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Preço 1 $00 Quarta feiro, 1 de Janeiro de 1958 Ano III No 146 N O V O A N O PALAVRAS DE FÉ Proprietário, Administrador e fditor v. S. M O T T A P I N T O REDACÇÃO E AlJMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PBREIRA - 18 - TELEF. 026 467 --------------------------------------------- M O N T I J O ----------------------------------------- i----- OOMPOBIÇiO a IMKtBSSÀO — TIPOGRAFIA «GRAJTSX» — TELEF. 026 236 — MONTIJO S A U D A Ç Ã O Mais um ano se escoou na ampulheta do tempo c mais outro se aproxima. O que acaba de chegar, tal como o que partiu e os autet iores, foi saudado com manifestações festivas, com saudações alegres, com votos optimistas. São as esperanças de sempre. O ano de 1958 é, como o foram quantos passaram, uma incógnita. Kem astrologias, nem profecias, nem filosofias podem de- terminar o futuro deste planeta. Apenas podemos, em consciência, emitir votos e pronun- ciar aspirações. K neste campo que devemos enfileirar. Pelo menos daremos às almas ansiosas aquele calor de mágico revérbero que enternece e se transforma em novas forças, em criadoras energias. A Esperança tem, realmente, esse poder. Com ela se vencem obstáculos julgados intransponíveis, se alicerçam novos castelos que, na maioria das vezes, não passam ilos cavoucos, se arriscam aventuras que, quase sempre, são meras utopias. Todavia, cria-se ânsia, vontade, coragem... e vive-se. Viver, eis a meta suprema que a Humanidade relanceia em todos os instantes, através de amarguras, de alegrias, de desesperos, de satisfações. E a Vida Humana, pois, este constante latejar. Mais um ano, outro ano ainda, e o latejo continua. Que todos oblatemos um pouco do sacrifício próprio em ho- locausto ao Bem da Comunidade e levemos, no ritmo dos passos orientadores, o desejo dignificante de sermos melhores em 1958 do que fomos em 1957. Se todos assim fizermos, a Esperança transformar-se-á numa certeza fraterna que servirá para bendizer este ano que t/urge nesta saudação. Um novo Ano vai começar lentro em breve. Este que inda agora nâo terá sido nelhor nem pior do que os Dutros, mas simplesmentes iiferente, — a diferença de er destruído ilusões a uns ndivíduos e de as ter ge- ado e acalentado noutros. Mo fundo, a mesma interro- gação de sempre, incógnita jue acompanha a inquieta- do do homem durante a sua jxistência : será o novo Ano nais favorável aos meus de- sígnios ? Cada ano que acaba tem i sua história. Nas suas pá- ginas há gritos de protesto, ágrimas de desespero e de ibandono; há também risos le satisfação, murmúrios de imor e orações de fé. Esta diversidade de emo- ções e de sentimentos, tão :aracterística da luta do dia i dia, faz com que o homem ncare o futuro como uma porta secreta, misteriosa, onde se abrigam as mais surpreendentes novidades e as mais estranhas revelações. Ele entra nessa porta não como senhor absoluto mas como simples convidado, — o convite para mais um dia de labor. O indivíduo, porém, aca- ---------------p o r ---------- Á L V A R O PEREIRA riciando a esperança que traz consigo, entra no novo ano com outra disposição, outra força, outro desejo de receber, enfim, a justa re_- compensa do seu esforço. É essa ilusão que o faz erguer o mundo colossal das suas fecundas realizações. Alguns sossobram nele, é certo, mas outros, muitos outros, vêm a beneficiar. É o preço que a vida exige para a tornar nais digna e mais útil. Há sempre razões para acreditar num futuro melhor. \ primeira, é de sabermos ]ue a vida incita ao movi- nento, à iniciativa, ao triun- o, correspondendo assim ao intusiasmo e ao sacrifício lo indivíduo. A segunda, é )or estarmos convencidos de ]ue o tempo da escravidão e lo desprezo pelas leis hu- nanas já tez o seu tempo, ioje não se encara o traba- hador como um objecto, uma oisa qualquer. Pelo contra- io, vai-se enraizando a usta certeza de que ele é im elemento indispensável i boa orgânica de qualquer :mpreendimento, e, sobre- udo, vai-se vendo nele um ser humano desejoso de manter o equilíbrio pessoal e familiar a que tem incon- testável direito. Foi longa a luta para se atingir este desiderato, é certo; mas ela chegou final- mente, mercê duma educa- ção mais consentânea com os direitos do indivíduo e da sua liberdade. Nem outra coisa se podia admitir hoje, quando, por quase toda a parte, vai ga- nhando consciência a sublime doutrina de Jesus Cristo. De resto, não se pode consolidar a força e o pres- tígio duma Nação sabendo que o povo sofre a dor do seu abandono, do seu isola- mento. A propósito, convém re- cordar aqui, nesta tribuna em que se defendem as cau- sas justas e legitimamente nacionais, as palavras de Sua Excelência o Senhor Ministro das Corporações, Senhor Dr. Henrique Veiga de Macedo, que tão bem de- finem o nosso pensamento e traduzem de forma inequí- voca o anseio dos nossos Governantes: «Nâo se ficará insensível perante a «miséria imere- cida», a exploração desumana do esforço do trabalhador, a insegurança e a intranquili- dade dos mais fracos, o tra- balho em condições vexató- rias dos operários, das mulheres e das crianças, as violências cometidas contra as mães de família e rapari- gas ao serviço de entidades sem escrúpulos, e o não cumprimento das leis ou con- venções colectivas do traba- (Continua na página 4) ■ÉMMaMMWnrtiiaiÉ PORTUGAL PITORf SCO SINTRA Os jardins da «saudo- íssima.» Sintra sâo qua- Iros paradisíacos que nâo nais esquecem a quem )s observa. O recanto que hoje pu- ilicamos assim nos im- iressiona. Sintra ! Eterna poesia na eter- íidade pitoresca do nosso juerido Portugal! @tánie.ai Dtteqidetai -53 A Bondade a horas fixas iia medida das suas posses. Vou também para aquele que, esquecendo a própria personalidade, acorre solícito a prestar o seu auxílio nas aflições e nas desgraças que encontra no seu caminho. E quero assim inclinar-me porque estou cada vez mais convencido de que a Vida é boa ou má consoante o Ho- mem a fizer, porque já não desisto de afirmar que, se ísse Homem quiser, a Vida )ode tolerar.se e admitir-se. E, no entanto, eu sei e perfilho a teoria de Rollin, — aquela que se exprime íesta frase: — «Não é pos- iível beneficiar toda a gente; nas podemos mostrar Bon- iiade para todos», i Dentro deste campo, acei- tando a impossibilidade ma- lúfesta de todos poderem |>eneficiar o próximo mate- rialmente, defendo a segunda parte, — a que explana a forma prosaica da Bondade generalizada pelo sentimento lato. Esta Bondade, porém, deve nanifestar-se em todos os nomentos, por intuição ou F ducação natural, sem exte- iorizações de propaganda aidosa, apenas por impo- (Continua na página 4) MAIS UM ANO V e jo p a s s a r n a s c o n ía s d o r o s á r io , Q n e a a m p u lh e ta d o te m p o d e s jio u , U n i a n o m a is, n m a n o d e ja d á n o Q u e o D e s tin o e sc r e v e u e a m o r ta lh o u . Nada me impressiona mais e melhor do que observar as acções de Bondade. Dão-me a ilusória espe - rança de que nem tudo está perdido e de que o Homem |é, no fundo e na essência, profundamente BOM. Quando assim observo e penso, excluo as degeneres- cências, as aberrações, os doentes da alma e os hiper- ! trofiados do coração. para aquele que, espontânea e sinceramente, sente as desditas alheias e procura remediá-las ou minorá-las D o s d ia s q u e p a s s á m o s n o c a lv á r io A p e n a s a tr is te z a n o s f ic o u . . . N e m u m s o r r is o g r a to n o * d r io > A S a u d a d e in s c u lp iu e a li d e ix o u ! E e ste q u e c h e g a h o je ? E is o p r o b le m a , y p o n to d e in te r r o g a ç ã o t o te m a Q u e é to d o o m e u te m o r , o m e u c u id a d o ! « O d ia d e a m a n h ã », — a fix a id e ia ! Q u a n d o o b s e r v o a m a r é lo d o s a e ch e ia , O u a n d o v e jo d o is n e to s a m e u la d o ! Vou para o Homem nor- malmente constituído, sabe- dor dos seus deveres morais, " -por \ L V A R O V A L E N T E

OOMPOBIÇiO a IMKtBSSÀO — TIPOGRAFIA «GRAJTSX» — …

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Preço 1 $00 Quarta feiro, 1 de Janeiro de 1958 Ano III No 146

N O V O A N O P A L A V R A S D E F É

Proprietário, Administrador e fditor

v . S . M O T T A P I N T O

REDACÇÃO E AlJMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PBREIRA - 18 - TELEF. 026 467--------------------------------------------- M O N T I J O ----------------------------------------- i-----

OOMPOBIÇiO a IM KtBSSÀ O — T IP O G R A FIA «GRAJTSX» — T E L E F . 026 236 — MONTIJO

S A U D A Ç Ã O

Mais um ano se escoou na ampulheta do tempo c mais outro se aproxima.

O que acaba de chegar, tal como o que partiu e os autet iores, foi saudado com manifestações festivas, com saudações alegres, com votos optimistas.

São as esperanças de sempre.O ano de 1958 é, como o foram quantos passaram, uma

incógnita.Kem astrologias, nem profecias, nem filosofias podem de­

terminar o futuro deste planeta.Apenas podemos, em sã consciência, em itir votos e pronun­

ciar aspirações.K neste campo que devemos enfileirar.Pelo menos daremos às almas ansiosas aquele calor de

mágico revérbero que enternece e se transforma em novas forças, em criadoras energias.

A Esperança tem, realmente, esse poder.Com ela se vencem obstáculos julgados intransponíveis, se

alicerçam novos castelos que, na maioria das vezes, não passam ilos cavoucos, se arriscam aventuras que, quase sempre, são meras utopias.

Todavia, cria-se ânsia, vontade, coragem... e vive-se.Viver, — eis a meta suprema que a Humanidade relanceia

em todos os instantes, através de amarguras, de alegrias, de desesperos, de satisfações.

E a Vida Humana, pois, este constante latejar.Mais um ano, outro ano ainda, e o latejo continua.Que todos oblatemos um pouco do sacrifício próprio em ho­

locausto ao Bem da Comunidade e levemos, no ritmo dos passos orientadores, o desejo dignificante de sermos melhores em 1958 do que fomos em 1957.

Se todos assim fizermos, a Esperança transformar-se-á numa certeza fraterna que servirá para bendizer este ano que t/urge nesta saudação.

Um novo Ano vai começar lentro em breve. Este que inda agora nâo terá sido nelhor nem pior do que os Dutros, mas simplesmentes iiferente, — a diferença de er destruído ilusões a uns ndivíduos e de as ter ge­ado e acalentado noutros. Mo fundo, a mesma interro­gação de sempre, incógnita jue acompanha a inquieta­d o do homem durante a sua jxistência : será o novo Ano nais favorável aos meus de­sígnios ?

Cada ano que acaba temi sua história. Nas suas pá­ginas há gritos de protesto, ágrimas de desespero e de ibandono; há também risos le satisfação, murmúrios de imor e orações de fé.

Esta diversidade de emo­ções e de sentimentos, tão :aracterística da luta do diai dia, faz com que o homem ncare o futuro como uma

porta s e c r e t a , misteriosa, onde se abrigam as mais surpreendentes novidades e as mais estranhas revelações. Ele entra nessa porta não como senhor absoluto mas como simples convidado, — o convite para mais um dia de labor.

O indivíduo, porém, aca-

---------------po r ----------—

Á L V A R O P E R E I R A

riciando a esperança que traz consigo, entra no novo ano com outra disposição, outra força, outro desejo de receber, enfim, a justa re_- compensa do seu esforço. É essa ilusão que o faz erguer o mundo colossal das suas fecundas realizações. Alguns sossobram nele, é certo, mas outros, muitos outros, vêm a beneficiar. É o preço que a vida exige para a tornar nais digna e mais útil.

Há sempre razões para acreditar num futuro melhor.

\ primeira, é de sabermos ]ue a vida incita ao movi- nento, à iniciativa, ao triun-o, correspondendo assim ao intusiasmo e ao sacrifício lo indivíduo. A segunda, é )or estarmos convencidos de ]ue o tempo da escravidão e lo desprezo pelas leis hu- nanas já tez o seu tempo, ioje não se encara o traba- hador como um objecto, uma oisa qualquer. Pelo contra­io, vai-se e n r a i z a n d o a usta certeza de que ele é im elemento indispensáveli boa orgânica de qualquer :mpreendimento, e, sobre- udo, vai-se vendo nele um

ser h u m a n o desejoso de manter o equilíbrio pessoal e familiar a que tem incon­testável direito.

Foi longa a luta para se atingir este desiderato, é certo; mas ela chegou final­mente, mercê duma educa­ção mais consentânea com os direitos do indivíduo e da sua liberdade.

Nem outra coisa se podia admitir hoje, quando, por quase toda a parte, vai ga­nhando consciência a sublime doutrina de Jesus Cristo.

De resto, não se pode consolidar a força e o pres­tígio duma Nação sabendo que o povo sofre a dor do seu abandono, do seu isola­mento.

A propósito, convém re­cordar aqui, nesta tribuna em que se defendem as cau­sas justas e legitimamente nacionais, as palavras de Sua Excelência o Senhor Ministro das Corporações, Senhor Dr. Henrique Veiga de Macedo, que tão bem de­finem o nosso pensamento e traduzem de forma inequí­voca o anseio dos nossos G overnantes:

«Nâo se ficará insensível perante a «miséria imere­cida», a exploração desumana do esforço do trabalhador, a insegurança e a intranquili­dade dos mais fracos, o tra­balho em condições vexató­rias dos o p e r á r i o s , das mulheres e das crianças, as violências cometidas contra as mães de família e rapari­gas ao serviço de entidades sem escrúpulos, e o não cumprimento das leis ou con­venções colectivas do traba-

(Continua na página 4)■ É M M a M M W n r t iia iÉ

P O R T U G A L

P I T O R f S C OS I N T R A

Os jardins da «saudo- íssima.» Sintra sâo qua- Iros paradisíacos que nâo nais esquecem a quem )s observa.

O recanto que hoje pu- ilicamos assim nos im- iressiona.

Sintra !Eterna poesia na eter-

íidade pitoresca do nosso juerido Portugal!

@tánie.ai Dtteqidetai -53

A Bondade a horas fixasiia medida das suas posses.

Vou também para aquele que, esquecendo a própria personalidade, acorre solícito a prestar o seu auxílio nas aflições e nas desgraças que encontra no seu caminho.

E quero assim inclinar-me porque estou cada vez mais convencido de que a Vida é boa ou má consoante o Ho­mem a fizer, porque já não desisto de afirmar que, se ísse Homem quiser, a Vida )ode tolerar.se e admitir-se.

E, no entanto, eu sei e perfilho a teoria de Rollin,— aquela que se exprime íesta frase: — «Não é pos- iível beneficiar toda a gente; nas podemos mostrar Bon-

iiade para todos»,i Dentro deste campo, acei­tando a impossibilidade ma- lúfesta de todos poderem |>eneficiar o próximo mate­rialmente, defendo a segunda parte, — a que explana a forma prosaica da Bondade generalizada pelo sentimento la to .

Esta Bondade, porém, deve nanifestar-se em todos os nomentos, por intuição ou

F ducação natural, sem exte- iorizações de propaganda aidosa, apenas por impo-

(Continua na página 4)

MAIS UM ANOV e j o p a s s a r n a s c o n í a s d o r o s á r i o ,

Q n e a a m p u l h e t a d o t e m p o d e s j i o u ,

U n i a n o m a i s , — n m a n o d e j a d á n o

Q u e o D e s t i n o e s c r e v e u e a m o r t a l h o u .

Nada me impressiona mais e melhor do que observar as acções de Bondade.

Dão-me a ilusória espe­rança de que nem tudo está perdido e de que o Homem

|é, no fundo e na essência, profundamente B O M .

Quando assim observo e penso, excluo as degeneres- cências, as aberrações, os doentes da alma e os hiper-

! trofiados do coração.

para aquele que, espontânea e sinceramente, sente as desditas alheias e procura remediá-las ou minorá-las

D o s d i a s q u e p a s s á m o s n o c a l v á r i o

A p e n a s a t r i s t e z a n o s f i c o u . . .

N e m u m s o r r i s o g r a t o n o * d i á r i o >

A S a u d a d e i n s c u l p i u e a l i d e i x o u !

E e s t e q u e c h e g a h o j e ? — E i s o p r o b l e m a ,

y p o n t o d e i n t e r r o g a ç ã o t o t e m a

Q u e é t o d o o m e u t e m o r , o m e u c u i d a d o !

« O d i a d e a m a n h ã », — a f i x a i d e i a !

Q u a n d o o b s e r v o a m a r é l o d o s a e c h e i a ,

O u a n d o v e j o d o i s n e t o s a m e u l a d o !

Vou para o Homem nor­malmente constituído, sabe­dor dos seus deveres morais,

" -— por —

\ L V A R O V A L E N T E

— M O N T i T Õ0 M a td l d e «A P r o v ín c ia »

2 A P R O V IN C IA

| PROfISSIOHAL |

M é d i c o s

Dr. á v e l i n o Rocha B a rb o saDas 15 às 20 h.

R. Alm irante Reis, 68, 1." Íe lef. 026245- M O N T I JO

Consultas em Sarilhos Grandes, is 9 horas, todos os dias, excepto is sextas feiras.

D r . fa u s to N e ivaLargo da Igreja, 11

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Df.* I sab e l Gomes PiresEx-Estagiária do Instituto Português de Oncologia.

Doenças das Senhoras Consultas às 3.as e 6.as feiras

!(. Almirante Keis, 68-1.° - Montijo Todos os dias

Rua Morais Soares, 116-1.° LISBOA Telef. 48649

Médicos VeterináriosDr. C r i s t ia n o da Si lva M endo nçaAv. Luís de Camões - MONTIJO Telef.* 026502 - 026465 - 026012

P a r t e i r a s

Augusta M a rq . C h a r n e i r a M o re iraParteira-Enfermeira

Diplúmada pela Faculdade de Medicina de Coimbra

R. José Joaquim Marques — N.° 231 M O N T I J O

A rm a n d o LagosParteira-Enfermeira PARTO SEM DOR

Kx-estagiária das Maternidades de Paris e de Strasbourg.

De dia - R. Almirante Reis, 72 Telef. 026038

De noite - R. Machado Santos, 28 MONTIJO

Telefones de u r 3ê n c i o

Hospital, 026 046 Serviços Médico Sociais, 026198

Bombeiros, 026048 Taxis, 026025 e 026479

Ponte dos Vapores, 026425 Polícia, 026144

Obras de Álvaro Valente— «Eu», livro de sonetos,

esgotado; «Daqui.. . fala Ri­batejo», contos monográficos, 30 escudos; «Pedaços deste Ribatejo», folclore e costumes, 30 escudos; «A minha visita ao museu de S. Miguel de Ceide», folheto, 5 escudos; «Hino a Almada», em verso, 10 escudos; «Grades Eternas», estudos sociais, 15 escudos; «Vidas Trágicas», romance, 15 escudos; «Viagem de Maravi­lhas», reportagem, 20 escudos.

Pedidos à Redacção de «A Província».

^ j - ú t ô p h u eTrabalhos para amadores fotografias d'flrte Aparelhos fotográficos

Reportagem FotográficaRia Bulhão Pato, 11 - MONTUO

C o m o anunciámos no nosso número de Natal, rea­lizou-se na Tertúlia, pelas 10 horas, a Festa dos Po­brezinhos.

Com a assistência dos srs. Comandantes da Polícia de Segurança Pública e da Polícia de Viação e Trânsito, assinantes, colaboradores, e amigos do nosso semanário, procedeu-se à distribuição do bodo, dos brinquedos, das roupas, agasalhos, cal­çado, etc..

Foram contempladas 124 famílias e perto de 200 crianças.

A Árvore de Natal, ao centro do salão, donde pen­diam também brinquedos e enfeites, e s t a v a ornamen­tada com números de «A Província» dos natais ante­riores, balões, filigranas e serpentinas.

Foi uma festa simples, encantadora, mas profunda­mente emotiva.

Não o dizemos como pro­paganda ou reclamo. Dizê- mo-lo porque assim foi, na verdade.

As famílias pobres rece­beram : pão, açúcar, café, massas, arroz, feijão, m ar­garina, caldos em pacotes, laranjas, tangerinas, bana­nas e broas; as crianças, doces, bolos, bolachas, brin­quedos, r o u p a s , sapatos, sandálias; e as viúvas e viúvos, além dos géneros, donativos em dinheiro.

Procedeu à distribuição t o d o o funcionalismo do nosso jornal, c o a d j u v a d o por D. Ofélia Valente, sr. José Ramos Dias e o menino António Baltazar Valente Ramos Dias.

Ficámos muito satisfeitos com a nossa festa e todos os corações bem formados, decerto, o ficaram também.

A todos que nos auxilia­ram e coadjuvaram manifes­tamos a nossa gratidão.

Repetimos : Muito obriga­dos a todos.

— Bem hajam !Últimos donativos e ofer­

tas :Transporte : 1,728$70.Donativos : — D. Maria de

La Salete Rodrigues Ascen­

são, 50$00; sr. Germano Bentes, de Beja, 50$00; sr. Artur Pereira, 10$00; firma João Cândido Belo & C .a, Ltd.3, 300S00; Sociedade Filarmónica 1.° Dezembro, 20$00; Salão Amélia, M on ­tijo, 20$00; sr. Afonso de Matos, 15$00; Anónimo, 100$00; sr. Dr. José Luís de Sousa Júnior, 50$00; anónimo, 10$00; «Os Pa l­meiras», 30$00; sr. Francisco Pedro Farreu, 20$00, e D. Ilda Ramalho, 10$00.

O fertas : D. M aria de La Salete Rodrigues Ascensão, 16 peças de roupa de criança,2 pares de sapatos, e uma pequena mala; D. M aria Teresa Rodrigues Ferreira, 12 peças de roupa de criança e um par de sapatos.

Num propósito muito di­gno e muito apreciável, a Comissão das Festas Popu­lares de S . Pedro teve a gentileza de nos enviar um exemplar do seu relatório e contas, referentes às suas actividades do ano de 1957.

Por esses documentos se analisa e se avalia a prodi­giosa acção dessa Comissão incomparável que, mal termi­nam as Festas dum ano, logo entra em trabalhos constan­tes para as do ano futuro, sempre de olhos fitos no prestígio da organização e de Montijo.

E ’ verdadeiramente notá­vel o que se observa através desse relatório, e vale a pena, para c o n h e c im e n t o público e para consagração do esforço dispendido, fazer um resumo elucidativo acerca dos pontos mais importan­tes.

Assim, p e r c o r r e n d o os mapas, as diversas rubricas, os vários capítulos descri-, minativos, observa-se que as receitas totais subiram a 719.893$10 e as despesas a 699.270$ 15, dando um saldo

Estas duas ofertas vinham acompanhadas de sentidas cartas das ofertantes, com a enternecedora comunicação de que enviavam essas ofer-

■tas por alma de seu saudoso avozinho, sr. António Ba lta ­zar T a v a r e s R o d r ig u e s , nosso antigo assinante, fale­cido em 20 de Dezembro de 1956, e bem assim doutra carta de sua viúva, sr.a D. Aida da Veiga Marques Ro ­drigues, nossa prezada assi­nante ; do sr. Fernando Fer­reira, 24 sabonetes pequenos e 50 pequenos brinquedos; D. M aria Jú lia Coelho, 2 brinquedos; Café Portugal, uma porção de bolos; e sr. António Cabrita, 2 brinque­dos.

positivo, para o ano de 1958, de 20.622$95.

Depois, observando-se o desenvolvimento de cada ru­brica, conclui-se que as Ban ­das (18) e sua coadjuvação importaram em 35.450$>Ò0, com e x c e p ç ã o da Banda Democrática 2 de Janeiro, de Montijo, cuja colaboração foi gratu ita; que o cortejo a l e g ó r i c o im p o r to u em11.090$75; que as sessões de fogo im p o r ta ram em 55.570$60; que os serviços r e l i g i o s o s importaram em 7.269S10; que a Marcha Lu- m i n o s a i m p o r t o u em 51.728&20; que os Ranchos Folclóricos importaram em 31,147$50; que as ornamenta­ções orçaram por 100.000$00; e que a propaganda impor­tou em 50.195&30.

Por estes números se con­clui também qual a impor­tância das Festas Populares de S . Pedro e da projecção enorme que elas têm na vida de Montijo.

E ’ de realçar a contribui­ção dos s u b s c r i t o r e s na nossa terra, num total de 64.494$00 e bem assim a

b e l i s c õ e s

O r a c á e s t a m o s a g o r a

O u t r a v e z n o A n o N o v o . E s t e , s i m , q u e , s e m d e m o r a ,

V a i s e r a f a v o r d o p o v o !

M a i s b a r a t a a g a s o l i n a

E t a m b é m a m a r g a r i n a ,

Q u e é p a p a f i n a - .

M a i s b a r a t o o p ã o d e l ú

E t a m b é m o T i d e e m p ó ,

D u m a b a n d a s ó !

C a s a s a c i n q u e n t a e s c u d o s ,

E c a r n e s a d e s e s c u d o s ,

E p e s c a d a a c i n c o e s c u d o s !

S a p a t o s a v i n t e e s c u d o s ,

E f a t o s a c e m e s c u d o s ,

C a m i s a s a o i t o e s c u d o s !

A p a z e m t o d o s o s l a r e s

E t a m b é m e n t r e a s n a ç õ e s ;

A m è n d o a s , d o c e s , f o l a r e s ,

T u d o s e m c o n s t i p a ç õ e s /B o n s c o b e r t o r e s ,

T u d o q u e n t i n h o

E s e m t e r f r i o ,

— O ’ m e u s a m o r e s !J s t o é * l i m p i n h o » .

D e « f i o a p a v i o » .

V a i h a v e r f a r t u t a ,

T u d o m a i s b a r a t o ,

— Q u e f e l i z v e n t u r a /E a t é o c a r r a p a t o

V a i p a r a r a t r è s t o s t õ e s \

A c a b a m - s e a s r a l a ç õ e s

E j á n ã o h á q u e t e m e r

N e m r e c e a r .

E a s s i m d e i x o d e a t u r a r

M i n h a m u l h e r . . .

Homem ao mar

dos c i n e m a s , 131.006$80, que bem demonstram o bair­r i sm o e x t r e m e da gente montijense.

O relatório inclui duas merecidas referências : uma, ao sr. Governador C iv il do Distrito, pelas atenções e carinhos dedicados às nos­sas Fe s ta s ; outra, ao Presi­dente do Município, sr. José da S ilva Leite, pela forma como sempre coadjuvou a Comissão ’e lhe deu todo o impulso e entusiasmo

Ao terminar, agradecemos, muito sensibilizados, as pa­lavras ali dirigidas à Im­prensa local e a gentileza do exemplar que nos enviou.

Prestamos com estas sim­ples e desataviadas conside­rações a nossa justa home­nagem à Comissão das Fes­tas Populares de S . Pedro, pela sua tenacidade, dedica­ção, inteligência e devotado amorà terra natal, felicitando na pessoa do seu digníssimo P r e s i d e n t e , Humberto de Sousa, todos os componen­tes dessa heróica plêiada de batalhadores pelo en­g r a n d e c im e n to de nosso Montijo.

Acção de beneficência no Bairro doÀlto das V. Grandes

Secundando a iniciativa lançada pelo nosso jornal, e há pouco le­vada a efeito na quadra festiva d» Natal, o nosso colaborador no Alto das Vinhas Grandes, sr. Manuel Gomes, realizou ontem, com o valioso concurso de prestimosas entidades da nossa vila, uma acção de beneficência a favor dos pobres e crianças daquele bairro vizinho, a qual é digna dos melhores lou­vores. Assim, foram ali contem­plados 43 pobres, com diversos géneros alimentícios, e bem assim algumas crianças com brinquedos.

No próximo número daremos mais desenvolvidos pormenores, felicitando desde já o seu diligente nupreendedor.

Estas Águas = auxiliam eficazmente a digestão, facilitam o traba­lho intelectual e físico logo após as refeições e, poupando o tra­

balho do coração,

P R O L O N G A M A V I D AOs principais doentes que as Á g ins Santas de Carvalhelhos bene­

ficiam são os da pele e dos intestinos.Dão os melhores resultados em quase todos os eczemas, na pso- ríase, nas colites, prisão de ventre, mau funcionamento dos rins,

bexiga e vesícula, hipertensão arterial, etc..

Agente exc lus ivo nos co nce lh os de Montijo , A lcochete e B t n o v e n t e :

P e d r o J o a q u i m b a n d e i r a

T e l e f o n e 0 2 6 1 9 0 M O N T I J O

R e l a l ó r i o e c o n t a s d a

Comissão das f , Populares de S. Pedro

r-i-958 A P R O V I N C I A

AGEhD Ae l e g a m e

AniversáriosJANEIRO

— No clia 1, completa as suas 17 risonhas primaveras a gentil me­nina Maria Manuela da Silva Cai­xado, irmã da nossa dedicada fun­cionária. menina Maria José da Silva Caixado.

_ No dia 2, a sr.a 1). Cecília da Conceição Fernandes, esposa do nosso estimado assinante sr. Fran­cisco José Pelirú, residente na Atalaia._No dia 2, a menina Ana Ma­

ria Firme Rocha, filha do nosso prezado assinante, sr. Raúl Rocha.

— No dia 3, a sr.“ i>. Francelina de Freitas Mimoso, viúva do nosso saudoso assinante, kr. Gabriel da Fonseca Mimoso._No dia 5, completa as suas

21 risonhas primaveras a gentil menina Maria Estrelita Pires Bor­ralho, filha da nossa prezada assi­nante, sr.a viúva de Anlónio Pires Borralho.

— No dia 6, o sr. António Nunes da Costa Peixoto, esposo da nossa estimada assinante, sr. I). Ana Caria Peixoto, residente em Coim­bra.

— No dia 6, o nosso prezado assinante sr. Manuel Marques Pei­xinho completa a bonita idade de 87 anos, pelo que o felicitamos vivamente.

Iguais felicitações a todos.

Nascimenro— No dia 29 de Novembro teve

o seu feliz sucesso a sr.a I). An­gela Maria Ramos Dias Iça, esposa do nosso prezado amigo sr. Fran­cisco Iça Fernandes, na Materni­dade Alfredo Costa, em Lisboa.

O recém nascido foi ali regis­tado. apadrinhando o acto sua tia sr.a 1). Aurora Ramos Dias Canas­treiro e seu marido sr. António Feliciano Canastreiro, nosso esti­mado assinante.

Felicitamos os pais e cumpri­mentamos com afecto os padri­nhos, desejando ao neófito todas as venturas.

O**T““

j oMÊ.

Sociedade Recreativa AtalaienseInauguração da nova sede

M E R C A D O

CENTRALDesta vez é que p a r e c e

certo: — D e v e começar hoje o funcionamento do novo Mercado.

Tínhamos noticiado este facto para o dia 22 do pas­sado mès. D ificuldades bu­rocráticas da últim a hora obstaram à sua realização.

Como, porém, não gosta­mos de enganar os nossos leitores, e quando o fazemos é porque nos induzem em erro, empregamos hoje o verbo p a r e c e r na 3 .“ pessoa do singular do presente do indicativo. . .

Oxalá não nos enganemos agora. J.í não é sem tempo!

Efectuou-se na manhã do pre­térito domingo, dia 29 do mès lindo, nessa ridente e progressiva localidade do nosso concelho, a inauguração da nova e atraente sede da Sociedade Recreativa Ata­laiense, que no dia de hoje com­pleta doze anos de florescente existência.

Já antes das 10,30 horas, na praceta fronteira à sede da colec­tividade se reuniam numerosos habitantes daquela povoação, que aguardavam a chegada das entida­des superiores do Município e convidados, em aspecto festivo pelo acto que iria realizar-se.

A hora designada, chegaram os srs. António João Serra Júnior, digno vice-presidente da Câmara, e vereadores Francisco Tobias Augusto, Tomás Manhoso Iça e Mário Miguel de Sousa Rama, qne foram recebidos sob grandes ova­ções, pelos membros da Direcção e Comissão Pró-Sede da colectivi­dade. Conjunto Musical «Os Ca­nários» e delegados de várias agre­miações do nosso concelho, e da vizinha e amiga Sociedade Filar­mónica Progresso e Labor Samou- quense.

Do nosso concelho estavam re­presentadas a Sociedade Filarmó­nica t.° de Dezembro, e Ateneu Popular de Montijo, a Sociedade Recreativa do Alto das Vinhas Grandes, a Sociedade Recreativa Progresso Afonsoeirense e a Aca­demia Musical União c Trabalho, de Sarilhos Grandes.

Após o corte da fita simbólica e percorridas as airosas dependên­cias da nova sede, deram ali en­trada numerosos sócios da Socie­dade e suas famílias, que por com­pleto encheram o salão de festas da colectividade.

Aberta a sessão solene inaugu­ral, tomou a presidência o sr. An­tónio João Serra Júnior, que se fez ladear dos vereadores presen­tes: presidente da Direcção da Sociedade, sr. Acácio Rodrigues da Silva; elementos da Comissão Pró-Sede, srs. António Rodrigues Samoreno Júnior, Manuel Ri­beiro Cabete. e Fernando de Oli­veira Caçador; comandante do Posto da G. N. R,, sr. Joaquim Manuel da Ressurreição ; repre­sentantes de colectividades; nosso director, sr. Alvaro Valente; e pelo nosso confrade «Gazeta Se­tubalense», o seu correspondente, sr. Elisiário Joaquim de Carvalho.

E111 destaque, as sr.as prof.a I). Inocência dos Santos, Perpétua Figueiredo e Ernestina Figueiredo Santos, agregadas femininas da Comissão Pró-Sede.

Igualmente se salientava o Con­junto Musical «Os Canários da Atalaia», com a sua graciosa «mas- cotte», menina Marília Alves da Costa.

Usaram da palavra nesta sessão solene os srs. Acácio Bodrigues da Silva, Manuel Ribeiro Cabete, Fernando de Oliveira Caçador, respectivamente, pela Direcção e Comissão Pró-Sede; Custódio Car­rusca de Sousa, pelo Conjunto Musical «Os Canários»; nosso Di­rector, sr. Álvaro Valente, por «A Província»; e por fim. o sr. vice-presidente do Município, An­tónio João Serra Júnior, que alu-

S A N F ER, L. DASEDE Hl ARMAZÉNS

Lj394, Rua Je 5. lulião, 41-1.° |||| filOIITDO, Rua da Bela VistaA E R O M O T O R S A N F E R o moinho que resistiu ao 1 ?í;ciclone — F E R R O S para construções, A R A M E S , °^ A R C O S , etc.C IM EN T O P O R T L A N D , T R IT U R A Ç Ã O de a lim en­

tos para gados K lC lN Ó B E L G A para adubo de batata cebola, etc. C A R R IS , V A G O N E T A S e todo o m aterial para C a ­

minho de FerroA R M A Z É N S D E R E C O V A G E M

diram ao alto significado do acto que ali se estava realizando.

Foi uma sessão de invulgar im­ponência, sendo sublinhadas mui­tas passagens dos discursos pro­feridos com grandes e calorosos aplausos da assistência.

No final desta sessão, efectuou- -se um primoroso «copo de água», que serviu para um maior estrei­tamento de relações entre os con­vivas, dirigentes e valiosos cola­boradores da prestimosa sociedade atalaiense.

Solenizando este acontecimento festivo, e'ectuou-se naquela noite um imponente baile, o qual foi abrilhantado pelas Orquestras «Os Vencedores», de Kio Frio, e «Os Canários», da localidade em festa, o qual decorreu com grande bri­lhantismo, com a colaboração da distinta e jovem acordeonista mon­tijense, menina Maria Teresa dos Santos Carvalho.

E de. maneira tão digna e sim­pática para o laborioso povo da Atalaia, — que encantou todas as píssoas que assistiram à grande jornada alcançada no passado do­mingo, 29, vai agora a honrosa Sociedade Recreativa Atalaiense ingressar no seu 13.° ano de pre­clara existência, como factor do maior desenvolvimento da terra onde desenvolverá a sua actividade futura, para elevação do prestí­gio da Atalaia.

Por estes dois nobilitantes fac­tos, felicitamos a população local e todos aqueles que tèm dado o seu melhor esforço pelo engran­decimento da sua agremiação re­creativa e cultural.

ifmagem na nossa Praça

Em virtude da primeira tenta­tiva não ter satisfeito, repetiu se 110 dia 28, pelas 11 horas, a film a­gem da parte da película «Sangue Toireiro», em que actuam Diaman­tino Vizeu e Amália Rodrigues.

O espada Diamantino Vizeu, logo no 1.“ toiro que saiu, ao ter­minar a lide, foi colhido de ver- clad, ficando ferido e recolhendo à enfermaria, onde foi tratado pelo sr. Dr. Fausto Neiva. O ferimento foi suturado com quatro agrafes.

Ao regressar á Praça, Diaman­tino foi alvo duma grandiosa ma­nifestação.

Continuando a lidar o 2.°, 3.°, 4.* e 5.° toiro, foi novamente colhido neste último, mas sem qualquer gravidade desta vez.

Lamentamos o sucedido ao dis­tinto artista português e fazemos sinceros votos de restabelecimento.

O mais curioso é que da pelí­cula fazia parte uma «colhida», devidamente preparada, o que ati­nai, não foi necessário em lace do acontecido.

O homem põe... e o Destino dispõe.

Uma visita ao flsílo deS. losé e ao seu

PresépioNo dia 28 do passado Dezembro,

a convite da Ex.ma Direcção, o Director de «A Província», acom­panhado por todo o pessoal da nos­sa Redacção e ainda por D. Ofélia Valente, seu filho António Balta­zar Valente Ramos Dias, D. Alzira Gomes Fastino e seu marido sr. José Gomes Faustino, sargento da Base Aérea N.° 6, visitou o Asilo de S. José, da nossa terra.

Aguardados e recebidos pela Regente, sr.a D. Maria Joaquina Baptista, os visitantes apreciaram e admirar.m o Presépio, assistindo depois no refeitório ao jantar dos 28 vèlhinhos e 8 vèlhinhas, ali in­ternados.

Dislribuiram-se tabaco, papel e fósforos aos vèlhinhos, chocolates às velhinhas, e broas a todos.

Entregou-se também um vale de 10 quilos de pão da benemérita pa laria Pinto Ramos iSk Miranda, ila rua José Joaquim Marques, e outro de 8 quilos de «A Provín­cia» o que perfez 18 quilos.

Como sempre, a visita impres­sionou profundamente os visitan­tes, aos quais o asilado José da Madalena agradeceu em nome de todos os internados, o carinho e as ofertas entregues.

No final, todos os asilados, sob a direcção da sua Regente, entoa­ram o Hino ao Menino Jesus, o que foi entusiàsticamente aplau­dido.

«A Província» agradece, por sua vez, à Ex.ma Direcção o convite que lhe dirigiu e faz sinceros vo­tos pelas prosperidades da hene- merente instituição.

F U R T OForam capturados pela P. S. P.

do posto desta vila, Ismael Cor­reia Boiões, de 27 anos de idade, solteiro, trabalhador e Manuel Avelino Cardeira, de 31 anos de idade, solteiro, pedreiro, ambos re*identes nesta vila, por na noite de 20 para 21 do corrente, terem assaltado um armazém pertencente a António Fernandes da Silva, comerciante nesta vila, furtando dali 5 garrafões contendo 40 litros de aguardente, 15 latas de con­serva de peixe de diversas quali­dades, pequenas, e ainda 4 latas de atum em conserva, com o peso de 2,5 quilos cada. Os autores destes lurtos foram enviados ao poder judicial, bem como o respectivo processo.

Muito concorreu para a desco­berta do furto o nosso estimado assinante, sr. Carlos Santos, guar- da-nccturno nessa área.

| A G D A

I U T I L I T Á R I A !íl

Farmácias de Serviço

5."-feira, 2 — H i g i e n e6.’ -feira, 3 — D i o g o Sábado, 4 — G i r a l d e s Domingo, 5 — M o n t e p i o2."- Peira, 6 — M o d e r n a3." - feira, 7 — H i g i e n e j4."-feira, 8 — D i o g o

0 Natal dos pobres em M O N T I J O

C o n f e r ê n c i a d e S . V i c e n t e

d e P a u l o

Independentemente da benfazeja acção desenvolvida durante o ano findo, não quis deixar esquecida a última quadra festiva, a Conferên­cia de S. Vicente de Paulo, de Montijo. prestando o seu auxílio de caridade ao pobres desta vila e dos bairros vizinhos.

Além dos benefícios que durante o ano prestou em géneros, subsí­dios para medicamentos, rendas de Inbitaçõo e outros ocasionais, distribuiu por ocasião do Natal cobertores e géneros a 16 pobres, na importância aproximada de Esc. 1.280100.

Iniciativas des!a categoria são dignas do melhor apreço e mere­cedoras do maior elogio.

i g r e j a E v a n g é l i c a P r e s b i ­

t e r i a n a

Ao que nos constou, esta Igreja Evangélica, da nossa vila, não ol­vidou igualmente esta quadra fes­tiva, para minorar a situação de alguns pobres do nosso concelho, e contemplou-os também com do­nativos e géneros, além de ter be­neficiado algumas crianças, com vestuário e calçado.

Que bem hajam todos os seus fiéis, na sua altruísta cruzada de beneficência.

Dr* Santos MarceloDoenças nervosas e mentais

Consultas e tratamentos — pri­meiros e terceiros sábados de cada mês, ptlas 12 horas, no consultório do Ex.m° Sr. Dr. Ferreira da Trindade — R. Bulhão Pato, 42- Telefone 026131 - MONTIJO.

3oietim ReligiosoC u l t o C a t ó l i c o

MISSAS5,a-feira, à 5 8,30 e 9 h. (S.° Sk-.'j).6.a-feira, ás 9 e 19 h.Sábado, às 8,30 (Padre Pólvora)

e 9 h.Domingo, às 8, 10, 11,30 e 18 h.

na Igreja Paroquial; às 9 h., no Afonsoeiro; e às 11,30, na Atalaia.

E s p e c t á c u l o sCINEMA TEATRO

JOAQUIM DE ALMEIDAQuinta-feira, 2; (17 anos) Um

filme que não necessita de re­clame «Ele e as mulheres». Em cinemascópio e tecnicolor.

Sábado, 4; (17 anos) Um vigo­roso drama da vida de uma mu­lher «Vivia com ela o pecado» com Anne Baxter. Um film e vigoroso e de alto nível artístico.

Domingo, 5; (12 anos) Matinée às 17,15 - soirée às 21,15 h., o film e que começa onde termina «Sissi»: «Sissi a jovein Imperatriz»; eom Romy Sheneider e todo o grandioso elenco do seu primeiro grande filme.

Terça-feira, 7: (17 anos) A sua beleza provoca paixões e ciúmes que pedem levar ao crime, «En­contro Inesperado»; com Esther Williams no seu primeiro papel dramático.

C í r i o N o v o

d a À f a l a i a

Informam-se os sócios deste Círio, que no próximo dia 5 de Janeiro,— Domingo, pei.is 15 ho­ras, se realiza na sua sede a As­sembleia Geral ordinária, para; Apresentação de Contas e Elei­ção ilos novos Corpos Geren­tes.

A direcção aproveita a oportu­nidade para desejar aos seus asso­ciados e suas Ex.mas famílias e amigo*, Felizes Festas e um Ano Novo repleto de venturas.

Ao ComércioA Direcção do Grémio do

Comércio lembra aos seus Agre­miados que, durante o mês de Ja­neiro, devem dar cumprimento ao exposto na cláusula \Jl.a do Con­trato Colectivo de Trabalho, sub­metendo os mapas «Classificação do Pessoal» à aprovação do I. N. T. P.

Q u e m p e r d e u ?

Encontram-se depositados 110 posto da G. N. R. de Montijo, uma gabardina de fazenda e um porta- -moedas com chaves, que serão entregues a quem provar perten­cer-lhes.

V e n d e - s ePropriedade com área de 16 km.

quadrados, a 3 km. de Montijo* junto à Estrada Nacional.

Nesta redacção se informa.

4 A P R O V IN C IA 1-1-958

Qiónieai Dtrequietai - 53

I Maie a bons( C o n t i n u a ç ã o d a p r i m e i r a p á g i n a )

P r o s a I n v e r n a lsição da própria maneira de ser e de sentir.

Numa palavra: — A Bon ­dade Humana tem que ser S IN C E R A .

O contrário será a nega­ção absoluta do espiritua­lismo que deve presidir à prática dos actos bondosos, a afirmação derrotista da reserva mental e individual dos que, dessa maneira, bus­cam sòmente a celebridade preparada.

Estamos na q u a d r a do Natal.

É o instante sublime em que todos desejam F A Z E R B E M .

Isto só merece encómios, e traz às, nossas almas tão grande conforto moral como o conforto material que os gestos proporcionam aos ma- laVenturados da Sorte.

F A Z E R B E M , espalhar em Volta um pouco de fartura, de bem estar, de felicidade, é divlnizar-se o Homem. E le cumpre assim grande parte do papel sentimental que lhe pertence no drama da Vida.

C o n t u d o , — p e rg u n ta -

lh o ,— enfim, t e a g i r - s e - á contra todos os atentados à dignidade e à personalidade dos trabalhadores e aos di­reitos das suas famílias.»

E mais adiante, numa pas­sagem doutro notável dis­curso :

<0 salário justo é exigên­cia da dignidade do traba­lhador, enquanto pessoa, e como tal sujeito da economia nacional. O trabalho não é uma mercadoria, nem o tra­balhador um objecto ou uma máquina, mas um homem, com deveres e direitos, e com necessidades pessoais e familiares.

A nossa Revolução pro­clama estes princípios, mas eles só serão da Revolução se passarem, progressiva e seguramente, da lei ou da doutrina para o campo das realidades.»

Eis as palavras dum emi­nente estadista que, acima de tudo, não esquece a sua condição de Flomem e de chefe de família. Palavras que traduzem a melhor ga­rantia na defesa dos legíti­mos interesses de todos os portugueses que trabalham.

Os nossos votos, no limiar do ano que se avizinha, são que aquelas palavras de fé

Valério da fonsecafabricante de apoias de borracha para Iodas as marcas de automóveis.

Rua França Borges, 52

L A V R A D I O

m os— , porque há-de ser apenas nesta quadra ?

Porque se hão-de lembrar dos d e s p r o t e g id o s unica­mente nestes dias, deixando ao abandono durante o mais do tempo aqueles que con­tinuam com a mesma des­ventura, com a mesma falta de protecção ?

Será como os que apenas se lembram dos mortos que­ridos no Dia de F inados?

A Bondade a horas fixas tem pouca elevação se não se prolongar por todos os instantes, por todos os mo­mentos propícios que, infe­lizmente, não faltam.

A B o n d a d e nào deve guiar-se por relógios, nem por despertadores.

Deve guiar-se pela Cons­ciência e despertar ao claro som dos gemidos que se desferem a toda a hora, em todos os dias, nos vários sectores da vida.

Doutra forma, será mais uma m en t i r a no quad ro geral . . .

e de alto sentido político e humanístico, sejam sentidas e compreendidas por toda a g e n t e , principalmente por aqueles cuja riqueza faz es­quecer por vezes a angústia dos fracos e dos necessita­dos. E que a Paz regresse ao mundo, não como símbolo ameaçado mas como conso- ladora realidade.

Álvaro Pereira

PeiaI M P R E N S A

— Com seu n.° 154 entrou o nosso colega «Jornal de Almada», de que é director e proprietário o P. Manuel Marques, no 4.° ano da sua existência jornalística.

Cumprimentamos e desejamos longa e prolongada vida de inten­sas prosperidades.

— O «Eco do Funchal» deu-nos a honra de transcrever dois arti­gos do nosso Director: «Os atre­vidos» e «Pobie Imprensa Regio­nalista». Agradecemos, muito pe­nhorados.

— Também o «Notícias do Car­taxo» transcreveu a Crónica Irre­quieta,— As homenagens — do nosso Director. Muito gratos.

— E o «Correio de Abrantes» transcreveu o artigo do nosso colaborador Carlos Ribaldo, inti­tulado «Protesto a um senhor gordo». Agradecidos.

— O nosso prezado colega «Ga­zeta das Caldas» teve a amabili­dade de transcrever, no seu n.° 1331, a crítica do nosso colabora­dor M. S. ao livro «Acontecer Poesia...» do Dr. Luís Rosa Rruno.

Gratos pela gentileza.— Com seu n.° 1.306 entrou o

«Jornal de Moura» no 38.° ano da sua existência.

Os nossos cumprimentos e feli­citações por mais este aniversário e votos de longa e próspera vida.

O JORNALDo ilustre publicista Octávio

Rodrigues de Campos recebemos

Esta p r o s a invernal, é simples. Não tem crítica, moral ou filosofia. E ’ oca. Mas, nem por serem ocos, os balões coloridos deixam de ser interessantes. Pode ser que mais alguém pense assim. . .

NO P A R Q U EQ u e deliciosos refúgios

são os parques! Para nós e para os pássaros. . . Aqui há tempos frequentei assi­duamente, durante uns dias, um desses parques, que fe­lizmente pululam em Lisboa.

E is aqui o que me foi dado observar:

1.° D IAEra meio dia e o So l nào

rompera ainda. A bruma cinzenta mal e n c o b r i a o azul do céu., tomando por vezes a sua cor.

A espaços, um So l emba­ciado se divisava por entre nuvens, que corriam impeli­das pela leveza da brisa. Ao contrário do que era de su­por, essa brisa não era fria,— se nos lembrarmos que estamos no Inverno.

As árvores, sem folhas, não se moviam, numa hiber­nação desoladora, como se nâo fossem dotadas de Vida. Os ramos finos, cinzentos e complicados, ofereciam a sua nudez às avezitas, seus habitantes de sempre, que neles pouco tempo paraVam, como se os desconhecessem.

Se ficavam, friorentas, en­colhiam-se, eriçavam as pe­nas e piavam lamentosa­mente, como a perguntar a razão porque, quando mais precisavam de r a m a g e n s protectoras, estas desapare­ciam . . .

Nas áleas, a areia não chiava sob os pés de quem passava; a humidade da noite tornara-a silenciosa.

Os arbustos de folhagem sempiterna, rasteiros, enver­gonhavam as grandes árvo­res com a sua resistência.

Representavam oásis ver­des, num mar de riscos c in ­zentos, erguidos, imploran- tes e desgrenhados ao céu sem Vida.

Passa agora por mim um carrinho com ttm b & b è dor­mente, que a mãe trouxe ao parque.

Volteiam no ar pássaros famintos.

Barulhentos, revo ltados, surgem três numa corrida, ferindo-se no ar.

Pousam num ramo seco, e a luta continua. O que a mo­tiva, não sei; o que é certo é que lutam. Por um grão de comida, por um ninho, por uma fêmea ?

uin cartão com amáveis referências à página «0 Jornal» que recente­mente publicámos. Agradecemos a gentileza das felicitações.

— O nosso prezado Colega «No­tícias de Evora», no seu número 17.220, fez uma gentilissima refe­rência ao nosso modesto semaná­rio, que muito nos sensibilizou.

Com os nossos agradecimentos sinceros, cumprimentamos enter- necidamen te.

Como na vida, o vencido sai cabisbaixo piando, desa­lentado.

Teria razão, direito àquilo porque lutava, talvez; mas a força ou o ardil venceram.

Tudo assim acontece, nem sempre vence a razão !

2.° D IAHoje há Sol. E vento

também. Mas, mesmo assim, vento e Sol são agradáveis.

-------— Por --------------

MÁRIO M A R T I N S

O Sol nâo é muito quente, é timido, anémico, e o vento corre caridoso. Esquecemos o Inverno.

Supomo-nos na Primavera. Só as árvores despidas, mas agora em movimento, nos dificultam a visão.

A visào é outra. Julgamos admirar uma gravura antiga, vendo as nuas, formando um todo esfumado, tendo desta vez um lindo fundo azul, de encontro ao qual se recortam num aglomerado de esguias canas.

Na relva Verde, esbura­cada de castanho terroso, desenham-se arabescos que não são mais do que a som­bra geométrica das árvores.

Um melro passeia o seu luto rigoroso pelo chão al­mofadado. O coro dos chil- reios é alegre, variado, e uníssono. Sinfonia natural que as cordas vocais das minúsculas a v e s t o r n a m sempre igual, mas nunca monótona. Música de fundo, da enorme tela que é a N a­tureza.

5.° D IADe manhã, o nevoeiro era

opaco. A humidade no ar era evidente.

Sobre o rio adensava-se e escondia-se o horizonte. O Vento sopraVa a fôlegos, fresco. Extensas e disformes, imensas m a n c h a s negras manchavam a atmosfera.

O perigo da chuva emi­nente era afastado, por Ve­zes, pelo piscar radioso do Sol, que fazia todos os es­forços por aparecer.

A crença popular pressa­giava chuva para hoje, dia 24 de Dezembro.

Em todo o caso, o parque está cheio de crianças. A l­guns carrinhos de b é b é, «descapotáveis» ou não, es­tacionam junto aos bancos, onde as mamãs fazem «tri- cot».

O vento passa nas árvores; mas estas, indiferentes, não se movem.

Ouve-se, rodeando-nos, o barulho da cidade que re- gorgita de motores. O som que chega até nós, é surdo e potente, — mistura de ron­cos e silvos.

E s t a m o s num mundo áparte, e eu gosto de me sentar no recanto mais cen­tral do parque, para quando olhar à volta me Ver cercado

de árvores, brotando de ex. tensas campinas de relva.

4.» D IADescobri outro recanto do

parque, o lago. Que lindo recan to ! A paz é a mesma,

Sentado num b a n c o jj

sombra escassa duma árvore sem folhas, observo o lago,

A aragem cavalga as on­das esverdeadas e espelhen- tas. Algodoadas, cabriolando, dúzias de patos brincam às regatas.

De Vez em quando, passa o rei desta superfície líquida,— sua majestade o cisne, Imperturbável, de cenho car­regado, mantém a distância os restantes patos «plebeus».

Assemelha-se a um impo­nente transatlântico entrando no Tejo, coalhado de peque­nas embarcações

Inestéticas cegonhas, es­petadas na relva, imóveis, dão ideia de que uma maldi­ção caiu sobre elas, ou que o demónio se ei.carregou delas como obra sua.

Impante e obeso, de ca­beça levantada, um ganso atravessa a relva supondo-se alvo de todos os olhares, talvez desafiando o cisne.

Este, conhece o seu Valor. Desdenhosamente, não se move.

Ao entrar na água, o gan­so é saudado por um coro regougante, que contrasta estranhamente com a melo­dia da passarada.

Chegam agora novos habi­tantes do parque, que eu desconhecia,— os elegantíssi­mos e empertigados pombos de leque.

Que presunção! Mas são bonitos, ainda assim. Vêtnl só de visita, e como intrusos são tomados. Uma persegui-l ção é-lhes movida pe los l patos.

Os pombos, com a supe-l rioridade que as asas lhesl concedem, levantam Voo.l aristocráticos, com o leVel encolher do seu alvo leque,|

Vão pousar sobre um te l lhado vermelho, onde se des-1 tacam nitidamente. Manchas! brancas que se pavoneiam e,l numa meia Volta arrulhantel parecem querer desafiar to-l dos os patos do M undo.-J

** *O tempo piorou. Grossasl

pingas tornam a relva bri-1 lhante. 0 Sol, que aparecei por segundos, é insuficientel para me assegurar uma es I tadia no meu banco predi I lecto.

Vou-me embora, e sintoI pena.

No Natal, porém, é seni l pre o mesmo tempo inconsl tante, como a Sorte, comoal V i d a . . .

Voltarei, esperançado, nJ | Primavera.

Telefone 0869?

''P am hnai f/ttfiijM /iai

Fofo

Álvaro Valente

Palavras de té( C o n t i n u a ç ã o da p r i m e i r a p á g i n a )

1-1-958 A P R O V I N C I A 5

píikUeaçúejL <7ZeethLdai mms Boa Educação ^^S ts& s^r r s í/^ - y ^ í/^ y ^s^S kj rz& ssú A

Os Peres naquela noite tinham ido ao S . Carlos abrilhantar 0 espectáculo de crala com sua presença ele- o-ante. Ele, imponente na casaca nova, talhada por modelos <1o último figurino importado de Londres. Ela, coruscante de jóias, exibia uma «toilette» de linhas re­volucionárias, confeccionada em veludo de seda azul es­curo, trazendo a marca in­c o n f u n d í v e l dos artistas costureiros da grande e clás­sica metrópole da moda. Por isso, boa parte do seu corpo esgalgado patenteava uma nudez hipócrita, que os de­cotes amplos e rasgados deixavam a descoberto muito de propósito. Assim , quem reparasse bem na dama ape­raltada a passear no «foyer» do magnífico teatro, pelo braço do impávido e já gri­salho senhor Peres, notaria filosoficamente que a Huma­nidade cada vez se conhece menos a si própria.

No peito descarnado da senhora D. Angélica avulta­vam as clavículas esburga- das, numa tentativa constante e ansiosa para romperem a pele muito branca, falsamente a sse t inada por acção de cosméticos perfumados. Um colar de pérolas de Ceilão, gradas como sementes de soja oriental, pendia-lhe do pescoço im p e r t ig a d o em duas voltas petulantes, atre­vidas, a dar nas vistas. S o ­bre 0 seio mirrado e estéril, 0 broche de ouro maciço com formas de ave estranha, cujo bico segurava sofrega­mente e n o r m e esmeralda verde mar.

Ao longo das costas nuas, apercebia-se uma penugem rala de coelho recém-nas- cido, que 0 decote audacioso deixava a descoberto, antes de fechar-se numa preguinha subtil a palmo e meio da re­gião dita sacrococcígea.

Um par de brincos aristo­cráticos, semelhando lumi­nosa cascata de diamantes, suspendia-se das pequenas orelhas escarlates, onde as molas apertavam sem dó na carne mole e sofredora.

O penteado caro ondeava a farta grenha louro quente, cor de mel, por sobre a qual ela passava de fugida as mãos finas com dedos ma­gros e unhas tintas a verme­lho, dando ligeiros toques, a remirar-se no vasto espe­lho rútilo, corrigindo algum cabelo rebelde, fugido à dis­ciplina de mestre Baptista da rua do Amparo, que 0 mode­lara a poder de ferros quen­tes, em expansões habituais do seu génio criador.

No rosto escaveirado e anguloso, assentavam cre­mes sabiamente doseados, rebocando as fendas que se adivinhavam 110 frontes­pício de quarenta e tantos anos.

. — Olha A lb e r to , olha 0 visconde Rodrigo ! — excla­mou ela emocionada puxando

manga do marido.— Efectivamente é ele ! —

concordou 0 senhor Peres — e dirige-se para nós.

O visconde aproximou-se do casal, destapando um sor­riso franco. Fazendo uma acentuada curvatura de espi­nha defronte da senhora, pe­gou-lhe suavemente na es­treita mão, pousando nela os lábios ressequidos num beijo leve e delicado.

— Como está encantadora!— cumprimentou galante 0 titular.

— Sempre fiel a si próprio,

-------------- Por -------------Luís fernando da Veiga

caro visconde ! Nunca deixa escapar uma oportunidade, como esta, para se tornar simpático com as suas ama bilidades — disse ela em jeito de a g r a d e c i m e n t o , des­cobrindo um dente postiço 110 sorriso froixo, enquanto 0 Rodrigo se voltava para o esposo.

— E você, Alberto, como tem passado ? A avaliar pelo bom aspecto sàdio do meu amigo, parece-se supérflua esta pergunta.

— Sim , realmente tenho passado bem. Muito bem mesmo, nestes últimos tem­p o s — r e s p o n d e u Alberto sustentando na sua a mão nervosa do outro, em aperto demorado.

— Optimo, óptimo ! Folgo imenso com a notícia. Eu e minha mulher também já nos vimos livres da gripe. Essa maçada tremenda que nos estendeu na cama vários e penosos dias. Têm gostado da companhia lír ica ? É ma­ravilhosa, não acham ? ! Que pena a Fernanda ter ficado em casa : umas visitas, umas primas i n d i g e s t a s como tudo . . . coitada! M as volte­mos ao espectáculo; esplên­dido, h e im ! O velho Verdi se ressuscitasse aqui, não poderia exigir melhor na re­presentação do seu «Otelo». Que lhes parece ?

— Isso é verdade — con­cordou logo 0 Alberto — , es- tupendamente montado, re­presentado e cantado. Que vozes ! . . . que orquestra ! É de facto uma maravilha. . .

— Agora vou fazer-lhes um convite — atalhou o v is ­conde.

— Um convite do visconde Rodrigo é sempre uma honra para quem 0 recebe — de­clarou Alberto, fazendo uma mesura.

— Nem tanto assim ! — corrigiu 0 visconde fingindo- -se modesto — amanhã que­remo-los lá em casa para uma partida de «bridge». Vão conhecer os Fonsecas. Muito simpáticos, muito educados.

— Ah ! Trata-se do indus­trial que enriqueceu com os p lásticos? Bem sei, bem sei. Tenho ouvido falar imenso dele, — descorria 0 Alberto visivelmente entusiasmado com a perspectiva de travar relações novas.

— Pois é esse mesmo — c o n f i rm o u 0 v isconde,— é

esse mesmo que vou ter 0 gosto de lhes apresentar, bem como sua mulher, a formosa Lina.

— Muito obrigada senhor visconde—disse a «madame» Peres, metendo também 0 bedelho na conversa. — Eu por mim detesto conviver com pessoas sem educação. N ã o t e n h o piciência ne­n h u m a p a n aturar gente pouco bem. Adoro as rela­ções, mas só muito escolhi­das.

— Pois apareçam amanhã, porque a esse respeito em nada ficarão d e s i l u d id o s . Neste momento vamo-nos separar e se V. Ex ., minha senhora, me dá licença, des- peço-me já.

O Rodrigo voltou a incli­nar-se palacianamente diante da s e n h o r a D. Angélica. Beijou-lhe outra vez a mão com requintes de elegância e cumprimentando 0 Peres afastou-se em busca do seu lugar na sala, dizendo muitas vezes: «até a m a n h ã , até amanhã, não faltem».

Depois do «bridge», roi uma mãozinha de «canasta» entre dois copos de «wisky». Os convivas extasiavam-se no conforto da casa luxuosa do visconde. A senhora D. F e r n a n d a , a viscondessa, multiplicava-se em pequeni­nas atenções, encantadora­mente preocupada com 0 bem estar dos seus amigos. Um jogo permanente de pa­lavras amáveis vibrava no ambiente com emoliências doces de lisonja, naquela tarde pardacenta e fria de Janeiro.

Os primeiros que sairam foram os Peres. Assoberba­dos por tantas amabilidades, desfaziam-se positivamente em agradecimentos, decla­r a n d o - s e encantados; por sua vez ousaram fazer tam­bém um convite, para daí a uns dias, quando conviesse a todos, porque queriam re­tribuir os momentos adorá­veis que acabavam de viver na companhia daqueles seus amigos e também estreitar ainda mais as relações com os Fonsecas, pois sentiam já náo lhes ser possível arre­darem-se de pessoas tão profundamente atenciosas.

Quando os anfitriões vol­taram de acompanhar à porta os Peres, 0 senhor Fonseca interpelou assim 0 visconde Rod rigo :

— Que gente tão simpática você descobriu !

E a «madame^ Fonseca concluindo:

— São r e a lm e n te muito agradáveis. Dificilmente se encontrará melhor.

— Sinto-me feliz, por lhes ter proporcionado ocasião de conhecerem tão estupendo casal. Contaremos com eles para as nossas próximas reuniões. De acordo?

— C laro ! — responderam à uma os Fonsecas levan­tando-se, dispostos a retira­rem-se também.

— Então já ? Nem mais

— «Portugal d’aquém e d’além mar» — N.8 79 a 81.

Revista Ilustrada.Director— Manuel dos Santos

C.uerra.Redacção — Rua Ilha de S. Tomé,

17-1.° — Lisboa.Todos os números desta bem

elaborada, e sempre muito ilus­trada Revista, são repletos de boa colaboração e de assuntos do má­ximo interesse.

Destacamos, no entanto, o n.° 79, dedicado à visita da rainha Isabel, de Inglaterra, e o N.° 80, inteira­mente dedicado às actividades ro- tárias no nosso país.

Esta Revista Ilustrada impõe-se pela magnífica apresentação grá­fica, belas capas, belo papel, e ainda pelas admiráveis reportagens que insere.

Agradecemos, mais uma vez, a deferência dos exemplares envia­dos.

— Relatório e Contas do Ranco Espírito Santo e Comercial de Lisboa.

Deste conceituado Estabeleci­mento Bancário recebemos este Relatório, em referência a 31 de Dezembro de 195(i.

Por ele avaliámos todo o desen­volvimento deste ano e o volume das transacções ali descritas.

Do seu Balanço junto, vimos o Activo e Passivo, e em seguida a sua Carteira de Títulos e a Conta de Ganhos e Perdas.

De tudo que relatamos, con­clui-se a situação florescente do Banco Espírito Santo e o conceito e a cotação que goza no respec­tivo meio.

Agradecidos pela amabilidade do exemplar que nos remeteram.

— Relatório e Contas da Com­panhia de Seguros «Tranquili­dade» — Lisboa e Porto.

Recebemos, e muito agradece­mos, um exemplar.

Pelo seu conteúdo e atenta lei­tura, concluímos que a «Tranqui­lidade» segue vida próspera na sua trajectória.

O documento está profusamente desenvolvido, com seus balanços e mapas elucidativos.

Muito nos apraz registar nas nossas colunas a gentileza de nos remeterem o aludido exemplar.

uma gota de qualquer coisa, nem mais um bolo? — insis­tia a senhora D. Fernanda numa solicitude amável.

— Nada,’_mais nada, muito obrigado. É noite e temo que o meu sócio francês já me esteja esperando. Janta hoje coiuigo. Vai ser divertido — escusava-se o homem dos plásticos, rindo muito.

O « M e r c e d e s » cinzento claro dos Fonsecas corria a oitenta quilómetros por hora na estrada marginal, com os faróis nos médios devido aos cruzamentos constantes. A í, pouco mais ou menos entre Santo Amaro de O e i­ras e S . Ju lião , o industrial, que segurava nas mãos po­tentes um volante côr de marfim, pisou mais o acela- rador, disposto a ultrapassar um «Lância» e nesse mo­mento ia dizendo à esposa :

— Não há duas opiniões. Aquele Peres é um «gentle- man».

Mas acontecem coisas do diabo. Assim que o Fonseca acabou de falar, um cãozito felpudo e solitário, vindo não se sabe donde, atraves- sa-se na estrada à frente do «Lancia», c u j o condutor evita o atropelamento saindo da mão e metendo travões a fundo. O «Mercedes» emba­lado, é claro, vai bater com o focinho na traseira do outro. Um estampido de la ­tas machucadas, chiadeira de pneus no pavimento, pa­ragem consequente dos ve í­culos e, rápido como um

— Do «(írupo Caras Direitas», de Buarcos, recebemos o livro comemorativo das suas Bodas de Ouro, publicado em Novembro.

A sua leitura conforta-nos a alma e o coração!

Fundado em 1 de Dezembro de 1907, a sua vida associativa é toda ela um repositório de obras de Benemerência e de Cultura.

Aliando a parte recreativa à parte beneficente, o Grupo Caras Direi­tas é um exemplo de nobreza de sentimentos que nos emociona e nos obriga a prestar-lhe as mais sinceras homenagens. E assim du­rante 50 anos, sem ura desfaleci­mento, sem um desânimo, sempre fiel aos princípios que nortearam os seus fun lad >rej, sempre per­sistente na c jnseeução do seu programa altam:nte espiritual.

Pelo livro agora publicido nos certificámos de todas essas obras e iniciativas generosas.

Muito nos apraz fazermos estas referências, tão de acordo orn o nosso modus vivendi. e é-nos particularmente grato felicitar o Grupo pelas suas «Bodas de Ouro» e por toda a sua dignificinte e prestigiosa actuição.

Agradece nos, m íito reconheci­dos, o exeiiplar qu ; n >s enviaram.

— Boletim da Câmara do Comér­cio Belga ern Po tugal. — N.°s 106, 107 e 108.

Redacção — rut Rodrigues Sam­paio, 21 - 4.° — Lisboa.

Formosa publicação esta, em que se c injugam fraternalmente os interess s e as beleza * turísticas dos dois países!

A juntar à muita ilustrada apre­sentação gráfica, notam-se as opor­tunidades comerciiis, os quadros sobremaneira ilucidativos, e os esclarecimentos preciosos respei­tantes à Exposição Universal e Internaci mal de Bruxelas, a rea­lizar em 1958.

Por todos estes motivos, este Boletim impõe-se à nossa intensa simpatia e merece as mais elogio­sas referências do nosso semaná­rio, sempre dedicado aos inter­câmbios de vasto e recomendável alcance.

Muito gra'.>s pela oferta dos exemplares remetidos.

ariete, o automobilista do «Lfincia» salta fora, avança encandeado e aturdido di­reito ao carro do Fonseca. Este, enervadíssimo, s a 11 a também e na escuridão ou- ve-se o d iá logo:

— O ' sua besta !— O ’ sua cavalgadura !— O que eu devia fazer

era partir-lhe já as ventas !— A ventas parto-lhas eu

a si, seu «azelha» indecente!Um terceiro carro parou

junto ao sinistro para socor­rer feridos, se os houvesse, e a luz dos seus-faróis ilu­minou então directamente os homens que iam crescendo um para o outro a vomitarem insultos, daqueles que se não podem escrever.

Batidos pela claridade in­tensa, os dois azes do vo ­lante, reconhecendo-se, pa­ram E estacando o caudal de ameaças soezes, ficam-se a olhar mutuamente como dois parvos.

— Mas é o senhor Peres !— balbuciou o Fonseca abis­mado.

— Mas é o senhor Fon­seca ! — balbuciou também o Peresesmagado pelos factos.

Não há nada que chegue à boa educação!

« A P r o v í n c i a »ASSINATURAS

P agarn into ad iantado10 números — 9S9020 números 20$00 52 números — 50S00 (um ano) Províncias Ultramarinas e Estran­geiro acresce o porte de correio.

6 A P R O V I N C I A í-i-gjj

ATALAIA

A g r a d e c i m e n t o

António Rodrigues CaçãoManuel Rodrigues Cação, sua

mulher Gertrudes da Silva, e res­tante família, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram acompanhar à última morada, seu estimado pai, sogro e parente, António Rodrigues Cação, cujo funeral se efectuou em 20 do mès findo.

A todas, o seu reconhecimento.

Desastre de viação

No dia de Natal, pelas 21,50 ho­ras, na estrada do Samouco para Montijo, um jeep da Base Aérea n.° 6 teve um acidente de viação do que resultou ficarem feridos dois soldados de nomes .losé Ma­ria Alves de Oliveira, de 21 anos, natural de Celorico de Basto, e António Ribeito da Rocha, tam­bém de 21 anos, natural de Baião.

Os sinistrados foram tratados no nosso hospital e, como o seu es­tado inspirasse certos cuidados, foram depois conduzidos para o hospital militar da Estrela, onde ficaram internados.

Relação dos ochados à data

depositados no Posto da

Polícia de Segurança Pública3 porta moedas de cabedal, con­

tendo determinadas importâncias em dinheiro; 1 lenço de seda, pró­prio para senhora ; 3 metros de riscado ; 1 argola com chaves e um apito ; 1 sapatinho de cabedal, pró­prio para criança ; uns óculos gra­duados; uma carteira de plástico, com várias fotografias; 2 capas de lã, próprias para selim de bicicleta ;1 embrulho, contendo pacotes de chá; 1 placa, cem dentes postiços;1 espelho retrovisor, próprio para automóveis; 1 pe?o de 500 gramas;1 caderneta militai-, pertencente a Euzébio Luís de Carvalho ; 1 cé­dula pessoal, em nome de Deolin­da Pessoa dos Santos; 1 cédula pessoal em nome de Manuel Joa­quim Bolinhas Gomes; 1 relógio de pulso, próprio para homem ; 1 luva de malha própria para crian­ça ; 1 tampão para depósito de ga­solina, de automóveis ; 3 brincos de ouro, próprios para senhora, desiguais; e 1 fio de ouro, com me­dalha.

v P r o v í n c i a

Este número de «A Pro­víncia» foi visado pela

C E N S U R A

Jo

Infoi mam-se os nossos estimados assinantes e leitores de que este número do nosso semanário, por motivo da organização do n.° de Natal e circunstância do feriado oficial, se vê forçado a ser publi­cado com algum atraso.

Por esse motivo vimos apresen­tar-lhes as nossas desculpas.

CllHHI il': PTOÉliM!Resultado do 13.° cupão publicado em 12 de Dezembro

N e n h u m c o n c o r r e n t e a c e r t o u e m t o d o s

o s r e s u l t a d o s — E n t r a r a m 1 4 7 c u p õ e s

Apenas 4 concorrentes acertaram em 11 resultados

Prémio atribuído para este cupão:

1 . 5 0 0 $ 0 0

fm compras em estabelecimento à escolha do contemplado

CORTE POR AQUI

Cupão N.° 15

C o n c u r s o d e P r o g n ó s t i c o s d e F u t e b o l

d e « À P r o v i n c i a »

2.a Divisão (Zona Norte) 2.ulDivisão (Zona Sul)

Espinho Vila Real ; Beja Montijo

Gil Vicente Leixões Coruchense Olhanense

Sanjoanense Vianense Atlético Almada

Marinhense Guimarães Juventude Serpa

Covilhã Tirsense União Sport Portimonens.

Boavista Peniche Farense Arroios

Chaves Leões Portalegre EstorilCampeonato Nacional da 1.* Divisão

Caldas Benfica

N om e ........

M o r a d a

L o c a l i d a d e

fnviar este cupão até às 12 horas de Domingo, 12

D E S P O R T O SCampeonato da 7 : Divisas d; Associação de Futebol de Setúda

Irofario, 4 - Imparcial, 1Cjpiitdi&l Campeonato Nacio nal da 2.il Divisão

Atíético, O - Montijo, 1O Montijo, neste jogo, alcançou

uma vitória que muito lhe serviu para a sua classificação, com vista ao terceiro posto, para assim con­seguir classificar-se na fase final.

Poucotemos a citar, no que diz respeito ao desenrolar da partida. Justiça seja feita aos nossos con­terrâneos que se souberam defen­der e lutar sem desfalecimentos, perante a luta de verdadeira «Ba­talha Campal».

Fora e dentro do rectângulo, só pancada e pedradas, a ponto que a polícia foi impotente de manter a ordem e se viu obrigada a pedir reforços.

Afinal, os montijenses têm a fama e os vizinhos lisboetas de

Alcântara, é que dão esses exem­plos !

Até mulheres se viam a quere­rem acompanhar aquela toada!

Pedimos, pois. justiça para que se consiga pôr fim a casos como o da Tapadinha.

Justiça. A própria autoridade presente será a maior testemunha dos factos.

I)eslocando-se bastantes adeptos do nosso clube a Lisboa, vieram muitos dele» maltratados, até crian­ças que mal sabiam ver a bola!

Pelo caminho que i<to leva, qualquer dia cada espectador, quando for ver algum jogo, tem de se fazer acompanhar de um guarda...

Repórter X

Protestamos!Segundo nos informam pessoas

de todo o crédito que assistiram ao encontro do dia 29, entre o Desportivo de Montijo e o Atlético de I.isboa, no campo da Tapadi­nha, deram-se ali cenas nada edi­ficantes e absolutamente conde­náveis.

Houve jogadores, directores, e até simples montijenses que acom­panharam o clube da sua terra, que foram maltratados e agredidos por uma turba desvairada que excedeu tudo quanto se tem visto em campos de futebol em tardes tormentosas.

O árbitro foi agredido com uma cadeira; o nosso guarda redes tinha que se defender dos jogadores adversários e das pedradas que lhe atiravam às costas; um jogador do Desportivo, que fora expulso do campo, foi desapiedadamente agredido ao entrar para o balneá­rio; a Polícia foi desrespeitada e teve que pedir reforços; e quantos mostrassem ser de Montijo eram logo sovados e apedrejados !

O que provocou estes exageros e esta excitação foi, é claro, o facto de o Desportivo ter ganho o desafio...

Chama-se a isto Desportivismo... e civismo para com visitantes.

Protestamos em nome dos prin­cípios desportivos e ainda em nome dos sentimentos de huma­nidade, e apelamos para as res­pectivas autoridades a fim de ser aplicado o respectivo correctivo e de se pôr cobro a semelhantes procedimentos.

E não nos admira que sejam esles os que nos têm alcunhado algumas vezes de «selvagens», por factos que ficam muítissimo longe dos que se deram na tarde de 29, ali à Tapadinha, entre as turmas do Desportivo de Montijo e o Atlético da capital.

li preciso que estes casos se não repitam, para bem do Futebol e da dignidade dos clubes que o praticam, de modo que se saiba perder e respeitar aqueles que «sâo também almocreves e na mesma estrada se encontram», de modo que se não criem incompa- tibilidades que apenas prejudicam a Causa.

Protestamos, pois, e esperamos as providências e as sanções que, decerto, as leis estatuem em situa­ções verdadeiramente intoleráveis como esta a que nos referimos.

( B a i t y u e t t k & L

M o n t i j o , 4 5 - B a r r e i r e n s e , 8 1

Jogo a contar para o Campeo­nato Regional, disputado no pas­sado domingo 22, em Montijo.

Sob a arbitragem dos srs. João Máximo e João Correia, as equi­pas alinharam :

MONTIJO: (7 lances livres transformados em 15 tentados e19 cestas) Heitor (9), Luciano (2), Teodemiro (5), Tomás (16), José Maria (5) e Américo (8).

BARRKIRENSE: (37 cestas e 1 lances livres transformados em 20 tentados) A. Macedo (4), Climaco (2), Valente (25), Nunes (2), Fer­reira, J. Macedo (24), Soeiro (4), Vicente (15) e Jorge (5).

Ao intervalo 42-17 a favor do Barreirense.

Após terminado este embate en­tre os «cincos» de Montijo e Bar­reirense era clara a satisfação en­tre aqueles que tiveram a feliz oportunidade de assistir a uma das melhores exibições de Bas­quetebol até hoje efectuadas em Montijo.

O público vibrou, entusiasmou- -se (porque o Basquetebol, mais que qualquer outro Desporto, faz

«guerra de nervos»), e exteriori­zou o seu contentamento ou desa­pontamento como nunca vimos.

Em campo estava nada mais que a equipa do Barreirense, Campeã Nacional e da Taça de portugal da época 56 57, e equipa-base da Se­lecção Nacional com 6 internacio­nais no seu elenco.

Nós também estamos satisfeitos. A seguir a um jogo que foi difí­cil esquecer, tivemos ensejo de verificar outro que destruiu por completo a opinião que tínhamos formado acerca da forma actual da equipa.

Não era que não acreditássemos no seu valor; mas havia qualquer coisa que a impedia (ou tem im­pedido) de mostrar o que realmente vale.

São fenómenos difíceis de expli­car e compreender. A série de de­saires em condições anormais in­fluiu grandemente no espirito dos jogadores e estes, subjugados àquela inferioridade psíquica que sempre surge, não lendiam nem metade do normal.

Porém, contra o Barreirense os

No Campo Péplta, na Trafarii realizou-se o desafio para o res. pectivo campeonato regional, en­tre o grupo local: Clube de Futc. boi da Trafaria e o Imparcial de Alcochete,|arbitrado pelo sr. Car. los Neves.

Alinharam pelo primeiro:Joanito, Armando, Rijo, Angelo,

Nunes, Clemente, José Luís, Car­los Manuel, Agostinho, Abreu João Manuel.

Pelos visitantes:Capela,- Sacramento, Neto, Luis,

André, Silva, Mário, Prudêncio, Laíça, Fernandes e Seixal.

Iniciado o jogo, logo na pri­meira avançada do grupo de Alcochete, numa confusa jogada, Seixal mete o tento de honra.

Depois, a partida estabiliza-se com lances regulares de cada lado, conquanto os loca'is forçassem o andamento. Pode-se dizer que tudo decorreu ordeiramente, conforme as normas do desportivismo.

Os locais, desperdiçando várias oportunidades de golo, não conse­guiram estabelecer o empate até ao fim da primeira parte.

Recomeçada a partida, depressa surgiu o empate, pois Agostinho, numa intervenção oportuna, en caixou a bola nas redes.O jogo animou-se desde então. 0 Trafaria comandou as investidas; e, aos vinte minuto9, José Luis, aproveitando um centro da di­reita, furou as redes pela segunda vez.

A visitada, animada pela vitória, forçou as jogadas e, aos trinta mi­nutos, o extremo-esquerdo ani chou novo tento.

Porém, o Imparcial permitiu o quarto golo: consequência dum livre marsado por Agostinho. Es­tava consumada a derrota.

A arbitragem de Carlos Neves, foi satisfatória, facilitada pelo com­portamento das equipas. — (C.)

rapazes montijenses, briosos, qui­seram mostrará assistência recorde, que emoldurava o recinto, que aqueles fenómenos como aparecem também desaparecem sem explica­ção.

Evidentemente que nâo vamos dizer que Montijo fez partida d «bom» Basquetebol. Não. Mas a energia posta na luta, o «atrevi mento» com que enfrentou o Bar­reirense, dão jus a que considere­mos uma «boa» partida.

Em velocidade foi como Mon­tijo defrontou os Campeões. E, pode-se dizer, que os perturbou por vezes. Faltou nessa altura a «classe» suficiente para uma revi­ravolta no comando das operações,

Em breve os campeões senhores absolutos das duas tabelas (tèm agora 3 jogadores de 1,90m.) reto­mavam o seu jogo massacrador, em que a luta dos ressaltos tanto utilizada pelo Barreirense desgas­tava Montijo. Foi assim, debaixo da tabela, que o Barreirense cons­tituiu mais de 50 “/„ dos pontos.

Foi um grande jogo, tão «grande» que o tomamos como excelente prenda de Natal para a equipa de Basquetebol do C. D. M.. E quando saboreamos a derrota nestas cir circunstâncias é porque realmente assim vale a pena perder. Mas dou­tra maneira... arripiamo-nos.

A arbitragem, embora ouvindo alguns protestos, estere em bom nível.

Em nome da secção de Banque- tebol do C. D. M. daqui lançamos um agradecimento aos colega* seccionistas do Barreirense pela* facilidades concedidas, a fim de 0 encontro se efectuar a uma hora diferente da que estava marcada

Assim foi possível aos mont'" jense adeptos da modalidade assi-- tirem à exibição dos Campeões Nacionais.

Feliz Novo Ano, Barreirense*-* * »

Resultado do jogo efectuado i"1 domingo, dia 29, no Seixal:

SEIXAL, 48 - MONTIJO, 56 Luciano Mocho

i-958 A P R O V I N C I A

\ J H i i a d & u t &

:: I ir. . ^ p c c a a t t B m c o a H C 3 D B n ^ a a D E a n r a a a n :

| í ( C o n t i n u a ç ã o d a ú l t i m a p á g i n a )

fljiflgora a perda do filho querido, cantando, com o coração|J| despedaçado .

N a q u e l a c a s a v i z i n h a ,

E s c o n d i d a e n t r e a v e r d u r a ,

U n t e m , p e l a n o i t e e s c u r a ,

A p a g o u - s e a m a n h ã z i n h a !

:1o, ar-1

MS, I'io, I

ri-1 de Itia, I

-se I(io, I1 o| ido Ime I

ias IseJaté I

ssa I 1.0, en-1

’ Ullas; Iuís, di- ii da

ria,mi-ini-

u o lum Es-

ves,3m-

:jui- rde, que cem iça­

mos i de is a evi- liar- ere-

lon-E,

•bou ra a evi- ;ões. orei (tèm eto- clor, anto gas- aixo ons-JS. nde» ente a deandocir-

lentedou-

i n do bom

que-11110!’legaspela* de o hora cada' onti" issi-' >eóes

ise-

o i'°

56ho

L i n d o M e n i n o q u e t i n h a

P a i e M ã e ( O h m o r t e d u r a ! )

P e q u e n i n o , e r g u e u s e à a l t u r a

O n d e n ã o v a i a a n d o r i n h a .

E s p r e i t a n s o l a v i d r a ç a ,

J á n ã o v è q u e m d a n t e s v i a

E l o g o e s c u r e c e o d i a !

P a s s o u à p o r t a a D e s g r a ç a ;P a r o u , e n t r o u . . . e , d e p o i s .

E r a m t r è s , f i c a r a m d o i s .

Cam ilo— também ele — , a quem «a morte quase simul­tânea de dois filhos únicos de um pai extremoso», inspirou um bonito, mas triste, soneto que termina assim: «Ao teu abismo, pai, não vão confortos / Es coração que a dor em­pederniu/Sepulcro v ivo de dois filhos mortos», não pode, igualmente, fugir nem (por desgraça sua) ficar indiferente, a" mais esse rude golpe que a sorte lhe desferiu e a que ele próprio chamou «a maior dor humana» !

Talvez por isso — para fugir à dor dum filho morto — c que todos os pais aspiram a ter na morte, a simples, acolhedora e pequenina sugestão de felicidade que o poeta Eugênio de Castro tão bem soube exprimir no formoso soneto com que fechamos também este pobre e despreten- cioso artigo de homenagem ao Pai, «esse louco e deste­mido aventureiro do século», cujo sério e merecido elogio ainda hoje, infelizmente, fica por fazer :

A c o r d a c e d o , c o m o o s p a s s a r i n h o s

E v e m l o g o d i r e i t a à m i n h a c a m a ;

S a c o d e - m e c o m j e i t o , p o r m i m c h a m a

E a b r e - m e o s o l h o s c o m o s s e u s d e d i t o s .

E s t r e m u n h a d o , z a n g o - m e . cB e i j i n h o s ,

N ã o q u e r b e i j i n h o s ?■> — c o m v o z d e o i r o e x c l a m a .

D a m i n h a i r a e m p a l i d e c e a c h a m a

E , a c a r i c i a n d o - a , p a g o o s s e u s c a r i n h o s .

S e n h o r ! O u e a m o r d e f i l h a t u m e d e s t e !

D á - l h e u m c a m i n h o b r a n d o e s e m a b r o l h o s !

D á - l h e a v i r t u d e p o r a m p a r o e g u i a ,

E d e s t i n a t a m b é m , ó P a i C e l e s t e ,

Q u e a m ã o c o m q u e e l a a g o r a m e a b r e o s o l h o s ,

S e j a a q u e h á - d e f e c h a r m o s a l g u m d i a 1

Pinte da Costa

Do Minho ao Guadiana(stremoz

— B a n d a M u n i c i p a l — Como aqui anunciámos, rea­lizou-se na noite de 23 de Dezembro, nesta co lectiv i­dade, uma Assem bleia G e ­ra l para apreciar o relatório apresentado pela comissão adm in istrativa e eleição de corpos gerentes para o trié ­nio de 1958 a 1960.

O relatório apresentado pela comissão adm inistra­t iva da gerência de 1957, é duma lucidez e duma per­feita compreensão, que bem justificam as convulsões que, a colectividade sofreu nos últim os anos.

A comissão foi louvada pela Assem bleia, em v ir ­tude da sua acção rnorali- zadora e adm in istrativa es­tabelecida durante a gerên­cia de 1957.

Seguiu-se a eleição dos corpos geientes, para 1958 a 1960, de que resultou o segu in te :

Pa ra Presidente da A s ­sembleia G era l o sr. A lfredo Cortez Simões, conceituado estrem ocense; para P res i­dente da D irecção 0 sr. Francisco Joaquim Baptista, correspondente do jornal «A Província» , em Estre ­moz.

— F a b r i c a ç ã o d e A z e i t e — Todos os lagares de azeite desta cidade se encontram em laboração, apesar da novidade da azeitona não ser nesta região de grande volume. O que achamos curioso, é os lagares no seu fabrico não atingirem azeite com mais dum grau de aci­dez !

Nestas circunstancias, os azeites este ano são todos finos, não havendo receio algum no seu consumo. - ( C . )

Notícias da TrafariaBombeiros Voluntários da

TrafariaIniciaram-se novamente

as obras do quartel desta H um an itária Corporação, na 2.* fase da construção.

No piso inferior, desti­nado aos bombeiros (Corpo A c tivo e Comando), as obras são de acabamento, estando em fase bastante adiantada, para as quais recebeu esta co lec tiv iiad e uma compsr- ticipaçâo cie cerca de cem contos para o bienio 1957/58, pelo Fundo de Desemprego.

No prim eiro andar, ten­ta-se conclu ir as obras de tosco, cobertura e limpos. Destina-se este piso a giná­sio e salão de Festas, f i­cando a ser o maior quartel de Bom beiros Vo luntários do nosso distrito.

Para esta edificação foi contraído um empréstimo na Caixa G e ra l dos Depó­sitos, montante de 250 con­tos, autorizado pelo E x .m0 M inistro do In te rio r e am or­tizável em ix anos.

Conta a D iiecção ver sua obra concretizada dentro de meses.

T a m b é m c o n t a com o apoio e boa vontade das entidades competentes e da população local, às quais se faz um apelo para que am­parem tão sim pática e pres- tim ável associação, como é a Hum anitária dos Bom bei­ros Vo lun tários da T ra fa ria .

(C.)

Alcobaça— G r é m i o d a L a v o u r a —

Em cumprim ento dos pre­ceitos e s t a t u t á r i o s , efec­tuou-se a reunião do Con- selhoG eraldeste organismo, tendo sido tomadas as se­guintes d e l i b e r a ç õ e s : a)

A p rovar o i . a orçamento suplementar para 0 ano de 19 5 7 ; b) A p rovar o orça­mento ordinário para 1958 ; c) Reconduzir os membros que constituem a Mesa da Assem bleia G era l e que são os senhores José Em ílio Raposo de Magalhães, pre­sidente, padre João de M a­tos V ie ira , vice-presidente, António Ferre ira Canário e Manuel Ângelo da S ilv a , secretários.

— F e s t a d a 1 m a c u l a d a — Poi in ic ia tiva dos devotos de N .“ S .a da Conceição, também nesta v ila foi come­morado o D ia da Padroeira. O programa foi idêntico ao dos últimos anos: Novena, missas, prègação e, na noite de domingo, procissão de velas que percorreu as p r in ­cipais ruas da v ila

— D o e n ç a s ú b i t a e m o r t a l

— A jornada que referimos na epígrafe anterior, term i­nou de modo bastante do­loroso. No regresso da pro­cissão das velas, e quando se encontrava já dentro do templo, foi acometida de doença súbita a sr.* D. Es ­ter Trindade de O live ira , de 49 anos de idade. Resu l­taram infrutíferos os esfor­ços feitos para a reanimar, e compreende-se, portanto, como este facto emocionou profundamente todos os c ir ­cunstantes.

A infeliz senhora era ca­sada com o sr. Mário de O live ira , irm ã dos comer­ciantes srs. A lfredo T r in ­dade Jún io r e Tom ás A lves Trindade, e mãe das sr.*’ D. M aria Es te r de O live ira Fa lcão Gonçalves, D. M aria E rnestina e D. M aria T e ­resa Trindade de O live ira .

— D i a d a M ã e — Por in i­c ia tiva das dirigentes locais da M o c i d a d e Portuguesa Fem inina, sr.a‘ prof.“* D. A lice de Matos C ravo e D. Maria A lbuquerque, foi

(Continua na página 6)

N. ° 8 5 F o l h e t i m d e « A P r o v í n c i a » 1 - 1 - 1 9 5 8

ffíldeia do fffvessoc%c cÂlrarc 99atente

— Etn torcicolos gaiatos, salpicados de casas diferentes e desiguais, — solares, palácios de americanos de torna-pátria, casebres de granito sobre­posto,— o estirão continua por ali acima.

IN T E R V A L O D E V ID A H U M A N A !— Gente que passa, que dá a «salvação», que vai de sacho ao regadio

e <-le «quarta» aos mananciais.— Gente que desconfia, que não encara, que saúda e anda e se destina

ao grangeio sincrónica e automàticamente.

IN T E R V A L O D E V ID A A N ÍM IC A— Num picoto pôs-se uma ermida, — marco de fé que se distingue dos

cimbros rastejantes . .. — Mais adiante e mais alto, outra; num pincarito elegante, toca-no-céu,

mndi outra.P A S S O N O R M A L

. O Homem segue e sobe, sobe sempre, e por isso vai no carreiro nclinado ao chão.

Penedos à esquerda e à direita; ppnedos para cima, penedos para trás. Aparecem de todas as formas e feit ios:

L — Cabeças de velhos, queijos flamengos de todos os tamanhos, mame­i s de matronas incomensuráveis, bicos de guaritas,, figuras exóticas,—

I e chapéu, sem chapéu ; sem braços, com braços ; sem perna;-, com pernas; °iossos e pigmeus; aviões de larga envergadura poisados em pistas de

palmoe meio ; águias fantásticas e carriços de polegada; uns que lembram palácios de fadas encantadas e outros que podiam servir de ninhos de ere­mitas.

E à beira dos atalhos, por cima da cabeça, o Homem vê ainda as sen­tinelas de pedra que lhe acompanham os passos, — umas, piriocos; outras, partículas — , suspensas em macabras posições, quase a escorregarem, quase a desiquilibrarem-se, quase a caírem para o esmagar, dando a im­pressão de que um simples piparote as lançaria na sua frente e depois pelas ribanceiras laterais !

. Os caminhos riscados nas lombas desenham curvas constantes, ligadas por curtos planos de poucos metros.

Os precipícios seguem o Homem, espreitam-no, parece que querem atraí-lo para o devorar, — como os lobos fazem às ovelhas.

E ele trepa, escorrega e trepa, finca-se melhor e trepa ..

Senhora do Desterro de alto.

No sopé do monte do Cenariz, 790 matros

Agora, chega a um pequeno oásis, — pausa de esplendor nos esplen­dores abruptos.

A água brota das rochas, serpenteia e forma ribeiros, regatos e córregos.Em frente, a barragem e a central. E ’ o Alva, tributário do Mondego,

com seus afluentes.A vegetação rebenta exuberante, em renques altaneiros, em arvoredos

frondosos e seculares, em pequenos jardins suspensos, duma rusticidade encantadora.

O Homem pára, assopra, resfolega de cansaço.Desenfardela a tralha e arma a sua tenda rudimentar. Faz a fogueira à

boca da tenda, come, sabodeia o manjar e as belezas que o cercam.Por fim, adormece na paz da Natureza, livre do mundo infernal, livre

de jornais, de livros de correios. . de telefonias.Manhã a romper, ainda o Sol não lavou a cara, já ele a lava na concha

duma pedra baixa, com água gélida.Sobe à Cabeça da Velha, no cabeço do C ilvá rio , e nem murmura!

( C O N T 1 N U A )

A P R O V I N C I A I-I-Q

M I R A D O U R OTrês letras, uma só palavra - PAI «0 maior aventureiro do século»

Todo o Mundo comemora anualmente o Dia da Mãe, na mais enternecedora e comovida ho­menagem que à mulher pode ser prestada na Terra.

Nem todo o Mundo, porém, celebra o D ia do Pai, apesar de Peguy o considerar justamente «o maior aventureiro do século» e já na antiguidade ter sido simbolicamente representado por um pe­licano arrancando com o bico as próprias entra­nhas para alimentar os filhos.

Se é certo que, desde há muito, se vem fa­zendo a apologia da Mãe nos mais exaltados termos de sincera gratidão filial, não é menos certo também que, de modo nenhum, se tem pre­tendido diminuir a figura do Pai, cuja palavra inspira ao coração dos filhos o mesmo elevado sentimento de respeito e de amor.

Comparável ao sentimento maternal, na ver­dade, só o puro afecto do Pai, que nos ama, afi­nal, com idêntico carinho e não menos profunda amizade, sendo tão igualmente capaz, como a companheira, de sacrificar a própria vida em pro­veito da felicidade. «Amor de. pai, só esse pode exumar uma lágrima e um sorriso nobre do tú­mulo de todos os afectos», — diz-nos Camilo C as ­telo Branco.

Com o rolar dos tempos, tem-se visto, porém, que na sempre louvável, e cada vez mais neces­sária, tarefa de fazer realçar aos olhos do Mundo as virtudes inegáveis da Mãe, quase se tem es­quecido não propriamente o sentimento filial em relação aos progenitores, mas o papel assás in­grato e também em todos os tempos dificílimo do Pai.

E assim é que, por uma errada tradição fami­liar, salvo raras excepções, ainda hoje a criança vê no «autor dos seus dias» o severo e quase sempre terrível «desmancha prazeres» dos mo­mentos mais felizes.

A culpa principal deve-se, é certo, em grande parte, ao próprio Pai que, no fundo, sempre gos­tou de representar, ao lado da M ã e — por sua natureza, mais dada à tolerância e ao perdão — o ridículo, por vezes necessário, mas aliás sem­pre falso e erróneo papel de «mau».

A propósito, é muito conhecida a anedota do Pedrinho que, uma vez reprovado no exame, ime­diatamente telegrafa à mamã: «Reprovado. Pre­pare o papá» e recebe, em resposta, o seguinte telegrama: Papá preparado. Prepara-te tu? .

Mas, como íamos dizendo, ê precisamente essa velha e desagradável ideia de «domador» que os educadores procuram agora, louvavel­mente, furtar ao espírito das crianças, assistindo- -se, neste momento, a uma justa e merecida re­valorização sentimental do Pai.

Nesta conformidade, já vários países instituí­ram a data de 17 de Junho como o Dia dos Pais, escolhendo esta data talvez em homenagem a São Manuel, visto que se venera no próprio dia 17.

Em Portugal, também já o grupo onomástico «Os Josés» promoveu uma campanha, verdadei­ramente nacional, no sentido de ser considerado feriado o dia 19 de Março (São José ), «para se glorificar o guarda vigilante e patrono de todas as famílias, porque o carpinteiro da Nazaré foi, na verdade, o cabeça e guardião da primeira fa­mília cristã e foi o pai de Jesus Cristo-homem».

Ao mesmo tempo que este movimento se de' senha fortemente e ganha já raízes no espírito e na alma de todos os portugueses, a maioria dos quais deu já a sua adesão a tão feliz iniciativa, os principais responsáveis chamam a atenção dos pais de família para o gravíssimo erro de supor que a educação moral das crianças pertence ex­clusivamente às mães.

Com efeito, fala verdade D. Francisco Manuel de Melo, quando diz que «não é coisa pertencente a um homem ser ama, nem berço dos seus filhos»; mas erra já, quase estrondosamente, quando afiima bastar ao Pai «que os veja e ame e lhes procure todo o regalo e boa criação».

Contrariando fundamentalmente esta ideia, ainda há pouco um ilustre conferencista dizia que «o Pai é tão responsável como a Mãe pela vida dos seus filhos, pelo seu desenvolvimento e edu­cação. Jàm ais se provou que existissem dois có­digos de m oral: um para a mulher e outro para o homem. O homem tem iguais responsabilidades na sustentação e na defesa dos princípios morais».

O essencial — e agora respigamos estes dize­

res da secção feminina dum jornal diário — «é que o Pai e a M ãe se entendam, pois, caso con­trário (mas só neste caso), ainda é preferível a exclusão de uma das partes. A criança conhece, por intuição, desde muito cedo, o valor da auto­ridade que a sujeita. E la sabe, quando essa auto­ridade é dos dois' lados, se o Pai e a M ãe são uma e única vontade ou se são dois poderes se­parados. Cederá fàcilmente à primeira forma, mas,

P O R

Pinto da Costa

logo que suspeita colisão de pontos de vista, não deixará, manhosamente, de fazer o joguinho que mais convém ao seu capricho e com odidade: servir-se de um para resistir ao outro. E isto é o pior que lhe pode acontecer».

Talvez por isso mesmo, isto é, por sentir a dificuldade dessa tào espinhosa missão que é a de Pai, o lord Rochester dizia, com certo humor: «Antes de me casar, eu tinha seis teorias sobre como criar os meus filhos. Hoje, tenho seis filhos e nenhuma teoria».

No entanto, como ainda recentemente foi dito num relatório de uma subcomissão do Senado norte-americano, «só de melhores pais se pode esperar melhores filhos».

Confiado, certamente, nesta verdade, foi que o Instituto António Aurélio da Costa Ferreira, de Lisboa, resolveu promover, a título gratuito, um curso, composto de 16 lições ou conferências, para os chefes de família que «na época difícil que atravessamos, necessitam ter, para orientar e educar os filhos, mais alguns conhecimentos dos problemas infantis do que os que a prática, ou tradição familiar, lhes forneceu».

Idênticas iniciativas deviam tomar, quanto a nós, todos os organismos similares do País, con­duzindo os temas abordados, sobretudo nos meios rurais, por forma «a serem fàcilmente apreendi­dos por leigos, nomeadamente as questões de ordem médica, psicológica, psíquica e sensorial da criança, suas reacções e a maneira como os pais devem comportar-se perante elas».

E ’ que — como escreve Justo Justino, no jor­na! «A Voz» — «embora a assistência à infância se tenha desenvolvido muito nos últimos anos, temos dê reconhecer que muito nos falta fazer

cAaiia â ítôiie d& .. /Htnin(% - Sônhô

Desde há dois mil anos, quase,Até. os que são fojos, pântanos,Se alheiam de si, retraem e adoçam, Enternecem e como que remoçam Em ti, ó noite incomparável...

O noite-.ibismo, de estranhas claridades Cortando o teu negrume, denso e frio !O noite maior do mundo,Que páras a vileza e a mentira N o peito humano, em que nada melhotou, Nada, — que pena ! — senão em aparê neias..,

O noite com alma, noite-grito,Grito lâmina, nesta humanidade Mísera e vária, pobre e tonta,Sem emenda nos seus erros,Noite-sol nas suas iníquas trevas. . ,

Aí as, a i! A t de ti, — ó noite sem irmã,A i de ti, ó noite-coração,Que não te guardam na pureza antiga ! A i de ti, que te perdem, noite-lição,Em noite-espectáculo desfeita,Que te perdem, ó noite de Natal! . . .

Do livro «A contecer p o e s ia . ..»

Luís Rosa Bruno

ainda nesse capítulo. Do meu ponto de vista, pi excelentes que sejam os serviços de assistência oficial e particular à criança, cada um de per siò no seu conjunto, falta-lhes um complemento ver. dadeiramente indispensável à sua eficiência. Fsit complemento é a assistência aos pais, que, conio sabemos, são em muitos casos uns brutinhos ignorantes dos deveres para com os filhos e dè muitos outros deveres . . . »

Merecedora, portanto, não só de uma larga campanha de educação moral, mas também duma bem dirigida revalorização sentimental, é, pois, a nobre missão do Pai, cuja possível incompatibili­dade com os filhos aliás resulta, muitas vezes não da falta dum bem esclarecido e afinado pro’ grama de educação infantil, mas da falta dt tempo e de uma necessária boa disposição, que o problema da própria subsistência económica do lar raríssimas vezes lhe permite.

Ao contrário do que possa julgar-se, raros chefes de famíla ignoram, como escreve Pulton Sheen, no seu livro «A vida faz pensar», que os filhos nào gostam dos pais que só falam para eles e não com eles.

A verdade, porém, é que outros deveres da vida e de trabalho raramente lhes dão margem para se dedicarem a uma simples brincadeira com os pequenos, como era o caso desse admirável rei de França, Henrique IV , que o embaixador de Espanha foi encontrar, um dia, de gatinhas, com um dos filhinhos cavalgando o dorso real. «Tem filhos, senhor embaixador? — «Tenho, Sire», res­ponde o diplomata. — «Nesse caso posso acabar a minha volta», rematou o rei.

São inúmeros os exemplos patern.iis de amor pelos filhos e, felizmente, que nào são poucos também os casos de afecto em relação aos pais. Dizia Píttago, um dos sete sábios da Grécia, ja no ano 579 antes de J . C ., o seguinte: Espera de teus filhos, na tua velhice, aquilo mesmo que tiveres praticado para com teu Pai. Não vimos, até hoje, apesar de decorridos tantos séculos, programa que melhor servisse, simultâneamente, para pais e filhos. Por isso mesmo, talvez, é que o poeta inglês Wordsworth disse, um dia, que «a criança é pai do homem».

«Pai ! Palavra elementar e pnfunda — diz o escritor brasileiro Amadeu Amara l— , irmã do ar, água, pão, sol, dor, alegria, esperança, coisas fundamentais e essenciais, belas e terríveis como tudo quanto nos supera, tudo que nos vivifica, nos vê passar e continua. Palavra de ressonâncias ;ternas, com borbulhos de lágrimas e anseios de imor, de melancolia e de piedade».

Porque o Pai é para nós o que Deus é para a iumanidade, segundo ensinavam as selectas das Escolas de há um século, foi possível a um homem iscrever palavras tào impregnadas de verdade, inceridade e amor, como as que ficam atrás.

Um dia, disseram a Miguel Torga, grande loeta e prosador: «A seu Pai podia-se-lhe confiar ) coração de São Martinho» e logo ele, ancho e orgulhoso, escreveu no D iário : «Que maravilhosa oisa ouvir dizer isto dum homem, e que bênção

;sse homem ser quem é!».Repare-se ainda, como o poeta António Cor­

eia de O liveira nâo soube esconder a sua alegria le Pai, no nascimento do primeiro lilho:

Numa casa entre o arvoredo.Como pombas no pombal,Vivia um Par, um Casal Alegre, etn pas e sem medo.

Erguidos, de manhã cedo,Tabalhava cada qual \Dela, era a casa, o bragàl.Dele, o pomar e o vinhedo.

Eram d o is ... Mas, vai, um d ta,Foi por ali a Alegria Que passa de quando em vez.

Parou, en ttou .. . Nào sei bem !Ouviu-se a palavra \ Mãe !Eram dois; ficaram três.

Mas, veja-se também como o mesmo Pai sente

(Continua tia página- 2)

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