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XX EGEORN 2013 ISBN 978-85-425-0069-1
O ENSINO DE GEOGRAFIA E A VIVÊNCIA DA EQUIPE DO PROJETO PIBID NA ESCOLA POLIVALENTE, CAMPINA GRANDE-PB
Daniela Santana de Oliveira – ID1 [email protected]
José Nivaldo da Silva- ID2 [email protected]
Nathália Rocha Morais- ID3 [email protected]
Josandra Araújo Barreto de Melo4
Resumo: O processo de ensino- aprendizagem é contínuo e dinâmico exigindo, portanto, do profissional atuante na área um processo de formação continuada que acompanhe as transformações da sociedade. Este trabalho é produto da atuação de bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES/UEPB) na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador Argemiro de Figueiredo, na cidade de Campina Grande/PB, cuja inserção nas aulas de Geografia teve como objetivo contribuir para o aperfeiçoamento da práxis docente, bem como para a construção de um conhecimento mais significativo para os discentes das turmas participantes do programa e, através de desenvolvimento pode-se constatar a importância da atualização do profissional e da possibilidade de vivencia mais efetiva em sala de aula dos licenciandos, futuros profissionais.
Palavras- chave: Geografia, Ensino- aprendizagem, PIBID.
1. INTRODUÇÃO
Tendo em vista a realidade de constantes transformações no espaço, o
processo ensino-aprendizagem deve ocorrer de modo a promover a junção
entre conhecimento informal e conhecimento formal, que deve se desenvolver
de forma dinâmica e atrativa ao discente.
A escola é umas das instituições formadoras de cidadãos aptos ao
convívio social, e a disciplina de Geografia exerce importante papel nesse
processo por ter como proposta desenvolver a habilidade da criticidade em
1 Graduanda em Licenciatura em Geografia, Universidade Estadual da Paraíba-UEPB. Bolsista
do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES/UEPB. 2 Graduando em Licenciatura em Geografia, Universidade Estadual da Paraíba-UEPB. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES/UEPB 3 Graduanda em Licenciatura em Geografia, Universidade Estadual da Paraíba-UEPB. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES/UEPB. 4 Professora do Departamento de Geografia, Universidade Estadual da Paráiba-UEPB. Coordenadora da
Área de Geografia no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES/UEPB.
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relação aos acontecimentos, muito embora a grande maioria dos alunos não
lhe confira tamanho significado. Nessa perspectiva, o espaço escolar tem
representado um espaço de reprodução e não de construção do saber
participativo e emancipatório formando-se, de acordo com Oliveira (2005), um
ciclo no qual docentes e discentes são submetidos a um treinamento de
memorização e repetição e não de reflexão do que é “ensinado”.
Nesse sentido, a parceria entre universidades e escolas públicas através
de programas educacionais, como o Programa de Bolsas de Iniciação à
Docência (Pibid/ Capes/ Uepb), busca promover não apenas a formação de
profissionais melhor qualificados à docência a partir da inserção de
metodologias variadas durante as aulas de Geografia no sentido de dinamizá-
las, mas contribuir neste cenário de constantes transformações pelo qual passa
a sociedade para a formação continuada do profissional atuante, processo de
relevante importância uma vez que a práxis docente é um dos mecanismos
capaz de despertar nos discentes o prazer pelo aprendizado, tornando o
conhecimento mais significativo para estes.
Neste sentido, participar do cotidiano escolar, interagir com professores e
educandos, além de estar comprometido com o processo de inovação
metodológica pode contribuir para a formação de um bom professor. Segundo
Libâneo (2001), “a escola é um espaço educativo, lugar de aprendizagem em
que todos aprendem a participar dos processos decisórios” (Ibidem, p.119. grifo
nosso). A escola, em seu papel de destaque no processo de educação dos
indivíduos, possibilita que todos participem direta ou indiretamente de
atividades relacionadas ao ensino-aprendizagem.
Desse modo, o presente trabalho objetiva abordar a experiência
vivenciada pela equipe de bolsistas atuantes nas turmas do Ensino Médio da
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador Argemiro de
Figueiredo (Polivalente), Campina Grande-PB. Entender como os educandos
vêem a disciplina de Geografia para, a partir daí, buscar metodologias que
possam desmistificar a visão, muitas vezes, equivocada acerca deste
conhecimento.
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2. METODOLOGIA
2.1. CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO ALVO
A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador Argemiro de
Figueiredo, Polivalente, localiza-se na Avenida Elpídeo de Almeida, bairro do
Catolé em Campina Grande- PB (Fig.01), atendendo alunos de diversos bairros
da cidade, nas modalidades de ensino fundamental e médio, além de trabalhar
com a educação inclusiva e de jovens e adultos. Portadora de boa estrutura
física, a escola atende a 1346 alunos. As turmas de 1º e 2º ano do Ensino
Médio, distribuídas entre os turnos manhã e tarde, estão envolvidas
diretamente na proposta de atuação da equipe PIBID.
FIG. 01: LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE NO ESTADO DA PARAÍBA.
Fonte: IBGE (2007).
A escola além de direcionar suas ações à comunidade, estabelece
parceria com o meio acadêmico, recebendo estagiários das variadas áreas do
conhecimento e envolvendo-se em programas e projetos que julgam capazes
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de contribuir para a elevação da qualidade do ensino oferecido na instituição, a
exemplo do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID).
Os alunos participantes do programa vêm de diversos bairros da cidade
em busca de um ensino de melhor qualidade, nota-se que os mesmos têm
dificuldades no ato da leitura e interpretação textuais, fato que contribui
consideravelmente com as dificuldades na compreensão dos conteúdos
geográficos. Essa deficiência é resultado de um processo de aprendizagem
insuficiente e muitos desses alunos afirmam isso, a dificuldade de
concentração e a falta de interesse também estão presentes nas turmas.
Observando cada turma, percebe-se que a disciplina de Geografia é vista como
cansativa e enfadonha pelos alunos, que utilizam como principal ferramenta de
estudo o livro didático. A dificuldade de leitura e interpretação de textos e
imagens é uma constante; a consequente desconhecimento das categorias
geográficas, basilares na análise e estudo do espaço geográfico, também se
faz presente de maneira acentuada.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O público alvo das ações de intervenção propostas pela equipe PIBID
contempla turmas do ensino médio, todavia esta pesquisa foi desenvolvida a
partir das observações e colaborações feitas na turma do 2º ano C do Ensino
Médio da E.E.E.F.M. Senador Argemiro de Figueiredo Polivalente, Campina
Grande – PB. A disciplina de Geografia é ministrada a uma turma composta por
12 alunos e se caracterizava por possuir a maioria dos estudantes fora da faixa
etária adequada.
Diante da necessidade de compreender a realidade, a vivência e,
sobretudo, a percepção que os discentes tinham da Geografia, o grupo do
PIBID procurou, por meio de observações in loco e análise de questionários
aplicados saber como os estudantes viam a ciência geográfica. O processo se
iniciou com a observação do cotidiano da escola, sua forma de organização e
aspectos particulares do ambiente. Para compreender a visão dos alunos sobre
o ensino de Geografia, foi utilizado como instrumento metodológico um
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questionário composto por questões subjetivas o qual foi aplicado na turma
com o acompanhamento da equipe e da professora regente.
A primeira pergunta do questionário referia-se ao nível de identificação
com a disciplina, onde a maioria afirmou não gostar de Geografia, as
justificativas apontavam a necessidade da utilização de mapas em diversos
momentos, a pouca simpatia pelos conteúdos ou mesmo a falta de importância
atribuída a estes, que para os discentes não teriam relação alguma com sua
realidade de vivência, fato a partir do qual constata-se a falta de habilidade de
alguns profissionais em trabalhar escalas, no sentido de manter conexão entre
os níveis local, regional e global. Verificou-se a partir das respostas que os
alunos consideram a disciplina “complicada de entender” e “cansativa”, contudo
a matéria não desperta nos educandos o receio de reprovação.
Em relação ao papel da Geografia na escola, de uma forma geral,
relatou-se que esta disciplina exerce a função de apresentar conteúdos
relativos às características físicas da Terra, como relevo, clima etc. Ademais,
vários discentes reduzem a importância da disciplina apenas a aquisição de
conhecimentos básicos que possam lhes auxiliar em provas de vestibular e
outros concursos. Um das respostas afirma:
“Nas escolas públicas, desempenha um nível baixo, pois poucos professores tornam as aulas interessantes. O que deveria ser ao contrario, pois o estudo da geografia deve auxiliar para o ENEM.” “Para que sabemos como é o mundo, por exemplo, os climas, relevos, os solos etc.”
Nessa linha de abordagem, identifica-se uma carência por esclarecer
entre os alunos a real finalidade da disciplina havendo a necessidade de
realizar um trabalho de desmistificação da imagem criada em torno da
Geografia, para que não se atribua a essa disciplina nada além do que ela
realmente significa. Dessa forma, o ensino de Geografia continua tendendo a
ser descritivo, numa perspectiva tradicional, gerando nos estudantes
desinteresse pela disciplina e uma visão distante entre os conteúdos
ministrados e a realidade local, proporcionando também que os discentes não
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consigam enxergar relevância nos conhecimentos geográficos, como afirma
Lacoste (2010):
Uma disciplina maçante, mas antes de tudo simplória, pois, como qualquer um sabe, "em geografia nada há para entender, mas é preciso ter memória...” De qualquer forma, após alguns anos, os alunos não querem mais ouvir falar dessas aulas que enumeram, para cada região ou para cada país, o relevo - clima - vegetação - população - agricultura - cidades - indústrias (p. 21).
Ao questionar a relação entre os objetivos do ensino de Geografia e a
forma como ela é trabalhada na escola, alguns avaliaram que há a busca por
melhor qualidade das aulas, não sendo este fato uma constante,
“Nas escolas publicas a forma que é trabalhada é uma coisa meio chata, onde os professores apresentam a meteria como uma obrigação e esquecem que os alunos saem para escola atrás de inovação, de coisas novas e menos chatas.”
Os próprios discentes possuem a percepção de que o ensino escolar de
Geografia necessita de inovações metodológicas e que o professor saiba
desempenhar o papel de articular estratégias novas de ensino e aprendizagem.
Dessa forma, o aprimoramento das práticas docentes desempenhadas em
ambiente escolar, através da inserção de metodologias alternativas ao livro
didático, representa um caminho viável para o aprendizado geográfico.
Pediu-se que fossem relatadas as experiências escolares vivenciadas
nas aulas de Geografia. Nessa perspectiva, alguns afirmaram ter aprendido
muito pouco nos níveis fundamental e médio, em decorrência das metodologias
utilizadas pelos professores,
“Quando eu estudava no fundamental o professor só fazia exercício e eu não entendia nada.” “Às vezes, usávamos cartolinas para explicar os assuntos... Aprendi pouca coisa no fundamental, pois na maioria das vezes os professores passavam uma coisa só.”
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As descrições abordam muitas experiências de um ensino tradicional
interferindo diretamente no aprendizado. É notável a carência e o desestímulo
dos estudantes pela Geografia que não identificam o livro didático como um
método atraente, pois os conteúdos são trabalhados sem aplicação relevante
no cotidiano destes gerando, assim, impactos no rendimento escolar e na visão
que os discentes possuem sobre esta área do conhecimento.
No final do questionário foi proposto que apresentassem sugestões para
melhorar o ensino de Geografia. As respostas expunham o desejo por aulas
mais dinâmicas, que contemplassem metodologias alternativas ao livro didático
e, em especial, a solicitação de aulas de campo foi bastante citada:
“Além de livros, levasse mais para o lado de filmes, seminários, alguma coisa que venha despertar o interesse pela Geografia.”
“Deveria existir mais viagens que envolvessem e falassem sobre a matéria, acontecerem mais seminários e os professores interagissem mais com os alunos dentro da sala de aula.”
Dessa forma, nota-se que parte dos alunos afirma não se identificar com
a matéria, criticando o uso excessivo do livro didático. Logo, pode-se perceber
que eles compreendem a importância do aprimoramento da práxis docente em
sala de aula e que a utilização de novas alternativas metodológicas é fator
relevante para melhorar a qualidade do ensino.
A aplicação dos questionários buscou evidenciar os principais problemas
enfrentados pela Geografia escolar, na ótica do estudante, apontando para a
necessidade de que o ensino deve ser mais atraente, dinâmico, comprometido
com a transformação social, levando sempre em consideração a participação
do aluno na construção de um saber geográfico de significância para os
educandos.
Após a vivência num período de seis meses da turma com o grupo do
PIBID; momentos em que, considerando o pedido constante dos alunos por
aulas mais dinâmicas e que utilizem mais recursos, o projeto proposto para a
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atuação da equipe orientou-se pela influência e utilização de recursos como
projetor, imagens, vídeos, dentre outros no ensino de Geografia; outro
questionário foi aplicado com a finalidade de extrair a opinião dos discentes em
relação ao trabalho do grupo. Assim como no questionário feito antes da
atuação dos bolsistas, essa pesquisa segue o mesmo modelo de questões
subjetivas para que os alunos tivessem espontaneidade para responder.
A primeira pergunta discorreu acerca das intervenções/colaborações da
equipe PIBID no sentido de tornar a disciplina mais interessante. A maioria
afirmou que as contribuições foram significativas e bastante positivas e que,
conseqüentemente, a Geografia se tornou mais atraente, conforme uma das
respostas:
“Sim, tivemos aulas mais dinâmicas e diferentes que deu para melhorar todo o conteúdo e deixando mais visível para o nosso conhecimento.”
Desse modo, constata-se que a utilização de novas ferramentas
metodológicas promoveu impactos no processo de ensino-aprendizagem e na
relação professor-aluno, pois a aprendizagem não partiu apenas do livro
didático, mas também de outras possibilidades que levaram o professor a
cumprir o seu papel, permitindo que o educando obtivesse melhores resultados
no aprendizado geográfico.
A segunda questão buscava saber se as metodologias usadas pelo
grupo atenderam às expectativas do alunado. Parte da turma alegou que os
métodos trabalhados ajudaram e melhorar a qualidade das aulas, contudo
muitos também enfatizaram a importância de aprimorar a oferta de
equipamentos didáticos e a estrutura escolar para colaborar com a
aprendizagem.
“Sim, porque os métodos usados por eles explicavam muito mais os assuntos, fiquei muito satisfeito com a forma de ensino.”
“Ainda precisamos de mais interesse governamental, para que a escola tenha condição de suprir a necessidade que temos de uma televisão mais nova, viagens etc.”
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Em sequencia, investigou-se se os conteúdos estudados em sala de
aula tinham relação com o cotidiano dos alunos. Todos afirmaram que pelo
menos um dos conteúdos ministrados teve alguma afinidade com a sua
vivência, conforme resposta abaixo:
“Porque tudo estudado tem a ver com nosso mundo, nossa vida, clima, a população, a energia, as fontes renováveis e não renováveis, as cidades e a urbanização, as indústrias formadas aqui no Brasil.”
Desse modo, a forma como os assuntos foram ministrados em sala de
aula conseguiu atingir o propósito de relacioná-los com a realidade local e fazer
com que esses estudantes identifiquem os fenômenos geográficos em seu dia-
dia.
Por fim, foi solicitado que fosse comentada a participação da equipe do
PIBID nas aulas de Geografia, observa-se algumas respostas:
“Quero parabenizar a todos, achei muito importante essa atitude que nos abriu uma visão da Geografia de uma forma mais visível e transparente, sem dúvida foram bastante proveitosas e levamos o conhecimento pro resto de nossas vidas.”
“Bom porque não é por causa que vocês ‘são novos e entendem os alunos’ Eu acho que é isso que o professor fala, mas não importa, se é novo se diz que entende, e velho porque é mais experiente, e sim o modo que ensina. Tem que ser explicado bem direito e cloro, sem enrolação.”
A partir dessa análise, nota-se que apesar das dificuldades encontradas
nos momentos iniciais do desenvolvimento da proposta do Projeto PIBID e de
que o ensino de Geografia necessita do aprimoramento da práxis docente em
sala de aula, os bolsistas vêm conseguindo promover ações de melhoria do
ensino.
Logo, as intervenções feitas pelo grupo alcançaram enriquecer as aulas
de Geografia, tornando-as mais criativas e interessantes, com alunos bem mais
participativos e capacitados para interpretar os fenômenos geográficos,
melhorando a qualidade no processo ensino-aprendizagem. Desse modo, ao
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saber a opinião dos estudantes sobre a atuação da equipe pode-se extrair
quais foram os procedimentos que obtiveram sucesso e orientar-se para saber
quais serão as futuras medidas que contribuirão para aperfeiçoar a Geografia
escolar.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabendo que a situação do ensino público brasileiro requer constantes
críticas e problematizações, fica evidente que a prática docente exige, da
mesma forma, uma reestruturação teórica e metodológica. No que se trata da
Geografia como disciplina escolar, necessita-se aprimorar o contato entre os
conteúdos científicos da academia à realidade do estudante.
Projetos como o PIBID, que trazem para a sala de aula a experiência de
graduandos totalmente sintonizados com as novidades da ciência geográfica e
de sua metodologia de ensino, possibilitam que a realidade da sala de aula
seja transformada consideravelmente. Ademais, apenas conhecendo
empiricamente o atual quadro do ensino é que se torna possível traçar métodos
mais eficazes de mudar a situação de carência do ensino público.
Através do cotidiano em sala de aula nota-se que muitos alunos não se
identificam com a Geografia em decorrência das práticas metodológicas
tradicionais que contribuem para estabelecer uma ótica errônea dos discentes
em relação à disciplina. Os próprios estudantes identificam a necessidade de
inovação no ensino geográfico, a importância do aprimoramento da prática
docente e a utilização de novas linguagens metodológicas são fatores
essenciais para melhorar a qualidade no processo de ensino e aprendizagem,
possibilitando que os alunos tenham uma visão mais ampla dos fenômenos
geográficos. Todavia, as turmas inseridas na proposta de colaboração do
PIBID se mostram dispostas a superar as dificuldades no aprendizado, muito
embora vários alunos considerem o ensino de Geografia cansativo e sem
utilidade.
Nesse sentido, as intervenções feitas pela equipe PIBD durante as aulas
de Geografia, promoveram significativa evolução na participação e
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compreensão dos alunos por intermédio de alternativas metodológicas que
buscaram complementar o trabalho docente e potencializar as habilidades dos
participantes desse processo. A ciência geográfica exerce papel relevante na
formação de cidadãos, porém ainda é verdade que os educandos não atribuem
a ela sua real importância.
Todavia, através de projetos como o PIBID se abrem caminhos para a
desmistificação tendenciosa que ocorre entre os estudantes, cabe ao
profissional e aos futuros profissionais docentes buscar metodologias que
superem essa perspectiva criada ao longo da história desta ciência, e por meio
da aproximação entre teoria e prática torna-se viável contribuindo para que
este processo aconteça.
Ademais, o elo criado entre meio acadêmico e meio escolar promove a
atualização do docente que já está inserido em sala de aula, mas que ainda
assim necessita rever sua práxis no sentido de melhorar sempre.
5. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem o apoio concedido, mediante bolsas, efetuado pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES,
através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID.
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