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CCDD Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Tema O que é Didática e por que ela é importante para o sucesso do trabalho docente? Projeto Pós-graduação Curso Alfabetização e Letramento Disciplina Metodologia do Ensino Tema O que é Didática e por que ela é importante para o sucesso do trabalho docente? Professor Inge Renate Fröse Suhr Introdução Hoje, iniciaremos o estudo sobre o que é Didática e a sua importância para o trabalho docente. No decorrer deste tema, você será levado a refletir sobre a importância da formação teórico-prática do professor, evitando tanto o teoricismo quanto o praticismo. Além disso, estudaremos o papel da Didática como área do conhecimento que fundamenta a ação docente, alertando para o fato de a Didática não ser um conjunto de técnicas, e sim uma área do conhecimento que procura fazer a mediação entre a teoria educacional e a prática em sala de aula. Assista ao vídeo a seguir, disponível no seu material digital, no qual a professora Inge apresentará os objetivos e subdivisões deste tema. Problematização Laís e Fábia estão no ensino médio. Elas se reuniram para estudar para as provas que se aproximam e decidiram começar o estudo por Biologia, que ambas “adoram”. Nas aulas de Biologia, elas se sentem motivadas, pois percebem que o professor ama o que faz. Fábia diz: “é incrível como ele consegue fazer a gente entender, como junta as coisas da vida com as coisas da disciplina”. Já Laís

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Tema – O que é Didática e por que ela é importante para o

sucesso do trabalho docente?

Projeto Pós-graduação

Curso Alfabetização e Letramento

Disciplina Metodologia do Ensino

Tema O que é Didática e por que ela é importante para o

sucesso do trabalho docente?

Professor Inge Renate Fröse Suhr

Introdução

Hoje, iniciaremos o estudo sobre o que é Didática e a sua importância

para o trabalho docente. No decorrer deste tema, você será levado a refletir

sobre a importância da formação teórico-prática do professor, evitando tanto o

teoricismo quanto o praticismo. Além disso, estudaremos o papel da Didática

como área do conhecimento que fundamenta a ação docente, alertando para o

fato de a Didática não ser um conjunto de técnicas, e sim uma área do

conhecimento que procura fazer a mediação entre a teoria educacional e a

prática em sala de aula.

Assista ao vídeo a seguir, disponível no seu material digital, no qual a

professora Inge apresentará os objetivos e subdivisões deste tema.

Problematização

Laís e Fábia estão no ensino médio. Elas se reuniram para estudar para

as provas que se aproximam e decidiram começar o estudo por Biologia, que

ambas “adoram”.

Nas aulas de Biologia, elas se sentem motivadas, pois percebem que o

professor ama o que faz. Fábia diz: “é incrível como ele consegue fazer a gente

entender, como junta as coisas da vida com as coisas da disciplina”. Já Laís

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acha que esse professor “tem o dom, já nasceu para lecionar!”.

As aulas desse professor são organizadas, é possível perceber que ele

as planeja. Além disso, ele varia as estratégias dependendo do conteúdo e tem

facilidade para ouvir os alunos. Outra qualidade desse professor é que “não se

estressa por bobagem”. Quando ocorre algum problema, tipo indisciplina, ele

ouve, reflete e age, mas sem fazer escândalo.

Comparando o professor de Biologia com o de Química, as alunas

chegaram à conclusão de que a matéria também ajuda. Dito de outro modo,

elas acham que Química é chata mesmo, não tem como fazer uma aula legal,

interessante, pois o que elas vivenciam nessa disciplina é leitura do conteúdo

do livro e posterior resolução individual de exercícios. A maior reclamação das

duas alunas é que, quando têm dúvidas, o professor não responde de um

modo que elas entendam, e sim repete o que está no livro, sem mudar nada.

Laís acha até que o professor de Química não sabe a matéria.

Vamos analisar a ação desses dois professores. Ensinar é um dom que

já nasce com a pessoa e não há como desenvolver essa habilidade? A

disciplina (ou o conteúdo) realmente é tão decisiva que não há como fazer

aulas interessantes em algumas áreas?

Antes de responder a esses questionamentos, acompanhe o

conteúdo apresentado a seguir e reflita sobre a melhor resposta. Essa

situação será apresentada novamente adiante.

O Trabalho Docente: entre o Desenvolvimento da Prática e o

Aprofundamento Teórico

O trabalho docente se faz na interface entre o desenvolvimento da

prática (conhecimento tácito) e o aprofundamento teórico. Por isso, é

equivocada a posição, muito difundida na atualidade, de que a prática basta ao

bom professor. O aprofundamento teórico é essencial para uma ação reflexiva,

de qualidade superior, e é preciso cuidado para não cair em nenhum dos

extremos: o praticismo e o teoricismo.

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Praticismo: é a “prática pela prática”, distanciada da compreensão

teórica acerca das razões que levam à determinada ação.

Teoricismo: é o seu oposto, ou seja, a teoria deslocada da realidade,

como se fosse “a verdade” a ser aprendida e depois aplicada na prática.

Tanto o praticismo quanto o teoricismo são equivocados, pois a teoria e

a prática se articulam o tempo todo, embora nem sempre as percebamos.

Exemplifiquemos: mesmo que um médico tenha muita experiência e baseie

seus diagnósticos e formas de tratamento sugeridos nessa mesma experiência,

ela foi construída a partir do domínio teórico. Nenhum de nós confiaria em um

médico que não tenha conhecimento de fisiologia, anatomia, etc.

Na área da educação, a Didática é uma área essencial para o

aprofundamento teórico. Ela é “uma área que tem como especificidade o

estudo da prática pedagógica” e se ocupa do processo ensino-aprendizagem.

No vídeo a seguir, disponível no seu material digital, a professora Inge

irá abordar a importância da formação docente. Ela também irá falar sobre o

fato de que o professor deve ir além do domínio de conteúdo e sobre o papel

da Didática nisso.

Definição de Didática

A Didática é uma disciplina teórico-prática que pretende subsidiar o

professor “em todos os elementos constitutivos da dinâmica escolar, quais

sejam: a reflexão pedagógica necessária à implementação de um projeto

educativo, com suas concepções explicitadas através de seus planejamentos e

efetivadas através de sua dinâmica cotidiana” (MELO; URBANETZ, 2008, p.

152).

Dito de outro modo, o estudo da Didática é essencial ao professor e

objetiva que ele compreenda o fenômeno educativo de maneira ampliada e

possa tomar decisões adequadas aos propósitos que ele defende.

Por isso mesmo, reduzir a formação do professor apenas à prática é

negar-lhe a possibilidade de ser um intelectual da educação e colocá-lo apenas

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no papel de executor de atividades pensadas e programadas por sistemas de

ensino, leis, autores, etc.

O professor é e precisa ser um intelectual da educação, saber o que e

como fazer, assim como as possíveis consequências de seus atos!

Para se aprofundar mais nessa reflexão, assista à fala do filósofo Mario

S. Cortella sobre como ser um bom professor. Para isso, acesse o link a seguir:

<http://www.youtube.com/watch?v=dz4lMxhVTEI>.

Entendendo Melhor o que é a Didática

Há várias concepções de Didática que foram sendo construídas no

decorrer dos tempos e de acordo com as necessidades e condições da

sociedade em cada época.

Você poderá passear pela história da constituição da Didática assistindo

ao vídeo a seguir: <http://www.youtube.com/watch?v=UC7XZOSo5uo>.

Inicialmente, na Grécia antiga, a Didática foi caracterizada como a “arte

de ensinar”, que seria inata em algumas pessoas. Contudo, hoje sabemos que

a capacidade de ensinar não é inata, pode ser aprendida.

Leia o artigo a seguir, que explora o papel da Didática na formação do

professor. Com essa leitura, você terá uma visão geral sobre como surgiu a

Didática, as suas diversas concepções e as suas dimensões.

<http://www.slideshare.net/VinciusSilva5/conhecendo-a-didtica>.

No entanto, até chegar a esse ponto vários pensadores foram

construindo diferentes concepções sobre a Didática. São eles: Sócrates,

Comenius, Herbart, Dewey, entre outros. Esses autores são os clássicos da

Didática e servem de referência para os pesquisadores da área na atualidade.

Você quer saber mais a respeito desses pensadores? Então acesse os

links a seguir:

Sócrates:

<http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/socrates-

306963.shtml?utm_campaign=redesabril_educar>.

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Herbart: <http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/jf-herbart-

307401.shtml>.

Comenius:

<http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/comenio-307077.shtml>.

Dewey: <http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/john-

dewey-307892.shtml>.

Você conseguiu compreender o que é Didática? Então, para saber mais

sobre a sua definição, assista ao vídeo com a professora Inge, que está

disponível em seu material digital.

Alguns autores caracterizaram a Didática como o conjunto de técnicas a

serem utilizadas para garantir o sucesso do ensino e da aprendizagem.

Contudo, essa é uma concepção restrita, sendo refutada pelos autores que

hoje tratam do tema.

Para esses autores, dentre os quais citamos Vera Candau, Ilma Veiga,

José Carlos Libâneo, entre outros, a Didática vai muito além de uma listagem

de técnicas de ensino.

Caso você queira saber mais sobre esses pensadores, que são

referência na área de Didática, acesse os links a seguir:

José Carlos Libâneo: <http://letrasunifacsead.blogspot.com.br/p/jose-

carlos-libaneo-biografia.html>.

Vera Candau:

<http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/veracandau/textos.htm>.

Ilma Veiga: <http://escola-ensino-aprendizagem.blogspot.com.br/p/ilma-

veiga.html>.

É verdade que a Didática se ocupa do “como ensinar”, mas essa

questão está sempre relacionada a outras duas: “para que ensinar?” e “por que

ensinar”? Dito de outro modo, não há técnica neutra, que sirva para todos os

momentos e todas as situações.

A opção metodológica (que é o objeto da Didática) se relaciona a outras

dimensões, importantíssimas:

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Quem são os alunos?

Qual é a realidade na qual se encontram?

Que tipo de pessoa desejamos formar?

Para que tipo de sociedade?

A Didática é um conjunto de técnicas? Assista ao vídeo a seguir,

disponível em seu material digital, para saber mais sobre essa questão.

A decisão sobre o encaminhamento do processo ensino-aprendizagem,

para além de ser técnica, é uma decisão política. Quando pensamos sobre os

pontos citados anteriormente, não organizamos as atividades de um curso ou

disciplina de maneira neutra, pois o modo de realizar o processo pedagógico

tem efeitos para além da aprendizagem do conteúdo especificamente.

Exemplificando: se desejo desenvolver a autonomia intelectual em todos

os conteúdos, deverei organizar as aulas de modo que os alunos se sintam

parte do processo, que exerçam níveis crescentes de decisão e assumam as

consequências dos seus atos. Não adianta fazer um discurso em prol da

autonomia intelectual e definir absolutamente tudo no dia a dia da escola e das

aulas, impedindo que os alunos reflitam e se sintam sujeitos do seu próprio

aprendizado.

O fato de o professor ter um papel político não significa que deva fazer

doutrinação em sua disciplina. Na verdade, para cumprir bem o papel político o

professor deve cumprir o seu papel técnico, ou seja, organizar a disciplina de

modo que favoreça a aprendizagem significativa dos alunos, indiferente da sua

origem de classe, sexo, raça, entre outros pontos.

Por isso mesmo, a Didática é uma atividade mediadora entre a teoria

educacional e a prática em sala de aula. O domínio de seus elementos

constituintes permite ao professor decidir de maneira autônoma e consciente

quais serão os procedimentos a serem adotados e por quê.

Essa é a razão pela qual a Didática tem a aula como foco, mas não fica

restrita a ela. A aula é a manifestação do processo educativo como um todo,

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mas este é mais amplo. Na verdade, a aula apenas indica todas as relações

(legais, sociais, políticas, econômicas, interpessoais, psicológicas etc.) que

acontecem no decorrer do processo ensino-aprendizagem.

Aprofunde-se neste conteúdo estudando o capítulo 4 do livro:

“Fundamentos de Didática” de Melo e Urbanetz, que está disponível no link a

seguir:

<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788578380205/page

s/_1>.

Para aprofundar os seus conhecimentos a respeito da importância da Didática

para a prática educativa, leia o material disponível no link a seguir:

<http://www.unicerp.edu.br/index.php/pesquisas/athos-ethos/445-7-a-

importancia-da-didatica-enquanto-ferramenta-pedagogica-na-pratica-educativa-

e-na-formacao-do-educador>.

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Revendo a Problematização

Muito bem! Acredito que já tenhamos tido tempo suficiente para refletir

sobre o caso apresentado no início dos estudos deste tema. Caso queira, leia o

caso novamente antes de responder. Caso contrário, analise as alternativas a

seguir e dê a sua resposta. Depois de ter assistido ao vídeo com o caso e ter

lido o conteúdo teórico, responda à questão:

a. Bons professores têm o dom, já nascem com facilidade para se

comunicar com as pessoas e influenciá-las.

b. A diferença entre professores que encantam e outros que são maçantes

está na disciplina lecionada, pois alguns temas são extremamente áridos

e desagradáveis, por mais que o professor se esforce.

c. A habilidade do professor depende do domínio de sua disciplina e

também do conhecimento de como os grupos funcionam, das técnicas e

dos procedimentos adequados para cada conteúdo.

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Feedback

a. Atualmente sabemos que, para além das habilidades individuais, é

possível aprender e desenvolver conhecimentos e habilidades que nos

levem a ser um professor que encanta.

b. Os conteúdos realmente são diferentes entre si, mas isso não significa

que haja alguns temas desagradáveis por si só. O domínio da Didática

pode contribuir significativamente para o sucesso do ensino-

aprendizagem.

c. Realmente, é possível aprender a ser um bom professor, mediante o

aprofundamento na metodologia de ensino. Tanto a experiência quanto

o estudo oferecem ao professor condições para que melhore a sua

prática.

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Síntese

No decorrer deste estudo vimos que a formação do professor precisa ser

teórico-prática e que devemos evitar o teoricismo e também o praticismo.

Sendo assim, o professor precisa compreender o fenômeno educativo para

além do que acontece na sala de aula. Vimos, também, que a Didática é a área

do conhecimento que fundamenta a ação do professor, e que negar a ele o

acesso ao conhecimento teórico é mantê-lo no papel de executor de projetos

decididos por outrem.

Além disso, aprendemos que a Didática não é uma listagem de técnicas

de ensino, e sim uma área do conhecimento que procura fazer a mediação

entre a teoria educacional e a prática em sala de aula. Aprendemos, também,

que o objeto de estudo da Didática realmente é o “como fazer”, mas essa

questão está sempre relacionada ao “para que fazer” e ao “por que fazer”. Por

fim, vimos que a escolha do encaminhamento na sala de aula é, ao mesmo

tempo, técnica e política.

Agora, assista ao vídeo da síntese com a professora Inge. Não deixe de

conferir!

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Referências

CANDAU, V. A Didática em questão. Petrópolis: Vozes, 1984.

MARTINS, P. L. Didática. Curitiba: Ibpex, 2008.

MASETO, M. Didática: a aula como centro. São Paulo: FTD, 1997.

MELO, A.; URBANETZ, S. Fundamentos de Didática. Curitiba: Ibpex, 2008.

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Atividades

Há várias concepções de Didática, mas nesta disciplina enfatizamos 1.

uma delas. Qual?

a. Didática é o conjunto de técnicas de ensino que permitem ao professor

desempenhar a sua atividade com maior assertividade.

b. Didática é sinônimo de Pedagogia, ciência que estuda o fenômeno

educativo em sua totalidade.

c. Didática é uma área de estudos que se ocupa do como ensinar, mas

sempre em relação ao “por que ensinar”.

d. Didática é a ciência que determina a melhor metodologia para cada tipo

de conteúdo.

A decisão sobre o encaminhamento do processo ensino-aprendizagem, 2.

para além de ser técnica, é uma decisão política. Isso significa que:

a. Não existe ensino neutro. Sempre é preciso analisar quem são os

alunos, que objetivos pretendemos alcançar, quais as nossas condições

concretas, dentre outros fatores.

b. As políticas educacionais de determinada gestão definem o

encaminhamento metodológico a ser adotado nas escolas, indiferente

das opções da escola.

c. Todo ensino é interessado, sempre temos objetivos (explícitos ou não)

em relação ao ensino. Por isso, a dimensão técnica se sobrepõe à

dimensão política quando da escolha do encaminhamento metodológico.

d. O processo educacional deve ser neutro, ou seja, precisa atingir a todos

e a todas, sem distinção de classe, credo, raça ou cor. O uso de uma ou

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outra metodologia se deve apenas às preferências do professor.

Estudamos que a Didática é uma atividade mediadora entre a teoria 3.

educacional e a prática em sala de aula. Assinale a alternativa que

explica corretamente essa afirmativa:

a. A Didática estuda os melhores encaminhamentos propostos pelas

teorias da educação e tem o papel de convencer os professores a usá-

los e, com isso, promover o sucesso do processo ensino-aprendizagem.

b. Toda didática surge da prática. Cada professor acaba desenvolvendo

um conhecimento tácito que lhe permite agir de maneira autônoma e

consciente no seu dia a dia.

c. Mediar significa “estar entre”, portanto a Didática busca referencial na

teoria para compreender e orientar a prática docente. Ao mesmo tempo,

é do dia a dia que ela retira os principais elementos a serem estudados

pela teoria.

d. A atividade mediadora desempenhada pela Didática é ensinar aos

professores, a partir da ciência da educação, qual o melhor

encaminhamento metodológico em sala, indiferente de suas

preferências pessoais e/ou da realidade da escola.

O foco da Didática é a sala de aula, mas não fica restrita a ela, pois a 4.

aula é a manifestação do processo educativo como um todo, que é mais

amplo. De acordo com isso, assinale a alternativa que cita corretamente

os principais elementos que definem a realidade da sala de aula:

a. O que acontece em sala de aula é fruto de decisões internas da

mantenedora, interesses dos alunos e desejos dos professores. Os

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aspectos macrossociais não têm interferência.

b. A sala de aula é fruto das relações interpessoais que se estabelecem

entre professor e alunos, pois elas definem a disciplina, o ritmo, a

motivação e o envolvimento dos sujeitos envolvidos.

c. O que acontece em sala de aula é consequência de várias relações,

dentre as quais podemos citar: legais, políticas, sociais, econômicas,

interpessoais e psicológicas.

d. A sala de aula reflete a ideologia dominante, seja na posição dos alunos

ou dos professores. Essa ideologia é transmitida pelos meios de

comunicação de massa e influi diretamente no trabalho do professor.

Atualmente, algumas pessoas têm dito que basta a prática para que o 5.

professor se torne competente. Em direção diversa, nossa disciplina

defende a formação teórico-prática. Por quê?

a. A formação teórico-prática é a base de qualquer curso de graduação,

definida por lei, não há como fazer diferente.

b. A teoria é a única ferramenta capaz de oferecer segurança ao professor.

c. A formação prática é insuficiente e estereotipada, levando à repetição

exaustiva de uma mesma prática, seja ela adequada ou não.

d. Negar ao professor o acesso ao conhecimento teórico é mantê-lo no

papel de executor de projetos decididos por outrem.