3
O Sindico e a Gestão de Conflitos em Condomínios ( Parte 01) Os conflitos são inerentes aos seres humanos, desde os mais remotos tempos bíblicos já encontramos relatos de desavenças entres pessoas, como no caso dos irmãos Caim e Abel, desentendimento que culminou com a violência. Assim como o fogo necessita de oxigênio para iniciar, o conflito precisa de pessoas, e às vezes de apenas uma, pois um sujeito pode estar em conflito consigo mesmo. Psicólogos, antropólogos e outros profissionais tentam desvendar a natureza dos conflitos sociais e como administrá- los na atual sociedade, tanto é a demanda que um dos cursos mais procurados nas universidades em pós graduação é o de Gestão e Mediação e Conflitos; em metrópoles como Brasília, São Paulo e Belo horizontes já são comuns as especializações em Gestão de Conflitos Condominiais. Neste artigo desenvolverei em 2 partes o tema gestão de conflitos nos condomínios, considerando na primeira parte o atual cenário urbano, o crescimento das cidades, o baixo investimento publico para o bem estar dos cidadãos, os principais itens causadores de problemas de relacionamento nos residenciais e na segunda parte apontarei para síndicos e gestores alternativa para soluções inteligentes na mediação e resolução de conflitos. A vida em condomínio em centros urbanos cresce cada vez mais significativamente, o que forma grande aglomeração populacional, obrigando as pessoas a viver em um mesmo espaço físico. Porém, a idéia de viver em espaços compartilhados já registrada desde os tempos das primeiras civilizações, tornando-se mais conhecida e disseminada após a Primeira Guerra Mundial, com esse advento exige cada vez mais síndicos que alem de ter um perfil de administrador, precisam ser um pacificador e um mediador de conflitos, especialista em certas facetas do comportamento humano. O crescimento das cidades e os conflitos condominiais Segundo o IBGE 2010, Santa Catarina possui, hoje, 6.249.682 habitantes, deste total, 23 % vivem em apenas 10 cidades, seguindo a tendência mundial, a super concentração de pessoas nos centros urbanos, que crescem vertiginosamente, representados nos edifícios que brotam em todas as ruas da cidade, cada vez mais altos e mais sofisticados. O CENSO 2010 contabilizou na região norte 1.212.997 habitantes em 2010 186.391 a mais do que há dez anos , podem ser atribuídos

O sindico e a gestao de conflitos em condomínios - Parte 01

Embed Size (px)

Citation preview

O Sindico e a Gestão de Conflitos em Condomínios ( Parte 01)

Os conflitos são inerentes aos seres humanos, desde os

mais remotos tempos bíblicos já encontramos relatos de

desavenças entres pessoas, como no caso dos irmãos Caim e

Abel, desentendimento que culminou com a violência. Assim

como o fogo necessita de oxigênio para iniciar, o conflito

precisa de pessoas, e às vezes de apenas uma, pois um sujeito

pode estar em conflito consigo mesmo.

Psicólogos, antropólogos e outros profissionais tentam

desvendar a natureza dos conflitos sociais e como administrá-

los na atual sociedade, tanto é a demanda que um dos cursos

mais procurados nas universidades em pós graduação é o de

Gestão e Mediação e Conflitos; em metrópoles como Brasília, São Paulo e Belo

horizontes já são comuns as especializações em Gestão de Conflitos Condominiais.

Neste artigo desenvolverei em 2 partes o tema gestão de conflitos nos

condomínios, considerando na primeira parte o atual cenário urbano, o crescimento das

cidades, o baixo investimento publico para o bem estar dos cidadãos, os principais itens

causadores de problemas de relacionamento nos residenciais e na segunda parte

apontarei para síndicos e gestores alternativa para soluções inteligentes na mediação e

resolução de conflitos.

A vida em condomínio em centros urbanos cresce cada vez mais significativamente, o

que forma grande aglomeração populacional, obrigando as pessoas a viver em um

mesmo espaço físico. Porém, a idéia de viver em espaços compartilhados já registrada

desde os tempos das primeiras civilizações, tornando-se mais conhecida e disseminada

após a Primeira Guerra Mundial, com esse advento exige cada vez mais síndicos que

alem de ter um perfil de administrador, precisam ser um pacificador e um mediador de

conflitos, especialista em certas facetas do comportamento humano.

O crescimento das cidades e os conflitos condominiais

Segundo o IBGE 2010, Santa Catarina possui, hoje, 6.249.682 habitantes, deste

total, 23 % vivem em apenas 10 cidades,

seguindo a tendência mundial, a super

concentração de pessoas nos centros urbanos,

que crescem vertiginosamente, representados

nos edifícios que brotam em todas as ruas da

cidade, cada vez mais altos e mais

sofisticados.

O CENSO 2010 contabilizou na região norte

1.212.997 habitantes em 2010 – 186.391 a mais

do que há dez anos –, podem ser atribuídos

principalmente ao crescimento de Joinville (20%) e Jaraguá do Sul (32%). Joinville

ultrapassa os 500 mil habitantes.

Expus o cenário de crescimento populacional

acima, pois acredito que ele esta intimamente ligado

ao acumulo do estresse urbano, e conseqüentemente

o descontrole emocional exteriorizado nos

conflitos e desrespeitos no transito, no trabalho e

com a vizinhança nos condomínios. A baixa

velocidade de investimentos públicos em infra

estrutura viária, saneamento básico, serviço de saúde e educação nas cidades em

detrimento à sua altíssima velocidade expansiva; levam o cidadão cada vez mais

sobrecarregado com a competitividade no trabalho, transito engarrafado, disputa de

vaga de estacionamento, falta de locais publico adequado para o laser, poluição sonora

e horários apertados, ao chegar em casa, no seu apartamento com os nervos “a flor da

pele”, pronto para explodir; aí basta uma pequena faísca para o “boom”!

Agora imagine a cena abaixo:

Após um longo dia de trabalho chega finalmente a hora de ir dormir. Deita-se

confortavelmente na cama… e não consegue dormir com o barulho da máquina de lavar

roupa, televisão, música e o arrastar de objectos que vem da casa do vizinho de cima,

alem do cachorro latindo no apartamento ao lado com saudade de sua dona que ainda

nao chegou. Começa às voltas na cama, tapa a cabeça com a almofada, vê as horas a

passar no relógio. Sente que já não consegue dominar os nervos, levanta-se, veste o

roupão e vai bater à porta do vizinho. A vizinha irrita-se com o pedido de silêncio e

maltrata-o verbalmente.

O condomino solicita ao sindico uma assembleia para tentar resolver esta questão,

assim como o problema da infiltração na fachada do edifício que está a danificando não

só partes comuns, mas também seu teto. “ Complicado né?!!!” Acrescente tambem

crianças desordeiras , disputas de garagens , canos com vazamento , o entra e sai de

clientes dos condôminos que atuam como vendedores autonomos e atendem em seus

apartamentos ; agora sim nao temos mais um condominio edilicio e sim uma bomba

relogio prestes a explodir .

Em matéria veiculada na revista exame de abril de 2010, especialistas destacam as

principais causas de encrencas nos condomínios, confira a seguir:

Cachorro: Campeões de resmungos de vizinhos, os animais de estimação até

pouco tempo eram proibidos por boa parte dos condomínios. Mas os tempos mudaram.

A jurisprudência garante ganho de causa para quem entra com ação pedindo autorização

para ter um bichinho dentro do apartamento. A dica, então, é ser extremamente

meticuloso na criação do regulamento interno. “Tem que abrangerem todos os detalhes

– se pode entrar garagem ou pela porta de pedestres ou em que situações o animal deve

usar focinheira, por exemplo,” Isso já é meio caminho andado para evitar confusão. Em

situações que extrapolam o limite do tolerável, como quando o cachorro rotineiramente

é deixado sozinho e não para de latir. Há casos, afirma Marcelo Borges, da Associação

Brasileira das Administradoras de Imóveis (ABADI), que podem parar na Justiça.

Crianças: O primeiro aspecto para prevenir problemas com as crianças do

condomínio é criar áreas comuns de lazer. “Elas aprontam quando não têm nada para

fazer”, diz Rachkorsky. Se o prédio não possui espaço disponível, o jeito é usar a

criatividade. Salas ociosas podem ser transformadas em brinquedotecas, salão de jogos

e até equipadas com home theater para exibição de filmes. Outra dica é eleger um

síndico mirim. “Ele terá a responsabilidade de levar as demandas das crianças para o

síndico principal, também vai fiscalizar os amiguinhos”, afirma.

Calote: Com o novo Código Civil, o teto das multas para quem não pagava as

taxas condominiais em dia caíram de até 20% do valor do condomínio para 2%. “Isso

criou uma categoria de inadimplentes volantes, que atrasam alguns meses, mas não

sempre. Como a multa é menor do que ficar com outros pagamentos em atraso, o

condomínio acaba sendo a última preocupação das pessoas”. No entanto, a

administração dos prédios ainda tem como recurso protestar as contas atrasadas em

cartório. Se o condômino não pagar no prazo estipulado, poderá ter o nome incluído no

SCPC e a Serasa.

Cano: Fora do alcance da visão de boa parte dos moradores, os problemas de

encanamento podem ser protagonistas das piores dores de cabeça de qualquer vida em

condomínio. Quando a assunto é encanamento, os encargos se separam em duas esferas.

Se o problema for na ramificação geral do prédio, a missão de reparar os danos recai

sobre o condomínio. “O Código Civil até determina que se o síndico for omisso na

correção de determinados vazamentos e isso ficar provado, o morador pode solucionar o

problema e, depois, cobrar do condomínio”. Dentro do imóvel, a responsabilidade é do

condômino.

Carro: A maneira como cada morador enxerga o ato de conduzir um veículo pode

ser outro pivô de atritos no condomínio. Determinar a velocidade máxima para os

veículos e, em casos de escassez de espaço, adaptar o estacionamento do prédio. O

tamanho das vagas de garagem costuma gerar atritos entre condôminos. Em geral, falta

espaço para a maioria dos condôminos estacionar veículos de grande porte, como

picapes ou SUVs – cada vez mais comuns no Brasil. Com pouco espaço, cresce o risco

de que haja avarias na lataria. No longo prazo, a solução passa pelo aumento do

tamanho das vagas nos prédios que serão futuramente construídos.

...Continua na próxima edição.

Odimar Manoel da Silva , Tecnólogo em Adminstraçao pela

Sociesc, Corretor Imobiliario e consultor em Gestão Condominial .

Contato : Fone - 8866-1224 - [email protected]