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1 O USO DO SOFTWARE CMAPTOOLS PARA ANÁLISE DE LIVROS DE METODOLOGIA CIENTÍFICA LARISSA CATÃO TENÓRIO FALCÃO, FÁBIO TAVARES ARRUDA, PEDRO HENRIQUE DE BARROS FALCÃO [email protected] Resumo Voltando-se para a análise do processo de ensino e de aprendizagem, os livros didáticos vêm suscitando um vivo interesse entre os pesquisadores de uns trinta anos para cá. Nesta perspectiva, entende-se que o objetivo primordial da metodologia científica não seja apenas de colocar à disposição do cientista um elenco e regras, às quais ele deveria se ater para produzir o seu saber. Mapas Conceituais podem ser interpretados como diagramas hierárquicos que procuram refletir a organização conceitual de um corpo de conhecimento ou parte dele. Além da análise de livros há ainda muitas aplicações possíveis desse instrumento no ensino, podendo-se destacar seu uso no planejamento de uma pesquisa, na análise de relatórios (ou artigos) de pesquisa, outros materiais curriculares. Pode-ser dizer que novas tecnologias não são a solução para os problemas da educação, no entanto, propomos o bom uso da tecnologia para poder aumentar os benefícios do uso de mapas conceituais na educação e levar a uma melhoria significativa educação. Neste trabalho propõe-se o uso do software CmapTools para construção de mapas conceituais a partir da análise de livros de Metodologia Científica. Palavras-Chave: Mapa Conceitual, Livro Didático, Metodologia Científica, CmapTools. Introdução É muito provável que o livro didático tenha se constituído no principal veículo de informação do

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O USO DO SOFTWARE CMAPTOOLS PARA ANÁLISE DE LIVROS DE

METODOLOGIA CIENTÍFICA

LARISSA CATÃO TENÓRIO FALCÃO, FÁBIO TAVARES ARRUDA,

PEDRO HENRIQUE DE BARROS FALCÃO

[email protected]

Resumo

Voltando-se para a análise do processo de ensino e de aprendizagem, os livros didáticos vêm suscitando um vivo

interesse entre os pesquisadores de uns trinta anos para cá. Nesta perspectiva, entende-se que o objetivo

primordial da metodologia científica não seja apenas de colocar à disposição do cientista um elenco e regras, às

quais ele deveria se ater para produzir o seu saber. Mapas Conceituais podem ser interpretados como diagramas

hierárquicos que procuram refletir a organização conceitual de um corpo de conhecimento ou parte dele. Além

da análise de livros há ainda muitas aplicações possíveis desse instrumento no ensino, podendo-se destacar seu

uso no planejamento de uma pesquisa, na análise de relatórios (ou artigos) de pesquisa, outros materiais

curriculares. Pode-ser dizer que novas tecnologias não são a solução para os problemas da educação, no entanto,

propomos o bom uso da tecnologia para poder aumentar os benefícios do uso de mapas conceituais na educação

e levar a uma melhoria significativa educação. Neste trabalho propõe-se o uso do software CmapTools para

construção de mapas conceituais a partir da análise de livros de Metodologia Científica.

Palavras-Chave: Mapa Conceitual, Livro Didático, Metodologia Científica, CmapTools.

Introdução

É muito provável que o livro didático tenha se constituído no principal veículo de informação do

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professor (COTRIN & ROSEMBERG, 1999). Devido a isso o mesmo tem assumido o papel de objeto de estudo

de várias pesquisas educacionais no Brasil nos últimos tempos. A maioria desses estudos tem recaído na análise

dos conceitos trabalhados no livro e na ideologia a ele veiculada (CARNEIRO, 1999; OLIVEIRA FILHO, 2000;

MONTEIRO JÚNIOR, 1999; FREITAG et al, 1989).

Atualmente observamos a exigência da disciplina de Metodologia Científica não apenas nos cursos

de pós-graduação, mas também para a obtenção de títulos de graduação. Podemos afirmar que os principais

objetivos da Metodologia Científica são dispor de um elenco de regras para construção de trabalhos científicos,

além de proporcionar o estudo da ciência e do método científico.

Com o uso de Mapas Conceituais, o conhecimento pode ser exteriorizado através da utilização de

conceitos e palavras de ligação, formando proposições que mostram as relações existentes entre conceitos

percebidos por um indivíduo (ARAÚJO et al., 2002; CAÑAS et al., 2000). As proposições são uma

característica particular dos mapas conceituais.

Pode-ser dizer que novas tecnologias não são a solução para os problemas da educação, no entanto,

propomos o bom uso da tecnologia para poder aumentar os benefícios do uso de mapas conceituais na educação

e levar a uma melhoria significativa educação. Neste trabalho propõe-se o uso do software CmapTools para

construção de mapas conceituais a partir da análise de livros de Metodologia Científica.

Referencial Teórico

De acordo com Piaget (1967), a aprendizagem é tida como um processo que se dá de forma

gradativa, partindo da troca de idéias entre os indivíduos e o meio. Não irá importar se o individuo é criança,

jovem ou adulto, o processo será o mesmo e caracterizado pelo alargamento das estruturas mentais que,

conjugando o novo com o já conhecido, incorpora-o, dando-lhe um sentido próprio.

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Voltando-se para a análise do processo de ensino e de aprendizagem, os livros didáticos vêm

suscitando um vivo interesse entre os pesquisadores de uns trinta anos para cá. Dentre os materiais didáticos

utilizados pelos professores, o livro didático ainda hoje é o que influencia mais diretamente a aprendizagem.

Dentre as razões para que isso aconteça podemos destacar o fato deste recurso ser uma fonte de informação e,

talvez, a única para alguns professores e alunos (SANTOS, 2003).

O livro didático tem a capacidade de compilar conhecimentos, sendo uma fonte de referência para

estudo e realização de pesquisas. Saber utilizá-lo como um material que auxilia a fixar conteúdos, sem se tornar

o único recurso didático, pode contribuir significativamente para que alunos e professores se apropriem desses

conhecimentos compilados em tais recursos didáticos (SANTOS, 2003).

A maneira como os conteúdos são organizados nos livros didáticos é fundamental para que ocorra

uma melhor sistematização dos conhecimentos, tendo em vista que este recurso pedagógico deve possuir um

roteiro de trabalho bem estruturado, com objetivos claros e definidos e com uma proposta de conteúdos

estimuladores do prazer de aprender (BARROS, 1998) .

As metodologias e as abordagens educacionais e especificamente para o ensino de ciências sofreram

modificações profundas ao longo dos anos. Essas transformações até o momento atual são acompanhadas por

uma reflexão a respeito dos vários problemas relacionados à política e ao sistema educacional em toda sua

complexidade. Um dos problemas é a formação do educando para a cidadania. De acordo com Cachapuz et al.

(2005) o movimento de atrelar aos objetivos do ensino de ciências a formação geral do cidadão é denominado

internacionalmente de “alfabetização cientifica”.

Ainda no prefácio do livro de Cachapuz et al. (2005), Carvalho mostra a necessidade de uma

educação científica para os cidadãos, discutindo em profundidade o conceito de alfabetização cientifica e

propondo um ensino que vá além da tradicional transmissão de conhecimentos científicos favorecendo deste

modo a participação dos cidadãos na tomada fundamentada de decisões.

De acordo com Costa (2006), até poucos anos atrás, a disciplina metodologia científica ou correlata

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era uma exigência quase que exclusiva dos cursos de pós-graduação, especialmente em nível de Mestrado e

Doutorado. Atualmente, com as modificações da educação brasileira, a exigência da elaboração de uma

monografia acadêmica, como requisito à obtenção de títulos acadêmicos, se estende, também, aos cursos de

graduação e de especialização, e consequentemente a disciplina de metodologia científica também passou a ser

obrigatória.

Entende-se que o objetivo primordial da metodologia científica não seja apenas de colocar à

disposição do cientista um elenco e regras, às quais ele deveria se ater para produzir o seu saber. Não existem

caminhos pré-traçados que nos conduzam inexoravelmente à verdade, ou garantam necessariamente a descoberta

do novo.

Consideramos que a metodologia pode, entretanto, contribuir no sentido de oferecer pontos de vista

que tornem possível uma discussão crítica sobre a ciência, e de sugerir parâmetros que propiciem uma avaliação

dos resultados da produção científica. Somos, além disso, de opinião que uma metodologia se alia, naturalmente,

a uma reflexão filosófica mais ampla acerca do homem – construtor do saber científico – do qual todo

conhecimento depende e para o qual todo saber é gerado.

Segundo Inácio Filho (2003), os alunos têm grande dificuldade na elaboração de trabalhos de forma

sistemática e eficiente, repetindo sempre “noções de pesquisa” que trazem do ensino básico. Tais noções, por

não diferirem do senso comum, induzem estes sujeitos a tomarem experiências por experimento e pesquisa por

cópias, como se os termos fossem sinônimos.

De acordo com Loyola (1994) citado por Belluzzo (2006), é preciso resgatar uma busca do

conhecimento revivendo a curiosidade, uma autêntica necessidade de desenvolvimento profissional e pessoal

retribuída em termos de oportunidades reais de crescimento e reconhecimento. Lentamente essa busca de

conhecimento requer, portanto, estratégias que permitam apropriar-se de informação confiável e gerar

conhecimento produtivo.

Hoje em dia é quase um consenso que a motivação para aprender e a construção estruturada do

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conhecimento são características bem pessoais, tendo em vista que os alunos nunca chegam às escolas com suas

mentes “vazias”, mas com uma estrutura mental particular e pouco transferível (SALVADOR et al, 2000).

A teoria da aprendizagem significativa explica como o conhecimento é adquirido e de que forma este

fica construído na estrutura cognitiva do indivíduo. A estrutura cognitiva pode ser descrita como um conjunto de

conceitos organizados de forma hierárquica, que representam o conhecimento e as experiências adquiridas por

uma pessoa.

A crise no ensino de ciências provocou uma escalada de discussões em busca dos motivos e de

estratégias para solução da mesma. Baseado na teoria da aprendizagem significativa, o professor norte-

americano Joseph D. Novak da Universidade de Cornell, nos anos 60, desenvolveu um instrumento didático

chamado de Mapa Conceitual (MC), procurando representar como o conhecimento é armazenado na estrutura

cognitiva de uma pessoa.

De acordo com Moreira (2006a; 2006b) “de maneira ampla, mapas conceituais são apenas diagramas

que indicam relações entre conceitos. Mais especificamente, podem ser interpretados como diagramas

hierárquicos que procuram refletir a organização conceitual de um corpo de conhecimento ou parte dele”.

Embora normalmente tenham uma organização hierárquica e, muitas vezes, incluam setas, tais

diagramas não devem ser confundidos com organogramas ou diagramas de fluxo, pois não implicam sequências,

direcionalidade, nem hierarquias organizacionais ou de poder. Mapas conceituais são diagramas de significados,

de relações significativas, de hierarquias conceituais.

Resta agora examinar como se dá a implementação da teoria na prática do ensino. Vários autores

como Moreira (1980), Ahumada (1983), Henning (1979), dentre outros, têm abordado o problema e sugerido

esquemas para planejar e delinear o ensino. A idéia geral é o estabelecimento de “hierarquias conceituais” como

base para sequenciar e organizar o ensino, de acordo com o principio ausubeliano (AUSUBEL, 1980) da

diferenciação conceitual progressiva.

Segundo Moreira (2006b) neste modelo os conceitos mais gerais e inclusivos aparecem na parte

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superior do mapa. Prosseguindo, de cima para baixo no eixo vertical, outros conceitos aparecem em ordem

descendente de generalidade e inclusividade até que, ao pé do mapa, chega-se aos conceitos mais específicos,

passando pelos conceitos intermediários.

O modelo propõe uma hierarquia vertical, de cima para baixo, indicando relações de subordinação

entre conceitos. Conceitos que englobam outros conceitos aparecem no topo, conceitos que são englobados por

vários outros aparecem na base do mapa. Conceitos com aproximadamente o mesmo nível de generalidade e

inclusividade aparecem na mesma posição vertical.

Os MC podem ser utilizados nas mais distintas áreas, tendo diferentes finalidades, como

instrumentos de ensino e/ ou de aprendizagem, na avaliação, na organização, na análise e planejamento do

currículo e na representação de conhecimento.

A gama de aplicações desse diagrama é bem ampla e, como instrumento didático, pode ser usado

para as relações hierárquicas entre conceitos que estão sendo ensinado em uma aula, representar a organização

conceitual de uma disciplina, de parte de uma disciplina, na análise de um livro, de um artigo, de um

experimento de laboratório, da estrutura cognitiva de um individuo sobre um assunto, de uma obra ou de outra

fonte ou área de conhecimento qualquer, a fim de tornar adequados para a instrução os conhecimentos neles

contidos.

Contudo, contrariamente a textos e outros materiais instrucionais, mapas conceituais não dispensam

explicações do professor. A natureza idiossincrática do mapa conceitual, dada por quem faz o mapa, torna

necessária que o professor guie o aluno pelo mapa quando o utiliza como recurso didático (BOGDEN, 1977

citado por MOREIRA, 2006b).

Como uma ferramenta de aprendizagem, o mapa conceitual é útil para o estudante, por exemplo, para

fazer anotações, resolver problemas, planejar o estudo e/ou a redação de grandes relatórios, preparar-se para

avaliações e identificar a integração dos tópicos. Para os professores, os mapas conceituais podem constituir-se

como instrumentos poderosos e auxiliares em suas tarefas rotineiras, tais como: ensinar um novo tópico, reforçar

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a compreensão, verificar a aprendizagem e identificar conceitos mal compreendidos e como um puro

instrumento de avaliação.

Tanto os mapas conceituais usados pelos professores como recurso didáticos como os mapas feitos

pelos alunos em uma avaliação têm componentes idiossincráticos, ou seja, não existe um “Mapa conceitual

correto”. Naturalmente, o professor ao ensinar tem a intenção de fazer com que o aluno adquira certos

significados que são aceitos no contexto da matéria de ensino, que são compartilhados por certa comunidade de

usuários. O ensino busca fazer com que o aluno venha também a compartilhar estes significados.

O ato de construir mapas é uma atividade criativa, onde o aluno deve exercer um esforço para entender os significados, identificando os conceitos importantes, relações, e estrutura dentro de um domínio

específico do conhecimento (NOVAK; GOWIN, 1984 apud NOVAK & CAÑAS, 2004). A construção do conhecimento exige um elevado nível de aprendizagem significativa e os mapas conceituais facilitam o processo

de criação de conhecimento para os indivíduos e para os estudantes em uma disciplina (NOVAK, 1993 apud NOVAK & CAÑAS, 2004)

O CmapTools é uma ferramenta que foi criada pelo IHMC (Institute for Human and Machine

Cognition) e é distribuído gratuitamente via download através do link (http://cmap.ihmc.us/download/). É um

aplicativo que hoje é amplamente utilizado para a construção de mapas conceituais, podendo também possuir

material adicional tal como imagens, diagramas, vídeo clipes e outros recursos. O CmapTools permite o

armazenamento e acesso a Mapas Conceituais (MC) distribuídos em diversos servidores, permitindo o fácil

compartilhamento de MCs e consequentemente de conhecimento. Este software possui também um conjunto de

ferramentas inteligentes integradas (NOVAK & CAÑAS, 2004).

Uma das características no uso do CMap Tools, é a sua possibilidade de exportar os MC em formato

XML/XTM. Esta operação permite que uma outra ferramenta utilize os mapas. Além disso, os MCs também

podem ser exportandos para formatos bastante populares como o pdf e o formato de imagem jpeg.

Este software foi desenvolvido com a tecnologia Java e é um software com arquitetura cliente-

servidor, ou seja, está diretamente ligado ao compartilhamento de dados (MCs). Ele é usado em todo o mundo

por pessoas de todas as idades em diversos tipos de aplicações.

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O foco deste aplicativo é suportar o mapeamento de conceitos e apoiar o compartilhamento. A

arquitetura cliente-servidor, juntamente com uma coleção de Espaços Públicos (CmapServers), onde qualquer

usuário na Internet pode criar uma pasta e construir, copiar ou publicar seus MCs (CAÑAS et al., 2003a citado

por NOVAK & CAÑAS, 2004). Além disso, um CmapServer (local) pode ser facilmente instalado em uma sala

de aula, escola ou universidade para facilitar a colaboração a nível local (NOVAK & CAÑAS, 2004).

Metodologia

A pesquisa foi desenvolvida selecionando vinte livros de Metodologia Científica. Esses livros foram

analisados através de Mapas Conceituais usando o software CmapTools, produzindo um mapa conceitual de

cada livro. A tabela 1 mostra os livros que foram analisados nesta pesquisa.

Tabela 1: Livros Analisados.

1 ANDRADE, Maria Margarida de. Redação Científica: Elaboração do

TCC passo a passo. 2ª ed. São Paulo: FACTASH, 2006. 198p.

11 KAHLMEYER-MERTENS, Roberto S.; FUMANGA, Mario; TOFFANO,

Claudia Benevento; Siqueira, Fabio. Como Elaborar Projetos de Pesquisa: Linguagem e método. Rio de Janeiro:

FGV. 2007. 139p.

2 ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para Cursos

de Pós-Graduação: noções práticas. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. 165p.

12 LIMA, Manolita Correia. Monografia: A engenharia da

produção acadêmica. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 244p.

3 BARROS, Aidil Jesus da Silveira &

LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de Metodologia Científica. 3ª ed. São Paulo: Lehfeld.

2007. 158p.

13 MARCONI, Marina de Andrade &

LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho Científico: Procedimentos básicos, pesquisa

bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 6ª

ed. São Paulo: Atlas, 2001. 219p.

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4 BOAVENTURA, Edivaldo M. Metodologia da Pesquisa: monografia, dissertação e tese. São

Paulo: Atlas, 2004. 160p.

14 MATTAR, João. Metodologia Cientifica na Era da Informática. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.308 p.

5 CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto da.

Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2007. 162p.

15 OLIVEIRA, Maria Marly de. Como Fazer: projetos, relatórios,

monografias, dissertações e teses. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elservier, 2005.174p.

6 COSTA, Marcos Roberto Nunes. Manual para Normatização de Trabalhos Acadêmicos: Monografias,

Dissertações e Teses. 3ª ed. Rev. Recife: INSAF, 2006.183p.

16 OLIVEIRA, Maria Marly de. Projetos, Relatórios e Textos na educação Básica: como fazer.

Petrópolis - RJ: Vozes. 2008. 211p.

7 DEMO, Pedro. Metodologia do

Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas, 2000.216p.

17 PESCUMA, Derma & CASTILHO,

Antonio Paulo F. de. Projeto de pesquisa o que é? Como fazer? Um guia para sua elaboração. São Paulo:

Olho d’agua, 2005. 96p.

8 DEMO, Pedro. Pesquisa e Construção do Conhecimento: Metodologia

científica no Caminho de Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2004. 125p.

18 SILVA, Angela Maria; PINHEIRO, Maria Salete de Freitas; FRANÇA,

Maira Nani. Guia para Normatização de Trabalhos Técnico-Científicos: projetos de pesquisa, trabalhos

acadêmicos, dissertações e tese. 3ª ed. Uberlândia:UFA, 2006.144p.

9 FACHIN, Odília. Fundamentos de

Metodologia. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 200p.

19 TEIXEIRA, Elizabeth. As Três

metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 3ª ed. Rio de Janeiro:

Vozes, 2005.203p.

10 FARIA, Ana Cristina de; CUNHA,

Ivan da; FELIPE, Yone Xavier. Manual Prático para Elaboração de Monografias: Trabalhos de Conclusão

de Curso, Dissertações e Teses. 3ª ed. Petrópolis - RJ: Vozes. 2008. 87p.

20 VERGARA, Sylvia Constant. Projetos

e relatórios de Pesquisa em Administração. 3ª ed. São Paulo: Atlas. 2000. 92p.

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Resultados

Analisando os MC dos livros mostrados na tabela 1 podemos verificar uma diversidade de

conteúdos. Alguns livros se destacaram por possuir predominantemente conteúdos técnicos, ou seja, regras para

a construção de projetos, monografias, artigos e entre outros como podemos observar na figura 1. Em

contrapartida alguns livros mostraram um balanceamento de conteúdos, ou seja, tanto conteúdos referentes a

regras quanto conteúdos referentes à ciência e método científico como mostra a figura 2.

Portanto, contata-se que a análise dos livros através de MCs usando o CmapTools é um

procedimento eficaz para o entendimento dos conteúdos dos livros, permitindo também que se tenha uma visão

abrangente dos mesmos. Consequentemente favorecendo essencialmente a construção do conhecimento na

disciplina de Metodologia Científica.

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Figura 1: Mapa Conceitual do Livro 3 da Tabela 1.

Figura 2: Mapa Conceitual do Livro 16 da Tabela 1.

Considerações Finais

Este trabalho abordou a importância da análise do livro didático na disciplina de Metodologia Científica. E propôs como alternativa o uso de um dispositivo heurístico, os mapas conceituais como instrumento útil no ensino, na aprendizagem e na construção do conhecimento. Para a análise dos livros e construção dos MC

aproveitou-se o poder do software CmapTools e a sua grande capacidade de dar suporte à construção de MC.

Além da análise de livros há ainda muitas aplicações possíveis desse instrumento no ensino,

podendo-se destacar seu uso no planejamento de uma pesquisa, na análise de relatórios (ou artigos) de pesquisa,

outros materiais curriculares que o professor estará usando quando estiver dando suas aulas, tentando assim,

melhorar sua ação docente. Também pode ajudar os alunos a entender a pesquisa como produção de

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conhecimento.

O mapa conceitual indica a relação entre conceitos ou entre palavras que serão usadas para

representar conceitos. Vale ressaltar que esses mapas não possuem como objetivo demonstrar sequências ou

temporalidade, como acontece nos diagramas de fluxo.

O CmapTools pode ser usado com inúmeras ferramentas além das usadas e das já citadas aqui, por

exemplo, uma de suas ferramentas permite ao usuário selecionar um conceito em um mapa e pesquisar na

Internet e Locais (CmapServers) de informações (incluindo MCs) que estão relacionados com os conceitos

selecionados, levando em conta o contexto do próprio MC.

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