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LIÇÃO 01 O MUNDO DO APÓSTOLO PAULO 03 de outubro de 2021 Professor Alberto TEXTO ÁUREO "Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para leva o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel" (At 9.15). VERDADE PRÁTICA 1

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LIÇÃO 01O MUNDO DO APÓSTOLO

PAULO

03 de outubro de 2021Professor Alberto

TEXTO ÁUREO

"Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vasoescolhido para leva o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos

filhos de Israel" (At 9.15).

VERDADE PRÁTICA

1

Segundo a sua soberana vontade, Deus usa as circunstâncias parafazer uma grande obra.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 26.1-7

1.- Depois, Agripa disse a Paulo: Permite-se-te que te defendas.Então, Paulo, estendendo a mão em sua defesa, respondeu:

2.- Tenho-me por venturoso, ó rei Agripa, de que perante ti mehaja, hoje, de defender de todas as coisas de que sou acusado pelosjudeus,

3.- mormente sabendo eu que tens conhecimento de todos oscostumes e questões que há entre os judeus; pelo que te rogo queme ouças com paciência.

4.- A minha vida, pois, desde a mocidade, qual haja sido, desde oprincípio, em Jerusalém, entre os da minha nação, todos os judeusa sabem.

5.- Sabendo de mim, desde o princípio (se o quiserem testificar),que, conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu.

6.- E, agora, pela esperança da promessa que por Deus foi feita anossos pais, estou aqui e sou julgado,

7.- à qual as nossas doze tribos esperam chegar, servindo a Deuscontinuamente, noite e dia. Por esta esperança, ó rei Agripa, eu souacusado pelos judeus.

INFORMAÇÕES INICIAIS

4º Trimestre de 2021 – Outubro, novembro e dezembro

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Título: O Apóstolo Paulo – Lições da Vida e Ministério do Apóstolo dosGentios para a Igreja de Cristo.

Comentarista: Pastor Elienai Cabral

Elienai Cabral é Pastor, conferencista, teólogo, membro da Casa de LetrasEmílio Conde, comentarista de Lições Bíblicas da CPAD e membro doConselho Administrativo da CPAD. Autor dos livros “Comentário Bíblico deEfésios”, “Mordomia Cristã”, “A Defesa do Apostolado de Paulo – Estudo naSegunda Carta aos Coríntios”, “Comentário Bíblico de Romanos”, “ASíndrome do Canto do Galo”, “Josué – Um líder que fez diferença”,“Parábolas de Jesus” e “O Pregador Eficaz”. Na Academia de Pregadores, oPr. Elienai Cabral integra o Corpo docente do Curso Médio em Teologia.

Pastor Elienai Cabral

SUMÁRIO:

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Lição 1. O Mundo do Apóstolo Paulo

Lição 2. Saulo de Tarso, o Perseguidor

Lição 3. A Conversão de Saulo de Tarso

Lição 4. Paulo, a Vocação para ser Apóstolo

Lição 5. “Jesus Cristo, e este Crucificado” – A Mensagem do Apóstolo

Lição 6. Paulo no Poder do Espírito

Lição 7. Paulo, o Plantador de Igrejas

Lição 8. Paulo, o Discipulador de Vidas

Lição 9. Paulo e sua Dedicação aos Vocacionados

Lição 10. Paulo e seu Amor pela Igreja

Lição 11. O Zelo do Apóstolo Paulo pela Sã Doutrina

Lição 12. A Coragem do Apóstolo Paulo diante da Morte

Lição 13. A Gloriosa Esperança do Apóstolo

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO

"Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vasoescolhido para leva o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos

filhos de Israel" (At 9.15).

O texto áureo deste domingo é uma citação da Conversão de Saulo nocaminho de Damasco (Atos 9.1-31). O texto áureo especificamente é aresposta de Deus a Ananias.

“Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim umvaso escolhido para levar o meu nome...” – Neste versículo podemos

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observar que Deus intervém na história humana. A história da humanidade,em especial a história do povo de Israel, não pode ser esquecida peloscrentes, pois quando lembramos das coisas passadas (história) podemoscompreender que desde a antiguidade Deus tem se manifestado ahumanidade.

A história não é destituída de significado, conforme prega oexistencialismo, e nem é controlada por alguma força cósmica e impessoal,conforme pregava Hegel, e nem é controlada pelo determinismo econômico,conforme escreveu Karl Marx e se propagou pelo sistema socialista-comunista ou a esquerda de modo genérico, e nem finalmente é algomisterioso, conforme análise dos evolucionistas, pois, ao lembrarmos dascoisas passadas desde a antiguidade Deus mostra-se soberano intervindo nahistória da humanidade, essa é uma indicação bíblica geral e a profeciabíblica repousa sobre essa realidade: "Lembrai-vos das coisas passadasdesde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outrosemelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde aantiguidade, as coisas que ainda não sucederam” (Is 46.9-10).

As instituições humanas, como a família (Gn 1.28; 2.20), o governohumano (Gn 9.5-6; Rm 13.1-7), e o aparecimento e desaparecimento dasnações (Atos 17) são atribuídas à vontade e ao controle divino. A história daIgreja também está sob o controle de Deus (1 Co 10.32).

O profeta Daniel vinculou os seres celestes aos acontecimentoshistóricos, como o surgimento, o caráter e a queda das nações (Dn 10.13,21 e12.1). Outros fatores relevantes e controladores atuaram, durante toda ahistória do povo de Israel, sendo essa a nação messiânica, pois o Messias éDeus entre os homens, é Deus na história humana: “... mas vindo aplenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,nascido sob a lei,” (Gl 4.4).

No nosso texto áureo (At 9.15-16) fica claro que Deus conhecia Saulo eAnanias, bem como o contexto da vida de ambos, e os dois fariam parte dodesígnio, do plano de intervenção de Deus na história da Igreja.

Deus não apenas criou todas as coisas, mas também conserva ointeresse pela sua criação, dirigindo e exercendo a influência da sua vontadesobre a nossas vidas, para cumprimento de seus propósitos, galardoando epunindo os homens, e de modo geral, intervém sobre a vida humana, sendoele o alvo essencial de todos os homens: “A minha alma tem sede deDeus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”(Salmo 42.2).

Nosso texto áureo (Atos 9.15-16) nos mostra ainda que Deus nãotem apenas um interesse geral e coletivo, reduzindo os homens em números

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ou sem nomes, pelo contrário, o SENHOR se interessa individualmente pelavida de cada um de nós, tendo uma missão para cada pessoa.

Dessa forma, todos os que aceitam ao Senhor Jesus como seu Salvador,podem ser “vasos” ou instrumentos de bênçãos: “Temos, porém, essetesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja deDeus e não de nós” (2 Co 4.7).

Saulo foi um vaso escolhido, selecionado. O Senhor Jesus escolheuSaulo, antes deste ter escolhido ao Senhor Jesus. E o próprio Paulo, jáapóstolo, sentia ser um vaso de barro (2 Co 4.7), indigno de encerrar tãogrande tesouro. De fato, a mensagem que Ananias levaria a Saulo era umgrande tesouro: “E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe asmãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu nocaminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejascheio do Espírito Santo” (At 9.17); “E ele disse: O Deus de nossos paisde antemão te designou para que conheças a sua vontade, e vejasaquele Justo e ouças a voz da sua boca” (Atos 22.14); “Mas levanta-tee põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para te pôr porministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelaspelas quais te aparecerei ainda” (Atos 26.16).

A citação de vaso neste contexto pode ser uma alusão aos vasos dotemplo em Jerusalém, utilizados nas cerimônias ao SENHOR, porém apalavra pode significar qualquer tipo de instrumento. Deus intervém nosacontecimentos da vida de um homem, a fim de torná-lo apto para o tipo devaso que deve ser para a obra particular que ele precisa realizar na vida.Assim no caso de Saulo de Tarso, tudo quanto ele fora e aprendera aeducação que recebera o seu preparo intelectual na fé judaica, e até mesmosua personalidade, contribuía para fazer dele um vaso como Deus queria.

Deus utiliza os dotes naturais de cada pessoa, e ordena sua forma detreinamento e desenvolvimento antes mesmo de sua conversão, a fim deprepará-lo para a obra e a missão que deve receber, após a sua conversão.

“...levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhosde Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At9.15,16) – qual é o nome que Saulo de Tarso deveria levar? “Sejaconhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome deJesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quemDeus ressuscitou dentre os mortos, em nome desse é que este estásão diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, osedificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhumoutro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outronome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (;At

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4.10-12). “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e oshomens, Jesus Cristo homem” (1 Tm 2.5).

O Senhor Jesus declara a Ananias que Saulo, seria um grandeinstrumento de anunciação do evangelho, e que tornaria alvo de grandesperseguições e passariam por muitas provações, padeceria pelo seu nome.

O Senhor Jesus declara claramente que Saulo levaria seu nome a trêsgrupos de pessoas: aos gentios (nações), as autoridades (reis) e ao povo deIsrael (judeus).

Paulo basicamente sozinho estabeleceu a igreja em quase todo impérioromano, no mundo getílico. Foi ele que ergueu o cristianismo a posição dereligião mundial, alterando assim todo o curso da história humana e domundo.

Paulo foi o mais qualificado servo de Jesus para dar testemunho àsautoridades, e pregou mesmo perante governadores e reis do mundo deentão, como exemplo ao rei Agripa e perante os da casa de César (At 20.12;Fp 4.22).

Paulo levou o evangelho ao povo de Israel, ele era da tribo debenjamim, e iniciou vários trabalhos missionários a partir da sinagoga dosjudeus, pois primeiramente onde quer que fosse, levava a mensagemprimeiro aos filhos de Israel, aos judeus e depois aos gentios.

Paulo cumpriu essas três esferas de atividade na disseminação doevangelho de Jesus, ultrapassou sem dúvida em trabalho e atividadequalquer outro cristão primitivo, porque como disse o Senhor Jesus aAnanias: “...Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levaro meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. E eulhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At 9.15,16).

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O assunto deste trimestre é a vida do apóstolo Paulo. Para compreendê-lo melhor, veremos como era o mundo que o apóstoloatuava.

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Por isso, o texto áureo desta lição apresenta como Paulo foi vocacionado paralevar o nome de Jesus diante dos gentios (At 9.15)..

I. O MUNDO DE PAULO NO IMPÉRIOROMANO

1.1. Entendendo a origem de Paulo.

Há poucas informações concretas acerca da vida cronológica de Paulo, comosua data de nascimento, formação cultural e religiosa.

Geograficamente, Paulo (nome romano) era natural de Tarso, capital daCilicia, que ficava às margens do rio Cydnus, na Ásia Menor.

Sobre o seu nascimento, não temos data precisa.

Talvez tenha ocorrido no ano 5 a.C.

Dessa forma, quando o nosso Senhor foi crucificado, Paulo poderia ter entre30 e 35 anos de idade.

1.2. A geografia do mundo de Paulo.

Geograficamente, o mundo gentílico estava sob o domínio do ImpérioRomano.

Naqueles dias, entre o ano 33 e 35 d.C., o imperador era Tibério.

A dimensão geográfica do Império Romano permitia excelentespossibilidades de viagens missionárias.

Segundo informes da história, a malha viária abrangia em torno de 300 milquilômetros, sendo que 90 mil quilômetros apresentavam condiçõesexcelentes para viajar.

As estradas do império, bem como as vias marítimas, foram de grandeimportância para a expansão da fé cristã.

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Pelo Espírito Santo, o apóstolo percebeu as oportunidades incríveis para adisseminação do Evangelho no império.

Ele usou todos os meios possíveis de transporte da época, inclusive naviospelas vias marítimas, nas quais sofreu naufrágios e enfermidades.

Assim, a geografia do mundo paulino tem papel essencial para a plantaçãodas primeiras igrejas.

Por isso, devemos pensar nas oportunidades que Deus nos dá para aeficiência da evangelização urbana e do campo.

1.3. Paulo, chamado para os gentios.

Atos 9 mostra que, em sua infinita sabedoria e presciência, Deus separouPaulo e o chamou a partir de uma experiência espiritual impressionante, bemdiferente dos demais apóstolos, para levar o nome de Jesus ao mundogentílico (At 9.15).

Ele soube que seu apostolado não se daria em Jerusalém, que já tinha Pedro,Tiago (o irmão do Senhor) e João, além dos outros apóstolos que ainda nãohaviam se espalhado pelo mundo.

Por isso, Atos 26 menciona o testemunho pessoal do apóstolo perante o reiAgripa: "Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci poristo, para pôr por ministro e testemunha [...] dos gentios, a quemagora te envio" (26.16,17).

Enquanto os apóstolos de Cristo restringiam-se a anunciar Jesus aos judeus,nosso Senhor convocava Paulo, de maneira dramática, para ser "apóstoloentre os gentios" (Rm 1.1; 1 Co 1.1; Ef 1.1).

Nosso Senhor continua a chamar pessoas para um ministério.

Precisamos estar sensíveis à voz do Espírito Santo a nos chamar.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

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A "pax romana", a geografia e os meios detransporte urbanos e do campo do império romano

contribuíram para a propagação do Evangelho.

II. O MUNDO CULTURAL DE PAULO

2.1. A língua mundial daqueles dias era o grego.

Para o povo judeu, o hebraico e o aramaico eram línguas nativas.

Entretanto, apesar de a Palestina e todos os demais países do médio-orienteestarem sob a autoridade do Império Romano, prevaleceu a língua do gregokoinê, possibilitada pela infraestrutura de comunicação do império.

O koinê era uma língua popular muito difundida na época.

O Novo Testamento foi escrito no grego koinê, e o apóstolo Paulo falava eescrevia fluentemente tanto o grego como o hebraico e o aramaico.Utilizando o grego, Paulo teve uma formação básica em Tarso e,posteriormente, foi levado por seu pai, que era judeu e pertencia ao grupodos fariseus em Jerusalém, para aprender e conhecer em profundidade aTorah aos pés do rabino Gamaliel.

Aqui, é possível refletir acerca do uso das principais línguas do mundo(inglês, francês, espanhol, mandarim) para a obra da evangelização.

2.2. O mundo cultural do apóstolo Paulo.

O Império Romano respeitava a diversidade religiosa, desde que serespeitassem os deuses do império.

Em Roma, havia os cultos a entidades gregas como Eteusis, Dionísio, Atis,que se integravam com divindades egípcias como Osíris, ísis, Serapis, bemcomo as divindades orientais Mitras e Asclépio, uma divindade de cura.

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Havia divindades da Ásia Menor sob o domínio do império em Éfeso,Colossos e Corinto, tais como Diana, Artemis e outras mais.

Essa diversidade religiosa acabou facilitando a propagação do nome deJesus, pregado pelos apóstolos.

A realidade atual das diversidades culturais e religiosas pode abrir caminhospara que, de maneira inteligente, evangelizemos o mundo, nos termos doapóstolo Paulo, no areópago de Atenas (At 17.15-34).

2.3. A influência da filosofia grega.

Nesse mundo religioso havia a influência filosófica grega.

Essencialmente, o Império Romano era politeísta e Paulo referiu-se a isso em1 Coríntios 8.5.

A influência filosófica grega, especialmente do gnosticismo, era muito forte eacabou influenciando o pensamento de muitos cristãos daqueles dias.

Os líderes da Igreja da época tiveram de refutar com veemência as teorias dognosticismo, cujos adeptos queriam misturá-las com a doutrina pura deCristo.

Naturalmente, pelo fato de ter vivido naquele mundo, Paulo teve defortalecer a doutrina cristã sobre Deus, fé, Jesus, Espírito Santo, graça esalvação.

O apóstolo, indiscutivelmente, se tornou o grande defensor do Evangelho deCristo.

Como proclamadores do Evangelho, devemos pensar em estratégias a fim deque nossos jovens e adolescentes, bem como a maturidade cristã, possamexpressar as razões da fé com mansidão e temor diante dos não crentes (1 Pe3.15).

SINOPSE DO TÓPICO (II)

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O grego koinê era a principal língua do tempo doapóstolo e, como mola propulsora da cultura grega,

ela contribuiu para a propagação da mensagemescrita do Evangelho.

III. O MUNDO RELIGIOSO DE PAULO

3.1. Paulo se identifica como judeu.

Em Atos 22.3, Paulo declara a sua defesa em Jerusalém, diante dos judeusque se opunham à sua mensagem, tratando-o como traidor da fé judaica: "Eusou judeu, nascido em Tarso da Cilicia".

Ele falava em hebraico para aquela plateia, quando todos esperavam que fa-lasse apenas em grego.

O apóstolo tinha o sangue de pais judeus.

Seu pai era fariseu zeloso e influente na sinagoga em Tarso, e o criou paraser um fariseu, tanto quanto ele mesmo.

3.2. Paulo foi criado dentro da fé judaica.

A circuncisão foi uma lei obedecida pelos pais de Paulo, que o circuncidaramaos oito dias de nascido (Fp 3.5).

Uma vez que os judeus valorizavam muito as genealogias, o apóstolo se de-clarou da tribo de Benjamim.

Dentro da fé judaica, Paulo se tornou um defensor ardoroso da Torah, e obe-decia a todas as regras e leis requeridas, especialmente, pelos fariseus.

Ele era um religioso extremamente zeloso, no sentido de cumprir piamente alei de Moisés (Gl 1.14).

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O apóstolo deu testemunho de que havia sido instruído no conhecimento daTorah desde sua meninice aos pés do rabino Gamaliel, pois conhecia tudo deritos, Leis e regras que regiam o Santuário e Israel.

3.2.a) Paulo teria sido casado?

Não existe resposta infalível para essa pergunta.

Aqueles que são da opinião afirmativa, salientam o fato que, conforme aopinião dos judeus, era uma desgraça um homem continuar solteiro depoisdos vinte anos de idade, sendo isso considerado até mesmo a desobediência aum mandamento, o qual determina: “Não é bom que o homem estejasó...” (Gn 2.18).

E essa passagem bíblica era reputada pelos judeus como mandamento quetornava obrigatório o casamento: “E, na minha nação, excedia emjudaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso dastradições de meus pais” (Gl 1.14).

Além disso, é possível que Saulo de Tarso houvesse sido membro do sinédrio(At 26.10); e essa condição teria exigido de forma absoluta que ele fossecasado.

Por essa razão, e com base em 1 Coríntios 7.7-8’, alguns eruditos supõemque ele se reputava pertencente à classe dos “viúvos”.

A Mishnah judaica fixava a idade do casamento aos dezessete anos, e osjudeus da Babilônia recomendavam que essa idade fosse diminuída para oscatorze anos.

Entre os judeus, pois, o casamento era reputado como um “dever”.

Por outro lado, havia no judaísmo no período interbíblico, certa tradição decelibato, especialmente entre os essênios.

A realidade dos fatos é que não dispomos de meios que nos capacitem aencontrar solução para esse problema.

Quase todos os intérpretes favorecem a ideia de que Paulo fora casado, masquando deu início às suas jornadas missionárias, não há qualquer evidênciade que ele tivesse esposa ou filhos, e, sim, bem pelo contrário. (1 Co 9.5).

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Portanto, se porventura houvesse sido casado, por essa altura dosacontecimentos tinha enviuvado.

Também é possível que Paulo tivesse sido abandonado pela esposa, devido asua conversão a Cristo, porquanto as leis judaicas sobre esse particular eramextremamente frouxas.

Todavia, o fato que em nenhum trecho de seus escritos há qualquer indíciode que Paulo tivesse esposa e filhos, e isso favorece a ideia que elepermaneceu solteiro, segundo as tradições típicas dos essênios, semimportar se ele manteve ou não contatos sólidos com esse grupo religiosodos judeus.

O trecho de Atos 26.10: “...contra estes dava o meu voto...”, referindo-seàs ações do Sinédrio contra os primitivos cristãos.

Mas esse termo não precisa significar que Paulo realmente participasse davotação pelos membros do Sinédrio, conforme alguns intérpretes têmpensado, embora haja uma tradição de que de fato ele fora membro doSinédrio (At 9.1; 26.10)

“Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficaremcomo eu” (1 Co 7.8), isto é, para seu bem-estar espiritualmente falando,porque tal estado é “melhor” do que o estado dos casados, conforme vemosno trigésimo oitavo versículo deste capítulo.

Mas não nos esqueçamos que tudo isso reflete a opinião pessoal de Paulo,limitada àqueles que têm dom divino para tanto.

Este versículo, por aquilo que declara, não deixa entendido que Paulo nãofora casado, e nem, que subsequentemente, enviuvou.

As palavras “...estado em que também eu vivo...” que dizer tão-somenteque solteiros e viúvos viviam celibatários, que era como Paulo também vivia.

Paulo em 1 Coríntios 7 apresenta vários ensinamentos e conselhos acercados quais não tinha qualquer declaração direta, ou mandamento dado peloSenhor Jesus, por isso declara: “Mas, aos outros, digo eu, não oSenhor...” (1 Co 7.12), e “Ora, quanto as virgens, não tenhomandamento do Senhor, dou, porém o meu parecer...” (1 Co 7.25).

Paulo diz que não tinha “mandamento” do Senhor sobre o qual se estribas-se, razão pela qual apresentava tão-somente a sua “opinião ou parecer”.

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3.3. O mundo: palco da mensagem de Paulo ao povo gentílico.

O mundo missionário dos apóstolos de Jesus restringia-se, numa visão inicial-mente limitada, apenas ao povo judeu (At 11.19).

Quando o Senhor convocou Paulo, o chamou pelas características de que pre-cisava para disseminar o Evangelho no mundo gentílico.

As culturas romana e grega que Paulo adquiriu, davam-lhe condições de pe-regrinar pelo mundo gentílico.

Ele plantou igrejas na Galácia, Acaia e Ásia Menor. 0 apóstolo não se impor-tava com status social, pois tinha bagagem cultural para entrar nos palácios,nos sinédrios judeus, nas praças do Areópago em Atenas.

Portanto, o mundo dos gentios foi o palco que o Espírito Santo montou paraque Paulo pregasse o nome de Jesus e estabelecesse novas igrejas por ondepassasse.

O mundo de hoje é esse mesmo palco que o Espírito Santo preparou para quepreguemos o Evangelho com a graça de Deus.

SINOPSE DO TÓPICO (III)

O apóstolo Paulo se identifica como judeu, pois elefoi criado dentro da fé judaica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cultura geral que Paulo adquiriu ao Longo da vida tornou-o capaz deenfrentar os oponentes do Evangelho com ousadia e ciência.

Diante de reis, governadores, tribunos e autoridades religiosas, o apóstoloera excelente orador e arguto no conhecimento de várias ciências.

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Paulo tinha uma personalidade forte e dinâmica, orientada por convicçõesprofundas, e perseguia seus objetivos com desvelo e grande envolvimentoemocional.

O mundo do apóstolo foi o que Deus lhe abriu para que comunicasse oEvangelho de Cristo.

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RENOVA TURISMO

PS.- Israel está aceitando no momento, pequenos grupos de turistas,mas não do Brasil, daí a necessidade de mudança da data.

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