥𝑖 cos 𝜃𝑖 sin(𝛽1𝑧𝑧) + 𝐚𝑧 sin 𝜃𝑖 cos(𝛽1𝑧𝑧)] 𝑒−𝑖𝛽1𝑥𝑥
𝐇1 = 𝐚𝑦2𝐸0𝜂1
cos(𝛽1𝑧𝑧)𝑒−𝑖𝛽1𝑥𝑥
onde, novamente, 𝛽1𝑧 = 𝛽1 cos 𝜃𝑖 e 𝛽1𝑥 = 𝛽1 sin 𝜃𝑖.
Novamente temos uma onda estacionária na direção 𝑧 que não transmite potência, enquanto em𝑥 há propagação com velocidade de fase igual ao caso de polarização perpendicular.
Essa onda é também plana não-uniforme, mas neste caso é apenas o campo magnético que épolarizado perpendicularmente à direção de propagação, caracterizando uma onda transversalmagnética (TM).
Exercício: calcule o vetor de Poynting complexo para ambos os casos de incidência oblíqua everifique as conclusões obtidas a respeito da potência transmitida.
Incidência normal em interface dielétrica(Cheng 8-8; Sadiku 10.8)
Consideramos agora uma interface entre 2 meios dielétricos semperdas. Nesse caso devemos incluir a onda transmitida para o meio2 e considerar a condição de fronteira entre as 3 ondas planas.
𝐄𝑖 = 𝐚𝑥𝐸0𝑒−𝑖𝛽1𝑧 𝐇𝑖 = 𝐚𝑦𝐸0𝜂1
𝑒−𝑖𝛽1𝑧
𝐄𝑟 = 𝐚𝑥𝐸𝑟0𝑒𝑖𝛽1𝑧 𝐇𝑟 = −𝐚𝑦𝐸𝑟0𝜂1
𝑒𝑖𝛽1𝑧
𝐄𝑡 = 𝐚𝑥𝐸0𝑡𝑒−𝑖𝛽2𝑧 𝐇𝑡 = 𝐚𝑦𝐸0𝑡𝜂2
𝑒−𝑖𝛽2𝑧
Para obter 𝐸𝑟0 e 𝐸𝑡0 é preciso utilizar 2 condições de fronteira nainterface, especificamente as continuidades dos campos elétrico emagnético tangenciais (uma vez que não existe corrente superficialna interface dielétrica).
𝐄𝑖
𝐚𝑘𝑖
𝐇𝑖
𝐄𝑡
𝐚𝑘𝑡
𝐇𝑡
𝐄𝑟
𝐚𝑘𝑟
𝐇𝑟
𝑥
𝑧𝑦
𝜇1, 𝜀1 𝜇2, 𝜀2
Reflexão e transmissãoNa interface em 𝑧 = 0:
⎧{⎨{⎩
𝐄𝑖 + 𝐄𝑟 = 𝐄𝑡
𝐇𝑖 + 𝐇𝑟 = 𝐇𝑡⇔
⎧{{⎨{{⎩
𝐸0 + 𝐸0𝑟 = 𝐸0𝑡
𝐸0 − 𝐸𝑟0𝜂1
= 𝐸𝑡0𝜂2
⇔
⎧{{⎨{{⎩
𝐸0𝑟 = 𝜂2 − 𝜂1𝜂2 + 𝜂1
𝐸0
𝐸0𝑡 = 2𝜂2𝜂2 + 𝜂1
𝐸0
Definimos então o coeficiente de reflexão Γ e o coeficiente de transmissão 𝜏:
Γ = 𝐸0𝑟𝐸0
= 𝜂2 − 𝜂1𝜂2 + 𝜂1
𝜏 = 𝐸0𝑡𝐸0
= 2𝜂2𝜂2 + 𝜂1
Note que 𝜏 = 1 + Γ e Γ pode ser positivo ou negativo, indicando uma possível inversão de fasena onda refletida.
As expressões anteriores são válidas mesmo no caso de meios com perdas (não usamos o fato de𝛽𝑛 ou 𝜂𝑛 serem reais em momento algum), tornando ambos coeficientes complexos.
Razão de onda estacionáriaO campo total no meio 1 pode ser escrito como:
𝐄1 = 𝐄𝑖 + 𝐄𝑟 =
= 𝐚𝑥𝐸0𝑒−𝑖𝛽1𝑧 (1 + Γ𝑒𝑖2𝛽1𝑧) =
= 𝐚𝑥𝐸0 [𝜏𝑒−𝑖𝛽1𝑧 + 𝑖2Γ sin(𝛽1𝑧)]
Vemos que ele é composto por uma parcela propagante e uma estacionária, contudo, devido àparcela propagante a magnitude do campo não atinge zero a distâncias específicas da interface.
A relação entre as magnitudes máxima e mínima do campo é chamada razão de ondaestacionária (SWR), e é dada por:
|𝐄1| = |𝐸0‖1 + Γ𝑒𝑖2𝛽1𝑧| ⇒ 𝑆 = max |𝐄1|min |𝐄1| = 1 + |Γ|
1 − |Γ|
Como 0 ≤ |Γ| ≤ 1 o valor de 𝑆 é sempre maior ou igual a 1.
PotênciaPodemos calcular a potência transmitida no caso sem perdas em cada meio:
𝐏𝑚1 = 12ℜ{𝐄1 × 𝐇∗
1} = 𝐚𝑧|𝐸0|22𝜂1
(1 − Γ2)
𝐏𝑚𝑡 = 12ℜ{𝐄𝑡 × 𝐇∗
𝑡} = 𝐚𝑧|𝐸0|22𝜂2
𝜏2
Sabendo que a potência transmitida deve ser a mesma:
Γ2 + 𝜂1𝜂2
𝜏2 = 1
Vemos também que essas são as frações de potência transmitida e refletida em relação àpotência incidente:
𝐚𝑧 ⋅ 𝐏𝑚𝑡𝐚𝑧 ⋅ 𝐏𝑚𝑖
= 𝜂1𝜂2
𝜏2 − 𝐚𝑧 ⋅ 𝐏𝑚𝑟𝐚𝑧 ⋅ 𝐏𝑚𝑖
= Γ2
Incidência normal em interfaces múltiplas(Cheng 8-9; Balanis 5.5)
A solução para o problema de reflexão emmúltiplas interfaces pode ser determinada comono caso anterior utilizando-se a continuidade doscampos em ambas as interfaces.
Mostramos porém agora um método alternativoque facilita a análise quando o númerode interfaces aumenta e que é análogo àtransformação de impedâncias em linhas detransmissão.
Começamos definindo a impedância para umaonda plana com propagação na direção 𝑧:
𝑍(𝑧) = 𝐚𝑥 ⋅ 𝐄(𝑧)𝐚𝑦 ⋅ 𝐇(𝑧) = −
𝐚𝑦 ⋅ 𝐄(𝑧)𝐚𝑥 ⋅ 𝐇(𝑧) [Ω]
𝑧 = −𝑑
𝐸+1
𝐚𝑘+1
𝐻+1
𝐸−1
𝐚𝑘−1
𝐻−1
𝐸+2
𝐚𝑘+2
𝐻+2
𝐸−2
𝐚𝑘−2
𝐻−2 𝐸+
3
𝐚𝑘+3
𝐻+3
𝑥
𝑧𝑦
𝜇1, 𝜀1 𝜇2, 𝜀2 𝜇3, 𝜀3
Transformação de impedânciaPara o meio 3 é fácil ver que a impedância de onda é a mesma que a impedância intrínseca domeio, i.e., 𝑍(𝑧) = 𝜂3, para 𝑧 > 0.
No meio 2 a impedância pode ser calculada a partir do coeficiente de reflexão:
𝑍(𝑧) = 𝜂2(𝑒−𝑖𝛽2𝑧 + Γ23𝑒𝑖𝛽2𝑧)(𝑒−𝑖𝛽2𝑧 − Γ23𝑒𝑖𝛽2𝑧) = 𝜂2
𝜂3 + 𝑖𝜂2 tan(−𝛽2𝑧)𝜂2 + 𝑖𝜂3 tan(−𝛽2𝑧), −𝑑 < 𝑧 < 0
onde Γ23 = 𝜂3−𝜂2𝜂3+𝜂2
. Essa equação mostra como varia a impedância de onda ao longo dapropagação e é análoga à transformação de impedâncias em linhas de transmissão.
Em particular, na interface em 𝑧 = 𝑑 a impedância de onda vista á direita será:
𝑍(−𝑑+) = 𝜂2𝜂3 + 𝑖𝜂2 tan(𝛽2𝑑)𝜂2 + 𝑖𝜂3 tan(𝛽2𝑑) ⇔ 𝐚𝑦 ⋅ 𝐇2(−𝑑) = 𝐚𝑥 ⋅ 𝐄2(−𝑑)
𝑍(−𝑑+)
Imediatamente obtemos o coeficiente de reflexão total encontrado pela onda no meio 1:
Γin =𝐸−
1𝐸+
1=
𝑍(−𝑑+) − 𝜂1𝑍(−𝑑+) + 𝜂1
Incidência oblíqua em interface dielétrica(Cheng 8-10; Sadiku 10.9)
𝐚𝑘𝑖
𝐚𝑘𝑟𝐚𝑘𝑡
𝜃𝑖
𝜃𝑟 𝜃𝑡
𝑥
𝑧𝑦
𝜇1, 𝜀1 𝜇2, 𝜀2
Consideramos finalmente o caso de incidência oblíqua em interfacedielétrica.
A partir dos cenários anteriores já sabemos que as componentesdas constantes de propagação nas direções tangenciais à interfacedeverão ser iguais. Assim:
𝛽1 sin 𝜃𝑖 = 𝛽1 sin 𝜃𝑟 = 𝛽2 sin 𝜃𝑡 ⇔
⇔⎧{⎨{⎩
𝜃𝑟 = 𝜃𝑖𝑛1 sin 𝜃𝑖 = 𝑛2 sin 𝜃𝑡
onde 𝑛𝑗 = √𝜇𝑗𝑟𝜀𝑗𝑟 = 𝑐√𝜇𝑗𝜀𝑗 é o índice de refração do meio 𝑗 ∈{1, 2}. Essas relações são as Leis de Snell para reflexão e refração,respectivamente.
Note que essas valem para qualquer polarização de onda incidente.
Reflexão totalDa Lei de Snell para refração: sin 𝜃𝑡 = 𝑛1
𝑛2sin 𝜃𝑖
Se 𝑛1 > 𝑛2 existe um ângulo de incidência para o qual o ângulo de transmissão atinge 𝜋2 . Esse
ângulo é chamado de ângulo crítico 𝜃𝑐, pois para 𝜃𝑖 > 𝜃𝑐 a expressão anterior não resulta em umângulo 𝜃𝑡 real.
𝜃𝑖 > 𝜃𝑐 = arcsin 𝑛2𝑛1
⇒ sin 𝜃𝑡 = 𝑛1𝑛2
sin 𝜃𝑖 > 1
Nessa situação ocorre a reflexão total. Matematicamente:
𝐚𝑘𝑡= 𝐚𝑥 sin 𝜃𝑡 + 𝐚𝑧 cos 𝜃𝑡 = 𝐚𝑥
𝑛1𝑛2
sin 𝜃𝑖 ± 𝐚𝑧𝑖√(𝑛1𝑛2
)2
sin2 𝜃𝑖 − 1 ⇒
⇒ 𝑒−𝑖𝛽2𝐚𝑘𝑡 ⋅𝐫 = 𝑒−𝛼2𝑧𝑧𝑒−𝑖𝛽2𝑥𝑥
com 𝛽2𝑥 = 𝛽2𝑛1𝑛2
sin 𝜃𝑖 e 𝛼2𝑧 = 𝛽2√𝜇1𝜀1𝜇2𝜀2
sin2 𝜃𝑖 − 1, resultando em uma onda evanescentetransmitida para o meio 2.
Polarização perpendicular
𝐄𝑖 = 𝐚𝑦𝐸0𝑒−𝑖𝛽1(𝑥 sin 𝜃𝑖+𝑧 cos 𝜃𝑖)
𝐇𝑖 = (−𝐚𝑥 cos 𝜃𝑖 + 𝐚𝑧 sin 𝜃𝑖)𝐸0𝜂1
𝑒−𝑖𝛽1(𝑥 sin 𝜃𝑖+𝑧 cos 𝜃𝑖)
𝐄𝑟 = 𝐚𝑦𝐸0𝑟𝑒−𝑖𝛽1(𝑥 sin 𝜃𝑟−𝑧 cos 𝜃𝑟)
𝐇𝑟 = (𝐚𝑥 cos 𝜃𝑟 + 𝐚𝑧 sin 𝜃𝑟) 𝐸0𝑟𝜂1
𝑒−𝑖𝛽1(𝑥 sin 𝜃𝑟−𝑧 cos 𝜃𝑟)
𝐄𝑡 = 𝐚𝑦𝐸0𝑡𝑒−𝑖𝛽2(𝑥 sin 𝜃𝑡+𝑧 cos 𝜃𝑡)
𝐇𝑡 = (−𝐚𝑥 cos 𝜃𝑡 + 𝐚𝑧 sin 𝜃𝑡)𝐸0𝑡𝜂2
𝑒−𝑖𝛽2(𝑥 sin 𝜃𝑡+𝑧 cos 𝜃𝑡)
Em 𝑧 = 0 usamos as condições de continuidade dos campostangenciais:
𝐚𝑦 ⋅ (𝐄𝑖 + 𝐄𝑟 − 𝐄𝑡) = 0 𝐚𝑥 ⋅ (𝐇𝑖 + 𝐇𝑟 − 𝐇𝑡) = 0
𝐚𝑘𝑖
𝐇𝑖
𝐄𝑖
𝐚𝑘𝑟 𝐇𝑟
𝐄𝑟𝐚𝑘𝑡
𝐇𝑡
𝐄𝑡
𝜃𝑖
𝜃𝑟 𝜃𝑡
𝑥
𝑧𝑦
𝜇1, 𝜀1 𝜇2, 𝜀2
Reflexão e refração perpendicularesÉ simples obtermos novamente as Leis de Snell e os coeficientes de reflexão e transmissão paraincidência oblíqua com polarização perpendicular:
Γ⊥ = 𝐸0𝑟𝐸0
= 𝜂2 cos 𝜃𝑖 − 𝜂1 cos 𝜃𝑡𝜂2 cos 𝜃𝑖 + 𝜂1 cos 𝜃𝑡
𝜏⊥ = 𝐸0𝑡𝐸0
= 2𝜂2 cos 𝜃𝑖𝜂2 cos 𝜃𝑖 + 𝜂1 cos 𝜃𝑡
Novamente é válida a relação 1 + Γ⊥ = 𝜏⊥.
Como o coeficiente de reflexão depende da diferença das impedâncias intrínsecas e do ângulo deincidência, é possível que ele seja nulo sem que as impedâncias sejam iguais. O ângulo em queesse fenômeno ocorre é chamado ângulo de Brewster.
𝜂2 cos 𝜃𝐵⊥ = 𝜂1 cos 𝜃𝑡 = 𝜂1√1 − (𝑛1𝑛2
)2
sin2 𝜃𝐵⊥ ⇔
⇔ sin 𝜃𝐵⊥ =√√√√
⎷
1 − 𝜇1𝜀2𝜇2𝜀1
1 − (𝜇1𝜇2
)2
Polarização paralela
𝐄𝑖 = (𝐚𝑥 cos 𝜃𝑖 − 𝐚𝑧 sin 𝜃𝑖) 𝐸0𝑒−𝑖𝛽1(𝑥 sin 𝜃𝑖+𝑧 cos 𝜃𝑖)
𝐇𝑖 = 𝐚𝑦𝐸0𝜂1
𝑒−𝑖𝛽1(𝑥 sin 𝜃𝑖+𝑧 cos 𝜃𝑖)
𝐄𝑟 = (𝐚𝑥 cos 𝜃𝑟 + 𝐚𝑧 sin 𝜃𝑟) 𝐸0𝑟𝑒−𝑖𝛽1(𝑥 sin 𝜃𝑟−𝑧 cos 𝜃𝑟)
𝐇𝑟 = −𝐚𝑦𝐸0𝑟𝜂1
𝑒−𝑖𝛽1(𝑥 sin 𝜃𝑟−𝑧 cos 𝜃𝑟)
𝐄𝑡 = (𝐚𝑥 cos 𝜃𝑡 − 𝐚𝑧 sin 𝜃𝑡) 𝐸0𝑡𝑒−𝑖𝛽2(𝑥 sin 𝜃𝑡+𝑧 cos 𝜃𝑡)
𝐇𝑡 = 𝐚𝑦𝐸0𝑡𝜂2
𝑒−𝑖𝛽2(𝑥 sin 𝜃𝑡+𝑧 cos 𝜃𝑡)
Em 𝑧 = 0 usamos as condições de continuidade dos campostangenciais:
𝐚𝑥 ⋅ (𝐄𝑖 + 𝐄𝑟 − 𝐄𝑡) = 0 𝐚𝑦 ⋅ (𝐇𝑖 + 𝐇𝑟 − 𝐇𝑡) = 0
𝐚𝑘𝑖
𝐄𝑖
𝐇𝑖
𝐚𝑘𝑟 𝐄𝑟
𝐇𝑟𝐚𝑘𝑡
𝐄𝑡
𝐇𝑡
𝜃𝑖
𝜃𝑟 𝜃𝑡
𝑥
𝑧𝑦
𝜇1, 𝜀1 𝜇2, 𝜀2
Reflexão e refração paralelasNovamente obtemos as leis de Snell e os coeficientes de reflexão e transmissão:
Γ∥ = 𝐸0𝑟𝐸0
= 𝜂2 cos 𝜃𝑡 − 𝜂1 cos 𝜃𝑖𝜂2 cos 𝜃𝑡 + 𝜂1 cos 𝜃𝑖
𝜏∥ = 𝐸0𝑡𝐸0
= 2𝜂2 cos 𝜃𝑖𝜂2 cos 𝜃𝑡 + 𝜂1 cos 𝜃𝑖
Nesse caso a relação entre os coeficientes é 1 + Γ∥ = 𝜏∥cos 𝜃𝑡cos 𝜃𝑖
.
O ângulo de Brewster para o caso da polarização paralela é:
𝜂1 cos 𝜃𝐵∥ = 𝜂2 cos 𝜃𝑡 = 𝜂2√1 − (𝑛1𝑛2
)2
sin2 𝜃𝐵∥ ⇔
⇔ sin 𝜃𝐵∥ =√√√√
⎷
1 − 𝜇2𝜀1𝜇1𝜀2
1 − (𝜀1𝜀2
)2
Para o caso de materiais não magnéticos ou com mesmas permeabilidades: 𝜃𝐵∥ = arctan 𝑛2𝑛1
.