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www.monatran.org.br PONTE HERCíLIO LUZ Restauração entra em nova fase Serão R$ 150 milhões do Pacto por Santa Catarina para investimentos em obras de restauração da Ponte. (Página 8) MEC e Monatran assinam convênio O Monatran, através do seu presidente Roberto Bentes, assinou convênio autorizando o Ministério da Educação a reproduzir e distribuir o “Jogo da Cidadania”. (Página 9) Governador Colombo debate mobilidade urbana com prefeitos da Grande Florianópolis Página 6 LEI SECA Capital terá mais pontos de táxi perto dos bares e casas noturnas Página 12

O Monatran Julho/Agosto 2013

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"O Monatran" é o primeiro periódico do Brasil a tratar exclusivamente dos assuntos trânsito e mobilidade.

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ponte hercílio luzrestauração entra em nova faseSerão r$ 150 milhões do pacto por Santa catarina para investimentos em obras de restauração da ponte. (página 8)

MEC e Monatranassinam convênio

O Monatran, através do seu presidente Roberto Bentes, assinou convênio autorizando o Ministério da Educação a reproduzir e distribuir o “Jogo da Cidadania”. (Página 9)

Governador Colombo debatemobilidade urbana com prefeitos

da Grande Florianópolispágina 6

LEI SECACapital terá mais pontos de táxi perto dos bares e casas noturnas

página 12

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2 - o monatran Julho/Agosto de 2013

o monatran

EDITORIAL

Jornal do MONATRAN -Movimento Nacional de Educação no TrânsitoSede Nacional: Av. Hercílio Luz, 639 Conj. 911

Centro - Florianópolis / Santa Catarina – CEP 88020-000Fone: (48) 3333-7984 / 3223-4920E-mail: [email protected]

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DiReTORiA execuTivA:

Presidente: Roberto Alvarez Bentes de Sá

Diretores: Romeu de Andrade Lourenção Júnior José Carlos Pacheco Sergio Carlos Boabaid Luiz Mario Bratti Maria Terezinha Alves Francisco José Mattos Mibielli

Jornalista Responsável e diagramador: Rogério Junkes - Registro Profissional nº 775 - DRTRedatora: Ellen Bruehmueller - Registro Profissional nº 139/MS - DRTTiragem: 12.000 exemplaresDistribuição: Gratuita

Os artigos e matérias publicados neste jornal são de ex-clusiva responsabilidade dos autores que os assinam, não refletindo necessariamente o pensamento da direção do MONATRAN ou do editor.

NOTAS E FLAGRANTES

Julho histórico

O mês de julho de 2013 ficará marcado na história de todos os brasileiros. A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro foi o maior fenômeno de massas da nossa era.

Mais de 3 milhões de pessoas lotaram as areias da praia de Copaca-bana para ouvir o papa Francisco. Foi um espetáculo incrível de fé, unidade e alegria. A multidão gigantesca tinha um toque de família que impressionava e mexia por dentro.

Durante quase uma semana, apesar da chuva, do frio e dos proble-mas de organização, milhares de jovens vindos de todas as partes do mundo mostraram a surpreendente capacidade de renovação da Igreja Católica e mais: a força da juventude na luta contra as discriminações, na defesa da vida, no combate à corrupção, sem perder a coerência com a fé. Afinal, como bem salientou o papa: “A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo”.

Obviamente, a realização deste grande evento também expôs as mazelas deste país gigante, que ainda engatinha quando o assunto é mobilidade urbana e segurança viária.

Logo na sua chegada, o papa ficou preso em um congestionamento no centro do Rio. Naquele velho conhecido jogo de empurra, o minis-tro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que a falha teria sido do pessoal da prefeitura. Já o secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Carlos Roberto Osório, havia culpado a Polícia Federal pelo incidente.

Enquanto outras autoridades responsáveis pela segurança do papa no Brasil divulgaram nota segundo a qual a retenção do carro de Fran-cisco na Avenida Presidente Vargas ocorreu por conta das opções do Vaticano e do próprio Sumo Pontífice. Graças a Deus, não foi registrado qualquer incidente envolvendo o papa ou algum dos fiéis presentes.

Para encerrar, não poderíamos deixar de falar das intempéries do mês de julho. O frio também histórico em muitas regiões do país trouxe muitos problemas para o trânsito já tão precário.

Em Santa Catarina, dezenas de acidentes foram contabilizados como consequência direta do acúmulo de neve e gelo na pista, feliz-mente, sem o registro de ocorrências graves. O tráfego precisou ser interrompido em rodovias estaduais e federais durante horas.

Na Grande Florianópolis, moradores e turistas se arriscavam nos acostamentos da BR 101, a fim de fotografar a neve no topo da Serra do Tabuleiro, fenômeno que não ocorria desde 1984.

Por fim, esperamos que nossos governantes tenham aprendido a lição e se preparem para os próximos grandes eventos a serem realiza-dos no Brasil e tomem providências a fim de enfrentarem efetivamente a inclemência climática cada vez mais presente em nosso dia-a-dia.

Um australiano foi preso no dia 22 de julho após ser parado pela po-lícia enquanto dirigia um carro sem volante e com dois pneus furados. Ele dirigia o veículo com um alicate. Mi-nutos antes de ser parado, ele teria se envolvido em um acidente de trânsito em que ninguém ficou ferido. Logo em seguida, as autoridades descobriram que, além de fugir do local do aciden-te, ele também cometera uma série de infrações de trânsito, incluindo a de não ter volante em seu carro. O homem, 38 anos, foi então levado em custódia e deve responder por não

Australiano é preso por dirigir carrosem volante e com pneus furados

parar na cena de um acidente, dirigir de maneira perigosa e conduzir um veículo sem licença e não registrado. Um exame toxicológico deu positivo para maconha e anfetamina metil.

Polícia flagra menino de 11 anos dirigindo carro em Irani, no Oeste de Santa Catarina.

A Polícia Rodoviária Fede-ral (PRF) de Concórdia flagrou uma cena inusitada por volta das 10h da manhã do dia 04 de agosto: um menino de 11 anos dirigindo um automóvel na BR-153, em Irani, a 448km da capital catarinense. No carro, estava o pai e a mãe da criança e os dois irmãos mais novos.

O Fiat Uno, com placas de Xanxerê, estava sem o retrovi-sor esquerdo, sem para-choque, com a porta traseira amassada, banco quebrado e dois pneus lisos.

O policial Lairton Bernardi conta que estava com a viatura em um posto de gasolina e avistou a criança dirigindo o veículo a uma velocidade de

50km/h. Ele seguiu o carro, que parou após 500 metros. Bernardi conta que o pai da criança, que estava sentado no banco do passageiro, alegou que estava com dores na coluna e por isso passou a condução ao filho. O policial acredita que o menino conduziu por cerca de 1,5km. “Estou há 19 anos na PRF e nunca tinha visto uma cena dessas” comenta.

A família de agricultores vive no interior da cidade de Irani e terá que pagar R$ 1063 para retirar o veículo que ficou retido. Além disso, o pai res-ponderá por entregar a direção a pessoa não habilitada e pelo veículo estar com licenciamen-to vencido desde 2009.

Pai da crian-

ça, que esta-

va sentado

no banco do

passageiro,

alegou estar

com dores.

O condutor poderá monitorar as infrações cometidas, recursos jul-gados e pontuação re-

cebida. A consulta de pontuação na Carteira Nacional de Habilitação foi substituída por um histórico de pontuação no site do Departamento de Trânsito do Paraná. Com a apresentação dos pontos em ordem cronológica nos últimos cinco anos, o condutor poderá moni-torar as infrações come-tidas, recursos julgados

e pontuação recebida. “O objetivo é dar mais trans-parência e prestar infor-mações mais completas aos motoristas quanto ao prontuário de habili-tação”, explica o diretor-geral do Detran, Marcos Traad. Basta preencher o número de registro da CNH, o CPF do condu-tor e inserir a imagem de segurança.

Site do Detran/PR agora apresenta histórico de pontuação na CNH

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PALAVRA DO PRESIDENTE Roberto Alvarez Bentes de Sá[email protected]

Todos eram amigos. Todos gente boa. Ninguém me-recia a brutalidade desse

impiedoso destroçamento huma-no. Mas, lamentavelmente, houve um lapso na capacidade cognitiva, uma leniência a disposição por acerto. Saíram de carro e... Bebe-ram. Beberam o que? Claro que bebidas alcoólicas. O que que se pode extrair de alguma forma da tragédia de Quedas do Iguaçu? Um único e trágico desesperado pedido de quem quer que você, jovem, continue vivendo.

Que essa tragédia venha servir, de permanente alerta ao motorista de qualquer idade, mas espe-cialmente àquele que ainda tem muitos anos de vida e de trânsito.

Será possível que não se possa pretender vida mais longa sem

essas loucuras dos abusos no trânsito? Pensem nisso, jovens motoristas e motociclistas! Con-tenham os impulsos e evitem os excessos. Vivam!

A vida é um privilégio esplên-dido que se usufrui em plena natu-reza. A maior estupidez humana é jogá-la fora, principalmente quan-do se é ainda muito jovem. Por isso mesmo, lembre-se todo dia, toda tarde, toda noite, ao sentar-se diante da direção do seu carro ou da sua moto, sinta-se com toda a sua lucidez, com a cabeça limpa e clara para dirigir com a maior e necessária segurança.

Meu caro motorista, meu caro motociclista ou minhas queridas condutoras de veículos, a vida pede que você a preserve, sendo a sua própria ou a dos outros.

Esta mensagem se deve espe-cialmente ao fato da triste ocor-rência que vitimou oito jovens num acidente trágico ocorrido em Quedas do Iguaçu, no Estado do Paraná. O fato foi registrado por volta 1h da madrugada de domingo, 21 de julho passado, na BR 473, km 55. Partiram eles no início da vida: Rosicleia com 22 anos, Lucinéia com 20, Daiana com 18, Aldair com 21, Wilson com 16, Felipe com 15, Jocemar com 23 e Leonardo com 16 anos.

A Polícia Civil acredita que os motoristas estavam embriagados. De acordo com os policiais, foram encontradas várias garrafas de bebidas alcoólicas nos dois carros.

Como se nada mais bastasse esse flagelo pode ter suas cores ainda mais fortes, pois continua a tensão e

expectativa das famílias com relação aos outros quatro que sobreviveram e permanecem em estado grave sob cuidados médicos. Todos muito jovens: Ricardo com 15 anos, Jho-natam com 17, Rodrigo com18 e Anildo com 21 anos.

O choque foi frontal e fatal, como sempre acontece em aciden-tes nas estradas de mão dupla. Um dos familiares ao ser entrevistado desabafou: “Eu cheguei lá e esta-vam todos gemendo e os carros destruídos”.

Nesse exato momento tão sério para a humanidade caem opor-tunamente as palavras do Papa Francisco em defesa do amor e da vida. É preciso tentar a salvação da juventude como prega com muita ênfase o nosso querido Chico.

A tragédia em Quedas do Iguaçu

A época fria do ano re-quer ainda mais cuidados para quem é motorista. É nesse período que o risco de acidentes aumenta, porque a população consome mais analgésicos contra a gripe e resfriado, além do uso de anti-histamínicos, que com-batem doenças respiratórias, mas podem afetar a direção do motorista.

Sonolência e falta de re-flexos estão entre as princi-pais causas de acidentes de trânsito. “Esses dois tipos de medicamento diminuem o reflexo do motorista”, diz Le-ôncio Queiroz Neto, perito em medicina do trânsito e membro da Associação Bra-sileira de Medicina de Trá-fego (Abramet), lembrando que o uso de remédios re-

quer um descanso maior na noite anterior a uma viagem.

Outra mistura perigosa para quem vai dirigir é a de analgésicos com ansiolíticos. Um comprimido de ansio-lítico, por exemplo, pode representar concentração de álccol no sangue de 10 miligramas por litro, quando a legislação em vigor permite apenas 0,5%.

Já os analgésicos podem aumentar a sonolência. Para motoristas que precisam tomar remédios, o doutor Leôncio recomenda que tudo seja feito seguindo re-comendação médica. Além disso, não se deve misturar medicamentos sem o aval de um especialista. E é preciso saber se o remédio não tem restrição para dirigir.

RemédiosUm perigo ao volante

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou a decisão de fevereiro deste ano que determinou ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) a análise da rein-clusão da prova de alcoolemia ao volante em processo por homicídio com dolo eventual, movido contra o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho.

A defesa de Carli Filho argumentava que a decisão anterior do STJ era obscura quanto ao alcance do reexame determinado ao TJPR: se todas as questões colocadas no acórdão ou apenas o ponto relativo à prova de alcoolemia.

O relator, ministro Sebastião Reis Júnior, afirmou que a decisão anterior era clara e relacionada apenas à validade do exame de alcoolemia no processo por homicídio com dolo eventual.

Apesar disso, o ministro acolheu os embargos de decla-ração, mas apenas para esclarecer que outros pontos do acórdão ou do novo julgamento podem ser objeto de novos recursos.

Segundo a denúncia, o réu dirigia seu veículo alcoolizado, a cerca de 170 km/h e com a carteira de habilitação suspensa, somando 130 pontos de penalidades. Ao passar por um cruza-mento com sinais amarelos piscantes, ele se chocou com outro veículo, ma-tando duas pessoas.

Caso Carli Filho: STJ reafirma decisão que mandou TJPR apreciar provas de alcoolemia ao volante

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A presidente da República, Dilma Rousseff, e o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, inauguraram no dia 18 de julho, em Fortaleza (CE), as estações José de Alencar e Chico da Sil-va da Linha Sul do Metrô de Fortaleza, assim como todo o trecho subterrâneo. O valor total do projeto da Linha Sul do Metrô é de R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 1,2 bilhão de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento do Gover-no Federal, e R$ 300 milhões do estado do Ceará.

Os recursos federais são repassados pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa pública ligada ao Ministério das Cidades, para Companhia Cearense de Trens Metropolitanos (Metrofor), executora do projeto da Linha Sul do Metrô. Assim que concluído, todo o sistema atenderá os municípios de Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba. A expectativa é de que após a integração plena com os demais modais de transporte, o metrô de Fortaleza transporte cerca de 350

Presidente Dilma e ministro Aguinaldo Ribeiro na inauguração das estações

inauguradas estações do metrô de Fortaleza

mil passageiros por dia.Já foram feitas a duplicação e ele-

trificação de 24,1 km de via, desde a estação Carlito Benevides, em Pacatu-ba, até a estação central Chico da Silva, sendo 3,9 km subterrâneo, 18 km em superfície e 2,2 km em elevado. Tam-bém foram implantadas 18 estações, 13 em superfície, quatro subterrâneas

e uma em elevado.Outras obras concluídas foram

o Centro de Controle Operacional, o Prédio Administrativo e o Centro de Manutenção. Além disso, houve a segregação da linha de carga, com a construção de 16 km em via singela, e a eliminação de interferências com o modal rodoviário, com a construção

de oito viadutos e dez passarelas para pedestres.

O projeto prevê, ainda, a implanta-ção de sistemas fixos, compreendendo rede aérea, subestações, telecomuni-cações, aquisição de equipamentos de oficina e a aquisição de Trens Unidades Elétricas (TUE), que estão sendo fabri-cados pela empresa italiana Ansaldo Breda. Já foram entregues 18 trens.

Os serviços permitirão maior con-forto à população, que terá trens no-vos, modernos e climatizados, acesso a estações funcionais, além de maior segurança, rapidez no deslocamento e intervalos de três minutos entre trens na hora do pico.

moBiLidAde URBANAMinistros escutam propostas dos movimentos sociais

O ministro Aguinaldo Ri-beiro e a ministra do Plane-jamento, Miriam Belchior, estiveram reunidos no dia 23 de julho com os membros do Comitê Técnico de Trânsito, Transporte e Mobilidade Ur-bana do Conselho das Cida-des. A reunião foi para ouvir as propostas dos movimentos sociais com o objetivo de orientar a escolha dos proje-tos que receberão os recursos anunciados recentemente pela presidenta Dilma Rousseff, no total de R$ 50 bilhões, para o setor.

As propostas, segundo o ministro Aguinaldo Ribeiro, farão parte das diretrizes do Pacto Nacional de Mobilidade Urbana. “Formataremos o pac-to na sua amplitude, contem-plando não só a questão dos investimentos, mas também a questão de planos diretores, licitação e tudo aquilo que

estamos entendendo como essencial para fortalecimento da mobilidade urbana e a me-lhoria do nível de qualidade de serviço do transporte público no país”, disse.

A reunião debateu as prin-cipais questões do Plano Na-cional de Mobilidade Urbana, previsto na Lei de Mobilidade nº 12.587/12, como redução tarifária, políticas de capaci-tação e qualificação dos mu-

nicípios, além da integração e fortalecimento dos sistemas de transporte coletivo. Para o ministro, toda a discussão “aponta para a nossa legislação como resposta aos problemas apresentados pelos segmentos, que representaram a sociedade civil”.

A ministra do Planejamen-to, Miriam Belchior, disse que os estados e municípios com mais condições de começar as

obras ainda este ano, receberão os novos recursos anunciados pela presidenta Dilma Rous-seff. “Discutimos mais dire-trizes para orientar a escolha de projetos. Temos um leque grande de propostas que serão formalmente apresentadas ao governo”, disse.

As próximas reuniões dos dois ministros para tratar do assunto serão com os prefeitos dos municípios com mais de 700 mil habitantes. Miriam Belchior e Aguinaldo Ribeiro já estiveram com os governa-dores e prefeitos das capitais do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará, Bahia e Pernambuco. Nestas reuniões eles estão recebendo as pro-postas que passarão por uma seleção para ter acesso aos R$ 50 bilhões.

Um dos integrantes do Co-mitê Técnico, o representante

da Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAN), Getúlio Vargas Jú-nior, considera que o Conselho das Cidades é fórum correto para o debate e fortalecimento do transporte coletivo urbano. “O Plano Nacional de Mobili-dade Urbana é o nosso primei-ro grande desafio. O primeiro passo é dar continuidade na divulgação do plano, para que estados e municípios elaborem os seus planos de mobilidade”, ressaltou.

A reunião contou com a participação de todos os mem-bros do Comitê Técnico de Trânsito, Transporte e Mobili-dade Urbana do Conselho das Cidades: movimentos sociais urbanos, dos trabalhadores do setor de transporte e represen-tações, do setor empresarial que presta serviço na área de transporte e representantes de ONG’s.

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Jose Roberto de Souza Dias *

* Doutor em Ciências Humanas e Mestre em História Econômica pela USP. Professor Adjunto da UFSC criou e coordenou o Pro-grama PARE do Ministério dos Transportes, foi Diretor do Departamento Nacional de Trânsito – Denatran. Secretário Executivo do Gerat da Casa Civil da Presidência da República, Diretor de Planejamento da Se-cretaria de Transportes do Rio Grande do Sul, Presidente do Instituto Chamberlain de Estudos Avançados e do Núcleo de Articula-ção Voluntária - NAV, Membro do Conselho Deliberativo do Movimento Nacional de Edu-cação no Trânsito-Monatran, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais de Florianópolis – Cesusc.

Os tempos são outros

Tudo indica que, com treze anos de atraso, o século XXI acabou de chegar ao Brasil. Parecia até uma

festa de réveillon, daquelas inesquecíveis, com as multidões invadindo as ruas, as avenidas e as pontes e num grito feliz e uníssono proclamando que o gigante acordou. E, tudo isso, repetiu-se dias atrás de dias ao longo do mês de junho.

Vários motivos levaram ao despertar da opinião pública, mas certamente o que mais revoltou as pessoas foi ver seus dirigentes, não importa a sigla a que pertençam, vivendo faustosamente a custa dos impostos que todos pagam. De um lado uma surda e “luxenta” elite política, de outro toda uma população revoltada com o que estava vendo e sofrendo.

Entre todos os problemas vividos pela sociedade brasileira, o trânsito e o transporte se destacam na violência do cotidiano. Aqui, certamente, o tercei-ro milênio ainda está muito distante. Quando se olha para trás, ou para bai-xo, tem-se a sensação que se avançou - afinal tem mais gente no mercado de trabalho informal e cresceu a frota de veículos e até os congestionamentos gigantescos, para alguns, é um sinal de crescimento.

Estaria tudo bem se extraíssemos desse contexto o acidente de trânsito, a doença que mais afeta a sociedade brasileira. Em 2012, segundo o DPVAT, morreram 60.752 pessoas. Nesse mes-mo ano 325.000 pessoas ficaram com

algum tipo de invalidez permanente. A Revista Veja, em excelente repor-

tagem de capa, define o acidente de trânsito como a maior tragédia brasi-leira e convida seus leitores a olhar um pouco para os lados e observar o que ocorre em outros países. Na Alemanha os óbitos no trânsito caíram 80% nos últimos 40 anos, na Austrália 40% em 20 anos, na China diminuiu 43 por cento em dez anos.

O quadro torna-se ainda mais grave no Brasil quando se observa que, no passado, experiências exitosas chega-ram a reduzir o número de acidentes. É o caso do Programa PARE de Redução de Acidentes que mobilizou a sociedade pela aprovação do Código de Trânsito Brasileiro, pelo uso do cinto de seguran-ça, pelo transporte de crianças no banco de trás, pela educação no trânsito e pelo combate ao hábito de beber e dirigir.

As estatísticas da época demostram que é perfeitamente possível fazer o que outros países realizaram com tamanho sucesso. A formula é bastante simples: conscientizar-se para mudar.

No momento que a cidadania renas-ce nas ruas é tempo de chamar de volta os cidadãos para o bom combate. O acidente de trânsito é a nossa guerra de guerrilha, perigosa e traiçoeira. Errôneo imaginar que se vence, a curto prazo, apenas com medidas pedagógicas, fis-calizadoras e repressivas. Todas estas são importantes e levam um tempo para maturar e dar resultados.

Necessário se faz ter ousadia, reto-mar a experiência do passado, ampliá-la e voltar a mobilizar a opinião pública brasileira em defesa de seu maior patri-mônio que é a VIDA. Hoje é muito mais fácil fazer isso através das redes sociais e das organizações não governamen-tais que se espalham por todo o Brasil. As pessoas e entidades estão prontas, preparadas e ansiosas para ganharem as ruas em defesa de novas bandeiras. O exercício da cidadania no trânsito é um clamor aparentemente silenciado no meio da multidão.

A vontade das ruas mostra que a sociedade exige participar e não aceita práticas que considera deso-nestas. Como por exemplo, quando a autoridade impõe uma Lei, mas não a cumpre no todo ou em parte. É o que ocorre com o Artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro, o qual obriga que a receita arrecadada com multas seja aplicada, exclusivamente, em engenha-ria de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito. Está é uma letra morta, fora as legitimas exceções de praxe.

Os tempos mudaram, a sociedade está cada vez mais exigente e não se deixa enganar. Como é possível aplicar a Lei se não a cumpre, se pergunta.

O cidadão brasileiro tem uma difi-culdade quase que atávica de cumprir ordens, isso talvez se explique pelos anos de autoritarismo mas, no seu reverso, é fortemente cooperativo e

participativo, como demonstrou inú-meras vezes. Inclusive, nas questões relativas ao trânsito, como no que se refere ao uso do cinto de segurança e o transporte de crianças no banco de trás, que são aceitos e defendidos, pois não foram simplesmente impostos de cima para baixo e sim conquistados com a participação de milhares de pessoas. O mesmo ocorreu na cidade de Brasília, onde o respeito a travessia de pedestres não foi imposto, mas naturalmente se impôs, defendido pelos próprios mo-radores do Distrito Federal.

Os tempos são outros, só não perce-bem os que não têm ouvidos para ouvir, as pessoas clamam por um transporte público de qualidade, por um trânsito civilizado e por uma cidade humani-zada. A luta pela vida no trânsito tem milhares de soldados aptos a participar, estimular a mobilização é o melhor antídoto no combate a essa doença erroneamente chamada de acidente de trânsito.

Mulheres são maioria com fobia de direçãoNos dias de hoje, as mães

precisam ser motoristas tam-bém diante da quantidade de compromissos dos filhos. A psicóloga Tânia Virgínia Can-to Fonseca, que também atua no Detran (Departamento Estadual de Trânsito), aponta que a grande maioria tem a CNH, mas existe um bloqueio na hora de assumir o volante.

“São pessoas perfeccio-

nistas que não gostam de ser criticadas. A maior parte é formada por mulheres”, apon-ta. E mais. “Elas têm tudo para dirigir bem e não conseguem, principalmente por causa do medo de errar e serem critica-das”, analisa.

Esse bloqueio pode ser superado. A ajuda psicológica é um dos caminhos. Outra ferramenta importante é a

busca de instrutor que possa dar aulas particulares. “Não deve ser qualquer pessoa. Quem tem medo precisa ter confiança e se sentir segura ao lado de quem vai orientá-la”, avalia Tânia.

Mais uma dica da profis-sional é que a motorista faça aulas aos finais de semana, quando o tráfego de carros diminui. Fica mais fácil para

a pessoa se familiarizar com as regras do trânsito. Muita gente superou a fobia dessa forma.

Das pessoas com medo de dirigir, são em sua maioria mulheres na faixa de 30 a 45 anos. Quase todas com situa-ção profissional definida, são consideradas vitoriosas, pois conseguem executar com habi-lidade tanto a vida profissional, como a pessoal e familiar.

Embora em menor nú-mero, os homens também sofrem, por viverem numa sociedade machista tem tanta dificuldade quanto às mulhe-res em lidar com esta situação. A fobia é a distorção da reali-dade. A pessoa vê o carro no comando de sua vida. O carro é uma máquina que depende de você. Você decide o que ele vai fazer e não o contrário.

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O governador Raimundo Colombo participou, no dia 16 de julho, de reunião com Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas e repre-sentantes das prefeituras de Florianópolis, São José, Pa-lhoça e Biguaçu para discutir a integração de projetos de mo-bilidade urbana para a região. Foram apresentados resumos das três propostas que estão sendo elaboradas por empre-sas privadas por meio do Pro-cedimento de Manifestação de Interesse (PMI). O prazo para entrega dos estudos, pagos pelas empresas, termina no dia 19 de agosto. Com os projetos em mãos, Governo do Estado e prefeituras vão escolher uma das propostas e a meta é lançar o edital para a obra até dezembro. Entre os estudos, estão iniciativas envolvendo transporte marítimo, teleférico e monotrilho.

As empresas que apre-sentaram todas as condições para serem autorizadas a de-senvolverem os estudos fo-ram: Consórcio Floripa em Movimento (Quark, MPE, Scomi e Brassel), CCR e ESSE Engenharia. “Dia 19 de agosto venceremos uma etapa muito importante que é ter estes projetos em mãos. Daqui para

frente precisamos trabalhar absolutamente integrados para escolher qual a melhor opção para a mobilidade urbana da Grande Florianópolis”, afir-mou o governador Raimundo Colombo, durante a reunião com os prefeitos. O secretário de Planejamento, Murilo Flo-res, lembrou que a viabilidade econômica e a integração com os modais já existentes estão entre os pré-requisitos para a seleção dos projetos.

O estudo do Consórcio Floripa em Movimento prevê oferta de transporte marítimo, monotrilho e POD SIT (carro elétrico sem motorista), com investimentos de R$ 6,8 mi-lhões nesta etapa de estudos. A iniciativa do monotrilho, já realidade em grandes centros

urbanos no exterior, chega ao Brasil neste ano com projeto para implantação em São Paulo.

A CCR trabalhará com transporte marítimo e investirá R$ 5,5 milhões em estudos. A empresa prevê o uso de ferry-boats com capacidade para até 100 veículos e dois modelos de barcas, com capacidade para 200 e para 400 passageiros cada. A CCR já opera com transporte marítimo no Rio de Janeiro.

E a ESSE Engenharia prevê transporte marítimo e telefé-rico, com estudos no valor de R$ 8,5 milhões. Está previsto o uso de barcas e ferry-boats e a construção de um teleférico, com ligação entre a BR-101, na região continental de Floria-nópolis, até a Lagoa da Concei-

ção, no Leste da Ilha de Santa Catarina. O teleférico passaria, ainda, pelo Terminal de Inte-gração do Centro (Ticen) e pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no bairro Trindade.

Os municípios foram re-presentados na reunião pelo prefeito de Florianópolis, Ce-sar Souza Júnior; o prefeito de Palhoça, Camilo Martins; o vice-prefeito de Biguaçu, Ramon Wollinger; e o secre-tário de Governo de São José, Guarany Pacheco.

Entre os representantes do governo, estavam o presi-dente da SC Parcerias, Paulo César da Costa; o secretário da Casa Civil, Nelson Serpa; o secretário de Planejamento, Murilo Flores; o secretário do

Desenvolvimento Econômico Sustentável, Paulo Bornhau-sen; e o procurador do Estado, Gerson Schwerdt. O presiden-te da Federação das Indústrias (Fiesc), Glauco José Côrte, re-presentou a iniciativa privada.entenda Melhor

O PMI é um instrumento legal para o poder público receber estudos e projetos de PPP e concessão (projetos de engenharia, estudos econô-mico-financeiros, jurídicos, ambientais, etc.). O custo dos estudos é assumido pelo autor da proposta, que participa da licitação. As empresas partici-pantes que não forem selecio-nadas terão o custo dos estudos ressarcido pela responsável pelo projeto vencedor.

As propostas do PMI que trata da mobilidade urbana da Grande Florianópolis foram recebidas em dezembro de 2012 e os três estudos foram autorizados no início deste ano. As empresas têm até o dia 19 de agosto para apresentação final dos projetos. Os passos seguintes serão: análise das propostas, decisão de qual será implantada, consulta públi-ca, licenciamento ambiental, consulta ao TCE e modelagem final do edital, previsto para ser lançado até dezembro.

Governador debate mobilidade urbana com prefeitos da Grande Florianópolis

O governador Raimundo Colombo prestigiou no dia 18 de julho um dos atos mais esperados pela comunidade do Vale do Itajaí. Foram assinadas as ordens de serviço para duplicação da rodovia BR-470 nos Lotes 3 e 4, com recursos de R$ 374 milhões, assegu-rados pelo governo federal por meio do Programa de Aceleração do Cres-cimento (PAC2). O evento também contou com a presença do ministro dos Transportes, César Augusto Ra-bello Borges, e da ministra de Relações

Institucionais, Ideli Salvatti.“O grande momento chegou e a

partir de agora as obras começam. E quando estiverem prontas, vão melho-rar a infraestrutura de todo o Estado. A duplicação será muito importante para escoar a produção catarinense para os portos de São Francisco do Sul e de Itajaí”, explicou Colombo.

A rodovia, considerada uma das principais ligações do Estado com os portos, terá 74 quilômetros duplica-dos, que serão divididos em quatro

lotes. O Lote 1 começa em Navegantes e vai até Luis Alves, na divisa com Ilhota. O Lote 2 compreende o trecho de Luis Alves até Gaspar. O terceiro lote vai de Gaspar até Blumenau e o quarto continua até Indaial.

Serão investidos R$ 1,7 bilhão para a duplicação dos 74 quilômetros, que fazem parte dos quatro lotes. Nesse percurso, serão 26 viadutos, oito pon-tes e 64 quilômetros de ruas laterais. “É a única rodovia desse porte em Santa Catarina que terá ciclovia. Já visitei

esse Estado duas vezes e hoje tenho o prazer de anunciar uma obra impor-tante para os catarinenses”, comentou o ministro.

Os documentos foram assinados pelo ministro dos Transportes, César Augusto Rabello Borges; pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvat-ti; pelo diretor geral do Dnit, general Jorge Fraxe; pelo diretor presidente da empresa Sul Catarinense, José Carlos Portella Nunes; e pelo governador Raimundo Colombo.

Colombo comemora o início da duplicação da BR-470

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Julho/Agosto de 2013 o monatran - 7

Ildo Raimundo Rosa *

A imobilidade papal

* Delegado da Policia Federal. Ex-presidente do

IPUF – Instituto de Planejamento Urbano de

Florianópolis. Ex-secretário da Secretaria de

Segurança Pública e Defesa do Cidadão de Flo-

rianópolis. Membro do Conselho Deliberativo do

MONATRAN - Movimento Nacional de Educação

no Trânsito.

Em sua recente visita Sua Santidade o papa Francisco, além da intensa reper-cussão de seu pensar e de suas inéditas

posições à luz da Igreja, já na sua chegada, quando se deslocava do aeroporto para sua primeira agenda no Brasil, viu-se surpreendido pela inexorável imobilidade do comboio papal, mesmo que cercado de sua sofisticada segu-rança composta por sua guarda suíça, agentes federais, policiais de diferentes corporações e de diferentes patentes, enfim, nunca na história recente um deslocamento de uma autoridade causou tanta preocupação.

O que aconteceu para que a comitiva papal ficasse refém do engarrafamento provocado em parte pela própria visita, já que em razão da interdição de algumas vias do anel central da capital carioca é que ocorreu o acúmulo dos ônibus na av. Presidente Vargas?

Por outro lado o Rio de Janeiro é na atu-alidade, sem nenhuma dúvida, o estado da Federação que mais investiu no vídeo-moni-toramento de seus espaços públicos, gerencia-dos por uma moderna central de captação de imagens, composta por vários órgãos estatais entre eles a CET-Rio, diga-se de passagem, inaugurada recentemente com as referências técnicas mais modernas e com um custo esti-mado em vários milhões de dólares.

A apuração dos fatos resultou no reconhe-cimento por parte da secretaria de transporte

da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro de sua parcela de culpa, sem isentar os demais parceiros pelo calamitoso resultado da primeira viagem do papa Francisco no Brasil, mesmo que acompanhado em tempo real por várias redes de tevê do mundo inteiro.

O que se conclui claramente é que, apesar dos maciços investimentos bem como da eventual qualificação dos operadores, o que realmente tem melhorado a mobilidade na cidade maravilhosa, ainda assim, continuamos reféns da inexperiência do material humano e da falta de previsibilidade dos equipamentos, trazendo-nos lições que irão marcar este in-cidente, que certamente será apontado como uma má prática, a ser evitada por todos.

A preparação dos grandes eventos, capi-taneada pelo Governo Federal, vem concen-trando no Rio de Janeiro, como não poderia deixar de ser, sua maior infra-estrutura, visando acima de tudo a realização da Copa do Mundo e posteriormente das Olimpíadas contudo, percebe-se claramente uma injusta preferência pela Zona Sul, em detrimento dos demais bairros ainda assolados pela falta de saneamento básico e de outras carências, submetidos a condições sub-humanas, o que vem provocando uma justa revolta da classe média carioca, onde jovens vem tomando as ruas execrando o governador Sérgio Cabral, dando voz e poder aos segmentos que não são

diretamente beneficiados pelos investimentos.A conclusão do estádio do Maracanã so-

mado ao baixo legado deixado pelo último Campeonato Panamericano, longe de forta-lecer o papel reservado ao Rio de Janeiro vem merecendo sérios reparos, estimulados pelo elevado aumento dos valores dos ingressos do Maracanã, hoje inviável para grandes faixas da população.

Os ainda recentes ecos da Jornada Mundial da Juventude, apesar de concentrar mais de três milhões de pessoas na praia de Copacabana, desnudaram de forma definitiva a imensa vulnerabilidade da estrutura viária do Rio, com centrais de metrô paradas e com o bairro praticamente isolado do resto da cidade por mais de 24 horas.

Assim sendo, cada vez fica mais claro que, além dos desejados investimentos, a falta de planejamento e de um estudo mais aprofun-dado das reais condições de mobilidade deverá ser observado por todos nós, sob pena de in-corrermos no mesmo erro hoje cometido pelo Rio de Janeiro.

Defensor de soluções efe-tivas para o caos diante da falta de mobilidade urbana na Grande Florianópolis, o depu-tado estadual Renato Hinnig acaba de protocolar projeto de lei para criação do Sistema Cicloviário no Estado de Santa Catarina, além de outras pro-vidências. Segundo Hinnig, a criação do sistema é um incen-tivo ao uso de bicicletas para o transporte, contribuindo para o desenvolvimento de mo-bilidade urbana sustentável. “O transporte por bicicletas deve ser incentivado em áreas apropriadas, e abordado, como

modo de transporte para as atividades do cotidiano, de-vendo ser considerado modal efetivo na modalidade da população”, explica. O projeto de lei foi protocolado na As-

sembleia Legislativa da Santa Catarina na quarta-feira (7), pelo parlamentar. Através do projeto objetiva-se melhorar as condições de tráfego e guarda para os usuários de bicicletas. A partir de agora, Hinnig busca contribuições e apoio dos segmentos interessados para garantir a aprovação do projeto no legislativo catari-nense. Por meio de campanha na Internet, o deputado já conta com cerca de 300 assi-naturas virtuais. Na próxima quarta-feira (14), ele abordará o assunto em sessão plenária. De acordo com o projeto, o

sistema cicloviário do Estado deverá articular o transporte por bicicleta com um sistema integrado de transporte de passageiros, viabilizando os deslocamentos com segu-rança, eficiência e conforto para o usuário; implementar infra-estrutura para o trân-sito de bicicletas e introduzir critérios de planejamento para a implantação de ciclovias ou ciclofaixas nos trechos de ro-dovias em zonas urbanizadas, nas vias públicas, nos parques e em outros espaços naturais; agregar aos terminais de trans-porte coletivo urbano infra

-estrutura apropriada para a guarda de bicicletas; promover atividades educativas visando a formação de comportamento seguro e responsável no uso da bicicleta e, sobretudo no uso do espaço compartilha-do com os demais veículos; promover o lazer ciclístico e a conscientização ecológica, entre outros. Caberá ao Depar-tamento Estadual de Trânsito – DETRAN e a Secretaria de Infra-Estrutura do Estado de Santa Catarina, consolidar o programa de implantação o Sistema Cicloviário do Estado de Santa Catarina.

pRopostA de HiNNiGSistema cicloviário para estimular o uso de bicicletas

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A recuperação da Ponte Hercílio Luz, obra em Floria-nópolis que receberá cerca de R$ 150 milhões em inves-timentos do Pacto por Santa Catarina, entra em uma nova fase. No dia 25 de julho foi concluído o último dos quatro blocos que servirão de base para a estrutura provisória que vai sustentar a ponte en-quanto as peças danificadas são substituídas e restauradas. Os quatros blocos ficam debaixo da água e, também no dia 25, foi feita a concretagem da laje do último bloco. Neste mês de agosto, começam a chegar os equipamentos de elevação que ficarão entre os blocos submer-sos e a atual estrutura da ponte. Serão montadas duas fileiras paralelas com 27 macacos hi-dráulicos cada.

As obras de restauração da ponte estão divididas em três eixos principais: recuperação de viaduto insular, viaduto continental e vão central. As duas primeiras foram concluí-

das e o trabalho atual faz parte da estrutura necessária para a restauração do vão central. Quando a base estiver pronta, serão trocadas as barras e as rótulas danificadas. Por fim, a estrutura provisória será remo-vida e, a ponte, liberada para o tráfego de veículos.

A Ponte Hercílio Luz foi inaugurada em 13 de maio de 1926 e fechada para o tráfego de veículos pela primeira vez em 22 de janeiro de 1982. Em 1988, foi reaberta somente ao

tráfego de pedestres, bicicle-tas, motocicletas e veículos de tração animal e, em 1991, foi novamente interditada a qual-quer tipo de tráfego.

acessos – No dia 24 de julho, a comissão criada para realiza-ção dos estudos do sistema viário de acesso à ponte e das áreas de entorno finalizou os trabalhos, que foram encaminhados para a prefeitura de Florianópolis (foto acima). A comissão é formada por representantes da própria prefeitura de Florianópolis, do

Governo do Estado e do Gover-no Federal.

Foram apresentadas três propostas, todas prevendo que a ponte funcione em mão única: pela manhã, no sentido Continente-Ilha; e pela tarde, no sentido inverso, Ilha-Con-tinente. Agora, as propostas poderão ser usadas pela pre-feitura para a elaboração do projeto executivo das obras de acesso. A prefeitrua pode optar por uma das três alternativas apresentadas ou ainda criar

uma nova.Museu - A mesma

comissão estuda as al-ternativas de espaço para o futuro museu da Ponte Hercílio Luz, uma das condicionantes para aplicação da Lei Rouanet na obra de res-tauração (a lei permite que recursos doados ao projeto possam ser deduzidos no imposto de renda). O Governo do Estado, por meio da Fundação Catari-

nense de Cultura, assumiu o compromisso de execução do projeto. A proposta é aprovei-tar a estrutura metálica retirada da ponte, sobretudo as barras, para utilizar como elementos de destaque na fachada do museu, projetada em vidro estrutural transparente. Ainda não há consenso sobre a lo-calização do museu. Existem projetos para sediá-lo tanto na Ilha como na parte continental de Florianópolis.

poNte HeRCíLio LUz restauração entra em nova fase

Praça de pedágio ocupada no Rio Grande do Sul, cancelas levantadas por manifestantes para a passagem de veículos no Paraná, cabines de cobrança depredadas em ponte no Espírito Santo, estradas pedagiadas sob bloqueio em vários estados, sus-pensão de reajuste do pedágio em São Paulo. A onda de protestos que sacode o país deixou o centro das ci-dades e pegou carona na insatisfação popular até as rodovias concedidas à iniciativa privada. Uma revolta que, a exemplo do pedágio, está longe de ser gratuita.

Reportagem da sexta edição da Revista Congresso em Foco revela que, apesar de pagar uma das tarifas mais altas do mundo, o brasileiro convive com problemas como baixos investimentos, não realização de obras previstas em contrato e suspeita de conivência por parte de órgãos de

fiscalização.A matéria destaca estudo do Insti-

tuto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que mostra os dois aspectos mais negativos das concessões ro-doviárias no país. De um lado, prin-cipalmente nas estradas estaduais, a tarifa é muito mais alta que a média internacional. Do outro, as empresas concessionárias, sobretudo nas vias federais, investem menos que deve-riam nas rodovias.

Nas estradas federais, onde a mé-dia a cada 100 km é de R$ 5,11, o pro-blema é que muitas obras contratadas não são executadas pelas concessio-nárias. A reportagem mostra que em Santa Catarina o Ministério Público Federal pede na Justiça a devolução à União do trecho da BR-101 que liga Florianópolis a Curitiba (PR). Os procuradores acusam a empresa que controla a rodovia de não ter feito

obras previstas em contrato, orçadas em R$ 400 milhões, e questionam a legalidade de aumentos na tarifa local autorizados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Tra-ta-se de uma das primeiras conces-sões rodoviárias feitas pelo governo do PT (ainda na gestão Lula).

O estudo do Ipea (órgão ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República) de-monstra que, enquanto nos demais países as concessões rodoviárias se destinam à construção de autopistas, por aqui as rodovias são repassadas prontas à iniciativa privada. A matéria revela que, por trás das empresas que administram as principais estradas brasileiras, estão os quatro maiores doadores das campanhas eleitorais realizadas no Brasil entre 2002 e 2012: Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão.

Pedágio no Brasil está entre osmais caros do mundo

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JoGo dA CidAdANiA

O MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito assinou, no dia 11 de julho, em Bra-sília, um convênio com o Ministério da Educação, a fim de ceder gratui-tamente à instituição, pelo período de 5 (cinco) anos, os direitos de reprodução e distribuição do Jogo da Cidadania, criado pelo MONA-TRAN, em parceria com a Secreta-ria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

Na ocasião, estavam presentes o Presidente do MONATRAN, Roberto Alvarez Bentes de Sá; o Secretário de Educação Básica do MEC, Romeu Weliton Caputo; o Coordenador Geral de Ensino Fundamental do MEC, Ítalo Dutra; e o Coordenador Geral de Ações Educacionais Complementares do MEC, Leandro da Costa Fialho.

Desta forma, inicialmente, serão impressas 40.000 unidades do Jogo da Cidadania, para serem distribuí-das a escolas públicas de todo o país.

Após destacar a qualidade do material, Romeu Caputo ressaltou a importância do jogo na construção de uma geração mais consciente e educada no trânsito e em outras situações da vida. “Esse material será uma ferramenta importante no processo de educação de nossas crianças!”, afirmou.

Bentes de Sá salientou também a necessidade de se incutir, desde cedo, os conceitos básicos com que se cristali-zarão a índole e o caráter de meninas e meninos, no rumo de uma experiência valorizada pela rejeição a preconceitos de qualquer natureza, na pro-moção do respeito próprio e da amizade indistinta entre seres humanos de todos os matizes.

“De forma lúdica, os pequenos são desafiados a buscar e apresen-tar respostas correspondentes às ações e reações apropriadas a cada circunstância, mostrando, assim, a

atitude correta que se deve adotar diante de situações de nossa vida diária, e do respeito que todas as pessoas merecem, independente-mente de sua etnia, religião, gênero e idade”, explica o presidente.

“Temos, portanto, como elemen-tos essenciais do jogo: o trânsito, as etnias, a mulher, a criança, o idoso, as condições de trabalho, a arbitra-riedade, o deficiente visual, o defi-ciente auditivo, o deficiente físico, o deficiente mental, a opção sexual, os direitos humanos e a cidadania. O jogo oferece oportunidade a cada um dos participantes de tomar conhecimento da questão, avaliar a correção da resposta e despertar

em si mesmo a consciência sobre uma realidade pouco conhecida pela grande maioria da popula-ção”, disse Fialho.

“Brincar e conhecer é, assim, um recurso que provoca maior inte-

resse entre as crianças, favorecendo o aprendizado e a conscientização. Assim, pavimenta-se a estrada pla-na e reta rumo à conquista da mais plena e saudável CIDADANIA”, concluiu Ítalo Dutra.

meC e monatran assinam convênio

Da esq. p/ dir. Leandro da Costa Fialho, ìtalo Dutra, Romeu Weliton Caputo e o Presidente do Monatran Roberto Bentes.

“Esse material será uma ferramenta importante no processo de educação de nossas crianças!” romeu caputo

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JUDICIÁRIO

O governador de Rondô-nia, Confúcio Moura, ajuizou, no Supremo Tribunal Federal (STF), a Ação Direta de Incons-titucionalidade (ADI) 5005, em que questiona a Lei 3.057/2013, promulgada pelo presidente da Assembleia Legislativa daquele estado (AL-RO), que revoga

dispositivo de lei de dezembro de 2012 que fixou os valores dos serviços do Departamento de Trânsito rondoniense (Detran/RO) para 2013, restaurando a ta-bela antiga, vigente desde 2010.

O governador alega viola-ção do artigo 61, parágrafo 1º, inciso II, letra “b”, da Consti-tuição Federal (CF), segundo o qual são de iniciativa privativa do presidente da República as leis que disponham, entre ou-tros, sobre organização admi-nistrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária e serviços públicos. E essa regra, segundo ele, se aplica, por simetria aos chefes dos Execu-tivos estaduais.

Ele lembra que, em matéria

tributária, a competência é con-corrente, cabendo a iniciativa de projeto de lei que cria ou aumenta tributos a qualquer membro do Poder Legislativo. Pondera, no entanto, que “tal entendimento deve ser diverso, quando se trate de leis tributá-rias benéficas (como no caso presente), que devem ser de iniciativa privada do chefe do Poder Executivo”.

Nesse sentido, segundo o governador, “havendo vedação constitucional para a com-petência concorrente de leis que resultem em aumento de despesas, assim também deve ser entendido quanto a leis que reduzam a receita, sendo então de iniciativa privativa do chefe

do Executivo, que tem maiores condições de avaliar o resultado de sua aplicação”.

O governador observa que, em função da previsão do arti-go 163 da Constituição Federal, no sentido de que caberá a lei complementar dispor sobre fi-nanças públicas, foi sancionada a Lei Complementar federal 101/2000 (Lei de Responsabili-dade Fiscal). E esta dispõe, em seu artigo 14 – cuja violação o governador também alega –, que “a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de na-tureza tributária de que decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-finan-ceiro no exercício em que se

deva iniciar sua vigência e nos dois exercícios seguintes”.

E, de acordo com o inciso I do citado artigo, a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária deve conter, ainda, demons-tração de que a renúncia fiscal foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e, conforme o inciso II, estar acompanhada de medidas de compensação por meio de au-mento de receita.

O autor da ação pede a concessão de medida liminar para suspender a eficácia da Lei 3.057/2013 e, no mérito, a declaração de sua inconstitu-cionalidade. O relator da ADI é o ministro Dias Toffoli.

Governador de Rondônia questionalei que reduz taxas do detran

A 2ª Câmara de Direito Público do TJ manteve decisão que condenou um municí-pio ao pagamento de indenização por danos morais de R$ 30 mil, em favor dos três filhos de uma mulher morta em acidente de trânsito – quando era transpor-tada por uma van da prefeitura.

A municipalidade, em apelação, alegou caso fortuito, já que o evento teria acontecido não por imperícia ou imprudência do motorista, mas sim em razão da quebra da barra de direção, com perda do controle da van, que, após rodar na estrada, capotou e foi parar sobre a vala que divide as pistas. O relator do recurso, desembargador João Henrique Blasi, disse que o ente municipal deve indenizar danos a particulares na prestação dos seus serviços.

Para isso, completou, basta a comprova-

ção do prejuízo e a re-lação causal, sem ne-cessidade de indicação de culpa ou dolo do agente público. Segun-do a câmara, mesmo que provada a quebra da barra, tal fato não configura caso for-tuito ou força maior. “Não se pode conce-ber como imprevisível ou inevitável a quebra de peça deficiente ou

mal revisada”, anotou o relator. Os desembargadores explicaram que

o recorrente poderia entrar com ação de regresso contra o fabricante do veículo ou a oficina da revisão, ainda que isso não tenha o poder de excluir sua responsabilidade objetiva pelo sinistro. Os julgadores desta-caram, ainda, o fato de a prefeitura não ter feito nenhuma prova capaz de dar suporte a suas alegações. A decisão foi unânime (Ap. Cív. n. 2013.011503-3).

Município indenizará filhos de mulher morta em acidente com carro oficial

Desembargador João Henrique Blasi

Um médico que trabalhava no Detran de Barra do Garças/MT foi condenado pela Justiça a qua-tro anos de reclusão por aprovar exames que jamais foram realiza-dos por candidatos a condutores.

O médico mantinha um es-quema com proprietários de auto-escolas que pagavam para que o profissional aprovasse os alunos, sem que os mesmos fos-sem submetidos a qualquer tipo de avaliação física.

Conforme denúncia oferecida pelo Ministério Público do Es-tado, o médico por várias vezes violou o sistema do Detran inse-rindo informações falsas relativas à aptidão física dos candidatos a condutores em exames médicos que não eram realizados, com fim de obter vantagem econômica.

Sindicância realizada para apurar as denúncias apontou que os proprietários das auto-escolas,

por questões obscuras, indicavam e até mesmo conduziam seus alu-nos para que fizessem a avaliação exclusivamente com o acusado.

O relatório apontado na sin-dicância destaca que o réu fazia em torno de 80% dos exames de aptidão na cidade, apesar de pelo menos quatro profissionais estarem credenciados. Destaco que em virtude desse esquema de indicação, o réu auferia, na época dos fatos, em torno de R$ 3 mil somente com a realização de exa-mes de aptidão, que totalizava, em média, 75 exames por mês. Em contrapartida, os demais médicos habilitados faziam em torno de 4 a 5 exames mensais, lucrando ganhos de R$ 160,00 a R$ 200,00.

De acordo com a decisão do magistrado, é visível e indiscutível que o réu tinha vantagem sobre os demais médicos credenciados.

médico que violou sistema do detran é condenado

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LEGISLATIVO

Os maiores de 60 anos de idade podem ficar isentos do pagamento de pedágio nas rodovias federais. É o que prevê o Projeto de Lei 5175/13, do deputado Sergio Zveiter (PSD-RJ). A proposta também aumenta de 3% para 10% a reserva de habitações do programa Minha Casa, Minha Vida para esse público.

Pela proposta, que altera o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/13), os idosos não terão de pagar pedágio se estiverem em veículo próprio, seja como condutor ou como carona.

“O pagamento de pedágio compromete os rendimentos dos idosos, prejudicando ou-tros gastos essenciais, como os ligados à saúde e à alimen-tação”, afirmou Zveiter.

traMitaçãoA proposta, que tramita

de forma conclusiva, será analisada pelas comissões de Desenvolvimento Urba-

no; de Viação e Transportes; de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

projeto isenta idoso do pagamento de pedágio em rodovias federais

Deputado Sergio Zveiter

A Câmara analisa o Projeto de Lei 5122/13, apresentado pelo deputado Ricardo Izar (PSD-SP), que obriga o funcio-namento por 24 horas, diaria-mente, dos serviços de ônibus em cidades com mais de 300 mil habitantes, e de metrôs e trens de regiões metropolitanas durante todas as horas nos finais de semana.

Segundo Izar, a aprovação da Lei Seca (11.705/08) tornou ainda mais urgente dar uma alternativa para que cidadãos possam ir a suas casas à noite sem o uso de automóveis. “Essa proibição não pode vir desacompanhada de uma solução para o transporte das pessoas nos grandes centros urbanos. O Estado tem o dever de oferecer uma alternativa acessível à grande massa da população”, disse.

Pela proposta, os metrôs e trens devem fun-

cionar em período integral apenas nos finais de semana, com intervalo não superior a 30 minutos entre as partidas, da 0 hora às 4 horas da manhã. Durante a semana, Izar lembra que é necessário o desligamento da rede durante a madrugada para reparos e manutenção.

A obrigação para ônibus, no entanto, é para todos os dias da

semana, com regras que devem ser definidas por regulamentação local, de responsabilidade dos municípios. Governos estaduais e municipais terão prazo de 120 dias após a aprovação dessa lei para passarem a cumpri-la.

tramitação - A proposta será analisada de forma conclusiva pelas comissões de Viação e Transportes; de Desenvolvimento Urbano; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

projeto obriga funcionamentode ônibus e metrô por 24 horas

Código de TrânsiTo Brasileiro (lei nº 9.503, de 1997)Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente (...)VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN.

Deputado Ricardo Izar

O transporte poderá passar a figurar como um dos direitos sociais previstos na Constitui-ção. É o que prevê a Propos-ta de Emenda à Constituição (PEC) 37/2013, apresentada pelo senador Randolfe Rodri-gues (PSOL-AP). A matéria aguarda a designação do relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

As manifestações realiza-das em todo o país durante o mês de junho, disse Randolfe Rodrigues, apontaram a neces-sidade de se incluir o direito de transporte entre os relacio-nados na Carta Magna. Saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e assistência aos de-samparados já são considerados, no artigo 6º da Constituição, direitos sociais.

O senador explicou que a

iniciativa para a PEC foi inspi-rada em proposta apresentada pela deputada Luíza Erundina (PSB-SP), para quem o trans-porte cumpre função social vital. Segundo a deputada, ressaltou Randolfe, o acesso aos meios de transporte pode ser determinante à emancipação social e ao bem-estar da parcela da população que não possui meios próprios de locomoção.

O senador ainda observou que os direitos sociais previstos na Constituição são cláusulas pétreas, portanto, não podem ser abolidas. A PEC, explicou, pode alterar o dispositivo cons-titucional para ampliar o rol de direitos.

“Com esta alteração, temos a certeza de que iremos avançar no sentido de assegurar a todos os cidadãos o direito essencial ao transporte público e de qua-lidade”, ressaltou o senador.

Transporte pode figurar como direito social na Constituição

A Comissão de Viação e Transportes rejeitou o Projeto de Lei 3626/12, do deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), com o objetivo de proibir o tráfego de motociclistas entre veículos ou entre a calçada e os veículos, utilizando os chamados “corredores”. Pelo texto, as motos e similares ficariam obrigados a trafegar exclusivamente pelo centro da faixa de rolamento. O projeto foi arquivado por ter sido rejeitado em caráter termi-nativo pela única comissão

de mérito. O relator, deputado Milton Monti (PR-SP), reco-nheceu que a proibição de circulação entre faixas ou en-tre os carros e a calçada traria maior segurança no trânsito, mas recomendou a rejeição do projeto porque ele traria três problemas maiores: o au-mento da retenção de tráfego; a dificuldade de fiscalização da proposta; e o aumento de colisão entre a moto e a trasei-ra de veículos de maior porte, choque que poderia ser fatal para os motociclistas.

Câmara rejeita proibição dotráfego de motos por “corredores”

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A falta de opções de trans-porte e estrutura deixou de ser desculpa para quem costuma beber e depois dirigir pelas ruas de Florianópolis. Desde o dia 12 de julho, a prefeitura da Capital disponibiliza sete novos pontos de táxis e vans com 25 vagas que funcionarão das 23h às 6h, todos os dias da semana, em locais estratégicos em frente a bares e casas no-turnas da cidade. Os pontos já estão sendo sinalizados pelo Ipuf (Instituo de Planejamento Urbano de Florianópolis) com placas.

O projeto da Diretoria de Operações de Trânsito do Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) pre-tende incentivar os motoristas a levarem a sério a recomen-dação da Lei Seca (11.705) e o slogan “Se beber, não dirija”. Qualquer táxi ou van poderá utilizar estes pontos, desde que estejam devidamente regula-mentados junto a prefeitura. A Secretaria de Mobilidade tam-bém auxiliará na fiscalização.

A ação ainda é um projeto

Lei seCAFlorianópolis terá mais pontos de táxi perto dos bares e casas noturnas

confira oS pontoS eSpeciaiS que coMeçaraM a Ser inStaladoS no dia 12:1 – Avenida Rio Branco, próximo à Concorde: 3 vagas

2 – Avenida Beira-mar Norte, próximo ao El Divino: 8 vagas

3 – Rua Henrique Valgas, próximo à Fields: 8 vagas

4 – Rua Menino Deus, próximo ao Bokarra e ao Mix Café: 2 vagas

5 – Rua Lúcio Vitorino de Souza, próximo à Santa Hora: 2 vagas

6 – Avenida das Rendeiras, próximo ao John Bull Pub: 2 vagas

7 – Praça República da Grécia, próximo ao Koxixo’s: 6 vagas (vans)

NOTA DO EDITOR: Esperamos que esta seja uma decisão definitiva e não apenas fogo de palha. Se perdurar, esta iniciativa será de suma importância. Porém, precisa ser bem planejada e executada, inclusive com a fixação de uma tabela de valores justa.

piloto e o diretor de operações de trânsito do Ipuf, Adriano Melo, afirma que a intenção é ampliar os pontos para outras regiões da ilha e continente posteriormente, mas ainda não há data definida. Os pontos instalados foram escolhidos de acordo com a demanda. O diretor explica que antes da implantação houve uma conversa com o sindicato dos taxistas, assim como Polícia Militar, Guarda Municipal e outros órgãos ligados ao assunto, e percebeu-se que estes pontos eram os que mais tinham demanda e atendiam aos objetivos do projeto.

Medida pode diMinuir a quantidade de in-fraçõeS

De acordo com Melo, além de oportunizar mais opções de transporte ao cidadão é tam-bém uma maneira de tentar tornar as vias da cidade mais seguras, evitando que outras vidas sejam colocadas em risco por causa de motoristas embriagados. “Além da organi-zação do trânsito, que às vezes fica tumultuado nesses pontos, as pessoas poderão ter certeza de que quando saírem da festa haverá  uma opção segura para ir embora”, afirmou Melo.

A tenente-coronel da Polí-

cia Militar Claudete Lehmkuhl acredita que este tipo de ação pode diminuir o número de infrações e acidentes por cau-sa da bebida e fará com que as pessoas que se arriscavam a dirigir depois de beber por falta de opção para voltar pra casa, repensem suas atitudes. “Hoje o grande problema, que as pessoas até usam como jus-tificativa para a imprudência, é a falta de estrutura de Floria-nópolis. A partir do momento que há oferta destas opções de transporte, não   há mais

argumentos”, afirmou.O chefe de operações de

trânsito da Guarda Municipal de Florianópolis, Valci Brasil, também pensa que as pessoas se sentirão mais seguras para sair, sem se preocupar com o retorno para casa. “Quanto mais serviços de apoio tiver-mos, melhor. Se a pessoa sai do bar e já vê o táxi ali facilita. Depois acaba se tornando há-bito e  pode mudar a cultura dessas pessoas acostumadas a beber e dirigir”, opinou. (Fonte: Notícias do Dia)

Em plena campanha eleito-ral e às vésperas da inaugura-ção de uma obra milionária no coração de Buenos Aires, um alto funcionário do governo da cidade admitiu no dia 20 de ju-lho que os congestionamentos no  trânsito  não têm solução na capital argentina.

“Não há nenhuma for-ma de diminuir os conges-tionamentos para os carros porque todos os dias novos automóveis vão para as ruas”, reconheceu o subsecretário de Transporte da cidade de Bue-nos Aires, Guillermo Dietrich.

O funcionário lembrou, no

entanto, que a administração do governador Mauricio Macri opta por premiar os cidadãos que não utilizam seu veículo

particular e optam pelo trans-porte público ou pela bicicleta.

“A única forma de andar-mos melhor na cidade é com

alternativas que não contri-buam para inchar ainda mais o trânsito. E isto só pode ser feito evitando os carros”, apontou Dietrich.

Suas declarações foram divulgadas no meio da cam-panha eleitoral da Argentina, as primárias acontecem em 11 de agosto, e às vésperas da inauguração da rede Metrobus no centro portenho, uma obra milionária que complicou o trânsito no centro de Buenos Aires durante meses e que mudou a fisionomia da em-blemática Avenida 9 de Julho.

Segundo estimativas ofi-

ciais, cerca de dois milhões de carros circulam por dia em Buenos Aires, o que representa um aumento de 40% nos últi-mos oito anos. As autoridades atribuem esse aumento da frota à melhora econômica e ao crescimento da área metro-politana da capital.

Especialistas denunciaram insistentemente a falta de in-vestimento em infraestrutura e vias rápidas, a insuficiência de estacionamentos e a neces-sidade de controlar o trânsito pesado em uma cidade por onde circulam diariamente pelo menos 50.000 caminhões.

Buenos Aires admite que problema de trânsito não tem solução

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Julho/Agosto de 2013 o monatran - 13

A nova campanha de trân-sito do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes (Parada – Um Pacto pela Vida), inicia-da no dia 14 de julho visa com-bater o transporte clandestino. A iniciativa é uma realização dos ministérios das Cidades, dos Transportes e da Agência Nacional de Transportes Ter-restres (ANTT).

O objetivo é alertar toda a população, mas em especial para as pessoas que buscam apenas passagens mais ba-ratas e não pensam ou não sabem dos riscos que estão correndo. O risco é percebido nas estatísticas: nas estradas, a maioria dos acidentes envolve

veículo pirata, já que esse tipo de transporte não segue as regras de segurança cobradas pela ANTT e não passa pelas certificações programadas.

Para combater esse cenário e impedir que o pior aconteça, a Polícia Rodoviária Federal e a ANTT têm feito intensas fiscalizações, para identificar esses transportes e não per-mitir que eles continuem a viagem.

O intuito é alertar sobre os riscos que o passageiro corre ao contratar um transporte pi-rata e de tentar inibir essa ação antes da compra. O objetivo é que o passageiro se conscien-tize e se lembre dos riscos que

Nova campanha alerta para os perigos de usar transporte clandestino

corre, orientando-o a optar pela compra de passagens de transportadoras regulares.

O conceito escolhido para essa campanha é: “QUEM VIA-JA DE TRANSPORTE PIRATA PODE FICAR PELO MEIO DO CAMINHO. NÃO EMBAR-

QUE NESSA”, o que mostra diretamente o risco ao contratar esse tipo de transporte.

A campanha contará com peças publicitárias e ações criadas para TV segmentada, rádio, e internet.

Essa é mais uma iniciati-

va do Governo Federal para reduzir em 50% o número de acidentes, entre 2011 e 2020.

Conheça as campanhas e tenha acesso a todo o material no site www.paradapelavida.com.br. Curta ainda a página facebook.com/paradapelavida.

A educação para o trânsito é funda-mental para o exercício da cidadania. Se desde cedo as pessoas se conscientizarem da importância de respeitarem as regras de trânsito em prol do bem comum, con-seguiremos mudar o triste cenário de mi-lhares de mortes no trânsito do nosso país.

No Brasil, ocorrem 124 mil acidentes de trânsito por ano, sendo que 43 mil são acidentes com morte. São vidas destruídas para sempre e muitos recursos públicos empregados em tratamentos. A maioria das mortes ocorre por falhas humanas, como ultrapassagem perigosa, não usar o cinto de segurança, ingerir bebida al-cóolica, dirigir com sono, não utilização da seta entre outros.

O Brasil é o quinto país do mundo com o maior número de acidentes de trânsito. Com isso em 2011 o Brasil fez um pacto com a ONU para reduzir em 50% de mortes no trânsito até 2020.

É fundamental que a educação para o trânsito seja contemplada nas escolas. Países desenvolvidos possuem em seu cur-

rículo escolar a educação no trânsito. No Brasil, em 1997, a educação para o trânsito foi instituída pela Lei nº 9.503, que institui o Código de Trânsito Brasileiro, para os níveis básico e superior.

No nível básico, a educação para o trânsito é abordada de maneira trans-versal, ou seja, inserido em diversas dis-ciplinas escolares. O objetivo é preparar cidadãos para enfrentar os desafios de se deslocarem com segurança no trânsito, respeitando o próximo, o meio ambiente e sua própria vida.

Na medida em que a quantidade de veículos aumenta em pequenas e grandes cidades, torna-se cada vez mais importan-te oferecer a todo cidadão uma base sólida para sua proficiência no trânsito.

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), com o objetivo de difundir e prestigiar as melhores ideias e práticas educacionais no trânsito lançou o Prêmio Denatran de Trânsito. Na sua XIII edição o prêmio destaca, através da criatividade de jovens e adultos, a valorização da vida,

da paz, a acessibilidade e mobilidade pro-porcionando uma convivência civilizada entre pedestres, condutores de veículos e autoridades de trânsito, bem como à adoção de comportamentos individuais e coletivos mais prudentes e seguros por parte de crianças, jovens e adultos no trânsito.

Os formatos para a inscrição de tra-balhos são diversos, incluindo histórias em quadrinhos, conto, pintura, poesia, paródia, mosaico, jingles, projeto peda-gógico, até trabalhos científicos, teses e dissertações. O XIII Prêmio Denatran em 2013 irá oferecer mais de R$ 30 mil em prêmios.

As inscrições já estão abertas e devem ser realizadas, exclusivamente, no sítio do Denatran (www.denatran.gov.br), no período de 01 de julho até 15 de agosto de 2013. Saiba mais sobre o concurso acessando www.denatran.gov.br. Dúvidas sobre o prêmio podem ser esclarecidas pelo endereço eletrônico [email protected].

Mais de R$ 30 mil para os trabalhos classificadospRêmio deNAtRAN de tRâNsito

Os trabalhos

incluem histórias

em quadrinhos,

conto, pintura,

poesia, paródia,

mosaico,

jingles, projeto

pedagógico,

até trabalhos

científicos, teses

e dissertações.

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CARTAS

Haja paciência!“Dia desses fui regularizar a

situação do meu carro no Detran e entre pagar as taxas devidas e passar pelos guichês devidos, fo-ram-se duas horas e vinte minutos de espera. Algo que surpreende, considerando o número de funcio-nários e o fato de estarem ligados a um sistema informatizado que, pela lógica, tornaria o processo mais célere. Ledo engano!”

lisiane Silveira - florianópo-lis/Sc

Próximas gerações“Sem dúvida alguma,

como bem afirmou o pre-sidente do MONATRAN em seu artigo, se os nossos políticos pensassem mais nas próximas gerações, ao invés de se fixarem nas próximas eleições, terí-amos um país bem mais estruturado e capaz de enfrentar os problemas de forma efetiva e não apenas paliativa. Mas, in-felizmente, o que vemos são governos olhando fixamente só para os seus umbigos, de preferência, querendo ganhar alguma coisa às custas do sofri-mento de toda a nação.”

antônio carlos Góes – Joinville/Sc

Mobilidade“De fato, conforme citado no

artigo do Dr. Ildo Rosa, nossas cidades estão carentes de uma política mais clara de mobilidade, pautada em licitações e contratos transparentes e honestos, sem in-terferências do poder político, que geralmente está com o chamado ‘rabo preso’ por conta dos finan-ciamentos de campanha. Espero que esta consciência cidadã e de-mocrática continue viva na cabeça dos eleitores que escolherão seus dirigentes federais e estaduais no próximo ano, sob pena de darmos continuidade à situação caótica em que nos encontramos.”

Júlio césar corrêa da costa – campo Grande/MS

Dinheiro“Impressionante saber que sobra

dinheiro para mobilidade urba-na no Brasil, ou pior, constatar a lentidão das ações que deveriam ser propostas e efetivadas pelas prefeituras e governo federal. O processo é moroso, os valores são superfaturados e, quando final-mente, começam as obras, já está na hora de um outro governo começar. Nesta hora, políticos mostram que não têm interesse em desenvolver projetos de adversários políticos e tudo volta a estaca zero e quem sofre é a população.”

Mércia Marques – São José/Sc

Lista Negra“Interessante a punição moral

adotada pelo Departamento Es-tadual de Trânsito de São Paulo. Acho óbvio e até evidente que quem perde a carteira de habilitação por dirigir bêbado, deve ser punido de forma mais efetiva. E, quem sabe, a vergonha de ter seu nome exposto em uma lista da irresponsabilidade contenha o mal hábito de dirigir embriagado.”

danilo Xavier – rio de Janeiro

Espaço Livre“É Dr. Daltro Halla... infeliz-

mente, não passamos de vaquinhas de presépio. A FIFA manda e a gente obedece, ou pior, os interesses econômicos de alguns prevalecem sobre os da coletividade quando se visa à ordem e à segurança.”

Sônia campos de almeida – florianópolis/Sc

Massa amorfa“Infelizmente, preciso concor-

dar com o articulista José Roberto Dias: ano após ano, governos e em-presas têm tratado seus cidadãos e usuários como uma massa amorfa, desrespeitando os mais elementares direitos de cidadania. Certamente, alguns dirigentes públicos e priva-dos têm uma catraca no lugar do cérebro que só funciona ao tilintar de moedas.”

Joana freitas – São paulo/Sp

Motos x emergências“É incrível como a questão do

excesso de motos e, por conse-quência, o aumento do número de acidentes já virou caso de saúde pública faz tempo e pouca coisa é feita para contornar esta situação. Os leitos nas emergências dos hos-pitais que já eram escassos, agora estão sempre lotados com vítimas da imprudência no trânsito e da falta de políticas públicas concretas em prol da mobilidade e da segu-rança viária.”

Gustavo Metzker – florianó-polis/Sc

Copa 2014“De fato, MUITA coisa

precisa melhorar até o ano que vem. E nem precisa ser estrangeiro para perceber. Temo que o nosso país quei-me o filme nesses eventos esportivos, ao invés de se destacar como destino turís-tico mundial. Não consigo entender por aqui se enrola tanto, nem por que as obras custam tão caro. Ou melhor, até sei que a razão é o roubo de muitos envolvidos, mas por que eles continuam con-seguindo fazer isso ano após ano?”

Manoel Gonçalves – São paulo/Sp

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Julho/Agosto de 2013 o monatran - 15

Eudes Quintino de Oliveira Júnior *ESPAÇO LIVRE Dr. Dirceu Rodrigues Alves Junior*

Situação de risco que se coloca o pedestre

A modernidade leva ao confor-to, facilidade, comunicação e muitas vezes coloca o ser

humano em condição de risco e pro-duz o surgimento de situação adversa. Os mais jovens dominam com mais facilidade e rapidez a tecnologia. Por isso, são os usuários mais comuns do celular, fone de ouvido e outros, em consequência as maiores vítimas de acidentes quando transitando nas ruas. Os atropelados com lesões múltiplas ocupam leitos dos hospitais. Torna-se uma doença epidêmica.

Múltiplos estudos mostram que a desatenção, imprudência, falta de conhecimentos básicos que deveriam compor a educação de trânsito desde tenra idade, como prevê o Código Trânsito Brasileiro, são motivos importantes que todos, envolvidos com a mobilidade humana deveriam respeitar integral-mente.

Para nossa mobilidade temos que manter em alto nível a atenção, concentração, vigília, raciocínio, agilidade motora, grande sensibilidade tátil, visão e audição. Sem isso não conseguiremos reduzir

nossos índices de atropelamentos, de óbitos e sequelados no nosso trânsito. Qualquer pensamento que não esteja voltado para mobilidade tem grande possibilidade de levar o pedestre a acidentes desastrosos. O uso da tecnologia encontrada no mercado é utilizada frequen-temente por quem está se deslo-cando a pé ou sobre rodas, o que é extremamente nocivo. Torna-se um ato inseguro que vai propiciar

o acidente.  Quando conectado ao celular, fone de ouvido ou a qualquer outro equipamento temos redução acentuada dos itens necessários para nossa caminhada como citamos anteriormente. O tempo de resposta às situações adversas, que poderão surgir, serão processadas com lentidão, propiciando a não reação em termos de defesa. O uso do celular e ou-tros equipamentos aumentarão em muito o tempo de resposta.

Em 2012, o DPVAT, Seguradora Líder pagou 25% de suas indenizações a acidentes com pedestres. Ve-jam que é um índice alarmante.

A legislação para o pedestre é irrisória e quanto à

punição inexiste. Daí a necessidade daquela educação que citamos anteriormente. A distração com uso de um fone de ouvido, onde se ouve música ou de um celular pode ser igual a um pequeno acidente com um buraco na calçada ou um degrau que não foi observado. Mas na travessia de uma via ou mesmo sobre a guia pode transformar-se em acidente gra-víssimo. Estar atento é uma necessidade constante. A máquina sobre rodas é extremamente perigosa e o pedestre extremamente vulnerável. O tempo nesse processamento é mínimo. O uso do celular aumentará em muito o tempo de resposta.

Há necessidade prioritária da educação como já dissemos, sem ela jamais mudaremos a cultura com relação à mobilidade humana. Conscientizarmos sobre cidadania, respeito, gentileza, preservação da vida, qualidade de vida, atos inseguros, condições inseguras e tudo mais que pode dar ao cidadão a ideia de que manter a sua integridade física é essencial para uma vida saudável e com qualidade.

A tecnologia fica para um momento de lazer e não para atos inseguros que podem propiciar um acidente que não conhecemos as consequências.

* Diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da ABRAMET.

Toda tecnologia

que vemos o

pedestre utilizando

é de alto risco

para que aconteça

o acidente. É um

ato inseguro.

A antecipação da idade mí-nima para dirigir, de 18 para 16 anos, é uma ideia recorrente em matérias submetidas ao Con-gresso Nacional. O mais recente projeto apresentado ao Senado com essa finalidade, o PLS 142/2013, do senador Magno Malta (PMDB-ES), está pronto para votação na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

Se depender do relator, sena-dor Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), no entanto, a medida não terá vez no Código de Trânsito Brasileiro. Ao justificar sua po-sição pela rejeição da matéria, ele afirma que o texto apresenta problemas de legalidade e cons-titucionalidade, pois abre cami-nho para a imputabilidade penal de menor de idade. A comissão deve decidir sobre o assunto a partir desse mês de agosto.

Em defesa de sua proposta,

Magno Malta afirma que no mundo atual os jovens assu-mem precocemente funções que “os tornam pessoas mais responsáveis e cientes das suas obrigações”. A seu ver, o direito de dirigir automóveis para quem já chegou aos 16 anos é coerente com os novos tempos.

Como exemplo, o senador lembra que esses jovens já con-

quistaram o direito ao voto. Também observa que hoje é comum o ingresso de estudantes nessa faixa etária nas universi-dades brasileiras.

“Com este encargo a mais, os jovens terão sua autonomia trabalhada e o senso de respon-sabilidade apurado”, argumenta na justificação.

Já Randolfe considera que a

concessão do direito de dirigir aos adolescentes desencadeará uma situação indesejável: se cometerem delitos de trânsito, eles passam a responder por atos tipificados como crime. Porém, como afirma, a “imputabilidade penal” de menor é vedada pela Constituição (artigo 228).

“Muito embora tenha inten-ções compreensíveis e louváveis, [o projeto] não resolve as difi-culdades legais e constitucio-nais que desencadeia”, salienta Randolfe, ao justificar o voto pela rejeição.

O senador lembra que os chamados “crimes de trânsito” estão tipificados no Código de Trânsito Brasileiro, entre os ar-tigos 302 a 312. Observa que as relações no trânsito podem dar lugar a atos considerados como crimes contra a integridade física, a vida ou o patrimônio das pessoas.

Depois da análise na CDH, a matéria seguirá para a Comissão de Constituição, Justiça e Cida-dania (CCJ), onde receberá de-cisão terminativa. Se aprovado e não houver recurso para que vá a Plenário, poderá seguir diretamente para a Câmara dos Deputados.

nota do editor: É impressionante como nossos legisladores têm insistido na aprovação de um projeto que é totalmente sem fundamento, gastando tempo precioso, no qual poderiam estar sendo de-finidos assuntos, de fato, pertinentes. Felizmente, ve-mos que o relator da CDH é dotado de bom senso e votará contra este absurdo.

proposta de redução da idade para dirigir está pronta para votação na comissão de direitos humanos

Senador Magno Malta Senador Randolfe Rodrigues

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16 - o monatran Julho/Agosto de 2013

A visita do Papa Francis-co ao Brasil causou muitas comoções. Uma delas, talvez uma das que mais repercutiu negativamente, foi resultado de um congestionamento no centro do Rio de Janeiro, onde o chefe de Estado e líder reli-gioso ficou retido e teve seu veículo cercado por fiéis.

Depois do secretário de Transportes do Rio de Janei-ro, Carlos Roberto Osório, culpar a Polícia Federal pelo incidente e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardo-zo, afirmar que a falha teria sido do pessoal da prefeitura, algumas autoridades respon-sáveis pela segurança do papa no Brasil divulgaram nota segundo a qual a retenção do carro de Francisco na Avenida Presidente Vargas teria ocor-rido por conta das opções do Vaticano e do próprio Sumo Pontífice.

De acordo com as autori-dades envolvidas na segurança do papa, a interdição da via

não estava prevista, pois tal providência somente será ado-tada nos trajetos realizados em carro aberto. “A retenção ocor-rida na Avenida Presidente Vargas decorreu de uma série de fatores, em especial opções do próprio Vaticano, relativas à visibilidade e ao contato com os peregrinos, manifes-tadas pelo Papa”, afirmaram as autoridades envolvidas na segurança de Francisco.

Na avaliação dos envolvi-dos com a segurança do papa, “a velocidade reduzida do comboio e a janela do veículo

aberta são fatos que demons-tram o perfil do Pontífice e incentivam a aproximação dos fiéis.”

Mesmo assim, o governo brasileiro entendeu que o es-quema de segurança montado para atender ao Papa Francisco nos dias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) foi um sucesso. Cardozo e o ministro Celso Amorim (Defesa) disse-ram que o Brasil teve aprovada a sua capacidade de segurança de grandes eventos nos dias da JMJ. Cardozo afirmou que a visita do Papa era o mais difícil

dos eventos que o país deve sediar entre este ano e 2016.

“Era um evento de massa, em que estávamos recebendo um chefe de Estado e líder religioso ao mesmo tempo, que atrai milhões de pessoas às ruas e que passou por dife-rentes pontos e por diferentes e longos trajetos. O Papa abriu mão do seu Papamóvel, de um veículo blindado, e optou por um veículo médio e com janelas grandes e abertas”, disse Cardozo.

“A visita do Papa demos-trou que o Brasil está prepa-rado, de forma inegável para a segurança de grandes eventos. Vivenciamos coisas novas. O próprio Papa e sua segurança agradeceram e reconheceram a excelência do trabalho” disse Cardozo.

Celso Amorim afirmou que ficou uma bela memória para o Brasil e para o mundo com a segurança do evento. Ele disse que 13.723 homens das Forças Armadas foram empregados,

dos quais 11.664 no Rio e 2.059 em Aparecida, em São Paulo.

Segundo o Ministério da Justiça, trabalharam na segu-rança do evento 6.008 profis-sionais, sendo 2.553 da Polícia Federal (PF), 2.050 da Polícia Federal Rodoviária (PRF) e 1.405 das Forças Nacionais de Segurança. Foram disponibi-lizadas para a segurança da JMJ 685 viaturas, cinco heli-cópteros,duas lanchas, além de jet skis e botes flexíveis. Nas rodovias, foram vistoriados 9.787 ônibus, a metade de toda a frota legalizada no país. A PRF realizou 3 mil notificações e 95 ônibus ficaram retidos.

O Papa participou de 20 atividades diferentes durante os dias da JMJ. Todos os des-locamentos do pontífice foram acompanhados em tempo real com uso de equipamentos de GPS, com imagens de helicóp-teros e vídeos feitos em terra, por câmeras instaladas nas ruas, informou o Ministério da Justiça.

Autoridades responsabilizam papa por ficar preso no trânsito