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Preço 1 $00 Quarta feiro, 1 de Janeiro de 1958 Ano III No 146
N O V O A N O P A L A V R A S D E F É
Proprietário, Administrador e fditor
v . S . M O T T A P I N T O
REDACÇÃO E AlJMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PBREIRA - 18 - TELEF. 026 467--------------------------------------------- M O N T I J O ----------------------------------------- i-----
OOMPOBIÇiO a IM KtBSSÀ O — T IP O G R A FIA «GRAJTSX» — T E L E F . 026 236 — MONTIJO
S A U D A Ç Ã O
Mais um ano se escoou na ampulheta do tempo c mais outro se aproxima.
O que acaba de chegar, tal como o que partiu e os autet iores, foi saudado com manifestações festivas, com saudações alegres, com votos optimistas.
São as esperanças de sempre.O ano de 1958 é, como o foram quantos passaram, uma
incógnita.Kem astrologias, nem profecias, nem filosofias podem de
terminar o futuro deste planeta.Apenas podemos, em sã consciência, em itir votos e pronun
ciar aspirações.K neste campo que devemos enfileirar.Pelo menos daremos às almas ansiosas aquele calor de
mágico revérbero que enternece e se transforma em novas forças, em criadoras energias.
A Esperança tem, realmente, esse poder.Com ela se vencem obstáculos julgados intransponíveis, se
alicerçam novos castelos que, na maioria das vezes, não passam ilos cavoucos, se arriscam aventuras que, quase sempre, são meras utopias.
Todavia, cria-se ânsia, vontade, coragem... e vive-se.Viver, — eis a meta suprema que a Humanidade relanceia
em todos os instantes, através de amarguras, de alegrias, de desesperos, de satisfações.
E a Vida Humana, pois, este constante latejar.Mais um ano, outro ano ainda, e o latejo continua.Que todos oblatemos um pouco do sacrifício próprio em ho
locausto ao Bem da Comunidade e levemos, no ritmo dos passos orientadores, o desejo dignificante de sermos melhores em 1958 do que fomos em 1957.
Se todos assim fizermos, a Esperança transformar-se-á numa certeza fraterna que servirá para bendizer este ano que t/urge nesta saudação.
Um novo Ano vai começar lentro em breve. Este que inda agora nâo terá sido nelhor nem pior do que os Dutros, mas simplesmentes iiferente, — a diferença de er destruído ilusões a uns ndivíduos e de as ter geado e acalentado noutros. Mo fundo, a mesma interrogação de sempre, incógnita jue acompanha a inquietad o do homem durante a sua jxistência : será o novo Ano nais favorável aos meus desígnios ?
Cada ano que acaba temi sua história. Nas suas páginas há gritos de protesto, ágrimas de desespero e de ibandono; há também risos le satisfação, murmúrios de imor e orações de fé.
Esta diversidade de emoções e de sentimentos, tão :aracterística da luta do diai dia, faz com que o homem ncare o futuro como uma
porta s e c r e t a , misteriosa, onde se abrigam as mais surpreendentes novidades e as mais estranhas revelações. Ele entra nessa porta não como senhor absoluto mas como simples convidado, — o convite para mais um dia de labor.
O indivíduo, porém, aca-
---------------po r ----------—
Á L V A R O P E R E I R A
riciando a esperança que traz consigo, entra no novo ano com outra disposição, outra força, outro desejo de receber, enfim, a justa re_- compensa do seu esforço. É essa ilusão que o faz erguer o mundo colossal das suas fecundas realizações. Alguns sossobram nele, é certo, mas outros, muitos outros, vêm a beneficiar. É o preço que a vida exige para a tornar nais digna e mais útil.
Há sempre razões para acreditar num futuro melhor.
\ primeira, é de sabermos ]ue a vida incita ao movi- nento, à iniciativa, ao triun-o, correspondendo assim ao intusiasmo e ao sacrifício lo indivíduo. A segunda, é )or estarmos convencidos de ]ue o tempo da escravidão e lo desprezo pelas leis hu- nanas já tez o seu tempo, ioje não se encara o traba- hador como um objecto, uma oisa qualquer. Pelo contraio, vai-se e n r a i z a n d o a usta certeza de que ele é im elemento indispensáveli boa orgânica de qualquer :mpreendimento, e, sobre- udo, vai-se vendo nele um
ser h u m a n o desejoso de manter o equilíbrio pessoal e familiar a que tem incontestável direito.
Foi longa a luta para se atingir este desiderato, é certo; mas ela chegou finalmente, mercê duma educação mais consentânea com os direitos do indivíduo e da sua liberdade.
Nem outra coisa se podia admitir hoje, quando, por quase toda a parte, vai ganhando consciência a sublime doutrina de Jesus Cristo.
De resto, não se pode consolidar a força e o prestígio duma Nação sabendo que o povo sofre a dor do seu abandono, do seu isolamento.
A propósito, convém recordar aqui, nesta tribuna em que se defendem as causas justas e legitimamente nacionais, as palavras de Sua Excelência o Senhor Ministro das Corporações, Senhor Dr. Henrique Veiga de Macedo, que tão bem definem o nosso pensamento e traduzem de forma inequívoca o anseio dos nossos G overnantes:
«Nâo se ficará insensível perante a «miséria imerecida», a exploração desumana do esforço do trabalhador, a insegurança e a intranquilidade dos mais fracos, o trabalho em condições vexatórias dos o p e r á r i o s , das mulheres e das crianças, as violências cometidas contra as mães de família e raparigas ao serviço de entidades sem escrúpulos, e o não cumprimento das leis ou convenções colectivas do traba-
(Continua na página 4)■ É M M a M M W n r t iia iÉ
P O R T U G A L
P I T O R f S C OS I N T R A
Os jardins da «saudo- íssima.» Sintra sâo qua- Iros paradisíacos que nâo nais esquecem a quem )s observa.
O recanto que hoje pu- ilicamos assim nos im- iressiona.
Sintra !Eterna poesia na eter-
íidade pitoresca do nosso juerido Portugal!
@tánie.ai Dtteqidetai -53
A Bondade a horas fixasiia medida das suas posses.
Vou também para aquele que, esquecendo a própria personalidade, acorre solícito a prestar o seu auxílio nas aflições e nas desgraças que encontra no seu caminho.
E quero assim inclinar-me porque estou cada vez mais convencido de que a Vida é boa ou má consoante o Homem a fizer, porque já não desisto de afirmar que, se ísse Homem quiser, a Vida )ode tolerar.se e admitir-se.
E, no entanto, eu sei e perfilho a teoria de Rollin,— aquela que se exprime íesta frase: — «Não é pos- iível beneficiar toda a gente; nas podemos mostrar Bon-
iiade para todos»,i Dentro deste campo, aceitando a impossibilidade ma- lúfesta de todos poderem |>eneficiar o próximo materialmente, defendo a segunda parte, — a que explana a forma prosaica da Bondade generalizada pelo sentimento la to .
Esta Bondade, porém, deve nanifestar-se em todos os nomentos, por intuição ou
F ducação natural, sem exte- iorizações de propaganda aidosa, apenas por impo-
(Continua na página 4)
MAIS UM ANOV e j o p a s s a r n a s c o n í a s d o r o s á r i o ,
Q n e a a m p u l h e t a d o t e m p o d e s j i o u ,
U n i a n o m a i s , — n m a n o d e j a d á n o
Q u e o D e s t i n o e s c r e v e u e a m o r t a l h o u .
Nada me impressiona mais e melhor do que observar as acções de Bondade.
Dão-me a ilusória esperança de que nem tudo está perdido e de que o Homem
|é, no fundo e na essência, profundamente B O M .
Quando assim observo e penso, excluo as degeneres- cências, as aberrações, os doentes da alma e os hiper-
! trofiados do coração.
para aquele que, espontânea e sinceramente, sente as desditas alheias e procura remediá-las ou minorá-las
D o s d i a s q u e p a s s á m o s n o c a l v á r i o
A p e n a s a t r i s t e z a n o s f i c o u . . .
N e m u m s o r r i s o g r a t o n o * d i á r i o >
A S a u d a d e i n s c u l p i u e a l i d e i x o u !
E e s t e q u e c h e g a h o j e ? — E i s o p r o b l e m a ,
y p o n t o d e i n t e r r o g a ç ã o t o t e m a
Q u e é t o d o o m e u t e m o r , o m e u c u i d a d o !
« O d i a d e a m a n h ã », — a f i x a i d e i a !
Q u a n d o o b s e r v o a m a r é l o d o s a e c h e i a ,
O u a n d o v e j o d o i s n e t o s a m e u l a d o !
Vou para o Homem normalmente constituído, sabedor dos seus deveres morais,
" -— por —
\ L V A R O V A L E N T E
— M O N T i T Õ0 M a td l d e «A P r o v ín c ia »
2 A P R O V IN C IA
| PROfISSIOHAL |
M é d i c o s
Dr. á v e l i n o Rocha B a rb o saDas 15 às 20 h.
R. Alm irante Reis, 68, 1." Íe lef. 026245- M O N T I JO
Consultas em Sarilhos Grandes, is 9 horas, todos os dias, excepto is sextas feiras.
D r . fa u s to N e ivaLargo da Igreja, 11
Das io às 13 e das 15 às 18 h. Telef. 026256 — M O N T IJO
Df.* I sab e l Gomes PiresEx-Estagiária do Instituto Português de Oncologia.
Doenças das Senhoras Consultas às 3.as e 6.as feiras
!(. Almirante Keis, 68-1.° - Montijo Todos os dias
Rua Morais Soares, 116-1.° LISBOA Telef. 48649
Médicos VeterináriosDr. C r i s t ia n o da Si lva M endo nçaAv. Luís de Camões - MONTIJO Telef.* 026502 - 026465 - 026012
P a r t e i r a s
Augusta M a rq . C h a r n e i r a M o re iraParteira-Enfermeira
Diplúmada pela Faculdade de Medicina de Coimbra
R. José Joaquim Marques — N.° 231 M O N T I J O
A rm a n d o LagosParteira-Enfermeira PARTO SEM DOR
Kx-estagiária das Maternidades de Paris e de Strasbourg.
De dia - R. Almirante Reis, 72 Telef. 026038
De noite - R. Machado Santos, 28 MONTIJO
Telefones de u r 3ê n c i o
Hospital, 026 046 Serviços Médico Sociais, 026198
Bombeiros, 026048 Taxis, 026025 e 026479
Ponte dos Vapores, 026425 Polícia, 026144
Obras de Álvaro Valente— «Eu», livro de sonetos,
esgotado; «Daqui.. . fala Ribatejo», contos monográficos, 30 escudos; «Pedaços deste Ribatejo», folclore e costumes, 30 escudos; «A minha visita ao museu de S. Miguel de Ceide», folheto, 5 escudos; «Hino a Almada», em verso, 10 escudos; «Grades Eternas», estudos sociais, 15 escudos; «Vidas Trágicas», romance, 15 escudos; «Viagem de Maravilhas», reportagem, 20 escudos.
Pedidos à Redacção de «A Província».
^ j - ú t ô p h u eTrabalhos para amadores fotografias d'flrte Aparelhos fotográficos
Reportagem FotográficaRia Bulhão Pato, 11 - MONTUO
C o m o anunciámos no nosso número de Natal, realizou-se na Tertúlia, pelas 10 horas, a Festa dos Pobrezinhos.
Com a assistência dos srs. Comandantes da Polícia de Segurança Pública e da Polícia de Viação e Trânsito, assinantes, colaboradores, e amigos do nosso semanário, procedeu-se à distribuição do bodo, dos brinquedos, das roupas, agasalhos, calçado, etc..
Foram contempladas 124 famílias e perto de 200 crianças.
A Árvore de Natal, ao centro do salão, donde pendiam também brinquedos e enfeites, e s t a v a ornamentada com números de «A Província» dos natais anteriores, balões, filigranas e serpentinas.
Foi uma festa simples, encantadora, mas profundamente emotiva.
Não o dizemos como propaganda ou reclamo. Dizê- mo-lo porque assim foi, na verdade.
As famílias pobres receberam : pão, açúcar, café, massas, arroz, feijão, m argarina, caldos em pacotes, laranjas, tangerinas, bananas e broas; as crianças, doces, bolos, bolachas, brinquedos, r o u p a s , sapatos, sandálias; e as viúvas e viúvos, além dos géneros, donativos em dinheiro.
Procedeu à distribuição t o d o o funcionalismo do nosso jornal, c o a d j u v a d o por D. Ofélia Valente, sr. José Ramos Dias e o menino António Baltazar Valente Ramos Dias.
Ficámos muito satisfeitos com a nossa festa e todos os corações bem formados, decerto, o ficaram também.
A todos que nos auxiliaram e coadjuvaram manifestamos a nossa gratidão.
Repetimos : Muito obrigados a todos.
— Bem hajam !Últimos donativos e ofer
tas :Transporte : 1,728$70.Donativos : — D. Maria de
La Salete Rodrigues Ascen
são, 50$00; sr. Germano Bentes, de Beja, 50$00; sr. Artur Pereira, 10$00; firma João Cândido Belo & C .a, Ltd.3, 300S00; Sociedade Filarmónica 1.° Dezembro, 20$00; Salão Amélia, M on tijo, 20$00; sr. Afonso de Matos, 15$00; Anónimo, 100$00; sr. Dr. José Luís de Sousa Júnior, 50$00; anónimo, 10$00; «Os Pa lmeiras», 30$00; sr. Francisco Pedro Farreu, 20$00, e D. Ilda Ramalho, 10$00.
O fertas : D. M aria de La Salete Rodrigues Ascensão, 16 peças de roupa de criança,2 pares de sapatos, e uma pequena mala; D. M aria Teresa Rodrigues Ferreira, 12 peças de roupa de criança e um par de sapatos.
Num propósito muito digno e muito apreciável, a Comissão das Festas Populares de S . Pedro teve a gentileza de nos enviar um exemplar do seu relatório e contas, referentes às suas actividades do ano de 1957.
Por esses documentos se analisa e se avalia a prodigiosa acção dessa Comissão incomparável que, mal terminam as Festas dum ano, logo entra em trabalhos constantes para as do ano futuro, sempre de olhos fitos no prestígio da organização e de Montijo.
E ’ verdadeiramente notável o que se observa através desse relatório, e vale a pena, para c o n h e c im e n t o público e para consagração do esforço dispendido, fazer um resumo elucidativo acerca dos pontos mais importantes.
Assim, p e r c o r r e n d o os mapas, as diversas rubricas, os vários capítulos descri-, minativos, observa-se que as receitas totais subiram a 719.893$10 e as despesas a 699.270$ 15, dando um saldo
Estas duas ofertas vinham acompanhadas de sentidas cartas das ofertantes, com a enternecedora comunicação de que enviavam essas ofer-
■tas por alma de seu saudoso avozinho, sr. António Ba lta zar T a v a r e s R o d r ig u e s , nosso antigo assinante, falecido em 20 de Dezembro de 1956, e bem assim doutra carta de sua viúva, sr.a D. Aida da Veiga Marques Ro drigues, nossa prezada assinante ; do sr. Fernando Ferreira, 24 sabonetes pequenos e 50 pequenos brinquedos; D. M aria Jú lia Coelho, 2 brinquedos; Café Portugal, uma porção de bolos; e sr. António Cabrita, 2 brinquedos.
positivo, para o ano de 1958, de 20.622$95.
Depois, observando-se o desenvolvimento de cada rubrica, conclui-se que as Ban das (18) e sua coadjuvação importaram em 35.450$>Ò0, com e x c e p ç ã o da Banda Democrática 2 de Janeiro, de Montijo, cuja colaboração foi gratu ita; que o cortejo a l e g ó r i c o im p o r to u em11.090$75; que as sessões de fogo im p o r ta ram em 55.570$60; que os serviços r e l i g i o s o s importaram em 7.269S10; que a Marcha Lu- m i n o s a i m p o r t o u em 51.728&20; que os Ranchos Folclóricos importaram em 31,147$50; que as ornamentações orçaram por 100.000$00; e que a propaganda importou em 50.195&30.
Por estes números se conclui também qual a importância das Festas Populares de S . Pedro e da projecção enorme que elas têm na vida de Montijo.
E ’ de realçar a contribuição dos s u b s c r i t o r e s na nossa terra, num total de 64.494$00 e bem assim a
b e l i s c õ e s
O r a c á e s t a m o s a g o r a
O u t r a v e z n o A n o N o v o . E s t e , s i m , q u e , s e m d e m o r a ,
V a i s e r a f a v o r d o p o v o !
M a i s b a r a t a a g a s o l i n a
E t a m b é m a m a r g a r i n a ,
Q u e é p a p a f i n a - .
M a i s b a r a t o o p ã o d e l ú
E t a m b é m o T i d e e m p ó ,
D u m a b a n d a s ó !
C a s a s a c i n q u e n t a e s c u d o s ,
E c a r n e s a d e s e s c u d o s ,
E p e s c a d a a c i n c o e s c u d o s !
S a p a t o s a v i n t e e s c u d o s ,
E f a t o s a c e m e s c u d o s ,
C a m i s a s a o i t o e s c u d o s !
A p a z e m t o d o s o s l a r e s
E t a m b é m e n t r e a s n a ç õ e s ;
A m è n d o a s , d o c e s , f o l a r e s ,
T u d o s e m c o n s t i p a ç õ e s /B o n s c o b e r t o r e s ,
T u d o q u e n t i n h o
E s e m t e r f r i o ,
— O ’ m e u s a m o r e s !J s t o é * l i m p i n h o » .
D e « f i o a p a v i o » .
V a i h a v e r f a r t u t a ,
T u d o m a i s b a r a t o ,
— Q u e f e l i z v e n t u r a /E a t é o c a r r a p a t o
V a i p a r a r a t r è s t o s t õ e s \
A c a b a m - s e a s r a l a ç õ e s
E j á n ã o h á q u e t e m e r
N e m r e c e a r .
E a s s i m d e i x o d e a t u r a r
M i n h a m u l h e r . . .
Homem ao mar
dos c i n e m a s , 131.006$80, que bem demonstram o bairr i sm o e x t r e m e da gente montijense.
O relatório inclui duas merecidas referências : uma, ao sr. Governador C iv il do Distrito, pelas atenções e carinhos dedicados às nossas Fe s ta s ; outra, ao Presidente do Município, sr. José da S ilva Leite, pela forma como sempre coadjuvou a Comissão ’e lhe deu todo o impulso e entusiasmo
Ao terminar, agradecemos, muito sensibilizados, as palavras ali dirigidas à Imprensa local e a gentileza do exemplar que nos enviou.
Prestamos com estas simples e desataviadas considerações a nossa justa homenagem à Comissão das Festas Populares de S . Pedro, pela sua tenacidade, dedicação, inteligência e devotado amorà terra natal, felicitando na pessoa do seu digníssimo P r e s i d e n t e , Humberto de Sousa, todos os componentes dessa heróica plêiada de batalhadores pelo eng r a n d e c im e n to de nosso Montijo.
Acção de beneficência no Bairro doÀlto das V. Grandes
Secundando a iniciativa lançada pelo nosso jornal, e há pouco levada a efeito na quadra festiva d» Natal, o nosso colaborador no Alto das Vinhas Grandes, sr. Manuel Gomes, realizou ontem, com o valioso concurso de prestimosas entidades da nossa vila, uma acção de beneficência a favor dos pobres e crianças daquele bairro vizinho, a qual é digna dos melhores louvores. Assim, foram ali contemplados 43 pobres, com diversos géneros alimentícios, e bem assim algumas crianças com brinquedos.
No próximo número daremos mais desenvolvidos pormenores, felicitando desde já o seu diligente nupreendedor.
Estas Águas = auxiliam eficazmente a digestão, facilitam o trabalho intelectual e físico logo após as refeições e, poupando o tra
balho do coração,
P R O L O N G A M A V I D AOs principais doentes que as Á g ins Santas de Carvalhelhos bene
ficiam são os da pele e dos intestinos.Dão os melhores resultados em quase todos os eczemas, na pso- ríase, nas colites, prisão de ventre, mau funcionamento dos rins,
bexiga e vesícula, hipertensão arterial, etc..
Agente exc lus ivo nos co nce lh os de Montijo , A lcochete e B t n o v e n t e :
P e d r o J o a q u i m b a n d e i r a
T e l e f o n e 0 2 6 1 9 0 M O N T I J O
R e l a l ó r i o e c o n t a s d a
Comissão das f , Populares de S. Pedro
r-i-958 A P R O V I N C I A
AGEhD Ae l e g a m e
AniversáriosJANEIRO
— No clia 1, completa as suas 17 risonhas primaveras a gentil menina Maria Manuela da Silva Caixado, irmã da nossa dedicada funcionária. menina Maria José da Silva Caixado.
_ No dia 2, a sr.a 1). Cecília da Conceição Fernandes, esposa do nosso estimado assinante sr. Francisco José Pelirú, residente na Atalaia._No dia 2, a menina Ana Ma
ria Firme Rocha, filha do nosso prezado assinante, sr. Raúl Rocha.
— No dia 3, a sr.“ i>. Francelina de Freitas Mimoso, viúva do nosso saudoso assinante, kr. Gabriel da Fonseca Mimoso._No dia 5, completa as suas
21 risonhas primaveras a gentil menina Maria Estrelita Pires Borralho, filha da nossa prezada assinante, sr.a viúva de Anlónio Pires Borralho.
— No dia 6, o sr. António Nunes da Costa Peixoto, esposo da nossa estimada assinante, sr. I). Ana Caria Peixoto, residente em Coimbra.
— No dia 6, o nosso prezado assinante sr. Manuel Marques Peixinho completa a bonita idade de 87 anos, pelo que o felicitamos vivamente.
Iguais felicitações a todos.
Nascimenro— No dia 29 de Novembro teve
o seu feliz sucesso a sr.a I). Angela Maria Ramos Dias Iça, esposa do nosso prezado amigo sr. Francisco Iça Fernandes, na Maternidade Alfredo Costa, em Lisboa.
O recém nascido foi ali registado. apadrinhando o acto sua tia sr.a 1). Aurora Ramos Dias Canastreiro e seu marido sr. António Feliciano Canastreiro, nosso estimado assinante.
Felicitamos os pais e cumprimentamos com afecto os padrinhos, desejando ao neófito todas as venturas.
O**T““
j oMÊ.
Sociedade Recreativa AtalaienseInauguração da nova sede
M E R C A D O
CENTRALDesta vez é que p a r e c e
certo: — D e v e começar hoje o funcionamento do novo Mercado.
Tínhamos noticiado este facto para o dia 22 do passado mès. D ificuldades burocráticas da últim a hora obstaram à sua realização.
Como, porém, não gostamos de enganar os nossos leitores, e quando o fazemos é porque nos induzem em erro, empregamos hoje o verbo p a r e c e r na 3 .“ pessoa do singular do presente do indicativo. . .
Oxalá não nos enganemos agora. J.í não é sem tempo!
Efectuou-se na manhã do pretérito domingo, dia 29 do mès lindo, nessa ridente e progressiva localidade do nosso concelho, a inauguração da nova e atraente sede da Sociedade Recreativa Atalaiense, que no dia de hoje completa doze anos de florescente existência.
Já antes das 10,30 horas, na praceta fronteira à sede da colectividade se reuniam numerosos habitantes daquela povoação, que aguardavam a chegada das entidades superiores do Município e convidados, em aspecto festivo pelo acto que iria realizar-se.
A hora designada, chegaram os srs. António João Serra Júnior, digno vice-presidente da Câmara, e vereadores Francisco Tobias Augusto, Tomás Manhoso Iça e Mário Miguel de Sousa Rama, qne foram recebidos sob grandes ovações, pelos membros da Direcção e Comissão Pró-Sede da colectividade. Conjunto Musical «Os Canários» e delegados de várias agremiações do nosso concelho, e da vizinha e amiga Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samou- quense.
Do nosso concelho estavam representadas a Sociedade Filarmónica t.° de Dezembro, e Ateneu Popular de Montijo, a Sociedade Recreativa do Alto das Vinhas Grandes, a Sociedade Recreativa Progresso Afonsoeirense e a Academia Musical União c Trabalho, de Sarilhos Grandes.
Após o corte da fita simbólica e percorridas as airosas dependências da nova sede, deram ali entrada numerosos sócios da Sociedade e suas famílias, que por completo encheram o salão de festas da colectividade.
Aberta a sessão solene inaugural, tomou a presidência o sr. António João Serra Júnior, que se fez ladear dos vereadores presentes: presidente da Direcção da Sociedade, sr. Acácio Rodrigues da Silva; elementos da Comissão Pró-Sede, srs. António Rodrigues Samoreno Júnior, Manuel Ribeiro Cabete. e Fernando de Oliveira Caçador; comandante do Posto da G. N. R,, sr. Joaquim Manuel da Ressurreição ; representantes de colectividades; nosso director, sr. Alvaro Valente; e pelo nosso confrade «Gazeta Setubalense», o seu correspondente, sr. Elisiário Joaquim de Carvalho.
E111 destaque, as sr.as prof.a I). Inocência dos Santos, Perpétua Figueiredo e Ernestina Figueiredo Santos, agregadas femininas da Comissão Pró-Sede.
Igualmente se salientava o Conjunto Musical «Os Canários da Atalaia», com a sua graciosa «mas- cotte», menina Marília Alves da Costa.
Usaram da palavra nesta sessão solene os srs. Acácio Bodrigues da Silva, Manuel Ribeiro Cabete, Fernando de Oliveira Caçador, respectivamente, pela Direcção e Comissão Pró-Sede; Custódio Carrusca de Sousa, pelo Conjunto Musical «Os Canários»; nosso Director, sr. Álvaro Valente, por «A Província»; e por fim. o sr. vice-presidente do Município, António João Serra Júnior, que alu-
S A N F ER, L. DASEDE Hl ARMAZÉNS
Lj394, Rua Je 5. lulião, 41-1.° |||| filOIITDO, Rua da Bela VistaA E R O M O T O R S A N F E R o moinho que resistiu ao 1 ?í;ciclone — F E R R O S para construções, A R A M E S , °^ A R C O S , etc.C IM EN T O P O R T L A N D , T R IT U R A Ç Ã O de a lim en
tos para gados K lC lN Ó B E L G A para adubo de batata cebola, etc. C A R R IS , V A G O N E T A S e todo o m aterial para C a
minho de FerroA R M A Z É N S D E R E C O V A G E M
diram ao alto significado do acto que ali se estava realizando.
Foi uma sessão de invulgar imponência, sendo sublinhadas muitas passagens dos discursos proferidos com grandes e calorosos aplausos da assistência.
No final desta sessão, efectuou- -se um primoroso «copo de água», que serviu para um maior estreitamento de relações entre os convivas, dirigentes e valiosos colaboradores da prestimosa sociedade atalaiense.
Solenizando este acontecimento festivo, e'ectuou-se naquela noite um imponente baile, o qual foi abrilhantado pelas Orquestras «Os Vencedores», de Kio Frio, e «Os Canários», da localidade em festa, o qual decorreu com grande brilhantismo, com a colaboração da distinta e jovem acordeonista montijense, menina Maria Teresa dos Santos Carvalho.
E de. maneira tão digna e simpática para o laborioso povo da Atalaia, — que encantou todas as píssoas que assistiram à grande jornada alcançada no passado domingo, 29, vai agora a honrosa Sociedade Recreativa Atalaiense ingressar no seu 13.° ano de preclara existência, como factor do maior desenvolvimento da terra onde desenvolverá a sua actividade futura, para elevação do prestígio da Atalaia.
Por estes dois nobilitantes factos, felicitamos a população local e todos aqueles que tèm dado o seu melhor esforço pelo engrandecimento da sua agremiação recreativa e cultural.
ifmagem na nossa Praça
Em virtude da primeira tentativa não ter satisfeito, repetiu se 110 dia 28, pelas 11 horas, a film agem da parte da película «Sangue Toireiro», em que actuam Diamantino Vizeu e Amália Rodrigues.
O espada Diamantino Vizeu, logo no 1.“ toiro que saiu, ao terminar a lide, foi colhido de ver- clad, ficando ferido e recolhendo à enfermaria, onde foi tratado pelo sr. Dr. Fausto Neiva. O ferimento foi suturado com quatro agrafes.
Ao regressar á Praça, Diamantino foi alvo duma grandiosa manifestação.
Continuando a lidar o 2.°, 3.°, 4.* e 5.° toiro, foi novamente colhido neste último, mas sem qualquer gravidade desta vez.
Lamentamos o sucedido ao distinto artista português e fazemos sinceros votos de restabelecimento.
O mais curioso é que da película fazia parte uma «colhida», devidamente preparada, o que atinai, não foi necessário em lace do acontecido.
O homem põe... e o Destino dispõe.
Uma visita ao flsílo deS. losé e ao seu
PresépioNo dia 28 do passado Dezembro,
a convite da Ex.ma Direcção, o Director de «A Província», acompanhado por todo o pessoal da nossa Redacção e ainda por D. Ofélia Valente, seu filho António Baltazar Valente Ramos Dias, D. Alzira Gomes Fastino e seu marido sr. José Gomes Faustino, sargento da Base Aérea N.° 6, visitou o Asilo de S. José, da nossa terra.
Aguardados e recebidos pela Regente, sr.a D. Maria Joaquina Baptista, os visitantes apreciaram e admirar.m o Presépio, assistindo depois no refeitório ao jantar dos 28 vèlhinhos e 8 vèlhinhas, ali internados.
Dislribuiram-se tabaco, papel e fósforos aos vèlhinhos, chocolates às velhinhas, e broas a todos.
Entregou-se também um vale de 10 quilos de pão da benemérita pa laria Pinto Ramos iSk Miranda, ila rua José Joaquim Marques, e outro de 8 quilos de «A Província» o que perfez 18 quilos.
Como sempre, a visita impressionou profundamente os visitantes, aos quais o asilado José da Madalena agradeceu em nome de todos os internados, o carinho e as ofertas entregues.
No final, todos os asilados, sob a direcção da sua Regente, entoaram o Hino ao Menino Jesus, o que foi entusiàsticamente aplaudido.
«A Província» agradece, por sua vez, à Ex.ma Direcção o convite que lhe dirigiu e faz sinceros votos pelas prosperidades da hene- merente instituição.
F U R T OForam capturados pela P. S. P.
do posto desta vila, Ismael Correia Boiões, de 27 anos de idade, solteiro, trabalhador e Manuel Avelino Cardeira, de 31 anos de idade, solteiro, pedreiro, ambos re*identes nesta vila, por na noite de 20 para 21 do corrente, terem assaltado um armazém pertencente a António Fernandes da Silva, comerciante nesta vila, furtando dali 5 garrafões contendo 40 litros de aguardente, 15 latas de conserva de peixe de diversas qualidades, pequenas, e ainda 4 latas de atum em conserva, com o peso de 2,5 quilos cada. Os autores destes lurtos foram enviados ao poder judicial, bem como o respectivo processo.
Muito concorreu para a descoberta do furto o nosso estimado assinante, sr. Carlos Santos, guar- da-nccturno nessa área.
| A G D A
I U T I L I T Á R I A !íl
Farmácias de Serviço
5."-feira, 2 — H i g i e n e6.’ -feira, 3 — D i o g o Sábado, 4 — G i r a l d e s Domingo, 5 — M o n t e p i o2."- Peira, 6 — M o d e r n a3." - feira, 7 — H i g i e n e j4."-feira, 8 — D i o g o
0 Natal dos pobres em M O N T I J O
C o n f e r ê n c i a d e S . V i c e n t e
d e P a u l o
Independentemente da benfazeja acção desenvolvida durante o ano findo, não quis deixar esquecida a última quadra festiva, a Conferência de S. Vicente de Paulo, de Montijo. prestando o seu auxílio de caridade ao pobres desta vila e dos bairros vizinhos.
Além dos benefícios que durante o ano prestou em géneros, subsídios para medicamentos, rendas de Inbitaçõo e outros ocasionais, distribuiu por ocasião do Natal cobertores e géneros a 16 pobres, na importância aproximada de Esc. 1.280100.
Iniciativas des!a categoria são dignas do melhor apreço e merecedoras do maior elogio.
i g r e j a E v a n g é l i c a P r e s b i
t e r i a n a
Ao que nos constou, esta Igreja Evangélica, da nossa vila, não olvidou igualmente esta quadra festiva, para minorar a situação de alguns pobres do nosso concelho, e contemplou-os também com donativos e géneros, além de ter beneficiado algumas crianças, com vestuário e calçado.
Que bem hajam todos os seus fiéis, na sua altruísta cruzada de beneficência.
Dr* Santos MarceloDoenças nervosas e mentais
Consultas e tratamentos — primeiros e terceiros sábados de cada mês, ptlas 12 horas, no consultório do Ex.m° Sr. Dr. Ferreira da Trindade — R. Bulhão Pato, 42- Telefone 026131 - MONTIJO.
3oietim ReligiosoC u l t o C a t ó l i c o
MISSAS5,a-feira, à 5 8,30 e 9 h. (S.° Sk-.'j).6.a-feira, ás 9 e 19 h.Sábado, às 8,30 (Padre Pólvora)
e 9 h.Domingo, às 8, 10, 11,30 e 18 h.
na Igreja Paroquial; às 9 h., no Afonsoeiro; e às 11,30, na Atalaia.
E s p e c t á c u l o sCINEMA TEATRO
JOAQUIM DE ALMEIDAQuinta-feira, 2; (17 anos) Um
filme que não necessita de reclame «Ele e as mulheres». Em cinemascópio e tecnicolor.
Sábado, 4; (17 anos) Um vigoroso drama da vida de uma mulher «Vivia com ela o pecado» com Anne Baxter. Um film e vigoroso e de alto nível artístico.
Domingo, 5; (12 anos) Matinée às 17,15 - soirée às 21,15 h., o film e que começa onde termina «Sissi»: «Sissi a jovein Imperatriz»; eom Romy Sheneider e todo o grandioso elenco do seu primeiro grande filme.
Terça-feira, 7: (17 anos) A sua beleza provoca paixões e ciúmes que pedem levar ao crime, «Encontro Inesperado»; com Esther Williams no seu primeiro papel dramático.
C í r i o N o v o
d a À f a l a i a
Informam-se os sócios deste Círio, que no próximo dia 5 de Janeiro,— Domingo, pei.is 15 horas, se realiza na sua sede a Assembleia Geral ordinária, para; Apresentação de Contas e Eleição ilos novos Corpos Gerentes.
A direcção aproveita a oportunidade para desejar aos seus associados e suas Ex.mas famílias e amigo*, Felizes Festas e um Ano Novo repleto de venturas.
Ao ComércioA Direcção do Grémio do
Comércio lembra aos seus Agremiados que, durante o mês de Janeiro, devem dar cumprimento ao exposto na cláusula \Jl.a do Contrato Colectivo de Trabalho, submetendo os mapas «Classificação do Pessoal» à aprovação do I. N. T. P.
Q u e m p e r d e u ?
Encontram-se depositados 110 posto da G. N. R. de Montijo, uma gabardina de fazenda e um porta- -moedas com chaves, que serão entregues a quem provar pertencer-lhes.
V e n d e - s ePropriedade com área de 16 km.
quadrados, a 3 km. de Montijo* junto à Estrada Nacional.
Nesta redacção se informa.
4 A P R O V IN C IA 1-1-958
Qiónieai Dtrequietai - 53
I Maie a bons( C o n t i n u a ç ã o d a p r i m e i r a p á g i n a )
P r o s a I n v e r n a lsição da própria maneira de ser e de sentir.
Numa palavra: — A Bon dade Humana tem que ser S IN C E R A .
O contrário será a negação absoluta do espiritualismo que deve presidir à prática dos actos bondosos, a afirmação derrotista da reserva mental e individual dos que, dessa maneira, buscam sòmente a celebridade preparada.
Estamos na q u a d r a do Natal.
É o instante sublime em que todos desejam F A Z E R B E M .
Isto só merece encómios, e traz às, nossas almas tão grande conforto moral como o conforto material que os gestos proporcionam aos ma- laVenturados da Sorte.
F A Z E R B E M , espalhar em Volta um pouco de fartura, de bem estar, de felicidade, é divlnizar-se o Homem. E le cumpre assim grande parte do papel sentimental que lhe pertence no drama da Vida.
C o n t u d o , — p e rg u n ta -
lh o ,— enfim, t e a g i r - s e - á contra todos os atentados à dignidade e à personalidade dos trabalhadores e aos direitos das suas famílias.»
E mais adiante, numa passagem doutro notável discurso :
<0 salário justo é exigência da dignidade do trabalhador, enquanto pessoa, e como tal sujeito da economia nacional. O trabalho não é uma mercadoria, nem o trabalhador um objecto ou uma máquina, mas um homem, com deveres e direitos, e com necessidades pessoais e familiares.
A nossa Revolução proclama estes princípios, mas eles só serão da Revolução se passarem, progressiva e seguramente, da lei ou da doutrina para o campo das realidades.»
Eis as palavras dum eminente estadista que, acima de tudo, não esquece a sua condição de Flomem e de chefe de família. Palavras que traduzem a melhor garantia na defesa dos legítimos interesses de todos os portugueses que trabalham.
Os nossos votos, no limiar do ano que se avizinha, são que aquelas palavras de fé
Valério da fonsecafabricante de apoias de borracha para Iodas as marcas de automóveis.
Rua França Borges, 52
L A V R A D I O
m os— , porque há-de ser apenas nesta quadra ?
Porque se hão-de lembrar dos d e s p r o t e g id o s unicamente nestes dias, deixando ao abandono durante o mais do tempo aqueles que continuam com a mesma desventura, com a mesma falta de protecção ?
Será como os que apenas se lembram dos mortos queridos no Dia de F inados?
A Bondade a horas fixas tem pouca elevação se não se prolongar por todos os instantes, por todos os momentos propícios que, infelizmente, não faltam.
A B o n d a d e nào deve guiar-se por relógios, nem por despertadores.
Deve guiar-se pela Consciência e despertar ao claro som dos gemidos que se desferem a toda a hora, em todos os dias, nos vários sectores da vida.
Doutra forma, será mais uma m en t i r a no quad ro geral . . .
e de alto sentido político e humanístico, sejam sentidas e compreendidas por toda a g e n t e , principalmente por aqueles cuja riqueza faz esquecer por vezes a angústia dos fracos e dos necessitados. E que a Paz regresse ao mundo, não como símbolo ameaçado mas como conso- ladora realidade.
Álvaro Pereira
PeiaI M P R E N S A
— Com seu n.° 154 entrou o nosso colega «Jornal de Almada», de que é director e proprietário o P. Manuel Marques, no 4.° ano da sua existência jornalística.
Cumprimentamos e desejamos longa e prolongada vida de intensas prosperidades.
— O «Eco do Funchal» deu-nos a honra de transcrever dois artigos do nosso Director: «Os atrevidos» e «Pobie Imprensa Regionalista». Agradecemos, muito penhorados.
— Também o «Notícias do Cartaxo» transcreveu a Crónica Irrequieta,— As homenagens — do nosso Director. Muito gratos.
— E o «Correio de Abrantes» transcreveu o artigo do nosso colaborador Carlos Ribaldo, intitulado «Protesto a um senhor gordo». Agradecidos.
— O nosso prezado colega «Gazeta das Caldas» teve a amabilidade de transcrever, no seu n.° 1331, a crítica do nosso colaborador M. S. ao livro «Acontecer Poesia...» do Dr. Luís Rosa Rruno.
Gratos pela gentileza.— Com seu n.° 1.306 entrou o
«Jornal de Moura» no 38.° ano da sua existência.
Os nossos cumprimentos e felicitações por mais este aniversário e votos de longa e próspera vida.
O JORNALDo ilustre publicista Octávio
Rodrigues de Campos recebemos
Esta p r o s a invernal, é simples. Não tem crítica, moral ou filosofia. E ’ oca. Mas, nem por serem ocos, os balões coloridos deixam de ser interessantes. Pode ser que mais alguém pense assim. . .
NO P A R Q U EQ u e deliciosos refúgios
são os parques! Para nós e para os pássaros. . . Aqui há tempos frequentei assiduamente, durante uns dias, um desses parques, que felizmente pululam em Lisboa.
E is aqui o que me foi dado observar:
1.° D IAEra meio dia e o So l nào
rompera ainda. A bruma cinzenta mal e n c o b r i a o azul do céu., tomando por vezes a sua cor.
A espaços, um So l embaciado se divisava por entre nuvens, que corriam impelidas pela leveza da brisa. Ao contrário do que era de supor, essa brisa não era fria,— se nos lembrarmos que estamos no Inverno.
As árvores, sem folhas, não se moviam, numa hibernação desoladora, como se nâo fossem dotadas de Vida. Os ramos finos, cinzentos e complicados, ofereciam a sua nudez às avezitas, seus habitantes de sempre, que neles pouco tempo paraVam, como se os desconhecessem.
Se ficavam, friorentas, encolhiam-se, eriçavam as penas e piavam lamentosamente, como a perguntar a razão porque, quando mais precisavam de r a m a g e n s protectoras, estas desapareciam . . .
Nas áleas, a areia não chiava sob os pés de quem passava; a humidade da noite tornara-a silenciosa.
Os arbustos de folhagem sempiterna, rasteiros, envergonhavam as grandes árvores com a sua resistência.
Representavam oásis verdes, num mar de riscos c in zentos, erguidos, imploran- tes e desgrenhados ao céu sem Vida.
Passa agora por mim um carrinho com ttm b & b è dormente, que a mãe trouxe ao parque.
Volteiam no ar pássaros famintos.
Barulhentos, revo ltados, surgem três numa corrida, ferindo-se no ar.
Pousam num ramo seco, e a luta continua. O que a motiva, não sei; o que é certo é que lutam. Por um grão de comida, por um ninho, por uma fêmea ?
uin cartão com amáveis referências à página «0 Jornal» que recentemente publicámos. Agradecemos a gentileza das felicitações.
— O nosso prezado Colega «Notícias de Evora», no seu número 17.220, fez uma gentilissima referência ao nosso modesto semanário, que muito nos sensibilizou.
Com os nossos agradecimentos sinceros, cumprimentamos enter- necidamen te.
Como na vida, o vencido sai cabisbaixo piando, desalentado.
Teria razão, direito àquilo porque lutava, talvez; mas a força ou o ardil venceram.
Tudo assim acontece, nem sempre vence a razão !
2.° D IAHoje há Sol. E vento
também. Mas, mesmo assim, vento e Sol são agradáveis.
-------— Por --------------
MÁRIO M A R T I N S
O Sol nâo é muito quente, é timido, anémico, e o vento corre caridoso. Esquecemos o Inverno.
Supomo-nos na Primavera. Só as árvores despidas, mas agora em movimento, nos dificultam a visão.
A visào é outra. Julgamos admirar uma gravura antiga, vendo as nuas, formando um todo esfumado, tendo desta vez um lindo fundo azul, de encontro ao qual se recortam num aglomerado de esguias canas.
Na relva Verde, esburacada de castanho terroso, desenham-se arabescos que não são mais do que a sombra geométrica das árvores.
Um melro passeia o seu luto rigoroso pelo chão almofadado. O coro dos chil- reios é alegre, variado, e uníssono. Sinfonia natural que as cordas vocais das minúsculas a v e s t o r n a m sempre igual, mas nunca monótona. Música de fundo, da enorme tela que é a N atureza.
5.° D IADe manhã, o nevoeiro era
opaco. A humidade no ar era evidente.
Sobre o rio adensava-se e escondia-se o horizonte. O Vento sopraVa a fôlegos, fresco. Extensas e disformes, imensas m a n c h a s negras manchavam a atmosfera.
O perigo da chuva eminente era afastado, por Vezes, pelo piscar radioso do Sol, que fazia todos os esforços por aparecer.
A crença popular pressagiava chuva para hoje, dia 24 de Dezembro.
Em todo o caso, o parque está cheio de crianças. A lguns carrinhos de b é b é, «descapotáveis» ou não, estacionam junto aos bancos, onde as mamãs fazem «tri- cot».
O vento passa nas árvores; mas estas, indiferentes, não se movem.
Ouve-se, rodeando-nos, o barulho da cidade que re- gorgita de motores. O som que chega até nós, é surdo e potente, — mistura de roncos e silvos.
E s t a m o s num mundo áparte, e eu gosto de me sentar no recanto mais central do parque, para quando olhar à volta me Ver cercado
de árvores, brotando de ex. tensas campinas de relva.
4.» D IADescobri outro recanto do
parque, o lago. Que lindo recan to ! A paz é a mesma,
Sentado num b a n c o jj
sombra escassa duma árvore sem folhas, observo o lago,
A aragem cavalga as ondas esverdeadas e espelhen- tas. Algodoadas, cabriolando, dúzias de patos brincam às regatas.
De Vez em quando, passa o rei desta superfície líquida,— sua majestade o cisne, Imperturbável, de cenho carregado, mantém a distância os restantes patos «plebeus».
Assemelha-se a um imponente transatlântico entrando no Tejo, coalhado de pequenas embarcações
Inestéticas cegonhas, espetadas na relva, imóveis, dão ideia de que uma maldição caiu sobre elas, ou que o demónio se ei.carregou delas como obra sua.
Impante e obeso, de cabeça levantada, um ganso atravessa a relva supondo-se alvo de todos os olhares, talvez desafiando o cisne.
Este, conhece o seu Valor. Desdenhosamente, não se move.
Ao entrar na água, o ganso é saudado por um coro regougante, que contrasta estranhamente com a melodia da passarada.
Chegam agora novos habitantes do parque, que eu desconhecia,— os elegantíssimos e empertigados pombos de leque.
Que presunção! Mas são bonitos, ainda assim. Vêtnl só de visita, e como intrusos são tomados. Uma persegui-l ção é-lhes movida pe los l patos.
Os pombos, com a supe-l rioridade que as asas lhesl concedem, levantam Voo.l aristocráticos, com o leVel encolher do seu alvo leque,|
Vão pousar sobre um te l lhado vermelho, onde se des-1 tacam nitidamente. Manchas! brancas que se pavoneiam e,l numa meia Volta arrulhantel parecem querer desafiar to-l dos os patos do M undo.-J
** *O tempo piorou. Grossasl
pingas tornam a relva bri-1 lhante. 0 Sol, que aparecei por segundos, é insuficientel para me assegurar uma es I tadia no meu banco predi I lecto.
Vou-me embora, e sintoI pena.
No Natal, porém, é seni l pre o mesmo tempo inconsl tante, como a Sorte, comoal V i d a . . .
Voltarei, esperançado, nJ | Primavera.
Telefone 0869?
''P am hnai f/ttfiijM /iai
Fofo
Álvaro Valente
Palavras de té( C o n t i n u a ç ã o da p r i m e i r a p á g i n a )
1-1-958 A P R O V I N C I A 5
píikUeaçúejL <7ZeethLdai mms Boa Educação ^^S ts& s^r r s í/^ - y ^ í/^ y ^s^S kj rz& ssú A
Os Peres naquela noite tinham ido ao S . Carlos abrilhantar 0 espectáculo de crala com sua presença ele- o-ante. Ele, imponente na casaca nova, talhada por modelos <1o último figurino importado de Londres. Ela, coruscante de jóias, exibia uma «toilette» de linhas revolucionárias, confeccionada em veludo de seda azul escuro, trazendo a marca inc o n f u n d í v e l dos artistas costureiros da grande e clássica metrópole da moda. Por isso, boa parte do seu corpo esgalgado patenteava uma nudez hipócrita, que os decotes amplos e rasgados deixavam a descoberto muito de propósito. Assim , quem reparasse bem na dama aperaltada a passear no «foyer» do magnífico teatro, pelo braço do impávido e já grisalho senhor Peres, notaria filosoficamente que a Humanidade cada vez se conhece menos a si própria.
No peito descarnado da senhora D. Angélica avultavam as clavículas esburga- das, numa tentativa constante e ansiosa para romperem a pele muito branca, falsamente a sse t inada por acção de cosméticos perfumados. Um colar de pérolas de Ceilão, gradas como sementes de soja oriental, pendia-lhe do pescoço im p e r t ig a d o em duas voltas petulantes, atrevidas, a dar nas vistas. S o bre 0 seio mirrado e estéril, 0 broche de ouro maciço com formas de ave estranha, cujo bico segurava sofregamente e n o r m e esmeralda verde mar.
Ao longo das costas nuas, apercebia-se uma penugem rala de coelho recém-nas- cido, que 0 decote audacioso deixava a descoberto, antes de fechar-se numa preguinha subtil a palmo e meio da região dita sacrococcígea.
Um par de brincos aristocráticos, semelhando luminosa cascata de diamantes, suspendia-se das pequenas orelhas escarlates, onde as molas apertavam sem dó na carne mole e sofredora.
O penteado caro ondeava a farta grenha louro quente, cor de mel, por sobre a qual ela passava de fugida as mãos finas com dedos magros e unhas tintas a vermelho, dando ligeiros toques, a remirar-se no vasto espelho rútilo, corrigindo algum cabelo rebelde, fugido à disciplina de mestre Baptista da rua do Amparo, que 0 modelara a poder de ferros quentes, em expansões habituais do seu génio criador.
No rosto escaveirado e anguloso, assentavam cremes sabiamente doseados, rebocando as fendas que se adivinhavam 110 frontespício de quarenta e tantos anos.
. — Olha A lb e r to , olha 0 visconde Rodrigo ! — exclamou ela emocionada puxando
manga do marido.— Efectivamente é ele ! —
concordou 0 senhor Peres — e dirige-se para nós.
O visconde aproximou-se do casal, destapando um sorriso franco. Fazendo uma acentuada curvatura de espinha defronte da senhora, pegou-lhe suavemente na estreita mão, pousando nela os lábios ressequidos num beijo leve e delicado.
— Como está encantadora!— cumprimentou galante 0 titular.
— Sempre fiel a si próprio,
-------------- Por -------------Luís fernando da Veiga
caro visconde ! Nunca deixa escapar uma oportunidade, como esta, para se tornar simpático com as suas ama bilidades — disse ela em jeito de a g r a d e c i m e n t o , descobrindo um dente postiço 110 sorriso froixo, enquanto 0 Rodrigo se voltava para o esposo.
— E você, Alberto, como tem passado ? A avaliar pelo bom aspecto sàdio do meu amigo, parece-se supérflua esta pergunta.
— Sim , realmente tenho passado bem. Muito bem mesmo, nestes últimos temp o s — r e s p o n d e u Alberto sustentando na sua a mão nervosa do outro, em aperto demorado.
— Optimo, óptimo ! Folgo imenso com a notícia. Eu e minha mulher também já nos vimos livres da gripe. Essa maçada tremenda que nos estendeu na cama vários e penosos dias. Têm gostado da companhia lír ica ? É maravilhosa, não acham ? ! Que pena a Fernanda ter ficado em casa : umas visitas, umas primas i n d i g e s t a s como tudo . . . coitada! M as voltemos ao espectáculo; esplêndido, h e im ! O velho Verdi se ressuscitasse aqui, não poderia exigir melhor na representação do seu «Otelo». Que lhes parece ?
— Isso é verdade — concordou logo 0 Alberto — , es- tupendamente montado, representado e cantado. Que vozes ! . . . que orquestra ! É de facto uma maravilha. . .
— Agora vou fazer-lhes um convite — atalhou o v is conde.
— Um convite do visconde Rodrigo é sempre uma honra para quem 0 recebe — declarou Alberto, fazendo uma mesura.
— Nem tanto assim ! — corrigiu 0 visconde fingindo- -se modesto — amanhã queremo-los lá em casa para uma partida de «bridge». Vão conhecer os Fonsecas. Muito simpáticos, muito educados.
— Ah ! Trata-se do industrial que enriqueceu com os p lásticos? Bem sei, bem sei. Tenho ouvido falar imenso dele, — descorria 0 Alberto visivelmente entusiasmado com a perspectiva de travar relações novas.
— Pois é esse mesmo — c o n f i rm o u 0 v isconde,— é
esse mesmo que vou ter 0 gosto de lhes apresentar, bem como sua mulher, a formosa Lina.
— Muito obrigada senhor visconde—disse a «madame» Peres, metendo também 0 bedelho na conversa. — Eu por mim detesto conviver com pessoas sem educação. N ã o t e n h o piciência nen h u m a p a n aturar gente pouco bem. Adoro as relações, mas só muito escolhidas.
— Pois apareçam amanhã, porque a esse respeito em nada ficarão d e s i l u d id o s . Neste momento vamo-nos separar e se V. Ex ., minha senhora, me dá licença, des- peço-me já.
O Rodrigo voltou a inclinar-se palacianamente diante da s e n h o r a D. Angélica. Beijou-lhe outra vez a mão com requintes de elegância e cumprimentando 0 Peres afastou-se em busca do seu lugar na sala, dizendo muitas vezes: «até a m a n h ã , até amanhã, não faltem».
Depois do «bridge», roi uma mãozinha de «canasta» entre dois copos de «wisky». Os convivas extasiavam-se no conforto da casa luxuosa do visconde. A senhora D. F e r n a n d a , a viscondessa, multiplicava-se em pequeninas atenções, encantadoramente preocupada com 0 bem estar dos seus amigos. Um jogo permanente de palavras amáveis vibrava no ambiente com emoliências doces de lisonja, naquela tarde pardacenta e fria de Janeiro.
Os primeiros que sairam foram os Peres. Assoberbados por tantas amabilidades, desfaziam-se positivamente em agradecimentos, declar a n d o - s e encantados; por sua vez ousaram fazer também um convite, para daí a uns dias, quando conviesse a todos, porque queriam retribuir os momentos adoráveis que acabavam de viver na companhia daqueles seus amigos e também estreitar ainda mais as relações com os Fonsecas, pois sentiam já náo lhes ser possível arredarem-se de pessoas tão profundamente atenciosas.
Quando os anfitriões voltaram de acompanhar à porta os Peres, 0 senhor Fonseca interpelou assim 0 visconde Rod rigo :
— Que gente tão simpática você descobriu !
E a «madame^ Fonseca concluindo:
— São r e a lm e n te muito agradáveis. Dificilmente se encontrará melhor.
— Sinto-me feliz, por lhes ter proporcionado ocasião de conhecerem tão estupendo casal. Contaremos com eles para as nossas próximas reuniões. De acordo?
— C laro ! — responderam à uma os Fonsecas levantando-se, dispostos a retirarem-se também.
— Então já ? Nem mais
— «Portugal d’aquém e d’além mar» — N.8 79 a 81.
Revista Ilustrada.Director— Manuel dos Santos
C.uerra.Redacção — Rua Ilha de S. Tomé,
17-1.° — Lisboa.Todos os números desta bem
elaborada, e sempre muito ilustrada Revista, são repletos de boa colaboração e de assuntos do máximo interesse.
Destacamos, no entanto, o n.° 79, dedicado à visita da rainha Isabel, de Inglaterra, e o N.° 80, inteiramente dedicado às actividades ro- tárias no nosso país.
Esta Revista Ilustrada impõe-se pela magnífica apresentação gráfica, belas capas, belo papel, e ainda pelas admiráveis reportagens que insere.
Agradecemos, mais uma vez, a deferência dos exemplares enviados.
— Relatório e Contas do Ranco Espírito Santo e Comercial de Lisboa.
Deste conceituado Estabelecimento Bancário recebemos este Relatório, em referência a 31 de Dezembro de 195(i.
Por ele avaliámos todo o desenvolvimento deste ano e o volume das transacções ali descritas.
Do seu Balanço junto, vimos o Activo e Passivo, e em seguida a sua Carteira de Títulos e a Conta de Ganhos e Perdas.
De tudo que relatamos, conclui-se a situação florescente do Banco Espírito Santo e o conceito e a cotação que goza no respectivo meio.
Agradecidos pela amabilidade do exemplar que nos remeteram.
— Relatório e Contas da Companhia de Seguros «Tranquilidade» — Lisboa e Porto.
Recebemos, e muito agradecemos, um exemplar.
Pelo seu conteúdo e atenta leitura, concluímos que a «Tranquilidade» segue vida próspera na sua trajectória.
O documento está profusamente desenvolvido, com seus balanços e mapas elucidativos.
Muito nos apraz registar nas nossas colunas a gentileza de nos remeterem o aludido exemplar.
uma gota de qualquer coisa, nem mais um bolo? — insistia a senhora D. Fernanda numa solicitude amável.
— Nada,’_mais nada, muito obrigado. É noite e temo que o meu sócio francês já me esteja esperando. Janta hoje coiuigo. Vai ser divertido — escusava-se o homem dos plásticos, rindo muito.
O « M e r c e d e s » cinzento claro dos Fonsecas corria a oitenta quilómetros por hora na estrada marginal, com os faróis nos médios devido aos cruzamentos constantes. A í, pouco mais ou menos entre Santo Amaro de O e iras e S . Ju lião , o industrial, que segurava nas mãos potentes um volante côr de marfim, pisou mais o acela- rador, disposto a ultrapassar um «Lância» e nesse momento ia dizendo à esposa :
— Não há duas opiniões. Aquele Peres é um «gentle- man».
Mas acontecem coisas do diabo. Assim que o Fonseca acabou de falar, um cãozito felpudo e solitário, vindo não se sabe donde, atraves- sa-se na estrada à frente do «Lancia», c u j o condutor evita o atropelamento saindo da mão e metendo travões a fundo. O «Mercedes» embalado, é claro, vai bater com o focinho na traseira do outro. Um estampido de la tas machucadas, chiadeira de pneus no pavimento, paragem consequente dos ve ículos e, rápido como um
— Do «(írupo Caras Direitas», de Buarcos, recebemos o livro comemorativo das suas Bodas de Ouro, publicado em Novembro.
A sua leitura conforta-nos a alma e o coração!
Fundado em 1 de Dezembro de 1907, a sua vida associativa é toda ela um repositório de obras de Benemerência e de Cultura.
Aliando a parte recreativa à parte beneficente, o Grupo Caras Direitas é um exemplo de nobreza de sentimentos que nos emociona e nos obriga a prestar-lhe as mais sinceras homenagens. E assim durante 50 anos, sem ura desfalecimento, sem um desânimo, sempre fiel aos princípios que nortearam os seus fun lad >rej, sempre persistente na c jnseeução do seu programa altam:nte espiritual.
Pelo livro agora publicido nos certificámos de todas essas obras e iniciativas generosas.
Muito nos apraz fazermos estas referências, tão de acordo orn o nosso modus vivendi. e é-nos particularmente grato felicitar o Grupo pelas suas «Bodas de Ouro» e por toda a sua dignificinte e prestigiosa actuição.
Agradece nos, m íito reconhecidos, o exeiiplar qu ; n >s enviaram.
— Boletim da Câmara do Comércio Belga ern Po tugal. — N.°s 106, 107 e 108.
Redacção — rut Rodrigues Sampaio, 21 - 4.° — Lisboa.
Formosa publicação esta, em que se c injugam fraternalmente os interess s e as beleza * turísticas dos dois países!
A juntar à muita ilustrada apresentação gráfica, notam-se as oportunidades comerciiis, os quadros sobremaneira ilucidativos, e os esclarecimentos preciosos respeitantes à Exposição Universal e Internaci mal de Bruxelas, a realizar em 1958.
Por todos estes motivos, este Boletim impõe-se à nossa intensa simpatia e merece as mais elogiosas referências do nosso semanário, sempre dedicado aos intercâmbios de vasto e recomendável alcance.
Muito gra'.>s pela oferta dos exemplares remetidos.
ariete, o automobilista do «Lfincia» salta fora, avança encandeado e aturdido direito ao carro do Fonseca. Este, enervadíssimo, s a 11 a também e na escuridão ou- ve-se o d iá logo:
— O ' sua besta !— O ’ sua cavalgadura !— O que eu devia fazer
era partir-lhe já as ventas !— A ventas parto-lhas eu
a si, seu «azelha» indecente!Um terceiro carro parou
junto ao sinistro para socorrer feridos, se os houvesse, e a luz dos seus-faróis iluminou então directamente os homens que iam crescendo um para o outro a vomitarem insultos, daqueles que se não podem escrever.
Batidos pela claridade intensa, os dois azes do vo lante, reconhecendo-se, param E estacando o caudal de ameaças soezes, ficam-se a olhar mutuamente como dois parvos.
— Mas é o senhor Peres !— balbuciou o Fonseca abismado.
— Mas é o senhor Fonseca ! — balbuciou também o Peresesmagado pelos factos.
Não há nada que chegue à boa educação!
« A P r o v í n c i a »ASSINATURAS
P agarn into ad iantado10 números — 9S9020 números 20$00 52 números — 50S00 (um ano) Províncias Ultramarinas e Estrangeiro acresce o porte de correio.
6 A P R O V I N C I A í-i-gjj
ATALAIA
A g r a d e c i m e n t o
António Rodrigues CaçãoManuel Rodrigues Cação, sua
mulher Gertrudes da Silva, e restante família, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram acompanhar à última morada, seu estimado pai, sogro e parente, António Rodrigues Cação, cujo funeral se efectuou em 20 do mès findo.
A todas, o seu reconhecimento.
Desastre de viação
No dia de Natal, pelas 21,50 horas, na estrada do Samouco para Montijo, um jeep da Base Aérea n.° 6 teve um acidente de viação do que resultou ficarem feridos dois soldados de nomes .losé Maria Alves de Oliveira, de 21 anos, natural de Celorico de Basto, e António Ribeito da Rocha, também de 21 anos, natural de Baião.
Os sinistrados foram tratados no nosso hospital e, como o seu estado inspirasse certos cuidados, foram depois conduzidos para o hospital militar da Estrela, onde ficaram internados.
Relação dos ochados à data
depositados no Posto da
Polícia de Segurança Pública3 porta moedas de cabedal, con
tendo determinadas importâncias em dinheiro; 1 lenço de seda, próprio para senhora ; 3 metros de riscado ; 1 argola com chaves e um apito ; 1 sapatinho de cabedal, próprio para criança ; uns óculos graduados; uma carteira de plástico, com várias fotografias; 2 capas de lã, próprias para selim de bicicleta ;1 embrulho, contendo pacotes de chá; 1 placa, cem dentes postiços;1 espelho retrovisor, próprio para automóveis; 1 pe?o de 500 gramas;1 caderneta militai-, pertencente a Euzébio Luís de Carvalho ; 1 cédula pessoal, em nome de Deolinda Pessoa dos Santos; 1 cédula pessoal em nome de Manuel Joaquim Bolinhas Gomes; 1 relógio de pulso, próprio para homem ; 1 luva de malha própria para criança ; 1 tampão para depósito de gasolina, de automóveis ; 3 brincos de ouro, próprios para senhora, desiguais; e 1 fio de ouro, com medalha.
v P r o v í n c i a
Este número de «A Província» foi visado pela
C E N S U R A
Jo
Infoi mam-se os nossos estimados assinantes e leitores de que este número do nosso semanário, por motivo da organização do n.° de Natal e circunstância do feriado oficial, se vê forçado a ser publicado com algum atraso.
Por esse motivo vimos apresentar-lhes as nossas desculpas.
CllHHI il': PTOÉliM!Resultado do 13.° cupão publicado em 12 de Dezembro
N e n h u m c o n c o r r e n t e a c e r t o u e m t o d o s
o s r e s u l t a d o s — E n t r a r a m 1 4 7 c u p õ e s
Apenas 4 concorrentes acertaram em 11 resultados
Prémio atribuído para este cupão:
1 . 5 0 0 $ 0 0
fm compras em estabelecimento à escolha do contemplado
CORTE POR AQUI
Cupão N.° 15
C o n c u r s o d e P r o g n ó s t i c o s d e F u t e b o l
d e « À P r o v i n c i a »
2.a Divisão (Zona Norte) 2.ulDivisão (Zona Sul)
Espinho Vila Real ; Beja Montijo
Gil Vicente Leixões Coruchense Olhanense
Sanjoanense Vianense Atlético Almada
Marinhense Guimarães Juventude Serpa
Covilhã Tirsense União Sport Portimonens.
Boavista Peniche Farense Arroios
Chaves Leões Portalegre EstorilCampeonato Nacional da 1.* Divisão
Caldas Benfica
N om e ........
M o r a d a
L o c a l i d a d e
fnviar este cupão até às 12 horas de Domingo, 12
D E S P O R T O SCampeonato da 7 : Divisas d; Associação de Futebol de Setúda
Irofario, 4 - Imparcial, 1Cjpiitdi&l Campeonato Nacio nal da 2.il Divisão
Atíético, O - Montijo, 1O Montijo, neste jogo, alcançou
uma vitória que muito lhe serviu para a sua classificação, com vista ao terceiro posto, para assim conseguir classificar-se na fase final.
Poucotemos a citar, no que diz respeito ao desenrolar da partida. Justiça seja feita aos nossos conterrâneos que se souberam defender e lutar sem desfalecimentos, perante a luta de verdadeira «Batalha Campal».
Fora e dentro do rectângulo, só pancada e pedradas, a ponto que a polícia foi impotente de manter a ordem e se viu obrigada a pedir reforços.
Afinal, os montijenses têm a fama e os vizinhos lisboetas de
Alcântara, é que dão esses exemplos !
Até mulheres se viam a quererem acompanhar aquela toada!
Pedimos, pois. justiça para que se consiga pôr fim a casos como o da Tapadinha.
Justiça. A própria autoridade presente será a maior testemunha dos factos.
I)eslocando-se bastantes adeptos do nosso clube a Lisboa, vieram muitos dele» maltratados, até crianças que mal sabiam ver a bola!
Pelo caminho que i<to leva, qualquer dia cada espectador, quando for ver algum jogo, tem de se fazer acompanhar de um guarda...
Repórter X
Protestamos!Segundo nos informam pessoas
de todo o crédito que assistiram ao encontro do dia 29, entre o Desportivo de Montijo e o Atlético de I.isboa, no campo da Tapadinha, deram-se ali cenas nada edificantes e absolutamente condenáveis.
Houve jogadores, directores, e até simples montijenses que acompanharam o clube da sua terra, que foram maltratados e agredidos por uma turba desvairada que excedeu tudo quanto se tem visto em campos de futebol em tardes tormentosas.
O árbitro foi agredido com uma cadeira; o nosso guarda redes tinha que se defender dos jogadores adversários e das pedradas que lhe atiravam às costas; um jogador do Desportivo, que fora expulso do campo, foi desapiedadamente agredido ao entrar para o balneário; a Polícia foi desrespeitada e teve que pedir reforços; e quantos mostrassem ser de Montijo eram logo sovados e apedrejados !
O que provocou estes exageros e esta excitação foi, é claro, o facto de o Desportivo ter ganho o desafio...
Chama-se a isto Desportivismo... e civismo para com visitantes.
Protestamos em nome dos princípios desportivos e ainda em nome dos sentimentos de humanidade, e apelamos para as respectivas autoridades a fim de ser aplicado o respectivo correctivo e de se pôr cobro a semelhantes procedimentos.
E não nos admira que sejam esles os que nos têm alcunhado algumas vezes de «selvagens», por factos que ficam muítissimo longe dos que se deram na tarde de 29, ali à Tapadinha, entre as turmas do Desportivo de Montijo e o Atlético da capital.
li preciso que estes casos se não repitam, para bem do Futebol e da dignidade dos clubes que o praticam, de modo que se saiba perder e respeitar aqueles que «sâo também almocreves e na mesma estrada se encontram», de modo que se não criem incompa- tibilidades que apenas prejudicam a Causa.
Protestamos, pois, e esperamos as providências e as sanções que, decerto, as leis estatuem em situações verdadeiramente intoleráveis como esta a que nos referimos.
( B a i t y u e t t k & L
M o n t i j o , 4 5 - B a r r e i r e n s e , 8 1
Jogo a contar para o Campeonato Regional, disputado no passado domingo 22, em Montijo.
Sob a arbitragem dos srs. João Máximo e João Correia, as equipas alinharam :
MONTIJO: (7 lances livres transformados em 15 tentados e19 cestas) Heitor (9), Luciano (2), Teodemiro (5), Tomás (16), José Maria (5) e Américo (8).
BARRKIRENSE: (37 cestas e 1 lances livres transformados em 20 tentados) A. Macedo (4), Climaco (2), Valente (25), Nunes (2), Ferreira, J. Macedo (24), Soeiro (4), Vicente (15) e Jorge (5).
Ao intervalo 42-17 a favor do Barreirense.
Após terminado este embate entre os «cincos» de Montijo e Barreirense era clara a satisfação entre aqueles que tiveram a feliz oportunidade de assistir a uma das melhores exibições de Basquetebol até hoje efectuadas em Montijo.
O público vibrou, entusiasmou- -se (porque o Basquetebol, mais que qualquer outro Desporto, faz
«guerra de nervos»), e exteriorizou o seu contentamento ou desapontamento como nunca vimos.
Em campo estava nada mais que a equipa do Barreirense, Campeã Nacional e da Taça de portugal da época 56 57, e equipa-base da Selecção Nacional com 6 internacionais no seu elenco.
Nós também estamos satisfeitos. A seguir a um jogo que foi difícil esquecer, tivemos ensejo de verificar outro que destruiu por completo a opinião que tínhamos formado acerca da forma actual da equipa.
Não era que não acreditássemos no seu valor; mas havia qualquer coisa que a impedia (ou tem impedido) de mostrar o que realmente vale.
São fenómenos difíceis de explicar e compreender. A série de desaires em condições anormais influiu grandemente no espirito dos jogadores e estes, subjugados àquela inferioridade psíquica que sempre surge, não lendiam nem metade do normal.
Porém, contra o Barreirense os
No Campo Péplta, na Trafarii realizou-se o desafio para o res. pectivo campeonato regional, entre o grupo local: Clube de Futc. boi da Trafaria e o Imparcial de Alcochete,|arbitrado pelo sr. Car. los Neves.
Alinharam pelo primeiro:Joanito, Armando, Rijo, Angelo,
Nunes, Clemente, José Luís, Carlos Manuel, Agostinho, Abreu João Manuel.
Pelos visitantes:Capela,- Sacramento, Neto, Luis,
André, Silva, Mário, Prudêncio, Laíça, Fernandes e Seixal.
Iniciado o jogo, logo na primeira avançada do grupo de Alcochete, numa confusa jogada, Seixal mete o tento de honra.
Depois, a partida estabiliza-se com lances regulares de cada lado, conquanto os loca'is forçassem o andamento. Pode-se dizer que tudo decorreu ordeiramente, conforme as normas do desportivismo.
Os locais, desperdiçando várias oportunidades de golo, não conseguiram estabelecer o empate até ao fim da primeira parte.
Recomeçada a partida, depressa surgiu o empate, pois Agostinho, numa intervenção oportuna, en caixou a bola nas redes.O jogo animou-se desde então. 0 Trafaria comandou as investidas; e, aos vinte minuto9, José Luis, aproveitando um centro da direita, furou as redes pela segunda vez.
A visitada, animada pela vitória, forçou as jogadas e, aos trinta minutos, o extremo-esquerdo ani chou novo tento.
Porém, o Imparcial permitiu o quarto golo: consequência dum livre marsado por Agostinho. Estava consumada a derrota.
A arbitragem de Carlos Neves, foi satisfatória, facilitada pelo comportamento das equipas. — (C.)
rapazes montijenses, briosos, quiseram mostrará assistência recorde, que emoldurava o recinto, que aqueles fenómenos como aparecem também desaparecem sem explicação.
Evidentemente que nâo vamos dizer que Montijo fez partida d «bom» Basquetebol. Não. Mas a energia posta na luta, o «atrevi mento» com que enfrentou o Barreirense, dão jus a que consideremos uma «boa» partida.
Em velocidade foi como Montijo defrontou os Campeões. E, pode-se dizer, que os perturbou por vezes. Faltou nessa altura a «classe» suficiente para uma reviravolta no comando das operações,
Em breve os campeões senhores absolutos das duas tabelas (tèm agora 3 jogadores de 1,90m.) retomavam o seu jogo massacrador, em que a luta dos ressaltos tanto utilizada pelo Barreirense desgastava Montijo. Foi assim, debaixo da tabela, que o Barreirense constituiu mais de 50 “/„ dos pontos.
Foi um grande jogo, tão «grande» que o tomamos como excelente prenda de Natal para a equipa de Basquetebol do C. D. M.. E quando saboreamos a derrota nestas cir circunstâncias é porque realmente assim vale a pena perder. Mas doutra maneira... arripiamo-nos.
A arbitragem, embora ouvindo alguns protestos, estere em bom nível.
Em nome da secção de Banque- tebol do C. D. M. daqui lançamos um agradecimento aos colega* seccionistas do Barreirense pela* facilidades concedidas, a fim de 0 encontro se efectuar a uma hora diferente da que estava marcada
Assim foi possível aos mont'" jense adeptos da modalidade assi-- tirem à exibição dos Campeões Nacionais.
Feliz Novo Ano, Barreirense*-* * »
Resultado do jogo efectuado i"1 domingo, dia 29, no Seixal:
SEIXAL, 48 - MONTIJO, 56 Luciano Mocho
i-958 A P R O V I N C I A
\ J H i i a d & u t &
:: I ir. . ^ p c c a a t t B m c o a H C 3 D B n ^ a a D E a n r a a a n :
| í ( C o n t i n u a ç ã o d a ú l t i m a p á g i n a )
fljiflgora a perda do filho querido, cantando, com o coração|J| despedaçado .
N a q u e l a c a s a v i z i n h a ,
E s c o n d i d a e n t r e a v e r d u r a ,
U n t e m , p e l a n o i t e e s c u r a ,
A p a g o u - s e a m a n h ã z i n h a !
:1o, ar-1
MS, I'io, I
ri-1 de Itia, I
-se I(io, I1 o| ido Ime I
ias IseJaté I
ssa I 1.0, en-1
’ Ullas; Iuís, di- ii da
ria,mi-ini-
u o lum Es-
ves,3m-
:jui- rde, que cem iça
mos i de is a evi- liar- ere-
lon-E,
•bou ra a evi- ;ões. orei (tèm eto- clor, anto gas- aixo ons-JS. nde» ente a deandocir-
lentedou-
i n do bom
que-11110!’legaspela* de o hora cada' onti" issi-' >eóes
ise-
o i'°
56ho
L i n d o M e n i n o q u e t i n h a
P a i e M ã e ( O h m o r t e d u r a ! )
P e q u e n i n o , e r g u e u s e à a l t u r a
O n d e n ã o v a i a a n d o r i n h a .
E s p r e i t a n s o l a v i d r a ç a ,
J á n ã o v è q u e m d a n t e s v i a
E l o g o e s c u r e c e o d i a !
P a s s o u à p o r t a a D e s g r a ç a ;P a r o u , e n t r o u . . . e , d e p o i s .
E r a m t r è s , f i c a r a m d o i s .
Cam ilo— também ele — , a quem «a morte quase simultânea de dois filhos únicos de um pai extremoso», inspirou um bonito, mas triste, soneto que termina assim: «Ao teu abismo, pai, não vão confortos / Es coração que a dor empederniu/Sepulcro v ivo de dois filhos mortos», não pode, igualmente, fugir nem (por desgraça sua) ficar indiferente, a" mais esse rude golpe que a sorte lhe desferiu e a que ele próprio chamou «a maior dor humana» !
Talvez por isso — para fugir à dor dum filho morto — c que todos os pais aspiram a ter na morte, a simples, acolhedora e pequenina sugestão de felicidade que o poeta Eugênio de Castro tão bem soube exprimir no formoso soneto com que fechamos também este pobre e despreten- cioso artigo de homenagem ao Pai, «esse louco e destemido aventureiro do século», cujo sério e merecido elogio ainda hoje, infelizmente, fica por fazer :
A c o r d a c e d o , c o m o o s p a s s a r i n h o s
E v e m l o g o d i r e i t a à m i n h a c a m a ;
S a c o d e - m e c o m j e i t o , p o r m i m c h a m a
E a b r e - m e o s o l h o s c o m o s s e u s d e d i t o s .
E s t r e m u n h a d o , z a n g o - m e . cB e i j i n h o s ,
N ã o q u e r b e i j i n h o s ?■> — c o m v o z d e o i r o e x c l a m a .
D a m i n h a i r a e m p a l i d e c e a c h a m a
E , a c a r i c i a n d o - a , p a g o o s s e u s c a r i n h o s .
S e n h o r ! O u e a m o r d e f i l h a t u m e d e s t e !
D á - l h e u m c a m i n h o b r a n d o e s e m a b r o l h o s !
D á - l h e a v i r t u d e p o r a m p a r o e g u i a ,
E d e s t i n a t a m b é m , ó P a i C e l e s t e ,
Q u e a m ã o c o m q u e e l a a g o r a m e a b r e o s o l h o s ,
S e j a a q u e h á - d e f e c h a r m o s a l g u m d i a 1
Pinte da Costa
Do Minho ao Guadiana(stremoz
— B a n d a M u n i c i p a l — Como aqui anunciámos, realizou-se na noite de 23 de Dezembro, nesta co lectiv idade, uma Assem bleia G e ra l para apreciar o relatório apresentado pela comissão adm in istrativa e eleição de corpos gerentes para o trié nio de 1958 a 1960.
O relatório apresentado pela comissão adm inistrat iva da gerência de 1957, é duma lucidez e duma perfeita compreensão, que bem justificam as convulsões que, a colectividade sofreu nos últim os anos.
A comissão foi louvada pela Assem bleia, em v ir tude da sua acção rnorali- zadora e adm in istrativa estabelecida durante a gerência de 1957.
Seguiu-se a eleição dos corpos geientes, para 1958 a 1960, de que resultou o segu in te :
Pa ra Presidente da A s sembleia G era l o sr. A lfredo Cortez Simões, conceituado estrem ocense; para P res idente da D irecção 0 sr. Francisco Joaquim Baptista, correspondente do jornal «A Província» , em Estre moz.
— F a b r i c a ç ã o d e A z e i t e — Todos os lagares de azeite desta cidade se encontram em laboração, apesar da novidade da azeitona não ser nesta região de grande volume. O que achamos curioso, é os lagares no seu fabrico não atingirem azeite com mais dum grau de acidez !
Nestas circunstancias, os azeites este ano são todos finos, não havendo receio algum no seu consumo. - ( C . )
Notícias da TrafariaBombeiros Voluntários da
TrafariaIniciaram-se novamente
as obras do quartel desta H um an itária Corporação, na 2.* fase da construção.
No piso inferior, destinado aos bombeiros (Corpo A c tivo e Comando), as obras são de acabamento, estando em fase bastante adiantada, para as quais recebeu esta co lec tiv iiad e uma compsr- ticipaçâo cie cerca de cem contos para o bienio 1957/58, pelo Fundo de Desemprego.
No prim eiro andar, tenta-se conclu ir as obras de tosco, cobertura e limpos. Destina-se este piso a ginásio e salão de Festas, f icando a ser o maior quartel de Bom beiros Vo luntários do nosso distrito.
Para esta edificação foi contraído um empréstimo na Caixa G e ra l dos Depósitos, montante de 250 contos, autorizado pelo E x .m0 M inistro do In te rio r e am ortizável em ix anos.
Conta a D iiecção ver sua obra concretizada dentro de meses.
T a m b é m c o n t a com o apoio e boa vontade das entidades competentes e da população local, às quais se faz um apelo para que amparem tão sim pática e pres- tim ável associação, como é a Hum anitária dos Bom beiros Vo lun tários da T ra fa ria .
(C.)
Alcobaça— G r é m i o d a L a v o u r a —
Em cumprim ento dos preceitos e s t a t u t á r i o s , efectuou-se a reunião do Con- selhoG eraldeste organismo, tendo sido tomadas as seguintes d e l i b e r a ç õ e s : a)
A p rovar o i . a orçamento suplementar para 0 ano de 19 5 7 ; b) A p rovar o orçamento ordinário para 1958 ; c) Reconduzir os membros que constituem a Mesa da Assem bleia G era l e que são os senhores José Em ílio Raposo de Magalhães, presidente, padre João de M atos V ie ira , vice-presidente, António Ferre ira Canário e Manuel Ângelo da S ilv a , secretários.
— F e s t a d a 1 m a c u l a d a — Poi in ic ia tiva dos devotos de N .“ S .a da Conceição, também nesta v ila foi comemorado o D ia da Padroeira. O programa foi idêntico ao dos últimos anos: Novena, missas, prègação e, na noite de domingo, procissão de velas que percorreu as p r in cipais ruas da v ila
— D o e n ç a s ú b i t a e m o r t a l
— A jornada que referimos na epígrafe anterior, term inou de modo bastante doloroso. No regresso da procissão das velas, e quando se encontrava já dentro do templo, foi acometida de doença súbita a sr.* D. Es ter Trindade de O live ira , de 49 anos de idade. Resu ltaram infrutíferos os esforços feitos para a reanimar, e compreende-se, portanto, como este facto emocionou profundamente todos os c ir cunstantes.
A infeliz senhora era casada com o sr. Mário de O live ira , irm ã dos comerciantes srs. A lfredo T r in dade Jún io r e Tom ás A lves Trindade, e mãe das sr.*’ D. M aria Es te r de O live ira Fa lcão Gonçalves, D. M aria E rnestina e D. M aria T e resa Trindade de O live ira .
— D i a d a M ã e — Por in ic ia tiva das dirigentes locais da M o c i d a d e Portuguesa Fem inina, sr.a‘ prof.“* D. A lice de Matos C ravo e D. Maria A lbuquerque, foi
(Continua na página 6)
N. ° 8 5 F o l h e t i m d e « A P r o v í n c i a » 1 - 1 - 1 9 5 8
ffíldeia do fffvessoc%c cÂlrarc 99atente
— Etn torcicolos gaiatos, salpicados de casas diferentes e desiguais, — solares, palácios de americanos de torna-pátria, casebres de granito sobreposto,— o estirão continua por ali acima.
IN T E R V A L O D E V ID A H U M A N A !— Gente que passa, que dá a «salvação», que vai de sacho ao regadio
e <-le «quarta» aos mananciais.— Gente que desconfia, que não encara, que saúda e anda e se destina
ao grangeio sincrónica e automàticamente.
IN T E R V A L O D E V ID A A N ÍM IC A— Num picoto pôs-se uma ermida, — marco de fé que se distingue dos
cimbros rastejantes . .. — Mais adiante e mais alto, outra; num pincarito elegante, toca-no-céu,
mndi outra.P A S S O N O R M A L
. O Homem segue e sobe, sobe sempre, e por isso vai no carreiro nclinado ao chão.
Penedos à esquerda e à direita; ppnedos para cima, penedos para trás. Aparecem de todas as formas e feit ios:
L — Cabeças de velhos, queijos flamengos de todos os tamanhos, mamei s de matronas incomensuráveis, bicos de guaritas,, figuras exóticas,—
I e chapéu, sem chapéu ; sem braços, com braços ; sem perna;-, com pernas; °iossos e pigmeus; aviões de larga envergadura poisados em pistas de
palmoe meio ; águias fantásticas e carriços de polegada; uns que lembram palácios de fadas encantadas e outros que podiam servir de ninhos de eremitas.
E à beira dos atalhos, por cima da cabeça, o Homem vê ainda as sentinelas de pedra que lhe acompanham os passos, — umas, piriocos; outras, partículas — , suspensas em macabras posições, quase a escorregarem, quase a desiquilibrarem-se, quase a caírem para o esmagar, dando a impressão de que um simples piparote as lançaria na sua frente e depois pelas ribanceiras laterais !
. Os caminhos riscados nas lombas desenham curvas constantes, ligadas por curtos planos de poucos metros.
Os precipícios seguem o Homem, espreitam-no, parece que querem atraí-lo para o devorar, — como os lobos fazem às ovelhas.
E ele trepa, escorrega e trepa, finca-se melhor e trepa ..
Senhora do Desterro de alto.
No sopé do monte do Cenariz, 790 matros
Agora, chega a um pequeno oásis, — pausa de esplendor nos esplendores abruptos.
A água brota das rochas, serpenteia e forma ribeiros, regatos e córregos.Em frente, a barragem e a central. E ’ o Alva, tributário do Mondego,
com seus afluentes.A vegetação rebenta exuberante, em renques altaneiros, em arvoredos
frondosos e seculares, em pequenos jardins suspensos, duma rusticidade encantadora.
O Homem pára, assopra, resfolega de cansaço.Desenfardela a tralha e arma a sua tenda rudimentar. Faz a fogueira à
boca da tenda, come, sabodeia o manjar e as belezas que o cercam.Por fim, adormece na paz da Natureza, livre do mundo infernal, livre
de jornais, de livros de correios. . de telefonias.Manhã a romper, ainda o Sol não lavou a cara, já ele a lava na concha
duma pedra baixa, com água gélida.Sobe à Cabeça da Velha, no cabeço do C ilvá rio , e nem murmura!
( C O N T 1 N U A )
A P R O V I N C I A I-I-Q
M I R A D O U R OTrês letras, uma só palavra - PAI «0 maior aventureiro do século»
Todo o Mundo comemora anualmente o Dia da Mãe, na mais enternecedora e comovida homenagem que à mulher pode ser prestada na Terra.
Nem todo o Mundo, porém, celebra o D ia do Pai, apesar de Peguy o considerar justamente «o maior aventureiro do século» e já na antiguidade ter sido simbolicamente representado por um pelicano arrancando com o bico as próprias entranhas para alimentar os filhos.
Se é certo que, desde há muito, se vem fazendo a apologia da Mãe nos mais exaltados termos de sincera gratidão filial, não é menos certo também que, de modo nenhum, se tem pretendido diminuir a figura do Pai, cuja palavra inspira ao coração dos filhos o mesmo elevado sentimento de respeito e de amor.
Comparável ao sentimento maternal, na verdade, só o puro afecto do Pai, que nos ama, afinal, com idêntico carinho e não menos profunda amizade, sendo tão igualmente capaz, como a companheira, de sacrificar a própria vida em proveito da felicidade. «Amor de. pai, só esse pode exumar uma lágrima e um sorriso nobre do túmulo de todos os afectos», — diz-nos Camilo C as telo Branco.
Com o rolar dos tempos, tem-se visto, porém, que na sempre louvável, e cada vez mais necessária, tarefa de fazer realçar aos olhos do Mundo as virtudes inegáveis da Mãe, quase se tem esquecido não propriamente o sentimento filial em relação aos progenitores, mas o papel assás ingrato e também em todos os tempos dificílimo do Pai.
E assim é que, por uma errada tradição familiar, salvo raras excepções, ainda hoje a criança vê no «autor dos seus dias» o severo e quase sempre terrível «desmancha prazeres» dos momentos mais felizes.
A culpa principal deve-se, é certo, em grande parte, ao próprio Pai que, no fundo, sempre gostou de representar, ao lado da M ã e — por sua natureza, mais dada à tolerância e ao perdão — o ridículo, por vezes necessário, mas aliás sempre falso e erróneo papel de «mau».
A propósito, é muito conhecida a anedota do Pedrinho que, uma vez reprovado no exame, imediatamente telegrafa à mamã: «Reprovado. Prepare o papá» e recebe, em resposta, o seguinte telegrama: Papá preparado. Prepara-te tu? .
Mas, como íamos dizendo, ê precisamente essa velha e desagradável ideia de «domador» que os educadores procuram agora, louvavelmente, furtar ao espírito das crianças, assistindo- -se, neste momento, a uma justa e merecida revalorização sentimental do Pai.
Nesta conformidade, já vários países instituíram a data de 17 de Junho como o Dia dos Pais, escolhendo esta data talvez em homenagem a São Manuel, visto que se venera no próprio dia 17.
Em Portugal, também já o grupo onomástico «Os Josés» promoveu uma campanha, verdadeiramente nacional, no sentido de ser considerado feriado o dia 19 de Março (São José ), «para se glorificar o guarda vigilante e patrono de todas as famílias, porque o carpinteiro da Nazaré foi, na verdade, o cabeça e guardião da primeira família cristã e foi o pai de Jesus Cristo-homem».
Ao mesmo tempo que este movimento se de' senha fortemente e ganha já raízes no espírito e na alma de todos os portugueses, a maioria dos quais deu já a sua adesão a tão feliz iniciativa, os principais responsáveis chamam a atenção dos pais de família para o gravíssimo erro de supor que a educação moral das crianças pertence exclusivamente às mães.
Com efeito, fala verdade D. Francisco Manuel de Melo, quando diz que «não é coisa pertencente a um homem ser ama, nem berço dos seus filhos»; mas erra já, quase estrondosamente, quando afiima bastar ao Pai «que os veja e ame e lhes procure todo o regalo e boa criação».
Contrariando fundamentalmente esta ideia, ainda há pouco um ilustre conferencista dizia que «o Pai é tão responsável como a Mãe pela vida dos seus filhos, pelo seu desenvolvimento e educação. Jàm ais se provou que existissem dois códigos de m oral: um para a mulher e outro para o homem. O homem tem iguais responsabilidades na sustentação e na defesa dos princípios morais».
O essencial — e agora respigamos estes dize
res da secção feminina dum jornal diário — «é que o Pai e a M ãe se entendam, pois, caso contrário (mas só neste caso), ainda é preferível a exclusão de uma das partes. A criança conhece, por intuição, desde muito cedo, o valor da autoridade que a sujeita. E la sabe, quando essa autoridade é dos dois' lados, se o Pai e a M ãe são uma e única vontade ou se são dois poderes separados. Cederá fàcilmente à primeira forma, mas,
P O R
Pinto da Costa
logo que suspeita colisão de pontos de vista, não deixará, manhosamente, de fazer o joguinho que mais convém ao seu capricho e com odidade: servir-se de um para resistir ao outro. E isto é o pior que lhe pode acontecer».
Talvez por isso mesmo, isto é, por sentir a dificuldade dessa tào espinhosa missão que é a de Pai, o lord Rochester dizia, com certo humor: «Antes de me casar, eu tinha seis teorias sobre como criar os meus filhos. Hoje, tenho seis filhos e nenhuma teoria».
No entanto, como ainda recentemente foi dito num relatório de uma subcomissão do Senado norte-americano, «só de melhores pais se pode esperar melhores filhos».
Confiado, certamente, nesta verdade, foi que o Instituto António Aurélio da Costa Ferreira, de Lisboa, resolveu promover, a título gratuito, um curso, composto de 16 lições ou conferências, para os chefes de família que «na época difícil que atravessamos, necessitam ter, para orientar e educar os filhos, mais alguns conhecimentos dos problemas infantis do que os que a prática, ou tradição familiar, lhes forneceu».
Idênticas iniciativas deviam tomar, quanto a nós, todos os organismos similares do País, conduzindo os temas abordados, sobretudo nos meios rurais, por forma «a serem fàcilmente apreendidos por leigos, nomeadamente as questões de ordem médica, psicológica, psíquica e sensorial da criança, suas reacções e a maneira como os pais devem comportar-se perante elas».
E ’ que — como escreve Justo Justino, no jorna! «A Voz» — «embora a assistência à infância se tenha desenvolvido muito nos últimos anos, temos dê reconhecer que muito nos falta fazer
cAaiia â ítôiie d& .. /Htnin(% - Sônhô
Desde há dois mil anos, quase,Até. os que são fojos, pântanos,Se alheiam de si, retraem e adoçam, Enternecem e como que remoçam Em ti, ó noite incomparável...
O noite-.ibismo, de estranhas claridades Cortando o teu negrume, denso e frio !O noite maior do mundo,Que páras a vileza e a mentira N o peito humano, em que nada melhotou, Nada, — que pena ! — senão em aparê neias..,
O noite com alma, noite-grito,Grito lâmina, nesta humanidade Mísera e vária, pobre e tonta,Sem emenda nos seus erros,Noite-sol nas suas iníquas trevas. . ,
Aí as, a i! A t de ti, — ó noite sem irmã,A i de ti, ó noite-coração,Que não te guardam na pureza antiga ! A i de ti, que te perdem, noite-lição,Em noite-espectáculo desfeita,Que te perdem, ó noite de Natal! . . .
Do livro «A contecer p o e s ia . ..»
Luís Rosa Bruno
ainda nesse capítulo. Do meu ponto de vista, pi excelentes que sejam os serviços de assistência oficial e particular à criança, cada um de per siò no seu conjunto, falta-lhes um complemento ver. dadeiramente indispensável à sua eficiência. Fsit complemento é a assistência aos pais, que, conio sabemos, são em muitos casos uns brutinhos ignorantes dos deveres para com os filhos e dè muitos outros deveres . . . »
Merecedora, portanto, não só de uma larga campanha de educação moral, mas também duma bem dirigida revalorização sentimental, é, pois, a nobre missão do Pai, cuja possível incompatibilidade com os filhos aliás resulta, muitas vezes não da falta dum bem esclarecido e afinado pro’ grama de educação infantil, mas da falta dt tempo e de uma necessária boa disposição, que o problema da própria subsistência económica do lar raríssimas vezes lhe permite.
Ao contrário do que possa julgar-se, raros chefes de famíla ignoram, como escreve Pulton Sheen, no seu livro «A vida faz pensar», que os filhos nào gostam dos pais que só falam para eles e não com eles.
A verdade, porém, é que outros deveres da vida e de trabalho raramente lhes dão margem para se dedicarem a uma simples brincadeira com os pequenos, como era o caso desse admirável rei de França, Henrique IV , que o embaixador de Espanha foi encontrar, um dia, de gatinhas, com um dos filhinhos cavalgando o dorso real. «Tem filhos, senhor embaixador? — «Tenho, Sire», responde o diplomata. — «Nesse caso posso acabar a minha volta», rematou o rei.
São inúmeros os exemplos patern.iis de amor pelos filhos e, felizmente, que nào são poucos também os casos de afecto em relação aos pais. Dizia Píttago, um dos sete sábios da Grécia, ja no ano 579 antes de J . C ., o seguinte: Espera de teus filhos, na tua velhice, aquilo mesmo que tiveres praticado para com teu Pai. Não vimos, até hoje, apesar de decorridos tantos séculos, programa que melhor servisse, simultâneamente, para pais e filhos. Por isso mesmo, talvez, é que o poeta inglês Wordsworth disse, um dia, que «a criança é pai do homem».
«Pai ! Palavra elementar e pnfunda — diz o escritor brasileiro Amadeu Amara l— , irmã do ar, água, pão, sol, dor, alegria, esperança, coisas fundamentais e essenciais, belas e terríveis como tudo quanto nos supera, tudo que nos vivifica, nos vê passar e continua. Palavra de ressonâncias ;ternas, com borbulhos de lágrimas e anseios de imor, de melancolia e de piedade».
Porque o Pai é para nós o que Deus é para a iumanidade, segundo ensinavam as selectas das Escolas de há um século, foi possível a um homem iscrever palavras tào impregnadas de verdade, inceridade e amor, como as que ficam atrás.
Um dia, disseram a Miguel Torga, grande loeta e prosador: «A seu Pai podia-se-lhe confiar ) coração de São Martinho» e logo ele, ancho e orgulhoso, escreveu no D iário : «Que maravilhosa oisa ouvir dizer isto dum homem, e que bênção
;sse homem ser quem é!».Repare-se ainda, como o poeta António Cor
eia de O liveira nâo soube esconder a sua alegria le Pai, no nascimento do primeiro lilho:
Numa casa entre o arvoredo.Como pombas no pombal,Vivia um Par, um Casal Alegre, etn pas e sem medo.
Erguidos, de manhã cedo,Tabalhava cada qual \Dela, era a casa, o bragàl.Dele, o pomar e o vinhedo.
Eram d o is ... Mas, vai, um d ta,Foi por ali a Alegria Que passa de quando em vez.
Parou, en ttou .. . Nào sei bem !Ouviu-se a palavra \ Mãe !Eram dois; ficaram três.
Mas, veja-se também como o mesmo Pai sente
(Continua tia página- 2)
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