8
Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Escola de Aprendizes do Evangelho - 8ª turma 5ª aula: Constituição geográfica da Terra Expurgos periódicos até o Dilúvio de Noé GEAEL Transcrito do livro Iniciação Espírita, 5ª edição, Editora Aliança Objetivo da aula: Mostrar a formação do nosso planeta à luz da Doutrina Espírita. Lei de Progresso. A bondade do Nosso Pai. Há muitas moradas na Casa do Pai. A fé raciocinada. Embora a aula esteja voltada à história de períodos de transição, aproveitar para refletir quanto as causas de Deus - oportunidades de aprendizado. A huma- nidade caminhou pelas eras adentro em experiências difí- ceis, mas aperfeiçoando-se sempre. 1. TRANSFORMAÇÕES GEOLÓGICAS E RACIAIS Desde o início de sua formação geológica, o globo terres- tre tem sofrido inumeráveis transformações que continuam a se dar até os nossos dias. Realmente, ainda não há muito tempo, no Oceano Pacífico houve uma catástrofe marítima tendo desaparecido uma ilha no arquipélago de Sonda; ter- ras surgem e desaparecem no mar e os próprios continentes aumentam e diminuem de extensão produzindo prejuízos, às vezes consideráveis, à humanidade. Porém, vamos aqui tratar somente das transformações de vulto, que serviram de causa à eliminação de grandes mas- sas da população do globo e tenderam a estabilizar sua atual constituição. A descrição geográfica que vamos fazer é a exis- tente nos tempos narrados pelo Velho Testamento, no período que vai da formação do globo até o Dilúvio chamado de Noé e que abrange enorme extensão de tempo. Deixaremos de lado as transformações havidas durante o tempo em que o globo ainda não estava habitado pelo ho- mem, visto que estas não influiam diretamente na sua evo- lução, mas tomaremos o globo quando era habitado pelos homens dos fins da segunda e o princípio da terceira raças que, conquanto ainda bárbaras, já apresentavam apreciáveis condições de inteligência. O mundo era então muito diferente do que é hoje. No Oriente existiam: (Fig. 1) a) O grande continente da Lemúria, que se estendia das alturas de Madagascar para leste e sul cobrindo toda a região hoje ocupada pelo Oceano Indico, até a Austrália e prosseguindo para leste, cobrindo a atual região da Polinésia; b) A Ásia, terminando ao sul pelos Himalaias, estendendo-se, a leste, Pa- cífico adentro e terminando a oeste em um grande mar que subia do sul para o norte até o Oceano Ártico. No Ocidente haviam: a) O continente da Atlântida, que se desenvolvia, de norte a sul, em gran- de parte da região hoje ocupada pelo oceano que lhe herdou o nome; b) As terras da parte superior da América do Norte que lançavam um braço para leste e outro para oeste na direção do Pacífico; c) O continente Hiperbóreo situ- ado na região hoje tomada pelo Oceano Ártico, a partir da Groenlândia para leste em toda a largura da atual Europa. Além destes continentes, a tradição religiosa do mundo acusava a existência de um outro, chamado o 1º Continente, Terra Sagrada, Terra dos Deuses, Berço do Mundo, Berço do 1º Adão etc., e que realmente era uma referência mística à Capela, de onde foram desterradas para aqui ondas sucessi- vas de exilados, espíritos rebeldes expulsos daquele astro por terem se tornado incompatíveis com a sua adiantada civiliza- ção espiritual. Esse continente sagrado era o paraíso perdido para onde esses espíritos voltariam após a dolorosa encarna- ção na Terra. Esses continentes eram todos habitados por homens da Terceira Raça, que neles acabara de fazer sua aparição su- cedendo a segunda, composta de homens tão próximos aos símios que com estes se confundiam perfeitamente. Assim, estavam eles distribuídos: “O Conhecimento de Si Mesmo é, portanto, a chave do progresso individual.” — Santo Agostinho (O Livro dos Espíritos, pergunta 909 a)

“O Conhecimento de Si Mesmo é, portanto, a chave do ... · braço para leste e outro para oeste na direção do Pacífico; c) ... “O Conhecimento de Si Mesmo é, ... o que sabiam,

Embed Size (px)

Citation preview

Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraEscola de Aprendizes do Evangelho - 8ª turma

5ª aula: Constituição geográfica da TerraExpurgos periódicos até o Dilúvio de Noé

GEAEL

Transcrito do livro Iniciação Espírita, 5ª edição, Editora Aliança

Objetivo da aula: Mostrar a formação do nosso planeta à luz da Doutrina Espírita. Lei de Progresso. A bondade do Nosso Pai. Há muitas moradas na Casa do Pai. A fé raciocinada. Embora a aula esteja voltada à história de períodos de transição, aproveitar para refletir quanto as causas de Deus - oportunidades de aprendizado. A huma-nidade caminhou pelas eras adentro em experiências difí-ceis, mas aperfeiçoando-se sempre.

1. TRANSFORMAÇÕES GEOLÓGICAS E RACIAIS

Desde o início de sua formação geológica, o globo terres-tre tem sofrido inumeráveis transformações que continuam a se dar até os nossos dias. Realmente, ainda não há muito tempo, no Oceano Pacífico houve uma catástrofe marítima tendo desa parecido uma ilha no arquipélago de Sonda; ter-ras surgem e desaparecem no mar e os próprios continentes aumentam e diminuem de extensão produzindo prejuízos, às vezes consideráveis, à humanidade.

Porém, vamos aqui tratar somente das transformações de vulto, que serviram de causa à eliminação de grandes mas-sas da população do globo e tenderam a estabilizar sua atual constituição. A descrição geográfica que vamos fazer é a exis-tente nos tempos narrados pelo Velho Testamento, no período que vai da formação do globo até o Dilúvio chamado de Noé e que abrange enorme extensão de tempo.

Deixaremos de lado as trans formações havidas durante o tempo em que o globo ainda não estava habitado pelo ho-mem, visto que estas não influiam diretamente na sua evo-lução, mas tomaremos o globo quando era habitado pelos homens dos fins da segunda e o princípio da terceira raças que, conquanto ainda bárbaras, já apresentavam apreciáveis condições de inteligência.

O mundo era então muito diferente do que é hoje.No Oriente existiam: (Fig. 1)a) O grande continente da Lemúria, que se estendia das

alturas de Madagascar para leste e sul cobrindo toda a região hoje ocupada pelo Oceano Indico, até a Austrália e prosseguindo para leste, cobrindo a atual região da Polinésia;

b) A Ásia, terminando ao sul pelos Himalaias, estendendo-se, a leste, Pa-cífico adentro e terminando a oeste em um grande mar que subia do sul para o norte até o Oceano Ártico.

No Ocidente haviam:a) O continente da Atlântida, que

se desenvolvia, de norte a sul, em gran-de parte da região hoje ocupada pelo oceano que lhe herdou o nome;

b) As terras da parte superior da América do Norte que lançavam um braço para leste e outro para oeste na direção do Pacífico;

c) O continente Hiperbóreo situ-

ado na região hoje tomada pelo Oceano Ártico, a partir da Groenlândia para leste em toda a largura da atual Europa.

Além destes continentes, a tradição religiosa do mundo acusava a existência de um outro, chamado o 1º Continente, Terra Sagrada, Terra dos Deuses, Berço do Mundo, Berço do 1º Adão etc., e que realmente era uma referência mística à Capela, de onde foram desterradas para aqui ondas sucessi-vas de exilados, espíritos rebeldes expulsos daquele astro por terem se tornado incompatíveis com a sua adiantada civiliza-ção espiritual. Esse continente sagrado era o paraíso perdido para onde esses espíritos voltariam após a dolorosa encarna-ção na Terra.

Esses continentes eram todos habitados por homens da Terceira Raça, que neles acabara de fazer sua aparição su-cedendo a segunda, composta de homens tão próximos aos símios que com estes se confundiam perfeitamente.

Assim, estavam eles distribuídos:

“O Conhecimento de Si Mesmo é, portanto, a chave do progresso individual.” — Santo Agostinho (O Livro dos Espíritos, pergunta 909 a)

2 5ªaula:ConstituiçãogeográficadaTerra

Na Lemúria - havia os rutas, homens de pele escura, antepassados dos hindus, semi-animalizados.

Na Ásia - os mongóis, homens de pele amarelada.

Na Atlântida - os atlantes, homens vermelhos - homens da terra, cor de bar-ro, por serem bronzeados, na maior parte.

Mas como esses povos estavam ain-da na influência e careciam de ajuda, foi decidido no Espaço que se encaminhasse para a Terra levas dos espíritos da Capela, já referidos, e que lá, se utilizando dos po-deres espirituais que possuíam, tentaram revoltar-se contra as leis divinas desvian-do seus irmãos dos caminhos retos; es-píritos tentadores, chamados luciferinos. Eram as coortes de Lúcifer que foram precipitadas à Terra.

2. A TERCEIRA RAÇA

A esse tempo, os espíritos prepostos do Cristo Planetário já haviam conseguido estabelecer nas tribos da Terceira Raça em várias regiões do globo, núcleos sele cionados, apurados, de homens apropriados a receberem esses espíritos exilados que, por serem mais desenvolvidos intelectualmente, exigiam físicos apropriados. Nesses corpos selecionados começaram, então, a encarnar os capelinos.

Esses núcleos estavam situados no oriente entre os mon-góis e os lemurianos e no ocidente entre os primeiros atlantes e dali foram se cruzando com os terrícolas selvagens e povo-ando o mundo de tipos cada vez mais evoluídos fisicamente. Mas os capelinos, mesclando-se com os selvagens, abusaram de seu poder e degeneraram; materializaram-se de tal forma que a corrupção os dominou e foi preciso, para que toda a humanidade não se perdesse no mal, que houvesse corretivo geral: foi assim que começaram os expurgos.

O grande continente da Lemúria agasalhava o núcleo mais poderoso de homens da Terceira Raça. Como já vimos em pontos anteriores eram homens escuros, robustos, pelu-dos, de braços longos, muito parecidos ainda com os símios, porém já muito afastados destes no que respeita ao uso da inteligência: os antigos da nossa era os chamavam de pre-selenitas porque no seu tempo ainda não havia surgido a Lua como satélite da Terra.

Esse continente afundou-se nas águas, perecendo mi-lhões de seus habitantes, com exceção de alguns milhares que se salvaram refugiando -se: no sul da Ásia, que com o cataclis-mo se levantou; na parte sul, mais tarde chamada Austrália e nas inumeráveis ilhas que sobraram com a fragmentação do continente antes do afundamento, sendo que outros milhares também conseguiram ganhar as costas da África, na parte que já existia nessa época.

Com esse afundamento houve grandes alterações no glo-bo: (Fig. 2)

a) Completou-se o levantamento da parte sul da Ásia;b) O mar que existia a oeste deste continente refluiu para

norte e sul e, em seu lugar, levantou-se uma terra nova, for-mando:

1) A Europa.2) A Ásia Menor.3) Aumento da África, em cujo centro formou-se um mar

interno que foi chamado pelos antigos de Tritônio.

3. A QUARTA RAÇA

Depois do afundamento da Lemúria, a civilização trans-feriu-se para a Atlântida, ao ocidente, onde continuavam as encarnações dos capelinos formadores da Quarta Raça.

Esse continente, de todos os que existiram na antiguida-de, foi o mais notável e o que mais influência exerceu naquela época em todo o globo.

Os atlantes eram homens grandes, acobreados, que ado-ravam o deus Posseidon e o Sol. O nome “atlante” vem do seu primeiro rei Atlas, que a mitologia grega apresenta carregan-do o mundo sobre os ombros. Isto bem demonstra que os atlantes, pelo seu saber e poder político e econômico, domina-ram o mundo daquela época. De fato, além do próprio conti-nente, dominaram os arquipélagos adja centes e mais as cos-tas ocidentais da Africa, Europa e América, além de estender sua influência ao continente Hiperbóreo, que ficava ao norte.

Havia entre eles vários povos, cujos principais eram: os semitas, os toltecas, e os turanianos, os tlavatis, os mongóis. Os sacerdotes represen tavam a divindade e possuíam grande poder, dominando a vida política do país.

Sua capital era Posseidonis, grande cidade edificada no alto de três montanhas e que era conhecida por “Cidade das Portas de Ouro”. No solo atlante existia um metal chamado oricalco, semelhante ao ouro, com o qual cobriam suas ca-sas e templos, construíam as estátuas de seus reis e deuses. Segundo Platão, que foi quem escreveu mais detalhes sobre

EscoladeAprendizesdoEvangelho-AliançaEspíritaEvangélica(8ªturma/GEAEL) 3

esse país, a capital era cheia de praças, de onde irradiavam ruas e canais de águas quentes e frias e cercavam-na extensas e fortes muralhas.

Enquanto os atlantes foram submis-sos à Divindade, tudo correu bem mas quando, por causa do grande poder que adquiriram se tornaram ambiciosos e violentos e quando, desprezando as práti-cas sãs dos templos, se entregaram à ma-gia negra para conseguirem seus intuitos, seus costumes degeneraram, lavrou entre eles a discórdia e a corrupção e o conti-nente foi também submergido.

Em seu lugar ficaram: uma ilha maior chamada Pequena Atlântida, e ou-tras como Cabo Verde, Açores etc., que eram os picos mais altos do continente afundado.

E a catástrofe deixou impressão tão profunda, que abalou o mundo todo e o oceano, durante séculos, ficou perigoso à navegação, cheio de lama e destroços, a ponto de chamar-se Mar Tenebroso, deno-minação que foi conservada até o tempo em que os portugue-ses iniciaram seus des cobrimentos.

Com esse afundamento, a crosta ter restre sofreu novas alterações: (Fig. 3)

a) levantou-se o resto do con tinente americano no norte e no sul;

b) surgiram inumeráveis ilhas no local do afundamento, inclusive as Antilhas;

e) levantou-se, na Europa a cordilheira dos Alpes.Estes acontecimentos foram descritos em vários docu-

mentos de povos centro-americanos e orientais, e por eles se sabe que pereceram na Atlântida, 60 milhões de homens, salvando-se vários milhares que se refugiaram: na América, (os aztecas, os maias, os toltecas); na Africa (os ascendentes dos fenícios, dos hebreus etc.); na Europa (os ascendentes dos gauleses, celtas etc.) e no Hiperbóreo, os formadores da Quin-ta Raça, os árias.

4. A ATLANTIDA

Sobre a existência da Atlântida existem inúmeros ates-tados e sinais, dentre os quais destacamos os seguintes: de-senhos e símbolos gravados em pedras, semelhantes uns aos outros bem como hieróglifos e monumentos, tudo isso de-monstrando que representavam a civilização de uma só ori-gem, cujo centro pode ser estabelecido na Atlântida. Fábulas e lendas semelhantes referindo-se aos mesmos fatos, costumes e acon tecimentos. Monumentos do México semelhantes aos do Egito; hieróglifos semelhantes aos do México e datados de 6 a 8 mil anos, reproduzidos nos trigramas do sábio Fo Hi, da China antiga. As florestas brasileiras estão cheias e possuem para mais de 2 mil petrografias desses mesmos ideogramas, mormente na Bahia, Piauí e ilha de Marajó.

Em todas as suas lendas, os povos da América dizem que foram visitados por homens deuses, que lhes ensinaram tudo o que sabiam, que vieram do oriente e para lá voltaram de novo.

Para os índios brasileiros esse antepassado sábio foi Sumé e para os mexicanos foi Quetzal, um velho de barbas brancas que era tão civilizado que tapava os ouvidos quando falavam em guerra e violência.

No Peru, apareceu Mano Capac que fundou dinastia de reis e o mesmo aconteceu na Colômbia e outros países da América, a ponto dos espanhóis, quando ali chegaram, fica-rem estupefatos por verem tamanhas provas de civilização e bondade da parte desses índios.

E em todas essas lendas se fala de um grande país cha-mado Astian, existente no oriente e de uma grande inundação que o destruiu.

Tudo prova a existência da Atlântida.Na América Central foram descobertos vários documen-

tos escritos que provaram a existência desse continente como, por exemplo, o Códice Troanos, o Popul Vu, da Guatemala, e o Chilam Balan do México.

Antes do afundamento desse grande continente, que foi lento, houve tempo de vários milhares de seus habitantes emigrarem para outras regiões: assim os semitas foram para o Mediterrâneo ocupando ilhas e terras e deles descendem os egípcios, fenícios, hebreus e árabes; outros fo ram para o Hiperbóreo e dai passaram à Europa formando as tribos ga‑lensas e celtas e os turanianos e mongóis foram para a China; outros salvaram- se atingindo as costas das Américas Central e do Sul.

O continente Hiperbóreo, há 25 milhões de anos, era quente e perfeitamente habitável.

Todos eram capelinos descidos na Atlântida e possuidores dos maiores conhecimentos, os quais transmitiram a outros po-vos, principalmente aos egípcios antigos. Emmanuel se refere a esses egípcios antigos que cons truiram as pirâmides, dizendo

4 5ªaula:ConstituiçãogeográficadaTerra

que após essas construções, voltaram ao paraíso da Capela.As pirâmides, de fato, só poderiam ser construídas por

povos detentores de conhecimentos extraordinários.A de Gizé está edificada de tal modo que sua posição, di-

mensões, linhas e divisões corporificam e demonstram todas as leis da física, da astronomia e da mecânica que regulam os movimentos da Terra e que só nos nossos tempos foram descobertas pela ciência oficial.

Segundo Heródoto, sábio grego que privou com sacer-dotes egípcios, 100 mil operários trabalharam 20 anos na construção e as turmas se revezavam de 3 em 3 meses; 10 anos levaram para construir uma estrada para o transporte de material e enormes aparelhos para elevação de pedras, que eram transportadas em trenós de madeira, atrelados a cente-nas de homens.

Após o afundamento da Grande Atlântida sucedeu-se, 4 ou 5 mil anos depois, o cataclismo da Pequena Atlântida onde se haviam refugiado numerosos povos da Quarta Raça. Essa Pequena Atlântida era uma enorme ilha que se situava entre a costa norte africana e o Mar de Sargaços, nas Antilhas.

Com esse afundamento novas modificações se processa-ram na geografia do globo: (Fig. 4)

a) rompeu-se o istmo que ligava a Europa à Africa, abrin-do-se o estreito de Gibraltar;

b) o oceano penetrou por essa brecha, inundou todas as partes baixas que existiam entre a Europa, a Asia Menor e a África, formando-se o Mediterrâneo;

c) secou o mar Tritônio ficando em seu lugar o deserto do Saara;

d) terminou o levantamento da África na parte norte e ocidental.

Como já vimos, os sobreviventes da grande e pequena Atlântidas, refugiaram-se parte no continente americano so-brelevado vindo a formar os povos aztecas, maias, incas e peles‑vermelhas em geral, ainda hoje existentes; outra parte dirigiu-se para as costas norte- africanas, vindo trazer novos surtos de progresso aos seus habitantes, principalmente aos egípcios; os restan-tes, portadores de maiores possibilida-des para o desenvolvimento espiritual do planeta estabeleceram-se no continente Hiperbóreo, para leste, onde já existiam colônias da mesma raça.

Extinguiu-se assim a Quarta Raça, com as hecatombes citadas, e surgiram no-vos horizontes para as atividades da raça sucessora, a mais importante de todas, a que deu maior impulso evolutivo à civili-zação que se iniciava no planeta Terra.

5. A QUINTA RAÇA

Instalando-se entre hiperbóreos, os atlantes constituíram para eles forte fa-tor de progresso, elevando suas conquis-tas nos diversos ramos de suas ativida-

des; transformando o tipo fundamental biológico hiperbóreo por efeito do clima, dos costumes e dos cruzamentos com os tipos-base, já previamente selecionados pelos guias da evolu-ção planetária, auxiliares do Cristo; foram fixados os elemen-tos etnográficos fundamentais e definitivos do homem branco, de porte elegante, cabelos loiros, olhos azuis e rosto de feições mais delicadas.

Ocorreu nessa época um processo de intenso resfriamen-to, como já sucedera outras tantas vezes na Terra, tornando toda a região hiperbórea inóspita e inadequada à manutenção da vida humana. Este fato obrigou seus habitantes a migra-rem em massa e quase repentinamente para o sul, invadindo o centro do planalto europeu procurando aí estabelecer- se, com seus animais domésticos e seus rebanhos.

Estabelecendo-se no centro da Europa, os hiperbóreos não puderam, entretanto, ali permanecer defi nitivamente; defrontam-se com os homens da raça negra que subiam da Africa chefiados por conquistadores aguerridos e violentos, cujos estandartes traziam estampada a figura de um Touro, símbolo da força bruta e da violência.

Parecia inevitável um choque sangrento, que foi entre-tanto sustado pela intervenção dos poderes espirituais que polarizaram suas forças em Rama — o primeiro dos grandes enviados históricos do Divino Mestre Jesus — permitindo que ele conquistasse grande prestígio entre as massas formadas pelos homens brancos.

Visavam, assim, os dirigentes do Alto preservar aquelas espécimes brancas que já traziam consigo valiosas conquis-tas, portadoras que eram de uma civilização mais avançada e tão laboriosamente selecionadas.

Levantando o estandarte do Cordeiro — símbolo da paz e renúncia — Rama conduziu os homens brancos para os la-dos do Oriente, invadindo a Índia, pela Pérsia, desalojando os descendentes dos rutas primitivos e aí estabelecendo o tronco da Quinta Raça Mãe, sob o nome de Árias.

EscoladeAprendizesdoEvangelho-AliançaEspíritaEvangélica(8ªturma/GEAEL) 5

6. OS DILÚVIOS

Estudemos agora, rapidamente, os dilúvios que a tradi-ção assevera terem ocorrido em diferentes épocas.

Dilúvio Universal — Aqui cabe a pergunta: houve de fato um dilúvio uni versal que destruiu a humanidade?

Podemos responder que não.Ainda anteriormente à Lemúria, pela aproximação tal-

vez de algum corpo celeste ou cometa, a Terra desviou-se do seu rumo caindo para dentro na direção do Sol, fechando um pouco mais a sua órbita. Este acontecimento produziu tremendas alterações: movimentos da massa ígnea subterrâ-nea, com produção de terremotos e vulcões; as águas dos ma-res se atiraram sobre os continentes nas partes mais baixas inundando-as e destruindo vidas inumeráveis; na atmosfera, como sempre acontece, também houve fenômenos anormais aterradores. Porém não é provável que esse cataclismo tenha tido caráter univer sal e coberto a terra até a altura das mon-tanhas, como dizem as tradições, porque a frágil espessura da crosta terrestre — que corresponde a uma casca de ovo em relação ao todo — não comportaria tamanho peso líquido e se romperia em várias partes, como também alteraria o pró-prio equilíbrio orbitário.

Podemos, pois, dizer que houve inundações parciais e não universal.

Períodos Glaciários — Foram cataclismos que também produziram inundações imensas, porém sempre parciais. Com o resfriamento da superfície, as partes altas das mon-tanhas ficaram cobertas de geleiras em caráter permanente, como ainda se pode ver nos mais altos picos da Asia, Europa e América; o acúmulo de gelo nos pólos que, a partir de certa época, se deu em grandes proporções, produziu um aumento do peso da terra nesses locais provocando dese quilíbrios, in-clinações perigosas sobre o eixo e por isso as águas foram ati-radas sobre os continentes, inundando-os e destruindo a vida dos seres. Em outros casos, o aque cimento, que ocorreu em certas épocas em virtude de aproximações de corpos celestes ou outros fatores, produziu derretimento das geleiras e enor-mes massas de água se precipitaram sobre as terras, inundan-do-as e sepultando florestas imensas. Quando essas massas de água se encaminhavam na direção de mares já existentes, aumentavam de tal modo seu volume que eles se precipita-vam também sobre os continentes, inundando-os. Por aí se vê que eram sempre catástrofes regionais e nunca universais.

Somente no quaternário em que vivemos, num espaço de tempo correspondente a 600 mil anos, já houve 4 períodos glaciários, durando cada um milhares de anos; milhões de animais foram sepultados pelo gelo nos resfriamentos e ainda hoje se desenterram facilmente na Sibéria, mamutes pré-his-tóricos em cujos estômagos ainda se encontra intacta a erva que comiam no momento em que foram sepultados.

Dilúvio de Noé — Este dilúvio, também conhecido como dilúvio Asiático, segundo os melhores autores, foi resultado do rompimento do istmo de Gibraltar, com a conseqüente precipitação das águas do oceano Atlântico e do mar Tritônio na bacia do Mediterrâneo; todas as terras existentes, no norte

da África daquele tempo, na Palestina, ou na Ásia Menor até a Assíria e Babilônia, foram inundadas e destruidos os povos que ali habitavam.

Segundo os cálculos feitos, esse dilúvio teve lugar em 7.500 a.C. conquanto a Bíblia diga que sua data foi 3.852 a.C. Já vi-mos que corres ponde ao segundo afundamento da Atlântida.

Nesse dilúvio não se fala só em inundação, mas também em chuvas torrenciais; pela Bíblia, essas chuvas duraram 40 dias e noites e pela tradição babilônica duraram 6 dias e noites.

Como já dissemos, estes cataclismos são sempre cósmi-cos e tanto há distúrbios no céu como na terra; por isso, ao mesmo tempo que os mares saíam de seus leitos e inundavam as terras, os céus desabavam em chuvas intermináveis.

Já quando Solon, um dos mais notáveis sábios da Grécia, que viveu pelo sexto século antes de Cristo, visitou o Templo de Sais, no Egito, o sacerdote Sonjo lhe disse, ao narrar o afundamento da Atlântida, que comumente ocorrem pertur-bações no movimento dos astros, provocando sempre catás-trofes na crosta planetária.

De fato, no espaço ocorrem inúmeras catástrofes cósmi-cas, como choques de astros, incêndios, destruições etc., e a todo instante fragmentos dessas destruições estão varando a nossa atmosfera e caindo sobre o solo, enquanto milhares de outros são retidos pela própria atmosfera.

A pedra negra da Caaba, existente na cidade de Meca e ídolo maior dos muçulmanos, é um bólido caído do céu, e muitos outros têm caído em várias partes, produzindo des-truições aterradoras. Na Sibéria, em 1908, caiu um bólido tamanho, que foi sentido a quase mil quilômetros de distân-cia; homens que estavam a 700 km. fo ram derrubados pela deslocação de ar e quando o bólido entrou pela terra adentro, deixou no seu rumo uma coluna de fogo de 20 km de pro-fundidade, nuvens acima.

É tão intenso o movimento de destruições no Espaço que sobre a Terra cai constantemente uma camada de pó escuro que aumenta, por ano, seu peso em 650 mil toneladas e isso vem acontecendo desde sua criação.

Todos os povos que habitavam a zona compreendida na área do dilúvio de Noé deixaram tradições seme lhantes, referindo-se sempre a uma chuva torrencial, uma inundação tremenda; todos diziam que a catástrofe foi um castigo dos deuses e que salvou-se uma família privilegiada numa arca ou navio, levando consigo casais de todos os seres vivos, para sua perpetuação.

Isto prova que tal dilúvio foi numa vasta zona e numa mesma época e que a tradição religiosa uniformizou -se em torno à sua descrição por herança de gerações sucessivas.

É pois, assim, utilizando as forças da natureza e as leis da própria criação, que os Senhores dos Mundos, auxiliares da Divindade, operam na superfície destes as alterações necessá-rias à sua própria evolução.

7. CONCLUSÃO

Após o chamado Dilúvio Bíblico ou Asiático, os remanes-centes desse expurgo agruparam-se em diversos locais, pas-

6 5ªaula:ConstituiçãogeográficadaTerra

saram por diversos cruzamentos e selecionamentos e traziam em suas veias de forma predominante o sangue dos capelinos; passaram então a formar quatro povos principais assim de-nominados:

Os árias, na Europa; os hindus, na Ásia; os egípcios, na África; e os israelitas, na Palestina.

Os árias surgiram na Índia, como vimos, sob a chefia de Rama, e aí se estabeleceram de forma definitiva, após expul-sarem os primitivos habitantes, descendentes dos rutas da Terceira Raça. Organizaram poderosa civilização; mais tarde conquistaram e dominaram a Europa até o Mediterrâneo; são seus descendentes todos os povos de pele branca.

Os hindus, que após a invasão dos árias para o ocidente e para o sul, formaram-se de cruzamentos suces sivos entre os habitantes primitivos da região; herdaram dos árias, avan-çados conhecimentos espirituais e outros elementos propul-sores da civilização.

Os egípcios — os da primeira civilização — possuido-res da mais avançada sabedoria; deles diz Emmanuel: “Após

deixarem o testemunho de sua existência gravado nos monu-mentos imperecíveis das pirâmides, regressaram ao paraíso da Capela.

E, por último os israelitas, povo orgulhoso, tenaz, faná-tico e inamovível nas suas convicções; povo heróico no sofri-mento e na fidelidade religiosa. Referindo-se a eles diz, ainda, Emmanuel:

“Os sacerdotes não esperavam que o Redentor procu-rasse a hora mais escura da noite para surgir na paisagem terrestre. Segundo a sua concepção, o Senhor deveria chegar no carro magnificente de suas glórias divinas trazido do céu à Terra pela legião dos seus Tronos e Anjos; deveria humilhar todos os reis do mundo, conferindo a Israel o cetro supremo na direção de todos os povos do planeta; deveria operar todos os prodígios, ofuscando a glória dos Césares”. Continua mais adiante: ‘Apesar da crença fervorosa e sincera, Israel não sa-bia que toda a salvação tem de começar no íntimo de cada um e cumprindo as profecias de seus próprios filhos, conduziu aos martírios da cruz o Divino Cordeiro”.

GEAEL — Assistência espiritual aos sábadosGrande energia é dispensada nesta noite!É um trabalho de cura intenso, de reestruturação física, mental e espiritual. Os

companheiros que participam deste trabalho já sentiram certamente a diferença vi-bratória entre a quarta-feira e o sábado à noite.

Eu digo para vocês que, se esta casa é uma escola, um templo de oração, no sábado é um hospital!

Um hospital onde grandes alas comportam espíritos em grande sofrimento, em grande angustia... Muitos encarnados trazem consigo, familiares desencarnados em condições de debilidade extrema e são por nós atendidos...

Um alerta! silêncio, por favor, silêncio!Mesmo que os trabalhadores estejam cansados porque acabou um trabalho e vão

prontamente iniciar outro,... há uma grande mudança na estrutura vibratória desta casa!São necessários o quádruplo de espíritos do nosso lado para modificar esta casa no

plano espiritual... uma ajuda de vocês será muito bem vinda!.... imagine: leitos, leitos e mais leitos, crianças, idosos, jovens e adultos em situações tão necessários de ajuda....

Respeitem, queridos companheiros, a dor daqueles que vossos olhos ainda não po-dem ver, mas com certeza vossos corações sentem!

Meia hora no mínimo, antes do início do tabalho, aquietem! aquietem! façam o que tiverem que fazer, fora da câmara de harmonização, fora desta casa, que inicia a partir da câmara, pois alí estão os socorristas, trazendo os enfermos e dali em diante, as macas vão sendo colocadas uma a uma!....

Um beijo amoroso desta irmã em seus corações... trabalhemos em paz para Jesus!(Mensagem recebida durante o trabalho de sustentação vibratória em 16.11.2009)

EscoladeAprendizesdoEvangelho-AliançaEspíritaEvangélica(8ªturma/GEAEL) 7

O Conhecimento de si mesmoNey Pietro Peres — Manual Prático do Espírita

GEAEL

“Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrebatamento do mal? Um sábio da antiguidade vos disse: ‘CONHECE-TE A TI MESMO’.”

Allan Kardec — O Livro dos Espíritos, pergunta 919

De modo geral, vivemos todos em função dos impulsos inconscien tes que se agitam no nosso mundo interior. Mani-festamos, sem controle e sem conhecimento próprio, nossos desejos mais recônditos, ignorando suas raízes e origens.

O campo íntimo, onde os desejos são despertados nas mais varia das formas, encontra-se ainda muito vedado diante de um olhar mais profundo.

Refletimos inconscientemente um sem número de emo-ções, pensa mentos, atrações, repulsas, simpatias, antipatias, aspirações e repressões. Somos um complexo indefinido de sentimentos e idéias que, na maio ria das vezes, brotam dentro de nós sem sabermos como e por quê.

Somos todos vítimas dos nossos próprios desejos mal con-duzidos. Se sentimos dentro de nós uma atração forte e alimen-tamos um dese jo de posse, não nos perguntamos se temos o di-reito de adquirir ou de concretizar aquela aspiração. Sentimos como se fôssemos donos do que queremos, desrespeitando os direitos do próximo. Queremos e isso basta, custe o que custar, contrariando ou não a liberdade dos outros. O nosso desejo é mais forte e nada pode obstá-lo, esta é a maneira habitual de reagirmos internamente.

Agindo desse modo, interferimos na vontade dos que nos cercam e contrariamos, na maioria das vezes, os desejos da-queles que não se subor dinam aos nossos caprichos. Provo-camos reações, violências de parte a parte, agressões, discus-sões, desajustes, conflitos, ansiedades, tormentos, mal-estares, infelicidades.

Vemos constantemente os erros e defeitos dos que nos rodeiam e somos incapazes de perceber nossos próprios erros, tão ou mais acen tuados que os dos estranhos. As nossas faltas são sempre justificadas por nós mesmos, com razões claras ao nosso limitado entendimento. Colo camo-nos sempre como vítimas. Os outros nos causam contrariedades e desrespeitos, somos isentos de culpa e apenas defendemos nossos direi tos e nossa integridade própria.

Esse comportamento é típico nos seres humanos e confir-ma o des conhecimento de nós mesmos, das reações e manifes-tações que habitam a intimidade do nosso eu, sede da alma.

A grande maioria das criaturas humanas ainda se com-praz na mani festação das suas paixões e não encontra moti-vos para delas abdicar em benefício de alguém; são os imedia-tistas, de necessidades mais elemen tares, com predominância das funções animais, como reprodução, con servação, defesa. Dentro dessa maioria, compreendemos claramente como

hábitos mais evidentes e comuns a sensualidade, a gula, a agressividade, que, no ser racional, muitas vezes ultrapassam os limites das reações primitivas animais nos requintes de ex‑pressão, decorrentes daqueles três hábitos: ciúme, vingança, ódio, luxúria, violência. Podemos dizer que há, nesses tipos de indivíduos, a predominância da natureza animal, orgânica ou corpórea.

Uma pequena minoria da humanidade compreende a sua natureza espiritual, e como tal reflete um comportamento mais racional e menos impulsivo, isto é, suas necessidades já denotam aspirações do sentimento, algum esforço em con‑quistar virtudes e, assim, libertar‑se dos defeitos derivados do egoísmo.

Estamos todos, possivelmente, numa categoria intermedi-ária, numa fase de transição de espíritos imperfeitos para espí‑ritos bons e, portanto, ora nos comprazemos dos impulsos ca-

racterísticos do primeiro, ora bus camos alimentar o nosso es-pírito nas realizações do coração, na caridade, na solidarieda-de, no esforço de auto-aprimoramento. Vamos, assim, de modo lento, nas múltiplas existências, realizando o nosso progresso in dividual, elevando-nos na escala que vai do ser animal ao ser espiritual, alicerçando interiormente os valores morais.

Na resposta à pergunta 919-a, feita por Kardec aos Espí-ritos (O Li vro dos Espíritos. Livro terceiro, capítulo XII. “Da Perfeição Moral”), Santo Agostinho afirma: “O Conhecimento de Si Mesmo é, portanto, a chave do progresso individual”.

Todo esforço individual no sentido de melhorar nesta vida e resistir ao arrebatamento do mal só pode ser realiza‑do conscientemente, por dis posição própria, distinguindo‑se claramente os impulsos íntimos e optando‑se por disposições que nos levam às mudanças de comportamento. Desse modo, “conhecer-se a si mesmo” é a condição indispensável para nos levar a assumir deliberadamente o combate à predominância da natu reza corpórea.

E por quais razões o conhecimento próprio é o meio prá-tico mais eficaz? Na Grécia, 400 anos antes de Cristo, Socra-tes já assim ensinava. Essa sabedoria milenar ainda hoje é sobretudo evidente, e constitui o meio para evoluirmos. Não é compreensível que ao nos conhecermos es taremos a um passo de melhorar? Não se torna mais fácil, sabendo os pe rigos a que estamos sujeitos, afastarmo-nos deles e evitá-los?

COMO CONHECER‑SE

“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua trans-formação moral e pelo esforço que empre ende no domínio das más inclinações.”(Allan Kardec — O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XVII. “Sede Perfeitos” - Os bons espiritistas.)

A disposição de conhecer-se a si mesmo pode surgir na-

Vemos constantemente os erros e defeitos dos que nos rodeiam e somos incapazes de perceber nossos próprios er-ros, tão ou mais acen tuados que os dos estranhos.

turalmente como fruto do ama-durecimento de cada um, de forma espontânea, nata, resul-tante da própria condição espi-ritual do indivíduo, ou poderá ser pro vocada pela ação do so-frimento renovador que, sensi-bilizando a criatura, desperta-a para valores novos do espírito. Uns chegam pela compreensão natural, outros, pela dor, que também é um meio de desper-tar a nossa compreensão.

Um grande número de in-divíduos são levados, devido a desequilí brios emocionais, a gabinetes psiquiátricos ou psicoterápicos para tratamen-tos específicos. Através desses tratamentos vêm a conhecer as origens de seus distúrbios, aprendendo a identificá-los e a controlá-los, normalizando, até certo ponto, a sua conduta. Porém, isso ocorre dentro de uma mo tivação de comporta-mento compatível com os pa-drões de algumas escolas psi-cológicas, quase todas materialistas.

Na Doutrina Espírita, como Cristianismo Redivivo, igualmente bus camos o conhecimento de nós mesmos, embo-ra dentro de um sentido muito mais amplo, segundo o qual entendemos que a fração eterna e indis solúvel de nosso ser só caminha efetivamente na sua direção evolutiva quando pautando-se nos ensinamentos evangélicos, únicos padrões condi zentes com a realidade espiritual nos dois planos da nossa existência.

É preciso, então, despertar em nós a necessidade de co-nhecer o nos so intimo, objetivando nossa transformação den-tro do sentido cristão original, ensinado e exemplificado pelo Divino Mestre Jesus.

Conhecer exclusivamente as causas e as origens de nos-sos traumas e recalques, de nossas distonias emocionais nos quadros da presente existência é limitar os motivos dos nos-sos conflitos, olvidando a reali dade das nossas existências an-teriores, os delitos transgressores do on tem, que nos vinculam aos processos reequilibradores e aos reencontros conciliató-rios do hoje.

As motivações que nos induzem a desenvolver nossa re-modelação de comportamento projetam-se igualmente para o futuro da nossa eter nidade espiritual, onde os valores ponde-ráveis são exatamente aqueles obtidos nas conquistas nobili-tantes do coração.

Percebendo o passado longínquo de erros, trabalhamos livremen te no presente, preparando um futuro existencial mais suave e edificante. Esse é o amplo contexto da nossa

realidade espiritual, à qual al-mejamos nos integrar atuantes e produtivos.

O emérito professor Allan Kardec, em sua obra O Céu e o Inferno 1ª parte, capítulo VII, mostra, nos itens 169 do Códi-go Penal da Vida Fu tura, que no caminho para a regeneração não basta ao homem o arre-pendimento. São necessárias a expiação e a reparação, afir-mando que “A reparação con-siste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal”, e também “praticando o bem em compensação ao mal pratica do, isto é, tornando-se humilde se tem sido orgulhoso, amável se foi rude, caridoso se foi egoísta, benigno se perverso, laborioso se ocioso, útil se foi inútil, fru-gal se intemperante, exemplar se não o foi”.

Como podemos nos rea-bilitar, dentro dessa visão pa-norâmica da nossa realidade espiritual, infinitamente am-

pla, é o que pretendemos, à luz do Espiritismo, abordar neste trabalho de aplicação prática.

Reabilitar-se exige modificar-se, transformar o compor-tamento, a maneira de ser, de agir; é reformar-se moralmente, começando pelo co nhecimento de si mesmo.

Múltiplas são as formas pelas quais vamos conhecendo a nós mesmos, nossas reações, nosso temperamento, o que im-prime as nossas ações ao meio em que vivemos, aquilo que é a maneira como respondemos emocio nalmente, como reagimos aos inúmeros impulsos externos no relacio namento social.

Podemos concluir que a nossa existência é todo um pro-cesso contí nuo de reformulação de nossos próprios sentimen-tos e de nossa compre ensão dos porquês, como eles surgem e nos levam a agir.

Quando não procuramos deliberadamente nos conhecer, alargando os campos da nossa consciência, dirigindo-a rumo ao nosso eu, buscando identificar o porquê e a causa de tan-tas reações desconhecidas, somos igualmente levados a nos conhecer, exatamente nos entrechoques com aqueles do nos-so convívio, no seio familiar, no meio social, nos seto res de trabalho, nos transportes coletivos, nos locais públicos, nos clu bes recreativos, nos meios religiosos, enfim, em tudo o que compreende os contatos de pessoa a pessoa.

Nos capítulos seguintes veremos “o conhecer-se no conví-vio com o próximo”, “o conhecer-se pela dor”, “o conhecer-se pela auto-análise” e alguns meios práticos para realizarmos individualmente e em grupos a transformação que se inicia com a prática do conhecimento de nós mesmos.

Percebendo o passado longínquo de erros, trabalha-mos livremen te no presente, preparando um futuro exis-tencial mais suave e edificante.