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Revista do Aluno Agora só com estudos expositivos J" LJ G CURRÍCULO CULTURA CRISTÃ oao

o Evangelho e as Cartas de Paulo - Lições Bíblicas Ipb

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Jesus preocupou-se com os samaritanospor sua obediência à vontade do Paí, mesmo diante de uma histórica oposição entre samaritanos e judeus (Lc 9.51-53; Jo 8.48). O tempo da salvação havia chegado para eles também.

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  • Revista do Aluno

    Agora s com estudos expositivos

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  • Lio 1 Joo 4.1-42

    QUEBRANDO BARREIRASINTRODUO

    Sade Pblica Um caso acontecidoem Londrina, no Paran, chamou a aten-o do povo paranaense. Em perodos emque a dengue tornou-se epidemia e todasas cidades se mobilizavam para erradicaro mosquito transmissor, havia casas que

    ntavam lixo que poderiam ser focos doosquito. A justia expediu mandados desegurana para que os agentes de sadepudessem entrar para limpar as residn-cias. Mesmo assim foram impedidos.Houve morador que mesmo com a pol-cia no permitiu que sua casa fosse lim-pa. E o pior disso tudo que histriascomo essa se repetem. Quatro anos atrs,a prefeitura retirou quatro caminhes delixo de uma dessas casas. Hoje, passadosquatro anos, a situao a rnesma.

    O ponto a se destacar ; as pessoasno mudam. O que fazer para quebrarbarreiras assim, de pessoas que se adap-tam a vver no lixo e no querem serpurificadas? Evangelizao no uma

    fcil. Por mais maravilhoso que oelho seja, nem todos querem ouvi-

    lo. Nessas situaes, devemos pedirsabedoria a Deus, para que tenhamosatitudes semelhantes de Jesus com asamaritana.

    l. PRIORIZAR A VONTADE DO PAI(JO 4.3,4)

    E dito que Cristo saiu da Judiapara a Galilia (Jo 4.3,4), e viu que era

    necessrio passar por Samaria. Havia ou-tros caminhos possveis para se chegar Galilia como: uma estrada nas proximi-dades da costa, outra ainda atravs daPeria e, por fim, a que passava por Samaria.A estrada que passava por Samaria era amais curta, entretanto, mesmo que eletivesse se aproveitado da pequena distn-cia para chegar Galilia isso no o obri-gava a parar e conversar com aquela mu-lher samaritana. Isso porque a distnciano foi o fator que determinou a escolhade Jesus Cristo por aquela estrada. O mo-tivo no foi geogrfico, mas evangelstico.Com certeza, Jesus se encaminhou para aGalilia atravs de Samaria para cumprira vontade de seu Pai (Jo 4.34), que nessecaso era que ele pregasse a samaritanospara que os mesmos se arrependessem deseus pecados.

    Jesus preocupou-se com os samaritanospor sua obedincia vontade do Pa, mes-mo diante de uma histrica oposio en-tre samaritanos e judeus (Lc 9.51-53; Jo8.48). O tempo da salvao havia chega-do para eles tambm.

    A falta de prioridade ou sensibili-dade para aquilo que urgente, no que serefere vontade do Pai, faz que os filhosde Deus fiquem cegos para o tempo dacolheita (Jo 4.35). Mesmo cansado (Jo4.5-6, 8, 31), Jesus deixa suas necessida-des para depois e prioriza aquela mulher(Mt 10.5,6). Por qu? Porque os

    Para ler e meditar durante a semanaD Jo 4.19-30 - Como Deus deve ser adorado; S Rm 12.17-23 Retribuindo com o bem;

    T Jo 8.39-47Amando o Pai; Q-Zc4.1-10-A importncia dos pequenos comeos;Q-Jo 8.48-59 -A santidade de Cristo; S -Mt 6.25-34-A proviso do Pai;

    S - Lc 2.25-35 A consolao de Israel.

  • Evangelho e Cartas de Joo (Jo, IJo, 2jo e 3Jo)samaritanos tambm estavam prontospara a ceifa, no campo que branquejava.

    Para que Jesus rompesse com as bar-reiras existentes entre os judeus e ossamaritanos ele precisou priorizar isso.Jesus podia simplesmente ignorar a vidados samaritanos e buscar um caminhoalternativo para ir Galilia, mas fazer avontade do Pai era mais importante doque passar alheio a um problema cornoesse. A falta de prioridade do povo deDeus para buscar obedecer a vontade donosso Pai algo que traz profundosproblemas espirituais. No d paranegligenciar a vontade de Deus (iTs 4.3),pelo contrrio, necessrio ter prazer emrealiz-la assim como o prprio JesusCristo tinha Qo 4.34; 5-30; 6.38).

    As prioridades humanas precisam sereorganizar conforme as prioridades divi-nas. E isso que o prprio Deus disse comrespeito vida, por exemplo, do reiEzequias (2Rs 20.1), do homem que es-tava no meio da multido e deu sinais deavareza (Lc 12.13-20) e do prprio Jonas,que no queria pregar a Palavra de Deusaos ninivitas (Jn 1.1-3). O ser humanosempre demonstrou sua dificuldade paradiscernir os tempos (Lc 12.56) e muitoscom respeito prpria pregao do evan-gelho. Uma das razes da parbola do se-meador (Mc 4.1-20)1 era mostrar aos dis-cpulos a necessidade de no deixar quequalquer obstculo os impedisse de se-mear, isto , pregar o evangelho do reino,O tempo de Jesus para pregar aossamaritanos era aquele, apesar de todosos problemas que cercavam aquele povo.

    A questo mais importante no seas barreiras existem, mas se chegou otempo de romp-las em submisso von-

    tade do Pai (2Co 4.3-6). Os cristos pre-cisam mudar suas prioridades se quise-rem pregar o evangelho s pessoas.

    II. PRECISO SENSIBILIDADE(JO 4.7-15)

    Jesus comeou sua conversa comaquela mulher samaritana utilizando-sede um mtodo. A pedagogia algoperceptvel nesse texto. Jesus demonstrousua mestria em outras ocasies como, porexemplo, na Festa dos Tabernculos.

    Essa festa era to importante cPaulo no queria ficar na As;a ou em Efesorespectivamente, por causa dela (At20.16, iCo 16.8). Cristo se utilizou des-sa festa para cumprir a vontade do Pai ese revelar como Messias:

    a) Uma das coisas que aconteciamna Festa dos Tabernculos era que o sa-cerdote derramava uma vez a gua dopoo de Silo (Is 12.3). No stimo dia(Nm 29.12; Ne 8.18) o sacerdote faziaisto sete vezes. Logo, o stimo dia era oapogeu da festa 0o 737). Neste contex-to Jesus diz: "se algum tem sede, venhaa mim e beba. Quem crer em mim, comodiz a Escritura, do seu interior fluiro riosde gua viva" (Jo 7.37)38; Is 55-1)2; j22.17).

    b) A outra coisa que acontecia queas luzes na entrada do tabernculo eramligadas, lembrando a coluna de fogo doAT que guiou o povo no deserto duranteas noites. Por isso Jesus disse: "Eu sou aluz do niundo; quem me segue no an-dar nas trevas; pelo contrrio, ter a luzda vida" (Jo 8.12).

    O significado do Pentecoste para avida da igreja: a) a chegada do outroParkleto (consolador, advogado); b) mar-

    1 A outra razo , sem dvida, para demonstrar aos discpulos que o motivo da resistncia das pessoas anteao fato dele se apresentar como o Messias prometido do AT a existncia de quatro tipos de solo que soos quatro tipos de coraes humanos.

  • Quebrando barreiras

    ca a nova era em que a lei no seria gravadaem tbuas, mas no corao; c) como coin-cidia com a festa das primcias, isso era agarantia de que haveria uma colheita.

    Jesus fala da gua, quando a mu-lher est buscando gua no poo. Eleaproveitou uma ocasio perfeita. O me-lhor lugar para comear a vencer umabarreira o lugar em que o oponente est(At 8.30, 35).

    O povo de Deus precisa aprender.ebrar barreiras imitando o seu mes-Desse modo aprendemos a fazer tudo

    pelo evangelho tambm (iCo 9.19-23;Fp 1.18).III. PEQUENOS COMEOS(JO 4.7, 39-42)

    Jesus realmente desafiou os concei-tos judaicos sobre os samaritanos ao abor-dar aquela mulher, surpreendendo at elamesma (Jo 4.9). Mas em sua sabedoria oSenhor alcanou seus objetivos. Obser-vemos como:

    Com vitrias progressivas (Jo 4.27-30) - quando os discpulos chegaram ata presena de Cristo e o viram conversan-do com uma mulher ficaram admirados(To 4.27). No era essa a expectativa dos

    ^scpulos de Jesus. Os obstculos venci-dos por Cristo aqui ainda eram peque-nos, considerando que, posteriormente,toda a cidade samaritana ficou alvoroada.Duas coisas eram chocantes: a) Jesus con-versar com uma mulher, b) Jesus conver-sar com um samaritano.

    Isso foi to surpreendente que ne-nhum dos discpulos se encorajou a zerqualquer pergunta a Jesus (Jo 4.27). Umadas razoes para que as barreiras existentesentre os judeus e os samaritanos fossemquebradas foi o fato de Cristo ter come-ado a lutar contra elas, falando com aque-la mulher samaritana.

    Aprendemos com o Senhor Jesusque, sob a vontade de Deus e para a dis-seminao do evangelho, devemos nosdispor a romper dificuldades por vezesimpostas pela sociedade.

    Lembre-se de Davi. Ao ser interro-gado e desprezado por Saul em razo desua inexperincia, a resposta veio de ime-diato. A confiana de Davi diante de umagrande luta que Deus o acompanhara edera vitria em pequenas lutas (iSm17-34-37). No d para esperar grandesvitrias sem que os pequenos comeosaconteam, por isso, sbio no despre-zar o dia dos humildes comeos (Zc 4.10).

    Jesus comeou com uma samaritana(Jo 4.7) e alcanou muitos samaritanos(Jo 4.39). Talvez essa atitude de Cristotenha sido responsvel pelo sucesso dotrabalho missionrio em Samaria realiza-do por Filipe e os apstolos (At 8.4-8,14,25). Houve grande alegria naquela cida-de quando ela foi alcanada pela prega-o do evangelho.

    IV. CONSCIENTIZAO DO PECA-DO (JO 4.15-18)

    A mulher samaritana ainda nohavia compreendido que Jesus Cristo sereferia a si mesmo ao falar da gua. Aquelamulher precisava se conscientizar de suasituao de pecadora. Havia uma barreiraque precisava ser vencida. Jesus derrubouessa barreira demonstrando a ela o alcancedo pecado. Quando aquela mulhersamaritana afirma que no tinha marido,Jesus vai direto ao ponto demonstrandoque ela estava certa, mas que j tivera cincomaridos (Jo 4.17,18). Quanto aodivrcio, os judeus da Palestina seguiama escola mais liberal de Hillel queinterpretava Deuteronmio 24.1 comouma permisso para se divorciar. Essainterpretao era to permissiva que se

  • 4 Evangelho e Cartas de Joo (Jo, IJo, 2Jo e 3jo)

    uma mulher no agradasse ao seu mari-do, este poderia se separar dela.

    J entre os samaritanos, as condi-es do matrimnio no eram melhores.Note que Jesus revela que a mulher tiveracinco maridos. Diante dessa revelao, elaentendeu que Jesus era profeta de Deus(Jo 4.19). Jesus fez isso para demonstraro alcance do pecado. O pecado est emtodos, tanto em judeus como emsamaritanos, ou de acordo com Paulo, tantoem judeus como em gregos (Rm 3-9). Vejaa comparao dessa realidade nos captu-los 3 e 4 de Joo:Joo 3JudlaHomem (Ni cedemos)JudeuPrincpios morais elevados

    Joo 4SamariaMulherSamaritanoBaixa reputao

    Deus salva a ambas

    A ideia que todos foram atingidospelo pecado e precisam do perdo deDeus. exatamente esse o argumentode Paulo quando fala de vrias classes depessoas debaixo do pecado: gentios (Rm1.18-32), moralistas e filsofos (Rm2.16), judeus (Rm 2.17-29).

    Por isso, conclui Paulo que "todospecaram" (Rm 3.23,24). Nos casosexemplificados, tanto Jesus quanto Pauloensinaram o alcance do pecado. Demons-trado isso, o segundo passo apontarpara a soluo do problema, o remdioda doena, que a fonte da gua da vidaQo 4.13,14).

    No h pecado to pequeno que noprecise do perdo de Deus. No caso, tan-to judeus quanto samaritanos so alvosda graa de Deus. Somente quando opecado exposto que as pessoas podementender a necessidade de perdo. JesusCristo fez, isso por meio do confronto.

    O confronto importante nesseprocesso (2Sm 12.1-7; 2Cr 18.1-27;Am 7.10-13). O problema hoje com essemtodo que vivemos em uma poca cin-za, sem cor, em que a dubiedade reina eas pessoas fazem de tulo para esconderseus verdadeiros pensamentos e intenes.O confronto realizado por Cristo novisa criar problemas de ressentimento(IPe 2.22), mas libertar e salvar o cativoQo 4.25-30,39-42).V. EM ESPRITO E EM VERDAD^(JO 4.19-26)

    A conversa de Cristo com aquelamulher samaritana centraliza-se em tor-no dos lugares sagrados, a saber, um cam-po e um poo associados a Jac G 4.5)e o templo samaritano do monte GerizimGO 4.20). Os samaritanos acreditavam queJosu havia construdo um santurio nomonte Gerizim (Dt 12.5) 11; Jz 9.7;iRs 9.3; 2Cr 7-12).

    A mulher samaritana queria saber qualera o local correto de adorao G 4.20).Por que ela perguntou isso? Porque apsa derrota que o povo de Israel imprimiuem Ai GS 8.18, 24-29), o povo marchoupara o norte por uma estrada que iapelo topo das montanhas rumo a Si(Js 8.29,30). Para essa marcha ono precisava ir pela mata porque haviauma estrada construda. A 32 quilme-tros de Ai esto dois montes: Ebal eGerizim. Um de frente para o outro.Samara fica a 10 quilmetros desses doismontes, portanto a 42 quilmetros de Ai.Ebal e Gerizim tm o mesmo significa-do: rido. Uma das semelhanas existen-tes entre esses dois montes que do picodeles d para ver boa parte da terra pro-metida. A referncia feita pela mulhersamaritana ao monte Gerizim.

    Moiss, antes de morrer, ordenouque o povo se dirigisse at o monte Ebal

  • Quebrando barreiras

    para fazer um altar (Dt 27.4-7). Essealtar deveria ser construdo antes da lei-tura da lei. E o povo obedeceu a ordem(Js 8.30-35).

    Deus havia ordenado que o MonteGerzim fosse o monte da bno (Dt27.11,12). Desse monte, o povo ouviuas bnos decorrentes da obedincia. OMonte Ebal seria o monte da advertnciaou maldio (Dt 27.13,14). Desse mon-te, o povo ouviu as maldies decorren-

    da desobedincia.A lio, na prtica, que o que acon-

    teceria com o povo dependeria se eles es-tivessem morando no Monte Gerzim ouno Monte Ebal.

    Esses montes serviam para confron-tar o povo com a lei de Deus. Interes-sante que o altar tenha sdo construdono monte Ebal e no no monte Gerizim.Isso era um lembrete para que o povono pecasse,

    A mulher samaritana deve ter se vi-rado e apontado para o Monte Gerizmcomo o lugar onde seus pais adoravam(Jo 4.20). Mas Jesus ensinou quela mu-lher que s podemos adorar a Deus de ummodo, e isso independe da localizao: em

    rito e em verdade} e a mulher samaritanantendeu isso (Jo 4.29, 30, 39).

    Os lugares sagrados no podiam es-conder as falhas existentes no carter dosadoradores (Am 5-5,6). Deus quer queos seus filhos mudem suas atitudes (Am5.14,15; Mq 6.8) e o busquem por in-termdio de Cristo. Esprito se refere

    pessoa do Esprito Santo, que d conti-nuidade obra de Cristo e garante o cul-to puro a Deus.2 Quanto verdade, sig-nifica que a adorao feita em JesusCristo, a verdade revelada (Jo 14.6).

    A barreira das limitaes fsicas naadorao a Deus foi quebrada por Cristojunto mulher samaritana. Nada podesubstitu-lo porque ele o nico media-dor entre Deus e os homens (ITm 2.5).

    CONCLUSODevemos estabelecer como priorida-

    de inegocivel fazer sempre a vontade deDeus. No existe nenhuma misso, nemobra ou realizao que ultrapasse a impor-tncia disso. Portanto, viver para agradar aDeus deve ser sempre o nosso alvo.

    Sensibilidade e sabedoria tambmso necessrias para que os meios corretossejam utilizados numa aproximaoevangelstica. Fidelidade e sabedoria for-mam uma combinao perfeita. Deus querque preguemos o evangelho a toda pes-soa, pois ento faamos isso, suplicandopor entendimento e prudncia, a fim deque sejamos ouvidos.APLICAO

    Lembre-se de que o modo como nosaproximamos das pessoas muito impor-tante e que precisamos vencer o medopara falar de Cristo. Pense seriamente nissoe disponha-se pessoalmente diante deDeus, em orao, a se tornar uma teste-munha mais til para ganhar mais vidaspara Jesus.

    ! Esta posio tambm defendida pela Bblia de Estudo de Genebra.

  • Lio 2 Joo 5.1-18

    BETESDA: UM LUGAR DE REVELAESINTRODUO

    O homem sempre busca a auto-suficincia e se distancia de Deus. Qualseria uma das motivaes que essa sociedadeencontraria em Deus para busc-lo? Alis,existe alguma motivao para isso? Qual o real estado do corao humano? s vezesas pessoas se envolvem em um emaranhadode problemas que no conseguem sair. Serque Deus pode ajud-las nesses casos? Equando as pessoas esto envolvidas hmuito tempo em alguns problemas, serque Deus pode ajud-las a se livrarem deles?Vejamos nesta lio como, realmente, Deus poderoso e pode solucionar todas asnossas dificuldades.

    l. O VERDADEIRO ESTADO DOCORAO HUMANO

    As doenas fsicas so reais e devemser avaliadas pelo prisma das Escrituras.A impotncia daquele enfermo duroumuito tempo. A lepra destacada comouma doena humilhante e embaraosa nasEscrituras (Lv 13-14).

    D para perceber a existncia dealguns problemas na vida das pessoas querodeavam aquele enfermo, e isso durantemuito tempo. O verdadeiro estado de seuscoraes pode ser visto da seguinte forma:

    a) Egosmo -^ No tinha ningumque ajudasse aquele homem. Durantemuito tempo as pessoas o viam, mas nose importavam. Pensavam apenas em si

    mesmas. Ningum se condoa da misriadaquele cidado e durante trinta e oitoanos no houve ningum que o ajudassea viabilizar sua entrada naquele tanque,fato esse que poderia aliviar o seu sofri-mento. Esse o estado do corao huma-no. As pessoas esto envolvidas demaisseus prprios problemas que se esquede servir e ajudar a aliviar o sofrimentodaqueles que sofrem. E isso pode durarmuito tempo.

    Outro exemplo na Escritura estregistrado no evangelho de Marcos, nacura do endemoninhado geraseno (Mc5.1-24). Depois daquele cidado passarpor grandes problemas (isolamento,autodestruio e falta de pudor) ele foracurado por Jesus, contudo isso no sensi-bilizou o corao dos fazendeiros da re-dondeza, pois rnesmo sendo testemunhasda total transformao operada por Jesus(Mc 5.15), pediram que ele fosse embo-ra (Mc 5.17)) por causa da perda dos por-cos que foram precipitados ao mar. D01"mais valor ao dinheiro do que transimao que Deus pode fazer na vidapessoas uma expresso do egosmo.

    b) Insensibilidade -^ Os fariseus nose sensibilizaram com a cura daquelehomem, porque ela foi feita no sbado.Depois de tanto tempo sofrendo a nicacoisa que os judeus conseguiram pensar que no era lcito carregar o leito em diade sbado (Jo 5-10). Eles no se aiegra-

    Para ler e meditar durante a semanaD Rm 9-14-23 -A misericrdia um ato livre de Deus; S Mt 7.7,8 Encontrando Deus;

    T Is 55.6-14 Buscando a Deus hoje; Q - Jr 31.16-18 Esperana para o futuro;Q Jr 32.26-37Tudo * possvel para Deus; S Ez 33.10-16 Deus quer salvar;

    S Os 10.12,13 O que cultivar a malcia. ; ( s .

  • Becesda: um lugar de revelaes

    ram, no deram glria a Deus e nem re-conheceram que Jesus era o Filho deDeus. No se preocuparam em percebero que aquele evento significava, isto , apresena de Deus entre os homens: "E oVerbo se fez carne e habitou entre ns,cheio de graa e de verdade, e vimos a suaglria, glria como do unignito do Pai"(Jo 1.14). Deus estava se manifestandoem meio ao seu povo. Em outra inter-""o de Cristo sobre o sofrimento hu-

    10 as pessoas ficaram possudas de te-r e diziam: "Grande profeta se levan-

    tou entre ns e: Deus visitou o seu povo"(Lc 7.16). Mas os judeus estavam insen-sveis demais e presos em suas prpriastradies para perceber que Deus estavase revelando na pessoa de Jesus Cristo.Esse o verdadeiro estado do coraohumano. O homem incapaz de olharpara a glria de Deus por si mesmo.

    II. O LOCAL DE ATUAO DA MI-SERICRDIA DIVINA

    O tanque de Betesda um lugar demisria. Note que o quadro apontado porJoo de verdadeira misria:

    a) Sofrimento intenso -^ As doenasli so todas de altssimo grau deiculdade (Jo 5-3). Jesus vai tratar de

    algo que a trinta e oito anos estava esta-belecido na vida daquele homem. No hcircunstncia to grave que Deus no te-nha as condies necessrias para trat-la. Todos os problemas do corpo e da almahumana podem ser tratados pelo Senhor,no importa o tempo em que eles jtenham se estabelecido.

    b) Problemas variados ^ Note queo texto se refere a enfermos, cegos, coxose paralticos (Jo 5.3). O ambiente queJesus se encontrava era de uma variedadeenorme de doenas. Todas so graves.Isso comprova que Deus pode tratar qual-

    quer problema. As variedades dos proble-mas do ser humano no pegam Deus desurpresa. A capacidade de Cristo em tratarqualquer dificuldade destacada peloevangelista Marcos quando afirma que "Eele (Cristo) curou muitos doentes de toda asorte de enfermidades'1 (Mc 1.34).

    c) Problemas numerosos -^ Veja que otexto joanino registra cinco pavilhes(Jo 5.2). Essa quantidade para demons-trar que no lugar onde Cristo se encon-trava havia muita gente com problemas.O evangelista chega a dizer que havia "umamultido de enfermos" (Jo 5-3). Saa um eentrava outro (Jo 5-7). A cena registradapor Joo apenas uma amostra daquiloque Cristo pode fazer. Havia gente deitadapelo cho (Jo 5.8),

    A misericrdia divina atua emlugares onde:

    os homens s pensam em simesmos;

    os fracos no conseguem nadapelas suas prprias foras. Faz aquilo queo homem no consegue fazer;

    - existe insensibilidade, mesmo deuma classe religiosa.

    A misericrdia divina atua em lu-gares onde a desgraa tambm est pre-sente (Rrn 5-20). isso que Paulo afirmaquando retrata a situao dos seres hu-manos: andam segundo o curso destemundo, desobedientes, fazendo as pr-prias vontades, filhos da ira, influencia-dos por Satans (Ef 2.2,3). Graas a Deusque o texto diz algo importante, "masDeus" (Ef 2.4). Isso faz toda a diferena.Deus atua onde o homem est morto eentregue s suas paixes e lascvia. Se Deusesperasse da igreja transformao, purifi-cao e santificao para ento encarnar-se, com toda a certeza ainda estaramosperdidos em nossos delitos e pecados.Note que Paulo afirma que Cristo se

  • Evangelho e Cartas de Joo (Jo, IJo, 2Jo e 3jo)

    entrega pela igreja para fazer algo por ela(Ef 5.26). Essa urna das revelaes dotanque de Betesda. Deus atua no meioda misria humana, onde ningum querestar. Por isso, muitas vezes as atitudespolmicas de Jesus causavam murmu-rao dos judeus: "Aproximavam-se deJesus todos os publicanos e pecadorespara o ouvir. E murmuravam os fariseus eos escribas, dizendo: Este recebe pecado-res e come com eles" (Lc 15.1,2).

    E pressuposto que aqueles que sobeneficiados com a interveno de Deusdevam reconhecer o seu estado de mis-ria, de sede e investimento intil dos re-cursos naquilo que no satisfaz (Is 55-1,2),de cegueira (Mc 10.47, 48, 51), de de-sordem pessoal (Is 38.1,2) e de invalidez(Jo 5-5)6). O homem precisa se ver comos olhos de Deus para no ter uma auto-imagern errnea, como a igreja deLaodicia: "pois dizes: Estou rico e abas-tado e no preciso de coisa alguma, e nemsabes que tu s infeliz, sim, miservel,pobre, cego e nu" (Ap 3.17).III. QUEM A FONTE DA ESPE-RANA HUMANA?

    Este o ponto mais importantedo texto.

    A questo no : se algum estava doente havia

    trinta e oito anos; se a doena era impossvel de ser

    curada; se a cura do doente era realizada

    no sbado;- se os homens eram insensveis em

    no ajudar aquele hornem a entrar notanque de Betesda.

    O ponto mais importante do texto quem o autor dessa. cura. (Jo 5-12).Cristo, o Deus-Homem. isso o queprecisa ser enfatizado ern nossos dias.

    A questo no que o homem preci-sa acreditar, mas ^772 quem ele coloca a suaf, porque acreditar todos acreditam emalguma coisa (Tg 2.19).

    A mensagem da igreja em todos ostempos que o povo precisa aprender acolocar a f em Cristo. Seja uma f grandeou pequena, o que importa que ela sejadepositada em Cristo. Mas o que se temafirmado o contrrio. Basta a pessoa teruma f "forte" e ela ter todas as soluesque busca. Na verdade, essa umensagem que tem eliminado o pr]Cristo da vida da igreja. O que importano o tamanho da f do homem, mas oobjeto dela. Muita f colocada no lugarerrado no serve para nada (Is 44.14-20).Ter esse tipo de atitude apascentar-sede cinza, conforme as palavras de Isaas:"Tal homem se apascenta de cinza; o seucorao enganado o iludiu, de maneiraque no pode livrar a sua alma, nem di-zer: No mentira aquilo em que confio?"(Is 44.20). Confiar nos homens no re-solve os problemas (Jr 17-5). Aqueles queprocedem dessa maneira acabaro na so-lido, sem Deus e sem esperana (Jr 17.6).O corao humano corrompido demaispara se confiar (Jr 17-9).

    Precisamos depositar todaconfiana e esperana em Deus (Jr 17.7).Aqueles que assim fizerem desfrutaro devida em meio morte promovida pelopecado e daro frutos continuamente(Jr 17.8). O que Deus espera que o ho-mem faa ao colocar sua confiana emCristo e ser tocado por ele?

    a) Deus continua trabalhando -^Cristo enfatiza que o Pai e ele mesmo con-tinuam trabalhando at agora (Jo 5.16).O trabalho a que Cristo se refere a in-terveno divina para aliviar o sofrimentotemporrio e eterno do homem. Deusno est inerte diante dos nossos dilemas.

  • Betesda: um lugar de revelaes

    Pelo contrrio, ele est trabalhando atagora para mudar a situao de misriaem que o homem se encontra, nas pala-vras do pregador: "Eis o que to-somenteachei: que Deus fez o homem reto, masele se meteu em muitas astcias" (Ec7.29). Isso traz pelo menos dois desafios:1) A igreja deve fazer o mesmo, buscarainda hoje trabalhar para aliviar o sofri-mento humano; 2) O ser humano precisau--car o Senhor Deus porque ele ainda

    trabalhando. Deus intervm na His-__Ja como sempre fez.

    b) Curados para uma vida santa -^note que Jesus reencontra aquele homemno templo e afirma algo que de extremaimportncia a todos aqueles que so to-cados por Cristo. Jesus afirma que o ho-mem deve buscar uma vida santa, casocontrrio, coisa pior lhe sucederia (Jo 5.14).Uma vida reta e santa o objetivo de Deuspara ns, pois, para isso que fomos salvos(Lv 11.44,45; 20.7,8; Pv 28.13; Ef 1.4;2Tm 2.19; Hb 12.14). Assim o apstoloPedro advertiu: "Como filhos da obedi-ncia, no vos amoldeis s paixes quetnheis anteriormente na vossa ignorn-cia, pelo contrrio, segundo santo aquele

    kie vos chamou, tornai-vos santos tam-om vs mesmos em todo o vosso proce-dimento, porque escrito est: Sede san-tos, porque eu sou santo" (iPe 1.14-16).A busca por uma vida santa deve ser o

    objetivo de vida de todos que experimen-taram as bnos celestiais.

    CONCLUSODeus est trabalhando at agora. Foi

    possvel perceber, na presente lio, queDeus no est indiferente diante dos pro-blemas da humanidade. Ele intervm nasua histria. O homem deve aprender abusc-lo, porque certamente o encontra-r. No h dificuldades demasiadamentegrandes que Deus no possa resolver.Mesmo que as pessoas estejam profunda-mente envolvidas em grandes dificulda-des, ainda assim a interveno divina podemudar radicalmente essa histria.

    Como crentes, temos de ter por alvocrescer em santidade. A bondade de Deusdeve levar o homem a uma vida diferen-te, pois para isso que ele veio. Quais-quer que sejam os problemas, Deus podemudar o egosmo em altrusmo, a fraquezaem fortaleza e a insensibilidade em pie-dade. O desafio que fica para todos bus-carem ao Senhor, enquanto ainda pos-svel ach-lo.

    APLICAOProcure esta semana praticar os en-

    sinos desta lio, por meio da evangeliza-o, compartilhando as bnos que voctem recebido de Deus. Mostre aos seusconhecidos e amigos que Cristo real, queele realmente transforma a nossa vida.

  • Lio 3 Joo 6.22-71

    JESUS, o PO DE DEUSINTRODUO

    O homem vive tentando colocaralgo ou algum no lugar de Cristo parajustificar suas prticas religiosas. Esse foio pecado dos samaritanos, ao tentarembuscar ao Senhor Deus e a outros deuses0.0 mesmo tempo (2Rs 17.29-41). Aspalavras de Cristo a respeito do po deDeus levantam algumas questes:

    Qual o maior sinal do amor deDeus pelo mundo? Como as pessoas to-mam conscincia disso? Existe algumadiferena ou relao entre Jesus e o manque Deus deu ao povo de Israel no deser-to? Alm disso, o que esperamos receberde Deus? Bnos, dinheiro, carro ou san-tidade e justia? Vejamos a resposta a es-sas questes nesta lio.

    I. O PO QUE DESCE DO CU(JO 6.33)

    Jesus ensina que o po de Deus veiodo cu. Sobre ningum mais no mundo dito ter vindo do cu, apenas Jesus Cristo.Quando Deus criou o homem ele oabenoou e o fez fecundo, para que semultiplicasse na terra (Gn 1.28). Deus fezum homem e uma mulher. Isso denota quesomos da terra, nascidos pelo mtodo or-dinrio estabelecido por Deus (Gn 2.7;Ec 12.7). Deus formou o homem da cerrae a sua multiplicao veio em decorrncia.Isso significa que o homem terreno, muitoembora Deus tenha colocado a eternidade

    em seu corao (Ec 3.11). Nesse aspec-to, Jesus singular e nico.

    Embora Cristo seja verdadeiramentehumano, ele no exclusivamentehomem, porque veio do cu. A sua na-tureza divina a razo dele ser o nocc^Redentor perfeito, santo e sem defeiNenhum outro ser humano celest .apenas o Senhor Jesus. Os apstolos, Ma-ria, os discpulos, Moiss, Elias e Eliseu etodos os demais profetas eram terrenos.

    Por ser Deus (Jo 10.30), Jesus estlivre da corrupo herdada em Ado. Eleno foi "concebido em pecado" e nuncase achou "dolo em sua boca". Ao contr-rio dele, segundo Paulo, o pecado de Adopassou a todos os homens e a justia deCristo passou a todos aqueles a quem elerepresentou na cruz e foram, conseqien-temente, regenerados, justificados, con-vertidos e transformados: "Pois assimcomo, por uma s ofensa, veio o juzosobre todos os homens para condenaassim tambm, por um s ato de justiveio a graa sobre todos os homens paijustificao que d vida" (Rm 5.18).

    Por isso, Paulo fala de dois homensque representam toda a humanidade,Ado como o cabea federal da humani-dade cada; "Portanto, assim como por ums homem entrou o pecado no mundo, epelo pecado, a morte, assim tambm amorte passou a todos os homens, porque

    Para ler e meditar durante a semanaD - Hb 9.23-28 - Cristo o nosso Mediador; S - Jo 6.30-40 - O po que desce do cu;

    TJo 6.52-59 O alimento para a vida eterna; Q Jo 6.66-71 As palavras de vida eterna;Q Cl 3.1-4 Buscando as coisas do alto; S Cl 3.5-11Vivendo segundo os padres do cu;

    S Fp 3.12-4.1 Focando o alvo certo

  • Jesus, o po de Deus 11

    todos pecaram" (Rm 5.12). E Cristo ocabea federal de todos os que o recebemcomo salvador e crem no seu nome: "To-davia, no assim o dom gratuito como aofensa; porque, se, pela ofensa de um s,morreram muitos, muito mais a graa deDeus e o dom pela graa de um s ho-mem, Jesus Cristo, foram abundantessobre muitos... Se, pela ofensa de um epor meio de um s, reinou a morte, mui-

    nais os que recebem a abundncia da~a e o dom da justia reinaro em vida

    pui meio de um s, a saber, Jesus Cristo"(Rm 5.15,17). Portanto, tendo Cristovindo do cu (Jo 6.32,33) e nascido sempecado (Lc 1.35), ele no est debaixo darepresentao de Ado e sua natureza norecebeu corrupo.

    Na histria que estamos estudando,Cristo deixou a multido e seguiu rumoa Cafarnaum (Jo 6.16-21). Quando amultido percebeu que Jesus no estavapor al (Jo 6.24) partiu sua procura.A multido atravessou o mar. Numa lei-tura apressada do texto algum pode ima-ginar que a multido estava encantadacom Jesus e queria aprender mais dele,

    uscando a salvao. Mas, infelizmente,no era o caso. A multido no esta-

    va atrs de Jesus porque cria nele, massimplesmente porque queria mais po.

    O povo tentou comear um dilo-go com Jesus: "Mestre, quando chegas-te aqu?" (Jo 6.25), mas Jesus no per-deu tempo e desmascarou a inteno damultido: "Respondeu-lhes Jesus: Emverdade, em verdade vos digo: vs meprocurais, no porque vistes sinais, masporque comestes dos pes e vos fartastes"(Jo 6.26). Foi uma direta. E como se eledissesse: "No venham com bajulao,vocs vieram s porque so interesseiros,mas no querem saber nada sobre mim

    ou sobre o Pai". Da Jesus os exorta paraque se empenhassem pela comida quesubsiste para a vda eterna (Jo 6.27), eno por po, simplesmente.

    Eles pediram uma prova, um sinal,tal como o do man, que Deus dera nodeserto (Jo 6.31). Os judeus queriam umsinal de Jesus. Queriam ver> sentir eapalpar. Eles no queriam apenas crer.Queriam evidncias de que ele era do cu.Ento o Senhor diz que o mesmo Deusque enviou o man no deserto era o seuPai, ou seja, a prova que eles queriamestava diante deles. Era o prprio Cristo.Ento o Senhor se aproveitou da analogia.Tal como Deus enviou um po para nutriros corpos dos israelitas no AntigoTestamento, assim ele enviou a Cristo, noNovo Testamento, para conceder-lhes avida eterna. Jesus faz esta comparao paramostrar que o man temporrio e spode alimentar o corpo, enquanto ele, opo da vida, o Filho de Deus e podesalvar o pecador da condenao eterna.

    II. JESUS MAIOR QUE O MAN(JO 6.28-30)

    curioso notar que a multidopediu a Jesus Cristo que fizesse um sinalcomo se ele no tivesse feito nenhum.Esse dilogo se deu no dia seguinteaps a multiplicao dos pes e peixes(Jo 6.1-15). Jesus j havia dado um sinalque comprovava a sua divindade e o seupoder. Mas o povo julgou aquele sinalinferior ao do man no deserto.

    O que a multido argumenta comCristo que o man que Moiss deu aopovo veio diretamente do cu e isso fa-zia do sinal de Cristo inferior (Jo 6.1-15).A inferioridade de um sinal sobre o outroteria sido: a) porque Jesus multiplicou ospes, isto , ele fez uso de matriapreexistente, de um material; b) porque

  • 12 Evangelho e Cartas de Joo (Jo, IJo, 2Jo e 3Jo)

    Jesus havia dado pes comuns e terrenos,sem nada de extraordinrio.

    A resposta de Jesus a esse desdmfoi mostrar que tanto ele como o mantm a mesma origem, ambos desceramdo cu. Mas a viso do povo estava toturva que no entendiam como ele pode-ria ter descido do cu, afinal ele era filhode Jos (Jo 6.42). A explicao de Jesus que o man tem um efeito limitado e pas-sageiro. O povo que comeu man mor-reu do mesmo jeito.

    Em contrapartida, ele se identificacomo o "po da vida", isto , quem co-rnesse desse po no morreria. Isso paramostrar que Cristo superior ao man.Cristo gera vida Qo 6.33, 47-50, 54). Esse o maior sinal ou o sinal definitivo dadopor Deus para que os homens recebam aCristo como o seu salvador. Cristo, por-tanto, superior aos sinais anteriores aee. S Cristo alimenta eternamente (Jo6.2, 5, 10-12).

    H muitas pessoas hoje atrs de si-nais. Querem enriquecer instantaneamen-te, querem cura imediata, querem ver car-ruagens de fogo descendo do cu e mui-tas outras coisas. O problema dessaspessoas que elas no se satisfazem comJesus. No h nenhum sinal maior do queesse. A sua concepo, nascimento e mi-nistrio miraculosos so o maior sinal queDeus j deu e a nica resposta satisfatriaque podemos dar a esse milagre crer, ouseja, ter f. Todos os outros sinais so se-cundrios e, portanto, de menor valor. Oque a multido da poca de Cristo preci-sava fazer, e hoje do mesmo modo, de-positar a sua f exclusivamente em JesusCristo (Jo 6.28,29). Isso o que precisa-mos fazer para realizar as obras de Deus.Jesus Cristo no est interessado em satis-fazer a ansiedade das pessoas de ver coisas

    fantsticas. Ele tem o mesmo e nico pro-psito que sempre teve, salvar o pecador.

    III. A APROPRIAO DESSE PO(JO 6.40)

    Aqui voc poder notar comosempre h divergncia em relao a quemCristo e, principalmente, porque issoacontece. Houve dois grupos que seposicionaram aps ouvirem Jesus. Comoesses dois grupos se apropriaram do pode Deus?

    A. Aproximao incorreta.Trs grupos de pessoas se aproxi-

    maram de Cristo por motivaes erradas.A maioria das pessoas que o procurou noconseguiu enxergar a grande oportunida-de que teve diante de si.

    1) Os judeus (Jo 6,41) -^ j foi de-clarado de incio: "Veio para o que eraseu, e os seus no o receberam" (Jo 1.11).Os judeus negavam a divindade de Cristo.Para esse grupo Cristo no passava de umhomem. Eles no conseguiam entendercomo algum que era filho de carpintei-ro, e tendo a Maria por me, poderia tervindo do cu (Jo 6.41,42). Este um bommomento para nos lembrarmos do nasrnento miraculoso de Jesus. A Bblia apcta trs aspectos que envolvem o nascimen-to virginal de Cristo.

    a) A concepo pelo Esprito Santo(Mt 1.20) Jesus no nasceu pelointercurso de um homem, mas pelo po-der direto do Esprito Santo sobre o ven-tre de Maria. Assim o anjo falou a Maria:"Respondeu-lhe o anjo: Descer sobre tio Esprito Santo, e o poder do Altssimote envolver com a sua sombra; por isso,tambm o ente santo que h de nascerser chamado Filho de Deus" (Lc 1.35).

    b) O testemunho angelical (Mt 1.20-25, Lc 1.26-38; 2.15, 17) o nascimento

  • Jesus, o po de Deus 13

    de Cristo foi anunciado pelo anjoGabriel. Os anjos so servos ministradoresao dispor da vontade de Deus (Dn 9.20-27; Hb 1.14; Ap 1.1; 22.6-9). Eles obe-decem a vontade de Deus (SI 103.19-23;Mt 6.10).

    c) O testemunho da Escritura (Mt1.22; 2.5, 6, 15, 17, 18, 23) - toda aEscritura apontava para Cristo. E assimque Pedro nos instrui: "Foi a respeito des-' alvao que os profetas indagaram e

    uiriram, os quais profetizaram acercaua graa a vs outros destinada, investi-gando, atentamente, qual a ocasio ouquais as circunstncias oportunas,indicadas pelo Esprito de Cristo, queneles estava, ao dar de antemo teste-munho sobre os sofrimentos referentesa Cristo e sobre as glrias que os seguiri-am. A eles foi revelado que, no para smesmos, mas para vs outros, ministra-vam as coisas que, agora, vos foram anun-ciadas por aqueles que, pelo EspritoSanto enviado do cu, vos pregaram oevangelho, coisas essas que anjos anelamperscrutar" (iPe 1.10-12).

    2) Pela multido (Jo 6,60) -} aque-multido que seguia a Jesus queria ape-

    'as alguns benefcios terrenos. Jesus ti-nha a vida eterna para lhes dar, e queriadar, mas eles s queriam po. Desejar deDeus apenas os benefcios temporais desperdiar a vida eterna e a oportunida-de de salvao.

    3) Por Judas (Jo 6.70,71) -> Judasandou com Jesus Cristo e no o rejeitoujunto multido (Jo 6.60). Judas conhe-ceu a Jesus de perto, andou ao seu lado eaprendeu diretamente de seus lbios,mas o seu corao nunca esteve pr-ximo de Jesus, A atitude de Judas de-monstra como muitos podem iniciar a suacaminhada com Cristo, mas no termi-

    nam com ele. Aqueles que desejam apro-priar-se corretamente do po de Deusdevem caminhar com Cristo at o fim.

    B. Aproximao correia

    Quando nos apropriamos correta-mente de Jesus Cristo?

    1) Quando somos conduzidos pelo Pai(Jo 6.37, 44) -^ ningum pode ir atCristo se no for conduzido pelo Pai. Essa a razo dada por Cristo para a suaaceitao de todos aqueles que vo at ele.A esses Cristo jamais rejeitar (Jo 6.65).

    2) Quando ouvimos o Pai (Jo 6.45)-^ para ouvir o que o Pai tem para ensinar preciso ouvir o que ele j disse porintermdio dos profetas. Jesus Cristo citao AT como referncia daquilo que o Paifaria em seu tempo. Cristo mostra que,por ele, Deus estava falando e fazendoconhecida a sua glria. Ns ouvimos aDeus quando ouvimos e obedecemos aCristo (Jo 14.15, 21).

    3) Quando nos relacionamos com oPai segundo o exemplo de Cristo (Jo 6.57)-^ Jesus Cristo tinha uma relao deconfiana e dependncia com o Pai. E essarelao de respeito e amor deve nos servirde modelo em nossa aliana com Deus.

    4) Qiiando buscamos a Cristo demodo constante (Jo 6.57,58) perseveranasignifica em tudo e em todos os momen-tos ter Cristo em mente. E buscar a suavontade e tendo por foco sempre a suaglria. E morrer para a vontade prpria eviver para satisfazer a vontade dele.

    5) Quando Cristo a nossa confissode f (Jo 6,67-69) ^ quando a multidoabandonou a Cristo diante de tudo o quetinha dito, ele perguntou aos seusdiscpulos se tambm eles no queriamse retirar. Pedro reconheceu que isso eraimpossvel. Ele confessou que somente emCristo encontramos palavras de vida

  • 14 Evangelho e Cartas de Joo (Jo, IJo, 2Jo e 3jo)

    eterna (Jo 6.63). Apropriar-se de Cristo apropriar-se da vida eterna.

    IV. NEM TODOS CREM (JO 6.66-71)Existem pessoas teimosas, que por

    mais que se argumente, comprove eapresente evidncias, no aceitam ser per-suadidas, ainda que estejam equivocadas.Teimosia uma opo. Mas incredulidade um problema muito pior. No opcional, da natureza do pecador.Ningum cr em Jesus porque quer, massomente pela vontade soberana do Pai.

    O Senhor Jesus esclareceu isso, aodizer: "Porm eu j vos disse que, emborame tenhais visto, no credes" (Jo 6.36).Aquela multido, ainda que visse o maiorespetculo miraculoso operado por Jesus,no poderia crer nele, porque como eledisse mais frente: "Ningum pode vir amini se o Pai, que me enviou, no otrouxer" (Jo 6.44).

    Visto a incapacidade de crer por von-tade prpria, multido, quando se es-candalizou com as suas palavras (Jo6.60), Jesus repetiu essa mesma pre-missa (Jo 6.65). Cristo no rnudou o seudiscurso para agradar as pessoas, pelo con-trrio, muitos dos seus discpulos o aban-donaram: "A vista disso, muitos dos seusdiscpulos o abandonaram e j no anda-vam com ele" (Jo 6.66). Quando issoaconteceu, permaneceram com ele ape-nas os doze, aos quais ele questionou:"Ento, perguntou Jesus aos doze:Porventura, quereis tambm vs outrosretirar-vos?" (Jo 6.67). Isso nos mostra atotal independncia de Cristo para cum-prir o seu ministrio. Ele no precisa demim ou de voc ou de quem quer queseja. Ele o Deus Todo-poderoso quetudo faz conforme o seu querer.

    Em reconhecimento disso, a respos-ta de Pedro, representando os outros aps-tolos, exceto Judas Iscariotes, foi que elesno tinham para onde ir e somente Cristotinha palavras de vida eterna (Jo 6.68,69).

    Essa confisso de Pedro um credo, uma profisso pblica de f. Ele fez umadeclarao categrica que eles s pode-riam estar seguros na presena do SenhorJesus, portanto, aceitaram total e incon-dicionalmente as suas palavras. demaneira que a igreja deve confiarCristo. Escrevendo aos corntios, o ap^a-tolo Paulo declara que no tinha nenhumoutro interesse com eles, seno pregar aJesus Cristo: "Porque decidi nada saberentre vs, seno a Jesus Cristo e este cru-cificado" (lCo 2.2).CONCLUSO

    Cristo superior porque ele concedevida eterna, o que o man no fazia. A apro-priao de Cristo, o po da vida, ocorrequando cremos em suas palavras e obras,dando ateno ao testemunho dos profe-tas e de toda a Escritura Sagrada. Procurara Cristo por benefcio terreno priorizar oque secundrio e perder o que prioritrio. Cristo superior a tudo, e smente ouvindo o que o Pai testifica a npeito dele que os filhos de Deus poderose apropriar devidamente do po de Deus.

    APLICAOPense sobre o que voc tem esperado

    de Deus para a sua vida e cuidado paraque voc no se torne semelhante quelamultido que no se importava com Deus,por mais religiosa que parecesse. Reavaliesuas prioridades e ore a Deus pedindodesprendimento pelo mundo e maisinteresse em fazer a sua vontade.

  • Lio 4 Joo 8.1-11

    RESTAURANDO VIDASINTRODUO

    A restaurao de vidas algo muirosrio. A disciplina um dos exerccios deDeus para fazer com que o seu povo noviva no pecado e nem se fascine com astentaes deste mundo. Com respeito aonosso texto bsico, Jesus foi contra a lei

    Moiss? Onde estavam os fariseus eescribas quando encontraram aquela mu-lher em adultrio? Ser que eles tinham ainteno de restaurar a vida dela? Em nos-sas respostas buscaremos tambm com-preender a maneira correta de agir compessoas em pecado, de modo a conduzi-las ao arrependimento e, consequente-mente, restaurao.

    l. INSTRUINDO O POVO DE DEUS(JO 8.3)

    Cristo estava no templo ensinandoao povo, pois ele sabia que um povoignorante do conhecimento de Deus umpovo frgil e receptivo ao pecado. E precisoensinar a vontade de Deus. Pregar e

    Bnsinar fazem parte das ordens de Jesus.o comissionamento dos seus discpulos:"ensinando-os et guardar todas as coisas quevos tenho ordenado. E eis que estouconvosco todos os dias at consumaodo sculo" (Mt 28.20).

    Cristo queria preencher essa lacunano meio de Israel por causa da ignornciaque vivia, pois o que conheciam da Pala-vra de Deus estava infectada e corrompi-

    da pela tradio dos fariseus (Mc 7.1-23).Jesus os acusou, dizendo que eles esta-vam: "invalidando a palavra de Deus pelavossa prpria tradio, que vs mesmostransmitistes; e fazeis muitas outras coi-sas semelhantes" (Mc 7.13). Todo aqueleque se preocupa em promover mudanade vida nas pessoas deve investir no co-nhecimento da Palavra de Deus, assimcomo todo pastor que quer ter uma igre-ja abenoada, ou pais que realmente quei-ram que seus filhos sejam testemunhasde Cristo.

    A liderana da poca foi consideradapor Cristo como hipcrita: "Ai de vs,escribas e fariseus, hipcritas, porquelimpais o exterior do copo e do prato,mas estes, por dentro, esto cheios derapina e intemperana! Fariseu cego,limpa primeiro o interior do copo, paraque tambm o seu exterior fique limpo!Ai de vs, escribas e fariseus, hipcritas,porque sois semelhantes aos sepulcroscaiados, que, por fora, se mostram belos,mas interiormente esto cheios de ossosde mortos e de toda imundcia!" (Mt23.25-27).

    Desse modo, eles no tinham con-dies para ajudar o povo a alcanar umentendimento maduro de Deus. Um cegono pode guiar outro cego (Mt 15-14;Lc 6.39), por isso Jesus Cristo conside-rou aquele povo como ovelhas que notinham pastor (Mt 9.36). Jesus at reco-

    Para ler e meditar durante a semanaD - Is 48.17-22 - O ensino de Deus; S - Is 50.4-9 -A sabedoria vem de Deus;

    -Is 57.14-21 - Deus habita com os arrependidos; QJr 10.1-16 O Senhor o nico Deus;Q Is 40.1-11 Deus vela pelo seu povo; S Is 40.12-18 Deus incomparvel;

    S Is 42. l -4 - O pastoreio do Messias.

  • 16 Evangelho e Cartas de Joo (Jo, IJo, 2Jo e 3Jo)

    nheceu que eles tinham bons ensinamen-tos, todavia sem o acompanhamento debom testemunho: "Fazei e guardai, pois,tudo quanto eles [os escribas e os fariseus,v, 2] vos disserem, porm no os imiteisnas suas obras; porque dizem e no fa-zem" (Mt 23.3).

    Aqueles lderes no tinham condi-es morais para emitir a sentena queestavam prestes a cumprir sobre aquelamulher. Enquanto Jesus estava no tem-plo ensinando o povo, os fariseus e escribasestavam procurando algum em pecadoapenas para colocar Cristo em situaoembaraosa Qo 8.6). O grande problemaapontado pelas Escrituras que sem en-sino a corrupo inevitvel: "No ha-vendo profecia, o povo se corrompe; maso que guarda a lei, esse feliz" (Pv 29.18).A corrupo se estabeleceu no meio dopovo de Israel por falta de conhecimento(Is 1.3; Os 4.6). O conhecimento deDeus algo desejado pelo Senhor da igre-ja, para que todos tenham o conhecimentoda salvao (Lc 1.77) e cheguem ao ple-no conhecimento da verdade, conformeas palavras de Paulo: "Isto bom e aceit-vel diante de Deus, nosso Salvador, o qualdeseja que todos os homens sejam salvose cheguem ao pleno conhecimento daverdade" (ITm 2.3,4). E ele tambm nosdz que este o propsito da edificaoda igreja: "at que todos cheguemos unidade da f e do pleno conhecimentodo Filho de Deus, perfeita varonilida-de, medida da estatura da plenitude deCristo" (Ef 4.13). O Senhor Jesus disseclaramente da libertao que a verdadepromove (Jo 8.32, 36; 14.6).

    O que aquela mulher fez foi abso-lutamente errado e isso inquestionvel.O problema se os fariseus e escribasgastaram tempo suficiente para ensinarao povo qual era a vontade de Deus para

    suas vidas. O rei Josaf, para fortificar oseu reinado, estabeleceu pessoas capaci-tadas para ensinar ao povo a vontade deDeus (2Cr 17-1,7-9). O resultado foique o terror se estabeleceu sobre os reinosda terra (2Cr 17.10) e Josaf cresceu con-tnua e grandemente (2Cr 17.12). E peloaprendizado e pacincia que a esperan-a surge na vda do crente: "Pois tudoquanto, outrora, foi escrito para o nos-so ensino foi escrito, a fim de que, petapacincia e pela consolao das Escturas, tenhamos esperana" (Rm 15.'Para uma vida ser restaurada necess-rio, portanto, conhecimento, de Deus.

    II. PRESSA EM RESTAURAR (JO 8.435)E NO EM CONDENAR (JO 8.6,7)

    Outro problema com os fariseus eescribas que no se evidenciou qual-quer interesse na restaurao daquelamulher. Ainda que o contexto do juda-smo exigisse um tratamento rigorosocontra o adultrio, o Senhor Jesus osenfrentava de acordo com a prpria leide Deus que nos ensina a arnar o prxi-mo. Era dever dos judeus que conheces-sem a lei de Deus integralmente, masem virtude da mistura com as tradicdos homens, os mandamentos de Deestavam ofuscados, e a exigncia do amorestava quase extinta.

    Outro aspecto importante era o de-sejo daquela liderana em encontrar al-guma prova que justificasse a condena-o de Cristo. A situao daquela mulherserviria apenas como um meio deles al-canarem esse propsito, pois pressupu-nham que Jesus Cristo optaria por umaatitude piedosa. Eles queriam uma res-posta de Cristo porque estavam certos queconseguiriam encontrar alguma falha emseu pensamento para o condenarem se-gundo a lei de Moiss.

  • Restaurando vidas 17

    Uma igreja que ignora a Palavra deDeus ou a restaurao de vidas incorrernesse mesmo erro e, conseqiientemente,far julgamentos precipitados, impiedososou Injustos. Quando se exerce o julga-mento sobre o pecador (Mt 7.1-6; At17.10,11; iCo 14.37) para que ele searrependa e volte aos caminhos de Deus(Os 14.1-4; Jo 9.1-3; 13.12) o exerccioda pacincia fundamental para se evitaruma condenao errnea. Cristo nos deu

    ministrio reconcilador e o alvo desseistrio conduzir os coraes dos cren-

    tes para a perfeio em Cristo: "o qual nsanunciamos, advertindo a todo homem eensinando a rodo homem em toda a sabe-doria, a fim de que apresentemos rodohomem perfeito em Cristo" (Cl 1.28).

    Mas os fariseus ficavam abismadoscom Jesus, porque nunca conseguiamencontrar uma falha nele, uma incoernciasequer. No entendiam como ele tinhatamanha sabedoria sem ter esrudadocomo eles (Jo 7.14,15).

    Deus no tem prazer na morte doperverso (Ez 33.11). O desejo de Deus que o pecador se arrependa e volte-se paraele, pois o seu prazer est com oshumildes: "Melhor ser humilde de

    to com os humildes do que repartiro despojo com os soberbos" (Pv 16.19).Deus tem prazer em ser misericordioso(Mq 7-18) e reconduzir as pessoas de voltaao caminho correto (Mt 18.12,13).As circunstncias pecaminosas vividaspelo povo entristecem a Deus, e o deixamcom desprazer: "Eu no tenho prazer emvs" (Ml 1.10).

    Os judeus levaram apenas a mulherpara ser apedrejada, mas o adltero noestava junto. A lei de Moiss faz refernciaao castigo para o homem e para a mulher(Lv 20.20; Dt 22.22-24). Tendo em vistaque esse caso de adultrio havia sido uma

    descoberta em flagrante (Jo 8.3,4) ondeestava o homem com quem aquela mu-lher adulterava? Alm disso, Jesus voltoupara o remplo para ensinar de madruga-da (Jo 8.2), o que significa que aquelesescribas e fariseus conseguiram realizar oflagrante de adultrio de madrugada e,provavelmente, em lugares compromete-dores. Nesse caso, o que os escribas efariseus faziam nesses lugares, altas horasda madrugada, em vez de estarem no tem-plo para ouvir Jesus? O testemunho de-les contra aquela mulher ficou evidenteaps o desafio de Cristo (Jo 8.7-9).

    Aqueles que testemunham irmosem situaes pecaminosas precisam, pri-meiramente, ter um real desejo de res-taurao por esta vida, do contrrio nohaver validade na sua acusao. E paraisso necessrio o exerccio da pacinciapara que as pessoas sejam ajudadas e notenham as suas circunstncias j ruins,pioradas (Mt 12.15-21).III. A NECESSIDADE DA RESTAU-RAO (JO 8.9)

    Os fariseus e escribas perceberamque o mesmo rigor com que esravamrrarando aquela mulher deveria recairsobre eles rambm. Por esta razodeixaram as pedras e foram embora. Issonos mostra duas coisas: a) eles tambmestavam em pecado, o que torna a atitu-de deles absolutamente leviana (Jo8.9); b) o fato de que Tiago adverte:"Meus irmos, no vos torneis, muitosde vs, mestres, sabendo que havemosde receber maior juzo" (Tg 3.1). Issodemonstra que a gravidade de uma ati-tude pecaminosa tem maior peso quan-do cometida por algum da liderana,que poderia ter sido o caso.

    O julgamento feito por algum semcondies de exerc-lo prejudica a vida

  • 18 Evangelho e Cartas de Joo (Jo, lJoI2Joe3Jo)

    de quem julga e de quem julgado (Mt7.3). Quem est em pecado tem que acer-tar sua vida com Deus para poder ajudaroutras pessoas a voltar aos caminhos deDeus (Jo 21.7-23; IJo 1.1-3; Tg 1.1; At9.1-19; Fm 8-20; At 7.54-60, At4.36,37; 11.24-26).

    Deus quer que todos os seus filhosamem porque eles foram amados primei-ro (IJo 4.11). Isso significa dar aquilo quese recebeu. S podemos conduzir as pes-soas por caminhos que tambm conhece-mos. Os fariseus e escribas no conheci-am o arrependimento.

    O desafio que fica aqui a necessi-dade da auto-anlise. Cada um deve seavaliar, crtica e honestamente, para sa-ber se h condies de exercer o julga-mento sobre o prximo. Devemos estarcertos que Deus tambm nos restaurou eque confessamos os nossos pecados paraque exortemos e aconselhemos os irmosem pecado a fazer o mesmo.

    IV. "HOJE" O DIA DA RESTAU-RAO (JO 8.10,11)

    Jesus Cristo deu uma oportunida-de quela mulher. O pecador, quando searrepende de seus erros, purificado dosseus pecados, segundo Joo: "Se confes-sarmos os nossos pecados, ele fiel e jus-to para nos perdoar os pecados e nos pu-rificar de toda injustia" (IJo 1.9). Aque-le que recebe o perdo de Deus experi-menta uma nova vida (2Co 5-17). Agora necessrio tempo para que as novas cri-aturas se desenvolvam e tenham tempopara demonstrar os frutos de um arrepen-dimento genuno, mas esses frutos soimprescindveis, como Joo Batista exor-tou aos judeus: "Produzi, pois, frutos dig-nos de arrependimento e no comeceis adizer entre vs mesmos: Temos por pai aAbrao; porque eu vos afirmo que destas

    pedras Deus pode suscitar filhos aAbrao" (Lc 3.8).

    Os fariseus, j que no tinham in-teno alguma em restaurar a vida da-quela mulher, estavam preparados paracondenar qualquer atitude piedosa deJesus, pois imaginavam que ele poderiacontrari-los corn alguma postura con-trria ao apedrejamento. Eles no podiamcompreender o milagre da salvao, enem imaginavam o que ser transfor-mado. Mas o crente em Jesus conhtde perto essa experincia.

    Os crentes esto mortos para o pe-cado: "Fomos, pois, sepultados com elena morte pelo batismo; para que, comoCristo foi ressuscitado dentre os mortospela glria do Pai, assim tambm ande-mos ns em novidade de vida... Assimtambm vs considerai-vos mortos parao pecado, mas vivos para Deus, em CristoJesus" (Rm 6.4,11). O sacrifcio deCristo veio para trazer libertao do pe-cado (Hb 13.12). Por isso, aps livraraquela mulher da morte, Jesus a direcionade volta para a sua vida. Ela deveria irembora e buscar uma vida de santidade,afastando-se da prostituio (Jo 8.11),afinal Cristo nos quer inteiramente con-sagrados para a santidade. Isso demo:tra a preocupao que Cristo tem conuso do nosso corpo, por isso Paulo diz:"mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo enada disponhais para a carne no tocantes suas concupiscncias" (Rm 13.14). Aoscorntios ele faz meno ao juzo de Deusquanto maneira que usamos o corpo:"Porque importa que todos ns compare-amos perante o tribunal de Cristo, paraque cada um receba segundo o bem ou omal que tiver feito por meio do corpo"(2Co 5-10).

    A libertao operada por Cristo devefazer que a busca pela santidade seja algo

  • Restaurando vidas 19

    almejado por todos ns. No possvelviver livre do pecado e, ao mesmo tem-po, buscar satisfazer os desejos da nossacarne (Rm 6.11-15). Esse tipo de atitu-de redundar em condenao. O queDeus quer exclusividade na adorao aele por uma razo muito simples, ele onico Deus (Is 47.21,22; At 10.25,26;Ap 22.9).

    A obra de Deus apagar o pecadodo homem regenerado e no se lembrar

    l jamais, conforme o profeta Isaas:u, eu mesmo, sou o que apago as tuastransgresses por amor de mim e dos teuspecados no me lembro" (Is 43.25). Emsua primeira vinda, Cristo veio para sal-var e no para condenar (Jo 3.17). A fraseque deve ecoar em nossa mente diaria-mente : "no peques mais" (Jo 5.14).Fazendo assim, aprenderemos a dedicar anossa vida e o nosso corpo para a glriade Deus (iCo 10.31).

    CONCLUSOA liderana religiosa daquele mo-

    mento no tinha a menor inteno em

    restaurar a vida daquela mulher pega emadultrio. Para que exercessem algumjuzo teriam de, primeiro, passar pelo pro-cesso de arrependimento e restaurao, noentanto no entendiam que necessitavamdsso. Portanto, eram inaptos para con-denar qualquer pessoa.

    No d para dar aquilo que no setem. Os fariseus no tinham nada paradar quela mulher, nem mesmo estavamdispostos a dar tempo para que ela de-monstrasse fruto digno de arrependimen-to. Mas Cristo a restaurou e acusou a cons-cincia daqueles homens. Assim ele fazconosco hoje, trabalha em nossa mente,nos transforma, e molda a nossa vida e nostorna teis instrumentos de restauraoem suas mos.

    APLICAORelacione o conjunto de caracte-

    rsticas apontadas na presente lio queso necessrias para conduzir outras restaurao e para quais pessoas vocpode ser instrumento de Deus para lev-las ao arrependimento.

  • Lio 5 Joo 11.1-46; 12.1,2, 9-11

    A RESSURREIO DE LZAROINTRODUO

    O entendimento da pessoa deCristo sempre foi uma controvrsia namente frgil e pecaminosa dos homens.Hoje em dia Cristo uma figura que des-perta a curiosidade cientfica. Ser que eleexistiu? Ele realmente era Deus? poss-vel que ele tenha algo a acrescentar parauma humanidade to desenvolvida e avan-ada como a atual? Essas e outras ques-tes tm dado n na cabea de intelectu-ais} estudiosos, leigos e de toda espciede gente.

    O que o homem fala de Cristo no a questo mais importante. O que vale quem Cristo . Para descobrir isso, noprecisamos de um pedao de sua roupaou de um fio do seu cabelo, basta olharpara a sua prpria revelao. Ainda quenem todos creiam, o nico veculo infa-lvel e inerrante que nos faz mais prxi-mos de Deus.

    l. JESUS CRISTO SE IDENTIFICOUCONOSCO

    Lzaro tem grande destaque nocaptulo 11 de Joo. Seu nome citadodez vezes. Essa nfase se d porque toda ahistria se desenvolve em torno da suapessoa. digno de destaque tambm queLzaro uma das pessoas com as quaisJesus tinha mais contato. Estavam sem-pre juntos. Alis, aquela famlia pareciater uma considerao especial por Cristo.

    Em suas viagens ele sempre se hospedavana casa deles.

    Jesus tinha participado da Festa daDedicao e era inverno (10.22). Festada Dedicao a comemorao judaicade uma libertao recente do duro jugoque os judeus suportaram durante trsanos (167-164 a.C.). Antoco EpiJinstituiu o culto pago no templojudeus e profanou o lugar sagrado.Posteriormente, Judas Macabeu conquistouo lugar sagrado e o reconsagrou ao seu lugarapropriado. Esta foi a libertao do povoem 164 a.C. Esta comemorao foibatizada como Festa da Dedicao.

    Depois dessa festa Cristo ainda tevede suportar as afrontas dos judeus (10.24-42). A informao da enfermidade deLzaro d a impresso que ele no se co-moveu muito. Ele ainda permaneceu doisdias antes de ir a Betnia. Quando re-solveu ir, Jesus percorreu quinze estdios(v. 18)3 que correspondem a 2,775 qui-lmetros. A distncia no era grande.Por que Jesus esperou dois dias? Eletinha curado muitas pessoas que ma]conheciam; sempre estava disposto a cu-rar, por que com Lzaro, a quem era pr-ximo, ele demorou? Ao ser informado,Cristo dera uma explicao no muitoesclarecedora para a mente tardia dos dis-cpulos: "Ao receber a notcia, disse Jesus:Esta enfermidade no para a morte, esim para a glria de Deus, a fim de que

    Para ler e meditar durante a semanaDMt 5.43-48Um amor que alcana os inimigos; S Jo 13.1-20 Um amor que serve;

    T~Lc 15.1-32 - Um amor que vai busca do perdido; Q - Jo 6.47-59 - Um amor com valoreterno; Q - Rm 5.8-11 - Um amor incondicional; S - Gl 3.23-29 - Um amor que conduz

    liberdade; S Ef 5.25-27 Um amor que resulta em santidade.

  • A ressurreio de Lzaro 21

    o Filho de Deus seja por ela glorificado"(v. 4). Tom, sempre pessimista e amargo,se ope deciso de Cristo: "Ento} Tom,chamado Ddimo, disse aos condiscpulos:Vamos tambm ns para morrermos comele" (v. 16).

    Marta, ao saber que Jesus estava che-gando, agitada e inquieta, foi at ele e dis-se: "Senhor, se estiveras aqui, no teriamorrido meu irmo" (v. 21). Apesar dasua f sincera} ela falou sem entendimento.

    pudesse, ela teria condicionado todasatividades de Cristo para que eleexecutasse a sua prpria vontade. Cristofoi complacente e no levou emconsiderao suas palavras, mas lhe deuum ensino de f. Com pacincia emansido Cristo indicou sua grande obrae poder. Quando Maria se aproximoudele, disse o mesmo que a irm (v. 32).Vendo-a chorar, temos, ento, umregistro dos mais impressionantes, quecomprova a ternura do corao de Jesus,a sua humanidade perfeita e completa, asua identificao com a dor dos homens.Diz o texto que "Jesus chorou" (v. 35).Isso no s nos impressiona hoje, comotambm impressionou aqueles que o

    : "Ento, disseram os judeus: Vedeo amava" (v. 36). Toda essa hist-

    ra remonta em nossa mente o maravi-lhoso acontecimento daquele dia.

    l. Eu SouQuando estamos num velrio, difi-

    cilmente temos o que dizer. Percebemos,na maioria das vezes, que a melhor coisaa fazer conservar o silncio. Qualquerfala precipitada pode causar um terrvelconstrangimento. A melhor coisa a fazer mostrar apoio com a companhia, ficarlado a lado da pessoa entristecida. O tex-to que estamos estudando narra o con-texto de Lzaro quando j sepultado a

    quatro dias. Ainda as pessoas estavam pr-ximas para consolar e ajudar a famliaenlutada. Cristo chegou ali j sabendo detudo o que tinha acontecido.

    Ao se aproximar, corre-lhe ao encon-tro Marta. Estava ela diante do EU SOU,corno Moiss tambm esteve no monteHorebe (x 3.13,l4ss). As palavras deJesus foram diretas e certeiras: "Teu ir-mo h de ressurgir" (v. 23). Mas Martano percebeu o que ele quis dizer: "Eusei, replicou Marta, que ele h de ressur-gir na ressurreio, no ltimo dia" (v. 24).Enquanto Marta ocupava seus pensa-mentos com a morte, Cristo pensava navida. Apesar da ortodoxia de Marta es-tar correta, ela no atentou para as pala-vras do Senhor.

    A ressurreio um milagre, no um evento natural, sobrenatural. E umaobra poderosa que no pode ser exercidapelo homem. Ele um agente passivo naressurreio, mas Deus o agente ativo.Ele quem a promove, opera e executa.Marta no percebeu isso, mas Cristo serevelou, como o Eu sou. H muitos "Eusou" de Cristo (veja Mc 14.62; Jo 4.26;6.35, 41, 48, 51; 8.12, 24, 28, 58; 10.7,9, 11, 14; 13.13, 19; 14.6; 15.1; 18.37;19.21; At 9.5; Ap 21.6). O que issosignifica? Antes de qualquer coisa, esta a auto-revelao do Filho. Com o "Eu sou"Cristo est chamando a ateno no paraseus milagres, para suas curas, seustrabalhos, mas para si mesmo.

    Quern Cristo o mais importan-te. Podemos ter as experincias mais extra-ordinrias e experimentar os momentosmais deliciosos na igreja, mas sern oconhecimento de Cristo tudo ser vo.O "Eu sou" mais importante do quequem eu sou. O cristianismo modernoenfatiza muito o "voc"; "voc precisa dis-so; voc pode aquilo; voc capaz, basta

  • 22 Evangelho e Cartas de Joo Qo, IJo, 2Jo e 3Jo)

    crer". Sem falar na "auto-estima, auto-imagem, etc.". O homem o gtande des-taque e a grande preocupao moderna.S pode desfrutar do "Eu sou" aquele quecrucifica o seu "eu".

    Cristo, ento, d duas indicaessobre si mesmo. Ele se revela como aressurreio e a vida. Deve ser destacadoque ele no diz que promove um ou outro,ele diz que tanto um como o outro. Issotambm revela que tudo o que ele faziaera o que ele realmente era, isto , suasobras manifestavam sua natureza, seu ser,como ele mesmo disse: "As obras que eufao em nome de meu Pai testificam ameu respeito" (Jo 10.25).

    A. Eu sou a ressurreioEsta a primeira auto-revelao de

    Jesus. Ressurreio voltar vida. Nodevemos entender como um merorestabelecimento da vida ordinria, masum retorno vida em corpo e alma paraum novo estado de existncia fsica e es-piritual. Marta se referia ressurreiofsica que ocorrer no futuro, no dia dojulgamento final. Ela no contradisse oSenhor Jesus, ela apenas confirmou o queacontecer no ltimo dia. Mas ela se en-ganou, porque Jesus se referia ressurrei-o de Lzaro naquele momento.

    A morte de Lzaro tinha um alvo:"Esta enfermidade no para morte, e simpara a glria de Deus, a fim de que o Filhode Deus seja por ela glorificado" (v. 4).Consciente de sua misso, consciente doestado de Lzaro, do que iria acontecer edo porqu de tudo aquilo, Cristo planejatrazer Lzaro de volta vida. Por meio dis-so ele daria um testemunho indelvel dasua divindade, do seu poder, da sua salva-o e da sua glria.

    O milagre que Jesus operou serviude ilustrao para outra poderosa obra de

    Deus, a transformao que o Salvadoropera na vida dos homens, tirando-os doestado mortal do pecado, dando-lhes vidaeterna. Isso porque o homem no tempoder em si mesmo para no morrer.O homem no opta por viver o tempo queele quer. uni poder que est fora do seucontrole, independe da sua vontade ouesforo. Lzaro ficaria sepultado ali at oretorno de Cristo, no fosse a voz de Jesustrazendo-o de volta vida. Ele no ti-nha condio para ter qualquer iniciatMorto no respira, no sente, no v,ouve, no anda, no toca, no deseja, nemraciocina. Morto morto. Mas Deus con-cede vida a quem ele quer.

    Essa a mensagem do evangelhopara todo homem. Cristo o nico quepode libertar da morte. Tal como Lzaroestava morto e sepultado, assim todohomem, por natureza, est morto e se-pultado no pecado (Is 9.2; 26.14; Lc 1.79;Rm 5.12; Ef 2.1).

    Tal como Lzaro no podia reviverpor iniciativa prpria, assim no h quemconquiste a vida eterna por iniciativa ouempenho prprio. A vontade do homem escrava do mal (J 14.4; Jr 13.23; Mt7.18; Jo 6.44).

    A condio de pecado, portanto,pode mudar pela iniciativa de Deus.No conquistamos vida, Cristo quema conquista e a d aos que nele crem.A ressurreio que d vida vem do poderexclusivo e nico de Cristo. S podemospartilhar da vida eterna porque Cristomorreu por ns. Cristo sofreu a nossamorte para que pudssemos ter a sua vida.A sua ressurreio, agora, a nossaressurreio, como disse Paulo: "para oconhecer, e o poder da sua ressurreio, ea comunho dos seus sofrimentos,conformando-me com ele na sua morte"(Fp 3.10).

  • A ressurreio de Lzaro 23

    Essa a esperana que pertence aopovo de Deus. Todos aqueles que entramem aliana e se vinculam a Cristo estolibertos da morte e prontos para ter umavida inteiramente dedicada glria deDeus. Cristo a ressurreio porque eletem o poder sobre a morte, mas tambmtem o poder de conceder a vida.

    B. Eu sou a vidaA vida um dom de Deus. No

    ""ia condio natural que procede dailuo dos tempos. Ela tambm uma

    uddiva. Um pecador no pode querer viverou nascer para Deus, porque ele no temcondies espirituais, mentais oupsicolgicas para isso.

    Mas Cristo se revela tanto como aressurreio como a vida. De certo modo,as duas palavras apontam para um mesmosentido, para a salvao. Como no existevida sem nascimento, necessrio quealgum faa nascer. A vida eterna pertencea todos que nasceram da parte de Deus.Aprendemos isso por meio do dilogo donosso Senhor com o fariseu Nicodemos (Jo3.1-8). Nicodemos era um mestre da lei(Jo 3.10). Tinha conhecimento da Palavra-*n. Deus. Ele reconhece que Cristo mes-

    > - Rab - e trava uma conversa com ele._omea com uma adulao enfadonha, deelogios vazios. Cristo no d ateno sbajulaes e vai direto ao ponto. Ele noperde tempo e mostra que aquele mestreprecisava de um novo nascimento urgente.

    Qual era a necessidade de Nicodemos?Nascer de novo. Como ele faria isso? Eleno faria nada, seria obra do Esprito San-to. O fariseu supunha que j possua essavida. Mas estava enganado. Alis, dificil-mente um pecador reconhece que est noestado de perdio. Todos supem terDeus. Mas o novo nascimento promo-vido pela obra do Esprito Santo.

    Cristo a vida. Se algum quer essavida deve receb-lo no corao Qo 1.1;5.26; 6.35, 48; 14.6; At 3.15; IJo 1.1,2;5.20; Ap 1.17,18; 4.10). Essa breve se-leo refora as mesmas palavras de Jesus.Cristo a vida porque somente nele ohomem encontra vida eterna (Jo 3.15,16,36; 4.14; 5.24; 6.33, 40, 47, 51, 54;10.10, 28; 14.19; 17.2,3; 20.31; Rm6.23; 8.2; Cl 3.3,4; l Tm 1.16; IJo 5.11,12; Jd 21; Ap 22.17). Na sua imensamisericrdia, Cristo espalha a sua graa atodos os que crem.

    2. Qiiem crer viverTudo o que vimos a auto-revela-

    ao de Cristo. Ele j interagiu conosco,se manifestou, se apresentou. E toda essarevelao ele fez por meio de ensinos, pre-gaes, milagres e curas. E agora? Comoviveremos? O que fao depois de tudosso? A resposta que um verdadeiro con-vertido deve dar s pode ser uma: f. A f a atitude responsiva a Cristo diante dasua revelao. Foi por isso que quandocurou dois cegos ele perguntou: "Credesque eu posso fazer isso?" (Mt 9.28). Foi oque ele disse a Jairo quando este lhe pe-diu que curasse sua filha: "No temas, crsomente" (Mc 536). A f abre as portaspara a comunho perfeita com Deus e paraque os homens sejam abenoados por ele:"Tudo possvel ao que cr" (Mc 9.23).Jesus exortava constantemente a todos queo acompanhavam. Ele lamentava profun-damente a falta de f, como lamentou dosdois discpulos a caminho de Emas apsa ressurreio: " nscios e tardos de co-rao para crer tudo o que os profetas dis-seram!" (Lc 24.25). Esse descuido fez queTom levasse uma advertncia: "no sejasincrdulo, mas crente" (Jo 20.27). Cristoveio ao mundo para salvar os que crem:"Este [Joo] veio como testemunha para

  • 24 Evangelho e Cartas de Joo (Jo, IJo, 2jo e 3Jo)que testificasse a respeito da luz [Cristo],a fim de todos virem a crer por interm-dio dele" Qo 1.7).

    S podemos absorver Cristo pela f.Joo enfatiza isso em todo o evangelho(Jo 1.12; 3.16; 5-24; 6.29, 47; 7.38;12.46; 14.1; 20.31). Infelizmente, haqueles que no crem no evangelho.A esses no existe esperana, porque aban-donaram a Cristo e rejeitaram a sua sal-vao. Se os que crem no morrem, en-to os que no crem: "Por isso, eu vosdisse que morrereis nos vossos pecados;porque, se no crerdes que EU SOU,morrereis nos vossos pecados" (Jo 8.24).E muitos no creram (Jo 5-46; 6.64; 8.45,46; 10.25,26, 37,38; 14.10; 16.9).CONCLUSO

    Diante da Palavra de Cristo, Martaapresentou a sua confisso de f; "Sim,Senhor, respondeu ela, eu tenho cridoque tu s o Cristo, o Filho de Deus quedevia vir ao mundo" (v. 27). Isso unicredo. Talvez algumas pessoas achariamestranho recitarmos o Credo Apostliconum velrio, mas Marta o fez, a irm dofalecido. Ela no estava abatida demaispara reconhecer Cristo.

    Semelhantemente e noutra ocasio,Pedro confessou sua f em Jesus: "Senhor,para quem iremos? Tu tens as palavras da

    vida eterna; e ns temos crido e conhecidoque tu s o Santo de Deus" (Jo 6.68,69).Certa feita, Cristo perguntou aos seusdiscpulos quem pensavam que ele era, emais uma vez Pedro precede seus colegase responde: "Tu s o Cristo, o Filho doDeus vivo" (Mt 16.16).

    A importncia no est na merarecitao de quem Cristo, mas numaconfisso que brota de uma f genuna.Falar com f no uma consequncia na-tural, corno respirar, mas um milagre^Somente pelo poder de Deus que aigum pode responder Palavra de Deussatisfatoriamente.

    Que isso seja realidade na vida detodos ns, para que o poder da ressur-reio e da vida de Jesus Cristo repousesobre todos ns, alimentando-nos e for-talecendo-nos at o nosso encontro como Senhor.

    APLICAOCaso a salvao ainda no tenha se

    tornado uma realidade em sua vida e vocnunca se preocupou em conhecer mais aJesus Cristo, pense nos ensinos desta lioe saiba que eles podem se tornar reais paravoc. Se voc j um crente regenerado -convicto, confesse isso a todo o tempono tenha constrangimento em mostr...que Jesus o seu Senhor e Salvador.

  • Lio 6 Joo 16.1-33GARANTIAS DE CONSOLO

    NA TRIBULAOINTRODUO

    A ansiedade ocorre por causa da faltade f e de confiana plena no controle deDeus, ou na dificuldade de acreditar que avontade dele sempre a melhor. Na falta deentendimento dos planos de Deus nos de-

    speramos e fraquejamos na f, como osdiscpulos, nessa ocasio, que, embora fos-se uma situao de tristeza, estavam assimporque no conseguiam perceber que o pla-no de Deus estava se desenrolando e suaspromessas estavam se cumprindo na pes-soa de Jesus Cristo. Cristo estava para irembora e no continuaria visivelmente pre-sente com eles.

    Porm, conhecendo a situao dosdiscpulos, Jesus fala as palavras do cap. 16para consol-los e encoraj-los. No s aeleSj mas toda a igreja deve ser consoladapor essas palavras, porque elas apresentamo plano perfeito de Deus em permanecersempre presente conosco. O consolo que aigreja encontra em meio tribulao pode

    ^er visto pelas seguintes razes:

    I. PORQUE JESUS DIZ A VERDADE(JO 16.7)

    Percebe-se que Jesus enfatiza os acon-tecimentos antes deles acontecerem (Jo16.4). Isso para mostrar seu conhecimentoamplo dos acontecimentos e que, por isso,ele deve ser crido. Jesus poderia ter escritoo que disse para que os discpulos lessemapenas aps a sua ressurreio, ou poderia

    ainda ensinar o que estava em pauta aps osacontecimentos para alert-los da necessi-dade de vigiarem at a sua volta. Mas Jesusdisse tudo isso antes, para que os prpriosacontecimentos ruins, cumprindo a sua pre-dio (Jo 16. l ,4), servissem de mais um tes-temunho a respeito da confiabilidade queele merece. Jesus no mostrou apenas queele no mente, mas que ele o Messias pro-metido pelos profetas e que tudo o que foidito a seu respeito estava se cumprindo na-quele exato momento.

    F em Cristo no um salto no escu-ro. A f em Jesus sustentada por aconteci-mentos histricos reais. Deus digno deconfiana porque j demonstrou na Hist-ria que ele fala a verdade e s a verdadeconsola. A verdade inerente naturezadivina e no h possibilidade disso ser mu-dado (Hb 13.8; Tg 1.16-18).

    Mas existem aqueles que buscam con-solo na mentira, nas iluses e sonhos (Jr5.31). Os falsos profetas fazem promessasque no podem cumprir: "Curam superfi-cialmente a ferida do meu povo, dizendo:Paz, paz; quando no h paz." (Jr 6.14). Essaatitude descrita nas Escrituras como bus-car consolaes vazias (Zc 10.3), .ou vs es-peranas, como quando Israel se desvioudos caminhos do Senhor: "Assim diz oSENHOR dos Exrcitos: No deis ouvidoss palavras dos profetas que entre vs pro-fetizam e vos enchem de vs esperanas;

    ; Para ler e meditar durante a semanai D-SI 119.163; Pv 12.22; 6.16,17-Deus odeia a mentira; S-Ef 4.25-31-Sempre em busca da verdade; T - SI 15 Quem habitar com Deus?; Q Jo 14.1-18 O Senhor nunca nos'abandona; QJo 17-22-26 O amor de Deus por ns; S iTm 3.14-16A igreja a retentora\; S-Jo 8.35>36-"Eaverdadevoslibertar".

  • 26 Evangelho e Cartas de Joo (Jo, IJo, 2Jo e 3Jo)

    falam as vises do seu corao, no o quevem da boca do SENHOR" (Jr23.16). Opovono pode confiar em palavras mentirosas(Jr 7.4; 14.14; 23.25), pois dar crdito mentira traz graves consequncias, comoadvertiu o apstolo Paulo: "E por este mo-tivo, pois, que Deus lhes manda a operaodo erro, para darem crdito mentira, afim de serem julgados todos quantos noderam crdito verdade; antes, pelo con-trrio, deleitaram-se com a injustia" (2Ts2.11,12; 2Cr 18.15-27), entre elas, cami-nhar para a morte. No podemos deixarde crer em Deus, mesmo quando ele fazsilncio e no nos responde imediatamen-te as oraes (Is 57.11), pois ainda quan-do parece demorado em responder, ele agerapidamente (Lc 18.7,8). Devemos nosacautelar tambm de no esquecer de Deusno perodo da fartura (!Tm4.10; Dt8.ll-18; Os 13.6). Querer buscar a verdade ouproteo fora de Deus trabalhar em vo(Jr51.58).

    As pessoas precisam lavar o coraoda malcia (Jr 4.14), e buscar consolo nasveredas antigas, no bom caminho, e assimacharo descanso para as suas almas (Jr6.16). Cristo esse bom caminho e o nos-so descanso (Jo 14.6; 11.28-30) e ele estsempre com o seu povo, porque ele umDeus prximo (Jr 23.23, Mt 28.20).II. PORQUE A HISTORIA CAMINHAPARA A CONSUMAO (JO 16.7,16)

    A partida de Cristo cumpriu maisuma etapa do decreto de Deus para a hist-ria da humanidade e foi aps a sua ascen-so que o Esprito Santo foi enviado parasuprir a sua igreja.

    Ausncia fsica temporria -> O tem-po da ausncia fsica de Jesus qualificadopor ele mesmo corno "por um. pouco"(Jo 14.19). O que Jesus diz por um poucoPaulo retrata como a noite chegando ao seu

    fim: "E digo isto a vs outros que conheceiso tempo: j hora de vos despertardes dosono; porque a nossa salvao est, agora,mais perto do que quando no princpiocremos. Vai alta a noite, e vem chegandoo dia. Deixemos, pois, as obras das tre-vas e revistamo-nos das armas da luz" (Rm13.11,12).

    Segundo o plano eterno de Deus, essaausncia de Jesus entre a sua ascenso e adescida do Esprito Santo em Pentecostesfoi como um perodo de intervalo em quigreja, mantendo-se em orao (At 1.1aguardava o cumprimento da promessa.Paulo ensina que todas as coisas, tanto docu quanto da terra, apontam para Cristo:"desvendando-nos o mistrio da sua vonta-de, segundo o seu beneplcito que propuse-ra em Cristo, de fazer convergir nele, nadispensao da plenitude dos tempos, to-das as coisas, tanto as do cu como as daterra" (Ef 1.9,10). Ele o alvo de todo oplano de Deus e de todos os acontecimen-tos do mundo. Os evangelhos nos exortam vigilncia quanto consumao de todasas coisas (Mt 20.1-19, 22.1-14, Mc 14.24-37, Lc 12.35-48, 21.29-36) para que aque-le dia no venha sobre as pessoas como umlao (Lc 22.34).

    Isso significa que a mentira e todasheresias espalhadas pelo mundo esto comseus dias contados. Jesus disse que nuncanos abandonaria, mas para sempre estariaconosco (Mt28.20; Jo 14.18) evoltariasemdemora (Ap 22.7, 12).

    Visto que vivemos no perodo de es-pera entre a primeira e a segunda vindas deJesus, cremos que nossos problemas sotemporrios, conforme as palavras de Pedro:"Nisso exultais, embora, no presente, porbreve tempo, se necessrio, sejais contris-tados por vrias provaes". (IPe 1.6). As-sim como tudo transitrio nesta vida, con-forme Paulo pontua: "Por isso, no desani-

  • Garantias de consolo na tribulao 27

    mamos; pelo contrrio, mesmo que o nos-so homem exterior se corrompa, contudo,o nosso homem interior se renova de diaem dia. Porque a nossa leve e momentneatribulao produz para ns eterno peso deglria, acima de toda comparao, no aten-tando ns nas coisas que se vem, mas nasque se no vem; porque as que se vemso temporais, e as que se no vem soeternas" (2Co 4.16-18; IJo 2.16).

    Durante nossa jornada por este mun-em que somos peregrinos e forasteiros: 2.11), o Senhor est trabalhando em

    ns pela sua Palavra e pelo seu Esprito enos aperfeioando (Fp 1.6), para nos apre-sentar uma igreja sem mcula, nem ruga,mas santa e sem defeito (Ef 5.27).III. PORQUE DEUS ENVIOU O ESP-RITO SANTO (JO 16.8, 13)

    Jesus deixou bem claro que aps par-tir ele enviaria o seu Esprito para acom-panhar e sustentar a igreja at o seu retor-no. O Esprito Santo no veio apenas parasubstituir Jesus, mas para dar prossegui-mento sua obra, consolidando,edificando, aperfeioando e fortalecendoa igreja. O Esprito capacita-nos a teste-inhar Jesus Cristo (At 1.8).

    Portanto, o trabalho que o Esprito^o-ito exerce no mundo :

    1) Convencer o mundo (Jo 16.8) ~^Quem muda o sistema de pensamento daspessoas o Esprito. Algum s convenci-do dos seus erros se Deus agir (iCo 12.3).Ele persuade o pecador a se arrepender dosseus pecados. Isso implica que o papel daigreja expor e pregar a Palavra de Deusno melhor e mais claro modo possvel, masno depende dela transformar a mente e ocorao do pecador. Esse um trabalhoexclusivo do Esprito Santo. Alm disso,diz o texto que o Esprito convenceria omundo do pecado, da injustia e do juzo.

    Esse trio resume, de modo genrico, todoo peso de pecado e culpa do mundo.Somente o Esprito Santo pode abrir osolhos do pecador para que ele enxergue agrave situao em que se encontra.

    2) Guiarem toda a verdade (Jo 16.13)-^ O Esprito Santo conduz o ser humano verdade revelada nas Escrituras (Jo 17.17).O Esprito no fala em seu prprio nome,mas ele representa toda a Trindade. Ele oseu porta-voz. Por conseguinte, ao dizer queele nos anunciaria as coisas que h de vir,significa que por inspirao dele sobre osapstolos, temos orientao e entendimen-to suficientes, conforme registrado em suascartas, para aguardar em f, esperana esantidade o retorno de Cristo.

    3) Glorificara Cristo (Jo 16.14) -> OEsprito Santo tem por alvo a glria deCristo. Assim corno Jesus no buscava asua prpria glria, mas a do Pai (Jo 7.18),assim tambm o Esprito Santo no busca asua prpria glria, mas a do Filho. O cren-te espiritual, no sentido estrito da palavra, aquele que glorifica a Cristo. Se o Espri-to glorifica a Cristo e o Esprito habita naigreja, ento a igreja deve viver para a gl-ria de Cristo tambm.

    4) Dar continuidade ao ministrio deCristo. -> O sopro de Deus tem o poder davitalidade. o sopro da vida. No caso dosdiscpulos, o Esprito desceu sobre elesdepois que acompanhou o ministrio deCristo. Cristo prometeu o Esprito aos seusdiscpulos depois de sua glorificao: "Istoele disse com respeito ao Esprito que havi-am de receber os que nele cressem; pois oEsprito at aquele momento no fora dado,porque Jesus no havia sido ainda glorifica-do" (Jo 7.39).

    O Esprito capacita os filhos de Deusa cumprirem todo o propsito pr-designa-do. A obra missionria sem a presena doEsprito Santo impossvel. Ningum pode

  • 28 Evangelho e Cartas de Joo (Jo, IJo, 2Jo e 3jo)viver dignamente o Evangelho sem o res-paldo e o poder concedidos pelo prprioDeus: "mas o Consolador, o Esprito Santo,a quem o Pa enviar em meu nome, essevos ensinar todas as coisas e vos far lem-brar de tudo o que vos tenho dito" (Jo 14.26).Por isso que Cristo, antes de subir aos cus,deu a promessa: "mas recebereis poder, aodescer sobre vs o Esprito Santo, e sereisminhas testemunhas tanto em Jerusalmcorno em toda a Judia e Sarnaria e at aosconfins da terra" (At 1.8).

    Por meio do Esprito Santo a autori-dade concedida para a pregao e exposi-o das Escrituras. Quem fala das coisas deDeus capacitado por ele mesmo. o Es-prito quem distribu livremente os dons naigreja (iCo 12.11, 18).IV. PORQUE O PRPRIO SENHORJESUS CONTINUA TRABALHANDO(JO 16.23,24,26)

    Ao ascender aos cus o Senhor Jesusassentou-se direita de Deus Pai (SI 110.1;Ef 1.20). Porm, o fato dele estar direitado Pai e ter deixado o Esprito Santo nosignifica que ele esteja inativo. Jesus, mes-mo aps a sua ascenso, continua a exercero seu papel de mediador. Jesus disse quetudo o que for pedido deve ser feito em seunome (Jo 16.23). Toda a nossa orao e s-plica feita a Deus assumida por Jesus. como se ele orasse a nossa orao e assinas-se embaixo tudo o que falamos com Deus,por isso, quando somos atendidos no por-que fizemos alguma "orao forte" ou comose emanasse algum poder persuasivo de nsmesmos, mas porque o Senhor Jesus onosso advogado (Rm 8.34; Hb 7.25; IJo2.1). Contudo, como somos deficientes paraorar, o Esprito nos supre naquilo que fa-lhamos (Rm 8.26).

    Agora em Cristo temos pleno acessoa Deus (Hb 4.14-16). Tambm temos aces-so ao Santo dos Santos (Hb 10.19-22). Por

    isso, o aucor aos hebreus vai alertar aospatrcios judeus que parassem de oferecersacrifcios a Deus, seguindo os rituais ceri-moniais do AT. Agora, sob a gide de Je-sus, o mediador da Nova Aliana, os filhosde Deus podem conversar diretamente comseu Pai celeste.

    V. POR CAUSADO AMOR DO PAI (JO16.26, 27, 32)

    Essa passagem leva em consideraotrs coisas:

    1) O privilgio da orao individua,Embora Cristo seja o nosso mediador,vogado e intercessor, no significa que eleore em nosso lugar. Deus quer ouvir as s-plicas dos nossos prprios lbios. Alm dis-so, o Senhor diz, que o Pai nos ama porquecremos em seu Filho. Por esta razo ele nosouve e nos atende em nossas necessidades.O Senhor Jesus nos exorta a orar incessante-mente (Lc 11.1-13) e por esta mesma razoensinou a parbola do juiz inquo (Lc 18.1-8), como demonstra seu enunciado: "Disse-lhes Jesus uma parbola sobre o dever deorar sempre e nunca esmorecer" (Lc 18.1).

    2) O amor contnuo do Pai -^ DeusPai nos concede aquilo que precisamos an-tes mesmo de pedirmos, porque ele sondao nosso interior e nos conhece por inteira(SI 139.4). O Senhor Jesus nos garanteateno total do Pai: "Ora, se vs, que soismaus, sabeis dar boas ddivas aos vossosfilhos, quanto mais vosso Pai, que est noscus, dar boas coisas aos que lhe pedirem?"

    3) Aprendendo o exemplo de Jesus -^ Orelacionamento de Jesus com o Pai ex-clusivo e singular, especialmente porque ele o Filho unignito de Deus (Jo 3.16). Mas,mesmo assim, ele nos serve de refernciae aprendizado de como podemos nos rela-cionar com Deus. Ele conquistou esse re-lacionamento de aliana entre ns e o Pai(Jo 17.20-23).

  • Garantias de consolo na tribulao 29

    VI. PORQUE JESUS VENCEU OMUNDO (JO 16.33)

    A razo da sua encarnao no foi emvo ou apenas uma tentativa, mas uma vi-tria sobre a morte e sobre o mundo. Jesusmorreu para erradicar o pecado de seus ir-mos, e ele conseguiu, conforme Paulo: "Ea vs outros, que estveis mortos pelas vos-sas transgresses e pela incircunciso davossa carne, vos deu vida juntamente comele, perdoando todos os nossos delitos; ten-

    cancelado o escrito de dvida, que eraitra ns e que constava de ordenanas, o

    qual nos era prejudicial, removeu-o inteira-mente, encravando-o na cruz" (012.13,14).

    O povo de Deus sempre ser vito-rioso, por mais penosa que seja a bata-lha (Is 37.10, 33-35). Cristo venceu omundo apesar de todos os obstculos levan-tados pelos seus inimigos (Ap 12.1-6,13,14).Ele sobreviveu ao genocdio promovido porHerodes para destruir o Rei dos judeus(Mt 2.16-18), venceu a Satans no deserto(Mt 4.1-11) e a prpria morte na ressurrei-o (iCo 15-54-56). Cristo to superioraos seus inimigos que um sopro de sua bocaser mais que suficiente para venc-los: "Comefeito, o mistrio da iniquidade j opera eomiarda somente que seja afastado aquele que

    jra o detm; ento, ser, de fato, revelado ..lquo, a quem o Senhor Jesus matar como sopro de sua boca e o destruir pela mani-festao de sua vinda" (2Ts 2.7,8).

    Pelo fato de Jesus ter superado o pr-prio mundo, ele nos encoraja para que nodesanimemos. O mundo j est derrotado,para sempre, e a vitria que ele conquistouser compartilhada por toda a igreja, poisele a far se assentar no trono junto dele eser herdeira de tudo o que ele conquistou(Ef 1.3, 22,23). Segundo a declarao doapstolo Paulo, a nossa vitria j est togarantida e certa que ele diz estarmos as-

    sentados, desde j, nos lugares celestiais: "e,juntamente com ele, nos ressuscitou, e nosfez assentar nos lugares celestiais em CristoJesus" (Ef 2.6).CONCLUSO

    Neste mundo, no faltam razes paranos entristecer. A histria est cheia de re-latos e tristes lembranas de guerras, pragasdevastadoras, catstrofes naturais e toda asorte de destruio que se possa nomear.Alm da violncia cotidiana, qual estamosexpostos, como homicdios, assaltos e con-fuses de toda espcie. Realmente, no mun-do passamos por vrias aflies. Mas dian-te disso tudo o nosso Senhor pediu ao Paique fssemos guardados do mal (}o 17.15).O Esprito Santo o nosso guia, o nossoConsolador e Protetor.

    Uma das questes que trazem grandealegria para todos ns que Jesus disse averdade, portanto tudo se cumprir para onosso prprio bem.

    A histria como a conhecemos estchegando ao seu fim. Estamos vivendo nosltimos dias. Foi nessa perspectiva que Paulodisse: "Portanto, meus amados irmos, sedefirmes, inabalveis e sempre abundantes naobra do Senhor, sabendo que, no Senhor, ovosso trabalho no vo" (iCo 15-58).APLICAO

    Procure orar mais a partir de hojemesmo. Lembre-se que voc tem total li-berdade e acesso ao Pai, mas ele e nemningum va orar em seu lugar. O Espri-to intercede por ns, bem como o Filho,mas Deus continua querendo ouvir asnossas vozes.

    Busque uma aproximao maior deDeus pela leitura da Palavra e aprenda adescansar saber que ele est presente, pron-to a nos amparar, mesmo nas situaesde tribulao.

  • Lio 7 Joo 18.33-19.16

    COMO DEMONSTRAMOSAMAR A CRISTO

    INTRODUOFomos salvos para que amemos a

    Deus acima de codas as coisas, mas comoesse amor pode ser conhecido? Ser queDeus espera ver a nossa expresso de arnor,visto que ele j sabe de todas as coisas esonda o nosso corao? Existem determi-nadas circunstncias que as pessoas en-frentam na vida em que lhes exigidodemonstrar o seu amor a Deus, como emGnesis 22 quando Abrao predispe-separa oferecer Isaque em holocausto aoSenhor. Ser que demonstramos o nossoamor a Cristo quando passamos por situ-aes difceis ou por qualquer outra cir-cunstncia? Essas so algumas questesque a presente lio visa a responder.

    l. QUEM AMA A CRISTO OUVE ASUA VOZ (JO 18.37)

    Uma das grandes dificuldades dePilatos foi discernir a voz de Jesus. Quan-do o governante daquele tempo inquiriua Cristo com respeito ao seu reinado, seseria ele rei dos judeus (Jo 18.33), Cristolhe respondeu que somente os que so daverdade reconheceriam a sua voz (Jo18.37). Jesus estava falando a respeito dafinalidade do seu nascimento:

    a) Falar do reino celestial -> JesusCristo deixa claro que o seu reino no deste mundo (Jo 18.36). A pergunta fei-ta por Pilatos tinha em mente apenas o

    seu carter terreno^ ou seja, se Cristo eraum rei ou no, politicamente falando.Mas, Jesus tem em mente outro aspectoda pergunta, o celestial. Jesus no era opoltico que Pilatos escava pensando e porisso no havia cometido crime comRoma. Houve uma ocasio em que qiseram declarar Jesus como rei, situaoda qual ele fugiu (Jo 6.15). Jesus sempreensinou que ele veio do cu. Jesus ensinaque o verdadeiro po do cu dado peloPai, porque o po que desce do cu o quealimenta e ele era esse po (Jo 6.32-35).Em outras palavras, Jesus estava ensinan-do o carter celestial do seu reino. Os ju-deus no entenderam esse aspecto doministrio de Cristo, pois s enxergavama ascendncia terrena de Jesus, o que osdeixava em dvida com respeito suanatureza eterna, exclusiva e espiritual (Jo6.41,42). No s os judeus no aceita-ram que o reino de Cristo fosse celestialcomo tambm Pilatos no aceitou.

    b) Dar testemunho da verdadeConstantemente o Senhor Jesus disse quedava testemunho da verdade (Jo 18.37)-Jesus nasceu com a finalidade de falar averdade^ visto que ele a prpria verdade(Jo 14.6). Os judeus no conseguiramentender de onde Jesus vie