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O TRABALHO COLABORATIVO NA TECITURA DE REDES DE APOIO À INCLUSÃO
Rosângela Kittel EBM Intendente Aricomedes da Silva
Ruth Mary Pereira dos Santos
EBM Intendente Aricomedes da Silva
RESUMO O Atendimento Educacional Especializado é um serviço da educação especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade ao conhecimento. Sua oferta e organização deve promover condições de acesso, participação e aprendizagem aos estudantes com deficiência nos sistemas de educação. Para esse formato de trabalho é necessária a articulação dos profissionais da Educação Especial com a comunidade escolar, criando e fortalecendo redes de apoio à inclusão. Esse artigo objetiva dar visibilidade à experiência desenvolvida na Escola Básica Municipal Intendente Aricomedes da Silva, em Florianópolis, onde uma metodologia de trabalho em sistema de ensino colaborativo dá materialidade aos serviços da Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva. Palavras-chave: Educação Especial. Atendimento Educacional Especializado. Trabalho colaborativo. Formação em serviço. ABSTRACT The Specialized Educational Attendance is a special education service that identifies, elaborates and organizes pedagogical resources and accessibility to knowledge. Its offer and organization should promote conditions of access, participation and learning for students with disabilities in education systems. This work format requires the articulation of Special Education professionals with the school community, creating and strengthening support networks for inclusion. This article aims to give visibility to the experience developed at the Intendente Aricomedes da Silva Municipal Basic School, in Florianópolis, where a methodology of work in a collaborative teaching system gives materiality to Special Education services in the perspective of inclusive education. Keywords: Special Education. Specialized Educational Attendance. Collaborative work. Inservice training.
O REFERENCIAL TEÓRICO NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
COLABORATIVO
O arcabouço legal que dá sustentação a organização e oferta dos serviços da
Educação Especial como modalidade de ensino é vasto e por vez conflitante. A
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fragilidade conceitual das terminologias utilizadas nos documentos norteadores da
política é histórica e enseja, muitas vezes, diferentes interpretações. Acompanhe o
texto do parecer do Conselho Nacional de Educação:
[...] não parece clara a definição de atendimento educacional especializado, que, por vezes engloba todas as atividades desenvolvidas na Educação Especial e, por outras, o classifica como atividades específicas desenvolvidas em determinados locais, tal como o que ocorre nas salas de recursos. (PARECER CNE/CEB Nº: 6/2007).
A diversidade das redações conduz a subversão dos textos legais por parte
dos seus atores, na hora da tradução da política nos cenários locais (BALL, 2011).
Nota-se que apesar da política nacional da Educação Especial indicar a importância
do apoio de diferentes serviços e profissionais para a escolarização e inclusão dos
estudantes público da Educação Especial, “o investimento no país privilegiou a
criação de SRMs,1 como principal local de atuação do professor de Educação
Especial” (MENDES, 2014, p. 33). Mas, falar de inclusão remete ao movimento de
todos, em todos os espaços de aprendizagem e, portanto, não há como imaginar
essa ação circunscrita apenas a um lugar. No dizer de Barth:
[...] uma escola inclusiva é aquela que educa todos os alunos em salas de aula regulares, alunos que recebem oportunidades educacionais adequadas, desafiadoras, mas ajustadas às habilidades, possibilidades e necessidades, onde são oferecidos todo apoio e ajuda (1990, p. 98 apud BAUMEL, 2012, p.20).
Então, partindo do pressuposto que o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) é um serviço da educação especial que “[...] identifica, elabora e organiza
recursos pedagógicos e de acessibilidade” (BRASIL, 2008) ao conhecimento, faz-se
necessária a transposição da tecnologia educacional usada na Sala de Recursos
Multifuncional/SRM para as ações pedagógicas do ensino regular. Esse formato de
trabalho, articulado entre os diferentes espaços e profissionais da escola, cria
ambientes e práticas inclusivas, favorecendo a aprendizagem de todos os
estudantes, mas notadamente aqueles da educação especial.
Para tanto, o AEE precisa ser realizado em todas as dimensões que o
caracterizam e não ficar restrito ao atendimento em uma sala de recursos
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multifuncional, como modelo tamanho único de intervenção da Educação Especial. É
importante refletir sobre as mensagens subliminares deixadas pela organização de
serviços que privilegiam o atendimento exclusivo do estudante em espaços
segregados, pois:
O Atendimento Educacional Especializado quando ofertado exclusivamente em salas de recurso, ou seja, extrassala de aula comum, reforça o pressuposto que o problema está no aluno, e não na escola. O que há de especial neste sistema de apoio, incluindo o aluno, seu professor e seu ensino, fica restrito ao ambiente especializado e segregado da sala de recurso enquanto a classe comum permanece inalterada. (MENDES; VILARONGA; ZERBATO, 2014, p. 29).
É necessário tecer e fortalecer as redes de apoio que irão dar suporte ao
estudante com deficiência em todos os espaços e tempos de práticas pedagógicas
do ensino regular. Os textos legais que ancoram a inclusão educacional e tratam do
processo de escolarização do público da Educação Especial garantem o acesso e a
oferta de recursos para permanência na escola. Em tese, isto deveria significar a
ampliação das oportunidades de aprendizagem, contundo compreendemos que
essa assertiva depende da articulação de toda a comunidade escolar, para tecitura
da rede de apoio à inclusão.
Assim, esse artigo objetiva dar visibilidade à experiência desenvolvida na
Escola Básica Municipal Intendente Aricomedes da Silva/EBIAS, localizada em
Florianópolis, onde uma metodologia de trabalho em sistema de ensino colaborativo
dá materialidade aos serviços da Educação Especial na perspectiva da educação
inclusiva.
A Educação Especial é uma modalidade de educação que perpassa todos os
níveis, etapas e modalidades de ensino. Tem como objetivo “garantir os serviços de
apoio especializado voltado a eliminar as barreiras que possam obstruir o processo
de escolarização de estudantes” público da Educação Especial (Art. 2º Decreto n°
7611/2011). Esse texto, em seu parágrafo segundo destaca que os serviços da
Educação Especial devem:
integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família para garantir pleno acesso e participação dos estudantes, atender às necessidades específicas das pessoas
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público-alvo da educação especial, e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas (Decreto n° 7611/2011).
O conjunto dessas atividades da Educação Especial formam a rede de apoio
à inclusão do estudante com deficiência nos sistemas de ensino regular, com a
finalidade de promover “condições de acesso, participação e aprendizagem” (Art.
3º,Decreto n° 7611/2011). Para dar o movimento a essa tecitura é necessário que
haja um trabalho colaborativo entre os atores envolvidos no processo ou seja,
[...] dos professores que atuam na sala de recursos multifuncionais [...] em articulação com os demais professores do ensino regular, com a participação das famílias e em interface com os demais serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros necessários ao atendimento (Art. 9º, Resolução 04/2009).
Ou seja, o professor da sala de aula regular e o professor de Educação
Especial “definem juntos o planejamento, as avaliações e as estratégias
pedagógicas que favoreçam o acesso ao currículo e o aprendizado de todos os
alunos, com deficiência ou não” conforme indica French. (2002, apud MENDES,
2014, p.37). É necessário fortalecer esse modelo de trabalho colaborativo entre os
professores dos estudantes público da Educação Especial, uma que vez que ele se
caracteriza também como um importante processo formativo onde o aprendizado, a
troca de experiências e conhecimentos enriquecem a ação pedagógica. Nas
palavras de Nóvoa traduz “a necessidade de uma formação de professores
construída dentro da profissão” (NÓVOA, 2009, p.28).
Outra legislação que dá ênfase a necessidade de sistemas educacionais
inclusivos é a Lei Brasileira da Inclusão/LBI também conhecida como Estatuto da
Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015). Apresenta um texto ajustado às
demandas dos movimentos sociais e aos termos da Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência (Decreto Legislativo 186/2008), que recomenda a
eliminação de qualquer dispositivo que associe a deficiência com incapacidade.
A principal inovação desta legislação reside na conceituação de deficiência,
não mais compreendida como uma condição estática e biológica da pessoa, mas
como o resultado da interação das barreiras impostas pelo meio com as limitações
de natureza física, mental, intelectual e sensorial do indivíduo. Nessa abordagem, a
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deficiência deixa de ser um atributo da pessoa e passa a ser entendida como o
resultado da falta de acessibilidade na oferta de serviços que a sociedade e o
Estado dão às características de cada um, ou seja, que a deficiência também está
no meio, no processo, nas estruturas e não exclusivamente nas pessoas (Lei
13.146/2015).
Essa concepção quando transposta para o cenário educacional alerta para a
necessidade de estender o foco para a aprendizagem dos estudantes público da
Educação Especial, a partir das suas especificidades. Apesar de óbvia essa não é
uma prática corrente nas escolas. Temos muito mais processos que privilegiam o
ensino e enaltecem a prática docente, não contemplando reflexões acerca dos seus
efeitos para a aprendizagem.
Segundo Lunardi-Mendes:
[...] encontramos uma prática de organização da aula extremamente homogeneizada entre os professores, pautada em uma forma padronizada de organização de ensino. Um modelo que privilegia o ensino em detrimento da aprendizagem, a forma em relação ao conteúdo, centralizando-se na figura do professor ao invés do aluno (LUNARDI-MENDES, 2008, p. 159).
Portanto quando o foco do trabalho pedagógico no contexto de sala de aula
fica centrado no ensino é comum termos práticas polarizadas, ou seja, de um lado
atividades para os alunos com deficiência, desvinculadas do currículo, e no outro
para os demais alunos (MENDES, 2008, p.109). Por vezes, o professor planeja
atividades fora do contexto e necessidades dos estudantes e até terceiriza sua
função ao professor auxiliar da Educação Especial. Esse mecanismo exclui na
medida que ignora as diferenças na aprendizagem e reforça a ideia de incapacidade
do estudante com deficiência.
Para que esse cenário mude é necessário estabelecer uma rede de apoio ao
professor, com subsídios ao seu planejamento e organização do ensino que
contemple a diversidade de uma sala de aula e atenda as especificidades de todos
os estudantes.
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O TRABALHO COLABORATIVO NA OFERTA DO ATENDIMENTO
EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
A ênfase na organização do trabalho colaborativo desenvolvido na Escola
Básica Municipal Intendente Aricomedes da Silva/EBIAS, entre professores da
Educação Especial e comunidade escolar reside em criar condições para a
realização do planejamento conjunto, elaboração e organização dos recursos
pedagógicos para uso em sala de aula regular e suporte na ação docente em
sistema de ensino colaborativo.
Essa organização dos serviços da Educação Especial converge para o
conceito de ensino colaborativo que na visão de Ferreira:
consiste numa parceria entre os professores de educação regular e os professores de educação especial, na qual um educador comum e um educador especial dividem a responsabilidade de planejar, instruir e avaliar os procedimentos de ensino a um grupo heterogêneo de estudantes (FERREIRA, 2007, p.1).
O objetivo é articular os saberes entre ensino especial e comum, onde o
professor regente contribui com o conhecimento da disciplina e conteúdos
específicos previstos no planejamento escolar, e o professor da Educação Especial
colabora com as estratégias e recursos adequados a promoção da aprendizagem
do estudante com deficiência (MARIN; BRAUN, 2013).
A partir dessa perspectiva são prospectadas estratégias pedagógicas com a
finalidade de promover o acesso ao conhecimento, a participação nas atividades
escolares e a aprendizagem dos estudantes público da Educação Especial. Assim,
são maiores as possibilidades de contemplar a diversidade de uma sala de aula.
Todas essas ações convergem para que, em havendo necessidade, o Atendimento
Educacional Especializado realizado em Sala de Recursos Multifuncional tenha
significado no contexto escolar.
Uma das diretrizes que orienta o trabalho colaborativo é a formação no
exercício da profissão, que atenda às reais necessidades dos professores nesse
processo de inclusão escolar. Realizada a partir do estudo de casos, enlaça
subsídios teóricos que resultam em suporte pedagógico para o exercício docente. A
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forma de viabilizar esta ação foi a organização e oferta de encontros nos tempos de
hora atividade e entre aulas para os professores do Ensino Fundamental, Equipe
Pedagógica, Professor Auxiliar da Educação Especial, Professores da Sala
Informatizada e Laboratório de Ciências que possuem estudantes público da
Educação Especial. O esquema abaixo representa esse movimento:
Trabalho Colaborativo: elaborado pelas autoras, 2017
Encontros Coletivos: destinado à Equipe Pedagógica e professores de
estudantes com deficiência para formação em serviço, com a participação de
consultores externos. Nesse espaço são estudadas e discutidas questões de ordem
geral sobre algum tema de interesse daquele coletivo. Por exemplo, no primeiro
semestre do ano de 2017, foram realizados dois encontros de 4 horas para
formação em Grafia Braille2 e Soroban3, oferecido aos envolvidos no processo de
ensino aprendizagem de um estudante cego, do 6º ano do Ensino Fundamental.
Os encontros aconteceram no tempo de hora atividade dos professores. Os
consultores externos são nossos parceiros de instituições onde os estudantes da
EBIAS realizam atendimento especializado, como Associação Catarinense para
Integração do Cegos/ACIC e o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às
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Pessoas com Deficiência Visual/CAP Florianópolis.
Encontros Individuais: inicialmente todo professor que tem em sua turma
estudantes público da Educação Especial participa de um encontro individual para
orientações acerca da necessidade de alinhar sua metodologia de ensino as
especificidades dos estudantes com deficiência. Nessa ocasião, é oferecido ao
professor um horário fixo na SRM, para junto com as professoras da Educação
Especial, realizar o planejamento, as adaptações e confecção de materiais. Esses
encontros tem a periodicidade definida pelo professor, a partir da sua necessidade
e/ou interesse. Atualmente, na EBIAS, são 23 professores que possuem estudantes
com deficiência e destes 52% realiza planejamento semanal, 29% optou por
encontros quinzenais ou mensais, 8% não aderiram a proposta comparecendo
apenas ao encontro obrigatório e 11% abandonaram os encontros de
planejamento.
Práticas Colaborativas: definido como os momentos em que as professoras
da Educação Especial participam efetivamente do trabalho docente em sala de aula
regular. Ou seja, a professora da Educação Especial pode dividir o protagonismo
da ação pedagógica com o professor regente, conduzindo uma atividade coletiva,
enquanto o mesmo acompanha o estudante com deficiência em uma intervenção
mais individualizada e vice e versa. Na prática, os professores “compartilham as
decisões tomadas e são responsáveis pela qualidade do que é produzido em
conjunto” (DAMIANI, 2008 apud MARIN; BRAUN, 2013 p.54).
Esse aspecto do trabalho colaborativo foi desenvolvido com 16% dos
professores no primeiro semestre do ano letivo em curso. Em virtude dessa
parceria foi possível elaborar atividades que o professor regente não conseguiria
desenvolver sozinho, pois envolvia saídas da sala de aula, confecção de estruturas,
pesquisas em pequenos grupos, uso de materiais diversificados, etc. Diante da
riqueza das produções os trabalhos passaram a ser socializados com a
comunidade escolar, com exposições no espaço denominado Corredor Cultural
EBIAS, de forma a dar visibilidade e materialidade ao processo de ensino
aprendizagem a partir do protagonismo estudantil.
Atendimento Educacional Individual: realizado na sala de recursos
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multifuncional e que, ao reunir elementos dos momentos acima mencionados busca
uma intervenção mais assertiva e significativa para o contexto escolar. A
individualização no sentido de atender a diferenciação pedagógica de determinada
intervenção. Por exemplo, um estudante cego que precisa aperfeiçoar o uso do
soroban enquanto técnica de registro numérico e cálculo. Importa destacar que esta
ação não tem efeito exclusivo sobre o estudante público da Educação Especial e
pode ser uma estratégia desenhada para responder a uma necessidade individual,
mas desenvolvida em grupo, favorecendo a aprendizagem de outros estudantes e
até de uma turma inteira. Por exemplo: havia uma resistência de dois estudantes do
8º ano do Ensino Fundamental em frequentar a SRM (um com deficiência
intelectual e outro com Transtorno do Espectro Autista), pois julgavam que aquele
era um espaço para estudantes menores. Então o AEE foi organizado em forma de
estágio na Educação Especial e além deles outros 2 estudantes sem deficiência se
habilitaram as vagas. O trabalho consistiu no aprendizado da técnica de
Orientação e Mobilidade, condução de pessoas cegas, característica dos pisos de
sinalização tátil e grafia Braille. Posteriormente esses estagiários organizaram
oficinas para socializar com seus colegas os aprendizados e realizavam a
transcrição dos materiais em Braille de um estudante de outra turma da escola.
Essa proposição tomou forma de projeto de formação, aprovado pela Secretaria
Municipal de Educação de Florianópolis que emitiu certificação para os envolvidos.
Ou seja, ao introduzir uma adaptação curricular, um recurso e mesmo uma
estratégia possibilitamos que outros estudantes, “ao se apoiarem nos suportes
oferecidos, passem a entender melhor o que está sendo ensinado” (MARIN;
BRAUN, 2013, p.55).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação Especial no seu campo educacional de atuação, cunhou
políticas de acesso à bens e serviços, projetou condições de permanência e
participação nos espaços. Agora se desafia à promoção da aprendizagem do seu
público. Ao realizar este trabalho, percebemos o descompasso que existe entre a
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intenção de incluir e as práticas pedagógicas que compõem a cultura escolar, pois
os professores ainda atuam sozinhos em suas salas de aula com dificuldades para
concretizar processos reais de aprendizagem.
Como vimos, há na legislação brasileira suporte legal para o
desenvolvimento do trabalho colaborativo entre os professores da Educação
Especial e ensino regular, bem como o estabelecimento da rede de apoio ao
professor no exercício da docência inclusiva.
Entretanto a organização dos serviços ainda apresenta vieses clínicos, ao
usar apenas o número de estudante e não o número de professores envolvidos no
processo de inclusão como critérios para a abertura de uma Sala de Recursos
Multifuncional. Assim como privilegia o atendimento individualizado nas Salas de
Recursos Multifuncional, os serviços de itinerância que impedem o envolvimento
com o projeto político pedagógico da Unidade Educativa e dificulta o planejamento
em conjunto com professores do ensino regular e o diálogo com gestores e equipe
pedagógica.
Thousand & Villa indicam que “para as escolas se tornarem inclusivas é
necessário gastar tempo e energia formando a equipe escolar para tomar decisões
de forma colaborativa” (1989, apud MENDES, 2014, p.17). Acrescentamos a essa
assertiva a necessidade de criar e fortalecer as redes de apoio ao trabalho docente
a partir do enfoque colaborativo entre os profissionais dos diferentes segmentos
escolares.
Podemos afirmar que o trabalho colaborativo é uma estratégia pedagógica
que promove a aprendizagem dos estudantes público da Educação Especial por
meio de processos que consideram as especificidades e necessidades de alunos e
professores.
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Rosângela Kittel Professora da Educação Especial na Escola Básica Municipal Intendente Aricomedes da Silva, Florianópolis/SC, atuando na Sala Multifuncional. Mestre em Educação pela UDESC/SC, especialista em Deficiência Intelectual pela UEPG/PR e graduada em Educação Especial pela UFSM/RS.
Ruth Mary Pereira dos Santos Professora da Educação Especial na Escola Básica Municipal Intendente Aricomedes da Silva, Florianópolis/SC, atuando na Sala Multifuncional Especialista em Mídias na Educação pelo IFSC (2015), e graduada em Pedagogia com Habilitação em Educação Especial pela UFSC (2010).
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1 Sala de Recurso Multifuncional, segundo nomenclatura da Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2008). No município de Florianópolis esse serviço foi organizado em 2002 sob a terminologia de Sala Multimeios e assim é conhecido na Rede Municipal de Ensino. 2 Sistema de escrita com pontos em relevo que as pessoas cegas usam para escrever e ler. 3 Uma espécie de ábaco, de origem japonesa, usado para registrar valores e efetuar cálculos usando as quatro operações além de extração de raízes, trabalho com horas, minutos e segundos, conversão de pesos e medidas. No soroban podemos operar números inteiros, decimais e negativos.