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O NARRADOR Narrador-personagem participa dos fatos e é também uma das personagens. Narrador-observador não participa da história; é um mero observador. 1. Dos textos abaixo, indique aquele cujo narrador é narrador-observador: a) E uma noite, depois de acabar de rezar e depois que vovó Catarina apagou a vela do quarto, eu quis ler no escuro. Ergui as mãos e fui tocando a espessura negra à volta da cama. E aí a noite ficou presa entre meus dedos, silenciosamente adormecida até o alvorecer... (Ilka Brunhilde Larito. A menina que fez a América.) b) Havia um menino diferente dos outros meninos: tinha o olho direito preto, o esquerdo azul e a cabeça pelada. Os vizinhos mangavam dele e gritavam: - Ó pelado! Tanto gritaram que ele se acostumou, achou o apelido certo, deu para se assinar a carvão, nas paredes: Dr. Raimundo Pelado. (Graciliano Ramos. A terra dos meninos pelados.) 2. Reescreva o texto abaixo, transformando o narrador-personagem em narrador-observador: Fui para casa impressionado com a história dos milagres. De noite, na cama, continuei pensando no filme, sem conseguir dormir. O que me intrigava era a espécie de milagres que o homem pedia: tudo bobagem, a bengala virar árvore, salvar o mundo, coisas assim. Comigo, seria diferente. Eu haveria de pedir ouros milagres. Como por exemplo [...] (Fernando Sabino. O menino no espelho.) 3. Suponha que você e seus amigos estejam reunidos no pátio da escola, numa aula vaga, contando fatos da infância. As histórias são muitas, algumas tristes, outras muito engraçadas. Vocês, então, combinam que cada um vai escrever uma dessas histórias para que elas não caiam no esquecimento, e depois vai trocá-las com um amigo. As histórias serão guardadas em envelopes que só serem abertos após dez anos, em uma festa, na qual vocês estarão reunidos novamente para lê-las, rememorar esse tempo de escola e se divertir. Realize uma dessas propostas: a) Crie um pequeno texto narrativo, com narrador-personagem, contando um fato de sua infância em que, por um motivo qualquer, você se sentiu diferente de outra pessoa, parente ou amigo. b) Crie um pequeno texto narrativo, com narrador-personagem, contando um fato relacionado a alguma travessura de um de seus amigos. O nome desse amigo não deve ser revelado, mas devem ser dadas pistas para que, daqui a dez anos, os outros colegas possam tentar adivinhar quem foi o protagonista da história.

O narrador exercícios

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O NARRADOR

Narrador-personagem � participa dos fatos e é também uma das personagens.

Narrador-observador � não participa da história; é um mero observador.

1. Dos textos abaixo, indique aquele cujo narrador é narrador-observador:

a) E uma noite, depois de acabar de rezar e depois que vovó Catarina apagou a vela do quarto, eu quis ler no escuro. Ergui as mãos e fui tocando a espessura negra à volta da cama. E aí a noite ficou presa entre meus dedos, silenciosamente adormecida até o alvorecer...

(Ilka Brunhilde Larito. A menina que fez a América.)

b) Havia um menino diferente dos outros meninos: tinha o olho direito preto, o esquerdo azul e a cabeça pelada. Os vizinhos mangavam dele e gritavam: - Ó pelado! Tanto gritaram que ele se acostumou, achou o apelido certo, deu para se assinar a carvão, nas paredes: Dr. Raimundo Pelado.

(Graciliano Ramos. A terra dos meninos pelados.)

2. Reescreva o texto abaixo, transformando o narrador-personagem em narrador-observador: Fui para casa impressionado com a história dos milagres. De noite, na cama, continuei pensando no filme, sem conseguir dormir. O que me intrigava era a espécie de milagres que o homem pedia: tudo bobagem, a bengala virar árvore, salvar o mundo, coisas assim. Comigo, seria diferente. Eu haveria de pedir ouros milagres. Como por exemplo [...]

(Fernando Sabino. O menino no espelho.)

3. Suponha que você e seus amigos estejam reunidos no pátio da escola, numa aula vaga, contando fatos da infância. As histórias são muitas, algumas tristes, outras muito engraçadas. Vocês, então, combinam que cada um vai escrever uma dessas histórias para que elas não caiam no esquecimento, e depois vai trocá-las com um amigo. As histórias serão guardadas em envelopes que só serem abertos após dez anos, em uma festa, na qual vocês estarão reunidos novamente para lê-las, rememorar esse tempo de escola e se divertir. Realize uma dessas propostas: a) Crie um pequeno texto narrativo, com narrador-personagem, contando um fato de sua infância em que, por um motivo qualquer, você se sentiu diferente de outra pessoa, parente ou amigo. b) Crie um pequeno texto narrativo, com narrador-personagem, contando um fato relacionado a alguma travessura de um de seus amigos. O nome desse amigo não deve ser revelado, mas devem ser dadas pistas para que, daqui a dez anos, os outros colegas possam tentar adivinhar quem foi o protagonista da história.