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O PARÂMETRO DE TURBIDEZ DAS ÁGUAS COMO INDICADOR DE IMPACTOS
HUMANOS NA DINÂMICA FLUVIAL DA BACIA DO RIO MARACUJ Á – QUADRILÁTERO
FERRÍFERO/MG
Aline Almeida Raposo 1 – IGC/UFMG – [email protected] Luiz Fernando de Paula Barros 2 – IGC/UFMG – [email protected]
Antônio Pereira Magalhães Júnior 3 – IGC/UFMG – [email protected]
Resumo A análise de processos erosivo-deposicionais em cursos d’água envolve fatores naturais e antrópicos. A forma como se dá o uso e ocupação do solo pode alterar os processos erosivos naturais, o que pode impactar a dinâmica dos cursos d´água, levando a mudanças de padrões fluviais. Um dos principais parâmetros de qualidade das águas capaz de demonstrar impactos da erosão acelerada é a turbidez. A associação deste parâmetro com dados de uso e cobertura do solo é uma interessante ferramenta para análises ambientais em bacias hidrográficas. A bacia do rio Maracujá tem como substrato dominante as rochas friáveis do embasamento cristalino, o que lhe confere uma maior suscetibilidade à erosão acelerada e ao surgimento de voçorocamentos. Tal fato é agravado por pressões de atividades humanas na bacia. O presente trabalho relaciona dados do quadro físico e de uso e cobertura do solo com taxas de turbidez da bacia do rio Maracujá visando levantar os condicionantes da produção moderna de sedimentos na área. Para isso trabalhou-se com softwares de mapeamento e com um medidor automático de turbidez, o turbidímetro. Os resultados mostram a mineração e a ocupação inadequada do território dentre as principais pressões humanas envolvidas em processos de erosão acelerada e assoreamento das calhas fluviais. Constatou-se também que a produção de sedimentos na bacia do Maracujá é excessiva para a calha do alto Velhas, que vem sendo entulhada. Além da erosão acelerada, as taxas de turbidez sugerem uma atividade tectônica diferenciada na sub-bacia do córrego Cipó. Entretanto, outros parâmetros se mostram necessários na avaliação do quadro ambiental da bacia, já que em sua dinâmica sedimentar moderna ela tende a mobilizar para os cursos fluviais grande carga sedimentar arenosa nos leitos, a qual não é constatada pela turbidez.
Abstract The analysis of erosion and depositional processes in watercourses includes natural and anthropogenic factors. The way how the use and occupation of soil happens can alter the natural erosive processes, and dynamics of watercourses can be impacted, leading to changes of fluvial patterns. One of the principal parameters of water quality able to demonstrate impacts of accelerated erosion is the turbidity. The association of turbidity with use and occupation of soil data is an interesting tool for environmental analyses in drainage basins. Maracujá river basin has as dominant substratum the friable rocks of crystalline basement. This can allows the appearance of accelerated erosion and the appearance of the gully erosion in the basin and also pressures of human activities in the basin can aggravate it. The present paper related the physical picture, use, and occupation of soil data with the turbidity rates of Maracujá river basin seeking to understand modern production of sediments in that area. For this, we worked with mapping software and a turbidity meter automatic. The results present the mining and the inadequate occupation of territory among the major human pressures that is involved in processes of accelerated erosion and silting up of fluvial channels. The sediments production in Maracujá basin is excessive to the Velhas channel. Besides the accelerated erosion, turbidity rates indicate influence of the release of domestic efluentes and they suggest a differentiated tectonic activity in Cipó’s sub-basin. However, other parameters are necessary, because in the Maracujá basin the modern sedimentary dynamics tends to mobilize for the watercourses a big sandy sedimentary load in the beds, which is not verified by the turbidity.
Palavras-chave: hidrossedimentologia; turbidez; uso do solo.
1 Aluna da Graduação em Geografia/Bacharelado pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. 2 Aluno da Graduação em Geografia/Bacharelado pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. 3 Professor Adjunto do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências (IGC) da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Av. Antônio Carlos, 6627, 31270-901 Belo Horizonte.
1 - INTRODUÇÃO
A compreensão da dinâmica dos processos erosivos e deposicionais é complexa, pois envolve
vários fatores de ordem física, meteorológica e antrópica/cultural (SILVA, SCHULZ & CAMARGO,
2003). Na bacia do alto rio das Velhas, que coincide em grande parte com o Quadrilátero Ferrífero –
importante domínio geológico e geomorfológico de Minas Gerais – não é diferente. A área apresenta em
seu interior rebaixado uma porção suavizada que coincide com as rochas frágeis do Embasamento
Cristalino. Esta friabilidade das rochas é em parte responsável pelo surgimento de centenas de
voçorocamentos. Isso é agravado pelo fato de que as pressões de atividades humanas há séculos vêm
impactando a dinâmica dos cursos d´água locais, levando a mudanças de padrões fluviais (MAGALHÃES
JR., 1994). Dentre essas atividades, a literatura sobre o tema destaca a mineração nas áreas serranas –
sustentadas pelas rochas itabiríticas e quatzíticas dos Supergrupos Minas e Rio das Velhas – e o pastoreio.
Um dos principais parâmetros de qualidade das águas capaz de demonstrar alterações na
dinâmica hidrossedimentar de uma bacia como conseqüência da erosão acelerada é a turbidez. Esta indica
o nível de interferência que a luz sofre ao passar pela água e, dessa forma, expressa a quantidade de
material em suspensão, podendo ser usada como uma medida direta dessa quantidade. Os sólidos em
suspensão na água podem ser de origem natural (partículas de rochas, argila, silte, algas e outros
microorganismos) ou antrópica. De acordo com Sperling (1996), muitas vezes a origem antrópica dos
sólidos em suspensão está associada a efluentes domésticos e industriais, microorganismos e erosão
acelerada. A análise dos sólidos de origem antrópica é de grande importância, uma vez que remete à
presença de compostos tóxicos e organismos patogênicos.
Processos de erosão acelerada podem evidenciar o comprometimento da qualidade ambiental
em uma bacia hidrográfica. Nesse sentido, a turbidez é muito útil em análises ambientais em bacias
hidrográficas, uma vez que é possível associar o uso e cobertura do solo a este parâmetro, a fim de se
detectar danos nos cursos d’água relacionados a atividades humanas, por exemplo. O uso inadequado do
solo altera os processos erosivos naturais ao interferir nas características que condicionam tais processos,
como a topografia, cobertura vegetal, clima (micro-clima) e tipo de solo. Salgado & Magalhães Júnior
(2006) mostram, por meio de dados de turbidez, a estreita relação entre o uso do solo e impactos nos
ambientes fluviais. Os autores realizaram um monitoramento da turbidez em mananciais de abastecimento
público em Caeté/MG durante vários anos e verificaram que as maiores taxas coincidiram com os
períodos de corte e replantio de eucalipto na região. Já Bacellar, Coelho Neto & Lacerda (2001) apontam
que as atividades humanas na bacia rio Maracujá contribuem significativamente para a erosão acelerada,
uma vez que a concentração dos fluxos superficiais pode expor o substrato rochoso intemperizado e
facilmente erodível, desencadeando voçorocamentos.
No vasto campo das análises ambientais, a utilização de geotecnologias, dentre elas o
sensoriamento remoto, tem proporcionado a obtenção de dados sobre a transformação de áreas de forma
sistemática (LOPES et al., 2007). O uso do sensoriamento remoto associado a um SIG (Sistema de
Informações Geográficas) tem se mostrado uma eficiente ferramenta para análise do uso e cobertura do
solo relacionado à qualidade das águas em bacias hidrográficas. Trabalhos nesta linha apresentaram
resultados favoráveis para a análise da degradação ambiental (ALMEIDA & SCHWARZBOLD, 2003;
LOPES et al., 2007; SANTOS, 2005; PRATO et al., 1989; entre outros).
A partir de dados do quadro físico natural, do monitoramento das taxas de turbidez das águas
fluviais e da análise do uso e cobertura do solo na bacia do rio Maracujá, o presente trabalho procura
identificar as principais áreas produtoras de sedimentos e os principais condicionantes da erosão acelerada
na bacia, bem como alguns danos nos ambientes fluviais. Além disso, procurar-se-á verificar a
contribuição da sub-bacia do rio Maracujá nas taxas de turbidez do alto rio das Velhas, logo, em sua
dinâmica hidrossedimentar. Para isso foram realizados trabalhos de campo para o monitoramento da
turbidez das águas fluviais, além de correção e atualização das interpretações de imagens de satélite no
mapeamento de pressões (usos), danos e cobertura do solo na bacia.
2 - MATERIAIS E MÉTODO
2.1 - Caracterização da Área
A bacia do rio Maracujá possui cerca de 145 km2 e se localiza no centro-sul da bacia do alto
rio das Velhas (Figura 1), que coincide em grande parte com um domínio de reconhecida importância
geológica e geomorfológica de Minas Gerais: o Quadrilátero Ferrífero. Esta província geológica apresenta
abundantes evidências geomorfológicas de controle estrutural e erosão diferencial, uma vez que a
ocorrência das rochas dos Grupos Caraça (quartzitos) e Itabira (itabiritos) sustentam os topos das serras
locais. Na bacia do rio Maracujá as rochas mais resistentes (principalmente quartzitos e itabiritos) dos
supergrupos Minas e Rio das Velhas compõem as áreas mais elevadas e estão basicamente reservadas à
alta bacia, aflorando numa faixa de sentido leste-oeste. Já no Complexo do Bação encontram-se as áreas
mais rebaixadas, esculpidas nas rochas friáveis do embasamento cristalino (gnaisses, migmatitos, etc.).
O clima da região é marcado por duas estações bem definidas: verão chuvoso (de novembro a
maio) e inverno seco (de junho a outubro). Santos, Sobreira & Coelho Neto (2002) atribuem à região de
Santo Antônio do Leite uma alta taxa pluviométrica média anual (1352,83 mm, entre 1986 e 1996), com
ocorrência marcante de chuvas. No entanto, às áreas mais elevadas, Bacellar (2000) atribui um clima mais
frio e mais úmido, do tipo CWb na escala de Köppen.
Figura 1: Localização e contexto geológico da bacia do rio Maracujá no alto rio das Velhas.
De acordo com Bacellar (2000), a vegetação primária da região está estreitamente ligada à
geologia local (que condiciona o tipo de solo formado) e à disponibilidade hídrica. Ao longo da rede de
drenagem e nos vales não canalizados em cabeceiras de drenagem (hollows) ocorrem as matas fechadas.
Nas porções elevadas do embasamento, assim como indica a toponímia dos primeiros colonizadores para
os povoados da região (como Cachoeira do Campo e Itabira do Campo, hoje Itabirito), deveriam imperar
os campos. Já em solos mais férteis, desenvolvidos a partir de rochas do Supergrupo Rio das Velhas,
ocorreriam as florestas semideciduais. No entanto, sobre rochas mais resistentes (como os itabiritos e
quartzitos do Supergrupo Minas) os solos delgados não permitiriam formações vegetais de grande porte.
Em mapeamento realizado por Bacellar, Coelho Neto & Lacerda (2001) foram identificadas
385 feições erosivas (ravinas e voçorocas) recortando o relevo da bacia. Os autores apontam que estas
feições se distribuem heterogeneamente na área, podendo atingir mais de 40% da superfície de algumas
sub-bacias. Sempre conectadas ao sistema de drenagem, as voçorocas identificadas apresentam grandes
dimensões, alcançando freqüentemente 400 a 500 m de extensão e profundidades da ordem de 50 m.
De um modo geral, a bacia se encontra hoje em uma delicada situação ambiental. As primeiras
ocupações na área remontam ao ciclo do ouro na região de Ouro Preto (BACELLAR, 2000). Desde então,
a vegetação primária vem dando lugar a atividades agrícolas, silvícolas de eucalipto e pastagens. Outras
atividades econômicas de forte impacto na bacia são o garimpo de topázio e a extração de materiais
aluviais para construção civil.
2.2 – Procedimentos metodológicos
Para o monitoramento da turbidez foram realizadas duas visitas de campo, uma em setembro
de 2008 e outra em janeiro de 2009, o que permitiu uma amostragem na estação seca e outra na estação
chuvosa da região, respectivamente. A definição das taxas de turbidez a partir das amostras coletadas foi
feita com a utilização de um turbidímetro (Turbidímetro Plus – ALFAKIT). Foram escolhidos 11 pontos
para o monitoramento, sendo nove deles na bacia do rio Maracujá e os demais na calha do rio das Velhas:
um à montante da foz do Maracujá em seu curso e outro à jusante da mesma. A localização dos pontos foi
determinada pelas condições de acesso, bem como por uma avaliação preliminar das condições ambientais
em cada sub-bacia ou trecho do rio.
Para o mapeamento de pressões (usos), danos e cobertura do solo na bacia foi utilizada uma
imagem Ikonos (RGB 123) do ano de 2006, cedida pela Universidade Federal de Ouro Preto. A partir da
interpretação visual das imagens e dos dados de campo, utilizou-se a “vetorização” no software ArcView
9.0 para representação das categorias definidas, as quais estão expressas na Tabela 1. Vale destacar que
estas categorias foram definidas de acordo com sua potencial interferência nas taxas de turbidez. Dessa
forma, ao se distinguir a cobertura vegetal natural, por exemplo, optou-se por uma diferenciação pelo
porte, associado ao percentual de cobertura (proteção) do solo, e não em razão da variação de espécies.
Como mostra Santos (2005), a escolha de um sistema de classificação de uso e cobertura do solo e de uma
chave de interpretação deve atender as necessidades do usuário e ser adaptada às características
apresentadas pela região, mas deve ser o mais universal possível para facilitar a comparação com dados
futuros de uso e cobertura do solo.
Por fim, como subsídio às interpretações dos resultados do monitoramento de turbidez, foi
feita uma análise da situação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) da bacia em relação ao que
dispõe o Código Florestal Brasileiro, de 1965. Nesse sentido, foram utilizadas ferramentas do software
ArcView 9.0 para a geração de buffers (“zonas tampão”) ao logo de cursos d’água (30 m) e a partir de
nascentes (50 m), além de geração de um modelo digital de terreno para a extração de declividades
superiores a 45º (ou 100%) e dos topos de morro (terço superior de uma elevação) da bacia.
Quadro 1
Chave de interpretação para o mapeamento na bacia do Rio Maracujá
CATEGORIA FENÔMENOS TIPO Vegetação de porte herbáceo-
arbustivo Áreas de cerrado e campos
Cobertura natural
Vegetação de porte arbóreo Capões de mata, mata ciliar, mata
estacional semi-decidual Cobertura
natural
Usos urbanos Cidades, vilas, povoados e loteamentos,
além de atividades industriais Pressão
Vias de acesso Rodovias, estradas e linhas férreas Pressão
Atividades de Extração Pedreiras, minerações, pontos de dragagem do leito e depósito de
materiais aluviais dragados Pressão
Usos agropastoris Áreas de cultivo e de pastagens Pressão
Erosão acelerada Voçorocamentos em diversos estágios
de equilíbrio Dano
Trechos com assoreamento crítico
Trechos fluviais que apresentam assoreamento muito intenso
Dano
Áreas de solo exposto Áreas degradadas, áreas preparadas para cultivo e áreas de solo exposto em geral
Dano
3 - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Foram escolhidos 9 pontos de amostragem na bacia do rio Maracujá e dois no alto rio das
Velhas para a análise da turbidez das águas fluviais. A localização desses pontos e os resultados obtidos
no monitoramento podem ser observados na Figura 2.
De acordo com Santos (2005), as alterações dos parâmetros de qualidade das águas podem ser
causadas por características pedológicas, declividade e tipo de uso e cobertura do solo, já que regulam a
quantidade de sedimentos e concentrações químicas que serão carreados pra os cursos d’água. Porém, o
uso e ocupação do solo são o principal fator de degradação dos cursos d’água, uma vez que determinam a
deposição dos recursos orgânicos e compostos tóxicos derivados das atividades antrópicas, que constituem
fontes pontuais e difusas de poluição (BASNYAT et al., 1999), além da intensa carga sedimentar gerada
pela erosão acelerada (ou antrópica). Todo tipo de uso e atividade humana exerce uma pressão sobre o
meio. Porém, os diferentes usos do solo levam a diferentes graus de exposição do mesmo, favorecendo
diferencialmente a incidência de processos erosivos, que carreiam o material particulado para os cursos
d’água, comprometendo sua qualidade devido ao aumento da turbidez e conseqüentemente,
desencadeando processos de assoreamento do leito (LOPES et al., 2005). A Tabela 1 e a Figura 3
mostram os resultados do mapeamento de pressões (usos), danos e cobertura do solo na bacia do rio
Maracujá.
Figura 2: Monitoramento da turbidez das águas fluviais da bacia do Rio Maracujá e do Rio das Velhas
(Setembro/2008 e Janeiro/2009).
Tabela 1
Pressões (usos), danos e cobertura do solo na bacia do Rio Maracujá em percentuais
CATEGORIA DIMENSÃO % DE COBERTURA DO SOLO DA BACIA
Atividades de extração 0,46 km2 0,3 %
Erosão acelerada 4 km2 3 %
Solo exposto 2 km2 1 %
Usos agropastoris 29 km2 20 %
Usos urbanos 9 km2 6 %
Vegetação arbórea 44 km2 29,9 %
Vegetação herbáceo-arbustiva 59 km2 39,8 %
Vias de acesso 323 km -
Trechos com assoreamento crítico 33 km -
Os resultados obtidos no monitoramento da turbidez mostram que na estação seca, de um
modo geral, as águas fluviais da bacia do rio Maracujá apresentam valores reduzidos para este parâmetro.
Almeida & Schwarzbold (2003) atentam para o fator sazonal, que interfere na análise da qualidade da
água, conseqüentemente, na análise da turbidez, dada a ação de remoção de partículas pela chuva. Porém,
Santos (2005), em trabalho feito na bacia do rio das Velhas, constatou uma melhor correlação entre o uso
e cobertura do solo e taxas de turbidez no mês de julho, período de menor pluviosidade. Tal fato, de
acordo com a autora, pode ser explicado pela associação dos fatores que causam a degradação ambiental
da bacia: processos erosivos, como as voçorocas, lançamentos de esgotos e mineração, os quais são fontes
contínuas de sólidos dissolvidos e em suspensão. Com a menor vazão neste período, restringindo a
capacidade de diluição dos poluentes, as correlações podem ser mais diretas. Além disso, a vegetação
mais escassa em períodos secos contribui para um carreamento significativo de sedimentos, caso haja
algum episódio chuvoso.
As menores taxas de turbidez encontradas, tanto na estação seca como na chuvosa, foram as
referentes ao Ponto 9, na alta bacia. Seu baixo valor de turbidez remete a fatores naturais, já que este
ponto se localiza sobre as resistentes rochas do Supergrupo Minas, como quartzitos e itabiritos, com
declividades elevadas, desfavorecendo a formação de espessos mantos de intemperismo. Com os fluxos
atuando diretamente no substrato rochoso pouco intemperizado, a remoção de partículas em suspensão é
pequena. Nesse sentido, na análise da turbidez na bacia do Maracujá, o fator geologia se mostra
dominante sobre o fator declividade, sendo que em geral a declividade está diretamente associada a taxas
de erosão mais elevadas (ARCOVA & CICCO, 1999). No entanto, vale destacar que o trecho
compreendido entre as cabeceiras do Maracujá e o distrito de Cachoeira do campo, que inclui o Ponto 9,
se revela o mais impactado pelo assoreamento das calhas fluviais. Neste trecho encontram-se numerosas e
extensas barras arenosas que ocupam a maior parte do leito, gerando feições de canais entrelaçados,
típicos de regiões áridas. A intensa carga sedimentar grosseira encontrada nesse trecho está relacionada à
degradação das zonas de cabeceira do Rio Maracujá pela mineração/garimpo de topázio imperial e pelo
desencadeamento de focos de erosão acelerada a partir da linha férrea que corta essa porção da bacia.
Segundo Peixoto & Lima (2004), pequenas empresas extrativas legais e garimpos individuais ilegais se
estabeleceram no local, principalmente a partir da década de 70 do século XX, quando houve uma
intensificação dos garimpos de topázio na região de Ouro Preto. Essa atividade é acusada de afetar
seriamente a infra-estrutura e o meio ambiente da região, com destaque para os impactos na drenagem e
nas matas ciliares.
Por sua vez, os maiores valores de turbidez encontrados, tanto na estação seca como na
chuvosa, se referem ao córrego Cipó (Ponto 8). Esta é a uma das menores sub-bacias monitoradas, com
apenas 3 km2, aproximadamente. Seu diferencial em usos e cobertura do solo em relação às demais sub-
bacias é apenas o percentual de cobertura do solo por usos urbanos, marcados pela presença de
loteamentos pouco ocupados em encostas íngremes. Considerando-se estar sobre o Complexo do Bação, a
bacia do Cipó apresenta elevados valores de declividade, o que é explicado pela ocorrência de rochas do
Grupo Nova Lima (xistos, filitos, formações ferríferas, quartzitos, etc.) sustentando as cabeceiras da bacia
mais elevadas. Além da declividade, um fator essencial nos altos valores de turbidez dessa sub-bacia é sua
capacidade de diluição reduzida. A vazão está diretamente ligada a variações nos valores de turbidez, uma
vez que determina processos de turbulência do fluxo e o transporte de materiais em suspensão. Quanto
menos espessa a lâmina d’água, maior tende ser a temperatura, que também pode induzir variações nos
valores de turbidez. Altas temperaturas podem provocar a aceleração de processos biológicos e de entrada
de material alóctone, assim como o aumento da produção primária, o que resulta em grande geração de
material orgânico particulado, logo, em valores mais altos de turbidez (Almeida & Schwarzbold, 2003).
No entanto, vale observar outros possíveis condicionantes. Em análise realizada na bacia do
rio Maracujá, Salgado et al. (2007) obtiveram dados da produção de cosmogênio Be10 que mostram que a
erosão tende a ser mais agressiva nas rochas do Complexo do Bação que nas cabeceiras de drenagem nas
rochas do Supergrupo Minas, contrariando a tendência geral de maior agressividade nas zonas mais
elevadas. Dessa forma, a baixa resistência das rochas do embasamento associada a valores expressivos de
declividade, como nas cabeceiras, faz com que a sub-bacia do Córrego do Cipó apresente uma produção
de sedimentos expressiva, o que se associa à pequena capacidade de diluição da bacia refletindo em uma
elevada turbidez. Além disso, deve-se considerar que, mesmo com baixas vazões, as maiores taxas de
turbidez podem indicar maior capacidade de entalhe da drenagem no substrato em função de maior
energia. Além das declividades contribuírem para este quadro, não se pode esquecer a possibilidade de
maior atividade tectônica na área da bacia.
Na estação seca, os pontos 3 e 4 também apresentaram valores de turbidez relativamente mais
elevados. No entanto, nestes pontos é preciso destacar a ocorrência de lançamento de efluentes domésticos
no distrito de Amarantina (Figura 4). O Ponto 4 (Córrego da Prata), nos períodos seco e chuvoso,
apresentou a segunda maior turbidez na bacia. O resultado obtido para a estação chuvosa deve ser
relativizado, pois vários pontos desta sub-bacia foram atingidos por pancadas de chuva cerca de meia hora
antes da amostragem. No entanto, acredita-se que a chuva, por ter sido de curta duração, não tenha
alterado radicalmente os resultados. Além do lançamento de efluentes, credita-se a elevada turbidez neste
ponto ao fato de que a bacia do córrego da Prata apresenta um número elevado de voçorocamentos, os
quais ocupam cerca de 5% da área total da bacia, que possui aproximadamente 12 km2. Outros 23% da
área da bacia são ocupados por usos agropastoris e 40% por vegetação herbáceo-arbustiva (Tabela 2;
Figura 3).
Figura 4: Lançamento de efluentes sem tratamento no córrego da Prata em Amarantina (Ponto 4).
A agricultura e a pecuária possuem um papel relevante na degradação do solo e estão dentre as
principais causas de exposição do mesmo a processos de erosão acelerada. Na literatura é muito recorrente
a associação destas atividades com a elevação da turbidez quando se compara as taxas com aquelas de
áreas florestadas. De acordo com Prato et al. (1989), a agricultura é uma importante fonte de poluição
difusa, contribuindo, em geral, com aproximados 46% de sedimentos dos cursos d’água. A pecuária
também contribui para a degradação do solo, uma vez que favorece a sua compactação e, por
conseqüência, o surgimento de focos erosivos. Pastos degradados e mal conservados também favorecem a
erosão acelerada. Estudos feitos no alto rio das Velhas constataram que esta região possui em sua maior
parte uma elevada propensão à erosão natural agravada por um processo histórico de desmatamentos
generalizados e queimadas para a formação de pastos desde o Brasil Colônia (MOREIRA, 2006;
SANTOS, 2005). Na bacia do rio Maracujá os usos agropastoris ocupam cerca de 20% da área (Tabela 2;
Figura 3).
No entanto, é preciso relativizar alguns aspectos. O primeiro deles é em relação ao Ponto 5.
Por estar a uma distância relativamente curta à jusante de Cachoeira do Campo, o maior distrito de Ouro
Preto, e do Ponto 7, que apresenta a quarta maior turbidez nos períodos seco e chuvoso, era de se esperar
do Ponto 5 uma turbidez mais elevada. A elevada taxa de turbidez no Ponto 7 é atribuída à carga
sedimentar acrescida ao rio Maracujá pelo córrego do Cipó. Além disso, Souza, Júnior & Guarda (2007)
apontam elevados valores de pH, turbidez e microorganismos do grupo coliforme para o trecho em que rio
Maracujá atravessa o distrito e atribuem esses altos valores a ausência de uma estação de tratamento de
esgotos (ETE). Entretanto, na estação chuvosa este ponto chega a apresentar a segunda menor taxa de
turbidez na bacia do Maracujá. A redução nas taxas de turbidez do Ponto 5 em relação ao Ponto 7 é de
57,9 para 26,6 UNT na estação chuvosa. Dois fatores podem explicar este fato: um possível aumento da
capacidade de diluição e/ou autodepuração do Rio Maracujá à jusante, e a presença de soleiras
geomórficas no trecho, favorecendo a retenção de sedimentos em poços com baixa energia do fluxo. Logo
à montante de Cachoeira do Campo encontra-se um pequeno desnivelamento topográfico (nível de base
local) que pode estar atuando no barramento dos sedimentos, sobretudo aqueles acrescidos pelo Córrego
Cipó. Por sua vez, à jusante do distrito, o Rio Maracujá corre em trecho encachoeirado, cuja turbulência
tende a aumentar os processos de autodepuração do rio, reduzindo os impactos do lançamento de
efluentes.
Deve-se particularizar também o impacto dos voçorocamentos nas taxas de turbidez. É na sub-
bacia do Córrego Holanda (Ponto 6) onde se dá a maior concentração de voçorocamentos, que somados
ocupam cerca de 30% da área. Na estação seca, entre os 9 pontos monitorados, o Ponto 6 apresentou
apenas a quinta maior taxa de turbidez. Na estação chuvosa, porém a bacia do Holanda passou a
apresentar a terceira maior taxa. Acredita-se que, apesar de os voçorocamentos contribuírem com
sedimentos o ano inteiro, é na estação chuvosa – quando os movimentos de massa nas voçorocas são
favorecidos, em razão de uma maior interferência do nível freático e intensificação da erosão
subsuperficial, além de uma atuação direta das chuvas no saprólito exposto – que a contribuição de
sedimentos é mais marcante. Bacellar, Coelho Neto & Lacerda (2001) destacam que na bacia do Rio
Maracujá, cerca de 70% das voçorocas estão diretamente associadas a atividades antrópicas, como o
desmatamento e a construção de cercas, estradas, ou de qualquer outra obra que interfira diretamente no
regime hidrológico local atuando na concentração de fluxos superficiais de água. O fluxo concentrado
pode ter energia suficiente para erodir os solos superficiais e atingir os saprólitos, muito erodíveis.
É preciso considerar também que o monitoramento da turbidez na bacia do Rio Maracujá com
vistas a levantar aspectos da produção moderna de sedimentos, deve levar em conta as possíveis
influências dos numerosos açudes e barramentos encontrados na bacia. Ao todo foram identificados 148
açudes. Sendo construídos diretamente no leito dos córregos, eles podem diminuir artificialmente a
turbidez em algumas bacias, favorecendo a sedimentação de materiais finos nos pequenos represamentos.
Por outro lado, quando são construídos ao lado dos canais fluviais, retirando-se água dos mesmos, eles
podem contribuir para o aumento da turbidez, uma vez que reduzem a vazão.
Quanto ao rio das Velhas, a partir dos resultados do monitoramento, é facilmente perceptível a
influência da bacia do rio Maracujá em suas taxas de turbidez, logo, em sua dinâmica hidrossedimentar.
Tanto na estação seca como na chuvosa, a turbidez do Rio das Velhas à jusante de sua confluência com o
Rio Maracujá é quase 12,5 vezes maior que à montante da mesma. A Figura 5 traz outros indicativos deste
fato: na ortofoto de 1989 verifica-se que o Velhas assume as características do Maracujá após a
confluência de ambos: à montante, as águas do Velhas se apresentam significativamente menos turvas (o
que se revela em sua menor reflectância – brilho na imagem). Além disso, em campo, assim como na
imagem de satélite utilizada para o mapeamento, foi possível constatar a presença de uma grande barra
arenosa (de aproximadamente 150 metros) logo após a foz do Maracujá no Velhas. Isso mostra que o rio
Maracujá não contribui somente com carga em suspensão, mas também com elevada carga de leito para o
Rio das Velhas. Este não vem sendo capaz de transportar por completo a carga que lhe é acrescentada, o
que se reflete na formação de barras arenosas e na perda de profundidade da calha.
Figura 5: Impactos do Rio Maracujá na dinâmica hidrossedimentar do Rio das Velhas (1: Ortofoto, 1989; 2: Foto de campo, setembro de 2008)
O levantamento das APPs (Áreas de Preservação Permanente) na bacia do rio Maracujá
mostrou que estas áreas somam, aproximadamente, 38 km2, ou seja, cerca de 26% da área total da bacia.
No entanto, atualmente cerca de 21% dessa área (ou 8 km2) é ocupado com usos agropastoris, usos
urbanos, atividades de extração ou solo exposto decorrente de atividades humanas. A Figura 6 apresenta
um mapa das APPs, conforme define o Código Florestal Brasileiro, e outro das áreas ocupadas por usos e
atividades humanas indevidas em APPs.
O não respeito às APPs na bacia do Rio Maracujá certamente contribui para a delicada
situação dos cursos d’água locais. A ocupação em topos de morro e em áreas de nascentes prejudica a
recarga dos aqüíferos e a perenização dos corpos d’água. Já a ocupação em áreas muito declivosas muitas
vezes propicia o surgimento de focos de erosão acelerada. Com a quase completa ausência da vegetação
ripária, os sedimentos removidos pela erosão hídrica, sobretudo a laminar, são transportados diretamente
para os rios. A mata ciliar exerce um importante papel na preservação dos canais fluviais, já que funciona
como barreira física aos sedimentos, resíduos de adubos e defensivos agrícolas em relação ao curso
d’água. Como constataram Copper et al. (1987), a movimentação de sedimentos em áreas agrícolas é
retida em cerca de 80% a 90% pela mata ribeirinha quando esta é devidamente preservada.
Figura 6: Mapa das Áreas de Preservação Permanente (APPs) para a bacia do rio Maracujá e mapa de usos e atividades humanas em APPs.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O consórcio de informações do quadro físico natural (geologia, pedologia, declividade, etc.),
do monitoramento da turbidez das águas fluviais e de sensoriamento remoto associado a um SIG se
mostrou muito favorável na análise e compreensão da produção moderna de sedimentos na bacia do Rio
Maracujá. O mapeamento das pressões (usos), danos e cobertura do solo na bacia associado ao
acompanhamento da qualidade da água, por meio da turbidez, permitiu levantar as atividades humanas
envolvidas em processos de erosão acelerada e assoreamento das calhas fluviais. Destacaram-se os
voçorocamentos, a mineração e os usos agropastoris como os principais fornecedores de sedimentos aos
cursos d’água. Como apontam alguns autores, os voçorocamentos na área estão relacionados à fragilidade
natural do substrato geológico, mas podem ser originados e intensificados por atividades humanas, a partir
da concentração de fluxos superficiais que atuam na remoção dos horizontes superficiais, resistentes à
erosão, e expõem o saprólito, muito erodível. No entanto, nem sempre a elevada turbidez está relacionada
aos voçorocamentos ou aos usos do solo. Os resultados apontam para uma dinâmica erosiva muito
expressiva na sub-bacia do Córrego Cipó, o que pode ser resultado do controle litoestrutural, que expõe o
embasamento a uma declividade sensivelmente maior que o comum, ou de um maior entalhe da calha
como resposta a uma atividade tectônica mais acelerada na bacia. No entanto, há que se considerar que os
resultados do monitoramento das taxas de turbidez podem ter sido distorcidos pela ocorrência de chuvas
localizadas no dia da amostragem na estação chuvosa, bem como pela ocorrência de vários açudes e/ou
pequenos barramentos em alguns canais da bacia do Maracujá, além do lançamento de efluentes
domésticos e/ou industriais nos distritos de Cachoeira do Campo e Amarantina. Por fim, o estudo das
APPs mostrou um intenso desrespeito a essas áreas e a necessidade de se recuperá-las, sobretudo as matas
ciliares, que possuem um importante papel na proteção dos corpos d’água.
Reforça-se que a turbidez deve ser utilizada com cautela como indicador de qualidade
ambiental e da água, sobretudo em bacias como a do Rio Maracujá, onde a dinâmica sedimentar moderna
tende a mobilizar para os cursos fluviais grande carga sedimentar arenosa, a qual não é constatada nas
taxas de turbidez. Nestes casos, a erosão acelerada pode ser mais bem avaliada pela carga de leito, e não
em suspensão.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à FAPEMIG e ao CNPq pelas bolsas de iniciação científica e pelo
financiamento do projeto de pesquisa. Também agradecem à professora Dra. Ana Clara Mourão Moura
pelo empréstimo das imagens de satélite da área.
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