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______________________________________________________________________________________ OFICINA EDUCOMUNICATIVA EM FOTOGRAFIA Uma proposta para aplicação no Programa Mais Educação Izabele Silva Gomes Universidade Federal de Campina Grande – UFCG [email protected] Orientador (a): Professora Dr. Maria das Graças Amaro [email protected] INTRODUÇÃO A fotografia está cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas, tanto através da mídia, quanto em álbuns de família, de viagens, redes sociais etc. O ato de fotografar tem sido cada vez mais democrático, principalmente com o surgimento de novas tecnologias que dão suporte a câmeras como os celulares, tablets, computadores, entre outros. São diversas as culturas, lugares e até faixas etárias, que se utilizam da fotografia com freqüência, que sem dúvida é um dos principais meios para a informação, expressão ou registro. Compreendendo a fotografia como uma arte, abre-se um leque de possibilidades de inserção de atividades que estimulem a reflexão, expressão e sensibilidade de crianças e adolescentes em ambientes escolares, por exemplo. Partindo de que a construção de uma imagem passa pelas individualidades de quem a constrói, requer raciocínio e organização, ao mesmo tempo que, aguça a criatividade e sensibiliza olhar quanto ao que se pretende fotografar. O presente artigo propõe e expõe a realização de uma oficina educomunicativa no ambiente escolar, fruto da disciplina Práticas Educomunicativas em Fotografia, ministrada pela Professora Doutora Maria das Graças Amaro. A disciplina faz parte da grade do

Oficina Educomunicativa Em Fotografia

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A fotografia está cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas, tanto atravésda mídia, quanto em álbuns de família, de viagens, redes sociais etc. O ato de fotografartem sido cada vez mais democrático, principalmente com o surgimento de novastecnologias que dão suporte a câmeras como os celulares, tablets, computadores, entreoutros.

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______________________________________________________________________________________OFICINA EDUCOMUNICATIVA EM FOTOGRAFIAUma proposta para aplicao no Programa Mais EducaoIzabele Silva GomesUniversidade Federal de Campina Grande [email protected] (a): Professora Dr. Maria das Graas Amarogracamaro@hotmail.comINTRODUOAfotografiaestcadavezmaispresentenodia-a-diadaspessoas,tantoatravsda mdia, quanto em lbuns de famlia, de viagens, redes sociais etc. O ato de fotografartemsidocadavezmaisdemocrtico,principalmentecomosurgimentodenovastecnologiasquedosuporteacmerascomooscelulares,tablets,computadores,entreoutros. So diversas as culturas, lugares e at faixas etrias, que se utilizam da fotografiacom freqncia, que sem dvida um dos principais meios para a informao, expressoou registro.Compreendendo afotografiacomoumaarte,abre-seumlequedepossibilidadesdeinserodeatividadesqueestimulemareflexo,expressoesensibilidadedecrianaseadolescentesemambientesescolares, porexemplo.Partindodequeaconstruodeumaimagempassapelasindividualidadesdequemaconstri,requerraciocnioeorganizao,aomesmotempoque, aguaacriatividadeesensibilizaolharquanto ao que se pretende fotografar.O presente artigo prope e expe a realizao de uma oficina educomunicativa noambiente escolar, fruto da disciplina Prticas Educomunicativas em Fotografia, ministradapelaProfessoraDoutora Mariadas Graas Amaro.Adisciplinafazpartedagradedo______________________________________________________________________________________curso deComunicao Socialcomlinhadeformao emEducomunicao, daUniversidadeFederaldeCampinaGrande.AEducomunicaouma novarea dereflexo eatuao, queunioscamposda ComunicaoeEducaocomoobjetivodequeambasseauxiliemno minimizar deficincias prprias e aperfeioaremresultadosvoltados para o bem comum da sociedade.A oficina teve como objetivo principal proporcionar aos alunos noes bsicas decomo compor uma imagem com uma cmera fotogrfica na mo; tornando mais fcil paraestes suaexpressosubjetivaecontextualdemaneiracoerentecomdeterminado temapropostopelo mediadordaprtica, sendoqueesta podesedarcomo atividadeincludanoPrograma MaisEducao, dentrodasreasdeEducomunicao, Comunicao eafins.Istoporque oprogramatemseexpandidonopas;pormhcerto dficitdecapacitaes oferecidasaosalunos que venhamasuprir a interaocomocontedoaser desenvolvido no ensino regular e suas respectivas disciplinas.METODOLOGIAAoficinafoiaplicadanaEscolaEstadualde EnsinoFundamentaleMdioSoSebastio, localizada no bairro do Alto Branco, em Campina Grande, PB. O processo sedeu com a turma da oficina de rdio do Programa Mais Educao, contendo vinte e quatroalunos e estando a professora responsvel pela turma durante a realizao, a qual se deunotempode 2h (emmdia). Ametodologiautilizada foibaseadanomtodoespiralseguindoasetapasde:sensibilizao,motivaoe dofazerartstico,finalizandocomacontemplao e anlise.Aps a apresentao do mediador da oficina, cada aluno se apresentou relatandorapidamente qual a relao que eles tinham com a fotografia at ento. Aps isto deu-seincioaetapadesensibilizao, ondefoiinseridaumamsicaparaqueosalunosouvissemepediu-se paraqueelesenquantoisto,formassemumquadradocomasprprias mos e circulassem ao longo da sala olhando para dentro da moldura (formadapor suas mos), enquadrando o que eles desejassem; seja um colega, um lugar da salaem que estvamos, etc.______________________________________________________________________________________Emseguidapedimosquesesentassemparaquefosseiniciadaasegundaetapaque a de motivao, onde foi utilizada uma apresentao em Power Point contendo: oque fotografia, quais as funes de uma cmera e algumas noes de como se compeuma imagem harmoniosa com o equipamento. Foi exposta a importncia de refletir antesdesefotografar,almdequeumaimagemcompostaporelementos cuja escolhadequaldelesenquadrarfaz todaadiferenanoquevaiserexpresso. Assimfoiinformadoacerca de enquadramento e a importncia do posicionamento da cmera para compor oselementosdesejadosnafotografia;bemcomo, foidestacadaaregradostrs-teros(facilita a harmonia e o equilbrio da imagem e pode ser compreendida rapidamente). Porfim,foidemonstradoumensaiofotogrficocomotema transportes,paraqueelesconhecessem que possvel montar fotografias de acordo com um determinado tema.Naterceiraetapa,a turma ficouresponsvelporfotografarseguindo ostemaspropostos:alegria, amizadeeescola.Almdeseguir asdicasqueobtiveramsobrecomposio e enquadramento. Para a prtica, foram utilizadas as cmeras de celularesque os alunos possuam (j que foram avisados previamente para que trouxessem), almdeumacmeracomumtrazidapelo mediadordaoficina. Durante cercade30min.osalunostiravam dvidasdemonstravamsuas fotosunsaos outros,assimcomo discutiamsobre comoiriamfazerumafotosobredeterminadotema. Aofinaldacontemplao,dedicamos um tempo para que os alunos falassem o que acharam da oficina.RESULTADOS E DISCUSSODevido escolajservinculada aoPrograma MaisEducao, foiobtidamaiorfacilidadedeconvencerosresponsveisdainstituioacercadautilidade destetipodeoficinaartstico-educativa.Foiessencialqueaprofessoraderdiodaturmaestivessepresente; nos fornecendo apoio ao lhedarcomosalunos,comotambmparapresenciar como ocorre e valida uma interveno de cunho educomunicativo em sala deaula. Osalunostiveraminteressedesdeoinciopeloprojetoefoipercebidaarelaofrequentequemuitosdelestmcomafotografia,principalmenteatravsdasredessociais. Ao ocorrer o debate com eles, durante e aps a prtica educativa, foi perceptvelque dificilmente voltaro a enxergar a fotografia da mesma maneira, assim como o olhar______________________________________________________________________________________deles sobreoprpriolugarondeestudam permanecermaisaguadoebuscandointerpretar de maneiras diferenciadas o que enxergam ao seu redor.Apresente oficina orienta alunos acercado usodedeterminadosaparatostecnolgicos. Partindodopressupostodequenosexisteaeducaoformal,mastambm a educao que ocorre atravs dos meios de comunicao, entre eles um meiode comunicao visual como a fotografia.Assim, a oficina aqui exposta abre espao para o fazer do prprio aluno atravs daprtica, ondeesta passaadesenvolver a criatividade,raciocnio,conhecimento eprincipalmenteoseusenso crtico,considerando queparafotografarexigidaa suainterpretaodomundo. Comoafirma Mcluhan (2005), aquelequefotografasempreimpepadresaseustemas,sendoqueemboraemcertosentidoacmeradefatocapture a realidade, e no apenas as interprete, as fotos so uma interpretao do mundotanto quanto as pinturas e os desenhos, por exemplo.Duranteaaplicao tambm foi presenciadoocotidianodeeducadoresecomoeleseosalunosprecisamdenovasformasdeintegrarocotidianoextra-escolar,comnovas linguagens, dentro de sala e de forma didtica.Asoutraslinguagenspressionamapartirdefora,existemnafalados alunos e nas conversas dos professores, circulam entre as salasdeaula,nosespaosdereunio,noscorredores,noptio,tmexistnciasubterrnea.Ocorreque,hoje, tantoosmeiosdecomunicao passaram a funcionar como mediadores dos processoseducativos quer formais quer informais e no nos referimos apenasaosrecursosadistncia comoaescoladeixoudeser exclusivaagncia de promoo educacional. (CITELLI, 2004)CONCLUSO inegvel a necessidade de inovao na educao. Inovao esta que se d nosomente ao incluir novas tecnologias, mas no incluir o dia a dia extra-escolar do aluno noprprio ambiente escolar, j que h necessidade da educao refletir o mundo com que oalunolidanopresenteeque influenciar numarealidadefutura. Apesardetalpresenano dia a dia dos alunos, ainda raramente a fotografia tem tido espao como instrumentoeducador e de contextualizao das relaes sociais no ambiente escolar.______________________________________________________________________________________Umdosespaosmaisapropriadosparaainclusodestetipodecontedonoensinointegral, quenocasodoBrasil, temseexpandidoatravsdoProgramaMaisEducao. A essncia do ensino integral est principalmente na insero social do aluno,servindodesubterfgiocontraasmazelassociais,mas,almdisto,esteespaodizrespeito transciplinaridade.Na oficinaaquianalisada,alunoseprofessorpassaramporumaexperinciaconjunta,ondea fotografia semostrouummeioderelacionar contedoseducativosformais atravsdatransdisciplinaridade. Istoporquea anlise de determinadasimagensou a prpria prtica fotogrfica pode ser direcionada geometria, interpretao textualutilizando-se de imagens, a compreenso de aspectos geogrficos e histricos, etc. Assimcomoabreapossibilidadede queaeducaoocorra semquehajadivisoentre taisdisciplinas e sim se faa no conjunto de um conhecimento praticado e desenvolvido peloprprioaluno. Valeressaltarqueopresenteartigopropeaoprofessor atuarcomomediadordaaplicao,ondeseu papel principalserrealizado: ode atuarcomomediador do conhecimento atravs das vivencias do aluno, sendo que o estudante passaa ser protagonista de todo o processo educativo.REFERNCIASCITELLI. Adilson. (Coordenador). Outras linguagens na escola: publicidade, cinema eTV, rdio, jogos e informtica. 4. Ed. So Paulo: Cortez. 2004.COLLAGRANDE, Claudia. Arteterapia na prtica dilogos com a Arte-Educao. Riode Janeiro: Wak Editora, 2010.MCLUHAN,Marshal. Osmeiosdecomunicaocomoextensodohomem. SoPaulo:Cultrix, 2005.REDESALESIANADEESCOLAS(Org). Educomunicao:desafiofamliasalesiana. 1. ed. Braslia: Cisbrasil - CIB, 2010.