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O que há de Novo em Direito do Trabalho

O que há de Novo em Direito do Trabalho - ltr.com.br · Alice Monteiro de Barros CURRICULUM VITAE DADOS PESSOAIS ALICE MONTEIRO DE BARROS, natural de Leopoldina-MG, nascida em 7

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O que há de Novo

em Direito do Trabalho

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1a edição — 1997

2a edição — 2012

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Márcio Túlio VianaLuiz Otávio Linhares Renault

Fernanda Carolina FattiniIsabela Márcia de Alcântara Fabiano

Sara Costa Benevides

Coordenadores

O que há de Novo

em Direito do Trabalho

2a edição

Homenagem a

Alice Monteiro de Barros

Antônio Álvares da Silva

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

O que há de novo em direito do trabalho / Márcio Túlio Viana,coordenador. — 2. ed. — São Paulo : LTr, 2012.

Vários autoresBibliografia.

1. Direito do trabalho 2. Direito do trabalho — Brasil I. Viana,Márcio Túlio.

12-00749 CDU-34:331(81)

Índice para catálogo sistemático:

1. Brasil : Direito do trabalho 34:331(81)

EDITORA LTDA.

© Todos os direitos reservados

Rua Jaguaribe, 571

CEP 01224-001

São Paulo, SP – Brasil

Fone: (11) 2167-1101

www.ltr.com.br

Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: Peter Fritz Strotbek

Projeto de Capa: Fabio Giglio

Impressão: Bartira Gráfica e Editora

Abril, 2012

Versão impressa - LTr 4528.8 - ISBN 978-85-361-1963-2

Versão digital - LTr 7328.1 - ISBN 978-85-361-2183-3

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Alice Monteiro de Barros

CURRICULUM VITAE

DADOS PESSOAIS

ALICE MONTEIRO DE BARROS, natural de Leopoldina-MG, nascida em 7 de janeirode 1946, é filha de Newton Monteiro de Barros e Alice Junqueira Monteiro de Barros. O cursoprimário foi feito no Colégio Imaculada Conceição e os cursos médio e científico no ColégioEstadual Prof. Botelho Reis, em Leopoldina.

FORMAÇÃO PROFISSIONALBacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito da UFMG (BH), iniciado em 1966 e

concluído em 1970. Agraciada com a Medalha Gilberto Porto no Curso de Criminologia daAcademia de Polícia de MG, com duração de dois anos (1969 e 1970), tendo obtido o 1o lugarna classificação dos alunos.

Exercício da advocacia de 1970 a 1976 no Sindicato dos Empregados no Comércio de BHe Federação dos Empregados no Comércio de MG e Goiás.

Ingresso na Magistratura em 1978, por concurso público (3o lugar), substituindo a 3a Varado Trabalho de Brasília e presidindo as Varas do Trabalho de Goiânia (GO), Divinópolis (MG),Betim (MG), 12a e 18a Vara de Belo Horizonte.

Frequentou, após seleção pelo Consulado Italiano, curso de especialização em Direito doTrabalho e Sindical, na Faculdade de Direito de Roma (La Sapienza) — Itália, de 1982 a 1983.

Promoção ao TRT da 3a Região, por merecimento, em 1991.

Professora Adjunto IV da Faculdade de Direito da UFMG, por concurso público (1o lugar),por 33 anos, aposentando-se em agosto de 2008.

Doutora, em Direito pela mesma Faculdade, com a tese “A mulher e o Direito do Trabalho”,obtendo grau máximo (10).

LIVROS PUBLICADOS

A Mulher e o Direito do Trabalho, editado pela LTr (SP), em 1995.

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Proteção à Intimidade do Empregado, editado pela LTr (SP). 2a edição — Janeiro de 2009.

Contratos e Regulamentações Especiais de Trabalho: peculiaridades, aspectos controvertidos etendências; o livro se encontra na 3a edição (2008).

As Relações de Trabalho no Espetáculo, editado em 2003, pela LTr Editora (SP).

Curso de Direito do Trabalho, LTr Editora (SP), lançado no 1o semestre de 2005 (esgotado),2a edição publicada em fevereiro de 2006 (esgotada), 3a edição em fevereiro de 2007 (esgotada),4a edição em fevereiro de 2008 (esgotada) e 5a edição no primeiro semestre de 2009 (prelo).

PARTICIPAÇÃO EM CURSOS E EVENTOS INTERNACIONAISRelatora oficial do Brasil no III Congresso de Direito do Trabalho, realizado em Montreal

— Canadá, em maio de 1995, discorrendo sobre o tema Proteção à Intimidade do Empregado.

Frequentou o curso sobre O Papel do Juiz no Processo de Integração Regional, realizadoem Paris, no primeiro semestre de 1997, participando do livro.

Integrou a delegação brasileira em maio de 2001, no Seminário realizado em Roma, sobre IlDiritto Del Lavoro Sportivo: comparázione tra ordinamento italiano e brasiliano, falandosobre o tema Tutela della persona e danno morale nel ambito del rapporto di lavoro dell’atletaprofissionista.

Participou do evento de Direito do Trabalho sobre Contrato de Trabalho Transnacional,realizado nas Universidades de Modena e Parma (Itália), em fevereiro de 2002, apresentando,respectivamente, os temas Ordem Pública e Tutela da Ocupação: as dispensas individuais noordenamento brasileiro; Relação de Trabalho e especialidade do rito no sistema brasileiro.

Autora de vários artigos publicados em periódicos nacionais, participação em dezenasde congressos, simpósios de natureza internacional, nacional, regional ou estadual.

COORDENADORA E COLABORADORA DE OBRAS COLETIVAS

1. Curso de Direito do Trabalho — Estudos em homenagem a Célio Goyatá (2 volumes),LTr Editora (SP).

2. Direito do Trabalho Aplicado (4 volumes), Editora Del Rey (BH).

3. Compêndio de Direito Processual do Trabalho. Obra em homenagem a Celso AgrícolaBarbi, LTr Editora, 1998 e, atualmente, na 3a edição.

4. Processo de Execução Trabalhista Aplicado. São Paulo: LTr Editora — 2000.

5. Terceirização no Direito do Trabalho e na Economia (SP: LTr Editora — 1993).

6. Estudo do Direito Processual Civil, Trabalhista e Penal (Brasília: Editora Consulex —1996).

7. Direito e Processo do Trabalho (estudos em homenagem a Octavio Bueno Magano, SãoPaulo: LTr Editora — 1996).

8. Processo do Trabalho (em homenagem a José Rodrigues Pinto, São Paulo: LTr Editora— 1997).

9. O que há de novo em Direito do Trabalho (SP: LTr Editora, 1997).

10. Direito do Trabalho - Estudos (São Paulo: LTr Editora — 1997).

11. Direito Coletivo do Trabalho (estudos em homenagem a Orlando Teixeira da Costa,1997).

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12. Estudos de Direito do Trabalho e Processo do Trabalho (em homenagem ao Prof. JoséLuiz Ferreira Prunes), São Paulo: LTr Editora — 1998.

13. Manual de Direito do Trabalho - Estudos em homenagem a Cássio Mesquita Barros.

14. Os Novos Paradigmas do Direito do Trabalho (em homenagem a Valentin Carrion).São Paulo: LTr Editora — 2001, com o artigo: Princípios do Direito do Trabalho comoProcesso de Integração.

15. O Direito do Trabalho na Sociedade Contemporânea, com o artigo: Repensando o Sindicatosob a Ótica da Globalização. São Paulo: Editora Jurídica Brasileira — 2001.

16. Direito do Trabalho. Estudos em homenagem ao Prof. Luiz de Pinho Pedreira da Silva,com o artigo Condutas antissindicais. São Paulo: LTr Editora — 1998.

17. Estudos de Direito do Trabalho. Homenagem ao Prof. Washington Luiz da Trindade, como artigo Representantes dos empregados no local de trabalho. São Paulo: LTr Editora — 1998.

18. Desafios do Direito do Trabalho (livro coletivo), com o artigo O Assédio Sexual no Direitodo Trabalho Comparado. São Paulo: LTr Editora — 2000.

19. Discriminação (obra coletiva), com o artigo Discriminação no emprego por motivo desexo. São Paulo: LTr Editora — 2000.

20. Presente e Futuro das Relações de Trabalho (obra coletiva), com o artigo Trabalho Voluntárioe Trabalho Religioso. São Paulo: LTr Editora — 2000.

21. Direito Comunitário e Jurisdição Supranacional (obra coletiva), com o artigo DireitoComunitário do Trabalho. São Paulo: Editora Juarez Machado — 2000.

22. O Direito do Trabalho na Sociedade Contemporânea, com o artigo Repensando o Sindicatosob a Ótica da Globalização. São Paulo: Editora Jurídica Brasileira — 2001.

23. Execução trabalhista (obra coletiva), São Paulo: LTr Editora — 2002, com o artigo Execuçãode Títulos Extrajudiciais.

24. Constitucionalismo Social (obra coletiva), com o artigo O Trabalho da Mulher na Consti-tuição de 1988, em homenagem ao Ministro Marco Aurélio Mendes de Farias Mello, maiode 2003. São Paulo: LTr Editora.

25. O Direito do Trabalho na Sociedade Contemporânea (obra coletiva - v. 2). São Paulo:Editora Jurídica Brasileira, 2003, com o capítulo Execução de Títulos Extrajudiciais.

26. Esporte. Direito (obra coletiva em memória do Prof. José Martins Catharino, editado emSalvador: Gráfica Trio, 2004, com o artigo intitulado Jornada de Trabalho do Jogador deFutebol).

27. O servidor público e a Justiça do Trabalho, em homenagem ao Min. Ronaldo José LopesLeal. São Paulo: LTr Editora, junho de 2005, com o capítulo Contrato de emprego doservidor público - antinomias.

28. A igualdade de gênero na relação de trabalho, com o artigo O trabalho da mulher. Revisãode Conceitos. Brasília: Artes Gráficas — Editora Pontual, 2006.

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Antônio Álvares da Silva

CURRICULUM VITAE RESUMIDO

1. Professor titular de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da UFMG, noscursos de graduação e pós-graduação.

2. Doutor e livre-docente pela Faculdade de Direito da UFMG.

3. Desembargador Federal do Trabalho do TRT da 3a Região. Exerceu o cargo de Ouvidoraté 2011.

4. Pós-graduado pelas universidades de Berlim, Munique e Constância, na Alemanha;Salzburg, na Áustria; Bologna, na Itália; e Coimbra, em Portugal.

5. Autor de 45 livros sobre Direito do Trabalho e ciência jurídica em geral.

6. Membro da Comissão Permanente de Direito Social, que assessora o Ministro doTrabalho em projetos de lei e temas correlacionados com matéria trabalhista em geral.

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O QUE HÁ DE NOVO EM DIREITO DO TRABALHO � 11

Sumário

Sobre a Professora Alice Monteiro de Barros — Márcio Túlio Viana ............................ 17

Prefácio de Muitas Faces — Luiz Otávio Linhares Renault ............................................... 19

1. O QUE HÁ DE NOVO NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA A PARTIR DE 2005

• Influxos legais, jurisprudenciais e o princípio da vedação do retrocesso social —Daniela Muradas ........................................................................................................... 25

1.1. Leis Ordinárias mais recentes

• Lei n. 11.101/2005: Principais repercussões da falência e recuperação judicial noDireito do Trabalho — Adriana Goulart de Sena ....................................................... 45

• Leis ns. 11.180/2005 e 11.788/2008: Alterações introduzidas no contrato de aprendi-zagem — Flávia Soares Corrêa ..................................................................................... 51

• Lei n. 11.324/2006: Alterações na relação de emprego doméstico — Isabela Márciade Alcântara Fabiano ..................................................................................................... 55

• Lei n. 11.340/2006: Breve ensaio sobre as repercussões trabalhistas da Lei “Maria daPenha” — Patrícia Santos de Sousa Carmo ................................................................. 62

• Lei n. 11.350/2006: Tentativa de desprecarização das condições de trabalho dos agen-tes comunitários de saúde e de combate às endemias — Geraldo Reis do Couto ..... 66

• Lei n. 11.644/2008: Acrescenta o art. 442-A à CLT, impedindo a exigência de compro-vação de experiência prévia por tempo superior a seis meses — Aline Carneiro Maga-lhães ................................................................................................................................ 72

• Lei n. 11.648/2008: Centrais Sindicais — Perspectivas de interpretação — LeonardoTibo Barbosa Lima ........................................................................................................ 75

• Lei n. 11.718/2008: O novo contrato rural de curta duração — Fabiana CarvalhoVieira .............................................................................................................................. 80

• Lei n. 11.770/2008: A maternidade em sua plenitude — Diana Uchoa Torres Lima .. 84

• Lei n. 11.788/2008: O contrato de estágio — Fernanda Carolina Fattini ................. 87

• Lei n. 11.961/2009: O trabalho do imigrante — Márcio Túlio Viana e Sara LúciaMoreira de Cerqueira ..................................................................................................... 92

• Lei n. 12.009/2009: A regulamentação dos motosserviços — mototáxi, motofrete,motovigia e motoboy — Sara Costa Benevides ............................................................ 104

• Lei n. 12.382/2011: O direito constitucional ao salário mínimo digno — MirellaKaren de Carvalho Bifano Muniz ................................................................................. 109

• Lei n. 12.395/2011: Alterações no contrato de trabalho do atleta profissional —Marcelo Santoro Drummond ........................................................................................ 114

• Lei n. 12.436/2011: Desacelerando as motos — Márcio Túlio Viana e Maria RosariaBarbato ........................................................................................................................... 120

• Lei n. 12.440/2011: Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas — Isabela Márcia deAlcântara Fabiano e Luiz Otávio Linhares Renault ..................................................... 127

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12 � O QUE HÁ DE NOVO EM DIREITO DO TRABALHO

1.2. Lei Complementar

• Lei Complementar n. 123/2006: Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa dePequeno Porte e o Direito do Trabalho — Wânia Guimarães Rabêllo de Almeida . 137

2. O QUE HÁ DE NOVO NA JURISPRUDÊNCIA TRABALHISTA A PARTIR DE 2005

• As mudanças no Tribunal Superior do Trabalho e sua jurisprudência em construção— Kátia Magalhães Arruda .......................................................................................... 147

2.1. Súmula Vinculante referente ao Direito Material do Trabalho:

• Súmula Vinculante n. 4 do STF: A base de cálculo do adicional de insalubridade —Amanda Quintão Neubert ............................................................................................. 155

2.2. Súmulas do TST relacionadas ao Direito Material do Trabalho:

• Súmula n. 6, VI, do TST: Equiparação salarial em cadeia — Raquel Betty de CastroPimenta .......................................................................................................................... 163

• Súmula n. 85, V, do TST: Compensação de jornada — Wânia Guimarães Rabêllode Almeida ..................................................................................................................... 168

• Súmula n. 277 do TST: Prazo de validade das conquistas trabalhistas e direito jogadofora — Bruno Ferraz Hazan ......................................................................................... 175

• Súmula n. 291 do TST: Supressão das horas extras — Eduardo Simões Neto .......... 181

• Súmula n. 295 e OJs ns. 177 e 361 do TST: Aposentadoria espontânea e efeitos sobreo contrato de trabalho — Thiago Ulhoa Barbosa ....................................................... 185

• Súmulas ns. 326 e 327 e cancelamento da OJ n. 156 do TST: Complementação deaposentadoria — Prescrição — Márcio Túlio Viana e Giselle Silami de Magalhães 189

• Súmula n. 331, IV e V, do TST: A responsabilidade da administração pública nasterceirizações e a decisão do Supremo Tribunal Federal na ADC n. 16-DF — JoséRoberto Freire Pimenta .................................................................................................. 193

• Súmula n. 331, VI, do TST: Alcance da responsabilidade subsidiária do tomador deserviços na terceirização — Lucimere Conceição de Barcelos ..................................... 222

• Súmula n. 349 do TST: Compensação de jornada em atividade insalubre — MaíraNeiva Gomes .................................................................................................................. 228

• Súmula n. 364 do TST: Adicional de periculosidade e o tempo de exposição ao risco— Maíra Neiva Gomes .................................................................................................. 232

• Súmula n. 423 e OJs ns. 360, 395 e 396 do TST: Turnos ininterruptos de revezamento— Juliana Rodrigues de Morais .................................................................................... 236

• Súmula n. 428 do TST: Sobreaviso, tecnologia e saúde do trabalhador — IsabelaMárcia de Alcântara Fabiano ........................................................................................ 241

• Súmula n. 429 do TST: Um breve ensaio sobre a jornada de trabalho — PatríciaSantos de Sousa Carmo .................................................................................................. 246

2.3. OJs e Precedentes Normativos do TST:

• OJ n. 38 da SDI-I do TST: Empregado que exerce atividade rural — Empresa dereflorestamento — Prescrição própria do rurícola — Marcella Pagani ................... 253

• OJ n. 51 da SDI-I do TST: Aplicação da legislação eleitoral nas empresas públicase sociedades de economia mista — Wânia Guimarães Rabêllo de Almeida ............. 255

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O QUE HÁ DE NOVO EM DIREITO DO TRABALHO � 13

• OJ n. 191 da SDI-I do TST: Responsabilidade do dono da obra no contrato de emprei-tada — Juliana Augusta Medeiros de Barros ................................................................ 258

• OJs ns. 195, 207, 363, 368 e 398 da SDI-I do TST: Incidência em geral (ContribuiçãoPrevidenciária, IRRF, FGTS) — Geraldo Magela Melo .............................................. 262

• OJ n. 199 da SDI-I do TST: O objeto ilícito no contrato de trabalho — Bruno FerrazHazan ............................................................................................................................. 266

• OJ n. 215 da SDI-I do TST (cancelamento): O ônus da prova quanto às condiçõespara recebimento do vale-transporte — Giselle Silami de Magalhães ...................... 270

• OJ n. 224 da SDI-I do TST: Reajuste da complementação de aposentadoria a partirda Lei n. 9.069/1995 — Patrícia de Miranda Alves Pereira ........................................ 274

• OJ n. 225 da SDI-I do TST: Responsabilidade na subconcessão de serviço público— Hipótese de sucessão trabalhista — Cynthia Lessa Costa ..................................... 277

• OJ n. 247 da SDI-I do TST: Exceção feita à ECT no caso de despedida imotivadanas empresas públicas — Fernanda Carolina Fattini ................................................. 280

• OJ n. 273 da SDI-I do TST (cancelamento): Jornada de trabalho em atividades deteleatendimento e telemarketing — Raquel Betty de Castro Pimenta ........................ 284

• OJ n. 301 da SDI-I do TST (cancelamento): Ônus da prova de recolhimento deFGTS — Raquel Betty de Castro Pimenta .................................................................... 287

• OJs ns. 307, 354 e 380 da SDI-I do TST: Intervalo intrajornada — Direito ao descanso— Cynthia Mara Lacerda Nacif .................................................................................... 290

• OJ n. 342 da SDI-I do TST: Intervalo intrajornada para repouso e alimentação.Não concessão ou redução — Daniel Dias de Moura ................................................ 293

• OJ n. 351 da SDI-I do TST (cancelamento): Afastamento da multa do art. 477,§ 8o, da CLT, em caso de fundada controvérsia — Flávio Carvalho Monteiro deAndrade .......................................................................................................................... 297

• OJ n. 353 da SDI-I do TST: Cabimento da equiparação salarial nas sociedades deeconomia mista — Isabella Vieira Botelho .................................................................. 300

• OJ n. 356 da SDI-I do TST: Programa de demissão voluntária e compensação devalores — Angelis Lopes Briseno de Souza e Miguel Mendes Filho ............................. 304

• OJ n. 358 da SDI-I do TST: Análise principiológica e constitucional do piso salarialproporcional à jornada reduzida — Amauri Cesar Alves .......................................... 307

• OJ n. 362 da SDI-I do TST: Nulidades e retroatividade da lei — Amauri Cesar Alves 311

• OJs ns. 365 e 369 da SDI-I do TST: A instabilidade no emprego de membro do conselhofiscal e do delegado sindical — Brasilino Santos Ramos ............................................. 315

• OJ n. 366 da SDI-I do TST: A impossibilidade de formação de vínculo empregatíciocom a administração pública no caso do desvirtuamento do contrato de estágio— Fernanda Carolina Fattini ....................................................................................... 318

• OJ n. 367 da SDI-I do TST: Aviso-prévio de 60 dias concedido por norma coletiva.Efeitos — Roberta Guasti Porto .................................................................................... 322

• OJ n. 375 da SDI-I do TST: Incidência de prescrição em hipóteses de suspensão docontrato de trabalho — Afastamento por doença ou aposentadoria por invalidez— Cynthia Lessa Costa .................................................................................................. 325

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14 � O QUE HÁ DE NOVO EM DIREITO DO TRABALHO

• OJ n. 379 da SDI-I do TST: Jornada de trabalho dos empregados das cooperativasde crédito e dos bancários — Distinção pela lei e pela jurisprudência — E a igualdade?— Andréa Aparecida Lopes Cançado ............................................................................ 328

• OJ n. 381 da SDI-I do TST: Interpretando as normas de forma igual para traba-lhadores iguais — O intervalo intrajornada dos rurais — Tatiana Bhering SerradasBon de Sousa Roxo ......................................................................................................... 332

• OJ n. 383 da SDI-I do TST: Constitucionalidade — Terceirização — Salário isonô-mico — Analogia do art. 12, “A”, da Lei n. 6.019/1974 — Maria Isabel Franco Rios . 335

• OJ n. 384 da SDI-I do TST: A prescrição dos direitos do trabalhador avulso —Célio Barros Brant ......................................................................................................... 338

• OJ n. 385 da SDI-I do TST: Incidência do adicional de periculosidade aosempregados de construção vertical contendo armazenamento de líquido inflamável— Angelis Lopes Briseno de Souza e Miguel Mendes Filho .......................................... 341

• OJ n. 386 da SDI-I do TST: Pagamento das férias fora do prazo — Paula Cristinade Abreu Amorim .......................................................................................................... 344

• OJ n. 388 da SDI-I do TST: Jornada 12x36 — Jornada mista que compreenda atotalidade do período noturno — Adicional noturno — Flávio Carvalho Monteirode Andrade ..................................................................................................................... 347

• OJ n. 390 da SDI-I do TST: PLR — Data de distribuição posterior à dispensa — Paga-mento proporcional devido a quem se desliga antes — Roberta Guasti Porto ......... 350

• OJs ns. 393 e 65 da SDI-I do TST: Professores — Raquel Betty de Castro Pimenta .... 353

• OJ n. 394 da SDI-I do TST: Crítica — Integração das horas extras no repouso semanalremunerado — Giselle Silami de Magalhães ............................................................... 355

• OJ n. 397 da SDI-I do TST: Comentários sobre a remuneração das horas extraor-dinárias do empregado comissionista misto — Nadia Soraggi Fernandes ............... 358

• OJ n. 399 da SDI-I do TST: Proteção do trabalho da mulher — Lívia Mendes MoreiraMiraglia .......................................................................................................................... 361

• OJ n. 402 da SDI-I do TST: Adicional de risco no trabalho portuário — Marcela deAzevedo Bussinguer ........................................................................................................ 364

• OJ n. 403 da SDI-I do TST: Advogado empregado — Contratação anterior à Lei n.8.906, de 4.7.1994 — Wânia Guimarães Rabêllo de Almeida ..................................... 367

• OJ n. 404 da SDI-I do TST: O mesmo (velho) olhar sobre a prescrição trabalhista— Giselle Silami de Magalhães ..................................................................................... 370

• OJ n. 406 da SDI-I do TST: Breves considerações sobre o adicional de periculosidade— Leonardo Alexandre Lima Andrade Valadares ....................................................... 373

• OJ n. 407 da SDI-I do TST: Jornada especial dos jornalistas — Uma análise acercada nova orientação jurisprudencial — Mirella Karen de Carvalho Bifano Muniz ... 377

• OJ n. 410 da SDI-I do TST: Repouso semanal remunerado — Sielen Barreto Caldas ... 380

• OJ n. 411 da SDI-I do TST: Sucessão trabalhista — Aquisição de empresa pertencentea grupo econômico — Márcio Flávio Salem Vidigal .................................................. 384

• PN n. 119 do TST: Perspectivas constitucionais sobre a contribuição sindical — Súmulan. 666 do STF — Amauri César Alves .......................................................................... 388

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O QUE HÁ DE NOVO EM DIREITO DO TRABALHO � 15

• PN n. 120 do TST: Ultratividade parcial das sentenças normativas — Bruno FerrazHazan ............................................................................................................................. 393

• OJ n. 20 da SDC do TST: Liberdade sindical — Bruno Ferraz Hazan ...................... 400

3. PROJETOS DE LEI EM ANDAMENTO NA ÁREA TRABALHISTA

• Capital e trabalho em movimento: as novas profissões — Solange Barbosa de CastroCoura .............................................................................................................................. 407

• PL n. 6.542/2006: A relação de trabalho — Paulo Gustavo de Amarante Merçon .... 412

• PL n. 33/2007: Assédio moral — Fenômeno antigo, legislação futura — AmandaHelena Guedes Azeredo ................................................................................................. 416

• PL n. 1.621/2007: Terceirização no setor privado e nas sociedades de economia mista— Maria Isabel Franco Rios .......................................................................................... 420

• PL n. 4.430/2008: Organização e custeio de entidades sindicais, representação dostrabalhadores no local de trabalho e outros temas de direito coletivo — Raquel Bettyde Castro Pimenta .......................................................................................................... 425

• PL n. 4.431/2008: Nova regulamentação do safrista — Marcella Pagani ................. 429

• PLs ns. 4.853/2009 e 5.936/2009: Estabilidade do marido ou companheiro da gestantee licença-paternidade de 30 dias — Patrícia de Miranda Alves Pereira .................... 434

• PL n. 4.865/2009: A (im)possibilidade de vigilância e revista pessoal de empregados— Dárlen Prietsch Medeiros .......................................................................................... 438

• PL n. 4.989/2009: Aviso-prévio proporcional — Rafael Morais Carvalho Pinto ...... 442

• PL n. 5.353/2009: O pensar teorético do juiz — Clarissa Cançado de Lara Resende ... 445

3.1. Projeto de emenda à Constituição

• PEC n. 231/1995: Redução da duração do trabalho para 40 horas semanais —Roberta Dantas de Mello e Rafael Salles da Mata Machado ........................................ 451

4. TEMAS FUNDAMENTAIS SOBRE O QUE HÁ DE NOVO NO DIREITO DO TRABALHO

• Súmulas Vinculantes: Uma reapreciação crítica — José Roberto Freire Pimenta ..... 459

• A base de cálculo do adicional de insalubridade e a Súmula Vinculante n. 4 do Su-premo Tribunal Federal — Paula Oliveira Cantelli ................................................... 479

• A responsabilidade da administração pública pelo inadimplemento de direitos dostrabalhadores terceirizados na visão do STF — Helder Santos Amorim ................... 491

• As várias faces da terceirização — Márcio Túlio Viana .............................................. 500

• Repercussão geral em matérias trabalhistas: algumas decisões do STF — IsabelaMárcia de Alcântara Fabiano ........................................................................................ 509

• O STJ e a ação de indenização decorrente de acidente do trabalho: o que se aprendecom esse caso? — Sielen Barreto Caldas ...................................................................... 521

• Temas controvertidos na jurisprudência trabalhista — Juliana Augusta Medeiros deBarros ............................................................................................................................. 527

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16 � O QUE HÁ DE NOVO EM DIREITO DO TRABALHO

• O que há de novo no Direito Material e Processual do Trabalho comparado — VitorSalino de Moura Eça e Aline Carneiro Magalhães ....................................................... 537

• Ativismo judicial: entre o mito da irresponsabilidade e o caminho da efetividade —Maria Cecília Máximo Teodoro .................................................................................... 545

• Arbitragem, negociação coletiva e danos morais: celeumas na jurisprudência traba-lhista — Juliana Augusta Medeiros de Barros .............................................................. 555

• A novidade mais importante no Ministério do Trabalho: análise da Portaria MTEn. 1.510/2009 — Margarida Barreto de Almeida ........................................................ 567

• A “lista suja” e o trabalho escravo. As Portarias MTE n. 540/2004 e MIN n. 1.150/2003— Márcio Túlio Viana e Mariana Martins de Castilho Fonseca ................................. 571

• Esperando o legisla(Deus) — Por que o portador do vírus HIV e o aidético necessitamde proteção trabalhista especial? — Luiz Otávio Linhares Renault ........................... 590

• A parassubordinação: proteção ou discriminação? — Lorena Vasconcelos Porto .... 605

• O trabalhador e uma narrativa compartilhada: desejo e significado — Mila BatistaLeite Corrêa da Costa..................................................................................................... 616

• O negociado sobre o legislado II: a aventura continua — Márcio Túlio Viana ....... 622

• Breve análise metajurídica: papel histórico e sociológico das centrais sindicais —Maíra Neiva Gomes ....................................................................................................... 629

5. CONVENÇÕES DA OIT EM MATÉRIA TRABALHISTA RATIFICADAS PELOBRASIL A PARTIR DE 2005

• Convenções da Organização Internacional do Trabalho — Adélia Procópio Camilo .. 637

• Convenção n. 102 da OIT e normas mínimas da seguridade social — Lásaro Cândidoda Cunha e Adélia Procópio Camilo ............................................................................. 641

• Convenções ns. 167 e 176 da OIT ratificadas pelo Brasil — Sebastião Geraldo deOliveira........................................................................................................................... 648

• Convenções ns. 178 e 185 da OIT e o trabalho marítimo — Marcela de AzevedoBussinguer ...................................................................................................................... 657

6. ÚLTIMAS NOVIDADES EM DIREITO DO TRABALHO

• Lei n. 12.467/2011: Regulamentação da profissão de sommelier — Sara Costa Benevides 665

• Lei n. 12.468/2011: Regulamentação da profissão de taxista — Sara Costa Benevides .. 667

• Lei n. 12.506/2011: O aviso-prévio proporcional — Fernanda Carolina Fattini ..... 670

• Lei n. 12.551/2011: Subordinação jurídica no trabalho a distância — Roberta Dantasde Mello e Isabela Márcia de Alcântara Fabiano .......................................................... 674

• Audiência pública sobre terceirização: um depoimento sintético — Márcio TúlioViana .............................................................................................................................. 680

• Driblando as regras: um ensaio sobre fraudes no futebol — Márcio Túlio Viana,Luís Felipe Lopes Boson e Marcelo Santoro Drummond .............................................. 683

• As últimas novidades do TST em matéria trabalhista — Isabela Márcia de AlcântaraFabiano .......................................................................................................................... 695

7. ÍNDICE ALFABÉTICO POR ASSUNTO ...................................................................... 705

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Sobre a Professora Alice Monteiro de Barros

Converso com alguns alunos e eles me dizem que ela era “brava”. Outros ressaltam asua “grande simpatia”. Todos concordam que tinha uma didática “excelente”. E nãohá quem não destaque o seu “profundo conhecimento”.

Como ela viveu algum tempo na Itália, seguindo as trilhas de seu querido Direito doTrabalho, talvez aquele primeiro adjetivo — desde que lido em Italiano — resumabem as suas qualidades.

Em Italiano, brava significa ótima, acima da média, inteligente, muito capaz. E tambémnos remete, de certo modo, à palavra exigente. Foi somando tudo isso que AliceMonteiro de Barros se tornou uma das maiores mestras que já passaram pela velhaCasa de Afonso Pena. Como diriam os italianos, ela foi — e será sempre — uma bravaprofessoressa.

Bonita, sorridente e sensível, Alice marcou sua vida acadêmica não só pelo seu jeitopessoal de ser, mas pela dedicação à Escola, aos colegas e sobretudo aos alunos. E elessabiam retribuir esse amor, ora lhe prestando homenagens, ora lhe oferecendo, em cadabreve encontro, os pequenos e delicados afagos dos gestos, dos olhares, dos carinhos.

E se ela era exigente com eles, não o era menos consigo mesma. Responsável e dedicada,nunca deixava as coisas para amanhã, nunca as fazia mais ou menos. Entregava-se, porinteiro, em cada aula, como se cada aula fosse a primeira ou a última de sua vida.

A propósito, alguém já observou que a nossa língua, ao preferir o verbo dar, paraexpressar a função do professor, é de uma sabedoria infinita. De fato — e ao contráriodo que sucede na língua italiana — o nosso professor dá aulas, e esse dar revela toda asua entrega, a sua doação. Em cada aula, é um pouco dele — ou dela — que sai de suaalma, de seu corpo, e vai se espalhando pelos alunos, como pó de pirlimpimpim.

É claro que isso não acontece com o professor medíocre, que procura a faculdadeapenas para alimentar a vaidade ou aumentar sua clientela. Mas não era esse, é claro,o caso de nossa homenageada, e foi exatamente por isso — eu acredito — que um diaela resolveu se despedir, pois não queria deixar de ser o que sempre tinha sido. Para ela,seria mesmo impossível fazer aulas, ao invés de dá-las...

Professora brilhante, autora consagrada, juíza respeitada e admirada por suas decisões,Alice Monteiro de Barros mereceria ter o seu nome lembrado na capa de um belotratado. Mas certamente perdoará a nossa simplicidade, ao perceber que — dentre osautores deste livro — muitos foram seus alunos, e os outros gostariam de ter sido. Eumesmo, se houvesse nascido com algum atraso, teria sentido um grande prazer emsomá-la aos meus mestres queridos.

Márcio Túlio Viana

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Prefácio de Muitas Faces

Esta é uma homenagem bastante singela para quem já fez muito pelo Direito,pelo Ensino Jurídico, pelo Poder Judiciário, pelo e para o Brasil. Se é difícil estabelecerespelhos para a homenagem, mais difícil ainda se torna falar do homenageado, homemde múltiplas facetas, pleno de qualidades intelectuais, culturais e morais. Antônio Álvares daSilva é puro pluralismo mineiro sem perder a essência de nenhuma de suas qualidades:professor, doutrinador, desembargador, filósofo, filólogo, latinista, cronista, esportistae violeiro. Voz e alma, mãos e inteligência, campos e vertentes, solo e subsolo de MinasGerais e do Brasil. Entrou criança para a sala de aula e de lá não saiu; aprendeu a ler e nãoparou de ler; aprendeu a escrever e não parou de escrever; completou o seu aprendizadoe não parou de ensinar, nem mesmo quando conquistou a titularidade, vale dizer, acátedra de Direito do Trabalho na Faculdade de Direito da UFMG. Parece até que assalas de aula já eram, por assim dizer, “antoninos” quando surgiram. Conheço poucosprofessores que se sentem tão à vontade na sala de aula, colocando-se no mesmo nívelde diálogo e de debate com os alunos, tratando-os com respeito e carinho, sem perdera autoridade de um verdadeiro magíster. Dizer um pouco de seu modo de viver édizer muito de como ele é, de como ele encara a vida. Antônio Álvares da Silva dormepouco e é bastante comedido nas refeições — seus principais alimentos são a leitura/escrita e o exercício físico. Quase não dorme. Alimenta-se pouquíssimo, de preferênciaà noite, quando mais produz. Parece conversar com as palavras... Aproveita o tempopara ler, refletir, escutar o silêncio noturno, dialogar com o nada e o tudo, e criar. Leré mais do que o ato da leitura; ler é reler; é contemplar e compreender; é interpretar,visitando o interior das palavras para delas extrair o significado mais profundo daideia transmitida, em íntima consonância consigo próprio e com a realidade socialcontemporânea. Em ciência não existe jogo de palavras; não existem palavras mágicas.Existe a completude de raciocínios lógicos, que emergem do sentido conjunto e harmônicode frases, e caminham rente ao pensamento central firme e conscientemente. Refletiré ato complexo: é voltar sobre e dentro de si mesmo, após leitura compreensiva, recolhendoas coerências e rejeitando as incoerências. Por sua vez, a criação é a mais difícilde todas as artes; mais difícil mesmo do que as artes de ler e de escrever. Um livro dequalidade, ciência ou literatura, pode ser comparado a uma obra de arte — pintura,gravura, partitura, escultura, arquitetura. Antônio Álvares da Silva cria como ninguém,qualidade e quantidade. Caminha a passos largos para a publicação do centésimo livro,todos de altíssimo valor jusfilosófico. Não publica por vaidade, nem pela fama que lheassedia constantemente, já que continua a mesma pessoa, consciente de seus valoreséticos e intelectuais inconfundíveis e infindáveis. Para ele, escrever é uma necessidade,que vai além da realização pessoal — é uma forma humana de devolver à sociedade, emdécuplo, tudo aquilo que ela generosamente lhe deu, isto é, inteligência, disposição econdições. Não posso deixar de mencionar algo que me parece muito marcante naobra de Antônio Álvares da Silva. A natureza dos temas, caracterizados pelo ineditismoe pela controvérsia. A polêmica trazida pelos seus livros é consequência dovanguardismo. Antônio Álvares da Silva está um século à frente do nosso tempo. Sabe

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disso e não recua. Ao revés, avança. Escreve o que pensa; pensa para escrever e aguardao debate, para o qual se prepara como um guerreiro. Conheço poucas pessoas tãocoerentes, honestas e democráticas intelectualmente. Não faz concessões quando setrata de ciência, ética e coisa pública. Magistrado da melhor estirpe, contribui para odescortinamento de um moderno Poder Judiciário, em especial o trabalhista. Infelizmente,a sua voz não foi ouvida integralmente, por ocasião de diversas alterações legislativase da reforma do Poder Judiciário. Apresentou solução para a maioria dos problemasdo Direito do Trabalho, do Direito Processual do Trabalho, assim como do PoderJudiciário, e se preparou para os debates, aos quais compareceu, Câmara dos Deputados,Senado Federal, Universidades, Faculdades, Tribunais e diversos veículos de comunicação,para expor as suas ideias, muitas delas acolhidas pelo legislador. Teve o seu nomecogitado para o Excelso Supremo Tribunal Federal. Não se esquivou da proposta;parou onde se iniciaram as injunções político-institucionais às quais não aderiria,nem faria concessões. Preferiu continuar onde esteve por quase quatro décadas — noTRT/3a Região, e consolidou avançada jurisprudência, da qual tive a honra de participardurante cerca de quatorze anos perante a 4a Turma. Sentirei certa nostalgia, certamelancolia mesmo, certa saudade das sessões da 4a Turma sem o DesembargadorAntônio Álvares. Nas quartas não haverá mais quarta, isto é, nas quartas-feiras nãohaverá mais sessão da quarta turma com o Desembargador Antônio Álvares da Silva.Parafraseando Mário de Andrade, diria, às avessas, que nem todos “os bares morremnuma quarta-feira”, porque às quartas-feiras continuarão ocorrendo os noturnosencontros culturais na Pizzaria Mangabeira, em cujas mesas estarão sentados os alunose os amigos, admiradores do Professor Antônio. Se o seu afastamento da judicaturafoi compulsório, para nossa alegria, da sala de aula ele não sairá. Continuará lecionandocom métricos e métricas, com acordes e refrões, com rimas e sons, despertando eincendiando a curiosidade dos alunos, mostrando o que muitos não mostram, ensinandopara aprender, aprendendo para ensinar. A sua ânsia pelo conhecimento o conduz auniversos diversos. A sua capacidade intelectual permite-lhe trilhar novos caminhos.Eis outra face do Professor Antônio Álvares da Silva, que não pode ser omitida — a decronista. Compará-lo a outros mineiros, como Paulo Mendes Campos, provavelmenteda mesma linhagem genética, que se esmeraram por esse gênero literário não é nenhumexagero; é obrigação, da qual não me furtarei. Escrever a respeito de algum tema científicocom extremo rigor técnico é qualidade germânica obtida, com muita dedicação e disciplina,pelo nosso homenageado, que domina o idioma alemão e sobre cuja culturajusfilosófica completou os seus estudos. Escrever crônica, gênero literário firmado noBrasil pela pena, dentre outros, de Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, FernandoSabino, Nelson Rodrigues, Otto Lara Resende, é tarefa árdua e difícil. Citarei apenasduas características desse gênero: a variedade de temas relâmpagos do dia a dia; oestilo conciso, claro, cortante e o sense of humour — disfarce — para a mensagem final.De muitas omissões que certamente poderei ser acusado, ao assinar pequeno prefácioa respeito do nosso homenageado, de uma não serei — as principais paixões de suavida, que são o verdadeiro esteio e inspiração de toda a sua obra cultural — livros,artigos, crônicas, palestras, aulas — a esposa Terezinha e o filho Antônio. Sem a esposae sem o filho nada teria sido possível, nem sentido tão profundo e denso adquiriria.

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Dizem que o mineiro carrega o seu município dentro de si. Antônio Álvares da Silvacarrega dentro de si um município-bairro-mundo especial: a sua família, como jádisse; uma biblioteca com cerca de dez mil livros, cravada no meio de um terreno detrinta mil metros, únicos bens materiais; luzes eclodindo nas copas das árvores de seurefúgio intelectual; e a Pampulha, águas cheias de inspiração.

A respeito das múltiplas facetas de Antônio Álvares da Silva fica a síntese do poetaPablo Neruda:

Sobre a água, em pleno ar,a ave inumerável vai voando,a embarcação é uma,a nave transparenteconstrói a unidade com tantas asas,com tantos olhos para o mar abertosque é uma só a paz que atravessae uma só asa imensa se desloca.

Luiz Otávio Linhares Renault

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1. O que há de Novo na LegislaçãoTrabalhista a partir de 2005

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Influxos Legais, Jurisprudenciais e oPrincípio da Vedação do Retrocesso Social

Daniela Muradas(*)

1. A interpretação judicial e o universo de pré-compreensão

O problema da certeza e exatidão da interpretação do direito ocupa posição dedestaque na Ciência e Filosofia do Direito.

Na busca da eliminação das contingências procurou-se inicialmente erradicar osubjetivismo do intérprete. A criação do direito seguia técnica que lhe conferia umesquema lógico e fechado, e a aplicação do direito passou a ser fruto de um processosilogístico, uma dedução quase matemática(1).

Eis o caminho da jurisprudência de conceitos, que, na sua radicalização, desveloua veneração da lei, tal como apregoado pelos adeptos da Escola Exegética(2).

Como prevenção do arbítrio, exigiu-se a neutralidade do Poder Judiciário. Osprincípios do juiz natural e de imparcialidade do julgador são mitificados como modelaresde um sistema pelo qual se legitima o Poder Judiciário com o rigor técnico. São esta-belecidos padrões metodológicos interpretativos para afastar a incômoda plasticidadepossível na aplicação do direito: pelo método de interpretação literal, mediante pesquisalógico-sistemática ou recorrendo ao método histórico (para desvendar o sentido damens legislatoris), perseguia-se a precisão, a decisão correta, evitando contagiar o processodecisório com o universo subjetivo do juiz.

Para além do tecnicismo, a extirpação de análise de valores na interpretação étambém um postulado central do positivismo. Afinal, os processos valorativos se fundamnuma experiência puramente pessoal e são, nessa visão reducionista, animados porfatores emocionais. Assim, os juízos de valor não possuem uma significação racional,além de serem destituídos da validade universal de pretensão científica.

Como afirma Bobbio, “a ciência exclui do próprio âmbito os juízos de valor,porque ela deseja ser conhecimento puramente objetivo da realidade, enquanto osjuízos em questão são sempre subjetivos (ou pessoais) e consequentemente contrários àexigência da objetividade”(3).

Portanto, a dar ao direito e à seara interpretativa um arcabouço epistêmico dignode uma ciência, tal qual a virada cartesiana no plano das ciências naturais, o positivismo

(*) Mestre e Doutora em Direito pela UFMG. Professora Adjunta de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito daUFMG. Advogada.

(1) MELGARÉ, Plínio. Direitos humanos: uma perspectiva contemporânea –– para além dos reducionismos tradicionais.Revista de Informação Legislativa, Brasília, a. 39, n. 154, p. 71-92, abr./jun. 2002, p. 77.

(2) A Escola da Exegese postulava que “a lei não deve ser interpretada segundo os critérios valorativos daquele quedeve aplicá-la, mas ao contrário, este deve submeter-se completamente à razão expressa na própria lei”. BOBBIO,Norberto. O positivismo jurídico. Trad. Márcio Pugliesi et al. São Paulo: Ícone, 1995. p. 87.

(3) BOBBIO, op. cit., p. 135.

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extirpou da tarefa científica interpretativa os referenciais prévios, os valores emergentesdo quadro civilizacional.(4)

Em ruptura com o modelo positivista, a jusfilosofia do final do século XIX einício do século XX reconciliou os valores essenciais do direito com as exigências formaisdo Estado de direito(5).

Emergiram, então, as vertentes jusfilosóficas contemporâneas, que recusam aconcepção do direito como uma ciência de caráter puramente formal, compreendendo-oem uma perspectiva de uma jusfilosofia de valores.

No pós-positivismo a hermenêutica tradicional entra em colapso. A compreensãode que o mundo da cultura não se sujeita ao modus cognoscendi da natureza, conformepostula Dilthey, permitiu a irrupção da hermenêutica filosófica, especialmente em Gadamer.

Para Gadamer, a hermenêutica escapa ao campo meramente científico e ocupalugar central na filosofia. A chave de compreensão do universo humano não pode sedar destacadamente da experiência história, dos referenciais de passado(6). E o PoderJudiciário, com a aplicação do direito ao caso concreto, assume posição central noprocesso de (re)construção do direito, na mediação entre o passado e presente.(7)

Nas palavras de Mariá Brochado, “a hermenêutica jurídica visa a encontrar padrõesde justificação racional para interpretações coerentes com textos e contextos postosem relação”.(8)

Superado o fetichismo técnico e acolhidas as permeabilidades do processodecisório pelo passado, o processo de interpretações judiciais introjeta no plano filosóficoos dilemas historicamente postos(9) e exige que a tarefa interpretativa e de aplicação dodireito, atividade eminentemente reconstrutiva, expresse os padrões éticos e de justiça.

Escapando a fórmulas predefinidas, os problemas sociais postos ao exame dojuiz exigem, na interseção entre o passado e o presente, a interação, nem sempre

(4) Leia-se em Boson: “Toda cultura tem, pois, bases axiológicas e possui, por assim dizer, um plano de desenvolvimento,ainda que disso não se apercebam seus protagonistas, ou mesmo nunca cheguem ao cumprimento cabal dessavirtualidade. Trata-se de uma concepção do mundo, de uma cosmovisão estruturada num sistema de valoreshierarquizados, que funcionam como pontos de orientação histórica a percorrer. Nisso descansa o seu destino.Ao mesmo tempo que propósitos a realizar, esse sistema valorativo é — sempre atual — um conteúdo da cultura emque comungam os grupos por ela responsáveis.” BOSON, Gerson de Britto Mello. Filosofia do direito: interpretaçãoantropológica. Belo Horizonte: Del Rey, 1993. p. 119.

(5) Carla Faralli nota que, na filosofia contemporânea, “non é più de molta utililitá la distinzione classica fragiusnaturalismo, giuspositivismo e giusrealismo”, à medida que “il dibbattito contemporaneo ha messo in crisi idue assunti sui quali poggiava il positivismo giuridico, determinando l’apertura della filosofia del diritto, per unverso, al mondo dei valori etico-politici e, per l’altro, al mondo dei fatti”. FARALLI, Carla. La filosofia del dirittocontemporanea. Roma, Bari: Laterza, 2002. p. 3-4.

(6) A concepção historicista foi legado de Vico, que postula ser a verdade coincidente com aquilo que é feito — infacto veritas. Assim, a compreensão do presente, da sua verdade, ocorre pelo conhecimento passado, notadamente,pelo mito e pela tradição. Nesse sentido, a reflexão de Vico prenunciou o posterior campo de investigação dahermenêutica filosófica.

(7) GADAMER, Hans-George. Verdad y metodo I. Salamanca: Sígueme, 1994.(8) BROCHADO, Mariá. Direito e ética: a eticidade do fenômeno jurídico. São Paulo: Landy, 2006. p. 228.(9) MAGALHÃES, Juliana Neuenschwander. Interpretando o direito como paradoxo: observações sobre o giro hermenêutico

da ciência jurídica. In: BOUCAULT, Carlos Eduardo de Abreu; RODRIGUEZ, José Rodrigo. Hermenêutica plural.São Paulo: Martins Fontes, 2002. p. 138.

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discernível, entre tradições persistentes e inovações emergentes do presente,(10) buscando,na profusão de sentidos possíveis, revelar e concretizar os valores maiores da cultura.

2. O texto e o contexto: a interpretação do direito do trabalho e acrise do Estado de Bem-Estar Social

O modelo do Welfare State, consolidado a partir do final da década de 1920,resultou dos movimentos concertados da classe operária, que paulatinamente pro-moveram a reforma do aparato estatal para incorporação de suas reivindicações e,paradoxalmente, foi a fórmula forjada pelo capital para a prevenção do avanço crescentedo proletariado(11).

Os marcos históricos da intervenção do Estado no domínio econômico, comproteção ao trabalho e emprego, são, em síntese, a Constituição mexicana de 1917, aConstituição de Weimar, a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em1919, e, após a grande depressão econômica em 1929, o modelo estadunidense, idealizadopor Keynes e pelo qual Franklin Delano Roosevelt adotou a regulamentação direta dasrelações de trabalho como medida social e de estímulo ao desenvolvimento econômico(12).

Na feliz síntese de Harold Wilensky, “a essência do Estado de Bem-Estar Socialreside na proteção oferecida pelo governo na forma de padrões mínimos de renda,alimentação, saúde, habitação e educação, assegurados a todos como direito político,não como caridade”(13).

O Estado de Bem-Estar Social, portanto, concebe o trabalho como direito fundamen-tal e o principal instrumento para alcançar níveis sociais compatíveis com a excelênciahumana.

Sob a perspectiva econômica, havia certo consenso de que o Walfare State baseava-seem um círculo virtuoso, pelo qual o trabalho permitia a aquisição de renda e inserçãono mercado de consumo, estimulando, por conseguinte, a produção.

Assim, o trabalho regulado passou ao epicentro da preocupação estatal, como oprincipal instrumento de inclusão social, de afirmação ética da pessoa humana e comomotor do engenho econômico.

Nas palavras de Mauricio Godinho Delgado:

O emprego, regulado e protegido por normas jurídicas desponta como o principalveículo de inserção do trabalhador na arena socioeconômica capitalista, visandopropiciar-lhe um patamar consistente de afirmação individual, familiar, social,econômica e, até mesmo, ética.(14)

(10) TELLES, Vera da Silva. Direitos sociais: afinal do que se trata? Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1999. p. 143.(11) PEREZ LUÑO. Derechos humanos, Estado de derecho y Constitución. Madrid: Tecnos, 1995. p. 122.(12) Mediante o National Industrial Recovery Act (1933), foi estipulado o salário mínimo legal, fixada a jornada de

trabalho e criado o seguro-desemprego.(13) WILENSKY, Harold L. The welfare state and equality. Berkeley: Univerisity of California Press, 1975. p. 1 apud

FARIA, Carlos Aurélio Pimenta de. Uma genealogia das teorias e tipologias do estado de bem-estar social. In:DELGADO, Mauricio Godinho; PORTO, Lorena Vasconcelos (Coords.). Estado de bem-estar social no século XXI.São Paulo: LTr, 2007. p. 32.

(14) DELGADO, Mauricio Godinho. Capitalismo, trabalho e emprego: entre o paradigma da destruição e os caminhosde reconstrução. São Paulo: LTr, 2006. p. 30.

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Nesse quadrante histórico, o Direito do Trabalho consolidou-se como modelojurídico civilizatório, e a interpretação das normas jurídicas de proteção ao trabalhador,tanto nos tribunais, quanto nos foros acadêmicos, euforicamente tendia à expansãode direitos, tanto do prisma quantitativo como qualitativo.

Não raras são as propostas de extensão dos direitos trabalhistas a não empregados.

No campo legislativo, por exemplo, a Lei de Trabalho Rural determinou a aplicaçãode seus dispositivos aos trabalhadores que não se enquadram no conceito jurídico detrabalhador rural (art. 17, Lei n. 5.889/73).

No campo teórico, a título ilustrativo, podemos citar a definição do empregocomo o trabalho por conta alheia, na visão do mestre Mario de La Cueva, a propostateórica de Cesarino Júnior de abrangência do hipossuficiente pelo ramo do direito sociale, posteriormente, a definição da subordinação objetiva, com ampliação significativados tutelados pelo ramo jurídico especial.

Relativamente às garantias laborais, os intérpretes e operadores do Direito doTrabalho, embalados pelo espírito da época, por via do procedimento analógico oupor interpretações extensivas, ampliavam o espectro de proteção dos trabalhadores.O vetor interpretativo no Direito do Trabalho, princípio do in dubio pro misero, estimulavaa melhoria social dos trabalhadores por esforço interpretativo.

Espelham a melhoria social promovida pela jurisprudência o reconhecimentojudicial da estabilidade econômica e financeira dos ocupantes de cargo de confiançainjustamente revertidos para o cargo efetivo (Súmula n. 342, TST)(15) e o caráterexpansionista decorrentes dos reflexos salariais.

Contudo, o mundo mudou.(16) A crença no círculo virtuoso da economia e dacentralidade do trabalho no Estado democrático de direito foi abalada por um conjuntode fatores econômicos, políticos, sociais e pela reestruturação produtiva.

Bem se sabe que a criação da OPEP na década de setenta promoveu a elevaçãodrástica e artificial do principal insumo energético mundial. A crise do petróleodeflagrou um processo inflacionário de níveis globais, comprometendo o crescimentoeconômico dos países. Da recessão e escassez do emprego decorreu a ampliação dosgastos sociais, especialmente no campo da assistência social, ampliando significadamentea dívida interna dos países que perfilharam o modelo do Welfare State.

Em contexto recessivo, houve um franco desestímulo à produção. O capitalismoprecisou, então, reinventar-se. O novo capitalismo, de caráter financeiro, busca resultadoseconômicos sem produção de mercadorias, no que se convencionou designar porespeculação, decorrente de “apostas” em preço futuro de bens, resultados financeiros

(15) Com espeque na analogia em institutos do Direito Administrativo (apostilamentos e incorporações), foi asseguradaaos ocupantes de cargo de confiança a manutenção dos valores percebidos a título de gratificação de função,quando a ocupação de cargo de confiança ocorresse por período igual ou superior a 10 anos. A supressão dosinstitutos no campo do direito público não atingiu a garantia jurisprudencial, que reconheceu como consequênciade princípios maiores da Constituição (princípio da segurança jurídica, princípio de valorização do trabalho edignidade da pessoa humana) a existência de princípio próprio e peculiar ao ramo justrabalhista.

(16) VIANA, Márcio Túlio. A proteção social do trabalhador no mundo globalizado: o direito do trabalho no limiar doséculo XXI. Revista LTr, v. 63, n. 7, jul. 1999.

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de empresas, valorização ou desvalorização de moedas e taxa de juros dos títulos dasdívidas públicas. No mercado especulativo os ganhos mostram-se mais vultosos. Assim,o mercado financeiro exerceu e ainda exerce atração significativa do capital, agigantando-sediante da economia real.(17) E se o capital pode gerar o capital, o trabalho marginalizou--se no novo ímpeto capitalista.

Os avanços tecnológicos, especialmente no campo da robótica e da informáticaaplicadas à produção, aguçaram o problema do desemprego. A automação não sótragou postos de trabalho, como estabeleceu uma nefasta concorrência, exigindo queo trabalho humano assumisse níveis de produtividade superiores, aproximando ohomem de máquinas.

Os incrementos tecnológicos no campo da informação também impactaram aprodução, com a quebra da relação espaço — tempo. O surgimento da telefonia móvel,da comunicação por satélite e internet permitiu que a empresa produzisse em locaisdistintos dos centros industriais tradicionais. A difusão e barateamento do transporte,especialmente o aéreo, permitiram à produção se distanciar dos centros de consumo,consolidando uma logística que favoreceu a produção transnacional e a prática dodumping social.(18)

A revolução tecnológica e o novel quadro econômico propiciaram outras metamor-foses na estrutura produtiva, com o fenômeno de ocidentalização do modelo japonêsde produzir (toyotismo)(19). O modelo vertical de produção, concentrador das etapasde produção de bens e baseado na parcialização do trabalho, assumiu a tendência desubstituição pelo modelo de produção flexível, estribado na transferência de etapas deprodução às “empresas parceiras”, com formação de grandes grupos econômicos,ruptura com a tradicional modelo de antecipação de desejos de consumo na produçãojust in time, polivalência e subordinação totalizante do trabalhador, na expressão cunhadapor Mészáros(20), e expansão de fórmulas atípicas de trabalho (cuja terceirização é afigura mais emblemática).

A flexibilidade também é capitaneada ao campo ideológico. A ideia de “EstadoMínimo” ganha prestígio, postulando a retração da intervenção do Estado no domínioeconômico e nas relações privadas como fórmula de adequação do Estado e do Direito aonovo paradigma mundial.

As teorias conservadoras ainda ganharam significativo espaço pelo “colapso dosocialismo real”, emblematicamente representado pela queda do muro de Berlim (1989)e pela dissolução da União Soviética. Na inexistência de um contraponto histórico e real

(17) Noticia GÖRAN THERBORN que, na década de 1990, o mercado financeiro internacional foi dimensionado em 19vezes mais que o mercado de produtos e serviços. THERBORN, Göran. A crise e o futuro do capitalismo. In:SADER, Emir; GENTILI, Pablo (Orgs.). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio deJaneiro: Paz e Terra, 1995. p.45.

(18) HOBSBAWM, Eric. O novo século. São Paulo: Cia. das Letras, 2000. p. 138.(19) ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaios sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho.

São Paulo: Cortez, 1994. p. 33.(20) MÉSZÁROS, István. Para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2002.

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ao modelo capitalista, alardeou-se uma nova ordem unipolar(21), com o capitalismoglobalizado como o fim da história, na expressão de Francis Fukuyama.

As reformas trabalhistas, previdenciárias, administrativas e de assistência socialsão operacionalizadas com a assunção ao poder dos principais países de capitalismocentral de representantes do ultraliberalismo, especialmente na Inglaterra (1979), EstadosUnidos da América (1980) e Alemanha (1982).. Paulatinamente o modelo conservador(em maior ou menor grau) passa a ser praticado nos países periféricos.

Nesse contexto, as propostas ultraliberalizantes são incorporadas no Direito doTrabalho pela corrente de pensamento flexibilizatória, propondo a adequação do re-gime protetivo típico a fórmulas mais apropriadas às necessidades patronais e aosinfluxos de mercado. Inverte-se, portanto, a lógica originária do Direito do Trabalho.Postula-se substituição da imperatividade das normas justrabalhistas pelas disposiçõesnegociais coletivas ou mesmo pela proteção contratual.

Concretamente foram adotadas medidas desregulamentatórias, com o desarrimode clássicas garantias trabalhistas e a consequente redução de níveis sociais asseguradospela ordem jurídica.

No direito brasileiro o eflúvio de desregulamentação tem a gênese na adoção doregime do FGTS (Lei n. 5.102/66) e ganha impulso no fim dos anos 1990 com diversosdiplomas jurídicos de retrocesso jurídico e social.(22)

Ilustrativamente, cite-se a Lei n. 9.601/98, que permitiu a contratação a prazodeterminado fora das tradicionais hipóteses de transitoriedade da CLT e instituiu oregime de compensação de jornada com parâmetro anual.

Outro exemplo de desregulamentação foi a criação do regime de trabalho por tempoparcial (art. 58-A, CLT), que estabeleceu duração de férias variável em conformidadecom a jornada semanal executada e em padrão inferior ao patamar praticado no regimegeral celetista.

Merece destaque a inserção do art. 476-A na CLT, que franqueou a suspensãocontratual para qualificação profissional, com possibilidade de adequação da execuçãodos contratos de trabalho às volatividades mercadológicas, em transgressão ao clássicoprincípio da assunção de riscos do empreendimento pelo empregador.

Também é imperioso registrar a permissão legislativa para terceirização em todocampo de atividades das empresas de telecomunicações (art. 94, II, Lei n. 9.472/97),bem como a inserção do art. 442, parágrafo único, no diploma celetista, que estabeleceupresunção de inexistência de vínculo de emprego entre o cooperado e a cooperativa eentre aquele e os tomadores de serviço cooperado, diplomas estimuladores de fraudeà legislação do trabalho.

Ainda no campo dos retrocessos normativos é de se recordar a flexibilização doprincípio da vedação de cessão de crédito salarial com a regulamentação do desconto

(21) SOUZA JÚNIOR, Hormindo Pereira de. Centralidade ontológica do trabalho ou centralidade da informação e do conhe-cimento nos processos de formação humana? Revista Pro-Posições, v. 19, n. 2(56), p. 164, maio/ago. 2008.

(22) URIARTE, Oscar Ermida. A flexibilidade. São Paulo: LTr, 2002. p. 37.

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em folha de pagamento pela Lei n. 10.820/03 e os impactos da lei de falências (Lei n.11.101/05) no Direito do Trabalho, especialmente quanto à possibilidade de elastecimentode prazo para pagamento de salários vencidos na recuperação judicial da empresa e alimitação da preferência do crédito trabalhista, excetuado o crédito acidentário dotrabalho, a 150 salários mínimos por trabalhador no concurso de credores do empregadorfalido.(23)

As negociações coletivas de trabalho também se engendram no processo flexibi-lizatório, abandonando importantes garantias legais ao argumento de especificidadesde categoria ou de necessidade de manutenção de empregos.

O movimento sindical, abalado financeiramente em decorrência do desempregoestrutural, fragilizado ideologicamente pelos fatos históricos do final dos anos 1980(colapso do socialismo real) e fragmentado estruturalmente pela expansão de figurasatípicas de trabalho em razão da reestruturação produtiva, assume posição de pragma-tismo — sindicalismo de resultados. Todavia, o sindicato, neste quadrante histórico,não exerce efetivamente um contrapeso no interior da própria sociedade civil, nãopromove o real reequilíbrio das relações entre dominantes e dominados, entre subor-dinantes e subordinados(24) e, contraditoriamente, não logra efetivos resultados e passaa ratificar as perdas sociais.(25)

A interpretação das normas justrabalhistas não passa incólume ao momentohistórico. Incorporando os “reclamos da época”, os tribunais trabalhistas passam atolerar os fatores de fragmentação do mundo do trabalho.

Nesse aspecto, é emblemático o tratamento jurisprudencial da terceirização. Inicial-mente, o Tribunal Superior do Trabalho propunha pela Súmula n. 256 uma interpretaçãode resistência à figura atípica de prestação de serviços, admitindo somente a contrataçãopor empresa interposta na forma da Lei n. 6.019/74 (Lei de Trabalho Temporário) eLei n. 7.102/83 (vigilância bancária). Posteriormente, promoveu-se a revisão na matéria,com o cancelamento da Súmula n. 256 e posterior edição da Súmula n. 331, ampliandoas hipóteses de terceirização para além das permitidas pela legislação do trabalho.

Além disso, a partir de uma artificial e frágil distinção entre as atividades-fim emeio, permitiu-se a ampliação das situações de terceirização permanentes, caso, porexemplo, da terceirização da área de compensação documental bancária.

Ostentando ares de legitimidade em razão da tolerância jurisprudencial, o fenômenoda terceirização se expandiu no Brasil.

Para retocar os sinais da colagem dos fragmentos do mundo do trabalho, ostribunais vêm (timidamente, diga-se) promovendo o chamado controle civilizatórioda terceirização. Nesse sentido, a imputação de responsabilidade subsidiária dotomador de serviços em caso de inadimplemento das obrigações trabalhistas pela

(23) MURADAS, Daniela. A nova lei de falência: aspectos inovadores no Direito do Trabalho e o princípio da proporcio-nalidade. Revista LTr, São Paulo, ano 69, p. 858-862, jul. 2005.

(24) Esse é o sentido e relevância dos movimentos sociais. Confira: SCHERER-WARREN, Ilse. Redes de movimentossociais. São Paulo: Loyola, 1996. p. 49-50.

(25) POCHMANN, Márcio. Relações de trabalho e padrões de organização sindical no Brasil. São Paulo: LTr, 2003. p. 50.

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empresa de terceirização (Súmula n. 331, IV) e o recente entendimento do TribunalSuperior do Trabalho de tratamento salarial isonômico na hipótese de terceirizaçãoilícita com a Administração Pública (OJ n. 383, SDI-1, TST) intentam ajustar o sentidotuitivo do ramo juslaboral ao fenômeno da terceirização(26) (se isso é possível, enfatize-se!).

Lado outro, a interpretação dos Tribunais se mostrou claudicante com respeitoaos limites da negociação coletiva de trabalho e acolheu em diversas situações, foradas hipóteses admitidas constitucionalmente, a substituição do legislado pelo negociado.Essa flexibilização ainda se verificou em determinados campos temáticos de regulaçãode interesses maiores da sociedade (normas de ordem pública) e, portanto, teoricamentedefesos à precarização por via da negociação coletiva de trabalho.(27)

Nesse aspecto é de se notar que importantes garantias no campo da saúde e seguran-ça do trabalho foram abaladas por transações coletivas, com o expresso consentimentodos Tribunais. Podemos enumerar como interpretações flexibilizadoras das normastutelares da saúde e segurança no trabalho a Súmula n. 349 do TST, recentementecancelada, que por longo período dispensou a prévia autorização da autoridade compe-tente em matéria de saúde e segurança do trabalho em caso de regime de compensaçãode jornada em locais insalubres autorizado por negociação coletiva de trabalho; aSúmula n. 364, II, do TST, também recentemente cancelada, que permitiu, por expressivoperíodo, a proporcionalidade do percentual do adicional de periculosidade fixada pornegociação coletiva; bem como a Orientação Jurisprudencial n. 342, II, que admiteque, por cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho, seja reduzido o intervalointrajornada para alimentação e repouso dos condutores e cobradores de veículosrodoviários.(28)

Além disso, também expressam a aquiescência dos Tribunais ao avanço de negocia-ções legitimadoras de perdas sociais as diversas modalidades de jornadas de trabalhos,marginais à legislação trabalhista e inconciliáveis com os padrões jurídicos de saúde esegurança do trabalho, e que são largamente praticadas no mercado de trabalho. Nessesentido citem-se a jornada espanhola (OJ n. 323, SDI-1, TST) e ainda a jornada deplantão (12x36 ou 24x72), matéria ainda não sumulada, mas admitida no repertóriorecente de decisões da Justiça do Trabalho.

Além disso, as interpretações restritivas, antes raríssimas e excepcionais, passama ser mais corriqueiras nos Tribunais, tais como a restrição da base de cálculo doadicional de periculosidade para o trabalho com contato com substâncias inflamáveise explosivas (Súmula n. 191, TST)(29), os obstáculos para o direito ao adicional de

(26) Para a análise aprofundada do tema consulte: DELGADO, Gabriela Neves. Terceirização: paradoxo do direito dotrabalho contemporâneo. São Paulo: LTr, 2003.

(27) Normas de ordem pública são “normas que subtraem qualquer autonomia”. FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampaio.Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1994. p.130.

(28) Segue a redação integral da OJ n. 342, II, TST: “Ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiaisde trabalho a que são submetidos estritamente os condutores e cobradores de veículos rodoviários, empregadosem empresas de transporte público coletivo urbano, é válida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalhocontemplando a redução do intervalo, desde que garantida a redução da jornada para, no mínimo, sete horasdiárias ou quarenta e duas semanais, não prorrogada, mantida a mesma remuneração e concedidos intervalospara descanso menores e fracionários ao final de cada viagem, não descontados da jornada.”

(29) A CLT assegura ao trabalhador que, pela natureza do serviço ou métodos de trabalho, tenha contato com substânciasinflamáveis ou explosivas o direito ao adicional de periculosidade, no valor de 30% do salário, não se computando

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periculosidade, a exigir a habitualidade ou intermitência no contato com o perigo(Súmula n. 364, I, TST), a limitação do adicional de transferência para as situações detransitoriedade (OJ n. 113, SDI-1, TST), a Súmula n. 366 do TST, que, antes mesmo daprevisão legislativa, já exonerava de pagamento de horas extras os períodos não excedentes a5 (cinco) minutos no início e no final da jornada, não excedendo 10 minutos totais diários,bem como a recente alteração da Súmula n. 6 do TST, que exige a presença dos requisitos daequiparação salarial entre paragonado e paradigma e que ensejou a chamada equiparaçãoem cadeia, o que, sem dúvida, amparará a tendência de rebaixamento global de salário.

Merece destaque no campo das interpretações restritivas o conjunto de súmulase orientações jurisprudenciais que promoveram eliminação de direitos trabalhistas aofundamento de ocorrência da prescrição total. A distinção do critério de contagemprescricional fundado no título jurídico do bem jurídico lesado não encontra qualquerlastro na legislação e perpetra perdas significativas para os trabalhadores.

No campo do direito coletivo do trabalho os retrocessos interpretativos tambémforam observados, o que permitiu a destruição de importantes garantias individuaisdos partícipes do movimento social, bem como, por via reflexa, potenciais efeitosprejudiciais à própria atividade sindical e liberdade de ação.

Nessa linha de raciocínio, merece crítica a interpretação assentada no TribunalSuperior do Trabalho no sentido de recepção pela Constituição brasileira de 1988 do art.522 da CLT, que estabelece número de integrantes da diretoria e membros do conselhofiscal do sindicato (Súmula n. 369, TST).

Ora, do entendimento que verte da sumulação do TST corrobora-se a interferênciaestatal, por meio de restrições legais, nas regulares atividades das organizações sindicais,particularmente: nas entidades cuja base territorial seja extensa, naquelas com numerosostrabalhadores representados, ou ainda naquelas entidades cujas quantidade e complexi-dade de conflitos impõem número mais expressivo de participantes da administraçãosindical.

Além disso, deflui da interpretação de recepção do art. 522 da CLT a restrição donúmero de obreiros integrantes da administração do sindicato com proteção adequadade sua relação de emprego, mitigando, portanto, a autonomia sindical.(30)

Merece aqui ser recordado que recentemente a Seção de Dissídios Individuais Ido Tribunal Superior do Trabalho (Orientações Jurisprudenciais ns. 365 e 369) firmouo entendimento de não serem detentores de garantia de emprego os membros de conselhofiscal do sindicato, em virtude de sua competência se limitar à fiscalização da aplicaçãodas receitas sindicais, bem como os delegados sindicais que, consoante a legislaçãobrasileira, são aqueles designados ou eleitos para atuar nas seções regionais do sindicato.

para esse fim os prêmios, gratificações e participações nos lucros. O TST, contudo, adotou interpretação de quenão são considerados outros adicionais, calculando-se o adicional sobre o salário básico.

(30) A restrição quanto aos membros de diretoria claramente é utilizada pela jurisprudência como parâmetro paracoibir a fixação abusiva de dirigentes sindicais, com as consequentes garantias decorrentes do cargo. Todavia,não é possível reprimir abstratamente o abuso de direito, que depende de avaliação das especificidades concretas.Portanto, não se quer afirmar que seja ilimitada a fixação de membros de diretoria de sindicato, mas que adeterminação deve atender aos fins previstos constitucionalmente, isto é, a regular e eficiente administração dosindicato.

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