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O PROFESSOR E OS DIREITOS AUTORAIS SOBRE SUAS AULAS. IL INSEGNANTE E GLI DIRITTI DEGLI CREATORI SU LORO LEZIONI. Alberto Vizzotto RESUMO O presente estudo se dedica a analisar as questões decorrentes da atividade docente no que se refere aos direitos autorais dos professores sobre suas aulas, cada vez mais gravadas e utilizadas sem a devida autorização. Durante o seu desenvolvimento foram abordadas questões como se o conteúdo das aulas é, ou não, passível de proteção pelo direito autoral, a partir de quando e com qual extensão, também foi analisada a questão da obra realizada sob um contrato de trabalho. Concluiu-se que a atividade docente, que evoluiu de um estado em que se entendia que o professor que cobrasse pela aula estaria vendendo um dom divino, atualmente deve ser entendida de modo amplo, garantido ao professor tanto os direitos morais quanto os patrimoniais decorrentes de sua criação. PALAVRAS-CHAVES: PROPRIEDADE INTELECTUAL; DIREITO AUTORAL; DOCÊNCIA; GRAVAÇÃO DE AULAS. RIASSUNTO Questo studio è dedicato a esaminare le questioni derivanti dall'attività didattica relativamente ai diritto degli creatori di insegnanti sulle loro insegnamento, sempre più registrato e utilizzate senza essere debitamente autorizzato. Durante il suo sviluppo sono state affrontate questioni come il contenuto dell'insegnamento è, o non, in grado di tutelare il diritto degli creatori, da quando e in quale misura, è stato inoltre analizzato la questione del lavoro svolto nel quadro di un contratto di lavoro. Conclusi che l'attività didattica, che ha sviluppato da un membro in cui essa ritiene che il professore che praticati da lezione vendita sarebbe un dono divino, attualmente devono essere interpretate in senso lato, garantito al professore sia diritti morali come proprietà derivanti dalla sua creazione. PAROLE CHIAVE: PROPRIETÀ INTELLETTUALE; DIRITTO DEGLI CREATORI; INSEGNAMENTO; REGISTRAZIONE DE CLASSI. Introdução 6761

O PROFESSOR E OS DIREITOS AUTORAIS SOBRE SUAS … · encadeadas entre si, sendo elas: produto cumulativo, mas não um produto acabado de conhecimento; e que comportam conhecimentos

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O PROFESSOR E OS DIREITOS AUTORAIS SOBRE SUAS AULAS.

IL INSEGNANTE E GLI DIRITTI DEGLI CREATORI SU LORO LEZIONI.

Alberto Vizzotto

RESUMO

O presente estudo se dedica a analisar as questões decorrentes da atividade docente no que se refere aos direitos autorais dos professores sobre suas aulas, cada vez mais gravadas e utilizadas sem a devida autorização. Durante o seu desenvolvimento foram abordadas questões como se o conteúdo das aulas é, ou não, passível de proteção pelo direito autoral, a partir de quando e com qual extensão, também foi analisada a questão da obra realizada sob um contrato de trabalho. Concluiu-se que a atividade docente, que evoluiu de um estado em que se entendia que o professor que cobrasse pela aula estaria vendendo um dom divino, atualmente deve ser entendida de modo amplo, garantido ao professor tanto os direitos morais quanto os patrimoniais decorrentes de sua criação.

PALAVRAS-CHAVES: PROPRIEDADE INTELECTUAL; DIREITO AUTORAL; DOCÊNCIA; GRAVAÇÃO DE AULAS.

RIASSUNTO

Questo studio è dedicato a esaminare le questioni derivanti dall'attività didattica relativamente ai diritto degli creatori di insegnanti sulle loro insegnamento, sempre più registrato e utilizzate senza essere debitamente autorizzato. Durante il suo sviluppo sono state affrontate questioni come il contenuto dell'insegnamento è, o non, in grado di tutelare il diritto degli creatori, da quando e in quale misura, è stato inoltre analizzato la questione del lavoro svolto nel quadro di un contratto di lavoro. Conclusi che l'attività didattica, che ha sviluppato da un membro in cui essa ritiene che il professore che praticati da lezione vendita sarebbe un dono divino, attualmente devono essere interpretate in senso lato, garantito al professore sia diritti morali come proprietà derivanti dalla sua creazione.

PAROLE CHIAVE: PROPRIETÀ INTELLETTUALE; DIRITTO DEGLI CREATORI; INSEGNAMENTO; REGISTRAZIONE DE CLASSI.

Introdução

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Atualmente, com o desenvolvimento dos aparelhos para gravação de voz, cada vez menores e capazes de gravar, a longa distância, sons com boa qualidade, ainda que em circunstâncias adversas como dentro de bolsas e mochilas ou em bolsos de roupas, torna-se mais freqüente a utilização destes dispositivos por parte de discentes para a gravação sub-reptícia de aulas ministradas em cursos de que participem. Posteriormente, de posse do material gravado, é realizada a chamada degravação, ou seja, o conteúdo das aulas gravado em áudio é reduzido a forma escrita e torna-se um texto, mais prático de se lidar e mais fácil de transmitir e copiar. Normalmente, a despeito de serem realizadas sem qualquer tipo de permissão ou autorização por parte do docente em questão, estas gravações são utilizadas pelos próprios alunos, por meio da degravação do material, com intuito de fixar ou de melhor compreender a matéria objeto da aula ou, ainda, com o intuito de reforçarem a preparação para eventuais testes em que necessitem de aprovação. Contudo, não são poucos os exemplos em que a referida degravação é disponibilizada na rede mundial de computadores, a Internet, sem a necessária autorização; ou mesmo, em casos mais graves, em que aquele que grava as aulas e em seguida degrava o respectivo material assume sua autoria, o publica, e o utiliza com finalidade econômica, usurpando, desta forma, os direitos morais e patrimoniais lidimamente cabíveis ao professor que criou, elaborou, desenvolveu e ministrou todo aquele conteúdo.

Neste sentido, José de Oliveira Ascenção[1] contextualizou todo o supramencionado ressaltando que a proteção legal conferida ao direito autoral só se legitima se for concedida em razão da criatividade de seu autor, vejamos:

A expansão da cultura de consumo e os meios de comunicação de massa fizeram deslocar o centro de gravidade da criação literária e artística para obras de reduzido grau de criatividade. Os grandes postuladores da tutela cada vez estão mais longe das figuras paradigmáticas do homem das letras ou das artes. O mérito literário ou artístico não é relevante. Mas a tutela extensa do direito de autor só é justificada pela criatividade, pelo que, se não houver uma base de criatividade, nenhuma produção pode franquear os umbrais do Direito do Autor. (g. n.).

Sendo assim, o tema “o professor e os direitos autorais sobre suas aulas” assume especial relevância acadêmica e social. Sua relevância acadêmica atenta para o fato de que pouco se tem escrito sobre este tema especificamente, que também se mostra em um estágio inicial no que diz respeito ao respaldo jurisprudencial. Quanto a sua relevância social, além da lesão aos direitos morais e patrimoniais do docente, insta salientar que a sensação de insegurança gerada pela expectativa de ter o conteúdo de sua aula gravado e, possivelmente, utilizado de maneira não idônea pode prejudicar a tranqüilidade e a clareza com que o docente o transmite e também, em última análise, os próprios discentes destinatários da aula.

Diante deste quadro, ao se entrar em contato com a especificidade do assunto, verifica-se que existem outros problemas e que são muitas são as questões que instigam o presente estudo, tais como: o conteúdo das aulas ministradas é passível de proteção pelo direito autoral? Caso seja afirmativa a resposta à questão anterior, qual o conteúdo e a extensão da proteção a esta obra? Qual o suporte necessário para a inserção e

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exteriorização da obra? A partir de qual momento a referida proteção é concedida? De que modo se caracteriza a proteção à obra nascida sob contrato de trabalho?

Sendo assim, para compreender, ou melhor, estudar a especificidade desta temática, buscar-se-á assento no método de pesquisa teórico dedutivo, método este consistente em descrever, demonstrar e justificar, tendo por critério a coerência, a consistência e a não-contradição. Utilizar-se-á de teorias já existentes, buscando compará-las e aperfeiçoá-las, tal como colocam Cervo e Bervian[2]; Marconi e Lakatos[3].

Cabe lembrar que, conforme já o explicou Kerlinger[4], todo trabalho científico abrange abordagens de um conjunto sistematizado de idéias, de verdades logicamente encadeadas entre si, sendo elas: produto cumulativo, mas não um produto acabado de conhecimento; e que comportam conhecimentos em processo; comportam um conjunto, geralmente de verdades provisórias, possibilitando revisões constantes e novas descobertas.

Localização dos direitos autorais na sistemática do Direito e suas diferenças em relação ao direito industrial:

Em um primeiro momento, para a melhor compreensão deste estudo, faz-se necessário analisar a situação da matéria ora tratada dentro das várias áreas do Direito. Os chamados direitos intelectuais, ou jura in intelectuali, abarcam as relações entre as pessoas e os bens imateriais, produtos de seu intelecto, a respeito dos quais a lei confere um monopólio temporário. No entanto, deve-se destacar que os direitos intelectuais ainda podem ser divididos em direitos autorais e direitos de propriedade industrial, em razão de suas especificidades e do tratamento diverso que concerne a suas diferentes subdivisões. Cabe ressaltar que, como destacaram Gustavo Tepedino e Anderson Schreiber[5], o direito autoral, assim como toda a propriedade intelectual, consubstancia uma situação jurídica subjetiva engendrada artificialmente, pelo Estado, nos moldes de um estatuto proprietário, com o fito de garantir ao criador o direito de exploração exclusiva de sua criação. Nesse sentido, ressalta Carlos Alberto Bittar[6]:

Ora, esses direitos incidem sobre as criações do gênio humano, manifestadas em formas sensíveis, estéticas ou utilitárias, ou seja, voltadas, de um lado, à sensibilização e à transmissão de conhecimentos e, de outro, à satisfação dos interesses do homem na vida diária.

No primeiro caso, cumprem-se finalidades estéticas (de deleite, de beleza, de sensibilização, de aperfeiçoamento intelectual, como nas obras de literatura, de arte e de ciência); no segundo, objetivos práticos (de uso econômico, ou doméstico, de bens finais resultantes da criação, como, por exemplo, móveis, automóveis, máquinas, aparatos e outros), plasmando-se no mundo do Direito, em razão dessa diferenciação, dois sistemas jurídicos especiais, para a respectiva gerência, a saber: o do Direito de Autor e o Direito de Propriedade Industrial (ou Direito Industrial).

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Deste modo, em consonância com o excerto acima, o direito autoral abarca as relações jurídicas decorrentes da utilização e da criação de obras intelectuais de cunho estético, integrantes da literatura, das artes e das ciências; já o direito industrial abrange as relações referentes às obras de caráter utilitário, relativas a bens materiais de uso empresarial por meio das marcas e patentes. Isto ocorre em razão de que na disciplina do direito autoral a diretriz é a proteção ao autor, possibilitando-lhe a defesa de sua relação com sua criação e, até mesmo, da integridade desta, além da fruição dos resultados econômicos provenientes da utilização de sua obra, preponderando, desta maneira, o caráter subjetivista e privatista do direito do autor. Já no tocante ao direito industrial, o objetivo, em última análise, é o aproveitamento, pela sociedade, do benefício ou utilidade resultante da obra industrial ou do impedimento da prática de concorrência desleal.

Para Fábio Ulhoa Coelho[7] o conceito de propriedade intelectual abarca o de propriedade industrial e o de direito autoral, estes, por sua vez, possuem regras e disciplinas diversas, vejamos:

Os bens sujeitos à tutela jurídica sob a noção de “propriedade industrial” (isto é, as patentes de invenção, as marcas de produtos ou serviços, o nome empresarial etc.) integram o estabelecimento empresarial. São, assim, bens imateriais da propriedade do empresário. Há, porém, outros bens da mesma natureza, cuja tutela segue disciplina diversa, a do direto autoral.

O conjunto dessas duas categorias de bens é normalmente denominado “propriedade intelectual”, numa referência à sua imaterialidade e à origem comum, localizada no exercício de aptidões de criatividade pelos titulares dos respectivos direitos. A propriedade intelectual, portanto, compreende tanto as invenções e sinais distintivos da empresa, como as obras científicas, artísticas, literárias e outras. O direito intelectual, desse modo, é o gênero, do qual são espécies o industrial e o autoral. Normalmente, o estudo deste último é reservado à doutrina de direito civil, não cuidando dele os comercialistas. Deve-se acentuar que há bens de extraordinária importância econômica para os empresários que são protegidos, no Brasil e no exterior, pelo direito autoral, e não pelo direito industrial, como por exemplo os programas de computador.

Neste mesmo sentido, Carlos Alberto Bittar[8] fixa as diferenças entre os referidos ramos do Direito sob análise, vejamos:

Extremando-se esses dois direitos, a fim de assentar-se suas linhas divisórias, tem-se que: a) os direitos de autor respeitam à criação e à utilização de obras intelectuais estéticas, destinando-se a proteger o autor da obra e, por extensão, as categorias criadoras enumeradas; b) os direitos industriais referem-se a obras utilitárias, realizando, inobstante os referidos pruridos individuais, objetivos marcadamente empresariais.

No primeiro, a obra é protegida, independentemente de formalidades, bastando a originalidade na forma, enquanto, no segundo, exige-se registro próprio condicionante e

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caráter de novidade da criação, em face do uso específico empresarial, com todas as conseqüências daí decorrentes, verificadas ao longo da correspondente legislação.

Realçando a linha divisória entre estas duas espécies de tratamentos legais dentro do gênero propriedade intelectual, Fábio Ulhoa Coelho[9] explicita que relevantes diferenças decorrem do fato de que a legislação pertinente confere ao registro, ou seja, ao ato administrativo referente ao bem imaterial, natureza diversa e, por conseqüência, efeitos distintos, vejamos:

A exclusividade na exploração do bem imaterial conferida pelo direito industrial decorre de um ato administrativo. O inventor e o designer somente titularizam o direito de exploração exclusiva da invenção, modelo ou desenho, após a expedição da patente pelo INPI. Do mesmo modo, o empresário só se considera titular do direito de exclusividade, em relação à marca, após expedido o certificado de registro. Em outros termos, o ato administrativo pelo qual o inventor ou o empresário tem reconhecido o seu direito industrial é de natureza constitutiva, e não declaratória. A conseqüência imediata da definição é clara: o direito de exclusividade será titularizado por quem pedir a patente ou o registro em primeiro lugar. Não interessa quem tenha sido realmente o primeiro a inventar objeto, projetar o desenho ou a utilizar comercialmente a marca. O que interessa é saber quem foi o primeiro a tomar a iniciativa de se dirigir ao INPI, para reivindicar o direito de sua exploração econômica exclusiva.

(...)

Já em relação aos bens que integram a propriedade autoral, a regra não é esta. O direito de exclusividade de autor de obra científica, artística, literária ou de programa de computador não decorre de algum ato administrativo concessivo, mas da criação mesma. Se alguém compõe uma música, surge do próprio ato de composição o direito de exclusividade de sua exploração econômica. É certo que a própria legislação de direito autoral prevê o registro dessas obras: o escritor deve levar seu livro à Biblioteca Nacional, o escultor sua peça à Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o arquiteto seu projeto ao CREA, e assim por diante (Lei n. 5988/73, art. 17, mantido em vigor pelo art. 115 da Lei n. 9.610/98). Estes registros, contudo, não têm natureza constitutiva, mas apenas servem a prova da anterioridade da criação, se e quando necessária ao exercício do direito autoral. O autor, portanto, pode reivindicar em juízo o reconhecimento de seu direito de exploração exclusiva da obra, mesmo que não tenha o registro. O inventor, o designer e o empresário não podem reivindicar idêntica tutela, se não exibirem a patente ou o registro.

O mesmo autor, dedicando especial atenção ao tema, observa, ainda, mais uma diferença que merece ser destacada entre os regimes da propriedade autoral e da industrial. O objeto de proteção no primeiro é a formo com que se exterioriza, já no segundo a própria idéia inventiva é que é merecedora de proteção; vejamos:

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A segunda diferença entre estes dois sistemas protetivos da propriedade intelectual diz respeito à extensão da tutela. O direito industrial protege não apenas a forma exterior do objeto, como a própria idéia inventiva, ao passo que o direito autoral apenas protege a forma exterior. Se alguém apresenta ao INPI um pedido de patente, descrevendo de maneira diferente uma invenção já patenteada, ele não poderá receber o direito industrial que pleiteia. Isto porque a propriedade, neste caso, está protegida como a idéia de que decorre a invenção. Ao seu turno, no campo do direito autoral, coíbem-se os plágios, ou seja, a apropriação irregular de obra alheia, tal como ela se apresenta externamente. Qualquer um pode publicar um livro, narrando, em primeira pessoa, a história de um homem obcecado pela idéia de que sua mulher foi adúltera, tema introduzido na literatura brasileira por Machado de Assis, em Dom Casmurro. Ora, desde que não reproduza trechos do texto machadiano, este escritor não incorrerá em plágio, embora a sua idéia não seja minimamente original. O pintor que retratar as coloridas bandeirolas de papel, usadas nas festas juninas do interior paulista, não estará infringindo os direitos autorais de Volpi (ou seus sucessores), que foi o criador do tema, desde que não reproduza especificamente nenhuma tela ou gravura dele. Isto porque a proteção liberada pelo direito autoral não alcança a idéia do autor, mas só a forma pela qual ela se exterioriza.

Ademais, não se pode olvidar que diferentemente das obras industriais, as quais, via de regra, consistem no produto final obtido, no tocante à disciplina do direito autoral a criação não se confunde com a forma em que se concretiza, visto que a criação pode até mesmo não ser concretizada em coisa material, como no caso em que os docentes (criadores) ministram suas aulas (obra).

Peculiaridades do direito autoral e a atividade docente:

A atividade docente, notadamente no tocante àquela desempenhada no ensino superior, passou por diversas transformações e, por vezes, foi encarada de maneiras diversas de acordo com o momento histórico correspondente. Reinoldo Aloysio Ullmann[10] preceitua que o ensino, na Idade Média, por largo tempo foi gratuito, os professores viviam de benefícios eclesiásticos, chamados prebendas, ou, no caso dos religiosos, eram sustentados pela Ordem a qual pertenciam. No século XIII as aulas eram ministradas em conventos e nos refeitórios dos claustros e que até nas igrejas eram realizadas cerimônias acadêmicas por falta de salas para tanto. Oxford, por doação do bispo de Worcester, em 1320, ao que tudo indica foi a primeira universidade a ter prédio próprio para reuniões e assembléias.

Ressalta este mesmo autor que. No período de transição entre o ensino gratuito e o pago, chegou-se a afirmar que a cobrança de dinheiro por trabalho intelectual era o mesmo que a compra de favores da Igreja ou a compra de cargos eclesiásticos, porque, sendo o saber um dom de Deus, não poderia ser vendido. Já nos séculos XIV e XV

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ocorre uma reviravolta na vida dos professores, termina o “sacerdócio” do ensino e implanta-se a ganância; em Bolonha, na Itália, tornou-se tradição que, antes das provas para os graus acadêmicos, os alunos ofertassem roupas novas a muitas pessoas. Antes, ser professor universitário dava status, mas não riqueza, já, neste período, este título se unia a uma verdadeira vida aristocrática. Para os alunos menos afortunados tornou-se cada vez mais difícil o acesso às universidades. Instalou-se uma hereditariedade de cátedra, aos pais se sucediam os filhos na docência, aos tios os sobrinhos, o que, por óbvio, resultou em queda no nível de ensino. Somente com o emergir da renascença é que se passou a uma época voltada às ciências e às letras humanas.

A atividade docente evoluiu, passando por alguns percalços ao longo dos séculos, da gratuidade do ensino e da pecha de venda de dom conferido por Deus a nossos dias atuais, em que o trabalho intelectual e o esforço de criação realizado pelos professores não podem restar desamparados e passíveis de serem usurpados por quem quer que seja. A proteção não deve se restringir apenas ao ato de ministrar aulas, mas deve ser global, abarcando todas as facetas do prisma dessa nobre atividade criativa, inclusive o conteúdo desenvolvido e exposto pelo professor.

Em consonância com o todo até agora exposto, pode-se afirmar que o direito autoral é o ramo do direito privado que disciplina as relações jurídicas entre o criador e sua obra intelectual, notadamente quanto à criação e utilização econômica de sua obra de caráter estético inserida na literatura, nas artes ou nas ciências. Conforme conceituou Eduardo J. Viera Manso[11]: “Pode-se dizer que o direito autoral é o conjunto de prerrogativas de ordem patrimonial atribuídas ao autor de obra intelectual que, de alguma maneira, satisfaça algum interesse cultural de natureza artística, científica, didática, religiosa ou de mero entretenimento;”. Acrescenta, ainda o mesmo autor[12] que “O direito autoral, assim, consiste no direito de utilização patrimonial de obra intelectual. Isso significa que ao autor compete, com exclusividade, o poder de tirar utilidades patrimoniais de sua obra, de conformidade com o desenvolvimento tecnológico.”

No Brasil, o primeiro registro de amparo legislativo ao direito autoral data do ano de 1827, com a lei que criou os cursos jurídicos de São Paulo e Olinda. Neste diapasão, José Carlos Costa Netto[13] esclarece que:

O primeiro vestígio no Brasil de proteção dos direitos do autor remonta ao início do século passado.

Em 1827, a Lei Imperial que criou as duas primeiras Faculdades de Direito do país, em São Paulo e em Olinda, frisava:

“Art. 7 – Os lentes farão a escolha dos compêndios da sua profissão, outros arranjarão, não existindo já feitos, contando que as doutrinas estejam de acordo com o sistema jurado pela nação.

Esses compêndios, depois de aprovados pela congregação, servirão interinamente, submetendo-se porém à aprovação da Assembléia Geral; o Governo fará imprimir e fornecer às escolas, competindo aos seus autores o privilégio exclusivo da obra por dez anos.”

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Já, em âmbito internacional, cabe destacar que o Brasil é signatário da Convenção de Berna, convenção esta que propugnou pelo tratamento uniforme dado aos direitos de autor em seus países membros. Acerca da natureza da Convenção de Berna, Plínio Cabral[14] esclarece que:

A Convenção de Berna é um instrumento transnacional e pioneiro na previsão de um mundo unificado pelas idéias. A preocupação de seus autores foi a universidade do pensamento e a consciência nítida de que a obra de arte não tem fronteiras e que, por isso mesmo, deve ser protegida universalmente.

O direito autoral se preocupa com o momento da criação da obra, visto que nesse instante nascem os direitos pessoais ligados ao autor, tais como o chamado direito de paternidade, o de nominação e o de integridade da obra; já no momento da comunicação ao público é que exsurgem os direitos patrimoniais, estes divididos entre direito de representação e direito de reprodução da obra.

Interessante rol sobre as principais características do direito autoral é apresentado por Carlos Alberto Bittar[15], vejamos:

a) dualidade de aspectos em sua cunhagem, que, embora separáveis, para efeito de circulação jurídica, são incindíveis por natureza e por definição; b) perenidade e inalienabilidade dos direitos decorrentes do vínculo pessoal do autor com a obra, de que decorre a impossibilidade de transferência plena a terceiros, mesmo que o queira o criador; c) limitação dos direitos de cunho patrimonial; d) exclusividade do autor, pelo prazo definido em lei, para a exploração econômica da obra; e) integração, a seu contexto, de cada processo autônomo de criação da obra, correspondendo cada qual a um Direito Patrimonial; f) limitabilidade dos negócios jurídicos celebrados para a utilização econômica da obra; g) interpretação estrita das convenções firmadas pelo autor.

Diante disto, é lídimo afirmar que o objetivo do direito autoral é a regência das relações jurídicas entre o autor e sua obra, seja no âmbito de direitos morais, provenientes da criação, seja no âmbito dos direitos patrimoniais, decorrentes da respectiva circulação, e frente a todos os que vierem a integrar esta relação. Cabe ressaltar que mesmo obras que não se enquadrem no conceito estreito de literárias, científicas ou artísticas, desde que consistam em obras de caráter estético e não em obras de caráter utilitário (direito industrial) são passíveis de proteção pelo direito autoral.

Sobre os direitos de natureza moral e de natureza patrimonial do autor, José Carlos Costa Netto[16] explica que:

Consoante se expôs, em relação à teoria dualista, a mais apropriada para conceituar a natureza sui generis dos direitos de autor, os direitos morais (“pessoais” ou “de personalidade”) de autor devem prevalecer aos patrimoniais. Essa conclusão resulta de serem aqueles modalidade dos direitos de personalidade, uma vez que a obra intelectual, como criação de espírito, se vincula essencialmente à personalidade do seu autor.

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Acrescenta, ainda, este mesmo autor[17]:

Conforme a teoria dualista, relativa à natureza de direitos de autor, diferentemente da parcela moral – a estreita vinculação entre a pessoa do autor e sua criação intelectual –, a parcela patrimonial refere-se à exploração econômica que o autor pode fazer de sua obra.

A expressão “pode” não acidental, mas proposital, porque é atributo exclusivo do autor a autorização, ou não (e em que condições), do uso de sua obra. (g.n.).

Desta maneira, não se pode olvidar que, como ressaltaram Carlos Alberto Bittar Filho e Carlos Alberto Bittar[18], aquele que se apropria ou se utiliza de obra sem autorização de seu autor ou em desconformidade com esta se sujeita a sanções de caráter administrativo, de caráter civil e de caráter penal.

Insta salientar que o momento da criação da obra não se confunde com o momento da idéia que se faz da criação. O direito autoral não alcança as idéias em si, senão depois de materializadas em forma literária, artística ou científica. Outra não é a posição de nossos Tribunais[19].

Para receber a proteção do direito autoral a criação deve estar inserida em um suporte, no entanto, nem sempre há a necessidade de que este suporte seja material. Em determinados casos o suporte possível não é de natureza material, mas apenas oral, como no caso da comunicação oral de obra, de aulas ou palestras ministradas, etc. em que se identifica e se exaure no mesmo ato a criação e que merece a tutela por parte do direito autoral.

Ilustrando o exposto, Carlos Alberto Bittar[20] proclama:

São protegidas as obras que se exteriorizam péla palavra oral (discurso, conferência, -aula, palestra) ou escrita (livro, artigo, verbete), gestos (mímica, pantomima, gesto, coreografia), sinais ou traços (desenho, mapa), sons (melodia, ópera, obra radiofônica), imagens (filme, videofilme, show, novela), figuras (pintura, escultura, arquitetura) e pela combinação de um ou mais meios de expressão (obra teatral, cinematográfica e radiofônica). (g.n.).

Não se pode olvidar que a criação é o título atributivo do direito autoral, pois ela insere no mundo obra não-existente, inédita perante a sociedade. José de Oliveira Ascenção[21] afirma que:

O princípio deve ser fixado com toda a clareza: autor é o criador intelectual da obra.

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A obra literária ou artística exige uma criação no plano do espírito: autor é quem realiza essa criação.

Nesse sentido é que se pode afirmar que o titular desse direito é o criador da obra protegida, ou seja, aquele que idealiza e materializa o produto de seu intelecto, de modo que ainda que o autor transfira os direitos patrimoniais decorrentes de sua obra os direitos morais personalíssimos permanecem com o autor.

Cabe destacar o pensamento de Guilherme Carboni[22] o qual afirma que há razões para que os direitos autorais, analisados em sua esfera moral, possuem razões para serem elencados entre os direitos fundamentais, notadamente no tocante ao direito de paternidade.

Ponto determinante acerca dos direitos autorais sobre o produto da atividade docente passa pelo fato de que tal atividade se dá sob vigência de um contrato de trabalho entre a instituição de ensino e o docente.

Interessante questão se coloca, pois a o fato de a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não prever solução específica para o caso em tela, não impede que a solução seja alcançada por meio da utilização suplementar de outros diplomas legais e, até mesmo da Constituição. Neste sentido, Sandra Lia Simón[23] dispõe que:

O grau de generalidade da norma constitucional é que permite solucionar a colisão entre os direitos do empregador e do empregado. Isso porque, como visto quando do estudo das regras básicas para a solução da colisão de direitos, é imprescindível a análise do caso concreto. Assim, com a regra constitucional, mais a doutrina, a jurisprudência, o direito comparado e a analogia, é possível tutelar os direitos da personalidade do empregado, sem a necessidade de um diploma legal específico.

Destaca a mesma autora que não se discute que existam algumas peculiaridades na relação de trabalho, pois é clara a posição de subordinação do trabalhador em relação ao empregador. Ressalta, ainda, apoiada em ampla doutrina estrangeira, que a simples condição de empregado não é incompatível com a condição de cidadão, dentro ou fora dos limites delimitados por sua prestação de serviços, e que essa afirmação é extensível a todos e cada um dos direitos fundamentais.

Nesse mesmo sentido, Estêvão Mallet[24] afirma que as lacunas encontradiças na CLT são preenchíveis com a utilização da legislação comum, vejamos:

A Consolidação das Leis do Trabalho, na mesma linha do antigo Código Civil, não se ocupou detidamente dos direitos da personalidade, com algumas poucas e raras exceções.

(...)

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A lacuna, própria da é poça em que editada a CLT, decorre da visão reducionista do legislador, que tratou da relação de emprego como se nela as obrigações das partes se restringissem à prestação do trabalho pelo empregado, de um lado, e ao pagamento da remuneração pelo empregador, de outro lado.

(...)

A apontada lacuna da legislação trabalhista brasileira é preenchida com a aplicação subsidiária do direito comum (...).

Sobre esta peculiaridade, decorrente da aplicação da disciplina dos direitos autorais à relação de trabalho, discorreu Carlos Alberto Bittar[25], para quem, nestas circunstâncias, o autor preserva os direitos morais sobre sua criação, mas transfere os direitos patrimoniais correspondentes à utilização relativa à finalidade de sua atividade, isto pelo fato de que o criador é remunerado exatamente para atingir o objetivo almejado pelo empregador. Contudo, para este mesmo autor, mais nenhum outro direito adquire o empregador em razão deste relacionamento, sendo assim, com o criador permanecem os direitos morais e todos os direitos patrimoniais não alcançáveis em razão de sua atuação específica.

Neste diapasão, a instituição de ensino, por decorrência do contrato de trabalho firmado com o docente, faz jus à obra do docente somente no tocante à manifestação emanada no momento da aula, seja ela oral, através de multimeios ou por qualquer outro modo que a didática\ recomendar ao professor. Ao docente pertencem os direito de natureza moral e os patrimoniais decorrentes de sua obra, com exceção daquela parcela concernente à instituição de ensino.

Porém, cabe salientar que, quanto aos direitos de caráter patrimonial, por sua natureza disponível, podem ser objeto de relação contratual e serem transferidos ou alienados de qualquer modo.

Deste modo, a utilização da obra do docente sem sua autorização ou fora das condições autorizadas incorre nas sanções estipuladas pela legislação de caráter cível, criminal e administrativo.

Conclusões:

No início deste trabalho foram apresentadas algumas questões, as quais instigaram e justificaram sua pertinência. Durante o desenvolvimento deste estudo, pretendeu-se contextualizar o tema e buscar soluções viáveis para as referidas questões, contudo, deve-se ressaltar, como destacado neste estudo, que as verdades científicas são sempre provisórias e sujeitas a revisões.

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O Direito tutela os bens imateriais produzidos pela inteligência humana de diferentes formas, de acordo com a espécie a que pertença. Normalmente, refere-se à propriedade intelectual como o gênero do qual a propriedade industrial e o direito autoral são espécies. O direito industrial possui como características o fato de o registro do objeto criado possuir natureza constitutiva e o de oferecer tutela jurídica em relação à própria idéia inventiva. O direito autoral, por sua vez, apresenta como seus traços distintivos, em primeiro lugar, a proteção ao direito de exploração econômica exclusiva e ao direito de paternidade da obra desde a criação, servindo o competente registro apenas como prova da anterioridade, quando necessária e, em segundo lugar, a extensão da tutela jurídica corresponder à proteção da forma em que a idéia se exterioriza.

Neste sentido, diante do todo exposto, concluí-se que o conteúdo das aulas ministradas é objeto de proteção pelo direito autoral, segundo as suas características. Como visto, malgrado tenha recebido tratamentos distintos ao longo do tempo a atividade docente evoluiu da gratuidade do ensino e da pecha de venda de dom divino até nossos dias, em que o trabalho intelectual e o esforço de criação realizado pelos professores não podem restar desamparados e passíveis de serem usurpados por quem quer que seja. A proteção não se restringe apenas ao ato de ministrar aulas, mas possui caráter global, de modo a abarcar todas as facetas do prisma dessa nobre manifestação criativa, inclusive o conteúdo desenvolvido e exposto pelo professor.

Tal manifestação, apesar de não se materializar em suporte físico, se assenta em suporte oral, que também é adequado a receber proteção por parte do direito autoral. Esta proteção se dá a partir do momento da criação, quanto aos direitos de natureza moral, com a colocação do conteúdo em circulação, quanto aos direitos de natureza patrimonial.

Em razão do contrato de trabalho existente entre o docente e a instituição de ensino, esta é titular de parte dos direitos de natureza patrimonial, contudo, este direito se esgota no momento em que são ministradas as aulas, salvo nos casos em que haja prévia disposição contratual que disponha de modo diverso. Sendo assim, o autor docente conserva todos os direitos morais e os patrimoniais remanescentes e a utilização não consentânea com a autorização deste acarreta a responsabilização administrativa, civil e criminal do usurpador.

REFERÊNCIAS

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[1] ASCENÇÃO, José de Oliveira. Direito autoral. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1997. p. 3.

[2] CERVO.A L; BERVIAN. P A. Metodologia cientifica. 4a ed. São Paulo: makron,-books, 1996.

[3] MARCONI, Mariana; LAKATOS, Eva. Técnicas de pesquisa. 3a ed. São Paulo: Atlas, 1996.

[4] KERLINGER, Fred. Metodologia da pesquisa em ciências sociais. São Paulo: EPU, 1975.

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[5] TEPEDINO, Gustavo; SCHREIBER, Anderson. A garantia da propriedade no direito brasileiro. In: Revista do Advogado, n.º 76, jun de 2004.

[6] BITTAR, Carlos Alberto. Direito de autor. 3.ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001. p. 2-3.

[7] COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 143.

[8] Op. cit. p. 6.

[9] Op. Cit. p. 144-146.

[10] ULLMANN, Reinoldo Aloysio. A universidade: das origens à renascença. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 1994.

[11] MANSO, Eduardo J. Vieira. O que é direito autoral. Coleção primeiros passos. 2.ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1992. p. 7.

[12] Op. cit. p. 21.

[13] COSTA NETTO, José Carlos. Direito autoral no Brasil. Coleção juristas da atualidade. Coord. Hélio Bicudo. São Paulo: FTD, 1998. p. 36-37.

[14] CABRAL, Plínio. Revolução tecnológica e direito autoral. Porto Alegre: Ed. Sagra Luzzatto, 1998. p. 85.

[15] Op. cit. p. 11-12.

[16] Op. cit. p. 72.

[17] Op. cit. p. 77.

[18] BITTAR FILHO, Carlos Alberto; BITTAR, Carlos Alberto. Tutela dos direitos da personalidade e dos direitos autorais nas atividades empresariais. 2.ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.

[19] Por todos: TJ-RJ, Ap. Cív. 949/91, rel. JD. subs. Des. Décio Xavier Gama, reg. em 10.04.1992.

[20] Op. cit. p. 24.

[21] Op. cit. p. 70.

[22] CARBONI, Guilherme. Conflitos entre direito de autor e liberdade de expressão, direito de livre acesso à informação e à cultura e direito ao desenvolvimento tecnológico. In: Propriedade intelectual: estudos em homenagem à professora Maristela Basso. Patrícia Luciane de Carvalho (coord.). Curitiba: Juruá, 2008.

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[23] SIMÓN, Sandra Lia. Os direitos da personalidade e o direito do trabalho. In: Revista do Advogado, n.º 70, jul de 2003. p. 81.

[24] MALLET, Estêvão. Direitos de personalidade e direito do trabalho. In: Revista do Advogado, n.º 76, jun de 2004. p. 12-13.

[25] Op. cit.

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