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O Plano de Parto
Ou Plano de Nascimento
Ou Plano de Preferências de Parto
Plano de Parto – Do que se trata? Para que serve?
Tópicos Estruturantes
Tópicos Estruturantes – Cesariana
Modelo de Carta para acompanhar o Plano de Parto
Modelo de Plano de Parto - Tipo Tópicos
Modelo de Plano de Parto - Tipo Tabela
[versão de Setembro 2015]
Associação Portuguesa Pelos Direitos da Mulher da Gravidez e Parto
A importância de construir um plano de parto
O Plano de Parto (também chamado de Plano de Nascimento ou de Plano de Preferências de
Parto) regista as preferências da grávida para o trabalho de parto, parto e pós-parto.
Embora não exista legislação específica que juridicamente proteja inequivocamente o Plano
de Parto, há normas em leis nacionais e internacionais - de aplicabilidade direta e indireta em
Portugal - que são passíveis de proteger a vontade que é expressa no Plano de Parto. São elas
as plasmadas nos artºs 38º, 39º 149º e 150º do Código Penal Português; artºs 3º e 8º da
Convenção Europeia dos Direitos Humanos (conjugados com os casos Ternovszky vs Hungria,
Dubska vs República Checa e Konovalova vs Rússia); e da Convenção dos Direitos do Homem
e Biomedicina (Convenção de Oviedo) os artº 5º, 8º e 9º.
Elaborar o plano ajuda a grávida a perceber o que acontece em cada fase do trabalho de parto
e organizar as suas ideias, assim como partilhá-las com o acompanhante escolhido, que ficará
ciente das suas escolhas e de como poderá agir quando chegar o momento. Conversar sobre
o plano de parto com o prestador de cuidados de saúde permite colocar questões e perceber
o que pode ser possível; sensibilizá-lo para as prioridades da mulher e dar-lhe a hipótese de
a conhecer, e aos seus sentimentos e expectativas. Flexibilidade é a palavra-chave, para todas
as partes intervenientes: um plano de parto é isso mesmo, um plano. Linhas orientadoras que
poderão ou não acontecer, dependendo do decorrer do trabalho de parto e do estado
corrente do duo mãe-bebé. O parto pela sua natureza é um evento impossível de prever e
onde tudo pode mudar de repente. Como tal, é importante a grávida encarar o Plano como
desejos e não como um conjunto de regras que serão seguidos à risca.
No caso de um parto hospitalar, o plano de parto é geralmente entregue na instituição onde
o parto está planeado, a partir das 30 semanas, para que haja tempo para uma resposta da
Direção Clínica, em como o aceita (ou ficar a saber quais os pontos com os quais não
concorda). Deve ser então anexado ao boletim da grávida e ao seu processo no hospital, para
aquando da admissão, a equipa que a atender se possa inteirar dele. É muito importante
também, que a grávida e o acompanhante tragam o seu plano de parto impresso e o tenham
sempre consigo no dia do parto, mesmo que já o tenham feito chegar aos serviços
previamente.
Plano de Parto – Do que se trata? Para que serve? (1/2)
Associação Portuguesa Pelos Direitos da Mulher da Gravidez e Parto
Tipos de Planos de Parto
Não há uma forma certa ou errada de apresentar as suas preferências. O plano deve ser claro
e conciso mas deve conter a informação que a grávida achar relevante. Aconselha-se a que
não ocupe mais do que uma página A4, para facilitar a leitura por parte dos profissionais. Os
tipos mais comuns são:
Plano Tabela – As tabelas são simples de elaborar e eficazes para uma leitura rápida.
Plano Parágrafos – O formato por parágrafos permite uma descrição mais detalhada mas é
também o de mais difícil leitura.
Plano Tópicos – Pontos por tópicos são de mais fácil leitura do que texto corrido por
parágrafos mas ainda assim permitem mais palavras do que os planos tabela.
De qualquer forma, é perfeitamente normal a grávida mudar de ideias sobre os seus desejos
para o parto em qualquer altura, bastando para isso, verbalizá-lo a quem estiver com ela.
“Pessoal e intransmissível”
O plano de parto deve então ser específico para determinada/o parturiente/casal. Vai
depender não só das suas preferências, mas também do historial clínico, do decorrer do parto
e do que estiver à disposição na instituição que acolherá a grávida. Na admissão, o plano será
entregue à equipa que estiver de serviço ou eles poderão consultá-lo e tirar algumas notas
para irem passando aos turnos seguintes. De qualquer forma, é sempre aconselhável à
grávida manter uma cópia consigo. A equipa poderá fazer perguntas sobre o plano para
perceber melhor os desejos da parturiente. No entanto também é importante perceber que
pode ser necessário seguir um caminho diferente do plano inicialmente escolhido: a equipa
aconselhará o que eles acharem ser a melhor solução consoante as circunstâncias. Em caso
de dúvida, devem colocar-se as questões que se achar necessárias.
Plano de Parto – Do que se trata? Para que serve? (2/2)
Associação Portuguesa Pelos Direitos da Mulher da Gravidez e Parto
Onde e com quem?
Onde parir: A decisão do local onde terá o seu bebé é sua. O/a seu/sua Enfermeiro/a Especialista em
Saúde Materna e Obstétrica (EESMO) ou a/o sua/seu médica/o Obstetra poderá aconselhá-la sobre
os serviços disponíveis localmente e sobre as questões relacionadas sobre a sua saúde ou a sua
gravidez que podem influenciar a sua escolha.
○ Gostaria de parir em casa
○ Gostaria de parir num centro de partos
○ Gostaria de parir numa maternidade hospitalar pública
○ Gostaria de parir numa maternidade hospitalar privada
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Acompanhante: Ter um acompanhante proporciona suporte físico e emocional durante o processo e
é geralmente muito benéfico, p.e. na redução da necessidade de métodos de alívio da dor e na
satisfação geral do processo. Está contemplado na legislação portuguesa e deve ser respeitado.
Gostaria que o(s) meu(s) acompanhante(s) ficasse(m) comigo:
○ durante o trabalho de parto e parto
○ apenas durante o trabalho de parto
○ apenas no momento do parto
○ Se tiver que ser submetida a uma cirurgia de cesariana, gostaria que o(s) meu(s)
acompanhante(s) pudesse(m) assistir ao lado da minha cabeceira.
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Equipamento: Acessórios a ter por perto durante o trabalho de parto: podem ajudar a alíviar a dor, a
mudar de posição mais facilmente ou a ficar mais confortável. Podem ou não estar acessíveis no local
ou ser trazidos pela parturiente. (P.e.: duche, barras de apoio ou cordas para sustentação, bola de
pilates, tapete de ioga, sacos de sementes ou de água quente, piscina de parto, etc.)
○ Pretendo experimentar equipamento existente no local durante o trabalho de parto
○ Pretendo experimentar equipamento trazido por mim (e que os profissionais se sintam
seguros em usar) durante o trabalho de parto
○ Ambas as opções anteriores
○ Não pretendo usar qualquer equipamento
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Tópicos Estruturantes (1/6)
Associação Portuguesa Pelos Direitos da Mulher da Gravidez e Parto
Sala de dilatação/trabalho de parto: A maioria dos locais tem salas em que a parturiente, após a
admissão, pode instalar-se durante o seu trabalho de parto, com o(s) seu(s) acompanhante(s) e ser
assistida pelos profissionais presentes. A maior parte das vezes o parto poderá ocorrer nesta sala, sem
necessidade de transferência para outro local.
○ Gostaria de fazer o meu trabalho de parto e parto na mesma sala
○ Gostaria de fazer o meu trabalho de parto na sala e ter o parto no bloco de partos
○ Gostaria de fazer o meu trabalho de parto e parto no bloco de partos
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Profissionais assistentes: O parto será monitorizado pela equipa de serviço. No entanto, poderão
existir visitas de vários profissionais.
○ Gostaria de ser assistida preferencialmente por Enfermeiras (os) Especialista em Saúde
Materna e Obstetríca/Parteiras (os)( EESMOS)
○ Gostaria de ser assistida preferencialmente pelo/a meu/minha Obstetra
○ Gostaria de ser assistida preferencialmente pelos Obstetras de serviço
○ Gostaria de manter ao mínimo o nº de profissionais que me assistam
○ Preferia não/Posso (riscar o que não interessa) ser visitada por profissionais em estágio
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Trabalho de parto e parto
Procedimentos de rotina: Por vezes o protocolo hospitalar recomenda a realização de certos
procedimentos para poupar tempo em caso de urgência como a tricotomia (raspagem dos pelos
púbicos), enema (o uso de um clister retal) e cateterização de uma veia (“canalização” de uma veia
para a administração de soros). Eles não são essenciais à partida e podem ser recusados ou adiados
pela mulher. Também é prática adotada pela maioria dos hospitais a restrição de líquidos, pelo
alegado risco de aspiração do conteúdo gástrico em caso de urgência e de uma anestesia geral, ou o
risco de vómito. No entanto a ingestão de pequenas quantidades de líquidos, tem muitos benefícios
durante o trablho de parto, tais como, manter a reserva de energia do bebé, diminuir episódios de
vómito, diminuir níveis de stress e aumento do conforto e satisfação da mulher.
○ Gostaria que não me fosse feita a tricotomia / o clister / cateterização rotineira da veia
○ Aceito que me seja feita a tricotomia / o clister / cateterização de uma veia por precaução
○ Gostaria de poder beber pequenas quantidades de água/chá/sumos de fruta
As minhas notas:
__________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Tópicos Estruturantes (2/6)
Associação Portuguesa Pelos Direitos da Mulher da Gravidez e Parto
Tópicos Estruturantes (3/6)
Duração do trabalho de parto: O trabalho de parto e parto pode demorar, podendo em média durar
até 21h num primeiro filho. Esse tempo será sempre individual. Enquanto ambos (mãe e bebé)
estiverem bem, o parto poderá decorrer fisiologicamente, sem recorrer à aceleração do processo. Se
tiver que haver mudanças de turno, o plano de parto é excelente para a nova equipa se inteirar dos
desejos da grávida e do que foi feito até então. Por vezes, quando o trabalho de parto dura há mais
de 12 horas, especialmente se a bolsa estiver rota, os profissionais podem recomendar que seja
administrado antibiótico para evitar infecções.
○ Gostaria de ter a segurança e a possibilidade de parir no meu tempo, sem pressões
○ Gostaria que não me fosse administrado qualquer fármaco sem consentimento prévio.
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Indução rotineira: Por forma a acelerar o processo do parto, por vezes são sugeridos procedimentos
mecânicos ou químicos, que se aplicados desnecessariamente (i.e., quando a mãe e o bebé estão
estáveis), podem prejudicar o desenrolar do trabalho de parto pela necessidade de outras
intervenções subsequentes (fenómeno conhecido como o efeito “bola-de-neve”).
○ Gostaria que não me fosse feito o descolamento de membranas, por rotina
○ Gostaria que não me fosse feita a amniotomia (rebentar a bolsa de águas), por rotina
○ Prefiro que não me seja dada oxitocina sintética ou outras drogas para induzir, acelerar, ou
intensificar o trabalho de parto, por rotina.
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Monitorização: Serve para verificar se o bebé está bem durante o trabalho de parto. Pode ser feito
com recurso a doppler, cardiotocógrafo, ecografia, sonda, etc.
○ Gostaria que fosse feita regularmente mas não de forma contínua
○ Gostaria que se tiver que ser feita de forma contínua, seja com equipamento móvel ou sem
fios para continuar a poder movimentar-me
○ Gostaria que fosse feita de forma contínua
As minhas notas: ____________________________________________________________________
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Mobilidade: É importante que a parturiente se mantenha móvel enquanto lhe for possível pois ajuda
no progresso do trabalho de parto. Deve adotar as posições que lhe forem sendo mais confortáveis
(sentada, deitada de lado, de gatas, de cócoras, de joelhos, de pé…)
○ Gostaria de deambular e mudar de posição durante o decorrer do trabalho de parto
○ Gostaria de me manter quieta/deitada durante o trabalho de parto
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Tópicos Estruturantes (4/6)
As minhas notas: (p.e., gostaria de me manter numa posição vertical sempre que possível)________
_________________________________________________________________________________
Exames e análises: Durante o trabalho de parto poderão ser recomendados certos exames e análises
para verificar o progresso ou o estado da mãe e/ou do bebé.
○ Gostaria de reduzir ao mínimo o nº de exames a efetuar (p.e., toques vaginais)
○ Gostaria que fossem efetuados regulamente para aferir o progresso
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Opções de alívio da dor: As sensações no trabalho de parto podem variar de mulher para mulher e
dependem da fase do trabalho de parto e da posição adotada. Há porém, vários métodos possíveis de
aplicar para reduzir o desconforto e a dor. Os farmacológicos, com efeitos adversos como qualquer
medicamento, podem influenciar o normal decorrer do trabalho de parto e podem implicar outros
procedimentos (por ex. a epidural implica a necessidade de algaliação e a cateterização de uma veia
para administração de soros )
○ Gostaria de tentar apenas estratégias não-farmacológicos de alívio da dor (técnicas de
relaxamento, duche, imersão em água, massagens, sacos de sementes ou água quente/fria, etc.)
○ Gostaria que me fosse proposta o a analgesia epidural assim que for possível, e que a ser
algaliada, tal aconteça após a aplicação da analgesia
○ Gostaria que não me fosse proposta a analgesia epidural a não ser que eu a peça
○ Gostaria de tentar o trabalho de parto sem qualquer tipo de alívio da dor
As minhas notas: ____________________________________________________________________
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Expulsão: Geralmente ocorre após a dilatação estar completa e a mulher sentir necessidade de fazer
força. Pode levar de alguns minutos a horas.
○ Gostaria que não me fosse efetuada episiotomia1 sem o meu consentimento prévio
○ Gostaria que a expulsão fosse calma e sem pressas (se possível sem manipulação)
○ Gostaria o períneo fosse lubrificado e suportado de forma a prevenir lacerações ("rasgões")
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Placenta: Após o nascimento do bebé, aguarda-se a dequitadura (o nascimento da placenta). É a
terceira fase do trabalho de parto e pode ocorrer entre poucos minutos até uma hora. A sucção do
bebé na mama facilita a contração do útero e a saída da placenta. Por vezes, é sugerida a
administração de oxitocina sintética (especialmente se ela não foi administrada durante o trabalho de
parto) pois ajuda à contração do útero e à redução do risco de hemorragias.
1 É um corte no períneo (entre a vagina e o ânus) feito quando o bebé está em sofrimento e precisa de nascer
rapidamente, ou quando é necessário utilizar instrumentos (ventosa/fórceps) durante a expulsão.
A algaliação é
norma, pelo efeito
secundário de
retenção urinaria,
causado pela
administração de
opioides via epidural
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Tópicos Estruturantes (5/6)
○ Prefiro aguardar a dequitadura sem recurso a químicos
○ Aceito que me sejam administrados fármacos para ajudar na dequitadura
○ Gostaria de poder observar e registar a placenta
○ Gostaria de poder ficar com a placenta (devidamente acondicionada num saco térmico estéril)
As minhas notas: ___________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Pós-parto imediato:
Pele-a-pele: Imediatamente após o nascimento, se estiver tudo bem com a mãe e com o bebé, este
pode ser colocado no tronco nú da mãe pois promove a regularização da respiração, batimento
cardíaco e a temperatura do bebé e promove o vínculo mãe-bebé. Ele pode ser observado no colo da
mãe e os procedimentos não vitas podem ser adiados para depois.
○ Gostaria que o bebé fizesse pele-com-pele imediata comigo ou com o acompanhante (na
impossibilidade de eu fazer). Prefiro que o vérnix não seja removido pois é uma camada protetora.
○ Gostaria que o bebé fosse limpo e observado antes de me ser entregue
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Clampeamento do cordão umbilical: O sangue que passa pelo cordão enquanto este pulsa é
importante para o bebé: pode ser até 1/3 do total do seu volume e ajuda a manter os níveis de
oxigénio e previne a anemia precoce do bebé.
○ Gostaria que o clampeamento do cordão fosse feito de imediato (algumas empresas que
fazem a criopreservação de células estaminais sugerem-no)
○ Gostaria que o clampeamento do cordão fosse feito apenas quando o cordão parar de pulsar
As minhas notas: (p.e., gostaria que fosse o meu acompanhante a cortar o cordão) ______________
__________________________________________________________________________________
Amamentação: O leite materno é o alimento mais completo e adequado ao bebé, dando-lhe não só
nutrientes mas também enzimas e anticorpos que o ajudam a prosperar. A amamentação é um
fenómeno intuitivo mas que requer alguma aprendizagem, tanto da parte da mãe como do bebé: peça
ajuda de uma Conselheira em Aleitamento Materno – muitas das enfermeiras já têm esta certificação2
– para resolver questões relacionadas com o sucesso da amamentação. Caso não seja possível dar
leite materno, poderá também recorrer a bancos de leite doado ou a leite artificial aconselhado pelo
pediatra.
○ Gostaria de amamentar na primeira hora de vida na primeira hora de vida
○ Gostaria que não fossem oferecidos ao meu bebé biberão, chupetas ou bicos de silicone para
evitar confundir o bebé no tipo de sucção.
2 P.e., curso de 40h criado pela OMS/Unicef, e ministrado em Portugal por várias entidades.
Retiremos o adaptado.
Adequado está excelente
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Tópicos Estruturantes (6/6)
○ Em caso de necessidade de suplementação, gostaria que o bebé fosse alimentado a leite
doado/artificial (riscar o que não interessa) administrado por um sistema de nutrição suplementar,
colher, conta-gotas, seringa ou método do copinho.
○ Gostaria de tentar um meio-termo de amamentação e suplementação
As minhas notas: (p.e., gostaria de tentar o breast crawl (gatinhar do bebé até á mama da mãe de
forma autónoma)
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Procedimentos ao recém-nascido:
Vitamina K: é importante para que o sangue coagule corretamente, prevenindo hemorragias3. Visto
alguns bebés terem um défice desta vitamina, e o leite materno não ser suficientemente rico neste
componente, geralmente ela é dada ao bebé por injeção unidose ou poderá ser administrada em
várias doses de gotas orais4.
○ Gostaria que fosse administrada Vit. K ao meu bebé por injeção/oralmente (riscar o que não
interessa), com o bebé ao colo da mãe ou do acompanhante
○ Gostaria que não fosse administrada vit. K ao meu bebé
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Vacina BCG (tuberculose) e/ou Hepatite B: São rotineiramente administradas aos bebés. Em Portugal,
a vacinação é recomendada mas não obrigatória.
○ Gostaria que fossem administradas as vacinas do Plano Nacional de Vacinação, com o bebé ao
colo da mãe ou do acompanhante (p. e.)
○ Gostaria de adiar este procedimento
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Colírio/pomada para a conjuntivite gonocócica: Ao passar pelo canal vaginal, se a mãe tiver testado
positivamente para bactérias de gonorreia, o bebé pode ficar infetado com conjuntivite gonocócica,
que no pior caso pode chegar a provocar cegueira. Profilaticamente em alguns hospitais é
administrada então uma pomada ou colírio para evitar a infeção, mas a sua aplicação causa
desconforto e dificulta a visão do recém-nascido. Por isso, se o bebé não nascer por via vaginal, ou a
mãe testar negativamente no último trimestre, a sua administração ao nascer pode ser evitável.
○ Gostaria que fosse administrada a pomada/colírio que previnem a conjuntivite gonocócica
○ Gostaria que não fosse administrada a pomada/colírio sem o meu consentimento As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
3 Quando a mãe tomou anticoagulantes durante a gravidez, o risco para o bebé pode estar aumentado.
Associação Portuguesa Pelos Direitos da Mulher da Gravidez e Parto
Em caso de cesariana (exceto cesarianas de emergência):
Há situações que por vezes são encaminhadas para cirurgia cesariana, de forma a salvaguardar a vida
da mãe e do bebé. Ainda assim, nestes casos também é recomendável elaborar um Plano de Parto
pois há pequenos detalhes que podem ser implementados sem detrimento da segurança mas que
trazem conforto e qualidade emocional ao momento. Algumas sugestões são:
Acompanhante: Tal como citado no ponto “Acompanhante”, pode ser importante para a mulher
sentir-se acompanhada pelo seu parceiro e para este, sentir-se incluído no momento do nascimento.
Se possível, pedir um acompanhante extra, que possa registar imagens ou vídeo dos momentos-chave.
Anestesia: Há duas opções possíveis, a anestesia epidural e a anestesia geral. Na primeira, a mulher
está acordada e consciente do processo, enquanto na segunda a mulher está adormecida e
consequentemente, ausente do processo. Geralmente esta última só se dá em casos de emergência,
na impossibilidade de ser administrada a epidural, ou ainda se for pedido pela parturiente.
Restrição de movimentos: Muitas vezes o protocolo de uma cesariana implica a manietação da
mulher recorrendo a correias ou ligaduras, pois a anestesia pode causar tremuras durante o
procedimento ou retirar o controlo dos membros e eles podem deslizar da marquesa. Porém,
geralmente isto não acontece. Pode então pedir-se que este procedimento seja feito apenas em caso
de necessidade. Da mesma forma se pode pedir que o equipamento médico como o medidor de
tensão seja colocado no braço secundário; e os elétrodos do ECG sejam colocados nas costas/ombros
para manter o peito livre. Tal permite que o braço principal esteja livre quando o bebé for apresentado
à mãe e esta lhe possa tocar/pegar sem tanta dificuldade ou interferências, promovendo também o
contato pele a pele.
Relato em simultâneo: Visto que a mulher terá um campo cirúrgico à sua frente, uma forma de
integrar a mulher no decorrer do processo é alguém da equipa médica ir descrevendo o que se passa
numa linguagem acessível. Poder ter música ambiente escolhida previamente pela mãe é também um
fator de conforto.
Extração: Pode pedir ao médico que a extração do bebé seja feita de forma lenta por uma incisão o
menor possível para tentar simular a pressão de um nascimento vaginal e auxiliar a extração de líquido
dos pulmões do bebé. Nessa altura, pode pedir que o campo cirúrgico seja rebaixado para poder
observar o seu nascimento enquanto ele acontece. Pode pedir-se também que neste momento, se
evite ter o bebé debaixo de focos de luz forte para criar um ambiente menos stressante.
Clampeamento do cordão umbilical: Também numa cesariana já se consegue adiar o corte do cordão,
até que este pare de pulsar, com todos os benefícios que isso traz ao bebé. Pedir ao acompanhante
que corte o cordão é também uma forma de criar vínculo do parceiro com o bebé.
Placenta: Da mesma forma que num nascimento vaginal, é possível pedir para observar, registar e
mesmo ficar com a placenta.
Tópicos Estruturantes - Cesariana (1/2)
Tópicos Estruturantes - Cesariana (2/2)
Associação Portuguesa Pelos Direitos da Mulher da Gravidez e Parto
Microbiota: Ao passar pela vagina, o bebé recebe as bactérias da mãe, que vão ser fundamentais
para a composição da flora intestinal. Esta colonização por “bactérias boas”, a primeira de todas,
acontece apenas no momento do nascimento. Estudos mostram que colocando o bebé em contacto
com um esfregaço vaginal da sua mãe dá-lhe uma colonização aproximada das que teria num parto
vaginal.
Pele-a-pele: Assim como no parto vaginal, também na cesariana o bebé beneficia do contacto
imediato com a pele da progenitora, ou na sua impossibilidade, com o parceiro, se este quiser. Apesar
do bloco operatório ser um local mais frio pode-se facilitar o pele-a-pele usando uma manta para
cobrir o bebé e a mãe, e por cima desta, se se achar necessário, ainda uma camada de plástico de
bolhas de ar. As observações ao bebé, no caso de estar tudo normal, podem ser efetuadas no peito
da mãe e os procedimentos não-essenciais, adiados.
Recuperação conjunta: se as condições permitirem, manter a mãe, o bebé e o acompanhante juntos
no recobro para ajudar na amamentação e no vínculo
As minhas notas: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Adaptado de:
http://www.nhs.uk/conditions/pregnancy-and-baby/pages/birth-plan.aspx#close
http://sogc.org/wp-content/uploads/2013/04/BirthPlan.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1948092/
http://www.birthingnaturally.net/birthplan/sample/
http://www.kiwifamilies.co.nz/wp-content/uploads/2012/02/Birth-Plan.pdf
http://sogc.org/wp-content/uploads/2013/04/BirthPlan.pdf
Se tiver dúvidas sobre um ou mais destes pontos e
desejar ter acesso à informação baseada em
evidências científicas que os fundamenta, por favor
entre em contacto com a APDMGP.
Associação Portuguesa Pelos Direitos da Mulher da Gravidez e Parto
Modelo de Carta para acompanhar o Plano de Parto
Nome
Morada
Contactos
Exmo(a). Sr(a). Diretor(a) do Serviço de
Ginecologia/Obstetrícia desta instituição de saúde,
É com alegria que o contacto no âmbito da minha/nossa gravidez, enviando-lhe o
Plano de Parto com as minhas preferências para o trabalho de parto, parto e puerpério, em
condições consideradas normais. Gostaria que o Plano ficasse disponível no meu processo
para quando fizer a admissão, a equipa que me receber se inteirar dos meus/nossos
desejos, na esperança de que todos façamos o nosso melhor para tornar esta experiência
o mais harmoniosa possível.
Estando a ser uma gravidez saudável e devidamente acompanhada, é expectável
que o parto se desenrole dentro dos parâmetros fisiologicamente esperados. Assim sendo,
gostaria que o parto evoluísse naturalmente, com o mínimo de intervenções possível.
Pedimos também para ser informados previamente de todos os procedimentos propostos
e das alternativas aos mesmos para poder optar em consciência dos riscos e benefícios
associados. Compreendemos que na eventualidade de uma emergência possa haver
necessidade de intervenção mais rápida, mas agradecemos que o plano seguinte seja
respeitado ao máximo.
Com os nossos melhores cumprimentos,
_________________________________
(nomes dos pais)
Associação Portuguesa Pelos Direitos da Mulher da Gravidez e Parto
Plano de Parto
Cara equipa obstétrica, reunimos neste documento as nossas preferências de parto (para condições
consideradas normais) na esperança de criar a melhor experiência possível para todos os
intervenientes. Gratos antecipadamente pela vossa atenção e profissionalismo.
Mãe & Pai: _______________________________________________________ DPP: ____________
Nome do bebé: _______________ Medicação: ___________________________________________
SEMPRE: [colocar aqui tudo o que se considera imprescindível durante todo o internamento] p.e.:
- Parceiro e/ou doula presentes durante o trabalho de parto e a expulsão;
- Escolhas totalmente informadas em relação a todos os procedimentos com a parturiente e o recém-nascido
- Todos os exames feitos ao bebé na presença de um dos pais
Admissão:
- Pretendo evitar a raspagem dos pelos púbicos, clister e soros, monitorização fetal contínua e o descolamento
das membranas ou rebentar artificial das águas.
- Prefiro que não me seja dada oxitocina sintética ou outras drogas para induzir, acelerar, ou intensificar o
trabalho de parto.
Trabalho de Parto:
- Liberdade da grávida para andar, e mudar de posição ao longo do trabalho de parto e expulsão.
- Liberdade para comer e beber
- Uso livre do chuveiro
- Possibilidade de controlar o ambiente, nomeadamente luminosidade, música, temperatura
- Por favor não me ofereçam fármacos se eu não pedir, vamos usar estratégias naturais do controlo da dor.
Expulsão e Dequitadura:
- Massagem e apoio no períneo para evitar lacerar
- Prefiro lacerar a uma episiotomia rotineira
- Expulsão suave, sem pressa, sem o uso de fórceps ou ventosa
- Expulsão da placenta de forma natural
Cuidados ao bebé:
- Contacto imediato após o nascimento: bebé sobre o peito da mãe, pele-com-pele.
- Possibilidade de amamentar o bebé imediatamente após o nascimento / ainda na primeira hora
- Corte tardio do cordão umbilical, esperando que este pare de pulsar
- Escolha parental sobre a administração da injeção de vitamina K e colírio/pomada para os olhos do bebé
Pós-parto e internamento:
- Alojamento conjunto de mãe e bebé
- Agradeço que não ofereçam leite artificial ao bebé ou chupetas ou bicos de silicone
- Gostaria de ser eu e o meu acompanhante a dar o primeiro banho ao bebé
Observações: Pontos duplos na eventualidade de uma cesariana; guardar a placenta; no caso de infortúnio,
poder ver e segurar o bebé e ficar com recordações como uma madeixa de cabelo ou uma impressão do pé.
Modelo de Plano de Parto - Tipo Tópicos
Este Plano de Parto aqui apresentado é elaborado tendo como pressuposto o princípio geral de Direito no qual o “consentimento pessoal é
necessário para todas as intervenções médicas” plasmado no artº 5º da Convenção dos Direitos do Homem e Biomedicina (Convenção de
Oviedo) assinada e ratificada por Portugal (em vigor desde 1 de dezembro de 2001).
Associação Portuguesa Pelos Direitos da Mulher da Gravidez e Parto
Plano de Parto
Cara equipa obstétrica, reunimos neste documento as nossas preferências de parto (para condições
consideradas normais) na esperança de criar a melhor experiência possível para todos os
intervenientes. Gratos antecipadamente pela vossa atenção e profissionalismo.
Mãe & Pai: _______________________________________________________ DPP: ____________
Nome do bebé: _______________ Medicação: ___________________________________________
Local do parto
Nome e contacto do acompanhante
Nome e contacto do cuidador de saúde
Nome e contacto da doula
Trabalho de parto / Procedimentos
rotineiros a evitar
Alívio da dor
Posições
3ª fase do parto
Procedimentos ao bebé
Luzes, música, temperatura
Bebida/comida
Observações
Modelo de Plano de Parto - Tipo Tabela
Associação Portuguesa Pelos Direitos da Mulher da Gravidez e Parto
Este Plano de Parto aqui apresentado é elaborado tendo como pressuposto o princípio geral de Direito no qual o
“consentimento pessoal é necessário para todas as intervenções médicas” plasmado no artº 5º da Convenção dos
Direitos do Homem e Biomedicina (Convenção de Oviedo) assinada e ratificada por Portugal (em vigor desde 1 de
dezembro de 2001).