O Direito Do Trabalho

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    DIREITO TRABALHISTA: UM ENFOQUE

    NA GESTO DE PESSOAS

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    CURSOS DE GRADUAO EAD

    Direito Trabalhista: um enfoque na gesto de pessoas Prof. Ms. Juliana ZacariasFabre Tebaldi

    Caros estudantes, meu nome Juliana Zacarias FabreTebaldi. Advogo na cidade de Ja/SP. Sou especialista emDireito Processual Civil e Mestre em Direito Cons tucionale Processual. Pretendo, com o desenvolvimento desta

    disciplina, contribuir efe vamente em sua formao,preparando-os para o exerccio da pro sso.

    E-mail : [email protected]

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    DIREITO TRABALHISTA: UM ENFOQUE

    NA GESTO DE PESSOAS

    Prof. Ms. Juliana Zacarias Fabre Tebaldi

    Caderno de Referncia de Contedo

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    Ao Educacional Clare ana, 2010 Batatais (SP)Trabalho realizado pelo Centro Universitrio Clare ano de Batatais (SP)

    Cursos: GraduaoDisciplina: Direito Trabalhista: um enfoque na gesto de pessoas

    Verso : jul./ 2013

    Reitor: Prof. Dr. Pe. Srgio Ibanor PivaVice-Reitor: Prof. Ms. Pe. Jos Paulo Ga

    Pr-Reitor Administra vo : Pe. Luiz Claudemir Bo eonPr-Reitor de Extenso e Ao Comunitria : Prof. Ms. Pe. Jos Paulo Ga

    Pr-Reitor Acadmico: Prof. Ms. Lus Cludio de Almeida

    Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. Ar eres Estevo RomeiroCoordenador de Material Did co Mediacional : J. Alves

    Corpo Tcnico Editorial do Material Didtico MediacionalPreparao

    Aline de Ftima GuedesCamila Maria Nardi Matos

    Carolina de Andrade BavieraC a Aparecida Ribeiro

    Dandara Louise Vieira MatavelliElaine Aparecida de Lima Moraes

    Josiane Marchiori Mar nsLidiane Maria MagaliniLuciana A. Mani Adami

    Luciana dos Santos Sanana de MeloPatrcia Alves Veronez Montera

    Rita Cristina BartolomeuRosemeire Cristina Astolphi Buzzelli

    Simone Rodrigues de OliveiraViviane Fernanda Zanotin

    RevisoFelipe AleixoMarcela Fonseca FerreiraRodrigo Ferreira DaverniTalita Cristina BartolomeuVanessa Vergani Machado

    Projeto grfico, diagramao e capaEduardo de Oliveira AzevedoJoice Cristina MicaiLcia Maria de Sousa FerroLuis Antnio Guimares ToloiRaphael Fantacini de OliveiraRenato de Oliveira ViolinTamires Botta Murakami de SouzaWagner Segato dos Santos

    Todos os direitos reservados. proibida a reproduo, a transmisso total ou parcial por qualquerforma e/ou qualquer meio (eletrnico ou mecnico, incluindo fotocpia, gravao e distribuio naweb), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permisso por escrito doautor e da Ao Educacional Claretiana.

    Centro Universitrio ClaretianoRua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo Batatais SP CEP 14.300-000

    [email protected]: (16) 3660-1777 Fax: (16) 3660-1780 0800 941 0006

    www.claretiano.edu.br

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    SUMRIO

    CADERNO DE REFERNCIA DE CONTEDO

    1 INTRODUO................................................................................................... 92 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA ............................................ 103 E REFERNCIAS................................................................................................ 18

    UNIDADE 1 O DIREITO DO TRABALHO

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 192 CONTEDOS ..................................................................................................... 193 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE.............................................. 204 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 20

    5 A ORIGEM DO DIREITO DO TRABALHO ASPECTOS HISTRICOS ............... 206 OS DIREITOS SOCIAIS DO TRABALHO

    NA CONSTITUIO FEDERAL DE 1988 ............................................................ 257 OS DIREITOS INDIVIDUAIS DOS TRABALHADORES PREVISTOS NA

    CONSTITUIO FEDERAL ................................................................................. 278 DEMAIS DIREITOS TRABALHISTAS PREVISTOS

    NA CONSTITUIO FEDERAL DE 1988 ............................................................ 309 AS FONTES DO DIREITO DO TRABALHO E A

    APLICAO DA LEI TRABALHISTA ................................................................... 3310 A INTEGRAO DAS NORMAS TRABALHISTAS .............................................. 3411 PRINCPIOS DO DIREITO DO TRABALHO ........................................................ 3612 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 3813 CONSIDERAES............................................................................................. 3914 E REFERNCIAS ................................................................................................ 3915 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 39

    UNIDADE 2 O AMBIENTE DO TRABALHO E AS PESSOAS QUE OCOMPEM

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 412 CONTEDOS ..................................................................................................... 413 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE.............................................. 414 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 425 O EMPREGADO E O EMPREGADOR ................................................................ 426 AMBIENTE DE TRABALHO................................................................................ 577 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 588 CONSIDERAES .............................................................................................. 599 E REFERNCIAS................................................................................................ 5910 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 59

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    UNIDADE 3 O RECRUTAMENTO E A CONTRATAO DOS EMPREGADOS:PROCEDIMENTOS OBRIGATRIOS E RECOMENDADOS,DOCUMENTOS NECESSRIOS E REGISTROS

    1 OBJETIVOS....................................................................................................... 612 CONTEDOS.................................................................................................... 613 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 614 INTRODUO UNIDADE .............................................................................. 625 RECRUTAMENTO PESSOAL .............................................................................. 626 A CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDNCIA SOCIAL ..................................... 66

    7 AS ANOTAES NA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDNCIA SOCIAL ....... 678 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 739 CONSIDERAES .............................................................................................. 7410 E REFERNCIAS ................................................................................................ 7411 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 75

    UNIDADE 4 A ROTINA TRABALHISTA: A JORNADA DE TRABALHO, ASVERBAS, DIREITOS E OBRIGAES TRABALHISTAS

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 772 CONTEDOS.................................................................................................... 773 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 784 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 785 JORNADA DE TRABALHO ................................................................................. 786 VERBAS TRABALHISTAS DEVIDAS NA RESCISO

    DO CONTRATO DE TRABALHO ......................................................................... 1277 A PARTICIPAO NOS LUCROS E NOS RESULTADOS ..................................... 1278 ESTABILIDADE PROVISRIA ............................................................................. 1299 AS COMISSES DE CONCILIAO PRVIA DEFINIES

    E ASPECTOS GERAIS ......................................................................................... 14110 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 14911 CONSIDERAES .............................................................................................. 15012 E REFERNCIAS ................................................................................................ 15013 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 151

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    UNIDADE 5 ASSDIO MORAL E SEXUAL NAS RELAES TRABALHISTA1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 1532 CONTEDOS.................................................................................................... 1533 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 1534 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 1545 ASSDIO MORAL .............................................................................................. 1546 ASSDIO SEXUAL............................................................................................. 1617 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 1638 CONSIDERAES .............................................................................................. 163

    9 E REFERNCIAS ................................................................................................ 16410 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 164

    UNIDADE 6 A TERCEIRIZAO

    1 OBJETIVO .......................................................................................................... 1652 CONTEDO ....................................................................................................... 1653 ORIENTAES GERAIS PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................. 1654 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 1665 DEFINIO DE TERCEIRIZAO ...................................................................... 1666 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 1697 CONSIDERAES .............................................................................................. 1708 E REFERNCIAS ................................................................................................ 1709 REFERNCIA BIBLIOGRFICA .......................................................................... 170

    UNIDADE 7 DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 1712 CONTEDOS ..................................................................................................... 171

    3 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 1724 SEGURIDADE SOCIAL ....................................................................................... 1725 NORMATIZAO ............................................................................................... 1736 OS PRINCPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL ....................................................... 1747 O PERODO DE CARNCIA NECESSRIO PARA SE

    TER DIREITO AO BENEFCIO ............................................................................ 1788 MANUTENO DA QUALIDADE DE SEGURADO ............................................ 180

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    9 OS BENEFCIOS DA PREVIDNCIA SOCIAL ..................................................... 18110 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 19611 CONSIDERAES .............................................................................................. 19712 E REFERNCIAS ................................................................................................ 19813 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 198

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    CRC

    Caderno deReferncia de

    Contedo

    1. INTRODUO

    Seja bem-vindo!

    Voc iniciar o estudo de Direito Trabalhista: um enfoque nagesto de pessoas , que uma das disciplinas que compem oscursos de Graduao e que ser desenvolvida na modalidade EaD.Descobriremos, juntos, todos os procedimentos necessrios paraa sua iniciao nesta disciplina.

    Neste estudo, vamos descobrir regras e fatores essenciaispara a realizao da gesto de pessoas de maneira absolutamentesegura, adequada e de acordo com as leis trabalhistas vigentes.

    muito importante que voc se empenhe no estudo des-ta disciplina, pois nela h definies fundamentais ao exerccio de

    sua profisso, tais como: as regras referentes ao ambiente de tra-balho e s pessoas que o compem; as normas que dizem respeito

    Ementa O ambiente de trabalho e a relao das pessoas que o compem. O Direito doTrabalho e as normas trabalhistas. Espcies e caractersticas dos empregadose empregadores. O recrutamento e a contratao dos empregados: procedimen-tos obrigatrios e recomendados, documentos necessrios e registros. A rotinatrabalhista: a jornada de trabalho, as verbas, os direitos e as obrigaes traba-lhistas. O fm do contrato de trabalho. Aes trabalhistas: motivos e implicaes.

    A terceirizao do trabalho. O assdio moral e sexual nas relaes trabalhistas.

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    rotina trabalhista, as quais devem ser seguidas pelo profissional;os aspectos referentes legislao trabalhista, entre outras.

    Como voc pode perceber, o desafio grande: voc estconvidado a fazer parte, conosco, deste novo caminho de constru-

    o do saber. Mas no se preocupe, pois nossos tutores estarosempre a seu lado, de forma que voc poder fazer perguntas eresolver suas dvidas na Sala de Aula Virtual ou pelo 0800.

    Esteja consciente de que seu bom desempenho intelectualdepender de voc mesmo. Na Educao a Distncia, fundamen -tal que voc participe ativamente dos debates no Frum e na Lista,discutindo os contedos com seus colegas e tutores.

    nesse processo de colaborao que o conhecimento construdo.

    Que voc tenha um bom e proveitoso estudo!

    Aps esta introduo aos conceitos principais da disciplina,apresentamos a seguir, no Tpico Orientaes para o estudo dadisciplina , algumas orientaes de carter motivacional, dicas eestratgias de aprendizagem que podero facilitar o seu estudo.

    2. ORIENTAES PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA

    Abordagem Geral da Disciplina

    Neste tpico, apresenta-se uma viso geral do que ser es -tudado nesta disciplina. Aqui, voc entrar em contato com osassuntos principais deste contedo de forma breve e geral e tera oportunidade de aprofundar essas questes no estudo de cadaunidade . Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe oconhecimento bsico necessrio a partir do qual voc possa cons-truir um referencial terico com base slida cientfica e cultural

    para que, no futuro exerccio de sua profisso, voc a exera comcompetncia cognitiva, tica e responsabilidade social. Vamos co-

    mear nossa aventura pela apresentao das ideias e dos princ -pios bsicos que fundamentam esta disciplina.

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    A disciplinaDireito Trabalhista: um enfoque na gesto de pessoas tem como objetivo dar subsdios atuao do profissio -nal de Recursos Humanos. Seu objeto o estudo das normas tra -balhistas que se aplicam especificamente no efetivo exerccio daprofisso. Antes de iniciar o estudo das referidas normas espec-ficas, necessrio que o aluno compreenda a origem do direitodo trabalho, seus aspectos histricos, sua definio e seus prin -cpios bsicos. Como de conhecimento geral, toda cincia temseus princpios e definies gerais, sendo o entendimento de taisprincpios e definies, necessrio compreenso da legislaoaplicvel especificamente no exerccio profissional. muito impor-tante verificar os direitos sociais previstos na Constituio Federalde 1988, uma vez que a presena de tais direitos no texto cons -titucional representa uma enorme evoluo do direito do traba -lho no Brasil, com a insero de importantes direitos e garantiasaos trabalhadores urbanos e rurais. O segredo para se entendero Direito Trabalhista compreender a definio de empregado eempregador, pois somente se aplicam as normas de direito do tra-balho nas relaes trabalhistas, que so justamente aquelas esta -belecidas entre empregados e empregadores. Portanto, convmdar nfase em tais definies, especialmente nos requisitos quedevem, obrigatoriamente, ser preenchidos para a configurao deambos. Entender o processo de contratao de um empregado extremamente importante. Isso porque a relao trabalhista entreum empregado e um empregador inicia-se a partir do processo deadmisso. Esse processo deve ser feito com transparncia e tantoo empregado como o empregador devem estar cientes das nor-mas que devem seguir. A celebrao do contrato de trabalho cru -cial e, dessa forma, deve-se conhecer todos os tipos de contratosque so permitidos pela legislao trabalhista (contrato por prazoindeterminado e por prazo determinado e suas espcies). Cadaespcie de contrato tem seu regime jurdico prprio e, portan -to, consequncias diversas quando ocorre a extino. Realizada acontratao, empregado e empregador devem conhecer as regras

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    aplicveis em relao jornada de trabalho, remunerao, aosdireitos e deveres trabalhistas e aos motivos que podem gerar aextino de um contrato de trabalho, como o pedido de demisso,a presena de justa causa para a resciso do contrato de trabalho,entre outros. importante que se conhea as regras referentes snegociaes coletivas. O aluno tambm deve ter conhecimento dealguns problemas que podem ocorrer durante a relao de traba -lho, como o assdio moral e o assdio sexual, especialmente emrelao s suas consequncias. importante tambm que se com -preenda a possibilidade de terceirizao de servios, identificandoa definio de terceirizao lcita e ilcita. Por fim, o aluno deve terconhecimento dos principais benefcios previdencirios e de quan-do o trabalhador passa a ter direito de receb-los.

    Glossrio de Conceitos

    O Glossrio permite a voc uma consulta rpida e precisadas definies conceituais, possibilitando-lhe um bom domniodos termos tcnico-cientficos utilizados na rea de conhecimento

    dos temas tratados na disciplina Direito Trabalhista: um enfoquena gesto de pessoas. Veja a seguir a definio dos principais con-ceitos desta disciplina:

    1) Direito: trata-se de um complexo de normas institudopor instituies legtimas para regular as relaes so -ciais; so normas institudas para regular a vida em so-ciedade.

    2) Doena ocupacional : doena adquirida em decorrnciada ocupao funcional, isto , em decorrncia do traba -lho exercido pelo empregado.

    3) Fora maior: nos termos do artigo 501 da CLT, entende--se como fora maior todo acontecimento inevitvel, emrelao vontade do empregador, e, para a realizaodo qual este no concorreu, direta ou indiretamente(JUSBRASIL, 2012a).

    4) Nascituro: ser concebido, mas ainda no nascido (JUS-BRASIL, 2012b).

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    5) Revoluo Industrial: trata-se do movimento de mudan-a econmica, social, poltica e cultural, que visava pro-duo em grande escala; para isso, o trabalho artesanalfoi substitudo por mquinas.

    Esquema dos conceitos-chavePara que voc tenha uma viso geral dos conceitos mais im-

    portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es -quema dos Conceitos-chave da disciplina. O mais aconselhvel que voc mesmo faa o seu esquema de conceitos-chave ou atmesmo o seu mapa mental. Esse exerccio uma forma de vocconstruir o seu conhecimento, ressignificando as informaes apartir de suas prprias percepes.

    importante ressaltar que o propsito desse Esquema dosConceitos-chave representar, de maneira grfica, as relaes en -tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos maiscomplexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar vocna ordenao e na sequenciao hierarquizada dos contedos de

    ensino.Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-

    -se que, por meio da organizao das ideias e dos princpios emesquemas e mapas mentais, o indivduo pode construir o seu co-nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-daggicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza-gem.

    Aplicado a diversas reas do ensino e da aprendizagem es-colar (tais como planejamentos de currculo, sistemas e pesquisasem Educao), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda,na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilao de novosconceitos e de proposies na estrutura cognitiva do aluno. Assim,novas ideias e informaes so aprendidas, uma vez que existempontos de ancoragem.

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    Tem-se de destacar que aprendizagem no significa, ape-nas, realizar acrscimos na estrutura cognitiva do aluno; preci-so, sobretudo, estabelecer modificaes para que ela se configurecomo uma aprendizagem significativa. Para isso, importante con-siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiaisde aprendizagem. Alm disso, as novas ideias e os novos concei-tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vezque, ao fixar esses conceitos nas suas j existentes estruturas cog-nitivas, outros sero tambm relembrados.

    Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que voco principal agente da construo do prprio conhecimento, por

    meio de sua predisposio afetiva e de suas motivaes internase externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor -nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-cimento sistematizado em contedo curricular, ou seja, estabele-cendo uma relao entre aquilo que voc acabou de conhecer como que j fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado dosite disponvel em: . Acesso em: 11 mar. 2010).Alm do cronograma que voc dever seguir para desenvol-

    ver suas atividades e interatividades propostas pelo professor-res-ponsvel, voc poder valer-se de outros tipos de aprendizagem,como Aprendizagem de conceitos, de princpios (uma cadeia devrios conceitos) que podero lev-lo resoluo de problemas,quando, mediante a combinao desses princpios, produzido

    um novo conhecimento. Da a importncia de um Esquema deconceitos-chave para se ter clareza das ideias e princpios que fun-damentam um saber cientfico.

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    Figura 1Esquema de Conceitos-chave da disciplina Direito Trabalhista: um enfoque na gesto de pessoas.

    Como voc pode observar, esse Esquema oferece a voc,como dissemos anteriormente, uma viso geral dos conceitos maisimportantes deste estudo. Ao segui-lo, ser possvel transitar en-

    tre os principais conceitos desta disciplina e descobrir o caminhopara construir o seu processo de ensino-aprendizagem.

    O esquema anterior contm os institutos elementares que ogestor de recursos humanos deve conhecer para exercer sua pro-fisso. Assim, visualizamos no esquema que o Direito Trabalhistase aplica apenas em relao a pessoas que estabelecem uma rela -o de trabalho, ou seja, apenas nas relaes estabelecidas entreempregados e empregadores. As normas trabalhistas regulam acontratao do empregado pelo empregador, que vai desde o pro -cesso de recrutamento, seleo at a efetivao da contratao,que pode ser por prazo determinado ou por prazo indetermina-do. As regras referentes extino da relao trabalhista, ou seja,de extino do contrato de trabalho firmado, tambm devem serconhecidas pelo gestor. Saindo da esfera da contratao, o gestordeve ter amplo domnio das regras referentes jornada de traba-

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    lho que ir ser realizada e da remunerao. O gestor tambm deveconhecer as condutas vedadas na relao de trabalho, especial -mente o assdio moral e o assdio sexual, e as consequncias civise criminais ao assediador. Por fim, deve o gestor ter conhecimentodo instituto da terceirizao de servios, isto , deve saber quando possvel ou no terceirizar mo de obra e identificar as responsa-bilidades de cada um de seus participantes.

    O Esquema dos Conceitos-chave mais um dos recursos deaprendizagem que vem se somar queles disponveis no ambien-te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem comoqueles relacionados s atividades didtico-pedaggicas realiza -

    das presencialmente no polo. Lembre-se de que voc, aluno EaD,deve valer-se da sua autonomia na construo de seu prprio co -nhecimento.

    Questes Autoavaliativas

    No final de cada unidade, voc encontrar algumas questesautoavaliativas sobre os contedos ali tratados, as quais podemser de mltipla escolha , abertas objetivas ou abertas dissertati-vas.

    Responder, discutir e comentar essas questes, bem comorelacion-las com a prtica do ensino de Direito Trabalhista: umenfoque na gesto de pessoas pode ser uma forma de voc ava-liar o seu conhecimento. Assim, mediante a resoluo de questespertinentes ao assunto tratado, voc estar se preparando para aavaliao final, que ser dissertativa. Alm disso, essa uma ma -neira privilegiada de voc testar seus conhecimentos e adquiriruma formao slida para a sua prtica profissional.

    As questes de mltipla escolha so as que tm como respostaapenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se porquestes abertas objetivas as que se referem aos contedosmatemticos ou queles que exigem uma resposta determinada,inalterada. J as questes abertas dissertativas obtm porresposta uma interpretao pessoal sobre o tema tratado; por isso,

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    normalmente, no h nada relacionado a elas no item Gabarito.Voc pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seuscolegas de turma.

    Bibliografia Bsica fundamental que voc use a Bibliografia Bsica em seus

    estudos, mas no se prenda s a ela. Consulte, tambm, as biblio -grafias complementares.

    Figuras (ilustraes, quadros...)

    Neste material instrucional, as ilustraes fazem parte inte -grante dos contedos, ou seja, elas no so meramente ilustra-tivas, pois esquematizam e resumem contedos explicitados notexto. No deixe de observar a relao dessas figuras com os con -tedos da disciplina, pois relacionar aquilo que est no campo vi-sual com o conceitual faz parte de uma boa formao intelectual.

    Dicas (motivacionais)

    O estudo desta disciplina convida voc a um olhar mais apu-rado no processo de gesto de pessoas. Portanto, uma capacidadeque nos impele maturidade. Procure ficar atento para as expli-caes tericas, prticas (do senso comum) e cientficas presen -tes nos meios de comunicao, e partilhe com seus colegas seus

    comentrios. Ao compartilhar o que observamos com outras pes-soas, temos a oportunidade de perceber o que ns e os outrosainda no sabemos, aprendendo a ver e notar o que no tnhamospercebido antes desenvolvendo discriminaes.

    Voc, como aluno dos cursos de Graduao na modalidadeEaD, necessita de uma formao conceitual slida e consistente.

    Para isso, voc contar com a ajuda do tutor a distncia, do tutorpresencial e, sobretudo, da interao com seus colegas. Sugeri -

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    mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividadesnas datas estipuladas.

    importante, ainda, que voc anote as suas reflexes emseu caderno ou no Bloco de Anotaes, pois, no futuro, elas pode -

    ro ser utilizadas na elaborao de sua monografia ou de produ -es cientficas.

    Leia os livros da bibliografia indicada, para que voc amplieseus horizontes tericos. Coteje-os com o material didtico, discu -ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista s videoau-las.

    No final de cada unidade, voc encontrar algumas questesautoavaliativas, que so importantes para a sua anlise sobre oscontedos desenvolvidos e para saber se estes foram significativospara sua formao. Indague, reflita, conteste e construa resenhas,pois esses procedimentos sero importantes para o seu amadure-cimento intelectual.

    Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na

    modalidade a distncia participar, ou seja, interagir, procurandosempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.

    Caso precise de auxlio sobre algum assunto relacionado aesta disciplina, entre em contato com seu tutor. Ele estar prontopara ajudar voc.

    3. E REFERNCIASBRASIL. Jusbrasil. Disponvel em: .Acesso em: 30 mar. 2012.

    ______. Disponvel em: .

    Acesso em: 30 mar. 2012.

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    1. OBJETIVOS

    Compreender a origem do Direito do Trabalho no mundoe no Brasil.

    Identificar as formas de aplicao do Direito do Trabalhoquanto sua eficcia.

    Explicar e descrever o mecanismo de Integrao do Direi-to do Trabalho.

    Demonstrar o mecanismo da aplicao da ordem jurdicano tempo.

    2. CONTEDOS

    Noo de Direito: origem e finalidade. Integrao do Direito: analogia, equidade e princpios ge -

    rais do Direito.

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    Da aplicao da ordem jurdica no tempo. Da retroativida -de da lei nova. Efeito imediato da nova lei. Sobrevivnciada lei antiga.

    Fontes do Direito do Trabalho.

    3. ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE1) Tenha sempre mo o significado dos conceitos expli-

    citados no Glossrio e suas ligaes pelo Esquema deConceitos-chave para o estudo de todas as unidadesdeste CRC. Isso poder facilitar sua aprendizagem e seudesempenho.

    2) Leia os livros da bibliografia indicada para que voc am-plie seus horizontes tericos. Coteje-os com o materialdidtico e discuta a unidade com seus colegas e com otutor. Procure ler o texto sempre relacionando o DiretoTrabalhista gesto de pessoas.

    4. INTRODUO UNIDADE

    Iniciaremos nosso estudo com uma breve introduo acercada origem do Direito do Trabalho. Em seguida, teremos a opor-tunidade de compreender as aplicaes das leis trabalhistas e osprincpios do Direito do Trabalho.

    5. A ORIGEM DO DIREITO DO TRABALHO ASPECTOSHISTRICOS

    O Direito pode ser compreendido, de acordo com AmauryMascaro Nascimento (1999, p. 5), como resultado da presso defatos sociais que, apreciados segundo os valores, resultam em nor-mas jurdicas".

    O advento das normas trabalhistas est relacionado Revo-luo Industrial , ocorrida no final do sculo 18. A Revoluo gerou

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    a intensificao do comrcio, a revoluo agrcola, a expulso decampesinos para as cidades, o surgimento de uma indstria txtilinglesa etc. Muitos trabalhadores comearam a laborar nas inds -trias surgidas na poca, que exigiam um ritmo de trabalho de at16 horas dirias.

    Segundo Martins (2008, p. 5):[...] o Direito do Trabalho e o contrato de trabalho passaram a de-senvolver-se com o surgimento da Revoluo Industrial. Constata--se, nessa poca, que a principal causa econmica do surgimentoda Revoluo Industrial foi o aparecimento da mquina a vaporcomo fonte energtica.

    Nessa poca, com o surgimento das indstrias, havia umenorme nmero de pessoas desempregadas, geralmente os cam-pesinos, que vinham do campo e se instalavam nas cidades semqualquer bem ou proteo por parte do Estado, sendo rapidamen -te absorvidos pelas indstrias. Em virtude do excesso de mo deobra, as contrataes eram realizadas em massa e sem o menorrespeito vida e dignidade humanas.

    Raquel V. Franco aponta que:[...] as riquezas geradas eram de fato imensas e as condies devida nas cidades costumavam ser horrveis. Para se ter idia, algunsrecenseamentos ingleses, da dcada de 1840, relatam que um ho -mem vivia em mdia 50 anos no campo e, na cidade, 30 anos. Essesnmeros so talvez indicadores da dramaticidade das modificaesocasionadas, nas vidas de milhes de seres humanos, pela RevoluoIndustrial. Dramaticidade que muitas vezes nos escapa, mas que po-demos entrever se, como nos informa Hobsbawm, levarmos em con -ta que era comum, nas primeiras dcadas dos oitocentos, encontrartrabalhadores citadinos vivendo de forma que seria absolutamenteirreconhecvel para seus avs ou mesmo para seus pais.

    A fragmentao das sociedades campesinas e atomizadas tradicio -nais, que originou as grandes massas nas cidades, fez com que, naspalavras de Hobsbawm, "nada se tornasse mais inevitvel" do queo aparecimento dos movimentos operrios - pois aqueles trabalha-dores no tinham quaisquer recursos legais, somente alguns rudi-mentos de proteo pblica [...] (FRANCO, 2007).

    No incio da Revoluo, houve um pico de contrataes. En-tretanto, como vimos anteriormente, surgiram vrios maquinrios

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    modernos, aumentando, dessa forma, a produo de determina -dos itens, o que ocasionou a reduo de seus preos. Esses doisfatores, dentre outros, levaram as fbricas a demitir muitos em-pregados que haviam sido contratados.

    As contrataes eram verbais e implicavam verdadeira servi -do, visto que o trabalhador da poca no estava preparado paraoperar mquinas. No se falava em direitos dos trabalhadores.Tampouco havia, dentro das fbricas, preveno contra acidentesde trabalho. Por conta de tais fatos, a fome, a misria e a falta deempregos nas cidades aumentavam em demasia.

    O desemprego em massa fez que comeassem a surgir movi -

    mentos proletariados de reivindicaes, que exigiam a ampliaodas funes estatais e uma melhor distribuio da renda entre osmais desfavorecidos. Passou-se a no mais se admitir o Estado --mnimo, exigindo uma posio estatal cada vez mais interventora.Surge, pois, em meados do sculo 20, o "Estado Social".

    Neste sentido, Raquel Veras Franco informa-nos que:[...]o Direito e a Justia do Trabalho so, em ltima anlise, uma das

    expresses desse Estado Social (menos liberal e mais intervenien -te), na medida em que um dos pressupostos do direito trabalhista que h, entre empregado e empregador, um desnvel de poderque deve ser sanado, inclusive atravs da atuao jurdica estatal.Dessa forma, no exagero dizer que a presso dos trabalhadoresao longo dos sculos XIX e XX ajudou a democratizar vrias socie-dades capitalistas no Ocidente - e isso na medida em que fez surgir,como conseqncia de suas lutas, as primeiras normas do Direitodo Trabalho, materializadas nos primeiros acordos entre trabalha-dores e patres.

    A existncia dos movimentos proletrios , portanto, a causa hist -rica da formao do Direito e da Justia do Trabalho no mundo. [...](FRANCO, 2007).

    As pessoas tornaram-se conscientes de que o Estado nopodia mais se destinar apenas proteo das finalidades individu -ais. Fazia-se necessria a aplicao de medidas para garantir umaigualdade jurdica entre as pessoas, independentemente de suas

    posses e condies sociais. O individualismo teria que passar a umplano secundrio para que o interesse social fosse realado.

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    Os trabalhadores reivindicavam, especialmente, o direito dese unirem e o direito a uma legislao em condies de vetar oabuso dos empregadores e de preservar a dignidade humana noambiente de trabalho.

    Nesse sentido, veja, a seguir, os marcos histricos e legislati-vos do Direito do Trabalho no mundo:a) do sculo 18 at o Manifesto Comunista (em 1848) a

    Alemanha proibiu o trabalho noturno e por mais de 12horas por dia;

    b) ato de 1826, na Inglaterra, que permitiu o direito de as -sociao classe operria britnica mais de meio sculoantes da Frana.

    c) a Revoluo Francesa de 1789, que instituiu o Direito doTrabalho e os direitos trabalhistas, bem como demons-trou tolerncia aos sindicatos;

    d) a Constituio Mexicana de 1917 a primeira consti-tuio do mundo que dispe sobre Direito do Trabalho,que se preocupou em estabelecer normas legais de pro-teo ao trabalhador, dedicando 30 artigos aos direitos

    sociais e do trabalhador;e) a Constituio alem de Weimar, de 1919, tambm pro -curou garantir direitos bsicos ao trabalhador (discipli -nando a sua participao na empresa), como: a criaode um direito unitrio do trabalho, a liberdade de unio,o direito a um sistema de seguros sociais, a representa-o dos trabalhadores na empresa, entre outros;

    f) o Tratado de Versalhes continha nove princpios gerais

    relativos regulamentao do trabalho; houve o incioda atividade legislativa do Estado em favor dos trabalha-dores; foram incorporadas medidas sociais nas constitui-es;

    g) Declarao Universal dos Direitos do Homem, em 1948:toda pessoa tem o direito de fundar, com outros, sin-dicatos e de se filiar a sindicatos para a defesa de seusinteresses.

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    Nascimento (1999, p. 46), sobre o Direito do Trabalho no pe-rodo contemporneo, expe o seguinte:

    Afirmou-se o direito do trabalho em todos os pases, independen-temente da estrutura poltica ou econmica, no capitalismo e nosocialismo, nos regimes estatais de dirigismo ou no liberalismo eco-

    nmico, como uma necessidade de regulamentao das relaesde trabalho.

    Origem do Direito do Trabalho no Brasil

    No Brasil, a histria do Direito do Trabalho originou-se com aabolio da escravatura e a imigrao de trabalhadores europeusno territrio nacional. Esses imigrantes conheciam os direitos tra -

    balhistas fundamentados no Direito do Trabalho existente na Euro -pa e, por esse motivo, passaram a reivindicar medidas de proteolegal ao trabalho em nosso territrio.

    A Constituio de 1824 apenas tratou de abolir as corporaes deofcio (art. 179, XXV), pois deveria haver liberdade do exerccio deofcios e profisses. A Lei do Ventre Livre disps que, a partir de 28-9-1871, os filhos de escravos nasceriam livres. Em 28-9-1885, foiaprovada a Lei Saraiva-Cotegipe, chamada de Lei dos Sexagenrios,libertando os escravos com mais de 60 anos. Mesmo depois de livre,o escravo deveria prestar mais trs anos de servios gratuitos a seusenhor. Em 13-5-1888, foi assinada pela Princesa Isabel a Lei urea(Lei n 3.353), que abolia a escravatura (MARTINS, 2008, p. 9).

    Em 1891, a Constituio reconheceu o direito de liberdadede associao.

    Em 1930, Getlio Vargas criou o Ministrio do Trabalho, In-dstria e Comrcio. Surgiram normas sobre: as profisses, o traba-lho das mulheres (em 1932), o salrio mnimo (em 1936), a Justiado Trabalho (em 1939), entre outras.

    A Constituio de 1934 foi a primeira a regular o Direito doTrabalho, garantindo liberdade sindical, isonomia salarial, salriomnimo, jornada de oito horas de trabalho, proteo do trabalhodas mulheres e menores, repouso semanal, as frias anuais remu-

    neradas. A partir dessa data, todas as constituies brasileiras pas -saram a tratar do Direito do Trabalho.

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    Entretanto, a carta de 1937 manteve a previso relativa Justia do Trabalho, mas imps restries ao movimento sindical.Proibiu-se a greve.

    Em 1943, foi criada a Consolidao das Leis do Trabalho

    (CLT), mediante o Decreto-Lei n 5.452 de 10 de maio de 1943,com o objetivo de sistematizar as vrias leis esparsas que regula-vam as relaes trabalhistas.

    Com a Constituio de 1946, a Justia do Trabalho passou aintegrar o Poder Judicirio como rgo especializado, assim comoo so a Justia Eleitoral e a Justia Militar. A Constituio de 1967introduziu o Fundo de Garantia por Tempo de Servio. Por fim, aConstituio de 1988 valorizou o Direito do Trabalho coletivo, coma garantia de no interferncia estatal na organizao sindical.

    6. OS DIREITOS SOCIAIS DO TRABALHO NA CONSTTUIO FEDERAL DE 1988

    Definio de direitos sociais e aspectos gerais

    A Constituio Federal de 1988 disciplina, nos artigos 6 a11, os chamados "direitos sociais". Nos termos do artigo 6 da CF,so considerados direitos sociais: a educao, a sade, o trabalho,a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e infncia e a assistncia aos desamparados.

    Os direitos dos trabalhadores foram includos pelo legisladorconstituinte como espcie dos direitos sociais. Esto includos nadisciplina dos direitos sociais os direitos individuais do trabalha-dor, como o direito ao seguro-desemprego, e os direitos coletivos,como o direito de associao em entidades de classe (associaesprofissionais ou sindicais).

    O objetivo do legislador constituinte ao incluir o trabalhocomo um dos direitos sociais foi assegurar a valorizao do tra-

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    Os direitos sociais relativos aos trabalhadores aplicam-sea todos e quaisquer trabalhadores, independentemente de se-rem considerados urbanos ou rurais (CF, art. 7). Existe limitaoapenas em relao aos trabalhadores domsticos, pois estes tmalguns direitos limitados. No prximo tpico, verificaremos es-pecificamente todos os direitos sociais trabalhistas previstos naConstituio Federal.

    7. OS DIREITOS INDIVIDUAIS DOS TRABALHADOREPREVISTOS NA CONSTITUIO FEDERAL

    Os direitos sociais trabalhistas individuais esto previstos noartigo 7 da Constituio Federal. J vimos que a Constituio Fe-deral equiparou o trabalhador rural ao urbano. Assim, todos osdireitos previstos na Constituio Federal tambm se destinam aostrabalhadores rurais.

    Garantia contra despedida arbitrria ou sem justa causa

    O inciso I, do artigo 7 da Constituio Federal, determinaque a relao de emprego deve estar protegida contra despedi -da arbitrria ou sem justa causa, garantindo indenizao se taisdespedidas vierem a ocorrer. Assim, no se probe a despedidaarbitrria e sem justa causa, mas garante-se ao trabalhador umaindenizao caso ela venha a ocorrer.

    Nesse caso, o que est garantido a relao de empregocontra a despedida arbitrria ou sem justa causa. Trata-se de umaespcie de compensao que o trabalhador tem quando perde oemprego arbitrariamente e sem justa causa.

    O seguro-desemprego

    O inciso II garante o recebimento do seguro-desemprego

    em caso de desemprego involuntrio.

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    O seguro-desemprego regulado pela Lei n 7.998/1990,com as alteraes posteriores. Consiste em um programa que,entre outras finalidades, destinado a dar assistncia financeiratemporria:

    a) aos trabalhadores dispensados sem justa causa ou emcaso de resciso indireta do contrato de trabalho;

    b) queles cujo contrato de trabalho foi suspenso em virtu-de de participao em curso ou programa de qualifica -o oferecido pelo empregador;

    c) aos pescadores profissionais durante o perodo em quea pesca proibida devido procriao das espcies, e

    d) aos trabalhadores resgatados da condio anloga deescravido.

    Cabe aqui uma ressalva que diz respeito ao item a, citadoanteriormente: na resciso indireta, o empregado pode considerarrescindido o contrato de trabalho e pleitear a devida indenizaonas hipteses previstas no artigo 483 da Consolidao das Leis doTrabalho (CLT).

    O valor do benefcio seguro-desemprego varia de acordocom o valor do salrio que era recebido pelo trabalhador e podeser pago em at cinco parcelas, nos termos do que determina a lei.

    A Lei n 10.208/2001 passou a conferir aos trabalhadoresdomsticos o direito ao seguro-desemprego, desde que estejaminscritos no sistema do Fundo de Garantia por Tempo de Servio(FGTS). Para tanto, o trabalhador domstico tem de ter exercido

    trabalho domstico por, pelo menos, 15 meses nos ltimos 24meses que antecederam a dispensa. Esse prazo deve ser contadoretroativamente a partir da dispensa. A fim de facilitar a compre-enso, acompanhemos um exemplo:

    Suponhamos que o empregado foi dispensado no dia15/03/2010. Nos termos da lei, ele tem de ter trabalhado, pelo me -nos, 15 meses durante os 24 meses anteriores data da dispensa;assim, a contagem dos 24 meses teria se iniciado em 15/03/2008.

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    Seguindo esse raciocnio, o trabalhador tem de ter trabalha-do por pelo menos 15 meses entre o perodo de 15/03/2008 a15/03/2010.

    Vale ressaltar que a adeso ao FGTS, no que diz respeito aos

    empregados domsticos, uma faculdade do empregador.

    Fundo de garantia por tempo de servio

    O inciso III da Constituio Federal assegura ao trabalhador orecebimento do fundo de garantia por tempo de servio.

    O Fundo de Garantia por Tempo de Servio (FGTS) uma

    conta bancria vinculada, aberta pelo empregador em nome dotrabalhador na Caixa Econmica Federal. Tem como finalidade ga-rantir ao trabalhador, caso ele seja despedido arbitrariamente esem justa causa, o levantamento do valor dos depsitos efetuados.

    Mensalmente, at o dia 7, o empregador ou tomador deservios deve depositar na conta vinculada aberta em nome dotrabalhador o valor correspondente a 8% (oito por cento) do valor

    dos seus rendimentos devidos no ms anterior. Para os aprendizes,aplica-se a alquota de 2% (dois por cento), que deve tambm sercalculada sobre o valor da remunerao devida pelo empregadorao trabalhador no ms anterior (Lei n 8.036/1990, artigo 15).

    Os rendimentos que devem ser tomados por base para finsdo clculo do FGTS incluem, tambm, os rendimentos previstosnos artigos 457 e 458 da CLT, tais como: gorjetas, comisses, per-centagens, gratificaes habituais, dirias para viagem, abonos,alimentao e habitao e vesturio.

    No caso de afastamento do trabalhador para cumprir o ser-vio militar obrigatrio, ou em virtude de licena maternidade, li -cena paternidade, afastamento para tratamento de sade ou emdecorrncia de acidente de trabalho, o empregador deve continu-

    ar recolhendo normalmente o FGTS em nome do trabalhador. Noscasos de afastamento do trabalhador para tratamento de sade,

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    o empregador est obrigado a recolher o FGTS apenas em relaoaos primeiros 15 dias. Nos demais casos, o recolhimento deve per -durar durante todo o perodo de afastamento.

    Os empregadores so obrigados a comunicar mensalmente

    aos trabalhadores os valores recolhidos a ttulo de FGTS. Essa in-formao geralmente consta no comprovante de pagamento desalrio que entregue mensalmente ao trabalhador (Lei n 8.036,artigo 17). A Caixa Econmica Federal disponibiliza ao trabalhadora qualquer tempo e, mediante solicitao, pode lhe enviar um ex -trato da conta vinculada em que depositado o FGTS.

    O empregador que no depositar o valor referente ao FGTSdo trabalhador e que no inform-lo sobre o valor depositado estsujeito multa prevista na Lei n 8.036/1990. A fiscalizao deveser feita pelo Ministrio do Trabalho.

    Alm da despedida arbitrria e sem justa causa e da rescisoindireta do contrato de trabalho, o FGTS pode ser sacado pelo tra-balhador no fim do contrato de trabalho por prazo determinado,quando sobrevier a aposentadoria, se ocorrer a extino total daempresa, para pagamento dos valores referentes ao Sistema Fi-nanceiro Nacional, quando o empregado ou seus dependentes foracometido de neoplasia maligna (cncer), no caso de falecimentodo trabalhador, quando o trabalhador ou seus dependentes forportador de HIV, quando o trabalhador completar 70 anos, quan -do a conta do FGTS ficar mais de trs anos sem receber depsito,entre outras.

    8. DEMAIS DIREITOS TRABALHISTAS PREVISTOS NACONSTITUIO FEDERAL DE 1988

    O trabalhador tambm tem direito de receber pelo menosum salrio mnimo mensalmente. O salrio mnimo tem de ser ca -

    paz de atender s necessidades vitais bsicas do trabalhador e desua famlia, como moradia, alimentao, educao, sade, lazer,

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    vesturio, higiene, transporte e previdncia social, com reajustesperidicos que lhe preservem o poder aquisitivo. Os Estados mem -bros podem instituir o salrio mnimo, que nunca poder ter valorinferior ao valor do mnimo federal.

    Se o trabalhador pertencer a alguma categoria e na conven-o ou acordo coletivo dessa categoria houver a previso de pisosalarial, necessariamente o trabalhador ter que implement-lo.Vale ressaltar que o valor do piso salarial no pode ser inferior aosalrio mnimo.

    O empregador no pode reduzir o salrio do empregador,salvo se houver essa previso em conveno ou acordo coletivo.Na poca da crise mundial, muitas empresas, com base nos per-missivos existentes nas convenes e acordos coletivos, reduziramo salrio dos seus empregados. Se no houvesse a previso nasconvenes e acordos, a empresa no poderia fazer essa espciede reduo.

    A Constituio Federal garantiu ao trabalhador o recebimen -to do dcimo terceiro salrio com base na remunerao integralou no valor da aposentadoria, na remunerao do trabalho no -turno superior do diurno, na proteo do salrio na forma dalei, constituindo crime sua reteno dolosa. Garantiu tambm otexto constitucional: a durao do trabalho normal no superior aoito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultadas a com-pensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordoou conveno coletiva de trabalho; a jornada de seis horas para otrabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvonegociao coletiva; o repouso semanal remunerado, preferen -cialmente aos domingos; a remunerao do servio extraordinriosuperior, no mnimo, em cinquenta por cento do normal; o gozode frias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a maisdo que o salrio normal; o aviso prvio proporcional ao tempo deservio, sendo no mnimo de trinta dias, nos termos da lei; a re -duo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de

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    sade, higiene e segurana e o adicional de remunerao para asatividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.

    Houve tambm a previso da participao do empregado noslucros, ou resultados da empresa, desvinculada da remunerao, e,

    excepcionalmente, participao na gesto da empresa, conformedefinido em lei.

    Garantiu-se ainda o pagamento do salrio-famlia, calculadoem razo do dependente do trabalhador de baixa renda nos ter-mos da lei.

    Estabeleceu o texto constitucional que o aviso prvio deveter trinta dias.

    Com relao aos riscos inerentes ao trabalho, determinou-seque obrigao do empregador a reduo dos riscos inerentes aotrabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana. Deveo empregador pagar ao empregado um adicional de remuneraopara as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma dalei.

    As licenas tambm foram contempladas pelo texto constitu -cional. Conferiu-se a licena gestante, sem prejuzo do empregoe do salrio, com a durao de cento e vinte ou 180 dias, conformepassou a estabelecer a lei 11.770/2008 e a licena -paternidade decinco dias contados da data do nascimento da criana. Vale ressal-tar que a licena de 180 dias estabelecida pela Lei 11.770/2008 faculdade do empregador da iniciativa privada. Segundo a norma,o empregador que concede 180 dias de licena maternidade po -der obter incentivos fiscais do Estado como a possibilidade dedescontar do imposto de renda devido o valor dos salrios pagosdurante os meses de licena.

    Com relao ao trabalho da mulher, restou estabelecida aproteo do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivosespecficos, nos termos da lei.

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    Esto previstos no texto constitucional a aposentadoria, aassistncia gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimentoat 5 (cinco) anos de idade em creches e pr-escolas, o reconheci -mento das convenes e acordos coletivos de trabalho, a proteoem face da automao, na forma da lei, o seguro contra acidentesde trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizao aque este est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

    Nos termos da Constituio de 1988, ficou estabelecida aao quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho, oprazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanose rurais, at o limite de dois anos aps a extino do contrato de

    trabalho.Com relao aos empregados domsticos, estabeleceu o

    legislador constitucional que a eles esto assegurados: o salriomnimo; o piso salarial, se houver; o dcimo terceiro salrio; o re-pouso semanal remunerado; o gozo de frias anuais e o tero res -pectivo; a licena gestante; a licena paternidade; o aviso prvio; aaposentadoria e a integrao previdncia social.

    9. AS FONTES DO DIREITO DO TRABALHO E A APLCAO DA LEI TRABALHISTA

    Podemos definir "Fontes do Direito do Trabalho" como tudoaquilo que lhe d origem ou que lhe fundamenta. Martins (2008,p. 38) enumera as fontes do trabalho: a Constituio, as leis, osdecretos, os costumes, as sentenas normativas, os acordos, asconvenes, o regulamento de empresa e o contrato de trabalho".Todos esses documentos consubstanciam-se em regras aplicveiss relaes trabalhistas.

    Para melhor compreenso da aplicao de lei trabalhista, necessrio fazermos o seguinte questionamento: qual a eficcia da

    aplicao da lei trabalhista?

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    Integrao tem, pois, aqui, o sentido de complementao.Nascimento (1999, p. 110) ensina que a integrao das lacunas"consiste numa autorizao para que o intrprete, mediante cer -tas tcnicas jurdicas, promova a soluo do caso, cobrindo as la -cunas decorrentes da falta de norma jurdica".

    Sobre integrao, o artigo 8 da CLT dispe:As autoridades administrativas e a Justia do Trabalho, na falta dedisposies legais ou contratuais, decidiro, conforme o caso, pela jurisprudncia, por analogia, por eqidade e outros princpios enormas gerais de direito, principalmente de direito do trabalho e,ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, massempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particularprevalea sobre o interesse pblico.

    A Consolidao das Leis do Trabalho (CLT) pode ainda sercomplementada naquilo que no regula pelo Cdigo Civil, CdigoProcessual Civil, entre outros. Esta autorizao est no pargra -fo nico do artigo 8: "O direito comum ser fonte subsidiria doDireito do Trabalho, naquilo em que no for incompatvel com osprincpios fundamentais deste".

    Em suma, a integrao pode ser feita por analogia e porequidade. Podem ser aplicados como norma jurdica os princpiosgerais do direito e a doutrina.

    Analogia

    um meio de se estender uma disposio legal a situaesno previstas, mas semelhantes a outras existentes e regulamen-

    tadas. Em outras palavras, na existncia de um caso concreto sobreo qual no haja lei especfica a ser aplicada, a soluo procurarum caso semelhante que possua lei especfica para a sua soluoe aplicar esta mesma lei para a situao anterior (em que no h apreviso legal para a soluo do problema).

    Equidade

    Neste caso, estando o juiz autorizado a decidir por equidade,ele aplica a norma que estabeleceria caso fosse legislador. Pode

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    ocorrer, inclusive, de o juiz proferir decises contrrias ao Direitoformalmente constitudo, e mesmo assim suas decises poderoser consideradas justas e valorizadoras do senso comum.

    11. PRINCPIOS DO DIREITO DO TRABALHOEstudamos anteriormente que os princpios tm funo inte -

    grativa da norma jurdica e podem ser aplicados, tambm, quandoinexiste lei especfica, regulando o caso concreto que deseja solu-cionar. Quanto ao Direito do Trabalho, o princpio mais importante o Princpio da norma mais favorvel ao trabalhador . Assim,

    podemos dizer que se houver um conflito de normas, ser sempreaplicada a mais favorvel ao trabalhador.

    Martins (2008, p. 61) ensina que:[...] a aplicao da norma mais favorvel pode ser dividida de trsmaneiras: (a) a elaborao da norma mais favorvel, em que asnovas leis devem dispor de maneira mais benfica ao trabalhador.Com isso se quer dizer que as novas leis devem tratar de criar re-gras visando a melhoria da condio social do trabalhador; (b) ahierarquia das normas jurdicas: havendo vrias normas a seremaplicadas numa escala hierrquica, deve-se observar a que for maisfavorvel ao trabalhador. Assim, se o adicional de horas extras pre-visto em norma coletiva for superior ao previsto na lei ou na Cons-tituio, deve-se aplicar o adicional da primeira. A exceo regradiz respeito as normas de carter proibitivo; (c) a interpretao danorma mais favorvel: da mesma forma, havendo vrias normas aobservar, deve-se aplicar a regra mais benfica ao trabalhador. Oart. 620 da CLT prescreve que "as condies estabelecidas em con -veno, quanto mais favorveis, prevalecero sobre as estipuladas

    em acordo". A contrario sensu , as normas estabelecidas em acordocoletivo, quando mais favorveis, prevalecero sobre as estipula-das em conveno coletiva.

    Um outro princpio o da "Irrenunciabilidade de direitos ,que torna os direitos trabalhistas irrenunciveis. No pode, porexemplo, o empregado renunciar o direito ao recebimento das f-rias e do 13 salrio. Assim, se determinado empregado, ao assi -

    nar o contrato de trabalho, for obrigado a renunciar o direito aorecebimento das frias, por exemplo, estabelece a CLT que este

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    ato no ter qualquer validade. O artigo 9 da CLT est em conso-nncia com esse princpio, ao enunciar que nulo todo ato desti -nado a fraudar, desvirtuar ou impedir a aplicao da legislao tra -balhista. Nascimento (1999, p. 122) aponta que "essa uma armapoderosa nas mos do juiz para invalidar atos patronais destinadosa reduzir vantagens do trabalhador, ainda que com o consentimen-to formal deste".

    Segundo MARTINS (2008, p. 62):Poder, entretanto, o trabalhador renunciar a seus direitos se es-tiver em juzo, diante do juiz do trabalho, pois nesse caso no sepode dizer que o empregado esteja sendo forado a faz-lo. Estan -do o trabalhador ainda na empresa que no se poder falar em

    renncia a direitos trabalhistas, pois poderia dar ensejo a fraudes.(...). Feita a transao em juzo, haver validade em tal ato de von -tade, que no poder ocorrer apenas na empresa, pois, da mesmaforma, h possibilidade de ocorrncia de fraudes.

    As vantagens que foram conquistadas pelos trabalhadoresno podem ser suprimidas ou reduzidas, pois, nesse caso, aplica-seo Princpio da condio mais favorvel , que est de acordo como princpio dos direitos adquiridos, previsto constitucionalmente.

    Um princpio de grande importncia o da Primazia da re-alidade . Isto significa que, em matria trabalhista, a importncia dada ao que ocorre na prtica, na realidade em relao ao queconsta em documentos, formulrios e instrumentos de controle.Ou seja, o princpio da primazia da realidade" significa que, emcaso de discordncia entre o que ocorre na prtica e o que est em

    documentos ou acordos, deve-se dar preferncia ao primeiro, isto, ao que realmente ocorreu.

    O Princpio da continuidade da relao de emprego sig-nifica que, salvo se houver previso expressa, os contratos de tra-balho consideram-se realizados por prazo indeterminado. Assim,caso ocorra alterao na direo da empresa ou mesmo a mudan -a do proprietrio, tem-se que o contrato de trabalho do emprega -

    do permanece inalterado.

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    Direito Trabalhista: um enfoque na gesto de pessoas

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    Alm dos princpios mencionados anteriormente (Princpioda norma mais favorvel ao trabalhador, Princpio da condiomais favorvel, Primazia da realidade), h, tambm, outros Prin -cpios Constitucionais e que se aplicam ao Direito Trabalhista noque couber.

    12. QUESTES AUTOAVALIATIVAS

    Sugerimos que voc procure responder, discutir e comentaras questes a seguir que tratam da temtica desenvolvida nestaunidade.

    A autoavaliao pode ser uma ferramenta importante paravoc testar o seu desempenho. Se voc encontrar dificuldades emresponder a essas questes, procure revisar os contedos estuda-dos para sanar as suas dvidas. Esse o momento ideal para quevoc faa uma reviso desta unidade. Lembre-se de que, na Edu -cao a Distncia, a construo do conhecimento ocorre de formacooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-

    bertas com os seus colegas.Confira, a seguir, as questes propostas para verificar o seu

    desempenho no estudo desta unidade:

    1) Entendi a definio do Direito do Trabalho e a relao do seu surgimentocom a Revoluo Industrial? Identifiquei os marcos histricos do direito dotrabalho no Brasil e no mundo? Compreendi a origem do Direito do Trabalhono Brasil?

    2) Entendi a evoluo do Direito do Trabalho nas Constituies Brasileiras?Identifiquei quais as constituies brasileiras que realmente asseguraram di -reitos trabalhistas? Identifiquei os direitos trabalhistas na atual ConstituioFederal de 1988? Compreendi a definio de direitos sociais e identifiqueiquais so os direitos sociais previstos na Constituio Federal de 1988?

    3) Entendi a definio do seguro-desemprego e as hipteses em que o traba -lhador tem direito ao seguro-desemprego?

    4) Assimilei a definio do FGTS e identifiquei as hipteses em que ele deve serliberado ao trabalhador? Compreendi a finalidade do FGTS? Percebi quemso os contribuintes do FGTS?

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    5) Compreendi a definio das fontes de direito do trabalho e qual a sua fun -o? Identifiquei a forma de aplicao da lei trabalhista e compreendi osprincpios da aplicao imediata e da irretroatividade da lei trabalhista? As-similei as formas de integrao da lei trabalhista? Entendi o que analogiae equidade?

    6) Compreendi a definio de princpio e identifiquei quais so os princpiosdo Direito do Trabalho? Entendi o princpio da norma mais favorvel ao tra-balhador? Compreendi o princpio da irrenunciabilidade dos direitos traba -lhistas? Assimilei os princpios da condio mais favorvel e da primazia darealidade? Entendi o princpio da continuidade da relao de emprego?

    13. CONSIDERAESChegamos ao final da nossa primeira unidade. Vimos a ori-

    gem do Direito do Trabalho quanto aos seus aspectos histricosno mundo e no Brasil, bem como seus princpios e a aplicao dalei trabalhista. Na prxima unidade, estudaremos o ambiente detrabalho e as pessoas que o compem.

    14. E REFERNCIASFRANCO, Raquel Veras.Breve histrico da justia e do direito do trabalho no mundo .

    Disponvel em: . Acesso em: 3 nov. 2007.PRESIDNCIA DA REPBLICA.Consolidao das Leis do trabalho . Disponvel em: . Acesso em: 30 mar. 2012.TST Tribunal Superior do Trabalho . Disponvel em: . Acesso em: 1

    jun. 2010.TRT -Tribunal Regional do Trabalho da 15 Regio Campinas . Disponvel em: . Acesso em: 1 jun. 2010.SENADO. Disponvel em: . Acesso em: 1 jun. 2010.

    15. REFERNCIAS BIBLIOGRFICASFIDELIS, Gilson Jos.Gesto de pessoas : rotinas trabalhistas e dinmicas do departamentode pessoal. So Paulo: rica, 2006.GARCIA, Roni Genicolo.Manual de rotinas trabalhistas . 3. ed. So Paulo: Atlas, 2003.MARTINS, Srgio Pinto.Direito do trabalho . 24. ed. So Paulo: Atlas, 2008.NASCIMENTO, Amauri Mascaro.Iniciao ao direito do trabalho . 25. ed. So Paulo: LTR,1999.SILVA, Jos Afonso.Curso de direito constitucional positivo . 25. ed. So Paulo: Malheiros,2005.

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