Notas de Aula PRO - Parte_1

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    ESCOLHA DA ESTRUTURAComo escolher o tipo de estrutura?Para qualquer tipo de estrutura, sempre existirão vantagens, desvantagens e limitações para cadauma delas. Fatores que devemos considerar:

    CUSTOMÃO-DE-OBRA DISPONÍVELDISPONIBILIDADE DOS MATERIAISDURABILIDADE EXIGIDA E MANUTENÇÃOPRAZO DE EXECUÇÃOVONTADE DO DONO

    CUSTOA solução mais econômica depende muito do projeto arquitetônico.Algumas plantas facilitam a construção com alvenaria estrutural.A existência de grandes vãos e balanços costumam justificar o uso de vigas e pilares que podemser de concreto (armado, protendido, pré-moldado) aço ou madeira.O uso da madeira na parte estrutural depende da região.O uso do aço depende de mão-de-obra mais qualificada.É comum optar-se por estruturas mistas para resolver cada parte da construção com o materialmais conveniente.

    MÃO-DE-OBRA DISPONÍVELAs estruturas de alvenaria são mais simples e a capacitação do profissional para executar essesserviços é mais rápida que a capacitação para executar estruturas de tecnologia mais avançada.Por questões culturais, em algumas regiões do país existe maior preferência por um determinado

    tipo de estrutura.DISPONIBILIDADE DOS MATERIAISElementos das estruturas de aço não são produzidos em todas as regiões o que encarece o custodo transporte para alguns locais.O mesmo acontece com a madeira para uso estrutural.A execução de estruturas de concreto armado depende de materiais comuns e disponíveis emquase todas as localidades.

    DURABILIDADE EXIGIDA E MANUTENÇÃO Na alvenaria, a manutenção é mais simples e econômica.

    Com a conservação do revestimento, a alvenaria fica protegida e livre de problemas.As de aço exigem proteção efetiva com produtos especiais.A durabilidade do concreto armado depende muito da maneira como ele é executado.As estruturas de madeira podem ser duráveis, mas exigem cuidados quase que constantes, poissão suscetíveis à umidade e ataque de insetos. Em relação à resistência ao fogo, as estruturas demadeira e de aço precisam de proteção especial.

    PRAZO DE EXECUÇÃOPode ser determinante na escolha da solução estrutural.

    VONTADE DO DONO

    Decisão pessoal de marcar uma época, de criar uma obra diferenciada e de impacto que sedestaque de tudo o que já foi feito. Assim decidido, os demais fatores não importam e sãosuperados. Veja histórico de algumas das grandes obras de engenharia.

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    ESTRUTURA DE CONCRETODestacam-se pela facilidade de adequação aos diferentes projetos e por isso tornaram-se tãoutilizadas no Brasil.Mesmo quando outras soluções são mais viáveis, o costume e certa resistência de inovar (ouarriscar) faz com que se insista em utilizar pilares e vigas de concreto armado.

    ESTRUTURA DE AÇOLiberdade no projeto de arquitetura - A tecnologia do aço confere aos arquitetos total liberdadecriadora, permitindo a elaboração de projetos arrojados e de expressão arquitetônica marcante.Maior área útil:As seções dos pilares e vigas de aço são substancialmente mais esbeltas do que as equivalentesem concreto, resultando em melhor aproveitamento do espaço interno e aumento da área útil,fator muito importante principalmente em garagens.Flexibilidade:A estrutura metálica mostra-se especialmente indicada nos casos onde há necessidade deadaptações, ampliações, reformas e mudança de ocupação de edifícios.

    Compatibilidade com outros materiais:O sistema construtivo em aço é perfeitamente compatível com qualquer tipo de material defechamento, tanto vertical como horizontal, admitindo desde os mais convencionais (tijolos e

     blocos, lajes moldadas in loco) aos pré-fabricados (lajes e painéis de concreto, painéis drywall ).Menor prazo de execução:Fabricação da estrutura em paralelo com a execução das fundações;Possibilidade de se trabalhar em diversas frentes de serviços simultaneamente;Diminuição de formas e escoramentos;Montagem da estrutura não é afetada pela ocorrência de chuvas.Esses fatores podem levar a uma redução de até 40% no tempo de execução quando comparadocom os processos convencionais.Racionalização de materiais e mão-de-obra:

     Numa obra, realizada pelo processo convencional, o desperdício de materiais pode chegar a 25%em peso. A estrutura metálica possibilita a adoção de sistemas industrializados, fazendo com queo desperdício seja sensivelmente reduzido.Alívio de carga nas fundações:Por serem mais leves, as estruturas metálicas podem reduzir em até 30% o custo das fundações.Garantia de qualidade - A fabricação da estrutura metálica ocorre dentro de uma indústria e commão-de-obra altamente qualificada.Antecipação do ganho:Em função da maior velocidade de execução da obra, haverá um ganho adicional pela ocupação

    antecipada do imóvel e pela rapidez no retorno do capital investido.Organização do canteiro de obras:Como a estrutura metálica é totalmente pré-fabricada, há uma melhor organização do canteirodevido, entre outros, à ausência de grandes depósitos de areia, brita, cimento, madeiras eferragens, reduzindo também o inevitável desperdício desses materiais.Reciclabilidade:O aço é 100% reciclável e as estruturas podem ser desmontadas e reaproveitadas.Preservação do meio ambiente:A estrutura metálica é menos agressiva ao meio ambiente pois além de reduzir o consumo demadeira na obra, diminui a emissão de material particulado e poluição sonora geradas pelasserras e outros equipamentos destinados a trabalhar a madeira.

    Precisão construtiva:Enquanto nas estruturas de concreto a precisão é medida em centímetros, numa estruturametálica a unidade empregada é o milímetro. Isso garante uma estrutura perfeitamente aprumada

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    e nivelada, facilitando atividades como o assentamento de esquadrias, instalação de elevadores, bem como redução no custo dos materiais de revestimento.

    ESTRUTURA CONCRETO x AÇOFonte: Revista Construção Mercado. Ed. PINI. Edição 128. Março de 2012

    José Roberto Leite engenheiro de obras da construtora BKOVANTAGENS DO AÇO DESVANTAGENS DO AÇOPossui estrutura leve e propicia aumento do espaçoútil, maiores vãos livres, ganho de prazo, melhorassertividade no dimensionamento.A estrutura é de precisão milimétrica, maisresistente e sua execução é rápida.

    Exige cuidados contra agressões químicas. Requermão de obra especializada e medidas de proteçãocontra incêndio.Baixa liberdade arquitetônica, processo construtivo pouco conhecido e o custo é alto.

    VANTAGENS DO CONCRETO DESVANTAGENS DO CONCRETOPermite variabilidade de formas.O custo dos materiais é baixo.

    Possui bom comportamento contra incêndios e seu processo construtivo é conhecido.

    Possui peso próprio elevado. Requer fôrmas paramoldagem. Pode apresentar fissurações,

    dificuldade para reformas e demolições e aexecução é demorada.

    João Alberto Vendramini vice-presidente de marketing da Abece(Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural).VANTAGENS DO AÇO DESVANTAGENS DO AÇOO menor peso próprio facilita o transporte e amontagem. Usualmente, possuem prazo deexecução menor. Atendem a vãos elevados egrandes sobrecargas e podem ser produzidas comaços resistentes à corrosão, aumentando a vida útile reduzindo a manutenção.

    A Abece não expôs nenhum argumento contrárioao sistema.

    VANTAGENS DO CONCRETO DESVANTAGENS DO CONCRETOPodem ser executadas praticamente em qualquerlocal independentemente de fornecedoresespecíficos.Podem atender a praticamente qualquer formato proposto pela arquitetura.Pode receber subprodutos de outros processosindustriais, como, por exemplo, a escória de alto-forno, o que lhe confere características desustentabilidade.São duráveis e robustas, com baixo custo de

    manutenção.

    Aplicam grande quantidade de mão de obra local esão mais pesadas.

    Comissão Executiva do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço)

    AÇOEstruturas em aço pesam menos, reduzindo cargas nas bases e custos das fundações em até 30%.Velocidade da construção.A alta resistência permite estruturas mais leves, vencendo grandes vãos livres. Pode chegar

     pronta ao canteiro e ser montada no mesmo dia, sendo ideal para locais com espaço reduzido.Permite adaptações, reforços e ampliações com poucos transtornos e menores custos.Ao final de sua vida útil pode ser desmontada e reaproveitada.A maior precisão, com tolerâncias milimétricas, associada à característica de modularidade,facilita a compatibilização com sistemas.

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    Por serem expostas, permitem inspeções periódicas, com tempo e custo reduzidos. É 100%reciclável, tem comportamento constante e responde bem a ações dinâmicas, como impactos,vibrações e terremotos.Produzem menos ruídos e poeira e não geram entulhosO menor peso das estruturas de aço não favorece fundações com tendência para cargas de tração.

    A rapidez na execução pode significar maior velocidade no desembolso.As vantagens podem não aparecer quando a edificação tem vãos livres muito pequenos e suamontagem exige planejamento prévio.Exigem maior precisão e não aceitam com facilidade ajustes ou improvisos.As estruturas aparentes exigem manutenção periódica da pintura.Podem apresentar maiores deformações e movimentações, que, caso não sejam tratadasadequadamente, podem gerar danos em outros componentes.

    CONCRETO....

    Glécia Vieira coordenadora da área de edificações da ABCP(Associação Brasileira de Cimento Portland)

    AÇO...

    CONCRETOApresentam elevada durabilidade e resistência ao fogo, características que resultam em maiorsegurança à edificação e redução de custo na contratação de seguro. Podem ser moldadas in locoou pré-moldadas –  em canteiro ou não – , flexibilidade que permite adequar o custo da estrutura adiferentes condições. São versáteis e para qualquer das modalidades de produção existe ampla

    rede de fornecedores qualificados (projetistas, construtoras, pré-fabricadores) em todo territórionacional.A ABCP não apresentou nenhuma argumentação contrária à utilização de estruturas de concreto.

    LANÇAMENTO PRELIMINAR DA ESTRUTURAFonte: Projeto Estrutural de Edifícios de Concreto Armado - José Milton de Araújo

    A partir do projeto arquitetônico, a primeira fase do projeto estrutural é a definição da estrutura:Definição das vigas com a limitação das lajes, o posicionamento dos pilares.

     Nessa fase, as dimensões preliminares dos diversos elementos estruturais são definidas

    considerando-se os seguintes fatores: vãos de lajes e vigas, altura do edifício, número de pilaresem cada direção, etc.Essas dimensões são necessárias para o início dos cálculos, podendo ser alteradas à medida que aelaboração do projeto vai avançando. Em todo caso, a experiência anterior serve para que essasdimensões preliminares sejam próximas das finais.

    COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOSO lançamento da estrutura deve, também, levar em conta sua interferência com os demais

     projetos de engenharia, como o projeto elétrico e o projeto hidro sanitário, por exemplo.As dimensões e a disposição dos elementos estruturais devem permitir a passagem dastubulações previstas nesses projetos.

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    SISTEMAS ESTRUTURAIS –  PAINÉIS TILT UP

    (Fonte: TCC UESPI. Airton Costa de Sousa Júnior, 2012)

    INTRODUÇÃOAs empresas construtoras têm sido desafiadas a racionalizarem o processo de produçãointroduzindo mudanças tecnológicas no processo tradicional que levam à industrialização.A industrialização na construção civil deve envolver planejamento, organização, sequênciaexecutiva e repetitividade aliadas à eficiência no processo produtivo.A principal ferramenta é a racionalização construtiva:“processo composto pelo conjunto de todas as ações que tenham por objetivo otimizar o uso derecursos materiais, humanos, organizacionais, energéticos, tecnológicos, temporais e financeirosdisponíveis na construção em todas as fases” (Sabbatini, 1989, p.82 ) Um dos indícios da industrialização é a pré-fabricação.

    Pré-moldado e Pré-fabricado

    Elemento pré-moldado é executado fora do local de utilização definitiva na estrutura, comcontrole de qualidade menos rigoroso, devendo ser inspecionados individualmente ou por lotes,através de inspetores do próprio construtor, da fiscalização, do proprietário ou de organizaçõesespecializadas, dispensando-se a existência de laboratório e demais instalações congêneres

     próprias.Estrutura pré-moldada é aquela em que os elementos estruturais são moldados e obtêmresistência antes de serem colocados definitivamente na estrutura.Elemento pré-fabricado é executado industrialmente, mesmo em instalações temporárias emcanteiros de obra, sob condições rigorosas de controle de qualidade, sendo inspecionadas asetapas de produção compreendendo em ao menos confecção da armadura, formas, oamassamento e lançamento do concreto, armazenamento, transporte e montagem.

    Pré-moldado e Pré-fabricadoA construção do hipódromo da Gávea, em 1926 no Rio de Janeiro, foi a primeira grande obracom elementos pré-moldados no Brasil.Executado pela construtora dinamarquesa Christiani-Nielsen, com sucursal no Brasil.(Vasconcelos, 2002).

    Somente na década de 50 houve a preocupação com a racionalização e a industrialização de

    sistemas construtivos.Em São Paulo, a Construtora Mauá, especializada em construções industriais, edificou váriosgalpões pré-moldados no próprio canteiro de obra (Vasconcelos, 2002).

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    *Utilização de concreto moldado in loco apenas nas juntas ou na regularização, e não paraaumentar a seção resistente.** Aplicação de concreto moldado in loco para ampliação da seção resistente final.

    O sistema tilt-up  é uma técnica que consiste em produzir elementos em concreto armado, na posição horizontal, no próprio canteiro de obras que são, posteriormente, içados para a posiçãovertical e colocados no local definitivo.

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    O Tilt-up é o sistema construtivo mais amplamente utilizado entre os pré-moldados na Américado Norte, chegando a 15 % do total das obras industriais.

     No Brasil, essa tecnologia foi importada pela construtora Walter Torres Jr. no ano de 1993,diretamente dos EUA.

    Esse método de construção surgiu em 1906, nos EUA. Seu nome tem origem na palavra inclinarque em inglês é tilt .Ao levantar as paredes pré-moldadas em concreto armado é necessário içá-las com a ajuda deguindastes, que a partir da base da construção (piso), levam as paredes pré-moldadas até o seulocal definitivo no canteiro de obras.

    Fonte: Revista Construção Mercado N. 27. Ed. Pini Outubro 2003Galpão na cidade de Indaiatuba-SP.A construtora optou pelo tilt-up. O sistema é mais rápido de executar e mais econômico.Execução em 13 dias. Içamento e montagem em 10 dias.Galpão industrial de 9 mil m2 construído para deposito de matéria-prima e produtos acabados.

    Pelo método tradicional, seriam necessários 17.750 m2

     de alvenaria com 15 m de altura.Com o tilt-up o piso é praticamente o mesmo usado com outro sistema, porem é necessário queseja construído antes para ser utilizado como fôrma, pois as paredes são moduladas no chão eiçadas quando prontas.

     Na fundação, as vigas baldrame puderam ser dispensadas.A cada duas extremidades de painéis foi apoiado um bloco de 40 x 40 x 40 cm e uma estaca,com diâmetro de 30 cm e 10 m de profundidade.Se a opção fosse alvenaria de blocos, as dimensões da fundação seriam maiores e a fundaçãonecessitaria de estaqueamento duplo.Foi economizado cerca de 1.050 m de baldrames.Quando prontas, as paredes foram moduladas em painéis de 5 m de largura, permitindo uma

    relação de capacidade de carga com o guindaste a ser mobilizado na época da montagem.Com o sistema titl-up foi necessária uma equipe e 6 funcionários para executar oito painéis pordia (dois carpinteiros, um armador e três ajudantes).

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    600 m2 de paredes trabalhando com duas equipes de montagem e uma equipe de lançamento edesempenamento de concreto por empreitada.Segundo o engenheiro responsável, 210 painéis foram executados em 13 dias.Segundo dados fornecidos pela construtora, houve uma economia de 36%.

     No estudo comparativo, não consideramos ainda o custo gerencial e as despesas indiretas que

    também são reduzidas devido ao prazo e efetivo de pessoal.

    Descrição dos Serviços TILT UP ALVENARIA ARMADA

    Unid Quant. (R$) Total (R$) Quant. Unit.(R$) Total (R$)

    Estacas Φ 30 cm M 2.100 36,00 75.600,00 - - -

    Blocos de concreto m 13,44 800,00 10.752,00 26,88 800,00 21.504,00

    Baldrame m - - - 84 800,00 67.200,00

    Pilares m 290 1.300,00 377.000,00

    Painéis Til up m 15.750,00 65,43 1.030.522,50Alvenaria m - - - 15.750, 40,00 630.000,00

    Chapisco m - - - 31.500, 2,80 88.200,00

    Emboço e reboco m - - - 31.500, 13,15 414.225,00

    TOTAL R$ 1.116.874,50 R$ 1.746.329,00

    Custo m parede (15.750) R$ 70,91 R$ 111,07

    Custo construção (9.000) R$ 124,10 R$ 194,37

    PAINÉIS TILT UPFonte: Revista Construção Mercado N. 27. Ed. Pini Outubro 2003.

    Município de Itumbiara, no Estado de Goiás.

    O galpão industrial tem área construída de 7.000 m²,divididos em linha de produção e áreas paraarmazenagem e expedição.A construção teve inicio em julho de 2003 e a estruturade concreto foi erguida em apenas 60 dias.

    A dimensão das paredes eram 600 x 800 cm, espessurade 12 a 15 cm, com concreto de 25 MPa.Parte da armadura das placas foi executada com telasoldada.Para viabilização desse processo construtivo, o concretodosado em central tem fundamental importância.O fato de a única central dosadora existente na cidadeestar situada próxima ao canteiro de obras (1,5 km) foiuma vantagem.O pavimento do galpão também foi executado emconcreto, com especificação de fck de 30 Mpa.O volume total de concreto dosado em central utilizadona obra chega a cerca de 1.300 m³.

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    Construtora Joharc, Apucarana-PR

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    Construtora Joharc, Apucarana-PR

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    VANTAGENSVelocidade: Fundações simplificadas, ausência de pilares.Economia: Tempo e racionalização do processo. Redução custos mão-de-obra e desperdício.Versatilidade: Possibilidade de reforma e ampliação.Maleabilidade arquitetônica: Admitem acabamentos diversos, tratamento decorativo que se

    deseja.Praticabilidade: Por ser executado em série, a manutenção do controle e da homogeneidade,mantendo-se um elevado padrão de qualidade.Segurança: Elimina-se a necessidade de escoramento, minimizando possíveis acidentes.Durabilidade: Edifícios executados na década de 50 encontram-se em plenas condições de uso.

    Conjunto Residencial Jornalista Paulo de Tarso Moraes(263 casas com um prazo de execução 12 meses).A obra está avaliada em R$ 9,8 milhões, com um preço aproximado de R$ 37 mil por casa(incluindo urbanização do conjunto).Cada casa possui dois quartos, um banheiro, cozinha e sala totalizando uma área de 37,60 m².

    Processo Executivo:Os painéis são montados, horizontalmente, sobre bases de concreto armado usinadodenominadas de pistas. Cada uma delas tem a espessura de 7 a 10 centímetros e a dimensão de 7metros de largura por 40 metros de comprimento.Essas dimensões permitem a montagem de 30 painéis por pista de uma só vez.Uma casa completa, também chamada de “kit”, é formada por 15 painéis, com peso médio de2.500 kgf, todos eles devidamente esquadrejados como mostra o detalhe adiante.

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    Preparo das pistas

    Concretagem das pistas

    Marcação das formas metálicas dos painéis na pista

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    Montagem das formas metálicas dos painéis

    Formas metálicas esquadrejadas das pistas

    Aplicação de desmoldante sobre a pista

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    Adensamento com vibrador tipo rolo.

    Treliça Metálica sobre vãos de portas e janelas

    Paginação das lajotas com a instalação de eletrodutos e tubulações

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    Aplicação de argamassa de revestimento

    Execução do acabamento final

    Localização dos ganchos de içamento no painel

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    Fundações Previamente Executada

    Içamento e transporte dos painéis

    Montagem dos painéis no local definitivo

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    Solda de fixação dos painéis entre si

    Observou-se que ocorria a fissuração nas ligações proveniente da dilatação térmica dos painéis.Para corrigir esse defeito esperado, foi aplicada uma tela de nylon fixada com argamassa colanteapós a concretagem dos encontros entre os painéis e antes do arremate do reboco.

    CONCLUSÕES

    Observou-se, no estudo de caso, que o surgimento de problemas durante o processo de execuçãodas edificações em sistema “tilt-up” ocorreu quase sempre em virtude de ser um métodorelativamente novo na construção civil e por contar com deficiências na mão-de-obra ainda nãototalmente qualificada para esse fim.

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    SISTEMAS ESTRUTURAIS –  PAINÉIS SANDUÍCHE

    Fonte: Mestrado Prof. Fernando Jufat, 1994

    Painel sanduíche é um painel obtido através da associação de duas ou mais camadas ou placas de

    materiais diferentes.O painel estudado é um tipo especial de painel em que se utiliza um núcleo de isolante termo-acústico entre duas placas de concreto.As placas seriam ligadas entre si por meio de conectores especiais ou nervuras.Como resultado dessa associação, resulta um elemento de vedação que reúne características quea princípio não poderiam ser reunidas em um painel tradicional de concreto armado:• resistência estrutural elevada • bom isolamento termo-acústico• peso próprio reduzido 

    O efeito sanduíche foi inicialmente utilizado em habitações como maneira de suprir a deficiênciado concreto no isolamento térmico das paredes.Principalmente em países com inverno rigoroso, a preocupação era muito grande em minimizar atroca de calor com o meio externo e com isso, reduzir o consumo da energia utilizada paramanter o ambiente aquecido.É evidente que as condições climáticas do Brasil não exigem tanto rigor e necessidade de mantera temperatura interna por meio de equipamentos elétricos, mas seria interessante analisar algunscasos especiais.Estudos comprovaram que a edificação com painéis sanduíche proporcionaria um diferencial detemperatura (temperatura do ambiente externo menos temperatura do ambiente interno) até130% maior que as habitações tradicionais (alvenaria).

     Nos primeiros projetos com painéis sanduíche, verificava-se que a preocupação única com a parte térmica desprezava o potencial estrutural que este tipo de construção apresentava.O mais frequente na época era dispor uma camada de material isolante (geralmente algum tipode concreto com agregado leve) no lado externo da parede já existente, e em seguida umacamada mais fina de concreto ou argamassa com finalidade única de proteção.

    O princípio básico que caracteriza um painel tipo sanduíche de concreto é a justaposição de duas placas de concreto com um núcleo de material com elevado isolamento térmico. A forma ou omodo em que as duas placas são interligadas definem dois tipos distintos de painéis:  A ligação entre as duas placas é feita pela adesão direta das placas com o núcleo de isolante. 

    A ligação entre as placas ocorre por meio de conectores que atravessam o isolante e promovem a ligação entre as duas placas. O uso de conectores apresenta-se mais eficiente do ponto de vista estrutural

    O painel sanduíche pode ser do tipo portante ou apenas de vedação.O painel sanduíche possui características que o tornam peça estrutural por natureza. O raio degiração relativamente elevado devido à maior inércia proporcionada pelo afastamento das placasé uma excelente característica do painel.A título de ilustração, um painel sanduíche com 15 cm de espessura total, possui raio de giração20% maior que uma parede de alvenaria com mesma espessura e 125% maior que um painel deconcreto com 8 cm de espessura.

    Painel portante, ou painel estrutural, é aquele responsável pela resistência aos esforços predominantes da estrutura.

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     Numa edificação constituída de painéis estruturais, cada painel, de forma interdependente, resisteaos esforços oriundos de ações externas e transferem a outros painéis da estrutura carregamentosverticais e horizontais.O painel de vedação, ou painel não-estrutural, é projetado com função de resistir a esforços

     produzidos pelo próprio painel e por ações horizontais. Deste modo, apenas esforços causados

     pelo peso próprio do painel e por ação do vento (além dos esforços de origem interna) afetarão ocomportamento do painel. A resistência a cargas verticais é responsabilidade de uma estrutura portante independente.

    HISTÓRICOO princípio sanduíche foi usado pela primeira vez na construção civil em 1849 por WillianFairbairn em ensaios com pontes constituídas de vigas compostas utilizando madeira laminada econcreto.O primeiro exemplo que se tem conhecimento do uso de painéis tipo sanduíche na construção deedificações foi em 1906, num processo de construção de painéis tipo tilt-up, no qual os painéisou paredes inteiras são moldadas em posição horizontal e o mais próximo possível do local

    definitivo, onde são erguidos para a posição vertical após a cura.

    COMPONENTESDuas placas de concreto com um núcleo central de material com elevado isolamento termo-acústico formando uma seção sanduíche.• PLACAS DE CONCRETO 

    • NÚCLEO DE ISOLANTE • CONECTORES 

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    COMPORTAMENTO ESTRUTURALO comportamento estrutural que a seção transversal do painel pode assumir é a principalindeterminação no dimensionamento do painel em si, quando considerado isoladamente.

    A mais importante característica da seção transversal do painel esta relacionada com a possibilidade ou não de deslocamentos transversais relativos entre as placas.Com o conhecimento preciso das propriedades geométricas da seção, o dimensionamento éequivalente ao de outra seção qualquer de concreto armado.

    Segundo uma abordagem clássica apresentada pelo PRECAST/PRESTRESSED CONCRETEINSTITUTE (PCI) sobre o comportamento estrutural, os painéis podem ser classificados em trêstipos:• Painel totalmente composto (interação total entre as placas); • Painel parcialmente composto (interação parcial entre as placas);• Painel não-composto (nenhuma interação entre as placas).

    PAINEL TOTALMENTE COMPOSTOA seção transversal funciona como se fosse uma seção única, de inércia majorada peloafastamento das placas devido à presença do núcleo de isolante.

     Não existem deslocamentos relativos entre as duas placas, onde ambas possuem funçãoestrutural e resistem em conjunto aos esforços.O funcionamento composto do painel é garantido por uma ligação rígida entre as duas placasatravés de conectores que impedem movimentos relativos entre as duas placas na direção do vão

    do painel e transferem 100% do cisalhamento entre as placas.

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    PAINEL PARCIALMENTE COMPOSTODependendo da rigidez e quantidade dos conectores que fazem a ligação entre as placas, acomposição do painel pode ser apenas parcial.Painéis parcialmente compostos também são constituídos de duas placas de função estrutural. Adiferença está no fato de que o funcionamento totalmente composto da seção não está garantido.

    Os conectores possuem capacidade de transferir entre 0,0 e 100% do cisalhamento entre as duas placas de concreto.

    PAINEL NÃO COMPOSTOPainel não-composto é aquele em que o funcionamento entre as duas placas de concreto se dá deforma completamente independente, como se fossem dois painéis. Neste tipo de painel, osconectores não são capazes de transferir o cisalhamento entre as placas ou transmitem apenasuma parcela insignificante.O painel não-composto às vezes nasce de uma "sofisticação" dos painéis já em uso no mercadotradicional, como os painéis PI ou lajes alveolares.- Painel em que ambas as placas possuem função estrutural e resistem independentemente aos

    esforços aplicados. A distribuição ou divisão das cargas laterais se dá de acordo com a rigidez decada placa;- Painel em que apenas uma das placas tem função estrutural e resiste sozinha a todos os esforçosa que está submetido o painel, inclusive o peso da placa não-estrutural, que aqui possui a funçãoúnica de revestimento e proteção do isolante.

    PLACASA placa não-estrutural é aquela cuja contribuição para a capacidade resistente do painel édesprezível. Limita-se somente à função de proteção do isolante e de acabamento externo do

     painel.De modo geral, a placa não-estrutural fica voltada para o lado externo da edificação, onde recebeacabamentos arquitetônicos diversos.Outra razão para dispor a placa não-estrutural no lado externo, é que a placa estrutural (voltada

     para o lado interno) possui maior inércia térmica e retém maior quantidade de energia no interiorda edificação

    ISOLANTESO uso de painéis tradicionais na construção civil apresenta a desvantagem de, devido à sua

     pequena espessura, proporcionar baixo isolamento termo-acústico ao ambiente interno.A escolha do material isolante constitui peça fundamental na eficiência térmica do painel.O isolante ideal deve ser de baixa densidade, bom isolamento termo-acústico e preço acessível.

    Como um material que reúna todas essas características não é comum, deve-se fazer a escolha domaterial isolante de acordo com um estudo bem elaborado sobre o que é mais importante emcada projeto: se o peso próprio do painel, se o isolamento termo-acústico ou se o custo da obra.

    Câmaras frigoríficas x Residências em climas não tão rigorosos,

    Do ponto de vista estrutural, o tipo de isolante apresenta maior importância quando se trabalhacom painéis sem conectores devido ao efeito da aderência.

    ISOLANTES  –  PONTE TÉRMICAÉ um fenômeno associado ao modo como o calor se move através de substâncias com diferentes

    condutividades térmicas.A difusão do calor entre as placas do painel se dá por meio de pontes térmicas ou "caminhos"ligando diretamente a fonte de calor ao ambiente mais frio.

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    A diferença de energia entre os dois pontos é a força que conduz o calor.Quando, durante o processo de moldagem das placas, uma quantidade excessiva de argamassa

     penetra no isolante, ligando uma placa à outra.Conectores metálicos em excesso, formam-se várias pontes térmicas por onde uma quantidadedemasiada de calor escapa.

    Os conectores de aço têm até 1800 vezes a condutividade do isolante. Isto reduzsignificativamente o valor da resistência térmica do painel .O problema das pontes térmicas, embora seja de fundamental importância em alguns países queutilizam painéis sanduíche, não seria exatamente o grande problema dos painéis sanduícheutilizados no Brasil.O nosso clima, de maneira geral, não exige rigoroso controle de temperatura para ambientesinternos.

    ISOLANTES  –  ARRANJO (DISPOSIÇÃO)A principal recomendação quanto à disposição do núcleo de isolante entre as duas placas estárelacionada com a preocupação em minimizar a formação de pontes térmicas.

    As aberturas no isolante para passagem dos conectores devem ser preenchidas com materialisolante ou seladas para que o concreto fresco não infiltre nessas aberturas e forme pontes defluxo de energia.

    CONECTORESConectores são elementos de concreto, aço ou plástico usados para interligar as duas placas

     paralelas de forma a manter o isolante firme no local e impedir a separação das placas.Quando de aço galvanizado, deve-se observar para que o contato do conector com a armadura

     principal da placa não produza reações galvânicas.

     No caso de painéis sem conectores, o fator mais importante no projeto é a aderência entre as placas e o isolante.Em painéis com conectores, o tipo de conector passa a ser a variável mais importante para semelhorar o desempenho estrutural do painel, principalmente quando se utilizam isolantes maisleves.

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    SISTEMA COM MOLDAGEM POSTERIOR DAS PLACASTrata-se de um sistema constituído de um pré-painel de material isolante (geralmente

     poliestireno ou poliuretano) que recebe revestimento somente após a montagem dos pré-painéisna obra.As placas são armadas com tela soldada disposta em cada uma das faces do isolante e ligadas pormeio de barras eletrosoldadas. O revestimento de pode ser efetuado por meios tradicionais deemboçamento ou por processos mais modernos que empregam mecanismos de jateamento daargamassa sob pressão.Uma característica deste sistema é a continuidade da armadura de painel a painel antes de serem

    moldadas as placas.

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    ESTRUTURAS PRÉ-MOLDADAS

    DEFINIÇÕES DA NBR 9062-2006

    Ajuste; Colarinho; Cálice; Contorno justaposto; Desvio; Dimensão básica; Elemento delgado;

    Elemento linear; Elemento em placa; Elemento pré-moldado; Elemento pré-fabricado; Folga para ajuste negativo; Folga para ajuste positivo; Inserto; Ligações; Peças compostas ou mistasRugosidade; Tolerância (desvio permitido); Tolerância global do elemento; Variaçãovolumétrica do elemento.

    AJUSTEDiferença entre a medida nominal de dimensão de projeto reservada para a colocação de umelemento e a medida nominal da dimensão correspondente do elemento.

    Simbologia:a = Ajuste;t = Tolerância;tex = Tolerância de Execuçãot loc = Tolerância de LocaçãoΔ = Variação Volumétrica 

    f = Folgal nominal = Comprimento de projetoa+ = Ajuste positivoa- = Ajuste Negativo

    O “ajuste" pode ser positivo ou negativo. 

    CÁLICECavidade para encaixe do pilar pré-fabricado por penetração dentro da base do elemento defundação.

    COLARINHOTipo de cálice, composto por conjunto de paredes salientes do elemento de fundação, quecontornam a cavidade destinada ao encaixe dos pilares.

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    CONTORNO JUSTAPOSTOConsideração das seções transversais das regiões das peças que estão sobrepostas.Dimensão do elemento pré-moldado estabelecida no projeto, consideradas as folgas necessárias

     para possibilitar a montagem.

    DIMENSÃO BÁSICADimensão do elemento pré-moldado estabelecida no projeto, consideradas as folgas necessárias

     para possibilitar a montagem.

    DESVIODiferença entre a dimensão básica e a correspondente executada.

    ELEMENTO DELGADOElemento que possui uma das dimensões menor ou igual a 10 cm.

    ELEMENTO LINEARElemento que possui uma das dimensões preponderantes em relação às outras dimensões.

    ELEMENTO EM PLACAElemento que possui duas das dimensões preponderantes em relação à outra dimensão.

    ELEMENTO PRÉ-MOLDADOElemento moldado previamente e fora do local de utilização definitiva na estrutura, conformeespecificações desta Norma.

    ELEMENTO PRÉ-FABRICADOElemento pré-moldado executado industrialmente, em instalações permanentes de empresadestinada para este fim, que se enquadram e atendem aos requisitos mínimos das especificaçõesdesta Norma.

    FOLGA PARA AJUSTE NEGATIVODiferença entre a medida máxima da dimensão de projeto reservada para a colocação de um

    elemento e a medida mínima da dimensão correspondente do elemento. Equivale à menorextensão possível do apoio.Maior espaço - Menor dimensão da peça.

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    FOLGA PARA AJUSTE POSITIVODiferença entre a medida mínima da dimensão de projeto reservada para a colocação de umelemento e a medida máxima da dimensão correspondente do elemento. Equivale ao espaçomínimo para viabilizar a montagem. Deve ser verificada a condição crítica de cada caso.

    Menor espaço - Maior dimensão da peça.

    INSERTOQualquer peça incorporada ao elemento pré-moldado, para atender a uma finalidade de ligaçãoestrutural ou para permitir fixações de outra natureza.

    LIGAÇÕESDispositivos utilizados para compor um conjunto estrutural a partir de seus elementos, com afinalidade de transmitir os esforços solicitantes, em todas as fases de utilização, dentro dascondições de projeto, mantendo as condições de durabilidade ao longo da vida útil da estruturaconforme definido o conceito de vida útil da NBR 6118.

    PEÇAS COMPOSTAS OU MISTASElementos de concreto executados em moldagens distintas e interligados de forma a atuar emconjunto sob o efeito das ações aplicadas após a sua junção. A seção transversal de tal peça édenominada "seção composta” ou “seção mista”. 

    RUGOSIDADESaliências e reentrâncias conseguidas através de apicoamento do concreto endurecido ou dedispositivos, ou processos especiais por ocasião da moldagem do concreto, de maneira a criarirregularidade na superfície do elemento.Para os efeitos desta Norma, a rugosidade é medida pela relação entre as alturas das saliências oureentrâncias e sua extensão.

    TOLERÂNCIA (Desvio Permitido)Valor máximo aceito para o desvio, prescrito obrigatoriamente no projeto.

    TOLERÂNCIA GLOBAL DO ELEMENTOSoma estatística das tolerâncias positivas e negativas, em módulo, constatadas na fabricação e no

     posicionamento do elemento, somada com a tolerância de locação em módulo.

    VARIAÇÃO VOLUMÉTRICA DO ELEMENTO

    Variação de dimensões, correspondente a fenômenos físicos, tais comovariação térmica, retração e fluência.Diferença entre a dimensão básica e a correspondente executada.

    ESPECIFICAÇÕES GERAISAs dimensões dos elementos, inclusive a geometria das seções transversais, devem ser fixadaslevando em conta as tolerâncias globais compatíveis com o processo construtivo (fabricação emontagem)A análise da estrutura deve levar em conta as retrações e as eventuais deformações diferenciaisentre concretos de diferentes idades e composições.A análise deve ser efetuada considerando todas as fases por que possam passar os elementos. As

    fases frequentes que exigem verificação dos elementos são:a) de fabricação; b) de manuseio;

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    c) de armazenamento;d) de transporte;e) de montagem;f) de construção (preliminar e final).

    A fase final de construção não se considera encerrada senão quando houver a ligação definitivado elemento com os outros elementos da estrutura.

    TOLERÂNCIA QUANTO À FABRICAÇÃO:

    Grupo de elementos pré-moldados  Seção ou dimensão 

    Tolerância 

    Pilares, vigas, pórticos eelementos Lineares

    Comprimento

     L ≤ 5 m  +/- 10 mm

    5 m 10 m +/- 20 mm

    Seção transversal - 5 mm e + 10 mm

    Distorção +/- 5 mm

    Linearidade +/- L/1000

    Grupo de elementos pré-moldados  Seção ou dimensão 

    Tolerância 

    Painéis, lajes, escadas, e

    elementos em placa

    Comprimento

     L ≤ 5 m  +/- 10 mm

    5 m 10 m +/- 20 mm

    Espessura - 5 mm e + 10 mm

    Distorção Largura ou altura ≤ 1 m  +/- 3 mm cada 30cm

    Largura ou altura > 1 m +/- 10 mm

    Linearidade +/- L/1000

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    TOLERÂNCIA QUANTO À MONTAGEM:a)  a tolerância para montagem em planta é de ± 1,0 cm entre apoios consecutivos, não

     podendo exceder ao valor acumulado de 0,1% do comprimento da estrutura; b)  a tolerância em relação à verticalidade é de ± 1/300 da altura até o máximo de 2,5 cm;c)  a tolerância em relação ao nível dos apoios é de ± 1,0 cm, não podendo exceder ao valor

    acumulado de 3,0 cm, quaisquer que sejam as dimensões longitudinal e transversal daestrutura, exceto para caminhos de rolamento, quando este valor é de 2,0 cm;d)  a tolerância em planta e em elevação para montagem dos pilares é de ± 1,0 cm;e)  a tolerância em planta para montagem dos blocos pré-moldados sobre a fundação é de ±

    5,0 cm;f)  na montagem de elementos que tenham um contorno justaposto a um contorno

    semelhante, a tolerância de justaposição é de +/- 2,0 cm.

    ALÇAS DE LEVANTAMENTO:As alças e pinos de levantamento são considerados como ligações temporárias com oequipamento de manuseio e montagem das peças.

     Na sua parte externa funcionam predominantemente à tração e na parte imersa no concreto, aocisalhamento por aderência.As alças devem ser solicitadas por barras de aço ou cordoalhas ou cabos que formam com a peçaum ângulo mínimo de 40º.O concreto na região próxima às alças deve ser verificado quanto às tensões radiais atuantes,devendo ser verificado quanto à necessidade de adoção de armadura complementar para a

     prevenção de fissuras.As alças devem estar posicionadas conforme o ângulo de içamento previsto em projeto, demaneira que ambos os ramos trabalhem sob a força de tração.É necessária a verificação do comprimento de ancoragem por aderência das barras tracionadas,segundo a NBR 6118.

     No caso de utilização de aço CA-25 na confecção das alças, somente podem ser utilizadas bitolasde ø 10 mm a ø 16 mm. Não devem ser utilizados aços CA50 ou CA60 na confecção de alças delevantamento.

     Na confecção de alças (além de cabos, cordoalhas e barras CA-25), podem ser utilizadosmateriais que apresentem dutilidade adequada, dando-se prioridade para a utilização de furos deiçamento e dispositivos mecânicos específicos de içamento.Após a montagem dos elementos, as alças de içamento devem ser sempre cortadas e a armaduratratada para evitar pontos de corrosão.Permite-se a permanência da alça nas peças compostas ou mistas, desde que convenientementeenvolvidas pelo concreto moldado no local.

    ARMADURASAplica-se o disposto na ABNT NBR 6118 às exigências relativas à seção transversal, aoespaçamento, ao dobramento e fixação das barras e às suas emendas, à armadura de suspensão eàs peças cintadas no caso de armadura não protendida

    COBRIMENTOPara concretos de elementos pré-moldados, aplica-se o determinado na ABNT NBR 6118, ondeo cobrimento mínimo para qualquer barra da armadura, inclusive de distribuição, de montagem,de ligação e estribos, pode ser garantido adotando-se o valor Δc = 5 mm. Δc –  tolerância de execução para o cobrimento

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     Nos elementos pré-fabricados, ensaios comprobatórios de desempenho da durabilidade doelemento pré-fabricado de concreto, frente ao nível de agressividade previsto em projeto devemestabelecer os cobrimentos mínimos a serem atendidos.

     Na falta destes ensaios, desde que seja utilizado concreto com fck ≥ 40 MPa e relação

    água/cimento ≤ 0,45, os cobrimentos podem ser reduzidos em mais 5 mm em relação ao item9.2.1.1.1, não sendo permitidos cobrimentos menores que:- lajes em concreto armado ≥ 15 mm  - demais peças em concreto armado (vigas / pilares) ≥ 20 mm - peças em concreto protendido ≥ 25 mm - peças delgadas protendidas (telhas/nervuras) ≥ 15 mm - lajes alveolares protendidas ≥ 20 mm 

    Caso haja previsão de revestimento posterior do concreto com pintura protetora, tanto paraelementos pré-moldados como pré-fabricados, a eficácia da proteção e sua durabilidade emrelação ao meio a que o elemento estará exposto devem ser comprovadas experimentalmente em

    laboratório nacional especializado, possibilitando estabelecer cobrimentos mínimos a seremutilizados que, em todos os casos, devem respeitar os cobrimentos mínimos estabelecidosanteriormente.

    MONTAGEMA armadura deve ser colocada no interior das fôrmas de modo que, durante o lançamento doconcreto, mantenha-se na posição indicada no projeto, conservando-se inalteradas as distânciasdas barras entre si e as faces internas das fôrmas.É permitido para isso o uso de arame e de tarugos de aço ou espaçadores de concreto, argamassaou de material plástico de alta densidade

     Não é permitido o emprego de calços, cujo cobrimento, depois de lançado o concreto, tenhaespessura menor que a prescrita em 9.2.1.1. O posicionamento da armadura deve ser garantido

     para que se possa utilizar o valor de Δc = 5 mm.  Nas lajes, placas e mesas das vigas T, devem ser feitas amarrações das barras, de modo que, emcada uma destas, o afastamento entre duas amarrações não exceda a 35 cm.

    INSERTOSOs insertos, que podem ser colocados antes do lançamento do concreto ou após o endurecimentodeste, devem ser posicionados de modo a não prejudicar a armadura.Os insertos devem ser ancorados no concreto de modo a garantir que possam resistir, com asegurança prevista, aos esforços para os quais foram calculados.

    CONCRETOPreparo: Aplica-se o disposto na NBR 12655 com relação à resistência do concreto, à medidados materiais, à dosagem e mistura do concreto e ao seu controle e recebimento.

     Não é permitido amassamento manual do concreto.Aplica-se o disposto na NBR 7212 para concreto dosado em central.Concretagem: Ao transporte e ao lançamento do concreto aplica-se o disposto na ABNT NBR14931 (Execução de estruturas de concreto  –  Procedimento) e ABNT NBR 12655 (Concreto decimento Portland - Preparo, controle, recebimento e aceitação –  Procedimento).Adensamento: Durante ou imediatamente após o lançamento, o concreto deve ser adensado porvibração, centrifugação ou prensagem, permitindo-se a adoção de mais de um destes métodos

    concomitantemente. O adensamento deve ser cuidadoso para que o concreto preencha todos osrecantos da fôrma. Tomar precauções para que não se formem ninhos ou haja segregação dosmateriais.

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    Evitar que os vibradores de imersão, no contato com a armadura, formem vazios a seu redor daarmadura por causa da vibração.

     Nos vibradores de imersão, a espessura da camada deve ser ≈ 3/4 do comprimento da agulha. Não se podendo atender a esta exigência, devem ser empregados vibradores externos, réguasvibratórias e outros processos de adensamento.

    Quando se utilizar vibradores de fôrma externos, estes devem ser dispostos em quantidades edistâncias tais entre si que garantam o adensamento uniforme do concreto mesmo nos pontosmais afastados dos vibradores.

     No caso da utilização do concreto auto-adensável, está dispensada a utilização de vibração, desdeque o resultado final do adensamento ocorra conforme previsto no item 9.4.2.1.1.Juntas de Concretagem: Caso haja interrupção da concretagem, o concreto cuja consistência nãomais permite o adensamento deve ser removido das fôrmas e substituído por concreto fresco,tomando-se as precauções necessárias para garantir condição de aderência na superfície deligação entre o concreto remanescente com o do novo trecho, ao reiniciar-se o lançamento.

    FORMAS

    As fôrmas devem adaptar-se às formas e dimensões das peças projetadas, respeitadas astolerâncias estabelecidas em 5.2.2.Podem ser constituídas de aço, alumínio, concreto ou madeira, revestidas ou não de chapasmetálicas, fibra, plástico ou outros materiais que atendam às características exigidas nesta seção.Dimensionamento: Ao dimensionamento das fôrmas aplica-se o disposto na NBR 14931(Execução de estruturas de concreto –  Procedimento).Desmoldagem: O projeto e a execução das fôrmas devem atender todas as condições para fácildesmoldagem, sem danificar os elementos concretados, como previsão de ângulos de saída, livreremoção das laterais e cantos chanfrados ou arredondados.Desmoldagem: No caso em que as superfícies das fôrmas sejam tratadas com produtos anti-aderentes, destinados a facilitar a desmoldagem, esse tratamento deve ser feito antes dacolocação da armadura.Os produtos anti-aderentes não devem atingir a armadura; caso isto aconteça, as barras, fios oucabos devem ser substituídos ou adequadamente limpos com solventes.Limpeza: As fôrmas devem ser cuidadosamente limpas antes de cada utilização e isentas de

     pintura ou outras substâncias protetoras que possam aderir à superfície dos elementos deconcreto.

    PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA NOVA NORMA Necessidade de adequação às prescrições da norma de concreto NBR-6118, bem como àtendência internacional de normalização e às inovações tecnológicas de materiais e de processos

    de execução.A diferenciação detalhada entre elementos pré-fabricados e pré-moldados:Pré-moldado: “Elemento moldado previamente e fora do   local de utilização definitiva naestrutura, conforme especificações estabelecidas em 12.1.1.” Pré- fabricado: “Elemento pré-moldado executado industrialmente, em instalações permanentesde empresa destinada para este fim, que se enquadram e atendem aos requisitos mínimos dasespecificações do item 12.1.2” A principal diferença no controle destes dois tipos de elementos consiste que para elementospré-moldados se dispensa a existência de laboratório e demais instalações congênerespróprias e sendo assim, reforçando o conceito de produção industrial em série para os elementos

     pré-fabricados.

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    Enga. Dra. Daniela Gutstein. Engevix Eng. / Florianópolis. Comissões de revisão da NBR 9062Enga. Iria Lícia Oliva Doniak. ABCIC/SP, IBRACON. Comissões de revisão da NBR 9062Eng. Carlos E. Mello. Coordenador da Comissão de Estudos de revisão da NBR 9062.

    PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA NOVA NORMA

    Valores diferenciados de cobrimentos mínimos, considerando-se a tolerância de execuçãoΔc = 5mm para elementos pré-moldados.Os cobrimentos mínimos podem ser reduzidos em mais 5 mm (Δ c=10 mm em relação aosmínimos estabelecidos na NBR-6118), quando utilizado concreto com fck 40 MPa e relaçãoágua/cimento 0,45.- Lajes em concreto armado 15 mm;- Demais peças em concreto armado (vigas / pilares) 20 mm;- Peças em concreto protendido 25 mm;- Peças delgadas protendidas (telhas/nervuras) 15 mm;- Lajes alveolares protendidas 20 mm.

    Especificações próprias para a estabilidade global de estruturas pré-moldadas, tais comodefinições relacionadas à rigidez das ligações para fins de modelagem numérica.

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    Tolerâncias de fabricação, montagem e execução, tendo como referência a normalizaçãointernacional, especificações de fabricantes e manuais de controle de qualidade do Selo deExcelência ABCIC (Associação Brasileira de Construção Industrializada de Concreto);

    Solicitações dinâmicas no manuseio, transporte e montagem dos elementos;

    Alças e levantamento, com novas limitações aos tipos de aço que podem ser utilizados, bemcomo, detalhamento das verificações que devem ser feitas no dimensionamento;

    Estado limite de deformação, com limites de deslocamentos horizontais globais da estrutura deelementos pré-moldados;

    Documentos técnicos que especificam os principais itens que não podem faltar nos documentosde projeto a serem fornecidos para o cliente, entre outros;

    Revisão geral no item de Ligações;

    Demais itens relacionados à fabricação e montagem de elementos pré-moldados e pré-fabricados, tais como, formas, cura acelerada, execução e liberação dos elementos pré-moldados

     protendidos por pré-tração, controle da qualidade e inspeção.

    LIGAÇÕES

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    LIGAÇÕES

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    Ligações solicitadas predominantemente por compressão

    São os apoios de elementos pré-moldados entre si, ou de elementos pré-moldados sobre os outroselementos de concreto moldado no local, exceto os apoios de pilares sobre suas fundações,tratados separadamente.a) com junta a seco;

     b) com intercalação de uma camada de argamassa;c) com concretagem local;d) com dispositivos metálicos;e) com almofadas de elastômero.

    a) com junta a seco-Permite-se o assentamento de elementos pré-moldados com juntas a seco, em situações onde a

     pressão de contato sobre os apoios não ultrapassa o valor de 0,042 fcd, sendo que o fcd refere-seà menor das resistências características dos materiais em contato.-Não devem ser adotadas tensões de contato superiores a 1 MPa, exceto nos casos onde éassegurada a não rotação do apoio.-Neste último caso, a tensão não deve ultrapassar o valor de 0,06 fcd, sendo limitada a 1,5 MPa.

     b) com intercalação de uma camada de argamassa-Permite-se o uso de argamassa de assentamento entre elementos, com a finalidade de corrigir

     pequenas imperfeições, bem como evitar a transmissão de cargas por poucos pontos de contato.-O assentamento não pode ser executado após o início de pega da argamassa.-A pressão de contato não deve ultrapassar 5 MPa.

    -A tensão de cisalhamento não deve ultrapassar 10% da tensão de contato.

    c) com concretagem local-Devem ser previstas em projeto dimensões mínimas que permitam a concretagem local.-Deve ser utilizado concreto ou graute com resistência mínima igual ao menor fck das peçasligadas, de tal modo que a ligação tenha comportamento monolítico.

    d) com dispositivos metálicos-As partes dos dispositivos metálicos ligados ao concreto dos elementos pré-moldados devem serfixadas por grapas ou parafusos devidamente ancorados.-Devem ser cuidadosamente verificados os efeitos do aquecimento sobre o concreto e oselementos de fixação, particularmente quanto à aderência.-Os detalhes construtivos devem prevenir deformações localizadas excessivas das partesmetálicas.

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    e) com almofadas de elastômero-Caso não sejam tomados cuidados especiais para proteger as almofadas de apoio contratemperaturas superiores a 80°C, deve ser previsto, em projeto, a substituição da almofada deapoio eventualmente danificada após incêndio na edificação.-No caso de elementos protendidos com previsão de encurtamentos importantes decorrentes daretração e da fluência, permite-se prever no projeto e detalhamento, a possibilidade de levantaros elementos para aliviar a almofada, recarregando-a a seguir.

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    Ligações solicitadas predominantemente por tração Elementos pré-moldados suspensos por tirantes de concreto ou outros dispositivos, fixados emoutros elementos pré-moldados ou de concreto moldado no local.-A força de tração deve ser resistida exclusivamente pela armadura, devendo ser adotado umcoeficiente de redução da tensão mínima de escoamento, conforme a NBR 6118.

    -No caso de existirem entalhes na armadura (filetes de rosca, por exemplo), deve ser consideradaa diminuição de resistência correspondente.

    Ligações solicitadas predominantemente por flexão Ligações visando dar continuidade a elementos como vigas, lajes, pilares, pórticos e arcos.Permite-se a subdivisão de elementos pré-moldados de grandes dimensões em segmentos.A solidarização desses segmentos pode ser feita por protensão, por solda, por meio dedispositivos metálicos ou mediante concretagem local.-Exige-se verificação da resistência da seção emendada ao esforço cortante (cisalhamento).-A ligação que deva impedir a rotação relativa dos elementos ligados, deve ser realizada antes daaplicação de sobrecargas permanentes ou variáveis.

    -No caso de serem projetadas ligações que permitam qualquer rotação dos elementos ligadoscom concretagem local, deve ser prevista armadura suficiente para evitar a abertura de fissurasquando a estrutura for utilizada em serviço.

    ESTRUTURAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO PARA EDIFÍCIOS DE MÚLTIPLOSPAVIMENTOS DE PEQUENA ALTURA : UMA ANÁLISE CRÍTICAFonte: Mestrado do Engenheiro Noé Marcos NetoOrientador: Profº. Dr. Mounir Khalil El Debs. EESC –  USP 1998

    Tipologia de Sistemas Estruturais para Edifícios de Múltiplos Pavimentos de Pequena Altura

     No Brasil, as tipologias construtivas mais usuais nas estruturas de pequena altura, são esqueletoscom pilares engastados na fundação e vigas simplesmente apoiadas.

    Item  Solução  Emprego  Vantagens 

    FUNDAÇÕES

    Tipo Cáliceligação pilar-fundaçãorígida

    Ligações menos deformáveisPossibilidade de montagems/escoras

    Chapa Metálicaligação pilar-fundaçãorígida

    Vantagem econômica quando há

    forte predominância de flexão aonível da fundação;Possibilidade de desmontagem daestrutura.

    PILARES

    ContínuoAté 12 m, limitado àssituações de transporte emontagem.

    Rápida montagemMenor número de ligações.

    SegmentadoPouco usual em edifíciosde pequena altura

    Raras situações específicascondicionadas por problemas detransporte ou montagem.

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    Item  Solução  Emprego  Vantagens 

    VIGAS

    Seção CompletaMais utilizado quando oselementos de laje também

    apresentam seção completa

    Maior rapidez de montagem; Não precisa escoramento;

    Melhor nível de acabamento final

    Seção ParcialMais utilizado quando oselementos de laje tambémapresentam seção parcial

    Redução de peso para transporte emontagem do elemento.Possibilidade de aumento de seçãoresistente do elemento.

    LAJES

    Seção Completa Pisos/coberturasRapidez na montagem e nãonecessidade de escoramento.

    Seção Parcial Pisos/coberturas

     possibilidades de formação deseções Resistentes.Possibilidade de montagemmanual.Menor custo de transporte.Possibilidade de incorporação defunção diafragma na estrutura

    PILARES

    Produzidos com ou sem protensão.A seção vazada e a duplo T são utilizadas onde as ações horizontais são predominantes.

    VIGAS

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    Produzidos com ou sem protensão.

    Associada com pré-laje, permite a formação de viga T com mesa concretada in loco.Produzidos com ou sem protensão.

    LAJES

    Vão máximo de 20 m.Geralmente protendida e extrudada.Pode ser incorporada capa decompressão.

    Vão máximo de 24 m.Geralmente protendidas.A capa de concreto pode ser dispensada.

    Vão máximo de 4 m.Geralmente protendida.

    Vão máximo de 7,2 m.Sem protensão e com montagem manual.

    Vão máximo de 7,2 m.Sem protensão e com montagem manual.

    Vão máximo de 7,2 m.Pode ser protendida.Possibilidade de montagem manual.

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    Edifício de 15 Pavimentos em TeresinaFonte: Artigo “Utilização de pré-moldados decanteiro para execução da estrutura deconcreto armado de um edifício residencial

    com quinze pavimentos em Teresina-PI.” Prof. Dr. Pedro Wellington G. N. TeixeiraProf. Fernando Drummond R. Gonçalves

    A estrutura original do edifício foi originalmente concebida para ser praticamente toda moldada

    no local.Devido à disponibilidade de espaço no canteiro de obras e a existência de equipamento comcapacidade de carga de 12 kN, com braço de até 40m, resolveu-se avaliar a possibilidade deaplicar pré-moldagem.O resultado foi a pré-moldagem, no canteiro, de cerca de 520 m² de cada uma das 14 lajes quecompõem a estrutura, totalizando cerca de 7.000 m² de área.A alteração do projeto foi feita após a execução das fundações, e somente pôde ser aplicada dasegunda laje em diante.

    O pavimento é, praticamente, duplamente simétrico, sendo as dimensões em planta de cerca de25 m x 25 m.

    A altura total é de 52,02 m em relação ao nível do térreo.As fundações são do tipo sapata, assentes sobre uma camada de rocha com cerca de 3m deespessura sobreposta a uma camada de areia com mais de 20 m deespessura e SPT médio de 26.A tensão admissível no solo foi adotada com valor de 0,7 MPa.O contraventamento é formado por associações de pórticos e pilares-parede.

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    DESCRIÇÃO DA OBRA

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    Forma da pré-laje

    Foto: Eng. Rômulo Tajara

    Içamento da pré-laje

    Foto: Eng. Rômulo Tajara

    Içamento da pré-viga

    Foto: Eng. Rômulo Tajara

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    ALVENARIA ESTRUTURAL

    Fonte: Livro PROJETO DE EDIFÍCIOS DE ALVENARIA ESTRUTURALMárcio A. Ramalho e Márcio R. S. Corrêa

     Norma atual: NBR 15961/2011

    CONCEITO ESTRUTURAL BÁSICOO principal conceito estrutural ligado à utilização da alvenaria estrutural é a transmissão de açõesatravés de tensões de compressão.As tensões de tração devem se restringir a pontos específicos da estrutura e não apresentaremvalores muito elevados.A estrutura pode ser tecnicamente viável, quando as trações ocorrerem de forma generalizada ouseus valores são elevados, mas dificilmente será economicamente viável.

    O sistema construtivo se desenvolveu inicialmente através do empilhamento puro e simples deunidades, tijolos ou blocos, de forma a cumprir a destinação projetada.

     Nessa fase inicial, os vãos eram criados por peças auxiliares, como, por exemplo, vigas demadeira ou pedra.PROBLEMA: durabilidade das vigas de madeira utilizadas sobre alvenarias cerâmicas de pedra.

     Nas construções da antiguidade as paredes são originais, mas os pavimentos e telhados, quandoexistem, são partes reconstruídas, pois os originais desapareceram com o correr dos séculos

    Com o desenvolvimento do sistema construtivo, percebeu-se que uma alternativa interessante eviável para a execução dos vãos seriam os arcos.Os vãos eram obtidos por meio do conveniente arranjo das unidades, de forma a se garantir o

     preceito básico da não-existência de tensões de tração com valores significativos.

    Fonte:http://www.brasil.geradordeprecos.info/obra_nova/Estruturas/Alvenarias/Arcos/Arco_de_alvenaria_de_bloco.html

    A: Vão livreB: FlechaC: Espessura

    D: Largura

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    Talvez os mais marcantes exemplos de estruturas que utilizaram, de forma generalizada, esse procedimento para a obtenção de amplos espaços internos tenham sido as catedrais góticas dofinal da Idade Média e começo do Renascimento.Com os tetos em abóbadas suportadas por arcos de alvenaria, essas construções aliavam a belezadas formas à durabilidade dos materiais.

    Essas estruturas, quando necessário, foram construídas até mesmo com arcos que se apoiavamem outros arcos de contraventamento, evitando-se as tensões de tração de valores elevados e permitindo-se a criação de vãos e pés-direito relativamente grandes.

    ASPECTOS HISTÓRICOS E DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA

    PIRÂMIDES DE GUIZÉSão três grandes pirâmides: Quéfren, Queóps e MiquerinosConstruídas em blocos de pedra que datam de aproximadamente 2.600 anos a.C.A Grande Pirâmide era o túmulo do faraó Queóps.Altura: 147 m.

    Base: quadrado com lado de 230 m.Foram utilizados aproximadamente 2,3 milhões de blocos, com peso médio de 25 kN.

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    Do ponto de vista estrutural, as pirâmides não apresentavam nenhuma grande inovação, sendoconstruídas através da colocação de blocos, uns sobre os outros, de maneira a produzirem aforma piramidal que as caracterizam.

    FAROL DE ALEXANDRIAConstruído em uma das ilhas em frente ao porto de Alexandria, Faros, aproximadamente 280anos a.C. É o mais famoso e antigo farol de orientação.

    Construído em mármore branco, com 134 m de altura, possuía um engenhoso sistema deiluminação, baseado em um jogo de espelhos.Do ponto de vista estrutural tratava-se de uma obra marcante, com altura equivalente a um

     prédio de 45 pavimentos.Infelizmente, foi destruído por um terremoto no século XIV, restando apenas as suas fundaçõescomo um testemunho de sua grandeza.

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    COLISEOEsse grande anfiteatro, com capacidade para 50.000 pessoas, é um maravilhoso exemplo dearquitetura romana, com mais de 500 m de diâmetro e 50 m de altura.Construído por volta do ano 70 d.C. possuía 80 portais, de forma que todas as pessoas queestivessem assistindo aos espetáculos lá realizados pudessem entrar e sair com grande rapidez.

    Outra característica interessante, agora quanto ao aspecto estrutural, é que os teatros romanos, aocontrário dos teatros gregos que se aproveitavam de desníveis naturais de terrenos apropriados,eram suportados por pórticos formados por pilares e arcos.Essa característica estrutural lhes conferia uma maior liberdade em termos de localização,

     podendo estar situados até mesmo nos centros das grandes cidades.

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    CATEDRAL DE REIMSExemplo de catedral gótica. Construída entre 1.211 e 1.300 d.C.Aprimorada técnica de se conseguir vãos relativamente grandes utilizando-se apenas estruturascomprimidas.

    Seu interior é amplo, com os arcos que sustentam o teto sendo apoiados em pilares esbeltos, que, por sua vez, são contraventados adequadamente por arcos externos.

    EDIFÍCIO MONADNOCKFoi construído em Chicago de 1889 a 1891 e tornou-se um símbolo clássico da modernaalvenaria estrutural.

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    Com seus 16 pavimentos e 65 m de altura, foi considerado uma obra ousada, como se explorasseos limites dimensionais possíveis para edifícios de alvenaria.

    Por causa dos métodos empíricos de dimensionamento, as paredes na base têm 1,80 m deespessura. Acredita-se que se fosse dimensionado pelos procedimentos utilizados atualmente,com os mesmos materiais, essa espessura seria inferior a 30 cm.

    ALVENARIA NÃO-ARMADA NA SUÍÇAEdifício construído em 1950, por Paul Haller, na Basiléia, Suíça.O edifício, com 13 pavimentos e 42 m de altura, foi executado em alvenaria estrutural não-armada.

    A espessura das paredes é de 15 cm, para paredes internas, e 37,5 cm, para as paredes externas.Considerando-se esses dados e sabendo-se que as paredes internas é que recebem a maior partedas cargas da edificação, pode-se concluir que o dimensionamento deve ter sido realizado com

     base em procedimentos não muito diferentes dos que se utilizam atualmente.

    A largura de 15 cm para as paredes mais solicitadas é exatamente a que se obteria em umdimensionamento convencional utilizando-se qualquer uma das principais normas internacionais.Muito provavelmente a largura das paredes externas, de 37,5 cm, foi adotada em função decaracterísticas relacionadas ao conforto térmico.

    HOTEL EXCAUBUR EM LAS VEGASO complexo do hotel é formado por quatro torres principais, com 28 pavimentos, cada umacontendo 1.008 apartamentos.As paredes estruturais foram executadas em alvenaria armada de blocos de concreto e aresistência à compressão especificada na base foi de aproximadamente 28 MPa.

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    Segundo Amrhein (1998), o mais alto edifício em alvenaria estrutural da atualidade é o HotelExcalibur, em Las Vegas, EUA.

    PRIMEIROS EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS NO BRASILO sistema construtivo em alvenaria é utilizado no Brasil desde que os portugueses aquidesembarcaram no início do século XVI.Entretanto, a alvenaria com blocos estruturais, que pode ser encarada como um sistemaconstrutivo mais elaborado e voltado para a obtenção de edifícios mais econômicos e racionais,demorou muito a encontrar o seu espaço.

    A cronologia das edificações realizadas com blocos vazados estruturais é um pouco controversa,mas pode-se supor que os primeiros edifícios construídos no Brasil tenham surgido em 1966, emSão Paulo. Foram executados com blocos de concreto e tinham apenas quatro pavimentos,conforme se apresenta na figura 1.2.

    Em alvenaria não-armada, apenas em 1977 se tem notícia dos primeiros edifícios, com nove pavimentos.Essas edificações foram executadas com blocos sílico-calcáreos, com 24 cm deespessura para as paredes estruturais.

    Condomínio Central Parque Lapa

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    Foram os primeiros edifícios em alvenaria estrutural armada no Brasil.Blocos de concreto com 19 cm de espessura.

    Em São Paulo, o condomínio Central Parque Lapa tinha quatro blocos com 12 pavimentos emalvenaria armada de blocos de concreto.

    Construído em 1972.

    Um pouco posterior é o edifício Muriti, em São José dos Campos.Com 16 pavimentos. Executado em alvenaria armada com blocos de 19 cm.

    Fonte: http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/banco-obras/1/alvenaria-estrutural

    SITUAÇÃO ATUAL NO BRASILEstabilização da economia e a concorrência tem feito com que um número crescente de empresas

     passe a se preocupar mais com os custos, acelerando as pesquisas e a utilização de novosmateriais.Dentro do sistema Alvenaria Estrutural, a alvenaria não-armada de blocos vazados de concreto

     parece ser um dos mais promissores:- Economia- Vários fornecedores existentes.

    Indicação: edificações residenciais de padrão baixo ou médio com até 12 pavimentosParedes com espessura de 14 cmResistência de bloco: 1 MPa x número de pavimentos acima do nível considerado.Entretanto, a alvenaria de blocos cerâmicos também ganha força com o aparecimentode fornecedores confiáveis para resistências superiores a 10 MPa.

    Entende-se por um componente da alvenaria uma entidade básica, ou seja, algo que compõe oselementos que, por sua vez, comporão a estrutura.

    Os componentes principais da alvenaria estrutural são: Blocos, ou unidades;Argamassa;

    Graute;Armadura.

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    Já os elementos são uma parte suficientemente elaborada da estrutura, sendo formados por pelomenos dois dos componentes anteriormente citados.

    Como exemplo de elementos podem ser citados: Paredes;Pilares

    Cintas, vergas, etc.

    UNIDADESão os principais responsáveis pela resistência da estrutura.As unidades mais utilizadas no Brasil para edificações de alvenaria estrutural são, em ordemdecrescente de utilização: Unidades de concreto

    Unidades cerâmicasUnidades sílico-catcáreas.

    Quanto à forma as unidades podem ser:- Maciças (tijolos) são aquelas que possuem um índice de vazios ≤ 25% da área total. 

    - Vazadas (blocos) são aquelas que possuem um índice de vazios > 25% da área total.

    A tensão que se refere à área total da unidade, desconsiderando-se os vazios, é chamada tensãoem relação à área bruta.A tensão calculada descontando-se a área de vazios é chamada de tensão em relação à árealíquida.

     No Brasil, é muito mais comum a referência à área bruta.Como usualmente os blocos apresentam uma área de vazios em torno de 50%, a tensão na árealíquida é a tensão na área bruta multiplicada por dois.

    Quanto à aplicação, as unidades podem ser classificadas em:VedaçãoEstruturais.

    A NBR 6136 - Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural especificava quea resistência característica do bloco à compressão, medida em relação à área bruta, deveobedecer aos seguintes limites:- fbK ≥ 6 MPa: blocos em paredes externas sem revestimento; - fbk ≥ 4,5 MPa: blocos em paredes internas ou externas com revestimento.  

     Na prática, só podem ser utilizados blocos de concreto com resistência característica de no

    mínimo 4,5 MPa.A NBR 7171 - Bloco Cerâmico para Alvenaria mencionava  que para os blocos portantescerâmicos a resistência mínima deve ser de 4 MPa.

    ARGAMASSAA argamassa de assentamento possui as seguintes funções básicas: Solidarizar as unidadesTransmitir e uniformizar as tensões entre as unidades de alvenaria Absorver pequenasdeformações Prevenir a entrada de água e de vento nas edificações Composição: Normalmente,areia, cimento, cal e água. Características:-Trabalhabilidade-Resistência

    -Plasticidade-Durabilidade

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    RESISTÊNCIA À COMPRESSÃOA NBR 10837 especifica os valores de tensão admissível à tração e ao cisalhamento em funçãoda resistência média à compressão da argamassa.A resistência à compressão da argamassa não é tão significativa para a resistência à compressãodas paredes.

    Mais importante é a plasticidade, que realmente permite que as tensões sejam transferidas demodo uniforme de uma unidade à outra.

    GRAUTEO graute é um concreto com agregados de pequena dimensão e relativamente fluido,eventualmente necessário para o preenchimento dos vazios dos blocos.Função:Propiciar o aumento da área da seção transversal das unidades ou promover a solidarização dos

     blocos com eventuais armaduras posicionadas nos seus vazios.As armaduras colocadas nos vazios servem para combater tensões de tração que a alvenaria porsi só não teria condições de resistir.

    A NBR-8798 estabelece quantidades-limite de cimento, cal e agregados para dosagens nãoexperimentais. Esses valores podem servir como referência.

    O conjunto bloco, graute e eventualmente armadura trabalha monoliticamente, de maneiraanáloga ao que ocorre com o concreto armado.Para isso, o graute deve envolver completamente as armaduras e aderir tanto a ela quanto ao

     bloco, de modo a formar um conjunto único. NBR 10837: o graute deve ter sua resistência característica maior ou igual a 2x a resistênciacaracterística do bloco.Lembre-se que a resistência característica do bloco é referida à área bruta e que o índice devazios para os blocos é usualmente de 50%.

    ARMADURASAs barras de aço utilizadas nas construções em alvenaria são as mesmas utilizadas nas estruturasde concreto armado, mas, neste caso, serão sempre envolvidas por graute, para garantir otrabalho conjunto com o restante dos componentes da alvenaria.

    Exceção: As armaduras colocadas nas juntas das argamassas de assentamento (diâmetro mínimode 3,8 mm e menor que metade da espessura da junta).

     Na alvenaria estrutural, a alvenaria, originalmente com função exclusiva de vedação, é a própria

    estrutura (edifícios residenciais).Dessa forma, evitam-se pilares e vigas que dão suporte a uma estrutura convencional.A alvenaria passa a ter a dupla função: vedação e suporte para a edificação, o que é, em

     princípio, muito bom para a economia.Entretanto, a alvenaria, nesse caso, precisa ter sua resistência perfeitamente controlada, de formaa se garantir a segurança da edificação.Essa necessidade demanda a utilização de materiais mais caros e também uma execução maiscuidadosa, o que evidentemente aumenta o seu custo de produção em relação à alvenaria devedação.

     Nos casos usuais, o aumento no custo para a produção da alvenaria estrutural compensa com

    folga a economia que se obtém com a retirada dos pilares e vigas.

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    Características mais importantes na escolha do sistema construtivo mais adequado:a) Altura da edificação

     b) Arranjo arquitetônicoc) Tipo de uso

    PRINCIPAIS PARÂMETROS A SEREM CONSIDERADOSa)  Altura da edificaçãoConsiderando-se os parâmetros atuais no Brasil, pode-se afirmar que a alvenariaestrutural é adequada a edifícios de no máximo 15 ou 16 pavimentos.Para estruturas com mais pavimentos, a resistência à compressão dos blocos encontradosno mercado não permite que a obra seja executa sem um esquema de grauteamentogeneralizado, o que prejudica muito a economia.Além disso, mesmo que a resistência dos blocos pudesse ser adequada quanto àcompressão, as ações horizontais começariam a produzir tensões de tração significativas,o que exigiria a utilização de armaduras e graute.

     b)  Arranjo arquitetônico

    É importante se considerar a densidade de paredes estruturais por m2 de pavimento.Um valor indicativo razoável é que haja de 0,5 a 0,7 m de paredes estruturais por m2 de

     pavimento.c)  Tipo de uso

    A alvenaria estrutural é mais adequada a edifícios residenciais de padrão médio ou baixo,onde os ambientes, e também os vãos, são relativamente pequenos.Edifícios comerciais ou residenciais de alto padrão, onde seja necessária a utilização devãos grandes, esse sistema construtivo normalmente não é adequado.

     Nos edifícios comerciais, é muito usual a necessidade de um rearranjo das paredesinternas de forma a acomodar empresas de diversos portes e a flexibilidade deixa deexistir. Pode-se inclusive considerar que sua adoção seja perigosa, pois com o tempo é

     provável que proprietários realizem modificações sem estarem conscientes dos riscos quecorrem.

    CINCO PONTOS POSITIVOS DO SISTEMAa) Economia de fôrmasQuando existente, se limitam às necessárias para a concretagem das lajes.São, portanto, fôrmas lisas, baratas e de grande reaproveitamento.

     b) Redução significativa nos revestimentosA qualidade dos blocos e da execução reduz a espessura do revestimentos. Em geral, orevestimento interno é feito com uma camada de gesso aplicada diretamente sobre a superfície

    dos blocos e os azulejos podem ser colados diretamente sobre os blocos.c) Redução nos desperdícios de material e mão de obraO fato de as paredes não admitirem intervenções posteriores significativas é uma importantecausa da eliminação de desperdícios. Obriga a um maior planejamento.d) Redução do número de especialidadesDeixam de ser necessários profissionais como armadores e carpinteiros.e) Flexibilidade no ritmo de execução da obraSe as lajes forem pré-moldadas, o ritmo da obra estará desvinculado do tempo de cura doconcreto armado.

    Em termos gerais, a principal vantagem é a maior racionalidade do sistema executivo, reduzindo-

    se o consumo de materiais e desperdícios que usualmente se verificam em obras de concretoarmado convencional.

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    TRÊS PONTOS NEGATIVOS DO SISTEMAa) Dificuldade de se adaptar arquitetura para um novo usoAs paredes são parte da estrutura. Então, não existe a possibilidade de adaptações significativasna arquitetura. Isso é tecnicamente impossível na maioria dos casos.Estudos demonstram que ao longo de sua vida útil uma edificação tende a sofrer mudanças para

    se adaptar a novas necessidades de seus usuários. b) Interferência entre projetos de arquitetura/estruturas/instalaçõesA interferência entre os projetos é muito grande. É preciso um controle cuidadoso ao se furar

     paredes e isso condiciona os projetos de instalações elétricas e hidráulicas.c) Necessidade de uma mão-de-obra bem qualificadaExige uma mão de obra qualificada e apta a fazer uso de instrumentos adequados na execução.Isso significa treinamento prévio da equipe contratada para sua execução.Quanto às desvantagens, deve-se ressaltar a impossibilidade de se efetuar modificações nadisposição arquitetônica original.Essa limitação é um importante inibidor de vendas e até mesmo um fator que pode comprometera segurança de uma edificação durante a sua vida útil.

     NBR-15812-1 - Alvenaria estrutural - Blocos cerâmicos. Parte 1: Projetos NBR-15812-2 - Alvenaria estrutural - Blocos cerâmicos. Parte 2: Execução e controle de obras NBR-15961-1 - Alvenaria estrutural - Blocos de concreto. Parte 1: Projetos NBR-15961-2 - Alvenaria estrutural - Blocos de concreto. Parte 2: Execução e controle de obras NBR-15270-2 - Componentes cerâmicos. Parte 2: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural -Terminologia e requisitos.OBS. Parte 1 é para alvenaria de vedação. A 3 é para ensaios de ambas.

    TERMOS E DEFINIÇÕES DA NORMA 15812 E 15961ComponenteMenor parte constituinte dos elementos da estrutura.Os principais são: bloco, junta de argamassa, graute e armadura.BlocoComponente básico da alvenaria.Junta de argamassaComponente utilizado na ligação dos blocos.GrauteComponente utilizado para preenchimento de espaços vazios de blocos, com a finalidade desolidarizar armaduras à alvenaria ou aumentar sua capacidade resistente.Elemento

    Parte da estrutura suficientemente elaborada constituída da reunião de dois ou maiscomponentes.Elemento de alvenaria não armadoElemento de alvenaria no qual a armadura e desconsiderada para resistir aos esforçossolicitantes.Elemento de alvenaria armadoElemento de alvenaria no qual são utilizadas armaduras passivas que são consideradas pararesistir aos esforços solicitantes.Elemento de alvenaria protendidoElemento de alvenaria no qual são utilizadas armaduras ativas.Parede estrutural

    Toda parede admitida como participante da estrutura.Parede não estruturalToda parede não admitida como participante da estrutura

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    CintaElemento estrutural apoiado continuamente na parede, ligado ou não às lajes, vergas oucontravergas.CoximElemento estrutural não contínuo, apoiado na parede, para distribuir cargas concentradas.

    EnrijecedorElemento vinculado a uma parede estrutural, com a finalidade de produzir um enrijecimento nadireção perpendicular ao seu plano.VigaElemento linear que resiste predominantemente a flexão e cujo vão seja maior ou igual a trêsvezes a altura da seção transversal.VergaViga alojada sobre abertura de porta ou janela e que tenha a função exclusiva de transmissão decargas verticais para as paredes adjacentes a abertura.ContravergaElemento estrutural colocado sob o vão de abertura com a função de redução de fissuração nos

    seus cantos.PilarElemento linear que resiste predominantemente a cargas de compressão e cuja maior dimensãoda seção transversal não excede cinco vezes a menor dimensão.ParedeElemento laminar que resiste predominantemente a cargas de compressão e cuja maiordimensão da seção transversal excede cinco vezes a menor dimensão .ExcentricidadeDistância entre o eixo de um elemento estrutural e a resultante de urna determinada ação queatue sobre ele.Área brutaÁrea de um componente ou elemento, considerando-se as suas dimensões externas edesprezando-se a existência dos vazios.Área líquidaÁrea de um componente ou elemento, com desconto das áreas dos vazios.PrismaCorpo-de-prova obtido pela superposição de blocos unidos por junta de argamassa, grauteadosou não.Amarração direta no plano da paredePadrão de distribuição dos blocos no plano da parede, no qual as juntas verticais se defasam emno mínimo 1/3 do comprimento dos blocos.

    Junta não amarrada no plano da paredePadrão de distribuição de blocos no plano da parede que não atenda ao descrito em 3.23 (3.24).Toda parede com junta não amarrada no seu plano deve ser considerada não estrutural salvo seexistir comprovação experimental de sua eficiência ou efetuada a amarração indireta conforme3.26 (3.27).Amarração direta de paredePadrão de ligação de paredes por intertravamento de blocos, obtido com a interpenetraçãoalternada de 50 % das fiadas de uma parede na outra  ao longo das interfaces comuns.Amarração indireta de paredesPadrão de ligação de paredes com junta vertical a prumo em que o plano da interface comum eatravessado por armaduras normalmente constituí-das por grampos metálicos devidamente

    ancorados em furos verticais adjacentes grauteados ou por telas metálicas ancoradas em juntas deassentamento

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    Fonte: Parsekian e Soares (2010)

    O comprimento e a largura definem o módulo horizontal, ou módulo em planta.Modular um arranjo arquitetônico, ou pelo menos modular as paredes portantes desse arranjo,significa acertar suas dimensões em planta e também o pé-direito da edificação, em função dasdimensões das unidades, de modo a não se necessitar, ou pelo menos se reduzir drasticamente,cortes ou ajustes necessários à execução das paredes.

    IMPORTÂNCIA DA MODULAÇÃOSe as dimensões de uma edificação não forem moduladas, como os blocos não devem sercortados, os enchimentos resultantes certamente levarão a um custo maior e uma racionalidademenor para a obra.Para edificações de mais de dois pavimentos não se admite parede estrutural com espessuraefetiva inferior a 14 cm.(Ambas as normas: NBR-15961 NBR 15812).

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    Em algumas regiões, especialmente no Norte e Nordeste, é comum o módulo 12 cm, que começaa ser utilizado também no restante de nosso país para edificações de até dois pavimentos.Já em termos de altura, não é comum encontrar-se valores diferentes de 20 cm, exceto para

     blocos compensadores.

     Na modulação longitudinal de 15 cm, normalmente são encontrados os blocos com 15 e 30 cmde comprimento, ambos com 15 cm de largura.Com frequência encontra-se, também, o bloco de 45 cm.Para o módulo de 20 cm, cujos blocos usuais têm comprimentos nominais de 20 cm, 40 cm, sãoencontradas larguras de 15 e 20 cm.Também são encontrados blocos especiais de 35 cm:Um módulo de 15 somado a um módulo de 20.

    ESCOLHA DA MODULAÇÃO A SER UTILIZADAParâmetro a ser considerado na escolha do módulo horizontal: arquitetura?O módulo adotado ocasionará alterações em uma arquitetura previamente conceb