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O livro "O Elo Basco Perdido" teve como objetivo trazer à tona a realidade desconhecida do imigrante Zoilo Calvo, sua luta e inconformismo na terra de nascimento, sua fuga para o império britânico, sua imigração para terras brasileiras com idioma diverso ao do português e dificuldades de relacionamentos, tendo o propósito ainda da retomada dos laços familiares de descendentes e parentes de Zoilo Calvo.
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O elO bascOperdidO
São Paulo – 2015
O elO bascOperdidOW a lt e r l o p e s C a lvo
Copyright © 2015 by Editora Baraúna SE Ltda.
Capa Jacilene Moraes
Diagramação Camila C. Morais
Revisão Alessandra Angelo Primavera
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________C168e
Calvo, Walter Lopes O elo basco perdido/Walter Lopes Calvo. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2015. il.
ISBN 978-85-437-0452-4
1. Calvo, Zoilo. 2. Imigrantes - Brasil - Biografia. I. Título.
15-25234 CDD: 920.72 CDU: 929-055.2________________________________________________________________03/08/2015 03/08/2015
Impresso no BrasilPrinted in Brazil
DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br
Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo – SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br
Todos os direitos reservados.Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem a expressa autorização da Editora e do autor. Caso deseje utilizar esta obra para outros fins, entre em contato com a Editora.
dedicaTÓria
Esteja você onde estiver, a ausência é terrível, a cons-ternação e desalento são abismáticos, demérito nunca, a você, Zoilo Calvo.
À minha companheira de todas as horas, Marinalva, e a meus filhos Marcelo, Douglas, Priscilla e Patrícia, re-positório da minha esperança.
E, em especial à matriarca Paquita in memoriam, e às amadas Edurne Valcarcel Calvo e Maria de Lourdes Val-carcel Calvo (Marilú), que com abnegação e formidável força de vontade, acreditaram na procura além-mar e que veriam e conheceriam os parentes Calvos brasileiros, e a recíproca aqui é verdadeira.
sumáriO
CAPÍTULO 1 -A cortina das lembranças ................ 13
CAPÍTULO 2 - O bloqueio .................................... 15
CAPÍTULO 3 - Em casa alheia ............................... 17
CAPÍTULO 4 - Do acesso à escola paroquial ........... 23
CAPÍTULO 5 - Visita surpresa inesperada .............. 25
CAPÍTULO 6 - Do desespero ao desencanto ........... 29
CAPÍTULO 7 - A nova vida .................................... 33
CAPÍTULO 8 - A tentativa de anulação do óbvio .... 37
CAPÍTULO 9 - Do retorno aos estudos ................... 41
CAPÍTULO 10 - Da mudança de domicílio ............ 45
CAPÍTULO 11 - Dos estudos .................................. 47
CAPÍTULO 12 - A primeira pista ............................ 51
CAPÍTULO 13 - Do retorno à formação acadêmica 55
CAPÍTULO 14 - Da perseverança e da motivação da procura ................................................................... 59
CAPÍTULO 15 - Em um novo ciclo ........................ 61
CAPÍTULO 16 - A primeira viagem nas origens ...... 63
CAPÍTULO 17 - Do propósito pela procura ............ 69
CAPÍTULO 18 - Do indício de prova – da fotografia ......73
CAPÍTULO 19 - A viagem à origem basca ............... 81
CAPÍTULO 20 - O elo basco perdido ...................... 89
CAPÍTULO 21 - O centro histórico – casco viejo – o começo da fuga ......................................................... 95
CAPÍTULO 22 - O povo basco ............................... 99
preFáciO
Walter Lopes Calvo, o segundo de seis filhos, ele, uma irmã e um irmão, frutos de uma união entre um europeu, natural de Euskal Herria, EUS, Zoilo Calvo, e uma brasi-leira de pais europeus (Vila Real – Trás-os-Montes, Aldeia de Mondrões, Portugal), Engracia Lopes Calvo.
Advogado, com brilhante atuação em todo territó-rio nacional, com ênfase no Estado de São Paulo.
Desde sua tenra idade, já apresentava sinais de ser um “contestador”, seja qual fosse o tema, político, religioso, familiar, social, e quando separado da convivência com seu pai, ainda na infância, as marcas deixadas o fizeram buscar informações sobre o paradeiro da figura paterna.
Casou-se, por duas vezes, teve quatro filhos, e inces-santemente jamais deixou de buscar por notícias sobre o paradeiro do pai ou familiares deste, primeiro com os tios, por parte da mãe – pois jamais conhecera ou soubera até então de parentes por parte de seu pai –, a antigos vi-
zinhos, pessoas estranhas moradores de ruas avizinhadas onde viveu a infância, sites de busca de desaparecidos, entidades filantrópicas com esse fim, redes sociais.
Na casa materna se ouviam poucas referências ou informações a respeito do pai e ou familiares, e o que foi dito por sua mãe sempre lhe soou como dúvida, e em face de tais razões, de conhecer apenas uma versão, procurou tenazmente, inclusive em viagens fora do país, para ter ciência dos fatos do lado patriarcal.
Marinalva Belem Calvo
apreseNTaÇÃO da 1ª ediÇÃO
Este pequeno trabalho literário não tem, como não poderia ter, a pretensão de ser uma biografia de vulto ou a intenção de inovar no mercado literário.
A sua intenção, e afã o ato primacial, é tentar de-monstrar que desde a mais tenra infância muitas vezes o ato impensado e/ou a pura intenção de um dos compo-nentes da relação familiar, sem análise correta dos fatos, pode levar consequências aos demais membros da unida-de familiar advindo daí sequelas de comportamento que geram ou que podem gerar, indubitavelmente, um misto de um vazio na alma com ausência de amparo de um ombro amigo.
É claro que não ousamos e nem temos a intenção de que este trabalho possa trazer aulas de psicologia ou de psiquiatria de comportamento, ou alçar este a insigne
condição de “leitura obrigatória de autoajuda”, mas sim, em real, este reúne um resumo de experiências e fatos ocorridos com o autor durante o período em que, de for-ma incessante, procurou o patriarca de sua família, não envidando esforços em sua localização, sem contudo ob-ter êxito. É certo ainda que estamos esperançosos de que este trabalho possa contribuir, ao menos minimamente, para que as relações familiares não deságuem ao plano dos desaparecidos, mantendo-se incólume a família, como medida de salutar convivência.
Insta salientar, contudo, embora a grande maioria dos nomes citados são reais, todavia, em algumas passa-gens, por razões óbvias, ante o caráter de ato negativo, o autor alterou os nomes de pessoas com o intuito único de preservar a si e as mesmas. Esta foi a proposta deste livro.
São Paulo, março de 2015O autor.
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capÍTulO 1A cortina das lembranças
O relógio na cabeceira da cama silenciosamente in-dica que são quase três horas da manhã, cansado, após mais um dia extenuante, tenta obter o descanso e o justo sono para enfrentar mais um dia que se avizinha e apro-xima na batalha diária de suas atividades.
Porém, não consegue obter o descanso merecido e não encontra o sono. Sua mente fervilha de pensamen-tos com problemas diários decorrentes de sua atividade, mescladas com o pensamento de situações pessoais que envolve ora a si, ora a sua origem, e bem ainda da nítida preocupação em saber e ter conhecimento e a ciência da motivação que o levaram a indagar, embora sem resposta, a razão pelas quais de concluir-se que teve como indicativo durante a sua infância, e ainda a sua juventude, a ausência de acompanhamento e da necessária presença de conselhos
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do paradigma de seu pai, o qual, na aludida fase por certo acumular-se-ia à sabedoria, indicaria a resolução de várias situações que ora se apresentam, e/ou que tenham se apre-sentado, e impede que o personagem não concilie o sono, na presente fase de idade que já ultrapassou a juventude, que aliado às suas preocupações e à existência da fuga do sono, que pelas várias questões que turbilham o seu pen-samento, e o seu impedimento para que possa saber enve-lhecer – que é a obra-prima da sociedade, tornando para o personagem um dos capítulos mais difíceis da grande arte de viver, como diria Herman Melville.
Não conseguindo conciliar o seu descanso, levanta-se, tomando as cautelas para não acordar a esposa, que dorme profundamente, e ainda, ao sair, fecha a porta de acesso de seu quarto com o corredor e afasta-se para o an-dar inferior, não sem antes observar se a sua filha adoles-cente Patrícia, que carinhosamente é chamada por Patty – com Y –, apesar de sua ampla, corajosa e questionante segurança em si.
Ao descer para o pavimento inferior onde fica a sala de estar e demais dependências, olha ao redor e vê que a madrugada avança, olhando o relógio e sentan-do-se no sofá a meditar sobre a sua vivência e situações ocorridas até então.
E assim, sua mente retorna ao passado e tenta buscar na cortina de seu cérebro, as experiências, fatos, projetos, pesquisa e situações por quais passou, boas ou más.
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capÍTulO 2O bloqueio
Com esforço, garimpando as nódoas de lembranças, busca a imagem mais distante que se lembra, a existência até então, de contato familiar que segundo o mesmo assim se supôs, seria o de constituição do que se aproximava de uma família, constituída na ocasião, quando ao que se lembra, com aproximadamente 4 anos, pai, mãe, e dois irmãos, a irmã mais velha de prenome Ana Maria e o irmão caçu-la de prenome Paulo Afonso, sendo este que se expõe o de mais idade e irmão do meio, os quais, encontravam-se em uma rua de paralelepípedo, ao que se lembra, em um bairro operário e industrial, denominado Vila Gerty, próximo ao centro da cidade de São Caetano do Sul, em São Paulo.
Na ocasião, embora por sua pequena idade e no afã de com esforço tentar buscar recordações, que não lhe são caras, mas sim, em evidente passado negativo e