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C NT LEIA ENTREVISTA COM A PRESIDENTE DA FUMTRAM ELZA LÚCIA PANZAN TRANSPORTE ATUAL O peso da inflação EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT Alta registrada no último ano aumentou o custo das empresas de transporte e pode impedir a manutenção dos investimentos ANO XIX NÚMERO 215 AGOSTO 2013

O peso da inflação

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Alta registrada no último ano aumentou o custo das empresas de transporte e pode impedir a manutenção dos investimentos.

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Page 1: O peso da inflação

CNT

LEIA ENTREVISTA COM A PRESIDENTE DA FUMTRAM ELZA LÚCIA PANZAN

T R A N S P O R T E A T U A L

O peso da inflação

EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

Alta registrada no último ano aumentou o custo das empresas de transporte e pode impedir a manutenção dos investimentos

ANO XIX NÚMERO 215AGOSTO 2013

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 20134

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XIX | NÚMERO 215 | AGOSTO 2013

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA DUKE

Elza Lúcia Panzandetalha o museudo transporte

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Mais agilidade paraa concessão definanciamentos

PÁGINA 30

CABOTAGEM

Falta de trilhospode atrasar asobras no Brasil

PÁGINA 44

FERROVIA

Tecnologia emteste ajuda a evitar acidentes

PÁGINA 38

AVIAÇÃO

PERSONAGEM • Marcílio Leoni participa de grupo que realiza ações sociais, como arrecadaçãode roupas e alimentos para pessoas carentes

PÁGINA 20

A alta da inflação registrada, no último ano, já tem impactadodiversos setores da economia, inclusive a atividade transportadora, que sofre com combustível mais caro, reajustes na manutenção e na compra de equipamentos

Página 22

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Tereza PantojaVirgílio CoelhoWesley Passaglia

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

[[email protected]]

EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

Page 5: O peso da inflação

Avanço tecnológico einovação ambientalnos postos

PÁGINA 54

COMBUSTÍVEIS

Copa-2014 estimula a construção de BRTe de VLT no país

PÁGINA 60

PASSAGEIROS

Unidades preparamdeficientes físicospara o mercado

PÁGINA 66

SEST SENAT

Alexandre Garcia 6

Duke 7

Mais Transporte 12

Boletins 70

Debate 78

Opinião 81

Cartas 82

Seções

COMEMORAÇÃO • Para homenagear os motoristas,reportagem conta as histórias de quem transportariquezas pelas rodovias e avenidas do Brasil

PÁGINA 48

Ferramenta inédita no país, o Simulador de Financiamentode Veículos da CNT completou um ano de funcionamento e já ultrapassou 50 mil simulações.A ferramenta é simples de usar. Faça uma simulação:www.cnt.org.br/paginas/Simulador-de-Financiamento.aspx

O portal disponibiliza todas as ediçõesda revista CNT Transporte Atual

www.cnt.org.br

Programa Despoluir• Conheça os projetos• Acompanhe as notícias sobre

meio ambiente

Canal de Notícias• Textos, álbuns de fotos, boletins

de rádio e matérias em vídeosobre o setor de transporte no Brasil e no mundo

Escola do Transporte• Conferências, palestras e

seminários• Cursos de aperfeiçoamento• Estudos e pesquisas• Biblioteca do Transporte

Sest Senat• Educação, Saúde, Lazer

e Cultura• Notícias das unidades• Conheça o programa de

Enfrentamento à ExploraçãoSexual de Crianças e Adolescentes

E MAIS

PESQUISA

As redes sociais têm assumido um papel cada vez mais importan-te e influente em todo o mundo. No Brasil, elas foram consideradascomo o principal meio de articulação da sociedade para a realiza-ção das inúmeras manifestações que ocorreram no país no mês dejunho. A maioria das pessoas que participou dos protestos – 60,7%– tomou conhecimento por meio do Facebook, de acordo com a114ª pesquisa CNT/MDA. Para consultar mais informações, acesseas notícias publicadas na Agência CNT de Notícias.

SIMULADOROs jornalistas têm até as 18h do dia 12 de agosto para se inscrever no Prêmio CNT de Jornalismo 2013. São aceitas reportagens sobre transporte no Brasil publicadas entre 28 de agosto de 2012 e 12 de agosto de 2013. Inscreva-se: premiocnt.cnt.org.br/Paginas/inscricao.aspx

PRÊMIO

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rasília (Alô) – Quando vi as imagens deoito cabinas de pedágio queimando nu-ma rodovia estadual de São Paulo, entreCosmópolis e Paulínia, imaginei quefosse mais um ataque do MST, comotantos a praças de pedágio, principal-

mente no interior daquele Estado. Mas aí,quando vi a repressão policial, fiquei descon-fiado de que os do MST não fossem os atacan-tes. Eram, na verdade, caminhoneiros em ma-nifestação. Pensei: se estivessem com bonés,bandeiras e camisas vermelhas do MST, fica-riam impunes. O MST interrompe estradas, sa-queia cargas, destrói laranjais com trator, des-trói pesquisa agrícola, invade propriedades equeima casas, mata gado e mantém funcioná-rios rurais em cárcere privado e nada aconte-ce. O governo alega que se trata de “movimen-to social”. Então não é social o movimento doscaminhoneiros?

Não que se deva proteger pela impunidadequem bloqueia estradas, agride motoristas, di-lapida veículos e incendeia praças de pedágio.O que salta aos olhos é que autoridades des-respeitam claramente o princípio constitucio-nal de que todos são iguais perante a lei. Movi-mento social ou não, a ninguém é permitidoagredir propriedades e direitos alheios. E quan-do ordens de cima fecham os olhos dos agen-tes da lei para um grupo de arruaceiros, enco-rajam-se todos os outros grupos de arruacei-ros a cometer atos semelhantes. Se alguns po-

dem queimar pedágio, bloquear estradas e ata-car veículos, por que os outros não podem?Instala-se aí a desordem, que empalidece aspalavras inscritas na bandeira nacional.

Na capital do país, senti de perto essa dife-rença nociva. Manifestantes contra a corrup-ção, o desperdício, a falta de educação, de saú-de, de segurança, de estradas, de transportepúblico foram tratados com bombas de gás la-crimogênio. Dias antes, o “movimento social“de sem-teto fechava, queimando pneus, o EixoMonumental, no coração do poder. A Polícia Ci-vil de Brasília descobriu que organizadores daagressão eram jovens ligados ao governo fede-ral. A polícia divulgou a descoberta com deta-lhes e nomes, mas horas depois recebeu umameaçador cala-boca vindo do setor de “movi-mentos sociais” do Palácio do Planalto.

Não é novidade para ninguém, nem para asautoridades do Executivo e do Legislativo, queas estradas estão ruins, deteriorando cargas eveículos, que a jornada dos motoristas é esta-fante, que a inflação corrói fretes, que pedá-gios precisam ter uma relação equilibrada.Mas bloquear estradas é infringir direitosalheios; e queimar pedágios, embora possadescarregar a raiva, não é inteligente, porqueacabam todos pagando o estrago. Reuniãosem armas é um direito de todos. Mas fogo epedras são armas que tiram esse direito dosmovimentos sociais, sejam de caminhoneiros,ou de MST, ou de sem-teto.

B

“Reunião sem armas é um direito de todos. Mas fogo e pedras são armas que tiram esse direito dos movimentos sociais”

Movimentos sociais

ALEXANDRE GARCIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 7

Duke

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ENTREVISTA ELZA LÚCIA PANZAN - PRESIDENTE DA FUMTRAN

Otransporte tempapel fundamen-tal na história doBrasil, desde odescobrimento

até os dias atuais. A chegadados portugueses em terrasbrasileiras só foi possívelcom o desenvolvimento dastécnicas de navegação marí-tima. Hoje, o transporte é quepossibilita a movimentaçãode pessoas e de produtos.

E foi pensando em resgataressa importância do setor quesurgiu a ideia da criação do Mu-seu Brasileiro do Transporte.Um empreendimento ousadoque tem como principal objeti-vo ser um instrumento de edu-cação não formal para as no-vas gerações e de valorização

para quem, há anos, está envol-vido nessa atividade.

A criação e a implantaçãodo museu são de responsabi-lidade da FuMTran (FundaçãoMemória do Transporte), umaorganização da sociedade ci-vil de interesse público liga-da à CNT (Confederação Na-cional do Transporte).

O Museu Brasileiro doTransporte deve ser cons-truído às margens da Rodo-via Dom Pedro 1º, em Campi-nas (SP), a 100 km da capitalSão Paulo. De acordo com El-za Lúcia Panzan, presidenteda FuMTran, por enquanto, oprojeto está na fase de cap-tação de recursos para aconstrução do prédio eaguarda ainda a aprovação

pela prefeitura. A pedra fun-damental do empreendimen-to deve ser lançada em bre-ve. A previsão é que a pri-meira fase da obra estejaconcluída em maio de 2015.

Em abril deste ano, o proje-to de construção foi aprovadopela Comissão Nacional de In-centivo à Cultura do Ministérioda Cultura, nos moldes da LeiRouanet, lei federal de incenti-vo a projetos e ações culturais.

Nesta entrevista para aCNT Transporte Atual, Elzadetalha o projeto do museu,conta um pouco mais sobre asua implantação e defende anecessidade da construçãodesse empreendimento paraa valorização do setor detransporte no Brasil.

Como surgiu a ideia dacriação do Museu Brasilei-ro do Transporte?

Logo após a criação doSest Senat, em 1993, em SãoPaulo, existia o museu daCMTC (Companhia Municipalde Transportes Coletivos –empresa extinta em 1995),bastante rudimentar, com al-gumas peças, alguns bondes.Ele era mantido por pessoasvoluntárias. Nessa época, oacervo desse museu foi doadoao Sest Senat, daí a ideia dese criar um museu do trans-porte. Inicialmente, esse mu-seu era para ser construído nacidade de Paulínia (SP). Na-quela época, meu marido,Adalberto Panzan, era o presi-dente da Fetcesp (Federação

“Nós temos e queremos destacar a importância do transportePrecisamos educar e mudar o conceito que as pessoas têm

Resgatando aPOR LIVIA CEREZOLI

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para o nosso país. sobre o transporte”

das Empresas de Transportede Carga do Estado de SãoPaulo) e, em conversa com oprefeito de Paulínia, desco-briu-se a intenção dele emconstruir um parque temático.A cidade ainda hoje é uma dasmais ricas do Estado de SãoPaulo. A proposta era a doa-ção de uma área para a cons-trução do museu. Um proble-ma político impediu essa par-ceria, e o projeto foi transferi-do para Campinas, tambémem São Paulo. O Adalberto fa-leceu e, durante muito tempoesse projeto ficou esquecido.

Como foi o resgate desseprojeto?

Uns 10 anos depois dessesfatos, eu fui convidada para

integrar o Conselho Curadordo Museu Brasileiro do Trans-porte e trabalhar nessa ini-ciativa. Até então, não haviasido feito projeto nenhum deconstrução. Quando assumi,passamos a pensar em comoseria o projeto desse museu.Do que ele seria composto,como ele funcionaria.

Como foi definido o proje-to arquitetônico do museu?

Digamos que um museuestático não oferece nenhu-ma atração. Teria de ser algu-ma coisa com caráter educa-tivo e social. Foi assim quecomeçamos a pensar em ummuseu interativo. Chamei cin-co empresas de arquitetura,expus o conceito que tínha-

mos do museu, e elas apre-sentaram o que é chamado deestudo de massa, um projetoarquitetônico conceitual. Oescolhido foi o do escritórioAthié/Wohnrath de São Paulo.Inclusive, esse projeto já foiaté premiado em um congres-so de arquitetura.

Quem são os responsá-veis pela museologia?

Com o projeto de constru-ção definido, passamos entãoa pensar nessa segunda eta-pa. Chamamos os profissio-nais do Arte3, Pedro Mendes

da Rocha, Ana Helena Curti eo professor e museólogo, Fá-bio Magalhães, ex-curador-chefe do Masp (Museu de Ar-te de São Paulo). O Arte3 éum renomado escritório pau-lista que tem em seu currícu-lo o projeto do Museu da Lín-gua Portuguesa, em São Pau-lo (SP) e, além disso, tambémestá projetando o Museu doAçúcar, em Piracicaba (SP).

E como foi definido esseconceito?

Durante seis meses, eles en-trevistaram pessoas envolvidas

JÚLIO FERNANDES/CNT

história

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em todas as áreas que com-põem o setor de transporte noBrasil. Foram ouvidos represen-tantes do transporte rodoviáriode cargas e de passageiros, dotransporte aquaviário, do aéreoe do ferroviário para tentarcriar esse conceito do museu e,a partir disso, elaborar o proje-to estrutural do prédio.

O que se espera com acriação desse museu?

Em primeiro lugar, ele temum caráter educativo. Nós te-mos e queremos destacar a im-portância do transporte para onosso país. Precisamos educare mudar um pouco o conceitoque as pessoas têm sobre otransporte. Quando as pessoasvão viajar e encontram um ôni-bus em uma estrada, elas recla-mam do ônibus. Assim tambémé com o caminhão. Nas grandescidades também acontece amesma coisa. Quem sempre éconsiderado o grande vilão? Ocaminhão, claro. Até mesmonos acidentes, muita gente cul-pa as grandes carretas e os ôni-bus. E não são só eles. As ferro-vias que cruzam as cidadestambém são consideradas umproblema. No entanto, a realida-de é outra. O transporte é es-sencial para tudo e para todos.

A senhora acredita quefalta conhecimento sobre otransporte?

Vamos pensar em uma via-gem de férias para o Nordes-

te. Você tem quatro opções.Ir de carro próprio, de ônibus,de avião ou de navio costeiro.Já pensou em como tudo issofunciona? Tudo que está portrás para que a viagem trans-corra bem? E quando vocêchega ao hotel, ninguém pen-sa em como funciona o abas-tecimento com comida etc.Assim também é com o co-mércio e com os demais ser-viços. Por isso, afirmo quefalta sim conhecimento. Difi-cilmente as pessoas enxer-gam como o transporte fun-ciona de verdade.

Como o museu será es-truturado?

Ao todo são 18 mil m2 de ter-reno e 20 mil m2 de área cons-truída. O prédio tem três anda-res. No térreo, além das áreasde exposição, também seráconstruído um Centro de Con-venções. É óbvio que não é só is-so que dará sustentabilidade aomuseu, mas auxiliará também.Isso porque a região na qual oempreendimento será implanta-do é carente de espaços para arealização de eventos. Nos de-mais espaços, teremos um cor-redor que dará acesso a algu-mas caixas de vidro, que seriamuma espécie de contêineres gi-gantes, representando cada umdos modais. De um dos ladosdesse corredor existe um pare-dão onde teremos a história dotransporte sendo contada emuma linha do tempo.

O museu vai abrigar algu-mas peças antigas relacio-nadas ao transporte, comocaminhões, ônibus e trens?

Não temos um espaço tãogrande para poder colocaruma aeronave, um trem, umnavio ou mesmo um ônibus eum caminhão. Por isso, va-mos trabalhar com a ideia dainteratividade. Com isso, es-peramos resgatar a memóriada atividade por meio de de-poimentos e relatos. Teremosum acervo virtual, mas tam-bém algumas fotografias an-tigas e pequenas peças. Anossa ideia é criar projeçõesque simulem, por exemplo, acabine de um avião ou de umnavio, o espaço interno de

PROJETO Museu Brasileiro do Transporte vai

“Foramouvidos

representantesdo setor de

transporte paratentar criar o conceito do museu eelaborar o

projeto estruturaldo prédio”

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vo, é valorizar todos os pro-fissionais da área de trans-porte. Queremos valorizar oser humano que constrói aatividade. É muito importantequando colocamos a pessoapara contar a história dela.

Qual é o valor que deveser investido na constru-ção do museu?

Inicialmente, trabalháva-mos com um orçamento deR$ 90 milhões, mas acreditoque ele já esteja perto dos R$120 milhões. Esse valor é ocusto total da construção eda museologia. Agora, para amanutenção do espaço, va-mos procurar mantenedorese, além disso, teremos o Cen-

tro de Convenções, um café,um restaurante, uma loja desuvenires. Pensamos tam-bém na cobrança de um in-gresso com valor simbólico,apenas para ajudar na manu-tenção do espaço. Não pode-mos cobrar um valor altoporque queremos que aspessoas realmente tenhamacesso a esse museu.

E quem vai custear todaessa obra?

Já temos um projeto apro-vado no MinC (Ministério daCultura), por meio da LeiRouanet, uma lei federal deincentivo à cultura. Nessemomento, estamos traba-lhando na captação de recur-

sos. Nessa primeira etapa, jáconseguimos R$ 11 milhões.Atualmente, estamos tam-bém analisando o Proac (Pro-grama de Ação Cultural) doEstado de São Paulo. É umprograma de apoio à culturapor meio de patrocínio decontribuintes do ICMS (Im-posto sobre Circulação deMercadorias e Serviços). Te-mos ainda a possibilidade debuscar parcerias com bancose outras instituições e em-presas ligadas ou não ao se-tor de transporte, já que omuseu tem um caráter edu-cativo bastante forte.

A construção do museu éum sonho que está come-çando a ser realizado? Comoa senhora se sente diantedesses novos desafios?

Confesso que, às vezes, to-do esse trabalho me assustaum pouco, mas o sonho é tãomaior, que todas as dificulda-des valem a pena. Eu sempresonhei com esse museu. Omeu desejo, eu sou professorapor formação, sempre foi darum pouco mais de educação,de preparo para os profissio-nais que trabalham no setorde transporte e todas as ou-tras pessoas que, de uma ma-neira ou de outra, estão en-volvidas com ele. O meu so-nho se baseia na valorizaçãodesse profissional. l

ser construído em Campinas (SP); pedra fundamental será lançada em breve

FUMTRAN/DIVULGAÇÃO

controle de um trem, a boleiade um caminhão. Queremosque as pessoas possam inte-ragir com esses equipamen-tos. E ainda teremos um es-paço externo, com um paisa-gismo bem elaborado, noqual queremos instalar o queestamos chamando de ban-cos falantes. Quando as pes-soas sentarem nos bancos,eles começarão a contar umahistória sobre o transporte.

Como o trabalhador emtransporte estará repre-sentado no museu?

Por meio dos vídeos queeditaremos com os depoi-mentos e as histórias deles. Oobjetivo, além de ser educati-

“O objetivo,além de sereducativo, é valorizartodos os

profissionaisda área detransporte”

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201312

MAIS TRANSPORTE

A Ford conta com uma nova linhade caminhões para o segmentode veículos extrapesados. Osmodelos Cargo 2042 e Cargo 2842inauguram a entrada da marcanessa faixa de mercado no Brasil.Na Europa, eles foram lançadosno início deste ano. As primeirasunidades já foram produzidas nalinha de montagem de SãoBernardo do Campo (SP). Com

capacidade de até 56 toneladas,os veículos são equipados com motor de 420 cavalos e destinados, principalmente, ao setor de transporte de carga de longa distância. Os caminhões foram desenvolvidos em conjunto pelas equipes de design e deengenharia da Ford do Brasil e da Turquia.

Ford produz extrapesado em SP

O projeto TI Verde, elaborado háquatro anos pela Golden Cargo,empresa especializada no gerenciamento e operação dacadeia logística de mercadoriasespeciais, chegou à marca de trêstoneladas de materiais entreguespara a ONG Oxigênio. O TI Verdeconsiste no descarte responsávelde equipamentos eletrônicos quenão serão mais utilizados e naeconomia de energia elétrica

dentro da empresa. “A parceria é vital, pois supre a ONG commatéria-prima. O material deinformática, além de ser descartado corretamente, é reaproveitado para que novos computadores sejam montados por jovens carentesque aprendem uma nova profissão”, afirma José Roberto Borges, presidente da ONG Oxigênio.

Descarte consciente

ELETRÔNICOS Golden Cargo entrega três toneladas

GOLDEN CARGO/DIVULGAÇÃO

FORD/DIVULGAÇÃO

PRODUÇÃO Nova linha de caminhões da Ford

Os novos navios da HamburgSüd começaram a chegar ao Brasil em julho com o porta-contêineres “Cap SanNicolas”. As embarcações, comcapacidade para 9.600 TEUs e2.100 tomadas destinadas paracarga refrigerada, fazem oserviço entre a Ásia e a CostaLeste da América do Sul. Anova classe “Cap San” contacom uma série de seis navios

idênticos, e a previsão é de quetodos estejam em operação atéjaneiro de 2014. O “Cap SanNicolas” iniciou sua primeiraviagem no início de junho, saindo da Coreia do Sul, passando por China e HongKong, com destino ao porto de Santos e escalas programadas para outros portos nacionais, como Itapoá,Rio Grande e Paranaguá.

Novos navios chegam ao BrasilO governo de Sergipe e a fabricante de automóveis AmsiaMotors (grupo de capital árabe)assinaram um protocolo deintenções para a implantação deuma fábrica da marca no Estado.A Amsia deve investir R$ 1 bilhãono empreendimento. Serão produzidos veículos híbridos eelétricos. A expectativa é de quesejam gerados, aproximada-mente, 4.000 empregos diretos.

Segundo o secretário deDesenvolvimento Econômico deSergipe, Saumíneo Nascimento, aestimativa é de que as obrassejam concluídas no início dosegundo semestre de 2014. Oplano da Amsia é produzir carrosde passeio e, em uma segundaetapa, ampliar a produção paraônibus e implementos agrícolas. Aunidade sergipana será a primeirafabril própria da montadora.

Fábrica de híbridos e elétricos

Page 13: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 13

A Iveco apresentou ao mercado brasileiro o seumicro-ônibus Daily Electric50C/E. O Minibus Elétrico éum veículo-conceito, comemissão zero de poluentes e movido por baterias desódio e níquel. O veículopode ser utilizado para turismo em áreas de preservação ambiental, para transporte profissionaldentro de grandes plantasindustriais ou em operaçõesurbanas de distribuição de curta distância, principalmente à noite,

já que também apresentaemissão zero de ruídos. O Minibus Elétrico é produzido na Europa e oferece capacidade de carga para 19 pessoas mais o motorista. Ele apresentaPBT (Peso Bruto Total) de 5,6 toneladas. Sua autonomiade rodagem é de 100 quilômetros na aplicaçãourbana, e a velocidade máxima é de 70 km por hora.A recarga pode ser feita por plugues alimentados por painéis fotovoltaicos, levando um tempo de até oito horas.

Elétrico da Iveco

CONCEITO Modelo com emissão zero de poluentes

GIGANTE Porta-contêineres considerado o maior navio em operação na costa sul-americana

PORTO ITAPOÁ/DIVULGAÇÃO

O porto Itapoá recebeu o porta-contêineres ItalContessa, considerado omaior navio em operaçãona costa sul-americana,pelo critério de comprimento. De propriedade do armador

Evergreen, ele têm aproximadamente 335 metros de comprimento e capacidade para 8.000 TEUs (contêinerde 20 pés de comprimento).O supernavio passa a escalar em

Itapoá pelo serviço ESA, da associação entre os armadoresEvergreen/Cosco/Zim, cobrindo a linha da CostaLeste da América do Sul e da Ásia. A rotação do ItalContessa tem os portos

de Santos, Paranaguá,Montevidéu, Buenos Aires, Rio Grande, Itapoá, Santos, Cingapura, Hong Kong, Xangai, Ningbo,Yantian, Hong Kong,Cingapura e Santos.

Supernavio em Itapoá

IVECO/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201314

MAIS TRANSPORTE

A Reforma Esquecida:Orçamento, Gestão Pública e DesenvolvimentoA reforma orçamentária, apesar de sua importância, não despertouo devido interesse no país. Livrodiscute por que isso acontece eapresenta propostas para alterar o processo orçamentário.De: Fernando Rezende e ArmandoSantos Moreira da Cunha (org.),Ed. FGV, 340 págs., R$ 59

Gestão de logística, distribuição e trade marketingEsse livro tem como propósito apresentar os principais conceitos teóricos, ferramentas de apoio e exemplos de empresas líderes nessas áreas citadas no título.De: Fernando Saba Arbache, Almir Garnier Santos,Christophe, Montenegro Moreira,Wladimir Ferreira Salles, Ed. FGV, 180 págs., R$ 27

Uma parceria entre a Coopercarga, a Natura e a Scania proporcionará mais inovação e sustentabilidadeà operação de transporte e logística da Natura. Parte do transporte dos produtos está sendo feito porcarretas movidas a etanol, que emitem cerca de 90% menos CO2 se comparadas com veículos a diesel.

Caminhão movido a etanol

COOPERCARGA/DIVULGAÇÃO

Novo traçado é definido O traçado geral da ferroviada serra do Mar foi decidido.A via, que vai ligar a regiãode Curitiba ao litoral doEstado do Paraná, será construída entre a cidade de Lapa, na região metropolitana, e Paranaguá, cruzandoCuritiba. Segundo informações da Ferroeste, anova ferrovia deve descer a

serra do Mar até a região dos portos, aproveitando afaixa de domínio da BR-277. O traçado vai desviar dosparques nacionais de SaintHilaire-Lange e Guaricana.Sete planos vinham sendoanalisados. Os resultados dos estudos preliminaresforam apresentados em reunião entre a ANTT(Agência Nacional de

Transportes Terrestres), aValec e representantes do setor produtivo, de meioambiente e do governo paranaense. O outro braço da ferrovia, no oeste doEstado, que vai ligar aFerroeste, em Cascavel, por meio de Guaíra, aDourados e Maracaju, noMato Grosso do Sul, está nafase de tomada de subsídios.

Page 15: O peso da inflação

Prêmio Fetram de Qualidade do Ar 2013 é entregue

HOMENAGEM

Em sua quarta edição, o Prê-mio Fetram de Qualidade doAr mais uma vez reconheceu

o trabalho das empresas partici-pantes do Despoluir – ProgramaAmbiental do Transporte em MinasGerais. A premiação valoriza o tra-balho das empresas que têm suasemissões monitoradas, se preocu-pam com a melhoria da qualidadedo ar, com o uso racional do com-bustível e que obtiveram os melho-res desempenhos junto ao Projeto I– Redução da Emissão de Poluentespelos Veículos do Despoluir.

A solenidade reuniu empre-sários, colaboradores e repre-sentantes dos órgãos do setorde transporte, em junho, na se-de do SetraBH/Sintram, em BeloHorizonte (MG).

Para estimular ainda mais aparticipação das empresas detransporte de passageiros queoperam em linhas regulares nossegmentos urbano, rodoviário in-termunicipal, interestadual e in-ternacional no Despoluir, a Fe-tram modificou o regulamentonesta edição e premiou 30 em-presas em três categorias: Prata,Ouro e Ouro–Destaque.

Para ser premiada, a empresainscrita precisava aferir o mínimode 70% da frota total da empresaem, pelo menos, uma medição tri-mestral para as empresas locali-zadas nos municípios que com-põem a Região Metropolitana deBelo Horizonte. E uma semestralpara as localizadas nas demais ci-dades do Estado de Minas Gerais.

Foram avaliadas 113 empre-sas participantes do Despoluir,ao longo de um ano, no períodode 1º de abril de 2012 a 31 demarço de 2013. Desse total, 52 seinscreveram nessa edição doprêmio e 30 se classificaram.

Na categoria Prata foram pre-miadas as empresas: Milênio Trans-portes Ltda., São Dimas Transpor-tes Ltda., Via BH Coletivos Ltda., ViaOeste Transportes Ltda., Viação An-chieta Ltda., Viação Globo Ltda.,Rouxinol Viagens e Turismo Ltda. eEmpresa São Gonçalo Ltda.

Receberam o prêmio na cate-goria Ouro: Viação Fênix Ltda.,Turilessa Ltda. – Unidades deUberlândia, Lavras e Varginha,Turin Transportes Ltda., UnivaleTransportes – Unidade de Coro-nel Fabriciano, Viação ItaúnaLtda., Viação Princesa do SulLtda. e Viação Santa Luzia Ltda.

Treze empresas se destaca-ram porque superaram a metade fazer o máximo de aferiçõesno período, com 100% da frota

aferida e 100% de aprovaçãoem todas as medições. E, por is-so, receberam o prêmio na ca-tegoria Ouro–Destaque: AutoOmnibus Floramar Ltda., AutoOmnibus Nova Suissa Ltda., Ria-cho Transporte Ltda. e Urca Au-to Ônibus Ltda.

O presidente da Fetram (Federa-ção das Empresas de Transporte dePassageiros do Estado de MinasGerais), Waldemar Araújo, ressaltoua importância do trabalho da equi-pe do Despoluir da Fetram. Ele tam-bém justificou as alterações no re-gulamento. “A cada ano, a disputafica mais acirrada. Por isso, acha-mos importante ampliar a premia-ção para que mais empresas se sin-tam motivadas a realizar as aferi-ções com ainda mais afinco. As em-

presas que se empenham mais têmmaiores chances. E, para 2014, osresultados deverão ser ainda maio-res, já que, para atender ao novoregulamento, as empresas deverãoaferir pelo menos 95% da frota.”

Os colaboradores da empresaRiacho Transportes, do GrupoTransimão, Evandro Teixeira Egí-dio, José Luiz da Costa e Nelsonda Silva Pereira Filho, apresenta-ram o Programa Condução Econô-mica, para incentivar as boas prá-ticas às outras empresas. JoséEustáquio Guido, gerente-geral doGrupo Pássaro Verde, represen-tando a empresa Turi TransporteUrbano Rodoviário e Intermunici-pal Ltda., agradeceu em nome dasempresas premiadas.(Com informações de Lilian Miranda)

VALORIZAÇÃO Waldemar Araújo, presidente da Fetram (à dir.) participa da solenidade

FOTOS LÍLIAN MIRANDA/FETRAM

RECONHECIMENTO Prêmio Fetram premiou 30 empresas em três categorias este ano

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201316

MAIS TRANSPORTE

Mais de 13 mil pessoas visitam a

FEIRA

A15ª TranspoSul (Feira eCongresso de Transpor-te e Logística), que ocor-

reu entre os dias 3 e 5 de julho,no Centro de Eventos da Fiergs(Federação das Indústrias doEstado do Rio Grande do Sul),em Porto Alegre, reuniu maisde 13 mil pessoas.

Considerado o maior eventodo segmento na região Sul e se-gundo maior no Brasil, realiza-do pelo Setcergs (Sindicato dasEmpresas de Transporte de Car-gas e Logística no Estado doRio Grande do Sul), a ediçãodeste ano trouxe as novidadestecnológicas dos maiores fabri-cantes de caminhões, pneus,distribuidores de combustíveise fornecedores do ramo de im-plementos do país. Além deequipamentos e serviços volta-dos para a logística e a multi-modalidade.

Com a presença de 25 pales-trantes nacionais e internacio-nais e mais de 40 expositores erepresentantes de grandes em-presas de logística de todo opaís, na feira, foram comerciali-zados R$ 135 milhões, apenascom a venda de caminhões eimplementos rodoviários.

Uma das novidades destaedição da TranspoSul foi arealização do 1º CongressoInternacional de ComércioExterior e Logística – InterCo-mex 2013, que mobilizou osprofissionais de atividades

voltadas para exportação eimportação.

O encontro teve quatro pai-néis com os temas: “O Transpor-te Rodoviário Internacional noMercosul”; “A Multimodalidadee o Escoamento da Produção”;“As Estratégias e a Logística pa-ra o Comércio Exterior” e “AsPerspectivas do Brasil nos Mer-cados Globais”, com palestran-tes da China, da Bélgica, dos Es-tados Unidos e da Argentina.

De acordo com o coordena-dor da TranspoSul e vice-presi-dente do Setcergs, Afrânio Kie-ling, o evento é muito impor-tante para o setor, visto quemuitas montadoras deixam pa-ra fazer seus lançamentos epromoções na feira. Além disso,as vendas realizadas nos trêsdias do evento equivalem a ummês de vendas em todo o Esta-do do Rio Grande do Sul, afirma.

Para Kieling, o balanço geralda feira foi muito positivo. “Con-sideramos que o evento é muitooportuno já que o tema infraes-trutura atinge todos os setoresda sociedade e, sem dúvida, atroca de experiências é de gran-de valia para todos os partici-pantes. Mas é claro que temossempre o que melhorar e, paraisso, já estamos planejando a16ª edição da feira”, afirma.

Segundo o presidente doSetcergs, Sérgio Neto, a combi-nação de uma grande feira se-torial com um congresso dirigi-

AEROPORTOS BRASIL VIRACOPOS/DIVULGAÇÃO

VIRACOPOS Free shop inaugurado em Campinas

A concessionária AeroportosBrasil Viracopos e a Dufry inauguraram o free shop do Aeroporto Internacionalde Viracopos, em Campinas (SP). Segundo a concessionária, o aeroporto ficou dez anos sem lojas com produtos isentos de impostos parapassageiros que embarcamou desembarcam em voosinternacionais. As novas lojas oferecem um mix de produtos importados,entre bebidas, perfumes ecosméticos, alimentos,eletrônicos, relógios e

artigos para presente de conhecidas marcas internacionais. A expectativa da gestora é de que o investimento ajude Viracopos a atrair mais voos internacionais.Atualmente, são operados seis voos semanais da TAP vindos de Portugal, sendo três no embarque e três no desembarque. No total, aproximadamente, 6.000 passageiros de voos internacionais passam pelo terminal por mês.

Viracopos ganha free shop

Page 17: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 17

TranspoSuldo a empresários e executivosdas empresas que atuam diretae indiretamente no transportee na logística têm sido a bem-sucedida fórmula para reuniresse segmento em torno de umevento múltiplo.

Para Neto, a cada ano, aTranspoSul se consolida co-mo um evento de transportee logística multimodal comgrandes expositores e públi-co qualificado. “A feira aten-deu inteiramente às nossasexpectativas e as vendas su-peraram as metas dos nossosexpositores”, ressalta.

Prêmio Setcergs de LogísticaSimultaneamente ao even-

to, aconteceu a entrega do VIPrêmio Setcergs de Logística,no dia 5 de julho. A premia-ção é voltada a alunos querealizaram Trabalho de Con-clusão, apresentado e entre-gue entre 2011 e o primeirosemestre de 2013, de cursostecnólogos, de graduação,pós-graduação lato sensu ouMBA em Logística, Adminis-tração, Comércio Exterior, En-genharia de Produção e de-mais áreas voltadas para me-lhorias da gestão dos proces-sos logísticos das empresas.

O primeiro lugar foi pre-miado com R$ 3.000; o se-gundo com R$ 2.500; e o ter-ceiro recebeu R$ 2.000. Jáos 4º e 5º lugares recebe-

ram certificados de mençãohonrosa.

Os respectivos orientado-res dos trabalhos ganharam amesma premiação dos alunos.Os cinco primeiros colocadosterão seus trabalhos publica-dos nos sites do Setcergs e daProlog – Capacitação e Con-sultoria em Logística, e o tra-balho vencedor será publica-do na revista do sindicato, aTransnotícias.

As inscrições para a próximaedição do prêmio Setcergs deLogística estarão abertas a par-tir do mês de novembro desteano, para estudantes de gra-duação e pós-graduação de to-do o Brasil. Mais informaçõesno site www.transposul.com.

(Katiane Ribeiro)

FOTOS JOSÉ LUIZ ROCHA/TRANSPOSUL/DIVULGAÇÃO

NEGÓCIOS Vendas em três dias de feira equivalem as de um mês no Rio Grande do Sul

PRESENÇA Sérgio Neto, presidente do Setcergs

Page 18: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201318

MAIS TRANSPORTE

A Singapore Airlines apresentou anova versão do KrisWorld, seucanal de entretenimento a bordo.O sistema funciona com a plataforma Panasonic Avionics e,inicialmente, será disponibilizadoem oito novas aeronaves. Eleapresenta uma tela LCD maiorque o sistema anterior, com função touchscreen em todas asclasses (de 23 a 24 polegadas naprimeira; de 15,4 a 18 polegadas

na executiva e de 10,6 a 11,1 polegadas na econômica). Todas as categorias contam comacesso à mais de mil opções de entretenimento. O KrisWorld fornece ainda informações relevantes para o voo, reduzindoo número de anúncios a bordo, oque evita interrupções na navegaçãodos passageiros. A previsão é de que os aviões comecem a operar a partir de setembro.

Singapore inova

O Cenipa (Centro de Investigaçãoe Prevenção de AcidentesAeronáuticos) vai promover, nodia 17 de agosto, o SimpósioNacional de Prevenção deAcidentes Aeronáuticos. O evento acontece no Hotel Transamérica,na capital paulista. O encontro é gratuito e pretende proporcionardiscussões, informações e conhecimentos sobre aspectos

de segurança da aviação no país.Os temas das palestras abrangemresponsabilidade criminal em acidentes aeronáuticos, culturade segurança e treinamento deaeronavegantes, os maioresvilões da aviação e como combatê-los, entre outros assuntos. As vagas são limitadas. Mais informações no site www.cenipa.aer.mil.br.

Segurança aeroviária A Petrobras contratou a Locar, empresa especializada em guindastes e transportes especiais, para transportare armazenar uma série de equipamentos importadosque serão utilizados nas obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

O transporte do porto do Rio até a base da Locar, na Ilha do Governador, foi realizado por meio de balsas. Os equipamentos,alguns com mais de mil toneladas cada, devem ficar armazenados por aproximadamente um ano na base da Locar.

Petrobras contrata a Locar

A Volvo automatizou as linhasde pintura da fábrica de cabinesde caminhões do complexoindustrial de Curitiba (PR).Conforme a montadora, com aimplantação dos 16 robôs, responsáveis pela pintura epela manipulação das cabines,a companhia melhora a qualidadeda pintura e promove ganhosambientais (em uma das linhas,a pintura é feita à base de águae não utiliza mais solvente).

Além disso, a capacidade de produção foi aumentada. “Essa modernização faz partedo programa de investimentose de expansão dos negócios do Grupo Volvo no Brasil. Oaumento da qualidade na pintura e da capacidade deprodução contribui na buscapela liderança da marca nosegmento em que atua”, afirmaRoger Alm, presidente do Grupo Volvo América Latina.

Área de pintura automatizada

VOLVO Uso de 16 robôs promove ganhos ambientais

TECNOLOGIA Acesso a mais de mil opções de entretenimento

VOLVO/DIVULGAÇÃO

SINGAPORE AIRLINES/DIVULGAÇÃO

Page 19: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 19

Setcepar lança livro comemorativo de 70 anos

No dia 28 de junho, o Set-cepar (Sindicato das Em-presas de Transportes

de Cargas no Estado do Paraná)completou 70 anos com uma ce-lebração realizada no Clube Cu-ritibano, em Curitiba (PR).

Para comemorar a data, osindicato lançou uma publica-ção, em parceria com o jorna-lista Norberto Staviski, e um se-lo comemorativo.

O livro com 150 páginas con-ta a trajetória da evolução dotransporte de cargas no Estadodo Paraná e a importância dacategoria para a economia para-naense ao longo dos anos. “Vas-culhamos nossos arquivos, en-trevistamos pessoas que fize-ram parte dessa história e mer-gulhamos no tempo. O resultadoé um livro com fatos importan-tíssimos não só para os trans-portadores, mas toda a socieda-de”, afirma o presidente do Set-cepar, Gilberto Antonio Cantú.

Além do livro, as fotos fei-tas durante a coleta dos dadosfarão parte de uma exposiçãoitinerante, com painéis queirão circular por diferentes es-paços ainda a serem definidos,em Curitiba. “Por meio dessabusca de dados históricos, pu-demos observar que o Paranásó conseguiu realmente umaintegração com o restante doBrasil e se desmembrou de SãoPaulo por causa do ciclo da er-va-mate”, diz Cantú.

A erva-mate foi responsá-vel por um dos mais longos eprodutivos ciclos econômicosda história paranaense, tendoseu auge no século 19.

De acordo com Cantú, otransporte rodoviário de car-gas foi diretamente responsá-vel pela evolução desse cicloeconômico, transportando a ri-queza e melhorando o fluxo daerva-mate.

O presidente do sindicatolembra que a erva era antestransportada nas costas de ho-mens, ou por mulheres, peloCaminho do Itupava e, mais tar-de, por carroças. “Por essetransporte ser muito ineficien-te, começou-se a investir emoutros meios e assim nasceu otransporte rodoviário de cargado Paraná. Foi quando começa-ram a se abrir novos caminhos,a aprimorar os veículos e asformas de distribuir nossosprodutos”, ressalta Cantú.

A trilha histórica do Itupavafoi aberta entre 1625 e 1654, poríndios e mineradores, e calçadacom pedras por escravos paraligar Curitiba a Morretes, no Es-tado do Paraná.

COMEMORAÇÃO Presidente do Setcepar, Gilberto Antonio Cantú, e convidados na cerimônia

Durante o evento, foram en-tregues troféus comemorativosdos 70 anos do sindicato a seteex-presidentes da entidade. Fo-ram homenageados Eloy Láza-ro Fabrri (1972/1973); RobertoSérgio Merolli (1974/1977); Waldo-miro Koialankas Filho (1977/1980);Gilberto Francio (1980/1983); Val-mor Weiss (1983/1986); Rui Cichel-la (1999/2004) e Aldo FernandoKlein Nunes (2005/2010).

A dupla Chitãozinho & Xoro-ró foi a atração da festa, quereuniu quase mil pessoas. “Es-tamos muito felizes de podercompletar 70 anos cheios de

conquistas para os transporta-dores. Por isso, trabalhamospara que esse evento fosse his-tórico”, afirma Cantú.

História Criado em 1943, o Setcepar

representa 5.000 empresas detransporte de cargas em 265cidades do Estado. O sindicatooferece aos associados diver-sos serviços e eventos para de-bater e fomentar melhorias nosetor e no relacionamento dasempresas entre si e com os de-mais setores da sociedade.

(Katiane Ribeiro)

SETCEPAR/DIVULGAÇÃO

ANIVERSÁRIO

SERVIÇOQuem se interessar pelapublicação comemorativapode entrar em contatocom o Setcepar pelo telefone (41) 3014-5151.

Page 20: O peso da inflação

PERSONAGEM DO TRANSPORTE

Caminhoneiro participa de grupo que realizaações sociais, como arrecadação de roupas

e alimentos para comunidades carentesPOR LIVIA CEREZOLI

Mobilizaçãovia rádioO

radiocomunicadorque auxilia os cami-nhoneiros durante aslongas viagens tam-

bém assume uma função social.Em Joinville, em Santa Catarina,um grupo de radioamadoresutiliza a tecnologia para ajudara quem mais precisa.

É pelo rádio que os membrosdo grupo convocam os parceirospara realizar campanhas de ar-recadação de agasalhos, de ali-mentos, de brinquedos, de doa-ção de sangue e até de orienta-ções sobre a importação da va-cinação de crianças e adultos.

Caminhoneiro há 19 anos,Marcílio Leoni é um dos inte-grantes do Clube de Rádio Ope-radores de Joinville. Entre ascargas já transportadas porele, as que lhe deram mais or-gulho são justamente as dascampanhas. “Saímos com o ca-minhão pelas ruas da cidade esempre voltamos com elecheio de doações”, conta.

Leoni trabalha, há 12 anos, naAceville Transporte, mesmo pe-ríodo que integra o clube. A em-presa também contribuiu comas ações, fornecendo o cami-nhão para a coleta das doações.

Mensalmente, ele realiza dezviagens, entre Joinville e SãoPaulo, transportando cargas se-cas variadas. O trajeto de ida ede volta tem aproximadamente1.090 km, e a duração da viagem,em apenas um dos trechos, é de8h30. “Na estrada, utilizamos osrádios para passar informaçõessobre as condições das rodoviasou outros problemas que exis-tam no trajeto. Com o clube, de-mos uma nova função ao radio-amadorismo”, conta ele.

Fundado em 1987, o clube éuma sociedade civil filantrópica,

reconhecida pela Anatel (Agên-cia Nacional de Telecomunica-ções), que conta, atualmente,com 90 sócios. Os radioamado-res operam em duas frequên-cias: PX frequência 27.135 MHz(faixa do cidadão, 11 metros) eVHF frequência 145.430 MHz(dois metros).

De acordo com Leoni, todosos meses, os membros se reú-nem para definir as ações queserão realizadas em cada campa-nha. O clube conta com a parce-ria de outros grupos, como moto-queiros, jipeiros, membros de

clube de automóveis e empresasprivadas. “Temos várias pessoasque nos auxiliam nos trabalhosde arrecadação e de doação. Sãoparceiros que contribuem muitocom as nossas ações.”

Algumas campanhas – doagasalho, do Dia das Crianças edo Natal – são fixas e acontecemtodos os anos. Outras, como a dedoação de sangue e de vacina-ção, são realizadas sempre quenecessário. A última campanhado agasalho estava programadapara acontecer dia 14 de julho.“Convocamos todo mundo pelo

Page 21: O peso da inflação

tuações de risco, como enchen-tes e desabamentos. “Quandoaconteceu aquela tragédia emSanta Catarina (em 2008, 135pessoas morreram em enchen-tes que afetaram 60 cidades emais de 1,5 milhão de pessoas),montamos bases de operaçãode radioamador em várias cida-des e monitorávamos essas re-giões”, conta Leoni.

De acordo com ele, o traba-lho, realizado em parceria com aDefesa Civil e o Corpo de Bom-beiros, envolvia desde passaralertas para a comunidade, até

convocar voluntários para auxi-liar na coleta de doações, na dis-tribuição de alimentos, de águae de remédios. “Pelo rádio, con-seguíamos saber em qual cidadeou região a ajuda era mais ne-cessária e para onde os voluntá-rios deveriam ir.”

O Clube de Rádio Operado-res de Joinville está aberto pa-ra novas parcerias e tambémpara receber doações. O conta-to com os membros pode serfeito por meio do site que a en-tidade mantém na Internet(www.crojjoinville.eev.com.br). l

LUCIANO MORAES/NOTÍCIAS DO DIA

radioamador e depois anuncia-mos o trajeto a ser percorrido nacidade. Muitas pessoas já ficamna porta de suas casas com asdoações nos aguardando.” Ogrupo já chegou a arrecadar 100mil peças de roupas em uma úni-ca campanha.

No Dia das Crianças, o cluberealiza uma grande festa, comdistribuição de doces e brinque-dos em comunidades carentes deJoinville e, no Natal, são distribuí-das cestas básicas. “É fundamen-tal para a minha vida a realizaçãodesse trabalho. É muito gratifi-

cante ajudar as pessoas. Levo mi-nha esposa e minhas duas filhas– de 27 e 25 anos – sempre comi-go. Tenho certeza que a recom-pensa virá”, afirma Leoni.

Nas ações de doação desangue, o grupo convoca vo-luntários para comparecer aohemocentro da cidade e, nascampanhas de vacinação, rea-liza blitze educativas com osagentes de saúde para orien-tar a população sobre a impor-tância desse tipo de ação.

Além disso, o grupo de radio-amadores também atua em si-

PARTICIPAÇÃOConhece algum profissional dosetor de transporte que mereçater a sua história contada aquina revista CNT TransporteAtual? As sugestões podem ser enviadas para [email protected] seção “Personagem doTransporte” tem como objetivo principal contar a história de profissionais dosetor que abraçaram umacausa e lutam por ela. Essenovo espaço da revista pretende valorizar os profissionais que se destacampor um talento especial e utilizam isso para promoveruma vida melhor em suascomunidades. A nova seçãotambém pretende despertar o interesse em outros trabalhadores para correrematrás do que eles realmentequerem e acreditam.

Page 22: O peso da inflação

REPORTAGEM DE CAPA

O fantasma e

Page 23: O peso da inflação

stá de volta?

JÚLIO FERNANDES/CNT

Mesmo distante da realidade das décadas de 80 e 90, a inflação começa a assustar os brasileiros. No setor de

transporte, empresas têm custo elevado e investimentos podem ser adiados

Mesmo distante da realidade das décadas de 80 e 90, a inflação começa a assustar os brasileiros. No setor de

transporte, empresas têm custo elevado e investimentos podem ser adiados

Page 24: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201324

Ocombustível ficoumais caro, a manu-tenção e a comprados equipamentos

sofreram reajustes, a deman-da retraiu e, no fim do mês,está mais difícil fechar a con-ta. A alta da inflação registra-da no último ano já tem im-pactado diversos setores daeconomia, inclusive a ativida-de transportadora.

O IPCA (Índice de Preços aoConsumidor Amplo), taxa deinflação oficial do governo fe-deral, medido pelo IBGE (Insti-tuto Brasileiro de Geografia eEstatística), ficou em 6,7% en-tre junho de 2012 e junho de2013. O percentual ultrapassao teto da meta estabelecidapelo governo, de 6,5%. O cen-tro da meta é de 4,5% ao ano.

Embora ainda não seja mo-tivo de grandes preocupa-ções, transportadores dos di-versos modais – rodoviário decargas e de passageiros, fer-roviário, aéreo e aquaviário –mostram certa apreensãocom a possível volta da infla-ção e a consequente elevaçãodos custos dos principais in-sumos ligados ao setor.

levantamento, foram ouvidos515 transportadores.

A percepção deles é a mes-ma de economistas que já si-nalizam para uma tendência demanutenção das taxas maiselevadas até o fim do ano. Asprevisões apontam para um ín-dice em torno de 6%. Em 2012,a taxa fechou em 5,84%.

Na visão de Sílvio CamposNeto, economista da Tendên-cias Consultoria, esse valor ébastante alto quando consi-derado os patamares interna-cionais. Para o economista,um índice entre 2% e 3% ao

Dados da Sondagem Expec-tativas do Transportador 2013,divulgada em março pela CNT,mostram que grande parte dosempresários (49,9%) afirmaque os impactos da inflaçãonas atividades da empresa sãoaltos. Outros 44,3%, que sãomoderados e apenas 5% res-ponderam que são baixos.

A maioria dos entrevista-dos (62,6%) acredita que a in-flação se elevará em 2013. Ou-tros 30,1% esperam que elaseja mantida e apenas 5%apostam em redução dos índi-ces até o fim do ano. Para o

REFLEXO Preço das peças

POR LIVIA CEREZOLI

“Tivemos estímulo aoconsumo, e

não melhoriasde produção. A demanda émaior que a

oferta”SÍLVIO CAMPOS NETO, TENDÊNCIAS CONSULTORIA

Page 25: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 25

ano seria o ideal. Segundoele, essa elevação é reflexo dapolítica econômica brasileiraadotada nos últimos anos.“Tivemos um grande estímuloao consumo, e não a melho-rias de produção. A demandaé maior que a oferta”, analisa.

E quando existem mais com-pradores do que produtos a se-rem vendidos, a tendência é dealta nos preços: do feijão aocombustível, do leite à manu-tenção dos veículos e equipa-mentos, do tomate à folha depagamento dos funcionários.

Na composição dos custos

das empresas de transporterodoviário, o combustível é oitem que tem o maior peso. Deacordo com Maurício Lima, di-retor da área de capacitaçãodo Ilos (Instituto de Logísticae Supplay Chain), o diesel cor-responde, em média, a 30%dos custos, o valor do veículo,a 20% e, em seguida, vêm amão de obra (16%), a manu-tenção (8%) e os pneus (6%).

Só em 2013, o diesel já so-freu dois reajustes e acumulaalta de 10,72%, segundo o Índi-ce Nacional de Variação deCustos do Transporte Rodoviá-

rio medido pela NTC&Logística(Associação Nacional de Trans-porte de Carga e Logística).Somados todos os insumos, ocusto do transporte de cargasfracionadas subiu 5,01% noprimeiro semestre. “A alta sónão foi maior porque o preçodos veículos sofreu uma pe-quena retração”, afirma FlávioBenatti, empresário e presi-dente da entidade.

De acordo com ele, essenovo cenário econômico quese desenha no Brasil obrigaas empresas a se adaptaremprincipalmente em relação

ANTF/DIVULGAÇÃO

utilizadas na manutenção ferroviária é elevado devido aos índices de inflação

O custo dotransportede cargas

fracionadassubiu

5,01%no primeiro

semestre

Inflação acima de 4.000%MEMÓRIA

Ainda é muito recente namemória dos brasileiros acorrida às compras, diaria-mente, para garantir produ-tos mais baratos durante asdécadas de 1970 a 1990. Osíndices de inflação no perío-do ultrapassaram os 4.000%ao ano. Em junho de 1994, oIPCA, medido pelo IBGE, che-gou a 4.922,60%.

De acordo com SilvioCampos Neto, economista daTendências Consultoria, esseprocesso inflacionário foidecorrente de uma combina-ção altamente perversa aoequilíbrio de preços. “De umlado, havia um grande des-controle fiscal e monetário,com deficit público elevado.Por outro, a capacidade deoferta era extremamente li-mitada, diante de uma eco-nomia fechada às importa-

ções e com um sistema pro-dutivo ineficiente e de baixaprodutividade”, explica.

Foi com a instituição doPlano Real, em 1994 (as ba-ses do programa foram lan-çadas no fim de 1993), que opaís conseguiu acabar comquase três décadas de infla-ção elevada.

Além da substituição damoeda (cruzeiro real peloreal), segundo Campos Ne-to, medidas como a imposi-ção de uma política monetá-ria restritiva (juros eleva-dos) e a abertura econômi-ca (ampliação da oferta deimportados para permitiruma maior competição nomercado de bens) tambémcontribuíram para reduzir ainflação de 2.477%, em 1993,para apenas 9,5%, em 1996,e 1,6% em 1998.

Page 26: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201326

riam de acordo com a qualida-de das estradas utilizadas, ageografia das rotas, a idade dafrota e a região em que os veí-culos rodam, com maior ou me-nor volume de tráfego.

No transporte aquaviário, acompra de equipamentos é osetor mais afetado. SegundoIrani Bertolini, presidente dasEmpresas Bertolini (Constru-ção Naval e Transporte Fluviale Rodoviário de Cargas), a in-flação destrói qualquer prin-cípio de planejamento em mé-dio e longo prazo. “A compra

temente o caixa das empresas,prejudicando os investimen-tos programados que podemser postergados.”

De acordo com o dirigente,esses insumos tiveram altassuperiores aos índices inflacio-nários do último ano e não fo-ram repassados aos consumi-dores, já que o setor não reali-za reajuste de tarifas desde ju-lho do ano passado. Porto ex-plica que não é possível men-surar numericamente o impac-to da inflação na atividade por-que os custos das empresas va-

aos investimentos em amplia-ção de frota.

A situação é bastante se-melhante no setor de trans-porte rodoviário de passagei-ros. Paulo Porto, presidente daAbrati (Associação Brasileiradas Empresas de TransporteTerrestre de Passageiros), des-taca que a volta da inflaçãotem causado uma série de di-ficuldades para as empresas.“Os aumentos em todos os in-sumos, principalmente o pre-ço dos equipamentos, o diesele a mão de obra, oneram for-

“Os aumentosdos insumosoneram as

empresas, e osinvestimentos

podem serpostergados”

PAULO PORTO, PRESIDENTE DA ABRATI

Governo garante valoresINVESTIMENTOS

O corte de R$ 10 bilhões noorçamento deste ano já sinali-zado pelo governo federal, co-mo uma das medidas econômi-cas para conter a inflação, nãodeve afetar os investimentosem infraestrutura de transpor-tes, segundo informações do Mi-nistério dos Transportes, da SAC(Secretaria de Aviação Civil) eda SEP (Secretaria de Portos).

De acordo com Martha Seil-lier, diretora do Departamentode Regulação e Concorrência daAviação Civil da SAC, qualquerpossível redução de gastos dogoverno deve incidir sobre asdespesas de custeio e, portanto,não afetará os investimentos eminfraestrutura aeroportuária.

Segundo ela, os estudos deviabilidade técnica, econômicae ambiental das concessões dosaeroportos do Galeão, no Rio deJaneiro, e de Confins, em MinasGerais, mostram a viabilidadedos projetos mesmo havendomudanças na taxa de inflação.Os terminais receberão R$ 9 bi-

lhões de investimentos e o cro-nograma de concessão terá iní-cio neste segundo semestre.

O Ministério dos Transportes,responsável pelas obras em ro-dovias e ferrovias garante quenão haverá alterações no crono-grama de intervenções devido àquestão econômica do país por-que a EPL (Empresa de Planeja-mento e Logística), responsávelpela implementação do PIL (Pro-grama de Investimentos em Lo-gística), não detectou diminui-ção do ânimo de investidores in-teressados nos diversos em-preendimentos já anunciados.

No entanto, os editais deconcessão das BR-040 e BR-116foram cancelados no final dejulho. Segundo a ANTT (Agên-cia Nacional de TransportesTerrestres), “serão realizadosajustes finos necessários paradar mais atratividade às con-cessões”. Os novos editais de-vem ser publicados em outu-bro e o leilão tem previsão pa-ra acontecer em novembro.

IMPACTO Inflação em alta reduz demandas por via

Page 27: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 27

de empurradores e de balsasé realizada com muita antece-dência (em média um ano emeio para a entrega dos equi-pamentos) e, sem estabilida-de econômica, não é possívelinvestir.” Um empurrador cus-ta em média R$ 4,8 milhões euma balsa, R$ 3 milhões. “Sãovalores altos que precisamser programados.”

Para Meton Soares, vice-presidente da CNT para otransporte aquaviário, aéreo eferroviário, a falta de uma in-dústria nacional forte que pos-

sa suprir a demanda das em-presas de navegação dificultaainda mais o planejamento dosetor. “Dependemos de peçase equipamentos importados e,com a inflação e o dólar em al-ta, o custo eleva-se bastante eo lucro acaba reduzido.”

Na visão de Bertolini, 5% éuma margem de lucro ideal pa-ra as empresas de navegaçãotrabalharem, mas com o custodos insumos elevado e sempoder repassar os valores paraos clientes, essa taxa, atual-mente, está perto de zero. Nas

empresas do grupo, só nãohouve retração de investimen-tos porque as commoditiesagrícolas (principal produtotransportado) estão em alta.

No setor ferroviário, se-gundo Rodrigo Vilaça, presi-dente-executivo da ANTF (As-sociação Nacional dos Trans-portadores Ferroviários), aelevação da inflação tem im-pacto direto tanto na opera-ção dos concessionáriosquanto na infraestrutura damalha. O primeiro ponto des-tacado por ele também é a al-

O índice deinflaçãochegou a

6,7%no último

ano

INFLAÇÃO BRASILEIRA

VARIAÇÃO NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS (%)

Veja os dados do IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo)

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

02003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013*

9,30

7,60

5,69

3,14

4,46

5,90

4,31

5,916,50

5,84

6,70

VARIAÇÃO NO ÚLTIMO ANO (%)

100.90.80.70.60.50.40.30.20.1

0Jun/12

* Até junhoFONTE: IBGE

Jul/12 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13

PEQUI FILMES/DIVULGAÇÃO

gens aéreas; empresas já reduzem oferta

0,08

0,43

0,41

0,57

0,590,60 0,60

0,470,55

0,37 0,26

0,79

0,86

Page 28: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201328

teração dos preços para com-pra de peças e de equipamen-tos, uma vez que os mesmossão importados e têm seuspreços estabelecidos em dó-lar. “Isso aumenta os custos eafeta as operações de manu-tenção dos equipamentos.”

A alta também reflete nocusto logístico e na exportaçãode produtos – 80% do volumetransportado pelas rodoviascorrespondem ao mercado ex-terno que sofre influência dire-ta dessas oscilações.

No modal aéreo, o primeiroimpacto da inflação, e talvez omais prejudicial, vem da dimi-nuição do poder aquisitivo dapopulação. “A inflação corróia renda das pessoas e obrigaa uma redução de custos. Asviagens são as primeiras a se-rem cortadas. Diminui-se a de-manda por passagens aé-reas”, diz Adalberto Febeliano,consultor técnico da Abear(Associação Brasileira das Em-presas Aéreas).

Esse cenário já tem, inclusi-ve, refletido na quantidade deassentos nos voos oferecidospelas companhias. Desde o anopassado, elas têm reduzido aoferta e novos cortes devemser realizados no segundo se-mestre. “Até o momento, essereflexo apenas atingiu o núme-ro de frequências de voos e

não obrigou as empresas a re-duzirem o número de cidadesatendidas”, explica Febeliano.

Dados da Anac (Agência Na-cional de Aviação Civil), divul-gados em maio, confirmam aredução. Nos cinco primeirosmeses deste ano, foram ofere-cidos 47,4 milhões de assentosnos voos domésticos, 6,36%menos do que no mesmo perío-do de 2012, quando foram ofe-recidos 50,7 milhões. O númerode passageiros que voaram se

manteve praticamente estável.Entre janeiro e maio deste ano,foram transportadas 35,1 mi-lhões de pessoas.

Este é o terceiro ano con-secutivo no qual o índice deinflação deve ficar acima docentro da meta estabelecidapelo governo e isso tem con-tribuído, segundo o economis-ta Campos Neto, para o surgi-mento de uma insegurançaeconômica, o que reflete dire-tamente não só no planeja-

Copom subiua taxa Selic

para

8,5%ao ano

DIFICULDADE Momento econômico brasileiro atrapalha planejamento das empresas de navegação

Page 29: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 29

mento das empresas, mastambém em obras de constru-ção e de manutenção de no-vas vias, ferrovias e terminaisde cargas e de passageiros.

Diante desse cenário, elealerta para a possibilidade donão cumprimento dos prazosestabelecidos pelo governo pa-ra a aplicação dos investimen-tos em infraestrutura de trans-porte anunciados no ano pas-sado. “Os investidores podemretrair e não se sentirem segu-

ros para participar das obras.”Campos Neto avalia que a deci-são do governo em definir umaagenda de concessões voltadapara a infraestrutura de trans-porte vem de maneira tardia eainda um pouco tímida.

“O anúncio dos investimen-tos foi feito em outro cenárioeconômico. Em 2012, a realida-de era diferente. Hoje, convive-mos com a preocupação do nãocumprimento dos prazos e doafastamento dos investidores

privados que poderiam partici-par das concessões”, afirmaBenatti, da NTC&Logística.

Com relação aos investi-mentos em aeroportos, aAbear acredita que nos termi-nais já concedidos não haveráalterações e que nos demais,ainda administrados pelo go-verno federal, o compromissode investimentos assumido se-ja mantido. “Os recursos paraessa finalidade são provenien-tes do Fundo Nacional de Avia-ção Civil e estão atrelados aovalor de outorga das conces-sões. Por isso, esperamos quenão tenha nenhuma altera-ção”, destaca Febeliano.

Na questão estrutural, Vila-ça, da ANTF, afirma que podeexistir um desestímulo nos in-vestimentos em ferrovias, masque o ambiente ainda é seguro.Na visão dele, o governo preci-sa dar uma atenção especial aoconjunto de obras anunciadono ano passado para que sejapossível oferecer melhorescondições de infraestrutura detransporte e, assim, incremen-tar a economia nacional. “Nesteprimeiro ano, depois do anún-cio dos investimentos, ficamosapenas nos estudos e análisesde projetos. O início da constru-ção efetiva de novas linhas fer-roviárias deve acontecer so-mente em 2016”, destaca. l

EMPRESAS BERTOLINI/DIVULGAÇÃO

fluvial para a compra de equipamentos

“A inflaçãocorrói a

renda daspessoas e

obriga umaredução de

custos”ADALBERTO FEBELIANO, ABEAR

Juros devem subir maisALTERNATIVA

Uma das formas de contro-lar a inflação é aumentar a taxabásica de juros da economiabrasileira, conhecida como taxaSelic. Quanto mais alta for essataxa, mais ela desestimula oconsumo, uma vez que os juroscobrados nos financiamentos,nos empréstimos e nos cartõesde crédito ficam mais altos.

Os membros do Copom(Comitê de Política Monetá-ria), órgão do Banco Central,em reunião realizada nos dias9 e 10 de julho, decidiram au-mentar a taxa em 0,5 pontopercentual. Com isso, o índiceficou em 8,5% ao ano.

Para Samuel Pessôa, pes-quisador do Ibre (Instituto Bra-sileiro de Economia) da Funda-ção Getúlio Vargas, o governo

brasileiro acertou ao decidirpelo aumento da Selic, mas es-sa ação veio com atraso. “A al-ta começou pelo menos umano depois do necessário. Issofavoreceu esse crescimento dainflação”, explica ele.

Em agosto de 2011, a Selicestava em 12,5%. Depois dis-so, iniciou-se um período dequedas, e a taxa de juros bai-xou até 7,25% em abril desteano. A partir de maio, o Co-pom decidiu novamente au-mentar os juros. “No início, ociclo de baixa foi criticado poreconomistas, mas depois semostrou bastante eficiente.Porém, a dose foi errada. Osjuros caíram mais do que de-veriam e agora a solução évoltar a subir”, avalia Pessôa.

Page 30: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201330

Page 31: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 31

Aexpansão e a renovação dafrota que opera o transporteaquaviário são fundamentaispara o crescimento desse mo-

dal e também para contribuir para omaior desenvolvimento econômico doBrasil. Na cabotagem, a idade média dafrota é de 16,5 anos. E algumas dificul-dades enfrentadas por EBNs (EmpresasBrasileiras de Navegação), especial-mente pelas menores, são a demora e acomplexidade dos documentos para seter acesso ao financiamento do FMM(Fundo da Marinha Mercante).

O processo de avaliação dos pedidos

é longo e burocrático, com muitas exi-gências, comprometendo assim o estí-mulo à renovação da frota brasileira.Embarcações novas consomem menoscombustível, poluem menos e possuemmenores custos de manutenção. Tudo is-so contribui para a redução do custo to-tal do transporte.

Conforme informações da PesquisaCNT do Transporte Aquaviário – Cabota-gem 2013, a solicitação de financiamentocom recursos do FMM deve ser feita pelasempresas interessadas, com toda a docu-mentação exigida, ao DEFMM (Departa-mento do Fundo da Marinha Mercante).

FROTA DE CABOTAGEM

POR CYNTHIA CASTRO

Mais agilidadepara os

financiamentosNecessidade é apontada por representantes

de empresas que operam o transporte aquaviário realizado pela costa do Brasil

CNT/DIVULGAÇÃO

Page 32: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201332

Após análise preliminar, o pe-dido é encaminhado ao CDFMM(Conselho Diretor do Fundo daMarinha Mercante), que decidiráa respeito da concessão solicita-da. A partir dessa decisão, seráiniciado o processo com o agentefinanceiro, que analisará o proje-to sob o ponto de vista econômi-co e financeiro. Na Pesquisa CNTdo Transporte Aquaviário – Cabo-tagem 2013, há um organogramacom todas as fases para se teracesso ao fundo (leia nas páginas34 e 35 desta reportagem).

ESTÍMULO Corte de chapas em estaleiro;

Ministério indica mudanças

PROPOSTA

Para acelerar as contra-tações de financiamentopara renovação de frota na-val no Brasil, foi feita, no úl-timo mês de junho, uma al-teração na composição doCDFMM (Conselho Diretordo Fundo da Marinha Mer-cante). As reuniões contamagora com a participaçãode representantes dos trêsprincipais agentes financei-ros do Fundo da MarinhaMercante (BNDES, Banco doBrasil e Caixa EconômicaFederal), da Casa Civil daPresidência da República eda Petrobras.

De acordo com informa-ções do Ministério dosTransportes, “a inclusãodos principais bancos res-ponsáveis pelo financia-mento ao setor contribuirápara acelerar as futurascontratações de financia-mento. A participação daPetrobras agregará conhe-cimentos no setor de óleo egás, principal demandantedos recursos do FMM.

E a inclusão da Casa Ci-vil, órgão central respon-sável pela coordenação degoverno, permitirá melhorarticulação do fundo comoutros elementos da polí-tica pública”.

No início de agosto, es-tava marcada uma reuniãodo conselho para analisar aconcessão de prioridade aprojetos de 28 empresas

postulantes a financiamen-tos do fundo. Conforme oministério, os projetos es-tarão aptos para contrata-ção com os agentes finan-ceiros, dentro do prazo de360 dias, a contar da publi-cação do resultado da reu-nião no Diário Oficial daUnião. Somente após a con-tratação, os desembolsosde recursos do Fundo daMarinha Mercante poderãoser iniciados.

O FMM é a principal fontede financiamento de longoprazo destinada a promovero desenvolvimento da mari-nha mercante e da indústriade construção e reparaçãonaval brasileira.

De 2010 até o fim de ju-nho de 2013, foram recebi-dos 174 projetos, sendo quecerca de 90% foram aprova-dos. Na seleção, o conselhodo FMM destina recursos pa-ra a construção de navios eestaleiros, reparo, amplia-ção do número de embarca-ções – tanto de apoio comode cabotagem – e o aumentoda capacidade das embarca-ções (jumborização) e mo-dernização de estaleiros.

Também financia embar-cações de navegação fluvial(carga e passageiros), pescae apoio portuário. Recente-mente, o Conselho MonetárioNacional autorizou o finan-ciamento pelo FMM de na-vios-sonda.

“É precisoter critérios

bem definidospara avaliaros projetos”

CLEBER LUCAS, PRESIDENTE DA ABAC

Page 33: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 33

Segundo a avaliação da pes-quisa da CNT, o processo é buro-crático e tem contribuído parareduzir o ritmo de expansão dafrota empregada na navegaçãode cabotagem no país, afetandoa quantidade e o nível do servi-ço oferecido. Em 2012, de acordocom dados da pesquisa, do totalde recursos desembolsados,apenas 6,8% foram destinadosàs empresas de cabotagem paraa renovação e ampliação desuas frotas. Para navegação in-terior, o percentual foi de 0,7% e

para apoio marítimo, 21,3%. Orestante, 71,2%, foi destinadopara estaleiros, plataformasoffshore, exploração de óleo/gáse apoio marítimo de petróleo.

Na opinião do presidente daAbac (Associação Brasileira dosArmadores de Cabotagem), Cle-ber Cordeiro Lucas, é necessáriodesburocratizar o processo. Elereconhece que, no último ano emeio, houve uma melhora, masainda há questões essenciais ase resolver. “É importante tercritérios bem definidos para a

avaliação dos projetos e regula-ridade na agenda do conselhodeliberativo que avalia essesprojetos. Assim, você tem ascondições de agilidade necessá-rias para que se possa fazer ouso do recurso”, afirma.

De acordo com Cleber Lucas,que também é vice-presidentedo Syndarma (Sindicato Nacio-nal das Empresas de NavegaçãoMarítima), a demora na defini-ção do acesso ao financiamentofaz com que as empresas fi-quem inibidas de empreender.

incentivar a indústria naval é importante para o desenvolvimento do país

STÉFERSON FARIA/DIVULGAÇÃO

Em 2012,apenas

6,8%dos recursosforam para acabotagem

FROTAIdade média das embarcações que operam na cabotagem

TIPO DE QUANTIDADE DE IDADE EMBARCAÇÃO EMBARCAÇÕES MÉDIA

BALSA 10 10,9

BARCAÇA 29 8,6

BOTE 1 39,0

CARGUEIRO 13 23,0

FLUTUANTE 1 38,0

GASES LIQUEFEITOS 9 22,8

GRANELEIRO 12 16,9

LANCHA 2 3,0

MULTI-PROPÓSITO 1 13,0

NAVIO CISTERNA 1 37,0

PETROLEIRO 37 22,4

PORTA-CONTÊINER 14 12,8

REBOCADOR/EMPURRADOR 19 10,9

ROLL-ON/ROLL-OFF 2 31,5

TANQUE QUÍMICO 1 2,0

OUTRAS EMBARCAÇÕES 3 28,7

TOTAL GERAL 155 16,5

PESQUISA CNT DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO – CABOTAGEM 2013

Page 34: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201334

BurocraciaConfira as etapas e todos os documentos necessários para conseguir obter financiamento

Condições necessáriasSer EBN (Empresa Brasileira deNavegação)/REB ou EstaleiroBrasileiro

1

DocumentaçãoPrioridade

1 - Carta de apresentação do pedido2 - Indicação do agente financeiro - pode ser na própria carta de apresentação3 - Especificação técnica resumida do projeto4 - Arranjo geral da embarcação, se for o caso5 - Planta baixa geral do empreendimento, se for o caso6 - Cronograma de obras do estaleiro construtor7 - Cronograma de construção da embarcação8 - Pré contrato de construção entre o pleiteante e o estaleiro construtor9 - Autorização para o agente financeiro informar ao DEFMM (Departamento do Fundo da

Marinha Mercante) a existência de pendências financeiras10 - Certidões que caracterizem a situação regular do grupo econômico a que pertence o

pleiteante junto a: Secretaria da Receita Federal, Fazenda Nacional, FGTS, INSS

2

Análise de PrioridadeFeita pelo DEFMM (Departamento do Fundo da Marinha Mercante)/CDFMM (Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante)Condições de Prioridade:1 - Projeto de empresa brasileira, para construção de embarcação

em estaleiro brasileiro. Conversão, modernização ou reparação de embarcação própria, inclusive para a aquisição e instalação de equipamentos necessários, quando realizadas por estaleiro brasileiro

2 - Participação da bandeira brasileira no mercado onde a embarcação será empregada

3 - Política industrial e geração de empregos4 - Percentual de nacionalização dos materiais e equipamentos5 - Perda de divisas com pagamentos de fretes e afretamentos

ao exterior6 - Atividade considerada prioritária e de relevante interesse social

3 Consulta préviaPrioridade

1 - Qualificação do postulante / caracterização jurídica da empresa2 - Controle do capital social3 - Sociedades controladas4 - Sociedades coligadas5 - Caracterização do pedido de apoio financeiro6 - Histórico operacional da empresa (frota atual/carga transportada

nos últimos três anos/ serviços realizados nos últimos três anos)7 - Concorrência nos últimos três anos8 - Evolução do time charter (TC) médio anual de mercado nos

últimos cinco anos9 - Detalhamento do custo operacional da embarcação em análise10 - O projeto11 - Obras realizadas pelo estaleiro nos últimos cinco anos

Outras análises1 - Detalhamento do orçamento e quadro de usos e fontes2 - Descrição do demonstrativo de pagamentos3 - Formulário de cadastro para estaleiros4 - Ofício de autorização para obtenção de informações bancárias junto à instituição financeira5 - Apresentação do projeto6 - Análise do mapa de orçamento: descrição e discriminação quanto à mão de obra própria,

mão de obra subcontratada, material e equipamentos nacionais, material e equipamentos importados

FIM DO CICLONega a prioridade e informa à empresa

Concede a prioridade

Agente financeiro*BNDES

4

5

7

6

Page 35: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 35

de embarcações no Brasil com recursos dos FMM (Fundo da Marinha Mercante)

Cadastro na instituição financeiraFicha cadastral pessoa física e pessoa jurídica

8

Documentação para solicitação de financiamento1 - Carta da empresa solicitando o financiamento

2 - Consulta prévia

3 - Informações e documentos para a elaboração da classificação de risco

4 - Questionário de informações ambientais para enquadramento

5 - Questionário de informações sociais para enquadramento

6 - Questionário de aspectos relativos à inovação

7 - Relatório ou balanço social, se houver

Consulta préviaFinanciamento

1 - Dados da empresa

2 - Descrição do projeto

3 - Estudo de mercado

4 - Apresentação das

garantias

5 - Outras informações

consideradas pertinentes

9

10 PrioridadesO Depri (Departamento

de Prioridades) recebe a

documentação, verifica a

adequação às políticas

operacionais, elabora

e encaminha ao Comitê a

instrução de enquadramento

com recomendações

11 Depri envia cópias para Área

de Crédito e Área Operacional

12

Área de CréditoEntrega ao Comitê de Classificação

de Risco a proposta de limite

de crédito que será

homologada pela diretoria

13

Enquadra

FIM DO CICLONão enquadra

14

Comitê de Enquadramento de CréditoA empresa é notificada do enquadramento e

prepara o projeto

15A área operacional analisa, negocia com o cliente e estrutura a operação

A área operacional elabora o relatório de análise

16 17

FIM DO CICLODiretoria não aprova e notifica a empresa

Diretoria aprova Empresa é informada das

condições para a contratação

18 19 Área operacionalElabora o contrato e efetua a liberação dos recursos

e o acompanhamento do projeto e da empresa

20

* A análise foi feita para o BNDES porque essa instituição concedeu 89% (em média) do total dos empréstimos dos últimos nove anos. Apenas em2012, o BNDES foi responsável por 73% de todos os empréstimos concedidos com recursos do FMM. As outras instituições que atuam como agente financeiro do FMM são: Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal

Page 36: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201336

do o processo de operacionali-zação das cargas. A empresaMarajó Logística é uma opera-dora portuária que atua no por-to de Cabedelo, na Paraíba.

Rodrigues citou um exemplode prejuízos causados por umafrota envelhecida. “Vamos pen-sar em um navio novo, comguindaste novo e que vai passarpor uma descarga de granéis.Vamos operar com uma retiradade 500 toneladas por hora. Já onavio sucateado, que apresenta

dutos químicos orgânicos, celu-lose, soda cáustica, sal, produ-tos siderúrgicos, entre outros.

O sócio-diretor da MarajóLogística e do Sindicato das Em-presas de Transporte de Cargasda Paraíba, José Arlan Silva Ro-drigues, também ressaltou a ne-cessidade de renovar a frotadas embarcações que operamna cabotagem no Brasil. Ele en-fatizou que os navios mais ve-lhos acabam impactando notempo de descarga, prejudican-

“É preciso reconhecer que hou-ve uma melhora, mas a burocra-cia ainda continua.”

Os dados da pesquisa da CNTindicam que 77,2% do volume decarga transportada na navega-ção de cabotagem se refere acombustíveis e óleos minerais eprodutos. Em seguida, estão abauxita (10,1%) e os contêineres(5,1%). Também são transporta-dos pela costa marítima brasilei-ra madeira, reatores, caldeiras emáquinas, minério de ferro, pro-

DESENVOLVIMENTO

INDÚSTRIA NAVAL

Para estimular o desen-volvimento da indústria na-val no Brasil, é preciso tam-bém que haja mais investi-mento em tecnologia, con-forme ressalta o engenheiroLuiz Felipe Assis, chefe doDepartamento de EngenhariaNaval da UFRJ (UniversidadeFederal do Rio de Janeiro).

Ele considera que o estí-mulo à renovação da frota dacabotagem é importante paraalavancar a indústria, mas oincentivo real depende de umapolítica mais ampla. “As de-mandas da Transpetro e da in-dústria de apoio marítimo, por

exemplo, têm sido importan-tes para alavancar uma indús-tria que estava parada. Mas ademanda do mercado domés-tico ainda é insuficiente. Nãose pode calcar a indústria daconstrução naval somente pa-ra atender demandas inter-nas”, analisa o professor.

Para que haja sustentaçãode longo prazo a esse segmen-to, a indústria naval brasileiraprecisa ganhar eficiência e terpadrões tecnológicos competi-tivos, conforme Assis. Isso nãosignifica somente o investi-mento em equipamentos, mastambém em mão de obra e em

sistemas sofistica dos de ges-tão da produção, para se al-cançar mais eficiência, produ-zindo mais, com menos recur-sos e em um menor tempo.

“É necessário haver umapolítica industrial voltada paraa construção naval. Precisa re-conhecer os problemas e fazerinvestimentos, com a partici-pação dos estaleiros e do go-verno, para estimular a pesqui-sa, para identificar as dificul-dades em termos de tecnolo-gia e trabalhar para melhorar aeficiência”, disse o chefe doDepartamento de EngenhariaNaval da UFRJ.

“É preciso investir em tecnologia e eficiência”

“Tem de haver política

industrialvoltada paraconstrução

naval”LUIZ FELIPE ASSIS, DA UFRJ

Page 37: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 37

muito problema mecânico, terácapacidade para 200 tonela-das/hora. É menos da metade.”

DesenvolvimentoO conselheiro da Fenavega

(Federação Nacional das Empre-sas de Navegação Marítima, Flu-vial, Lacustre e de Tráfego Por-tuário), Meton Soares, enfatizoua importância da cabotagem pa-ra o desenvolvimento econômi-co do país. Ele também conside-ra necessário que os processos

para se obter financiamento se-jam simplificados.

“Obviamente, os pedidos pre-cisam ser analisados com crité-rio para examinar a capacidadeoperacional e de capital. Tudo is-so precisa ser bem criterioso,mas é importante simplificar edar mais agilidade para que sepossa estimular a renovação dafrota”, disse Meton Soares, quetambém é presidente da seçãode Transporte Aquaviário da CNT.

Segundo ele, os diferentes

modais de transporte devem serenxergados de forma comple-mentar, e não como competido-res. “Cada um tem o seu espaço,que deve ser utilizado. As pes-soas e o governo precisam enxer-gar o transporte como peça fun-damental do desenvolvimento dopaís. É preciso investir na cabota-gem, na renovação, na oferta dejuros adequados, com prazosadequados. Tudo que for possívelpara que o empreendedor tenhaa garantia necessária.” l

CNT/DIVULGAÇÃO

Diferentes modais de transporte devem ser vistos de forma complementar

“Quem forempreenderprecisa ter

as garantiasnecessárias”

METON SOARES, DA FENAVEGA

DESEMBOLSO

Exploração de óleo/gás

Veja os percentuais dos financiamentos do FMM em 2012

PESQUISA CABOTAGEM• A Pesquisa CNT do Transporte Aquaviário – Cabotagem 2013 está disponível

na internet: http://bit.ly/pesquisacntcabotagem• A Pesquisa traz temas importantes como: a avaliação do nível de serviço do

transporte de cabotagem e os principais entraves, soluções e perspectivas

Plataforma offshore

Apoio marítimo petróleo

Cabotagem

Navegação interior

Apoio marítimo

Estaleiro

Fonte: Pesquisa CNT do Transporte Aquaviário – Cabotagem 2013

34,9%

1,2%

0,7%

21,3%

20,6%

6,8%

14,5%

Page 38: O peso da inflação

tect já está presente em alguns dosprincipais aeroportos do mundo.Agora, está sendo testado no Brasilpara que seja verificada a possibili-dade de sua implantação nos gran-des aeroportos do país.”

O equipamento já faz parte darotina de aeroportos, como Logan,em Boston (Estados Unidos), Ben

Uma das principais preo-cupações dos aeropor-tos é a segurança daspistas e dos pátios das

aeronaves. O FOD (dano por obje-to estranho, na tradução livre doinglês) é um problema que cha-ma a atenção do setor e da in-dústria, que vem desenvolvendonovas tecnologias para sua eli-minação. Esses detritos vão des-de pequenos pedaços de papel apeças e animais, colocando emrisco pousos e decolagens. Umanovidade já testada no Brasil es-tá em análise pelas autoridadesnacionais. Produzido em Israel, oFODetect é um equipamento queidentifica qualquer tipo de obje-to que eventualmente possa pro-vocar danos às aeronaves.

A Trade Automação e Controles,com sede em São Paulo, foi a res-ponsável por trazer o FODetect aoBrasil. Antonio Klodzinski, diretorde mercado da empresa, afirmaque a companhia enviou profissio-nais à sede da fabricante XSightSystems, em Tel Aviv (Israel), paraconhecer a tecnologia e o processode fabricação do sistema. “O FODe-

Gurion, de Tel Aviv, Suvarnabhumi,de Bangcoc (Tailândia), e Charlesde Gaulle, de Paris (França).

O aeroporto parisiense foi pro-tagonista do que é consideradoum dos maiores acidentes ocasio-nados por FOD. Em 2000, um Con-corde da Air France com destinoao Caribe, que transportava 109

passageiros, decolava quando umde seus motores pegou fogo. Umapeça de metal caída de um aviãoda Continental Airlines, pouco an-tes da decolagem do Concorde, foiconfirmada como a causa do aci-dente. O avião da Air France bateuem um hotel próximo ao Charlesde Gaulle. Todos os passageiros e

Equipamento que identifica qualquer tipo de objeto que

Auxílio te

AVIAÇÃO

POR LETICIA SIMÕES

Page 39: O peso da inflação

quatro pessoas que estavam emterra morreram.

No Brasil, a nova tecnologia foitestada no aeroporto da Pampu-lha, em Belo Horizonte (MG). A Tra-de não divulgou os resultados ob-tidos com as avaliações do FODe-tect no terminal mineiro, mas con-firma que tanto a Infraero quanto

outros consórcios administrado-res de aeroportos nacionais co-nhecem o sistema. “As operadorasde aeroportos privados são, emsua maioria, empresas internacio-nais que já conheciam o equipa-mento. Atualmente, alguns aero-portos brasileiros estão em fasede planejamento para verificar e

viabilizar a implantação do FODe-tect, tendo em vista todos os seusbenefícios”, diz Klodzinski. O exe-cutivo não revelou quais terminaisestão avaliando o equipamento.

De acordo com o diretor, aindanão existe cronograma definidopara que a Trade faça novos tes-tes em outros aeroportos do país.

O superintendente de Ges-tão Operacional da Infraero,Marçal Goulart, afirma que aempresa está verificando afuncionalidade e os benefíciosdo FODetect. “Depois dessaanálise e confirmando a viabili-dade, será proposto o investi-mento para instalar o sistemanos aeroportos da rede à dire-toria-executiva.” Goulart nãoinformou o prazo para as con-clusões acerca da tecnologia.

O sistema do FODetect combi-na a capacidade do radar de on-das milimétricas com câmeras devídeo de alta resolução, que pos-suem visualização noturna, possi-bilitando a operação em qualquercondição climática.

“O equipamento cobre 100%da superfície e evita qualquerponto cego. Por meio das câme-ras e do conjunto de radares quecobrem a pista, ele consegue in-dicar a posição do objeto estra-nho, além das suas característi-cas físicas e as imagens dessesdetritos”, diz Klodzinski.

Segundo o diretor da Trade, osistema é totalmente automatiza-do e de fácil operação. “A leiturados dados e a geração de alarmessão feitas por meio de um softwa-

possa provocar danos às aeronaves é testado no Brasil

cnológicoFO

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NOVIDADE O FODetect está emanálise pelas autoridades nacionais NOVIDADE O FODetect está emanálise pelas autoridades nacionais

Page 40: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201340

a fiscalização é feita em quatroinspeções diárias. “Elas são reali-zadas pelos fiscais de pátio, quesão treinados para esse fim. Osprofissionais percorrem todo osistema de pista e de táxi dasaeronaves, com passagens emcada metade da pista.”

De acordo com o superinten-dente, além de verificar a exis-tência de qualquer elemento es-tranho ao ambiente, os fiscais depátio conferem outras áreas emque podem ser encontrados de-

Segundo Carim Júnior, paraeliminar o maior número possívelde FOD nos terminais, o ideal étentar evitar que objetos e peçaspequenas circulem perto dasaeronaves. “Quanto menos pes-soas trafegarem em torno dosaviões, maior a prevenção.”

O Brasil segue os procedimen-tos internacionais e o regula-mento da Anac (Agência Nacio-nal de Aviação Civil) para elimi-nação do FOD nos aeroportos. Deacordo com Goulart, da Infraero,

re. O próprio sistema gera os alar-mes dos dados e as informaçõesdo objeto detectado. Esse meca-nismo facilita o trabalho dos ope-radores e do pessoal responsávelpela remoção de detritos.”

Uma vez implantado, as equi-pes de TI (Tecnologia da Infor-mação) e de operação dos aero-portos recebem treinamentopara operar o FODetect. Deacordo com Klodzinski, a insta-lação utiliza a infraestrutura jáexistente no aeroporto. “Issotorna a implantação simples ecom custo reduzido.”

O valor da aquisição e im-plantação, segundo o diretor,depende do tamanho da pista eda quantidade de pistas que ca-da aeroporto comporta.

O professor da Faculdade deCiências Aeronáuticas da PUC-RS(Pontifícia Universidade Católicado Rio Grande do Sul), Guido Cé-sar Carim Júnior, especialista emsegurança de voo, afirma que oequipamento israelense é umanovidade para o modal aéreo noBrasil. “Todo sistema automati-zado apresenta limitações. Aomesmo tempo, é muito difícil queas equipes de solo dos aeropor-tos façam a varredura na pista acada pouso e decolagem. Acredi-to que o equipamento será umaliado para a eliminação do FOD.Os profissionais que já atuamnesse combate são essenciaispara evitar o problema.”

SEGURANÇA Por meio das câmeras e dos radares que cobrem a pista, equipamento

Dispositivocobre

100%da

superfície e evita

ponto cego

Page 41: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 41

ve, pois a perda de controle emum pouso ou decolagem podecausar acidentes sérios.”

A Infraero não possui registrosde acidentes causados por FODnos aeroportos sob sua adminis-tração. O Cenipa (Centro de Inves-tigação e Prevenção de AcidentesAeronáuticos) também não temestatísticas sobre FOD no Brasil.

Segundo a assessoria deimprensa do Cenipa, os aciden-tes envolvendo FOD são raros,uma vez que o problema podeser percebido na operação daaeronave, ou durante as inspe-ções dos aviões, antes queuma falha grave do sistemaatingido venha a ocorrer.

De acordo com o Cenipa, en-tre os principais fatores quepropiciam a ocorrência do FODno Brasil estão a operação empistas sem condições adequa-das e a grande incidência depássaros nas áreas de tráfego,por proximidade de matas oudepósitos de lixo.

A prevenção, conforme afir-ma a assessoria, é a ação maisadequada para evitar as ocor-rências. Ainda de acordo com oCenipa, a vigilância do FOD re-sulta em uma significativa redu-ção de custos e no decréscimoda possibilidade de ocorrênciade acidentes aeronáuticos.

O engenheiro de infraestrutu-ra aeronáutica Mozart Mascare-

tritos causadores de danos àsaeronaves. “O funcionamentodos sistemas elétricos, das pla-cas indicativas e das condiçõesda área gramada ao lado das pis-tas e as condições estruturaisdos pavimentos, também sãochecados. Toda essa gama deprocedimentos contribui para asegurança das operações.”

Ele ratifica que qualquer obje-to estranho às operações podecausar todo tipo de dano às aero-naves. “Essa avaria pode ser gra-

nhas Alemão afirma que o FOD éencontrado em qualquer aeropor-to do mundo. “Quanto mais movi-mentado o terminal, maior a pos-sibilidade de ocorrências do tipo.O FOD é mais comum no pátio deaeronaves, e não nas pistas depousos e decolagens.”

Para ele, novas tecnologiaspara lidar com o problema sãopositivas para a atividade. “Asempresas que atuam em solo eas companhias aéreas orientamseus colaboradores para nãodeixarem que nenhum objetocaia no pátio ou na pista.”

Ele destaca ainda, como me-dida de prevenção, o descartecorreto dos detritos encontra-dos. “Existem tambores nas por-tas dos pátios com a inscriçãoFOD para que esses objetos se-jam descartados no local apro-priado, e não no lixo comum. Es-se material é recolhido paraanálise. Dessa maneira, o opera-dor aeroportuário pode identifi-car de onde vem o detrito e to-mar as medias cabíveis para evi-tar a ocorrência.” Klodzinski, daTrade, afirma que a empresa es-pera homologar o FODetect noBrasil. “O objetivo é transformar otransporte aéreo em um meio ain-da mais seguro. A partir dos tes-tes, haverá um tempo de prepara-ção para conseguir viabilizar a im-plantação do sistema nos princi-pais aeroportos brasileiros.” l

consegue indicar a posição do objeto estranho, além das suas características

“O objetivoé transformaro transporteaéreo em ummeio ainda

mais seguro”

ANTONIO KLODZINSKI, TRADE AUTOMAÇÃO

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que, no momento, não existe ne-nhum trecho de obra em fase decolocação dos trilhos. Apesar dis-so, a empresa se preocupa comos prazos que novos procedimen-tos licitatórios vão demandar.

As últimas licitações realiza-das exigiam 245 mil toneladas detrilhos. Somente o consórcio for-mado pelas empresas PNG e Pan-gang apresentou proposta.

Ainda de acordo com a asses-soria, a situação forçou a Valec a

Osetor ferroviário estáotimista com os planosde expansão da malha eos investimentos anun-

ciados pelo governo, por meio doPlano Nacional de Logística, quepretende destinar ao modal R$ 91bilhões. Apesar do cenário positi-vo, o fato de o Brasil não produzirtrilhos já causou problemas paraa Valec, empresa pública respon-sável pela construção das ferro-vias FNS (Ferrovia Norte-Sul) eFiol (Ferrovia de Integração Oes-te-Leste). As duas últimas licita-ções abertas pela companhia pa-ra a compra de trilhos foram re-vogadas, uma vez que atraíramapenas um consórcio. O fato obri-gou a empresa a estudar alterna-tivas para adquirir o material.Apesar dessa realidade, repre-sentantes do modal afirmam quea demanda interna ainda é pe-quena para que plantas indus-triais possam produzir trilhos emsolo nacional.

A Valec, por meio de sua as-sessoria de comunicação, ratifica

realizar uma pesquisa de merca-do com a finalidade de identificaros motivos do fracasso do pro-cesso de licitação internacional.O levantamento verificou que oprazo para a entrega dos trilhos eo tamanho do lote foram os prin-cipais motivos do desinteressedas empresas em participar.

O Brasil produz a matéria-pri-ma, mas importa 100% da de-manda de trilhos. Segundo espe-cialistas, para que a fabricação

do material seja viável, é neces-sária uma produção de 400 miltoneladas ao ano.

Rodrigo Vilaça, diretor-execu-tivo da ANTF (Associação Nacio-nal dos Transportadores Ferroviá-rios), afirma que a demanda na-cional de trilhos corresponde aapenas 178 mil toneladas anuais.O volume leva em conta a renova-ção dos trilhos já existentes.“Além da escala, a competição ex-terna é muito forte, e essa indús-

Licitação para compra de trilhos fracassa e governo estuda alternativas

para evitar paralisação de obrasPOR LETICIA SIMÕES

Alternativaestrangeira

FERROVIA

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tria está consolidada. A alta pro-dução internacional favorece opreço para o comprador interno.Para mudar o cenário, é necessá-rio políticas de desoneração deimpostos para que o negócio sejaatrativo para o volume da deman-da nacional”, diz Vilaça.

Para Luis Henrique Baldez,presidente-executivo da Anut (As-sociação Nacional dos Usuáriosdo Transporte de Carga), o fato deo país não produzir trilhos não

vai afetar a ampliação da malha.“Ainda não há demanda interna.Os projetos em execução vão le-var de cinco a seis anos para quetodos os trilhos sejam implanta-dos nos 10 mil quilômetros de fer-rovias planejados.”

Segundo Baldez, somente de-pois da utilização desses trilhosserá possível pensar em umaprodução do material no Brasil.“A partir daí, será preciso reali-zar a troca e adquirir novos tri-

lhos para a expansão da malha.Só então o cenário pode ser pro-pício para a instalação de plan-tas para a fabricação.”

Paschoal De Mário, assessortécnico do Simefre (Sindicato In-terestadual da Indústria de Mate-riais e Equipamentos Ferroviáriose Rodoviários), também acreditaque a reposição dos trilhos dosnovos trechos pode significar aretomada da fabricação do mate-rial no país. “O trilho dura 15 anos,

ou menos, dependendo do uso. Omaterial necessita de manuten-ção apurada e renovação cons-tante. Com a ampliação da malha,será possível absorver a deman-da interna e pensar também nomercado latino-americano, paraatender países como Argentina,Peru e Bolívia, por exemplo.”

O Brasil fabricava trilhos debitolas variadas até meados dosanos 1980. “O modal ferroviáriofoi abandonado, motivando as

FOTOS ANTF/DIVULGAÇÃO

INVESTIMENTO Plano Nacional de Logística prevê destinar R$ 91 bilhões para as ferrovias

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De olho no futuroPRODUÇÃO

Entidades e especialistas li-gados ao modal ferroviário indi-cam que o cenário pode mudar,em médio prazo, com a instala-ção de companhias fabricantesde trilhos no país. Os investi-mentos na expansão da malhasão a principal aposta para queesse nicho de mercado tenha ointeresse das indústrias.

Segundo o economista Jo-sef Barat, os resultados positi-vos do setor ferroviário, de-pois da concessão da malha,trouxeram de volta uma pres-são de demanda para o mo-dal, o que pode favorecer em-preendimentos que se inte-ressem pela fabricação de tri-lhos. “Hoje, a indústria side-rúrgica está mais voltada paraos clientes tradicionais, comoo segmento de chapa de açopara o automobilismo. Com anecessidade de repor os tri-lhos das novas ferrovias, o se-

tor pode retomar a rota paraesse mercado.”

O Instituto Aço Brasil, pormeio de sua assessoria de co-municação, afirma que a entida-de não está elaborando nenhumestudo de viabilidade de instala-ção de empreendimentos queproduzam trilhos.

Em contrapartida, a produ-tora de aços Gerdau confirmao interesse da empresa emproduzir trilhos no país.

Conforme a assessoria deimprensa da companhia, os es-tudos para verificar a viabili-dade do negócio estão em an-damento. Ainda não há defini-ções a respeito.

Para Vicente Abate, presi-dente da Abifer, se o mercadoapresentar competitividade,não resta dúvidas de que opaís voltará a produzir tri-lhos. “É necessária uma previ-são de demanda do material

para que os interessados es-tudem o negócio.”

Paschoal De Mário, assessortécnico do Simefre, diz que esseé o momento oportuno para queo setor reveja as possibilidadese invista na fabricação de tri-lhos. Segundo ele, a fabricaçãode trilhos no país vai ser exequí-vel dentro de alguns anos. “A in-dústria quer o retorno dessaprodução no país, mas é precisoplanejamento estratégico paraque se tenha uma infraestruturaadequada, já que o Brasil tem bi-tolas diferentes ao longo da ma-lha. Hoje já se transporta quan-tidade considerável de grãos, eas novas ferrovias serão aber-tas para o transporte de outrosprodutos, como máquinas e ele-trodomésticos.”

Essa nova demanda do mo-dal ferroviário, de acordo comDe Mário, vai motivar a retomadada produção de trilhos no Brasil.

material rodante, entre outros. Otransporte ferroviário traz paraessa cadeia produtiva um conjun-to de negócios muito extenso.”

Segundo Barat, um dos com-ponentes que podem prejudicaras obras dos novos trechos ferro-viários é a capacidade de poderde compra. “O problema da ex-portação de commodities é que opreço está fora do controle, comgrande oscilação. As ferrovias daValec dependem, em grande par-te, de investimentos do governo.Por isso, os projetos estão vulne-ráveis às práticas do mercado.”

Para atrair companhias pro-dutoras de trilhos sem correr

empresas a investirem forte notransporte rodoviário. A partirde então, surgiu essa lacuna deindústrias fabricantes de tri-lhos”, afirma De Mário.

A CSN (Companhia SiderúrgicaNacional) era a empresa respon-sável pela produção dos trilhosfabricados no Brasil. O materialservia às extintas RFFSA (RedeFerroviária Federal S.A.) e Fepasa(Ferrovia Paulista S.A.).

O economista Josef Barat,consultor em transporte e logís-tica, afirma que a falta de inves-timentos no modal, por quase 20anos, representou um retrocessopara o desenvolvimento logísti-

co do país. “O atual cenário épreocupante. O país não tem deproduzir tudo, já que hoje o co-mércio é aberto e cada nação seespecializa em alguma produçãoindustrial. Porém, com a falta deinvestimentos industriais e lo-gísticos mais amplos, a indústriabrasileira corre o risco de ter pe-quenas ilhas de especificaçãocom baixa competitividade nomercado mundial.”

O especialista afirma que areestruturação da cadeia produti-va de material ferroviário deve sermais bem avaliada pelas compa-nhias. “O setor possui diversos for-necedores, como aço para trilhos,

“Com a necessidade derepor os trilhos

das novas ferrovias, osetor pode

retomar a rotapara esse mercado”

JOSEF BARAT, ECONOMISTA

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riscos de fracassar em licitaçõesfuturas para aquisição do mate-rial, a Valec está analisando al-gumas alternativas.

Uma delas é o aditamento docontrato das empresas constru-toras para que elas comprem eforneçam os trilhos. Essa pro-posta, porém, esbarra no limiteimposto pela Lei de Licitaçõesdo Brasil, que determina que oscontratos só podem ser amplia-dos até 25% do valor inicial-mente fixado. Outra opção ava-liada é a abertura de uma licita-ção com o propósito de que asobras sejam finalizadas por umaconcessionária. Nesse caso, se-

gundo a assessoria da Valec, oscontratos com as empresas cons-trutoras poderiam ser sub-roga-dos, transferindo a responsabili-dade dos custos à companhia quevencesse a concorrência.

Uma outra possibilidade estu-dada pela estatal seria adquirirempréstimo de trilhos da conces-sionária Transnordestina para darsequência às obras durante o pe-ríodo necessário ao término da li-citação de compra do material.Ao fim, conforme a Valec, os tri-lhos seriam devolvidos.

Por fim, a Valec decidiu formu-lar um novo pregão internacional.A empresa realizou audiência pú-

blica, no dia 20 de junho, paraapresentar as diretrizes propos-tas para a elaboração dos editaispara o fornecimento de trilhos.

O material licitado será para aextensão sul da FNS e para a Fiol.São 95.434 toneladas de trilhopara a primeira e 147.056 tonela-das para a segunda.

Para companhias ou consór-cios internacionais, caberá pro-videnciar todos os serviços ne-cessários para nacionalizaçãoda mercadoria. Ela deverá serem nome da Valec e ser forneci-da em, no máximo, 20 dias de-pois da chegada ao porto dedestino. Nesse caso, o paga-mento dos tributos de importa-ção fica a cargo da Valec.

Já para empresas ou consór-cios brasileiros, os tributos de im-portação (ICMS, PIS e Cofins) vãoestar contemplados na proposta.

Segundo a Valec, o fato de oBrasil não fabricar trilhos justi-fica a abertura da licitação parao mercado internacional, bus-cando, dessa maneira, maiorcompetitividade e tentativa deredução dos preços.

O prazo para questionamen-tos e sugestões à proposta foiencerrado no dia 3 de julho. Atéo fechamento desta edição, oseditais ainda não haviam sidopublicados. A expectativa erade que os documentos fossemconcluídos em julho. l

INDÚSTRIA Produção de trilhos está parada no Brasil, mas novos investimentos podem mudar esse cenário

“Tem de haveruma previsão

de demanda domaterial para

que os interessadosestudem onegócio”

VICENTE ABATE, PRESIDENTE DA ABIFER

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No caminho, eles encontramproblemas, mas mesmo assimconsideram que vale a pena exer-cer a profissão. Entre as princi-pais dificuldades enfrentadas poreles estão as condições precáriasdas rodovias, a falta de locaisadequados para descanso nas es-tradas, o trânsito caótico nasgrandes e médias cidades e o des-respeito de outros motoristas.

Conheça a seguir um poucoda vida e do dia a dia dessescaminhoneiros, motoristas deônibus e taxistas.

to da economia do país. São es-ses profissionais que possibili-tam o escoamento da produçãonacional e garantem a mobilida-de nas cidades.

E eles têm um dia dedicado sóa eles. No dia 25 de julho, come-mora-se o Dia do Motorista. A da-ta é dedicada a São Cristóvão,considerado o padro eiro dos mo-toristas. Segundo a história, otrabalho de Cristóvão era trans-portar os viajantes por meio dosrios e, por isso, tornou-se pa-droeiro desses trabalhadores.

Para homenagear esses pro-fissionais, a CNT TransporteAtual conta, nesta edição, ahistória de alguns deles. Muitosescolheram a profissão por in-fluência da família, outros poropção própria. Há ainda, os quedecidiram se aventurar pelomundo da direção pela liberda-de que a profissão oferece. Averdade é que ser motorista émotivo de orgulho para essesprofissionais que carregam ri-quezas e pessoas de Norte aSul, de Leste a Oeste do país.

Para homenagear esses profissionais, a CNT Transporte Atual conta ashistórias de quem transporta riquezas pelas rodovias e avenidas do Brasil

POR LIVIA CEREZOLI

Profissão:motorista

COMEMORAÇÃO

Eles estão presentes nodia a dia de toda a po-pulação, mas, na maio-ria das vezes, passam

despercebidos. Ninguém pensasobre como o café que toma-mos todos os dias pela manhãchegou ao supermercado, sobrea importância de um atendi-mento rápido na hora de ir paraum compromisso e até mesmocomo chegar àquele destino tãodesejado nas férias.

A profissão de motorista éessencial para o desenvolvimen-

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 49

,

Cruzar o Brasil de Norte a Sul na boleia de um caminhãoera o sonho de criança de Oldair Otto, de 40 anos. Ins-pirado pelo tio que era caminhoneiro, o ainda menino

sonhava com as viagens que faria quando se tornasse adulto.“Sempre que meu tio viajava, ele passava na casa da

minha mãe e eu ficava encantado com o caminhão. Sem-pre quis ser motorista, e depois de deixar o emprego deajudante de serviços gerais em uma empresa, me prepa-rei para conquistar meu sonho.”

Há 9 anos, Otto realiza viagens entre o Sul do país e ci-dades como Brasília (DF) e São Paulo (SP), além da regiãoNordeste, transportando tubos e conexões utilizados naconstrução civil. Em média, o motorista fica entre 15 e 20

dias fora de casa, e conviver com a saudade da esposa e dafilha, de 9 anos, é uma das dificuldades que ele enfrenta.

Além disso, o motorista reclama da discriminação queos caminhoneiros sofrem nas estradas. “Somos culpadospor muita gente pelos acidentes nas rodovias, mas nemsempre isso é justo. Muitas vezes, somos vítimas de umaultrapassagem malfeita, de uma freada brusca, mas comoo caminhão é grande, fica difícil controlar. As pessoas pre-cisam entender isso”, destaca ele.

Mesmo satisfeito com a profissão e com a renda mensal,Otto também reclama dos preços altos das refeições que pre-cisam ser pagas nas rodovias. “Hoje, é quase impossível almo-çar e jantar por menos de R$ 40.”

A realização de um sonho

JÚLIO FERNANDES/CNT

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Depois de um dia longo de traba-lho, o taxista Diolivar Batista deSouza, 54 anos, sente-se exaus-

to, mais pelo estresse do trânsito pesa-do de algumas vias de Brasília (DF) doque pelo esforço da profissão.

Motorista profissional há 20 anos, eleafirma que, atualmente, está cada vez maisdifícil dirigir na cidade. “Falta respeito, edu-cação e gentileza entre os motoristas. Nin-guém dá passagem e, quando você sinalizacom a seta que vai entrar, as pessoas são ca-pazes de acelerar o veículo só para impedir.Parece uma competição diária”, alerta.

Souza conta que quando chegou à ca-pital federal, em 1976, era tudo muito dife-rente. A cidade não tinha a quantidade deveículos que tem hoje e o tempo paradono trânsito era bem menor.

Trabalhar como motorista de táxi foi asolução encontrada por Souza para au-mentar a renda familiar. Ele deixou umemprego em uma empresa pública paraassumir a direção do táxi. Casado, pai detrês filhos, o motorista sustenta a famíliacom o que ganha nas corridas. “Trabalhobastante, das 6h30 às 21h, mas a rendacompensa e, além disso, gosto da liber-dade de horário. Sou eu quem definequantas horas quero rodar por dia e on-de quero trabalhar.”

Satisfeito com a profissão que esco-lheu, Souza garante que ainda tem mui-ta disposição para continuar rodandopelas ruas da cidade, e ainda não templanos para se aposentar. “Não sei quan-do vou parar não. Por enquanto, estoubastante feliz com o meu trabalho.”

“Falta respeito no trânsito”

“Se eu encerrar a minha carreiraprofissional como motorista,vou estar satisfeito e feliz”. A

afirmação é do motorista de transporte ro-doviário de passageiros Adelar Garcia Fur-quim, de 40 anos.

Metade da sua vida ele passou à frentede um volante. Primeiro como motoristado Exército de Rosário do Sul (RS), quan-do prestava o serviço militar obrigatório.Furquim era o responsável pelo transpor-te dos soldados e dos equipamentos du-rante as operações. E foi por gostar de di-rigir que ele assumiu a função. “Aprendi adirigir ainda menino os tratores nas plan-tações de arroz. Acho que tenho uma liga-ção forte com os motores dos veículos.Gosto do barulho”, conta.

Quando deixou o Exército, Furquimpassou um tempo trabalhando no co-

Satisfação profissionalJÚLIO FERNANDES/CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 51

Com 29 anos, Leonardo de OliveiraPaulo está há 9 na estrada dirigin-do um caminhão. Natural de Serra,

no Espírito Santo, ele transporta, comfrequência, grãos, sucos e outros produ-tos alimentícios.

O motorista começou na profissãocomo ajudante de caminhoneiro nacarga e na descarga de mercadorias.Durante as viagens, foi ganhando expe-riência, e depois de alcançar a maiori-dade, foi aprovado, recebeu a CNH(Carteira Nacional de Habilitação) e as-sumiu a direção do veículo.

“Sempre tive muita vontade de ser mo-torista profissional. Gosto de viajar, de es-tar na estrada, mas, hoje, confesso que al-gumas coisas me desanimam um pouco decontinuar nessa função”, conta ele.

Segundo Paulo, o valor baixo pago pe-lo frete e o tempo parado esperando car-ga são os dois principais problemas a se-rem enfrentados. “Nem sempre temos lu-gares decentes para descansar. As condi-ções da beira da estrada são ruins e issoé um pouco desanimador. Ficamos dias,às vezes, aguardando um carregamentosem ter um lugar bom para almoçar oudormir”, lembra ele.

De qualquer maneira, Paulo destacaque ainda vale a pena continuar na profis-são, inclusive pela remuneração. “Tenhoum bom salário e consigo manter a minhafamília, apesar de ser difícil suportar asaudade.” Pai de uma filha de 2 anos, o mo-torista geralmente passa dez dias viajandoe tem folga de dois a cinco dias em casa.“É rápido, mas aproveito ao máximo.”

De ajudante a motorista

mércio da cidade, mas logo comprouum caminhão e colocou o pé na estra-da. Ele transportava areia, lenha, ar-roz e grãos dentro do Rio Grande doSul. Depois disso, começou a trabalharcomo terceirizado na coleta e na en-trega de encomendas da PlanaltoTransportes, empresa na qual trabalhaatualmente. A aprovação em um testepara motorista de ônibus de passagei-ros garantiu a contratação e a cartei-ra assinada.

Para ele, ser motorista é muito mais doque apenas conduzir um veículo. “É preci-so saber respeitar as regras de trânsito,atender bem os passageiros e, muitas ve-zes, abrir mão do seu direito para evitaracidentes. Em certas situações, é melhorentender o outro do que querer ter ra-zão”, afirma.

JÚLIO FERNANDES/CNT

PLANALTO TRANSPORTES/DIVULGAÇÃO

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Há 10 anos na estrada, o caminhonei-ro Celso Rodrigues, 40 anos, afirmaque a grande dificuldade em ser

motorista profissional, hoje, no Brasil, é aqualidade das rodovias e a falta de locaisadequados para descansar.

Segundo ele, as condições precáriasdo asfalto e, em alguns locais, até a faltadele, dificultam a viagem, oferecem ris-cos de acidentes e de assaltos e encare-cem os custos de manutenção do veículo.

“Gosto muito da profissão. Escolhi sermotorista. Sinto um prazer enorme emestar na estrada viajando, mas as condi-ções que a gente encontra são muitoruins. Tenho uma renda boa por mês,mas o gasto que acabo tendo com o ca-minhão por conta dos buracos no asfaltoé muito alto”, conta. O caminhoneiro

transporta cargas do Rio de Janeiro parao Sul do país. No início de julho, ele esta-va em Brasília aguardando um frete paravoltar para casa.

Devido às condições encontradas nas ro-dovias, Rodrigues não transporta nenhumproduto que tenha hora marcada para serentregue. De acordo com ele, é difícil garan-tir uma entrega sem saber as condiçõesque vai encontrar pelo caminho. “Às vezes,demoro até conseguir um frete bom, masprefiro assim. Não me arrisco na estrada.Tenho três filhos para criar”, destaca ele.

Além disso, o grande prazer de Rodriguesem ser motorista é exatamente o fato de es-tar viajando. Ele garante que gosta do cami-nho, das paisagens que vê pelo parabrisa docaminhão. “O que me dá prazer mesmo é es-tar na estrada. Não tenho pressa de chegar.”

Rodovias precisam de melhorias

Apaixonado pela profissão que esco-lheu, o motorista de ônibus rodoviá-rio Adão Soares da Silva, 56 anos,

garante que estar na estrada é mais umadiversão do que uma obrigação. Nos 36anos que percorre o Brasil, primeiro notransporte de cargas e depois no de passa-geiros, ele costuma afirmar que o trabalhoé um passeio. Atualmente, ele é funcionárioda empresa Real Expresso.

“Sou motorista porque gosto. Escolhiessa profissão por paixão mesmo. Meusoutros três irmãos também são motoris-tas. Acho que está no sangue”, conta eleque começou a ter contato com carretase ônibus quando ainda era frentista deposto de combustível.

De acordo com Silva, ao longo dosanos, a profissão de motorista vem semodernizando, principalmente pela evo-

Atualização é essen

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 53

Ataxista Rosângela Maria da Silva,41 anos, começou na profissãopor influência do marido. “Eu es-

tava desempregada e resolvi ajudar omeu marido no táxi. Gostei tanto quehoje cada um tem seu carro.”

Entre as melhores coisas da profissão, amotorista destaca o convívio com os clien-tes e a possibilidade de conhecer um poucodo Brasil durante as corridas. Nas conversasdiárias, Rosângela aproveita para conheceras particularidades de cada uma das re-giões do país. “Brasília é uma cidade que re-cebe gente de todos os cantos, e meusclientes me contam sempre sobre as suascidades. Eu brinco que viajo dentro do meucarro. Quando fui de férias, em março, paraFortaleza (CE), já sabia várias informaçõesúteis que um cliente me passou.”

Apaixonada pela profissão, a motorista re-vela que, no começo, sofreu preconceito doscolegas por ser mulher, mas hoje, mesmo queainda existam algumas brincadeiras, o res-peito prevalece.

De acordo com ela, o apoio do marido foifundamental. “No início da profissão, tinhamuita dificuldade para encontrar os endere-ços da cidade. Ficava perdida antes de pegaros clientes. Meu marido me ajudou muito e,agora, já domino os caminhos”, conta ela.

Rosângela também reclama do trânsitotumultuado da cidade, do excesso de veí-culos e da falta de gentileza de alguns mo-toristas, mas destaca que poder ajudar osclientes é a sua grande satisfação. “É mui-to gratificante quando sei que conseguiajudar um cliente a não perder o horáriodo voo, por exemplo.” l

Viagem dentro do carro

lução dos veículos, e estar atualizado éessencial para continuar no mercadode trabalho. Ele já participou de várioscursos oferecidos pelo Sest Senat e ga-rante que a formação o auxilia muitono dia a dia na estrada. “Faço viagenslongas partindo de Brasília para PortoAlegre (RS), para Santos (SP) e paraBarreiras (BA) e nunca sofri nenhumacidente. Com os cursos, aprendi a diri-gir de uma forma mais cautelosa e eco-nômica. Hoje, auxilio na formação doscolegas aqui na empresa.”

Além disso, o motorista garante queos cursos também são importantes pa-ra conhecer as regras de trânsito e osdireitos e os deveres dos passageirosque precisam ser respeitados. “Viaja-mos juntos, e o bom convívio é funda-mental no trajeto”, ressalta ele.

cial

FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

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As distribuidoras decombustíveis têm in-vestido em alternati-vas economicamente

viáveis e sustentáveis. A BR lan-çou, há pouco mais de um ano, oPosto do Futuro. O empreendi-mento apresenta uma série deinovações ambientais e tecnoló-gicas, como redução no consu-mo de energia elétrica e uso deenergia solar para aquecimentoda água na lavagem de veículos.

A Ipiranga, por sua vez, contacom o Posto Ecoeficiente, conce-bido visando também o melhoruso dos recursos naturais. A ten-dência é que esses “postos con-ceito” sejam cada vez mais dis-seminados pelo país.

O projeto da BR Distribuidoracontou com a cooperação da In-tel e da Cisco Systems. A parce-ria propiciou a aplicação dos me-canismos, até então, pouco ounão utilizados em postos de

combustíveis brasileiros. Intera-tividade com o consumidor euma estrutura totalmente volta-da para a eficiência energéticaforam as apostas da companhia.

As novidades do Posto do Fu-turo foram instaladas em umaunidade já existente, localizadana Barra da Tijuca, zona oeste doRio de Janeiro. “Além de estarinstalado em uma avenida de al-ta representatividade, o localapresentava grande área verde e

já contava com projetos susten-táveis, como energia solar, ele-troposto para recarga de veícu-los elétricos e reciclagem de re-síduos. Essas característicaspermitiram a implantação dasdemais inovações tecnológicassustentáveis”, afirma Paulo daLuz Costa, gerente de tecnologiada rede de postos da PetrobrasDistribuidora.

A implantação das inova-ções levou seis meses. “O tem-po final de execução ficouequivalente ao de um postoconvencional, pois não houveinterrupção da operação du-rante a reforma”, diz Costa.

Segundo o diretor, o investi-mento teve custo 50% maior doque geralmente é gasto em umposto convencional. “Parte des-se montante foi aplicado pela In-tel”. Costa não revelou o valor doempreendimento.

A proposta é proporcionaraos clientes uma nova experiên-cia, aumentando a satisfação deatendimento por meio da apli-cação de tecnologias de ponta.“Os processos são de última ge-ração e oferecem um atendi-mento interativo personalizado.O projeto envolve modernos sis-

Abastecimentoconsciente

POR LETICIA SIMÕES

TECNOLOGIA

Distribuidoras de combustíveis investem em locais de atendimento com inovações ambientais

sem abrir mão dos avanços tecnológicos

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 55

temas de eficiência energética,sustentabilidade ambiental eenergia alternativa.”

A área de bombas do Postodo Futuro conta com um sensorinstalado no tanque subterrâneopara verificar o combustível ar-mazenado. O equipamento com-para o nível de qualidade do es-toque com o combustível consi-derado ideal. Essa informação érepassada em forma de gráfico e

classifica a propriedade do pro-duto pela Internet.

O mesmo sensor pode calcularo volume do estoque. Quando estáno nível mínimo, ele dispara men-sagens e informações para que orevendedor faça o pedido e garan-ta a entrega do produto a tempo.

O posto utiliza luminárias deLED em toda a área de bombas.De acordo com a BR, elas repre-sentam redução de 80% em re-

Lumináriasde LEDgeram

redução de

80%no consumo

lação ao consumo de lâmpadasconvencionais equivalentes.

Os postes de iluminação doestacionamento com uso de LEDnão são conectados a rede elé-trica. Eles são alimentados porenergia solar.

Ainda na área de bombas,existe um sistema de recupera-ção de vapores. Seu uso permi-te que os vapores gerados du-rante o abastecimento retor-

POSTO DO FUTURO Inovações tecnológicas trazem benefícios econômicos e ambientais

AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201356

consumidor conta com informa-ções e aplicativos personaliza-dos para a escolha dos produtos.

O Posto do Futuro tem umsistema de informações inte-grado com os demais equipa-mentos do local para coleta deinformações do abastecimentoe para o relacionamento com ocliente. Existem tablets para in-tegração dos colaboradorescom a Petrobras e para o entre-tenimento dos consumidores.

detergentes e de 10% no volumeda água de enxágue.

Essa água é reutilizada para alavagem e gera economia de até80% na água destinada para es-se fim e de 50% no consumo to-tal de água do posto.

Outra alternativa sustentávelsão os sensores de presença emcircuitos independentes, poispermitem uma iluminação plane-jada ao ambiente.

Na loja de conveniência, o

nem aos tanques, promovendoo desaparecimento do cheiro dagasolina ou do etanol, além dereduzir os vapores que seriamperdidos no ambiente.

Nos banheiros, foram instala-das torneiras com temporizado-res que geram economia de 5%no consumo total de água doposto. Já a lavagem de veículosutiliza a energia solar para aque-cimento da água, permitindouma redução de 50% no uso de

“Vivemosum processode evolução

de consciênciaambiental”

MODESTO GUEDES, FACULDADE ESTÁCIO

Iniciativas economizam energia e reaproveitam água

CONCEITO

A Ipiranga investe noschamados postos Ecoefi-cientes desde 2009. Deacordo com a assessoria deimprensa da distribuidora,eles representam hoje maisde 10% da rede de postosda marca.

Ainda conforme a asses-soria da Ipiranga, até o fimdeste ano, a companhia pre-tende chegar a mil unida-des, entre postos inaugura-dos e em processo de im-plantação com esse padrão.Hoje, existem 711 postosEcoeficientes.

Segundo a Ipiranga, oconceito se tornou objetode estudo da Boston Univer-sity School of Management,nos Estados Unidos. A insti-

tuição norte-americana pre-tende difundir o projetodestacando seus diferen-ciais para aprimorar e darcontinuidade à iniciativa.

Os processos se asseme-lham aos utilizados pela BRno Posto do Futuro. Segundoa Ipiranga, em dois anos, foigerada redução de 1,6 GWhpor mês de consumo deenergia com a aplicação desoluções de eficiência ener-gética em 196 mil itens (lâm-padas, reatores e luminá-rias). A economia, de acordocom os dados da distribui-dora, representa o consumode 45 mil residências duran-te uma semana.

A combinação das solu-ções de coleta de água da

chuva, reaproveitamentode água da lavagem de veí-culos e a otimização deequipamentos, como des-cargas, torneiras e chuvei-ros, foram responsáveis pe-la redução de consumo em25% com a coleta e de 70%com a reutilização para alavagem.

A edificação dos postos éfeita com uma estruturametálica modular em aço100% reciclável. O materialpermite que a obra seja exe-cutada na metade do tempoem que se levaria para aconstrução de um postoconvencional, além de gerarmenos resíduos, uma vezque a utilização de concretoé 80% menor.

Page 57: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 57

No eletroposto, a iluminação éfeita por lâmpadas de induçãomagnética que proporcionameconomia de 80% de energia,com vida útil de 10 anos. Ele éequipado com três recarregado-res para scooters e bicicletas elé-tricas abastecidos por energiasolar, e dois plugues com sistemaquick charger (carregador rápi-do) para carros elétricos que per-mitem recarregar até 80% dasbaterias em 20 minutos.

“O posto apresentou um au-mento de vendas de, aproxima-damente, 20% acima do cresci-mento do mercado. Foi registra-do uma maior percepção do pú-blico externo e um aumento defidelização”, diz Costa.

De acordo com o diretor da BR,alguns itens cativaram mais o pú-blico, como o uso de painéis sola-res para captação da energia, oeletroposto e os sistemas de lava-gem dos veículos por alta pressão.

“As telas de 50 polegadasna área de bombas que intera-gem com os clientes durante oabastecimento, pelo reconhe-cimento do veículo, tambémtêm ganhado atenção especialdo consumidor”, diz Costa.

Para o coordenador nacionalde Engenharia Ambiental da Fa-culdade Estácio, Modesto Gue-des, as distribuidoras se cons-cientizaram da importância deterem suas imagens atreladas àsquestões ambientais e estão co-locando mais projetos sustentá-veis em prática. “Associar e de-monstrar os benefícios ambien-tais criam uma identidade com ocomprometimento socioambien-tal e, consequentemente, umavanço na forma de comerciali-zação de seus produtos.”

Segundo Guedes, tais açõesatraem mais consumidores. “Oprefixo ‘eco’ é economicamentemuito forte para qualquer em-preendimento, principalmente pa-ra quem comercializa produtosque impactam o meio ambiente deforma direta ou indireta.”

A diretoria da Abcom (Asso-ciação Brasileira das Distribuido-ras de Combustível), afirma quealgumas das alternativas utiliza-das pela BR e pela Ipiranga jávêm sendo implantadas por ou-tras distribuidoras.

Segundo a entidade, pos-

SUSTENTABILIDADE Postos Ecoeficientes representam mais de 10% da Rede Ipiranga

LAUREANO BITTENCOURT/DIVULGAÇÃO

“O posto teveum aumentode vendas de

20% acima docrescimentodo mercado”

PAULO DA LUZ COSTA, PETROBRAS DISTRIBUIDORA

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201358

tos construídos nos últimostrês anos adotam mecanis-mos, como telhado branco,que refletem melhor o calor ereduzem a temperatura ematé 10º C, permitindo melhoreficiência do ar-condicionadoe redução do consumo deenergia, iluminação zenital ede indução magnética e o rea-proveitamento da água.

Guedes, da Estácio, afirmaque o custo de implantação depostos sustentáveis não repre-senta um entrave para que esse

padrão ganhe mais endereçosBrasil afora. “Vivemos um pro-cesso de evolução de conscienti-zação ambiental. Possivelmente,os custos elevados podem retar-dar ações em outros setores. En-tretanto, essas práticas vão serintroduzidas à medida que osempreendedores constatarem aimportância de que tais projetosresultam na estabilidade e nasustentabilidade dos seus em-preendimentos.”

Para o coordenador, o con-sumidor se sente atraído pela

proposta dos “postos concei-to”. “O cliente tem a sensaçãode estar fazendo sua parte ten-do uma atitude ecologicamen-te correta. Acredito que essenovo padrão está dentro daconformidade e da realidadeatual, com uma visão correta ede antecipação do futuro.”

A BR tem planos de estenderpara a sua rede de postos asinovações tecnológicas do Pos-to do Futuro. No entanto, aindanão há planos definidos para aampliação. l

CARACTERÍSTICASDO POSTO DOFUTURO• Estruturas com material 100%

reciclável

• Baixa geração de resíduos na

construção e na operação

• Utilização da energia solar

• Coleta da água da chuva

• Reaproveitamento da água

utilizada na lavagem de veículos

• Telhados brancos, que refletem

melhor o calor e reduzem

a temperatura

• Luminárias com LED, mais

econômicas que as convencionais

• Sensor de presença para evitar o

desperdício de energia

• Sensores de identificação

de veículos

Fontes: BR Distribuidora e Ipiranga

ELETROPOSTO Estabelecimento tem carregadores para bicicletas elétricas

AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

Águaaquecida

com energiasolar reduz

50%de gasto

com detergente

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201360

Implantado em Curitiba(PR) na década de 1970, osistema de transporte ur-bano conhecido pela sigla

BRT (transporte rápido por ôni-bus, na tradução para o portu-guês) conquistou cidades mun-do afora. Considerado um sis-tema de transporte semimas-sa, no Brasil, o BRT demorou aganhar força como alternativapara as grandes metrópoles.Com as obras de mobilidade

previstas para a Copa do Mun-do de 2014, o cenário mudou e,das 12 capitais que vão sediar adisputa, sete optaram pelo mo-do. Especialistas apontam queo sistema é uma opção viávelpara aperfeiçoar o transportecoletivo, por apresentar umaboa relação de custo-beneficiopara as cidades.

Otávio Cunha, presidenteda NTU (Associação Nacionaldas Empresas de Transporte

Urbano), diz que a escolha doBRT pela maioria das capitaisse deve ao tempo de execuçãocurto e ao custo menor, secomparado a outros sistemasde transporte. “Caso não hajanecessidade de desapropria-ções, o BRT tem custo e tempode implantação dez vezes me-nor que o metrô e cinco vezesmenor que o VLT (veículo levesobre trilhos). Esses dois fato-res foram preponderantes pa-

ra que cidades investissemnesse modo.”

Para Marcos Rothen, mestreem transporte e professor doCefet/Goiânia (Centro Federalde Educação Tecnológica), aescolha das capitais pelo siste-ma, encontrado em 156 cidadesdo mundo, está ligada tambémao fato de que ele pode ser im-plantado parcialmente e apre-sentar, de imediato, melhoriasno transporte da cidade.

Opção para asmetrópoles

POR LETICIA SIMÕES

PROJETOS

Cidades-sede da Copa-2014 investem em BRT e VLT como alternativa para o transporte de passageiros

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 61

“Caso a opção fosse pelometrô, esse benefício viria so-mente com um grande trechoe um grande custo. O projetoainda demandaria um maiortempo para implantação, nor-malmente superior ao que seteve desde a confirmação darealização da Copa do Mundono Brasil.” O metrô, o trem me-tropolitano de superfície e oVLT são as alternativas detransporte de massa. O anún-

maior ciclo de investimentos vi-vido pelo Brasil desde a décadade 1980. “A partir de 2012, hou-ve essa retomada de projetospara a mobilidade urbana comuma perspectiva de aplicaçõespermanentes para o setor.”

O gestor afirma que, antesdo anúncio da Copa, as cidadesnão tinham planos de implanta-ção de projetos de mobilidade.“O aporte do governo incenti-vou essa elaboração. A grande

cio oficial da Fifa (FederaçãoInternacional de Futebol) foino dia 30 de outubro de 2007.

Ele considera os projetosum grande benefício para ascidades. “No Rio de Janeiro, oBRT TransOeste, além de me-lhorar o transporte, valorizoutoda a área de seu entorno.Em São Paulo, após anos semimplantar novos corredores,alguns serão construídos emavenidas nas quais hoje pre-

domina o tráfego de veículosde passeio.”

O gestor ambiental RenatoBoareto, coordenador da áreade mobilidade urbana do Iema(Instituto de Energia e MeioAmbiente), organização queapoia a formulação de políti-cas públicas para a mobilida-de, diz que a realização doevento esportivo facilitou aviabilidade dos projetos.

De acordo com ele, esse é o

GEILSON LIMA/DIVULGAÇÃO

CONSTRUÇÃO Obras do Expresso DF, no Distrito Federal, estão em andamentoCONSTRUÇÃO Obras do Expresso DF, no Distrito Federal, estão em andamento

Page 62: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201362

Projetos de VLT estão encaminhados em quatro capitaisPROGRESSO

O VLT, um dos sistemas detransporte de massa, ao ladodo metrô (de superfície esubterrâneo) e do trem me-tropolitano, é uma espéciede trem de superfície impul-sionado por eletricidade, etambém entrou na pauta dealgumas capitais brasileirascomo alternativa de trans-porte público. Brasília, Riode Janeiro, Goiânia e Cuiabátêm planos para a implanta-ção do modo.

Em Brasília, o VLT deve fi-car pronto em 2015. O siste-ma vai ligar o Aeroporto Jus-celino Kubitschek ao fim daAsa Norte. São 22,6 km deextensão e 25 estações. OVLT estava previsto na Ma-triz de Responsabilidade dacapital federal para as obrasda Copa-14. Mas os atrasosforçaram a retirada do proje-to do rol de intervenções.

O processo licitatório doVLT de Brasília está na fasede pré-qualificação para de-linear as empresas que vãoparticipar do pleito. O custoda obra não foi divulgado. OVLT vai ter capacidade deatender 17 mil pessoas nohorário de pico, e a estima-tiva é de que 140 mil passa-geiros sejam transportadosdiariamente.

Em junho, a Prefeitura doRio de Janeiro e o governofederal assinaram contrato

para a implantação do VLT nacidade. Orçado em R$ 1,164bilhão, o VLT do Rio, que vailigar a região portuária aocentro da cidade e ao Aero-porto Santos Dumont, vai re-ceber R$ 532 milhões do Mi-nistério das Cidades e R$ 632milhões da prefeitura.

O Consórcio VLT Cariocavenceu a licitação para im-plantação e operação do sis-tema. O grupo é formado pe-las empresas Actua – CCR, In-vepar, OTP (Odebrecht Trans-portes), Riopar, RATP e Beni-to Roggio Transporte.

Serão seis linhas e 38 para-das, em uma extensão de 28quilômetros. De acordo com aprefeitura, o VLT vai levar de10 mil a 30 mil passageirospor sentido e por hora, em umtempo de espera que varia en-tre 2,5 minutos e 10 minutos. Aprevisão é de que o VLT sejaconcluído em 2016, ano derealização da Olimpíada.

Em Goiânia, o VLT será im-plantado na região metropo-litana, interligando o EixoAnhanguera às regiões lestee oeste da capital, em oitotrechos com cinco terminaisde integração e 12 estações.Serão 13,6 km de extensãoao custo de R$ 1,3 bilhão.

O valor será dividido en-tre o governo federal e o Es-tado de Goiás. A abertura dalicitação do VLT de Goiânia

está marcada para agosto. Ofluxo de passageiros diárioserá de 240 mil pessoas.

Já o projeto do VLT deCuiabá tem conclusão pre-vista para março de 2014. Deacordo com Fernando Orsini,gerente de contrato do con-sórcio responsável pelaobra, o VLT será entregue àcidade no prazo estipulado.

O trajeto possui 22 km epassa pelas principais aveni-das da cidade, até VárzeaGrande, na região metropoli-tana. No trajeto, estão pre-vistas obras de trincheiras,viadutos e pontes.

Segundo o Portal da Co-pa, site do governo federalsobre a Copa-14, o VLT deCuiabá vai contar com su-bestações elétricas pró-prias. Serão 40 composi-ções, com capacidade detransportar 400 passageiroscada uma e 130.644 embar-ques por dia. O VLT vai con-tar com 33 estações e trêsterminais de integração.

Qualidade de vidaEspecialistas apontam

que os benefícios ambien-tais do VLT contribuem paraa melhoria de vida da popu-lação – tem emissão zerode poluentes e produz me-nos ruídos que o ônibus.Contudo, a capacidade detransporte deve ser levada

em conta na hora de se op-tar pelo modo.

“O VLT transporta até 15mil passageiros hora por sen-tido. Já o BRT tem capacidadede transportar até 40 mil pas-sageiros nesse intervalo. Aimplantação do sistema VLTestá vinculada à demanda dacidade”, afirma Otávio Cunha,presidente da NTU.

Além da demanda, a geo-grafia também determina aviabilidade do VLT. “Acima de6 graus de inclinação na via,o veículo não sobe. Ele éuma solução para médiasdistâncias. O ideal é que oVLT opere como alternativapara o sistema estruturador,circulando entre os bairros”,destaca o economista Vladi-mir Fernandes Maciel, pro-fessor da Universidade Pres-biteriana Mackenzie e douto-rando em Administração Pú-blica e Governo pela FGV.

O Brasil tem hoje apenasdois sistemas VLT em opera-ção: em Juazeiro do Norte(CE), que liga a cidade ao mu-nicípio de Crato, e em Maceió(AL), este implantado em 2011.

Natal (RN) e João Pessoa(PB) devem iniciar as opera-ções de seus VLTs em abril emaio, respectivamente, se-gundo informações da ANP-Trilhos (Associação Nacionaldos Transportadores de Pas-sageiros sobre Trilhos).

Page 63: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 63

dificuldade em engrenar aspropostas era exatamente ocusteamento das obras.”

Cunha, da NTU, destaca quea necessidade das interven-ções para a melhoria da mobi-lidade urbana nas cidades eraiminente. “A realização da Co-pa acelerou as obras. O maisimportante é o legado que ficapara as cidades.”

Apesar de os projetos teremsido motivados pela realizaçãodo Mundial da Fifa, que exige

que as cidades-sede contemcom sistemas de mobilidadeeficientes, alguns não devemser entregues antes da compe-tição. “O prazo de conclusãoestá prejudicado. Poucas cida-des vão ter seus BRTs prontosem 2014. Acredito que a maiorparte será totalmente concluí-da em 2016”, afirma Cunha.

O economista Vladimir Fer-nandes Maciel, professor daUniversidade PresbiterianaMackenzie e doutorando em

Administração Pública e Go-verno pela FGV (Fundação Ge-túlio Vargas), acredita que aparte básica dos projetos seráexecutada na maioria das ci-dades. Mas as interconexõesdo sistema, segundo ele, nãodevem ficar prontas para acompetição. “As cidades vãocontar com novas vias quefuncionam mais rápido. Po-rém, o fato de que muitos dossistemas implantados não vãoestar com seus programas de

O VLT do Rio terá

seis linhas e

28 kmde extensão

RENATO SILVA CERQUEIRA/FUTURA PRESS

SOLUÇÃO Modelo de VLT desenvolvido pela Alstom; sistema de transporte de massa ideal para as grandes cidades

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201364

cidades e a população. Umavez implantado, é determinan-te para o êxito do sistema queele vá evoluindo e melhoran-do, ou seja, os investimentosdevem ser permanentes.”

Dos sete sistemas BRT emimplantação (Rio, Belo Horizon-te, Brasília, Porto Alegre, Curiti-ba, Fortaleza e Recife), os de BH,Brasília e Rio de Janeiro estãocom as obras mais avançadas.

Outras cidades-sede, comoSão Paulo, Cuiabá (MT), Ma-

integração a outros modos eaos ônibus suplementares pa-ra alimentar o BRT pode com-prometer o tráfego que já ésaturado nessas capitais.”

A mestre em transportesDaniela Facchini, diretora deprojetos e operações da Em-barq Brasil, ressalta que al-guns dos sistemas BRT vão terapenas a primeira fase con-cluída em julho do ano quevem. “O que importa é que es-ses projetos vão beneficiar as

naus (AM) e Natal (RN), inves-tem em corredores segrega-dos de ônibus. Salvador foi aúnica sede da Copa que nãocontemplou sistemas BRT oucorredores em seus projetosde mobilidade para o evento.

O professor Rothen afirmaque os BRTs serão responsá-veis por uma pequena parcelados deslocamentos durante aCopa. “Trata-se de uma de-manda muito pontual. Nos diasde jogos, o trajeto aos está-

O avanço da tecnologiaITAIPU

Entre os projetos paranovos sistemas de VLT noBrasil, destaca-se uma ini-ciativa da Hidrelétrica deItaipu, em parceria com afabricante cearense Bom Si-nal, para o desenvolvimentode um protótipo de VLT elé-trico, 100% nacional.

A cooperação entre Itaipue Bom Sinal foi iniciada emmeados de 2012. O projeto doVLT elétrico pretende criarum sistema para funcionar,inicialmente, com a rede elé-trica (utilizando cabos aé-reos) e, em uma segunda fa-se, por meio de baterias.

O engenheiro eletricistade Itaipu Márcio Massakiti,coordenador do projeto doVLT elétrico, afirma que umplano de trabalho para o de-senvolvimento do protótipoestá sendo elaborado. “Ostestes ainda não foram inicia-dos. As possíveis tecnologias

a serem desenvolvidas serãoaplicadas futuramente pelaBom Sinal em seus veículos.”

O projeto conta tambémcom a parceria da suíça KWO,que possui um acordo decooperação tecnológica coma hidrelétrica binacional. “Es-tamos definindo as caracte-rísticas desejadas para o VLTelétrico e, paralelamente,projetando a pista de testecom 2 km. Ela vai ficar dentroda Itaipu”, diz Massakiti.

Segundo o coordenador,ainda este ano, o protótipodeve ser testado. “Antes, po-rém, é necessário realizar osestudos de integração decomponentes e o planeja-mento dos testes no labora-tório para delinear a monta-gem do veículo.”

Além dos testes, Massakitiacredita que o projeto do VLTmovido a bateria seja inicia-do também em 2013.

”Os projetosvão beneficiaras cidades e a

população”

DANIELA FACCHINI, EMBARQ BRASIL

ALTERNATIVA Corredor

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 65

dios deverá ser feito por ôni-bus especiais ou metrô.”

Segundo Cunha, da NTU, ogoverno brasileiro já estabele-ceu que, em casos de transtor-nos com o deslocamento dostorcedores durante a Copa, se-rá decretado feriado nacional.“As cidades possuem progra-mações especiais para o tráfe-go em dias de grandes jogoslocais. Não acredito que have-rá contratempos.”

Procurado pela reportagem

para esclarecer o cronogramadas obras dos BRTs nas cida-des-sede, o Ministério das Ci-dades não se pronunciou.

Para Daniela Facchini, umdos principais atrativos dosprojetos em execução serão ossistemas de informação queos acompanham, apresentan-do os intervalos e os horários.“As pessoas avaliam, sobretu-do, o tempo gasto no desloca-mento e a confiabilidade nosistema. Quanto menos tempo

em trânsito mais positivo setorna o BRT ou o corredor pa-ra o usuário. A confiabilidadeno serviço também aproxima opassageiro.”

Marcos Souza, diretor eeditor do Portal Mobilize Bra-sil, site dedicado ao debatesobre a mobilidade urbanasustentável, destaca que osinvestimentos em BRT e noscorredores exclusivos nãovão conseguir, sozinhos, solu-cionar o problema da mobili-dade nas capitais.

“Os projetos vão reduzir ouso do automóvel particularem um primeiro momento.Mas, se o transporte não semostrar eficiente, o uso docarro particular pode voltar. Épreciso investir na conexãodas áreas centrais com as ou-tras regiões das cidades e in-tegrar esses sistemas a ou-tros modos, como os sobretrilhos, por exemplo.”

Souza afirma que os novossistemas serão fundamentaispara a melhoria da circulaçãode veículos e pessoas. “Aadaptação dos usuários aotransporte é mais rápida, poisestão habituados ao ônibus.Além disso, os BRTs e os corre-dores são mais eficientes doque os que os sistemas detransporte que existem hojenessas capitais.” l

“É precisoinvestir naconexão do

centro com asoutras regiõesdas cidades”

MARCOS SOUZA, PORTAL MOBILIZE BRASIL

NESTOR J. BEREMBLUM/FUTURA PRESS

TransOeste é a principal conexão entre a região oeste e alguns bairros da zona norte do Rio de Janeiro

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201366

Trabalhar pela promo-ção da inclusão de pes-soas com deficiênciano mercado de traba-

lho do transporte, de maneiraadequada, não só para que asempresas possam cumprir a le-gislação, mas também para queo profissional possa ser recolo-cado no mercado e se sinta pro-dutivo, é uma das preocupa-ções do Sest Senat. Algumasunidades têm desenvolvido

treinamentos ou tido outras ini-ciativas para contribuir positi-vamente para essa inclusão.

Em Cariacica, no EspíritoSanto, há pelo menos doisanos, o Sest Senat realiza trei-namento para pessoas com de-ficiência. Já foram formadasturmas do curso de Rotinas Ad-ministrativas e outra será ini-ciada neste segundo semestre.Os alunos recebem as orienta-ções sobre como proceder em

cargos administrativos das em-presas e alguns acabam fazen-do outros cursos para, porexemplo, aprenderem a operarempilhadeiras ou guindastes.

Quando o treinamento aca-ba, é enviado um e-mail paraempresas e sindicatos de car-gas e de passageiros da regiãoinformando sobre a disponibili-dade de profissionais treinados,conforme explica o coordena-dor de Desenvolvimento Profis-

sional do Senat de Cariacica,Helzio Soncini da Silva.

“É muito importante tanto pa-ra a empresa como para o profis-sional. Quem contrata, além deatender uma exigência legal, sabeque terá uma pessoa qualificada.E para o profissional também émuito bom porque ele já começaa trabalhar mais preparado”, con-sidera. As turmas são montadasconforme surge a demanda. Silvalembra também que a unidade es-

Inclusãoplanejada

POR CYNTHIA CASTRO

SEST SENAT

Unidades promovem treinamentos e outras iniciativas para incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho

MERCADO DE

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 67

tá preparada para receber pes-soas com deficiência, com aces-sos especiais e outras adequa-ções em sua estrutura física.

Uma das empresas parceirasdo Sest Senat de Cariacica é aViação Águia Branca, não somen-te para o curso de Rotinas Admi-nistrativas, mas também para vá-rios outros. A gerente de recur-sos humanos, Valesca Falqueto,comenta que a empresa já absor-veu vários alunos com alguma

Em Cachoeiro do Itapemirim,também no Espírito Santo, o SestSenat deve começar, neste se-mestre, uma nova turma do cur-so de Rotinas Administrativas pa-ra pessoas com algum tipo de de-ficiência. Segundo a coordenado-ra do Senat, Carla Cristine deSouza Borges, o trabalho vemsendo feito em parceria com aFetransportes (Federação dasEmpresas de Transportes do Es-pírito Santo). No ano passado, pe-lo menos nove alunos foram co-locados no mercado de trabalho.

“Convidamos o RH das em-presas do setor para conheceresse público que formamos eque está preparado para atuar.No ano passado, nos emociona-mos com um menino que per-deu uma perna em um acidentee fez o curso de Rotinas Admi-nistrativas, depois o de empi-lhadeira”, disse Carla. Outrosórgãos, como o INSS (InstitutoNacional de Seguridade Social)e o Sine (Sistema Nacional deEmprego) apoiam o projeto.

LevantamentoNa unidade do Sest Senat de

Campinas (SP), está sendo con-cluído um levantamento de pes-soas com deficiência que vivemna região e que podem ocupar di-ferentes postos de trabalho nosetor de transporte. Também fo-ram identificados cargos em cin-co empresas de transporte da re-

deficiência que passaram pelotreinamento do Sest Senat.

“O curso tem um conteúdoprogramático interessante. Incluitambém temas de relacionamen-to interpessoal. É um ótimo tra-balho esse do Sest Senat e dáuma visão geral, principalmentepara pessoas que nunca traba-lharam e que, muitas vezes, esti-veram à margem da sociedade”,afirma a gerente de recursos hu-manos da Águia Branca.

Segundo ela, a empresatem um projeto de inclusãosocial de pessoas com defi-ciência que vai além de umaobrigação legal. “Temos aquipessoas com alguma deficiên-cia física, cadeirantes, mule-tantes, deficiente visual, para-tletas. E eles estão presentesem diversas áreas, como RH,comercial, financeira. Com es-se projeto, a empresa ficoumais bonita e diversa.”

ÁGUIA BRANCA/DIVULGAÇÃO

TRABALHO Filipi Costa e os colegas da viação Águia Branca; ele conseguiu emprego depois de fazer curso no Sest Senat

Page 68: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201368

gião que podem ser ocupadospor pessoas com deficiência paraque a inclusão seja feita de formamais adequada.

De acordo com a coordenado-ra de Desenvolvimento Profissio-nal do Sest Senat de Campinas,Júlia Argondizio, o trabalho éuma parceria com o Sindicamp(Sindicato das Empresas deTransportes de Cargas de Campi-nas e Região) e tem a cooperaçãode outras entidades, como orga-

ACESSO Unidade do Sest Senat de Cariacica é preparada

Saiba o que diz o Ministério do Trabalho sobre a contratação de pessoas com deficiência:

LEI• Pela legislação atual (nº 8.213/1991), as empresas que contratam sob o regime

da Consolidação das Leis do Trabalho, com 100 ou mais empregados, estão obrigadas a manter em seus quadros um percentual de pessoas com deficiênciase beneficiários reabilitados pelo INSS

PERCENTUAL• O percentual para empresas com 100 ou mais empregados é de 2% a 5% dos

seus cargos com beneficiários reabilitados (aqueles que, em razão de acidente ou doença profissional, tiveram de passar por um processo de reabilitação profissional no INSS para poderem prestar serviços em outras atividades) ou pessoas com deficiência, na seguinte proporção:

COTA POR DEFICIÊNCIA• Não há cota por tipo de deficiência• As empresas têm liberdade de contratar o trabalhador com deficiência que mais

se adeque às funções que serão desempenhadas• Há que haver o cuidado de permitir que a pessoa com deficiência demonstre sua

capacidade, sem haver uma avaliação a priori e preconceituosa, bem como ter ocuidado de não discriminar algum tipo de deficiência

FISCALIZAÇÃO• É feita pelos auditores fiscais do trabalho e se organiza por meio de projetos de

fiscalização, levando em consideração os problemas e setores que devem serobjeto prioritário da fiscalização do trabalho

MULTA• A empresa fiscalizada que desrespeita a norma legal sofre autuação administra-

tiva que, após o prazo para defesa e recurso, não tendo tido êxito em comprovaro cumprimento da cota legal, é autuada

• A multa é atualizada anualmente. Para 2013, varia de R$ 1.717,38 a R$ 171.736,10

CONTRATAÇÃO

Até 200 empregados

De 201 a 500 empregados

De 501 a 1.000 empregados

De 1.000 em diante

2%

3%

4%

5%

Fonte: Ministério do Trabalho

“A gente nãopode se

acomodar eestou muitomais felizagora”

CARLOS ROBERTO MOREIRA, FEZ CURSO NO SEST SENAT

Page 69: O peso da inflação

nizações não governamentais edo poder público. Assim que forconcluído, o levantamento serápassado para as empresas.

“O importante é adequar aspessoas com deficiência aos car-gos disponíveis, de forma queelas se sintam produtivas. Elasprecisam ter uma satisfação pes-soal no trabalho que realizam,senão estaremos segregando. Énecessário então que esse profis-sional seja colocado no lugar cer-

to, adequando a deficiência aoposto de trabalho”, disse Júlia.

FuncionáriosAlém de qualificar pessoas

com deficiência para o mercadode trabalho, o Sest Senat tam-bém se preocupa em treinar osseus funcionários para trabalharcom esse público da melhor for-ma possível. Em Cariacica, muitosjá passaram pelo curso de braille.

A unidade também oferece um

para receber pessoas com deficiência

SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

curso para os funcionários do SestSenat e também para funcionáriosde empresas de transporte sabe-rem como fazer a inclusão de ma-neira adequada. Eles passam porsituações que simulam as dificul - dades enfrentadas por pessoascom deficiência, em diferentes si-tuações. “Os funcionários preci-sam ser treinados para receber es-ses profissionais de forma adequa-da”, disse o diretor da unidade deCariacica, Eliomar Rossati. l

“Sest Senat oferece uma grande oportunidade”APOIO

Filipi Santos da Costa, 21,nasceu com uma deficiênciagenética e tem falta de cálcionos ossos. Desde criança, sem-pre precisou usar a cadeira derodas para se locomover. Háum ano, ele começou a traba-lhar na Viação Águia Branca,em Cariacica (ES), depois depassar pelo treinamento naunidade do Sest Senat.

Um amigo do bairro ondemora falou sobre a realizaçãodo curso de Rotinas Administra-tivas. Filipi se inscreveu e de-pois de concluir esse treina-mento, também fez outro cursodo Sest Senat na área de infor-mática. Hoje trabalha no setorfinanceiro da Águia Branca.

“Estou muito feliz. Muitaspessoas com deficiência ficamem casa, sentindo-se incapazes.Eu diria que instituições como oSest Senat oferecem uma grandeoportunidade de se adquirir co-nhecimento. E as empresas es-tão recrutando pessoas que es-tão mais qualificadas”, diz Filipi.

Carlos Roberto Moreira deOliveira, 35, também conse-guiu um emprego como auxi-liar administrativo depois defazer o curso do Sest Senat de

Cariacica. Há cinco anos, umacidente de moto fez com queele perdesse o movimento deum dos braços. Antes, Oliveiratrabalhava como operador deempilhadeira.

Foram quase três anos ten-tando se recolocar no merca-do de trabalho, até que surgiu

a oportunidade do curso deRotinas Administrativas. “Aqualificação é muito importan-te. Eu diria para as pessoasque passam por problemas pa-recidos não desanimarem. Agente não pode se acomodar,e estou muito mais feliz agora,trabalhando novamente.”

COLOCAÇÃO Carlos Roberto e a gerente de recursos humanos

“O profissionaljá começa a

trabalhar maispreparado”

HELZIO SONCINI, DO SEST SENAT DE CARIACICA

ÁGUIA BRANCA/DIVULGAÇÃO

Page 70: O peso da inflação

Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental

Page 71: O peso da inflação

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 64.921 12.541 77.461Estadual Coincidente 17.788 5.232 23.020Estadual 110.842 111.334 222.176Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Total 220.378 1.364.025 1.584.402

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 15.469Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.414.721Cavalo mecânico 507.646Reboque 995.094Semi-reboque 742.614Ônibus interestaduais 17.309Ônibus intermunicipais 57.000Ônibus fretamento 23.489Ônibus urbanos 105.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 155

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Vias Navegáveis 41.635

Vias economicamente navegadas 20.956

Embarcações próprias 1.864

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 30.129Total Concedida 28.692Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.816FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 7.136Total 28.692

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 104.931Locomotivas 3.212Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AERÓDROMOS - UNIDADESAeroportos Internacionais 37Aeroportos Domésticos 29Outros aeródromos - públicos e privados 2.531

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 669 Transporte não regular: táxi aéreo 1.579Privado 8.825Outros 8.328Total 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

Page 72: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201372

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da União(Orçamento Fiscal)

(dados atualizados junho/2013)

Orçamento Fiscal da União eOrçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado* Total PagoValores Pagos do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

NECESSIDADE DE INVESTIMENTO DO SETOR DE TRANSPORTE BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES(PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)

2015

R$

bilh

ões

1050

25

0,39

16,45

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Evolução do Investimento Federal em Infraestrutura de Transporte

Observações:

(1) Expectativa de crescimento do PIB para 2013.

(2) Taxa Selic conforme Copom 29/05/2013.

(3) Inflação acumulada no ano e em 12 meses até abrill/2013.

(4) Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até junho/2013 (US$ bilhões).

(5) Posição dezembro/2012 e junho/2013 em US$ bilhões.

(6) Câmbio de fim de período divulgado em 28/06/2013, média entre compra e venda.

Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado28/06/13), Banco Central do Brasil.

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal);Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (DEST-MPOG).

Investimentos em transporte da União por Modal(total pago acumulado - até junho/2013 (R$3,75 bilhões)

0,679(18,1%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - JUNHO/2013

2012 acumuladoem 2013

últimos12 meses

expectativapara 2013

PIB (% cresc a.a.)1 0,87 1,92 1,16 2,40

Selic (% a.a.)2 7,25 8,00 9,25

IPCA (%)3 5,84 2,88 6,50 5,87

Balança Comercial4 19,43 -5,39 7,76 6,00Reservas Internacionais5 373,14 371,10 -

Câmbio (R$/US$)6 2,04 2,21 2,15

Restos a Pagar Pagos

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

Autorizado União 16.457,27Dotação das Estatais (Infraero e Cia Docas) 3.048,44Total de Recursos Disponíveis 19.505,70

Rodoviário 2.995,04Ferroviário 679,40Aquaviário (União + Cia Docas) 134,63Aéreo (União + Infraero) 323,79

Investimento Total (Total Pago) 4.132,86

Investimento Total

2008

7,3 10,6 14,8 15,0 12,7

Rodoviário 5,1 7,8 10,3 11,2 9,4Ferroviário 0,9 1,0 2,5 1,6 1,1

Aquaviário (União + Cia Docas) 0,8 1,3 1,3 1,0 0,8Aéreo (União + Infraero) 0,5 0,5 0,7 1,2 1,4

2009 2010 2011 2012

Nota sobre a CIDE: Até o boletim econômico de março de 2013, a CNT realizava o acompanhamento da arrecadação edo investimento com recursos da CIDE-combustíveis, Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, criada pelaLei 10.336, de 19/12/2001. Esse acompanhamento deixou de ser realizado, já que a alíquota da CIDE foi reduzida a zeropelo Decreto nº 7.764, de junho de 2012. Os recursos da CIDE eram destinados aos seguintes fins: (a) ao pagamento desubsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) aofinanciamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e (c) ao financiamento deprogramas de infraestrutura de transportes.

Nota (A) Dados atualizados até 29.06.2013 (SIGA BRASIL). (B) Em 18 de junho de 2013 foram excluídos R$ 6 bilhõesdo valor autorizado para investimento em transporte no Orçamento Fiscal. Esses recursos eram referentes a créditosextraordinários autorizados pela MP nº 598 de 27/12/2012. Findo o prazo para a apresentação do Projeto de DecretoLegislativo para a MP, esta perdeu a validade e os créditos previstos foram devidamente retirados do orçamento.

RECURSOS DISPONÍVEIS EINVESTIMENTO FEDERAL (ATÉ JUNHO DE 2013)

Orçamento Fiscal e Estatais (Infraero e Cia Docas)(R$ milhões correntes)

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTODAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(valores em R$ bilhões correntes)

3,753,36

2,995(79,8%)

8,06,0

R$ b

ilhõe

s co

rren

tes

4,02,0

0

10,0

16,014,012,0

Rodoviário Ferroviário Aquaviário AéreoInvestimento Total

2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal) e Orçamento de Investimentos dasEmpresas Estatais (DEST-MPOG).

Recursos Disponíveis

Investimento Realizado

0,044(1,2%)

0,035(0,9%)

Page 73: O peso da inflação

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURADE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (JUNHO - 2013)

(VALORES EM R$ MILHÕES CORRENTES)1

ORÇAMENTO FISCAL (TOTAL PAGO POR MODAL DE TRANSPORTE)Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo Total

Acre 19,87 0,00 0,00 0,00 19,87Alagoas 238,26 0,00 0,00 0,00 238,26Amazonas 12,29 0,00 3,49 0,00 15,78Amapá 26,14 0,00 0,00 0,00 26,14Bahia 107,16 262,33 0,00 0,00 369,49Ceará 187,64 0,00 2,95 0,00 190,59Distrito Federal 4,71 0,00 0,00 0,00 4,71Espírito Santo 36,22 0,00 3,73 0,00 39,95Goiás 212,96 292,11 0,00 0,00 505,07Maranhão 132,00 0,00 16,21 0,00 148,21Minas Gerais 240,99 21,84 0,00 0,00 262,83Mato Grosso do Sul 45,16 4,80 0,00 0,00 49,96Mato Grosso 120,63 0,00 0,00 0,00 120,63Pará 121,77 0,00 0,36 0,00 122,13Paraíba 88,56 0,00 0,00 0,00 88,56Pernambuco 84,67 0,00 0,00 0,00 84,67Piauí 40,42 0,00 0,00 0,00 40,42Paraná 120,71 4,02 0,00 0,00 124,73Rio de Janeiro 243,88 15,29 0,20 0,00 259,37Rio Grande do Norte 33,86 0,00 0,00 0,00 33,86Rondônia 72,75 0,00 0,00 0,00 72,75Roraima 15,56 0,00 0,00 0,00 15,56Rio Grande do Sul 500,01 0,14 2,57 0,00 502,72Santa Catarina 143,50 0,13 0,80 0,00 144,43Sergipe 70,52 0,00 0,00 0,00 70,52São Paulo 3,37 61,51 3,59 0,00 68,47Tocantins 30,13 0,28 0,00 0,00 30,41Centro Oeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Nordeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Norte 0,00 0,00 0,35 0,85 1,20Sudeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Sul 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Nacional 41,30 16,95 1,38 43,64 103,27Total 2.995,04 679,40 35,63 44,49 3.754,56

Elaboração: Confederação Nacional do Transporte*Dados atualizados até 29.06.2013 (SIGA BRASIL).

Notas:(1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União).(2) O total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos.(3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem amais de um estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional.

A partir de janeiro de 2013, a CNT passa a utilizar o SIGA BRASIL como fonte de dados da execução do Orçamento Fiscal da União. Até então, eram utilizados os bancos de dados elaborados pela COFF(Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira) disponibilizados pela Câmara dos Deputados. O SIGA BRASIL é um sistema de informações sobre orçamento público, que permite acesso amplo efacilitado ao SIAFI e a outras bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, por meio de uma única ferramenta de consulta . Por ser atualizado periodicamente, o SIGA BRASIL permite uma análisemais dinâmica da execução orçamentária federal. Além disso, o SIGA BRASIL disponibiliza na mesma base de dados os valores pagos no exercício e os restos a pagar pagos. Esta característica confere aosistema maior precisão e segurança no acompanhamento dos investimentos em infraestrutura de transporte. Os dados de execução orçamentária para investimento em infraestrutura de transporte sãodivulgados mensalmente pela Confederação Nacional do Transporte por meio de seu Boletim Econômico disponível na revista CNT Transporte Atual e no site da instituição (www.cnt.org.br).

Esta

dos

REGI

ÕES3

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx

Mudança de fonte de dados de investimentos públicos federaisNota técnica CNT

Page 74: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201374

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR,com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais

de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.

NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

820.587JUNHOATÉ MAIO

20132007 A 2012 TOTAL

Aprovação no período

96.357 18.300 935.244

88,18% 90,54% 91,41% 88,49%

Federações participantes 20

Unidades de atendimento 68

Empresas atendidas 9.921

Caminhoneiros autônomos atendidos 11.159

O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional de Pro-dução e Uso de Biodiesel e da aprovaçãoda Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleodiesel veicular comercializado ao consu-midor final possui biodiesel. Essa mistu-ra é denominada óleo diesel B e apresen-ta uma série de benefícios ambientais,estratégicos e qualitativos. O objetivodesta publicação é auxiliar na rotinaoperacional dos transportadores, apre-sentando subsídios para a efetiva ado-ção de procedimentos que garantam aqualidade do óleo diesel B, trazendo be-nefícios ao transportador e, sobretudo,ao meio ambiente.

A pesquisa “Caminhoneiros noBrasil - Relatório Síntese de Infor-mações Ambientais” apresenta arealidade e as necessidades de umdos principais agentes do setor detransporte. Informações econômi-cas, financeiras, sociais e ambien-tais, além de dados relacionados àfrota, como distribuição e idademédia; características dos veícu-los e dos deslocamentos; intensi-dade de uso e autonomia (km/l) dafrota permitem aprofundar os co-nhecimentos relativos ao setor detransporte rodoviário.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Carga

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETCESP

FETRANCESC

FETRANSPAR

FETRANSUL

FETRACAN

FETCEMG

FENATAC

FETRANSCARGA

FETRAMAZ

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETRANSPOR

FETRONOR

FETRAM

FEPASC

CEPIMAR

FETRAMAR

FETRANORTE

FETRASUL

FETERGS

ES

BA e SE

SP

SC

PR

RS

AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA

MG

DF, TO, MS, MT e GO

RJ

AC, AM, RR, RO, AP e PA

ES

BA e SE

RJ

RN, PB, PE e AL

MG

SC e PR

CE, MA e PI

MS, MT e RO

AM, AC, PA, RR e AP

DF, GO, SP e TO

RS

27.2125-7643

71.3341-6238

11.2632-1010

48.3248-1104

41.3333-2900

51.3374-8080

81.3441-3614

31.3490-0330

61.3361-5295

21.3869-8073

92.2125-1009

27.2125-7643

71.3341-6238

21.3221-6300

84.3234-2493

31.3274-2727

41.3244-6844

85.3261-7066

65.3027-2978

92.3584-6504

62.3598-2677

51.3228-0622

Passageiros

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

BOLETIM DO DESPOLUIR

Page 75: O peso da inflação

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 75

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

*Inclui processos industriais e uso de energia

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - MAIO 2013

Corante 5,2%

80%70%60%50%40%30%20%

Aspecto 26,2%

Pt. Fulgor 14,0%

Enxofre 17,0%

Teor de Biodiesel 16,2%Outros 21,4%

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de s )*

Japão 10EUA 15Europa 10 a 50

Brasil 10**

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista,Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São Josédos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão daSerra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.

10%0%

Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados

Caminhõesmédios

Comerciais Leves(Diesel)

ÔnibusRodoviários

CaminhõesLeves

ÔnibusUrbanos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

NOxNMHcCOCH4

CO2

NOxCONMHcMP

CO2

AL AM

% N

C

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

2,80,0

7,0

2,30,8 0,0 1,6

6,7

2,20,0

2,7 3,0

AC1,4 11,0 8,3 5,2 2,3 2,5 2,0 7,0 2,9 2,8 0,0 4,6 4,3 3,3 2,3 0.8 1,3 5,2 3,9 0,0 6,7 1,6 2,2 0,0 2,7 0,0 3,00,00,3 8,7 5,1 5,1 1,8 0,7 5,1 2,8 1,9 0,0 8,3 3,1 2,4 1,6 0,5 1,2 4,8 2,1 0,0 7,8 1,4 2,4 1,3 2,8 0,0 2,70,0

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

2,5 2,94,35,2

8,3

1,4 0,0

0

10

20

15

52,0

0,0

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

2,35,24,6

1,3

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - MAIO 2013

11,0

Diesel 44,76 44,29 49,23 52,26 55,90 18,32

Gasolina 25,17 25,40 29,84 35,49 39,69 13,04

Etanol 13,29 16,47 15,07 10,89 9,85 3,22

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc).** Dados atualizados em 26 de junho de 2013.

Rodoviário 38,49 97% 34,46 97% 36,38 97%

Ferroviário 0,83 2% 1,08 3% 1,18 3%

Hidroviário 0,49 1% 0,14 0% 0,14 0%

Total 39,81 100% 35,68 100% 37,7 100%

2009VOLUMEMODAL % VOLUME % VOLUME %

2010 2011

* Em partes por milhão de S - ppm de S** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br*** A partir de 2013, 59% do chamado diesel interiorano passam a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR:

www.cntdespoluir.org.br

Demais estados e cidades 500 ou 1800***

TIPO 2008 2009 2010 2011 2012 2013**

* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV** Dados fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA, 2011.

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009** EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009**

3,3

2,1

BOLETIM AMBIEN TAL

(abril)

26,2%

14,0%

3,9

17,0%

16,2%

21,4% 5,2%

Page 76: O peso da inflação

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS

SAÚDE HUMANA1 MEIO AMBIENTE

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.

Dióxido deCarbono

(CO2)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano(CH4)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.

Compostosorgânicosvoláteis(COVs)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e processos industriais4.

Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.

Óxidos denitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida5.

Ozônio(O3)

Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua naturezacorrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e processos industriais4.

Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.

Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida5, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.

Materialparticulado

(MP)

Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.

1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel comosubstância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro.

2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico

resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.

Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.

Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.

Monóxido decarbono

(CO)

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Page 78: O peso da inflação

vamento dos investimentos nes-sa atividade, seja por torná-lomais eficiente e produtivo.

Em dezembro de 2012, aedição da medida provisória edos decretos que instituíram aCnap e a Conaportos geraramboas expectativas para a ca-botagem. De um lado, a MPviabilizava o investimento emnovos terminais portuários, eas comissões endereçaramduas questões importantespara o setor: a Cnap com regu-lação dos serviços de pratica-gem, hoje com custos eleva-díssimos e preços distorcidospor anos de ausência de regu-lação econômica da atividade.E a Conaportos com a simplifi-cação dos processos portuá-rios, cuja burocracia e exces-siva documentação tanta ine-ficiência traz aos processosde embarque e desembarquede cargas nos portos.

As alterações à MP realizadaspelo Congresso proporcionaramum grande susto no setor, quan-do tentou-se limitar a participa-ção de empresas de navegaçãoem terminais portuários, e aca-baram por criar uma reserva demercado a empresas de econo-mia mista e estatais em uma con-

dição claramente inconstitucio-nal ao discriminar o capital priva-do. Felizmente o bom senso im-perou e o veto presidencial corri-giu essa anomalia do texto apro-vado pelo Congresso Nacional.

É inegável que o fim do con-ceito de carga própria e o destra-vamento aos investimentos emterminais privados proporcionamcondições favoráveis à expansãoda capacidade, tão necessária aocrescimento econômico do país.Por outro lado, a oneração dosterminais públicos, sobretudo naquestão da mão de obra em ativi-dades de capatazia e bloco, geraapreensão no setor, dependenteque é desses terminais para mo-vimentação da grande maioria desuas cargas e pelo longo temponecessário para a implantação eoperação dos novos terminaisprivados que ainda haverão deser desenvolvidos.

Como a Conaportos, a criaçãoda Cnap gerou boa expectativano setor, mas o ponto de atençãoque gera ansiedade é a falta declareza quanto aos prazos paraque as medidas em discussão se-jam traduzidas em ações e regra-mentos claros e eficazes para otratamento das questões que sepropõem resolver.

DEBATE De que forma a MP dos Portos pode favorecer o transporte

CLEBER LUCASVice-presidente do Syndarma (SindicatoNacional das Empresas de NavegaçãoMarítima) e presidente da ABAC(Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem)

“A cabotagem vem crescendo sustentavelmente nos últimos anos ataxas bem superiores ao próprio crescimento da economia brasileira”

Passado o grande susto, prevaleceu o bom senso

OBrasil possui vias nave-gáveis invejáveis, ver-dadeiras estradas marí-timo-fluviais que ligam

o Rio Grande a Manaus, cobrindoa maior parte de nossa economiaconcentrada próxima ao litoral.Aproveitando essa característica,a cabotagem vem crescendo sus-tentavelmente nos últimos anosa taxas bem superiores ao pró-prio crescimento da economiabrasileira. Por esse modo, hoje jásão distribuídos grande partedos produtos e insumos , bem co-mo as cargas provenientes do co-mércio exterior por meio dos ser-viços alimentadores (feeder), en-tre portos do Brasil e Mercosul.

Toda essa atividade demandaintensamente por infraestruturaportuária em quantidade e quali-dade que permitam o embarquee desembarque das cargas trans-portadas pelos navios de formarápida e eficiente.

Por tudo isso, o setor acompa-nhou com muita atenção eapreensão as alterações no mar-co regulatório do setor portuário,agindo e interagindo, ao longo doprocesso, para que a reformapretendida pudesse contribuir deforma efetiva para o desenvolvi-mento do país, seja pelo destra-

CLEBER LUCAS

Page 79: O peso da inflação

por cabotagem?

OBrasil apresenta enor-mes desafios em infra-estrutura de transpor-tes, além de um sério

desbalanceamento em sua ma-triz de transporte de cargas. Porisso, estamos sempre investi-gando oportunidades de des-concentração do modal rodoviá-rio, extremamente relevante pa-ra o país, mas que deve se con-centrar em serviços e distânciasnos quais seja realmente a me-lhor opção. Isso abrirá espaçospara multimodalidade e maiorparticipação de outros modaisde transporte. Nesse sentido, anavegação de cabotagem apa-rece como uma vocação naturalem um país de dimensões conti-nentais, com extensa costa na-vegável e uma forte concentra-ção de riqueza e população emsua faixa litorânea.

O Ilos vem realizando estu-dos constantes acerca da com-petitividade e dos desafios des-se modal. Resumidamente, emseus principais pontos de atra-tividade, podemos destacar:menores custos unitários paralongas distâncias, maior efi-ciência energética e menor im-pacto ambiental, segurança ebaixo índice de acidentes e a

dos serviços e escalas de em-barcações. Importante ressal-tarmos que ainda é necessáriaa capacidade de gestão do go-verno para adequar pontos deassimetria e adequação regula-tória e processar a nova legisla-ção, atraindo o capital privadopara os investimentos necessá-rios. Também existem outros re-levantes entraves, como a ex-cessiva burocracia no trata-mento da carga de cabotagem,o grande número de entidadesanuentes dos portos e seus tur-nos de trabalho administrativose a dificuldade de levar adianteos PDZs (Planos de Desenvolvi-mento e Zoneamento dos Por-tos Públicos) que, se sanados,poderiam contribuir ainda maisdecisivamente para um definiti-vo impulso ao modal.

Em síntese, os objetivos daMP nº 595 foram legítimos, asintenções acertadas, os deta-lhamentos merecem comple-mentação, mas a capacidadede gestão do poder público ede atração do setor privado éque irá fazer toda a diferença.Enxergamos um ainda melhorfuturo para a navegação decabotagem se ultrapassadosesses desafios.

JOÃO GUILHERME DE ARAUJODiretor de Consultoria eDesenvolvimento de Negócios do Ilos -Instituto de Logística e Supply Chain

Vocação natural em um paísde dimensões continentais

“Os objetivos da MP nº 595 foram legítimos, mas a capacidade de gestão dopoder público e de atração do setor privado é que irá fazer toda a diferença”

possibilidade de diminuir o ex-cessivo tráfego e alto índice deacidentes das saturadas estra-das brasileiras. Por outro lado, omodal ainda apresenta desafiosdentre os quais podemos desta-car: infraestrutura portuária de-ficiente, carência nos acessosterrestres e marítimos dos por-tos brasileiros, excesso de buro-cracia, questões de regulação eoferta de mão de obra e consis-tência de serviço porta a porta.

Sem entrar no juízo de méri-to das decisões contidas na leinº 12.815/2013, oriunda da MP nº595, por tratar-se de tema sufi-ciente para um artigo específi-co, podemos afirmar que seuslegítimos objetivos deveriamser o aumento da competição, aredução dos custos portuáriose uma maior oferta de capaci-dade de movimentação de car-ga. Com base nesses três pila-res pretendidos e se seus des-dobramentos lograrem sucesso,não restará dúvida de que a na-vegação de cabotagem sofreráuma enorme e positiva contri-buição especialmente no quediz respeito às queixas de pre-cária infraestrutura portuária,aumento da competitividade ta-rifária e consistência na oferta

JOÃO GUILHERME DE ARAUJO

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2013 81

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

m 25 de julho, Dia de São Cristóvão, come-moramos por todo o país o Dia do Motorista.Para nós, transportadores, essa data é sem-pre uma oportunidade de expressar nossagratidão e orgulho pelo trabalho dedicadodesses profissionais no transporte diário de

pessoas e de aproximadamente 60% de toda acarga brasileira. O motorista é um importanteagente da consolidação da riqueza do Brasil.

Depois de uma fase romântica da profissão,na qual homens identificavam uma vocaçãopara a solidão das estradas e dirigiam pormuitas horas seguidas durante a jornada deum dia, o aumento do tráfego de veículos, osperigos dos acidentes e a violência perpetradapor gangues de ladrões de cargas elevaram osníveis de estresse dos condutores de veículos.Alguns passaram a usar drogas e a sofrer pro-blemas crônicos de saúde, como diabetes, hi-pertensão e outros males. Com isso, a profis-são foi perdendo um pouco de seu romantis-mo e de sua atratividade. A entrada de novosmotoristas na profissão ficou mais escassa.

Mas essa situação vem se revertendo. Nosúltimos anos, novas tecnologias têm provoca-do mudanças mais significativas no perfil docaminhoneiro. Hoje, os caminhões saem dasfábricas com sofisticados recursos. Altamenteinformatizada, a chamada tecnologia embar-cada exige especialização dos condutores. As-sim, os profissionais da estrada passaram a

ser operadores de sistemas de informática pa-ra conduzir seus veículos.

A alta especialização que muito rapidamen-te se passou a exigir dos profissionais paraexecutar a atividade e a disponibilidade de va-gas no mercado estão criando um novo perfildo caminhoneiro. Aqueles que ingressam naprofissão, sobretudo os mais jovens, chegamcom maior nível de escolaridade e mais conhe-cimentos específicos dos novos veículos. Co-mo consequência instantânea, está havendotambém elevação dos salários iniciais propos-tos pelas empresas e novos benefícios.

A CNT tem refletido sobre a nova condiçãodesse insubstituível e fundamental profissio-nal, cujo desempenho afeta diretamente o de-senvolvimento do país. Por meio do Sest Se-nat, são oferecidos inúmeros cursos de quali-ficação profissional voltados exclusivamentepara os condutores de caminhões, além decampanhas de saúde, palestras e outras ativi-dades dirigidas a eles. Todo o esforço do SestSenat tem surtido efeito, e novos profissionaisestão entrando no mercado a cada ano.

A profissão está se reinventando, agoracom uma face mais moderna e com mais van-tagens financeiras. Os motoristas continuamtransportando nossas riquezas e, portanto,permanecem sendo de extrema importânciapara o equilíbrio social e para o desenvolvi-mento econômico do país.

E

Os caminhos do Brasil nasmãos dos caminhoneiros

“Todo o esforço do Sest Senat tem surtido efeito, e novosprofissionais estão entrando no mercado a cada ano”

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201382

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

PRÊMIO CNT DE JORNALISMOGostei bastante da reportagemespecial sobre os 20 anos doPrêmio CNT de Jornalismo, publicada na edição nº 214 darevista, em julho. Essa iniciativada confederação é de extremaimportância para valorizar aprofissão de jornalismo no nosso país e, ao mesmo tempo,ampliar as discussões sobre aatividade transportadora. Que cada vez mais jornalistas se dediquem à causa do transporte e que assim seja possível encontrar asmelhores soluções para os problemas que ainda impedem o desenvolvimento deum setor tão essencial para o país.

Paula Fontes TelesCampinas/SP

CONTÊINER ULTRALEVELi a reportagem sobre os contêineres ultraleves que estãosendo usados pelas companhiasaéreas e achei muito interessante.Fico feliz em saber que asempresas têm investido emequipamentos que vão refletirem melhorias não só para elas,como para todos nós. Pelo queentendi, o fato de o contêinerser mais leve, reduz o gasto decombustível durante o voo e,consequentemente, as aeronavesemitem menos poluentes.

Philipe GontijoPorto Alegre/RS

NAVEGAÇÃO FLUVIALSó quem vive na região amazônica conhece a dificuldadeda população para conseguir irde uma cidade a outra. Além desermos dependentes das condições dos rios, também precisamos suportar algumas situações bastantes críticas nosterminais. A reportagem da revista CNT Transporte Atualsobre o levantamento da Antaqmostra um pouco da realidadedaqui da região. Que esses números sirvam de alerta para a realização de melhorias.

Karen SoaresManaus/AM

EFICIÊNCIA ENERGÉTICAA discussão sobre a necessidadede se criar mecanismos eprogramas para melhorar a eficiência energética dos veículos é bastante válida. Omundo vive um momento deatenção sobre a preservação ambiental. Espero que o Brasilaprenda com a experiência deoutros países e que a CNT dê sequência ao desejo de criar umprojeto específico sobre o tema.

Rogério TavaresCriciúma/SC

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 11º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

Júlio Fontana Neto

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

Eduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

José Severiano Chaves

Eudo Laranjeiras Costa

Antônio Carlos Melgaço Knitell

Eurico Galhardi

Francisco Saldanha Bezerra

Jerson Antonio Picoli

João Rezende Filho

Mário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Paulo Sérgio Ribeiro da Silva

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Luiz Maldonado Marthos

Sandoval Geraldino dos Santos

Éder Dal’ Lago

André Luiz Costa

Diumar Deléo Cunha Bueno

Claudinei Natal Pelegrini

Getúlio Vargas de Moura Bratz

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva

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