33
DISCIPLINA: TEORIA DA LINGUAGEM DOCENTE: PROF. DR. ROBERTO G. CAMACHO DISCENTES: LUANA PASSOS E LUDMILA B. A. FUNO “O nascimento das metalinguagens” C am pus de S ão José do R io Preto

“O nascimento das metalinguagens”

  • Upload
    junius

  • View
    24

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

“O nascimento das metalinguagens”. DISCIPLINA: TEORIA DA LINGUAGEM DOCENTE: PROF. DR. ROBERTO G. CAMACHO DISCENTES: LUANA PASSOS E LUDMILA B. A. FUNO. “Um horizonte de retrospecção”. Reflete sobre a constituição dos saberes acerca da linguagem humana; Escrita; Gramatização. . - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

Page 1: “O nascimento das metalinguagens”

DISCIPLINA: TEORIA DA LINGUAGEMDOCENTE: PROF. DR. ROBERTO G. CAMACHODISCENTES: LUANA PASSOS E LUDMILA B. A. FUNO

“O nascimento das metalinguagens”

Campus de São José do Rio Preto

Page 2: “O nascimento das metalinguagens”

“Um horizonte de retrospecção”

Reflete sobre a constituição dos saberes acerca da linguagem humana;

Escrita;Gramatização.

“... o cerne do nosso propósito é o saber metalingüístico constituído e/ ou em via de constituição , qualquer que seja sua proximidade (...) ou sua distância em relação à consciência epilingüística” (p. 16).

Page 3: “O nascimento das metalinguagens”

Um horizonte de retrospecção/ um horizonte de projeção

Retrospecção: memória;

Projeção: projeto.

Page 4: “O nascimento das metalinguagens”

Identidade: uma origem

Um esboço para a origem dos estudos lingüísticos, enquanto ramo científico:

“Uma forma de saber e de prática teórica nascida no século XIX em um contexto determinado e que possui objetos determinados” (12)

Page 5: “O nascimento das metalinguagens”

Identidade: o objeto de estudos

“É preciso situar nosso objeto em relação só a um campo de fenômenos apreensíveis à altura da consciência cotidiana. Seja a linguagem humana, tal como ela se realizou na diversidade das línguas, [que] saberes se constituíram a seu respeito, este é nosso objeto.” (13)

Page 6: “O nascimento das metalinguagens”

O mito da incomparabilidade

Uma estratégia para não se prender ao mito da incomparabilidade, segundo o autor, seria fazer uso de analogias, pois elas permitem constatar recorrências ao longo do tempo.

Page 7: “O nascimento das metalinguagens”

O saber científico, um saber científico

Quando o autor se dispõe a explanar sob que forma, no tempo, se constitui o saber lingüístico, ele se dispõe também a postular sobre a maneira como se institui o saber científico de modo mais geral:

Page 8: “O nascimento das metalinguagens”

Explicando melhor

Na relação que se estabelece entre o eu e o objeto, deve-se assumir que há limitações do eu. Mas é possível desenvolver os conhecimentos acerca do objeto!

“O que modera nosso historicismo é um realismo metodológico que concede consistência ao saber e independência aos fenômenos em sua existência, em relação a este saber”. (15)

Page 9: “O nascimento das metalinguagens”

Explicando melhor

Na relação que se estabelece entre o eu e o objeto, deve-se assumir que há limitações do eu. Mas é possível desenvolver os conhecimentos acerca do objeto!

“Por mais relativista que pudéssemos ser, (...) existem condições objetivas que fazem com que esta ou aquela escolha – evidentemente obrigada pelas condições em que aparece – abra para possibilidades diferentes segundo a natureza própria de seu conteúdo”. (15)

Page 10: “O nascimento das metalinguagens”

Epilinguísmo e metalinguísmo

Permite produzir e entender jogos de linguagem

Metalinguagem; Permite mais do que entender e produzir piadas sobre a linguagem, permite desenvolver reflexões a respeito do funcionamento das piadas e jogos de linguagem.

Materialidade do signo

Page 11: “O nascimento das metalinguagens”

Saber metalinguístico

Page 12: “O nascimento das metalinguagens”

Saber metalinguístico

Técnicas: formação de

competências específicas e

surgimento de novas

“profissões”

Page 13: “O nascimento das metalinguagens”

O aparecimento da escrita

Auroux associa o aparecimento da escrita a uma revolução tecnológica, necessária para que se desencadeie um processo que faz culminar o aparecimento das reflexões sobre a linguagem.

“O processo de aparecimento da escrita é um processo de objetivação da linguagem, isto é, de representação metalinguística considerável e sem equivalente” (20)

Page 14: “O nascimento das metalinguagens”

O aparecimento da escrita

“Qualquer que seja a cultura, reencontramos sempre os elementos de uma passagem do epilingüístico ao metalingüístico, quer se trate do aparecimento das palavras metalingüísticas (...), de certas práticas da linguagem, de especulação sobre a origem da linguagem, ou sobre a identidade e a diferenciação lingüística, como o demonstra o exemplo dos índios da América. Mas pelo que sabemos, não encontramos em nenhuma civilização oral um corpo de doutrina elaborado em relação com as artes da linguagem, mesmo onde podemos observar que certos indivíduos são especializados no papel de tradutores ou poetas” (p. 18. grifo nosso).

Page 15: “O nascimento das metalinguagens”

O aparecimento da escrita

A origem da metalinguagem seria, então, proveniente da evolução de um processo que pode ser delimitado em um “intervalo temporal aberto”, ou seja, em um recorte talvez longo da linha do tempo. Não podendo ser tida como um fenômeno pontual, rigorosamente situado na história.

Page 16: “O nascimento das metalinguagens”

Tradição

Page 17: “O nascimento das metalinguagens”

O aparecimento da escrita

Segundo Auroux, o aparecimento da escrita teve um papel decisivo na passagem do saberes epilinguísticos aos saberes metalingüísticos. Assim, por esse motivo, considera a escrita como uma Revolução Tecnológica.

Page 18: “O nascimento das metalinguagens”

A alteridade

Segundo Auroux, o que realmente faz deslanchar a reflexão lingüística é a alteridade (considerada essencialmente sob do ponto de vista da escrita).

“O inferno são os outros”. Jean-Paul Sartre

Page 19: “O nascimento das metalinguagens”

A alteridade

egípcios: recenseamento das palavras não-autocnes;

escribas: anotações de diferentes convenções para anotar a usura da fonética;

listas de caracteres chineses: dificuldade em ler textos antigos.

o aparecimento das considerações fonéticas quando o desenvolvimento do budismo leva

A transliterar textos sânscritos;

Page 20: “O nascimento das metalinguagens”

Alteridade e tradições

Nessas tradições, o florescimento do saber lingüístico tem sua fonte no fato de que a escrita, fixando a linguagem, objetiva a alteridade e a coloca diante do sujeito como um problema a resolver.

Page 21: “O nascimento das metalinguagens”

Alteridade e tradições

Diante a complexidade e dificuldade na leitura de textos antigos, palavras ou textos estrangeiros foram necessários refletir sobre o funcionamento dessas línguas para a sua posterior tradução.

Page 22: “O nascimento das metalinguagens”

Logo, a alteridade pode ter muitas fontes, quais sejam:

1 – pode provir da antiguidade de um texto canônico; de palavras ou textos estrangeiros que é preciso descrever;

2 – pode provir de uma mudança de estatuto do texto escrito, quando na virada do século V, na Grécia, este último deixa de ser um simples suporte mnemônico do oral para se tornar o objeto de uma verdadeira leitura: vai ser preciso, a partir de então, decifrar textos desconhecidos.

3 – São, de algum modo, o aparecimento da filologia e da lexicografia.

Page 23: “O nascimento das metalinguagens”

Escrita

Segundo as considerações de Aurox, as reflexões acerca da linguagem iniciaram após o homem ter produzido uma visão paralela e espacializada da fala. A escrita proporcionou ao homem uma nova maneira de observar o conhecimento permitindo, assim, uma observação mais vasta da relação entre as unidades lingüísticas, por exemplo, as palavras e as frases.

Page 24: “O nascimento das metalinguagens”

A partir dessa observação, verifica-se que o homem pôde relacionar e correlacionar partes na seqüência da fala que não são “avizinhadas” (DIAS e BEZERRA, 2006, p. 13).

Pôde, também, comparar uma seqüência com outra verificando, dessa forma, o que se repete e o que é diferente.

Essas reflexões, advindas da escrita, constituíram-se em técnicas intelectuais e engendraram alguns fundamentos básicos da gramática.

Page 25: “O nascimento das metalinguagens”

A primeira análise gramatical não nasceu da necessidade de falar uma língua, mas da necessidade de conhecer um texto.

Auroux afirma que o reconhecimento de unidades e a formulação dos critérios de formação dessas unidades não são suficientes para configurar uma gramática.

Page 26: “O nascimento das metalinguagens”

Gramática

“O que chamamos de gramática e que foi durante dois milênios uma das formas do saber lingüístico mais trabalhados no Ocidente, repousa sobre o recorte da cadeia falada (ou escrita, na maior parte dos casos), isto é, sobre o reconhecimento das unidas e - ao contrário da lexicografia – sua projeção sobre a dimensão paradigmática que rompe com a linearidade desta cadeia. [...] um saber do tipo gramatical podia nascer de uma prática textual ou uma prática de escrita. Se esses elementos desempenham um papel, não são necessariamente decisivos. O reconhecimento das unidades se prende frequentemente a outra práticas e a outro saberes sociais.” (26)

Page 27: “O nascimento das metalinguagens”

Enunciação

A Lógica e a Retórica, domínio da enunciação, adquirem um papel relevante no desenvolvimento do saber lingüístico. O domínio de certos tipos de discurso (poético, retórico), sua adequação a certas finalidades pragmáticas (convencer, dizer a verdade, isto é, retórica e lógica), a especulação sobre as relações do logos ao Ser (filosofia) se conjugaram para produzir uma teoria das partes do discurso.

Page 28: “O nascimento das metalinguagens”

Enunciação

Na Grécia antiga, a distinção entre unidades de palavra, por exemplo, ónoma/rhēma consolida-se como uma teoria da parte do discurso (classe de palavras).

Essa adequação do domínio poético e da retórica tem o propósito de convencer e dizer a verdade. Essas reflexões iam se incorporando ao saber lingüístico. Contudo, a gramática propriamente dita, nasce dois séculos antes de nossa era na atmosfera filosófica da Escola de Alexandria.

Page 29: “O nascimento das metalinguagens”

AS CAUSAS QUE AGEM SOBRE O DESENVOLVIMENTO DOS SABERES

LINGUÍSTICOS

Complexidades

Page 30: “O nascimento das metalinguagens”

a administração dos grandes Estados;a literarização dos idiomas e sua realça com a

identidade nacionala expansão colonial, o proselitismo religioso;as viagens, o comércio, os contatos entre as

línguas;o desenvolvimento dos conhecimentos

conexos com a medicina, a anatomia ou a psicologia.

Page 31: “O nascimento das metalinguagens”

Contudo, o aparecimento da imprensa – no contexto da diversidade das línguas das nações européias, e do desenvolvimento do capitalismo mercantil - é um fator decisivo para a gramatização e a estandardização dos vernáculos europeus.

Page 32: “O nascimento das metalinguagens”

É principalmente com o Renascimento o mundo ocidental passa por um importante processo de gramatização: a produção de gramáticas de base greco-latina com a finalidade de analisar as línguas derivadas do latim. Seria, portanto, a segunda Revolução técnico-lingüística.

Page 33: “O nascimento das metalinguagens”

Referências

AUROX, S. O nascimento das metalinguagens. A revolução tecnológica da gramatização. Editora da Unicamp, Campinas, 1992, p.11-34.

DIAS, L. F.; BEZERRA, M. A. Gramática e dicionário. In:GUIMARÃES, E. Introdução às ciências da linguagem – A palavras e a frase. Pontes Editora,Campinas, 2006.