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Ordenamento do Espaço Rural 1 Ordenamento do Espaço Rural Ano lectivo 2005/2006 Capítulo 2 – Modelos de Avaliação e Planeamento do Uso do território

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Ordenamento do Espaço Rural 1

Ordenamento do Espaço Rural

Ano lectivo 2005/2006Capítulo 2 – Modelos de Avaliação e

Planeamento do Uso do território

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Capítulo 2 – Modelos de Avaliação e Planeamento do Uso do território

2.1 Aspectos introdutórios: valor da terra, mercado de solos e ordenamento do território

• O ordenamento do território depende do comportamento económico dos proprietários face às oportunidades do mercado;

• O valor da terra situa-se, normalmente, numa banda determinada pela capitalização da renda fundiária suportada pelo uso normal dessa terra;

• Quando o preço é muito superior ao rendimento dos usos normais há interferência de procuras novas, que competem com os usos anteriores.

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– Quando se está em presença de preços especulativos o mais provável é que os terrenos caiam em situação de abandono

– Em grande parte dos países europeus a Administração Pública intervém nos mercados de solos, assumindo uma posição reguladora.

• Assim, a avaliação económica da terra, para além de questões fiscais é importante para:– Planear o uso da terra: Uma avaliação física não permite

comparar diferentes usos para uma dada área - não existe uma escala comum de medida

– Optimizar o ordenamento do território, maximizando o benefício social;

– Simular o efeito das políticas de ordenamento

Capítulo 2 – Modelos avaliação território 2.1 Aspectos introdutórios: valor da terra, mercado de solos

e ordenamento do território

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Capítulo 2 –Modelos avaliação território

• Porquê avaliar?– A terra é variável nas suas características físicas e

geográficas (relação com a sociedade)– Esta variabilidade afecta os usos (para cada uso há terras

mais ou menos adequadas) – A variabilidade é, pelo menos parcialmente, sistemática

(com causas conhecidas e possíveis de avaliar) – A variabilidade pode ser mapeada ( física económica e

social); – O comportamento da terra quando submetido a um

determinado uso pode ser previsto;– Assim, a “adequabilidade” da terra para os diversos usos

actuais ou potenciais pode sistematicamente descrita e mapeada

– Os decisores podem usar as previsões para guiar as suas decisões

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

• A avaliação sustenta-se num princípio simples: o utilizador procura, para cada utilização, maximizar benefícios minimizando esforço, sujeito a um conjunto de restrições– Numa economia de mercado tudo pode ser medido em termos

económicos– As preferências não económicas podem ser expressas como

barreiras absolutas ou parciais ao comportamento económico• Um adequado sistema de preços permite fazer

avaliações:– Sob o ponto de vista privado;– Sob o ponto de vista social ou da comunidade

Ordenamento do Espaço Rural 6

A Avaliação da Terra é apenas uma etapa no processo de planeamento do Planeamento do uso da terra

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.2. Sistemas de avaliação económica do território• Nas economias modernas o valor do solo

depende:– Dos usos possíveis - Qualidade dos recursos in-situ -

resposta da terra ao uso independentemente da localização;

– Das expectativas económicas face aos usos possíveis;

– Dos direitos de propriedade admitidos (limitações de usos em particular)

– Localização (acessibilidade) - custos e benefícios associados a uma localização específica

– Atributos espaciais - dimensão, forma, proximidade, contiguidade

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.2. Sistemas de avaliação económica do território• No âmbito da avaliação da terra utilizam-

se normalmente dois conceitos: capacidade de uso e aptidão.– capacidade quando os usos avaliados são

muito gerais e/ou definidos em termos muito amplos e pouco precisos;

– sistemas de aptidão quando os usos a avaliar se definem com precisão e o uso é muito específico

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.2. Sistemas de avaliação económica do território• Vários sistemas de avaliação:

– Parâmétricos – atribui-se um valor numérico às características ou qualidades do território.

– Categóricos - utilizam-se classes definidas em função de valores “limitantes”, estimados para um conjunto de “qualidades do território”em função de determinados “usos”.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.2. Sistemas de avaliação económica do território• Um dos sistemas de classificação que teve maior utilização a nível mundial

é o sistema do “Soil Conservation Service” do Departamento de Agricultura dos EUA:

– O sistema, na sua forma original comporta oito classes de terras, segundo as suas limitações,

• Classe 1 – os solos tem poucas limitações que restrinjam o seu uso; • Classe 2 – algumas limitações que reduzem a escolha das plantas ou requerem

práticas de conservação moderadas; • Classe 3 – limitações severas que reduzem a escolha das plantas, requerem práticas

especiais de conservação ou ambas; • Classe 4 – muito severas limitações que reduzem a escolha das plantas, requerem

práticas muito cuidadosas de conservação ou ambas; • Classe 5 – pequeno ou nenhum risco de erosão, mas os solos têm outras limitações,

impossíveis de remover na prática, que limitam o seu uso ao pastoreio intensivo, floresta, ou coberto natural (normalmente solos encharcados);

• Classe 6 – severas limitações que os tornam geralmente não aptos para o cultivo e limitam o seu uso ao pastoreio, floresta, ou coberto natural;

• Classe 7 – muito severas limitações que os tornam não aptos para o cultivo e limitam o seu uso ao pastoreio extensivo, floresta, ou coberto natural;

• Classe 8 – limitações que excluem o seu uso para a produção comercial de plantas e restringem o seu uso ao lazer, vida selvagem, fornecimento de água ou fins estéticos

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.2. Sistemas de avaliação económica do território• Outros métodos assentam no cálculo de índices

de produtividade:– um dos mais conhecidos é o método de Riquier-

Bramao – assenta na consideração de 9 factores físicos, permitindo o cálculo de um índice de produtividade em percentagem do rendimento óptimo de uma cultura colocada no melhor solo

• Profundidade relativa (P), humidade (H), drenagem (D), textura/estrutura (T), saturação de bases (N) ou concentração de sais solúveis (S), quantidade de matéria orgânica (O), capacidade de troca catiónica / natureza da argila (A) e minerais de reserva (M).

• O índice de produtividade é o produto destes factores, avaliados numa escala de 0 a 100

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.2. Sistemas de avaliação económica do território• Principais limitações destes métodos:

– Não permitem relacionar a aptidão dos solos com os vários usos potenciais;

– Não têm em conta as inter-relações entre os diversos factores que determinam a aptidão

– Dificilmente permitem considerar as relações com o sistema social

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Em face das limitações dos métodos

existentes, em 1976 a FAO publica uma metodologia para a avaliação do território (Framework for Land Evaluation, FAO, 1976) que veio a originar uma grande difusão do conceito.– pretende definir uma metodologia universal

de avaliação da terra, utilizando parâmetros sócio-económicos;

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Identificar os decisores, objectivos e meios de

implementação

Definir as unidades espaciais a avaliar

Definir os tipos de utilização da terra a

avaliar

Definir os Requisitos de uso da terra

Definir as caraterísticas da terra diagnóstico

Construir os modelos informáticos

Identificar as fontes de informação ou realizar trabalhos de campo

Construir os adequados sistemas de informação geográfica

Calcular a aptidão, os usos e resultados económicos

Calibrar os resultados

Apresentar os resultados e introduzir as correcções

Implementação

Definir as Qualidades da Terra

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Aptidão: grau de ajustamento entre as

características da terra e os requisitos de um determinado uso:– duas ordens de aptidão: “S” = apta, “N” = não apta

para o uso. – Classe de aptidão: uma subdivisão das ordens de

aptidão que indica o grau de aptidão: “S1” = apto, “S2” = moderadamente apto, “S3” marginalmente apto, “N1” = inapto por razões económicas, “N2” = inapto por razões físicas.

– subclasses de aptidão: indicam a natureza das limitações que tornam a terra menos apta.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Unidades espaciais a avaliar

– Unidades cartográficas de Inventário de Recursos Naturais;

– delimitação de unidades cartográficas de Inventário de Recursos Naturais;

– unidades de gestão; – unidades económicas; e – áreas de planeamento

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Definição de terra (“solo” / “território”):

– A FAO define terra como: • “uma área da superfície terrestre, cujas características

incluem todos os atributos, razoavelmente estáveis ou previsivelmente cíclicos, da biosfera verticalmente acima e abaixo desta área, incluindo a atmosfera, o solo e a geologia que lhe está associada, a hidrologia, as populações de plantas e animais, e o resultado da actividade humana passada e presente, na medida em que estes atributos exercem uma influência significativa no uso presente e futuro da terra pelo homem.” (FAO, 1985:212 e 1976)

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Unidades cartográficas

– Quando a avaliação parte de uma base de dados de recursos naturais (p.e. carta de solos ou carta climática)

– unidade cartográfica como classe de legenda ou categoria

– Considera-se que todas as delimitações da unidade cartográfica são iguais, independentemente da sua localização

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Delimitação de unidades cartográficas

de Inventário de Recursos Naturais– Neste caso, a geografia da delimitação

das unidades é tida em conta

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• unidades de gestão

– uma área de terra relativamente à qual são tomadas decisões separadamente

– As unidades de gestão podem assim ser pequenas unidades, no caso das parcelas agrícolas, ou unidades de grande dimensão, por exemplo no caso de unidades zonais no âmbito do planeamento do território

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Unidades económicas

– conjunto das unidades de gestão controlados por um gestor da terra

– a unidade económica dispõe de um conjunto de recursos (por exemplo trabalho, máquinas, capital)

– a unidade económica deve ser considerada como um todo, de forma a assegurar uma combinação adequada de actividades e optimizar o uso dos recursos escassos

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• áreas de planeamento

– Constituída pelo conjunto de unidades de gestão influenciadas por uma entidade (administração) de planeamento.

– Embora as decisões de uso da terra sejam tomadas individualmente para cada unidade de gestão, a agência de planeamento tem um conjunto de objectivos que pretende ver satisfeitos ao nível da área de planeamento, as quais se traduzem em restrições ou incentivos a determinados usos da terra

Ordenamento do Espaço Rural 23

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• A relação entre a terra e os usos

– Tipos de utilização da terra– Requisitos de uso da terra– Qualidades da terra

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Tipos de utilização da terra

– A FAO define o conceito de tipo de utilização da terra com recurso a duas grandes componentes: • por um lado a especificação de um contexto

físico, sócio-económico e técnico e, • por outro, a definição técnica do tipo de uso

da terra: quais as plantas cultivadas, em que sequência, quais os factores de produção utilizados.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território 2.3. A metodologia de avaliação da

terra da FAO

Caracterizado por: Informação necessáriaProdutos Física e Agronómica• produções principais • clima• sub-produtos e refugos • solos

• relevoSistema de produção• sequência de culturas e de operações

• tecnologia de produção

• inputsSistema social social

Sistema de Gestão • informação de gestão• produtividade• necessidades de trabalho• práticas de gestãoSistema económico e político Informação economica e de

políticas• intensidade de uso do capital • informação financeira (juros,

disponibilidade capital)• utilização de factores • Sistema de preços• enquadramento político- institucional

• Políticas

Infraestruturas

• sistemas de exploração da terra / aspectos legais

• direitos e práticas sociais

Tipo de Utilização da Terra

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Tipos de utilização da terra

– um tipo de utilização da terra deve incluir apenas aqueles elementos que servem para diferenciar os usos num contexto geográfico determinado, ou seja,

– que possam ser descritos através de requisitos de uso da terra com valores críticos na área de estudo, ou então, que sirvam para limitar as opções de uso da terra.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO– Requisitos de uso da terra

• cada tipo de uso da terra é definido por um conjunto de requisitos de utilização da terra (RUT).

• constituem “o lado da procura” da equação de uso da terra: o que determinado uso requer da terra

• Podemos definir quatro critérios que devem ser considerados no processo de selecção dos requisitos de uso da terra: – importância para o uso em causa; – existência de valores críticos na zona de estudo;

disponibilidade de dados e – disponibilidade de tecnologia para avaliar as

correspondentes qualidades da terra.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Qualidades da terra

– Uma qualidade da terra (QT) é um “atributo complexo da terra, que actua de forma distinta da acção de outras qualidades da terra no que diz respeito à sua influência na aptidão para um uso específico” (FAO, 1983), ou

– “uma qualidade da terra é a capacidade da terra para satisfazer requisitos específicos”relativamente a um tipo de uso da terra

– As qualidades da terra constituem o lado da oferta da equação de uso da terra: o que a terra pode oferecer a um determinado uso

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Qualidades da terra

• Redução da produção– uma limitação, a níveis sucessivamente mais elevados, pode reduzir

a produção de um ou mais produtos de um determinado TUT (stress hídrico crescente, fertilidade decrescente, limitação crescente ao desenvolvimento das raízes)

• Adiamento da produção– nalguns casos, limitações crescentes não afectam a produção final

mas prolongam o prazo após o qual a produção será obtida (floresta)• Aumento dos custos

– Nalguns casos a limitação pode ser compensada através de um aumento dos custos:

• Grandes melhorammentos• pequenos melhoramentos• aplicação de mais factores variáveis

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Qualidades da terra

– as qualidades da terra são usualmente complexas e não podem ser medidas ou estimadas directamente.

– Deste modo as qualidades da terra são, em regra, inferidas a partir de um conjunto de características da terraavaliadas através de métodos analíticos.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Qualidades da terra

- as QT devem ser, tanto quanto possível, independentes relativamente ao seu contributo para a aptidão da terra.

- Normalmente as qualidades da terra são mensuradas em termos de classes de qualidade da terra, também designadas por níveis de severidade, ou graus de limitação

Ordenamento do Espaço Rural 32

QUALIDADES DA TERRA RELACIONADAS COM A PRODUTIVIDADE DAS CULTURAS Disponibilidade de águaDisponibilidade de nutrientesArejamento do soloEstrutura do soloCondições de germinaçãoFacilidade de mobilização do soloSalinidadeToxicidade do soloResistência à erosãoDoenças e pragas no soloRisco de inundaçãoRegime térmicoRadiação e fotoperíodoAcidentes climáticos (geada, vento)Humidade do ar

QUALIDADES DA TERRA RELACIONADAS COM A PRODUÇÃO DOS ANIMAISClimaDoenças e pragas endémicasValor nutritivo das pastagensToxicidade das pastagensResistência à degradação das pastagensResistência das pastagens à erosão do soloDisponibilidade de água para os animais.

QUALIDADES DA TERRA RELACIONADAS COM A PRODUTIVIDADE DA FLORESTATipos e quantidades de espécies naturaisFactores locais que afectam o estabelecimento das plantaçõesDoenças e pragasRisco de incêndio

QUALIDADES DA TERRA RELACIONADAS COM A GESTÃOFacilidade de mecanizaçãoAcessibilidadeDimensão e forma das parcelasLocalização em relação aos mercados

Exemplos de qualidades da terra

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO– Os efeitos das características da terra na

aptidão não são avaliados directamente mas através das qualidades da terra. • as características da terra podem influenciar

diversas QT, por vezes contraditoriamente (por exemplo um solo arenoso pode ter fraca fertilidade e fraca capacidade de retenção de água, mas pelo contrário ser mais facilmente mobilizável e ter maior arejamento)

• Simplificação do modelo (a complexidade e o número de características a considerar é menor)

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Características da terra (CT)

– atributos da terra que podem ser directamente medidos ou estimados, através de

• detecção remota, • avaliação directa,• inventários de recursos naturais já existentes (cartas de

solos ou outros).

– Devem utilizar-se características diagnóstico, ou seja:

• de entre as características que podem permitir inferir uma qualidade da terra, utilizam-se as que melhor permitam satisfazer tal objectivo ao menor custo.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO

Requisitos do Tipo de Uso Qualidades da terra Caract. da terraExposiçãoAltitudeTextura do solo% de MOProfundidadeNPK

4. Toxicidade do solo 4. Toxicidade do solo Presença de solos ultrabásicos

3. Necessidades de nutrientes 3. Disponibilidade de nutrientes

1.Necessidades de temperatura 1.Disponibilidade de temperatura

2. Fertilidade do solo 2. Fertilidade do solo

CT Exemplo:

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Determinação da aptidão da terra

– Os requisitos de cada tipo de uso da terra traduzem-se em diferentes graus de aptidão:• S1: altamente apto, • S2: moderadamente apto, • S3: marginalmente apto e • N: não apto (N1: actualmente, por razões

económicas e N2: permanentemente).

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Determinação da aptidão da terra

– Cada classe é delimitada pelo correspondente valor crítico ou nível de severidade que permite atribuir um grau de aptidão para cada qualidade da terra.

• passo decisivo no processo de avaliação• a informação disponível refere-se normalmente a óptimos

e a situações limites de crescimento, sendo pouco relevante relativamente ao leque de situações em que a cultura é possível, com melhores ou piores respostas.

• cabe ao avaliador recolher a informação disponível e estabelecer os limites das classes de aptidão.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Por exemplo:

– S1 para as situações muito satisfatórias em que a colheita esperada é superior a 80% do óptimo;

– S2 para as situações intermédias entre 40 e 80% do óptimo;

– S3 com limites situados entre os 20 e os 40% do potencial máximo.

– abaixo dos 20% do máximo - classe N.

Ordenamento do Espaço Rural 39

Tipo de uso da terra:

s1 s2 s3 n1 n2

Exposição s seo nAltitude m <800 800-900 900-1100 >1100Textura f m gProfundidade >50 50-25 25-15 <15N MR R PP MR R PK MR R P

4. Toxicidade do solo 4. Toxicidade do solo Presença de solos ultrabásicos

N N N S

5. Localização 5. Localização Distância à aldeia <1000 1000-1500 1500-2500 >2500

Dimensão >5000 5000-2500 2500-1000 <1000Regularidade da forma

R MR I

Declive 0-15 15-30 30-45 >45Pedrogosidade Pouc Mode Pedr Muito Mt

8. terra arável 8. terra arável Desmatação9. disponibilidade de rega 9. disponibilidade de rega10. Superfície regular 10. Superfície regular Nivelamento/regu

larização da superfície

11. Riscos erosão 11. Riscos erosão Declive <10 10-15 15-30 >30Pedregosidade

12. T ipo de direito 12. T ipo de direito13. Necessidade de mão-de-obra 13. Disponibilidade de mão-de-obra Tint Tparc FS <FS

14. Autoconsumo 14. Autoconsumo

Trigo mecanizado

Requisitos do Tipo de Uso Q ualidades da terra Caract. da terraUnidades

Limites críticos

A. Requisitos agronómicos 1.Necessidades de temperatura 1.Disponibilidade de temperatura

2. Fertilidade do solo 2. Fertilidade do solo

B. Requisitos e limitações de gestão

D. Requisitos de conservação e ambientais

3. Necessidades de nutrientes 3. Disponibilidade de nutrientes

6. Dimensão e forma das parcelas

6. Dimensão e forma das parcelas

E. Requisitos sócio económicos

C. Grandes melhoramentos

7. Facilidade de mecanização 7. Facilidade de mecanização

Exemplo de uma matriz de limites críticos de requisitos de uso da terra

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Cálculo da aptidão

– Tabelas de limitação máxima– Índices paramétricos– Árvores de decisão

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Cálculo da aptidão - Tabelas de limitação máxima

– Consideremos uma matriz:• n vectores Si, cada um deles definindo um nível de severidade de uma determinada

qualidade da terra, em função de • k características da terra CTj (linhas da matriz). • Cada célula aij da matriz representa o valor da característica da terra que deve ser

atingido ou excedido por forma a que a qualidade da terra seja classificada no nível de severidade indicado pela coluna respectiva (quadro acima).

– Sendo Tz um vector que caracteriza uma determinada unidade de terra em função de k características da terra CTj, a aptidão dessa unidade será obtida através da comparação do vector Tz com a matriz de limitação máxima.

– Cada característica da terra será classificada num nível de aptidão.– A aptidão global resulta da aplicação do princípio dos factores limitantes:

• o nível de severidade correspondente à CT mais limitante, constitui a aptidão global da unidade espacial para o tipo de uso do solo em causa.

– Este procedimento, embora de aplicação simples, tem o inconveniente de não permitir ter em conta as interacções entre as características da terra.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO•Cálculo da aptidão - Índices paramétricos

Características físicas do solo para o Tipo de Utilização da Terra ‘Sorgo, tecnologia tradicional’ 60 pontos máximo (total) S1 : 51-60; S2: 31-50; S3: 11-30; N2: 0-10 total pontos Textura/estrutura 20 pontos máximo C-60s, SiCS, Co, SiCL, CL, Si, Sil, SC,L, SCL, SL 20 pontos C+60v , C+60s, C-60v, LfS, LS 15 pontos Cm, SiCm, LcS, fS, S 10 pontos cS 0 pontos fragmentos grosseiros, volume % 10 pontos máximo <15 10 pontos 15-35 6 pontos 35-55 3 pontos >55 0 pontos Profundidade do solo, cm 20 pontos máximo >100 20 pontos 80-100 18 pontos 60-80 14 pontos 40-60 8 pontos 20-40 4 pontos <20 0 pontos CaCO3, % 10 pontos máximo 0-25 10 pontos 25-35 6 pontos 35-50 4 pontos >50 0 pontos

Os índices paramétricos são obtidos através de um sistema de pontuação:

- cada característica da terra é classificada com um determinado valor, o qual

- contribui para um valor global,

- sendo este, por sua vez, classificado em níveis de severidade

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Cálculo da aptidão - Árvores de decisão

– utilização de chaves hierárquicas de decisão:• as características da terra constituem os critérios de diagnóstico;• a resposta a várias questões conduz ao longo de um caminho de decisão que leva à escolha de

um nível de aptidão.– Vantagem: é possível expressar as diversas interacções entre as características da

terra.

– Exemplo:• As QT são ponderadas com um índice de importância;• Sempre que exista no grupo de qualidades classificadas como muito importantes ou importantes

uma valorização de uma qualidade como não apta, considera-se que a classe definitiva é N (não apta);

• Caso não exista nenhuma valorização “não apta”, aplica-se a lei do mínimo ao grupo das qualidades “muito importantes”, atribuindo a este grupo o nível de aptidão correspondente àqualidade com aptidão mais baixa;

• Se no grupo das qualidades “importantes” existirem avaliações inferiores a S1, exige-se a presença de pelo menos duas classes de aptidão imediatamente inferiores, para que sejam estas a determinar a aptidão final;

• No grupo das qualidades pouco importantes exige-se, para serem consideradas, a presença de pelo menos três qualidades com avaliação inferior à resultante da avaliação das características de maior importância;

• Se no grupo das qualidades muito importantes existirem três ou mais qualidades com aptidão do tipo S3, a avaliação final da unidade será N (não apta).

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Aptidão Económica da Terra

– Determinada a aptidão global para cada unidade geográfica de avaliação e cada uso de terra, chega-se a uma matriz global que cruza as diversas unidades geográficas com os diferentes usos, em função das respectivas aptidões.

– Se o problema a resolver for o de determinar o uso mais adequado ou o uso provável para cada unidade geográfica, é necessário encontrar uma medida comum que permita traduzir as aptidões dos diferentes usos na mesma unidade de medida.

– Tal tarefa só pode ser conseguida através da tradução da aptidão física em unidades económicas, determinando a aptidão económica da terra.

– Podemos definir aptidão económica da terra, para um determinado uso, como o benefício líquido esperado se a terra for dedicada a esse uso.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• A aptidão económica da terra depende de duas

ordens de factores (já parcialmente integrados nas fases prévias do modelo):

– Factores naturais• a qualidade in situ dos recursos naturais, isto é, a resposta da

terra ao uso independentemente da sua localização;• dos custos e benefícios associados à localização da terra;• outros atributos espaciais da parcela, por exemplo: dimensão,

forma, contiguidade.– Factores socioeconómicos

• A questão que se põe agora é a de estabelecer a ligação entre os atributos físicos e a aptidão (valor) económica da terra.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO

• Uma primeira distinção que importa estabelecer é a do tipo de análise económica que pode ser conduzida:

– financeira (do ponto de vista privado) ou – económica (do ponto de vista da sociedade). – No primeiro caso deverão ser tidos em conta os fluxos de

caixa, de facto pagos ou recebidos pelo utilizador. • Os preços considerados deverão ser reais e as externalidades

não são consideradas. – No segundo caso, pretende-se conhecer os efeitos a um

nível de agregação social mais elevado do que o do operador individual.

• Deverão ser considerados preços sombra de forma a ter em conta custos e benefícios sociais, e as externalidades deverão ser contabilizadas.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.3. A metodologia de avaliação da terra da FAO• Uma segunda questão tem a ver com o nível das

unidades espaciais de fixação dos objectivos:– Unidade de gestão– Unidade Económica– ….

• A questão seguinte, é a da escolha da medida económica a considerar, por exemplo:

– margem bruta, – benefício líquido actualizado, – valor actualizado líquido, – taxa interna de rendibilidade, – rácio benefício custo, ou outra.

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Capítulo 2 – Modelos avaliação território 2.4. Um estudo de caso

ExposiçãoAlt itude

Índi. de acumula.3. Disponibilidade de àgua

3. Regadio Regadio

4. Encharcamento 4. Encharcamento Encharcamento5. T oxicidade do solo

5. T oxicidade do solo

P resença de solos ult rabásicos

5. Localização 5. Localização Distância à aldeia6. Dimensão e forma das parcelas

6. Dimensão e forma das parcelas

Área

DecliveDeclive+ Desv.Pad

8. Riscos erosão 11. Riscos erosão Declive

9. Direitos propriedade

9. Direitos propriedade

T ipo propriedade

C . Re quisi tos de conse rvação e am bie ntais

D. Re qu isi tos sócio e conóm icos

7. Facilidade de mecanização

7. Facilidade de mecanização

Re quisi tos do Tipo de Uso

Q ual idade s da te rra C aract. da te rra

B. Re qu isi tos e l im itaçõe s de ge stão

1.Regime térmico 1.Regime térmico

2. Fert ilidade do solo

2. Fert ilidade do solo

Profundidade

A. Re quisi tos agronóm icos

50

Ordenamento do Espaço Rural 51

Ordenamento do Espaço Rural 52

Ordenamento do Espaço Rural 53

TUT1 – Sistema cerealífero extensivo (base 2000): requisitos de uso da terra, produções e resultados económicos

Actividade C.Esp Prodm.d.o

Centeio 60.81 18283.5 63.2

Subsid

9

1. Regime térmico

2. Fertilidade do solo

3. Disponibilidade de água4. Encharcamento5. Toxicidade do solo

6. Localização7. Dimensão das parcelas8. Facilidade de mecanização

9. Riscos de erosão

10. Direitos de propriedade

Exposição

Altitude

Profundidade

Indi. de acumula.RegadioEncharcamentoUltrabásicos

Dist. aldeiaÁreaDeclive

Declive + desv padr

Declive

Propriedade privada

A. Requisitos agronómicos

B. Requisitos e limitações de gestão

D. Requisitos Sócio-económicos

Qualidades / Requisitos Características

C. Requisitos de conservação e ambientais

Limites classes de apti.

2869

80

3

00

1000500015

25

15

1

2837

80

2

00

1200250030

40

20

1

1811

50

1

00

1400150045

65

31

1

913

3

3

033

222

2

3

S1 S2 S3 Peso

Proporção de redução da produção 1 .8 .5

3.492

Períodorecorrência

30.431.641.7Totais

16.733RFCusto trabalho (atibuído)

MaxMin 937 945

Produções e Resultados Económicos

Matriz de Requisitos de Uso da Terra

Ordenamento do Espaço Rural 54

TUT2 – Sistema de culturas anuais intensivas (base 2000): requisitos de uso da terra, produções e resultados económicos

Actividade C.Esp Prodm.d.o

Batata sequeiro 18.024 255.54169.3 300.0Trigo TM 48.02 15.2478.9 55.7Forragem anual 92.029 274.6248.0 70.0

Subsid

205

1. Regime térmico

2. Fertilidade do solo

3. Disponibilidade de água4. Encharcamento5. Toxicidade do solo

6. Localização7. Dimensão das parcelas8. Facilidade de mecanização

9. Riscos de erosão

10. Direitos de propriedade

Exposição

Altitude

Profundidade

Indi. de acumula.RegadioEncharcamentoUltrabásicos

Dist. aldeiaÁreaDeclive

Declive + desv padr

Declive

Propriedade privada

A. Requisitos agronómicos

B. Requisitos e limitações de gestão

D. Requisitos Sócio-económicos

Qualidades / Requisitos Características

C. Requisitos de conservação e ambientais

Limites classes de apti.

3873

150

4

00

45050005

10

12

1

2860

100

3

00

750250025

35

22

1

1830

80

1

00

950150045

55

30

1

898

2

3

033

222

2

3

S1 S2 S3 Peso

Proporção de redução da produção 1 .7 .5

79.530

Períodorecorrência

62.5123.986.1Totais

20.806RFCusto trabalho (atibuído)

MaxMin 915 920

Produções e Resultados Económicos

Matriz de Requisitos de Uso da Terra

Ordenamento do Espaço Rural 55

TUT3 – Tipo de uso da terra “lameiros” (base 2000): requisitos de uso da terra e resultados económicos globais

Actividade C.Esp Prodm.d.o

Lameiro reemprego 301.86 560159.9 203.0

Subsid

560

1. Regime térmico

2. Fertilidade do solo

3. Disponibilidade de água4. Encharcamento5. Toxicidade do solo

6. Localização7. Dimensão das parcelas8. Facilidade de mecanização

9. Riscos de erosão

10. Direitos de propriedade

Exposição

Altitude

Profundidade

Indi. de acumula.RegadioEncharcamentoUltrabásicos

Dist. aldeiaÁreaDeclive

Declive + desv padr

Declive

Propriedade privada

A. Requisitos agronómicos

B. Requisitos e limitações de gestão

D. Requisitos Sócio-económicos

Qualidades / Requisitos Características

C. Requisitos de conservação e ambientais

Limites classes de apti.

150

61

0

1000500015

30

1

100

31

0

1500200030

45

1

80

11

0

3000100055

70

1

0

3

303

212

0

3

S1 S2 S3 Peso

Proporção de redução da produção 1 .8 .7

217.280

Períodorecorrência

301.8203.059.9Totais

227.670RFCusto trabalho (atibuído)

MaxMin

Produções e Resultados Económicos

Matriz de Requisitos de Uso da Terra

Ordenamento do Espaço Rural 56

TUT4 – Tipo de uso da terra “vinha” (base 2000): requisitos de uso da terra e resultados económicos globais

Actividade C.Esp Prodm.d.o

Vinha 18.08 584133.7 105.0

Subsid

584

1. Regime térmico

2. Fertilidade do solo

3. Disponibilidade de água4. Encharcamento5. Toxicidade do solo

6. Localização7. Dimensão das parcelas8. Facilidade de mecanização

9. Riscos de erosão

10. Direitos de propriedade

Exposição

Altitude

Profundidade

Indi. de acumula.RegadioEncharcamentoUltrabásicos

Dist. aldeiaÁreaDeclive

Declive + desv padr

Declive

Propriedade privada

A. Requisitos agronómicos

B. Requisitos e limitações de gestão

D. Requisitos Sócio-económicos

Qualidades / Requisitos Características

C. Requisitos de conservação e ambientais

Limites classes de apti.

3810

100

2000

5001500

35

1

2789

80

1000

600700

50

1

2779

50

1000

650500

70

1

850

3

1

033

210

1

3

S1 S2 S3 Peso

Proporção de redução da produção 1 .6 .4

226.592

Períodorecorrência

18.0105.033.7Totais

-137.255RFCusto trabalho (atibuído)

MaxMin 860 870

Produções e Resultados Económicos

Matriz de Requisitos de Uso da Terra

Ordenamento do Espaço Rural 57

TUT 5 – Tipo de uso da terra “castanheiro” (base 2000): requisitos de uso da terra e resultados económicos globais

Actividade C.Esp Prodm.d.o

Castanheiro 81.24 148121.3 300.0

Subsid

148

1. Regime térmico

2. Fertilidade do solo

3. Disponibilidade de água4. Encharcamento5. Toxicidade do solo

6. Localização7. Dimensão das parcelas8. Facilidade de mecanização

9. Riscos de erosão

10. Direitos de propriedade

Exposição

Altitude

Profundidade

Indi. de acumula.RegadioEncharcamentoUltrabásicos

Dist. aldeiaÁreaDeclive

Declive + desv padr

Declive

Propriedade privada

A. Requisitos agronómicos

B. Requisitos e limitações de gestão

D. Requisitos Sócio-económicos

Qualidades / Requisitos Características

C. Requisitos de conservação e ambientais

Limites classes de apti.

3865

100

3

00

1000

1

2845

80

1

00

1500

1

1825

50

1

00

2000

1

900

3

2

033

300

0

3

S1 S2 S3 Peso

Proporção de redução da produção 1 .7 .5

57.424

Períodorecorrência

81.2300.021.3Totais

302.514RFCusto trabalho (atibuído)

MaxMin 910 920

Produções e Resultados Económicos

Matriz de Requisitos de Uso da Terra

Ordenamento do Espaço Rural 58

TUT6 – Tipo de uso da terra “horta” (base 2000): requisitos de uso da terra e resultados económicos globais

Actividade C.Esp Prodm.d.o

Horta - batata 18.09 3921102.5 400.0Horta - Couve9 326183.7 300.0

Subsid

718

1. Regime térmico

2. Fertilidade do solo

3. Disponibilidade de água4. Encharcamento5. Toxicidade do solo

6. Localização7. Dimensão das parcelas8. Facilidade de mecanização

9. Riscos de erosão

10. Direitos de propriedade

Exposição

Altitude

Profundidade

Indi. de acumula.RegadioEncharcamentoUltrabásicos

Dist. aldeiaÁreaDeclive

Declive + desv padr

Declive

Propriedade privada

A. Requisitos agronómicos

B. Requisitos e limitações de gestão

D. Requisitos Sócio-económicos

Qualidades / Requisitos Características

C. Requisitos de conservação e ambientais

Limites classes de apti.

3849

150

61

0

200

5

15

10

1

2843

100

21

0

500

10

30

20

1

1840

80

11

0

800

30

45

30

1

870

2

3

303

303

3

3

S1 S2 S3 Peso

Proporção de redução da produção 1 .7 .5

278.584

Períodorecorrência

18.0700.0186.3Totais

253.157RFCusto trabalho (atibuído)

MaxMin 900 930

Produções e Resultados Económicos

Matriz de Requisitos de Uso da Terra

Ordenamento do Espaço Rural 59

TUT7 – Tipo de uso da terra “Carvalhal” (base 2000): requisitos de uso da terra e resultados económicos globais

Actividade C.Esp Prodm.d.o

Carvalhal 21.014 8136.6

Subsid

8

1. Regime térmico

2. Fertilidade do solo

3. Disponibilidade de água4. Encharcamento5. Toxicidade do solo

6. Localização7. Dimensão das parcelas8. Facilidade de mecanização

9. Riscos de erosão

10. Direitos de propriedade

Exposição

Altitude

Profundidade

Indi. de acumula.RegadioEncharcamentoUltrabásicos

Dist. aldeiaÁreaDeclive

Declive + desv padr

Declive

Propriedade privada

A. Requisitos agronómicos

B. Requisitos e limitações de gestão

D. Requisitos Sócio-económicos

Qualidades / Requisitos Características

C. Requisitos de conservação e ambientais

Limites classes de apti.

80

1

00

5000

50

0.5

00

6000

20

0.1

00

9000

0

3

033

000

0

0

S1 S2 S3 Peso

Proporção de redução da produção 1 .8 .7

3.104

Períodorecorrência

21.036.60.0Totais

54.536RFCusto trabalho (atibuído)

MaxMin

Produções e Resultados Económicos

Matriz de Requisitos de Uso da Terra

Ordenamento do Espaço Rural 60

Unidade: 103 Esc po hectare 2000 (a)

1 Valo r da P ro dução 31.58 123.91 700.00 105.00 300.00 203.00 36.64 b) 9 .26

2 Consumos intermédios + consumo capital fixo 41.73 86.08 186.26 33.66 21.26 59.85 0.00 1.85

3 Valo r acrescentado lí quido a preço s de ba - 10.15 37.83 513.74 71.34 278.74 143.15 36.64 7 .41

4 Outros impostos sobre a produção 0.06 0.25 1.40 0.21 0.60 0.41 0.07 0.02

5 Outros subsídios à produção 30.38 62.50 18.00 18.00 81.20 301.80 21.00 2.82

6 R endimento do s facto res (3-4+5) 20.16 100.09 530.34 89.13 359.34 444.54 57.57 10.20

7 Remuneração do Trabalho 3.49 79.53 278.58 226.59 57.42 217.28 3.10

8 Excedente lí quido de explo ração (6-7) 16.67 20.56 251.76 - 137.47 301.91 227.26 54.46 10.20

9 Juros a pagar + lucro 0.47 1.86 10.50 1.58 4.50 3.05 0.55 0.14

10 R endimento F undiário (8-9) 16.20 18.70 241.26 - 139.04 297.41 224.22 53.91 0 .00 10.07

C E Sistema cerealí fero extensivo

C IC A Sistema Intensivo de C ulturas anuais

(a) Sistema de preço s, de subsidio s e teccno ló gico referido ao ano de 2000

b) T endo em co nta o "risco estat í st ico " de incêndio co nsidero u-se que a pro dução é nula

M ato sH o rta Vinha C astanh Lameiros

F lo resta

intro d.

Sistemas de ut ilização da terra R ubricas

C E C IC A C arvalhal

61

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.4. Um estudo de caso• Determinação da aptidão de cada unidade

espacial:– 1º das características da terra no nível de

aptidão da qualidade que determinam e, – 2º nível de aptidão de cada classe de

qualidades da terra– 3º, das diversas classes de qualidades num

nível de aptidão global para a unidade espacial de avaliação em causa.

62

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.4. Um estudo de caso• Determinação do nível de aptidão de

cada qualidade a partir das características da terra– Se uma das características implicar um nível

de aptidão não apto, então a qualidade em causa é não apta.

– Se nenhuma das qualidades implicar não apto, então o nível de aptidão será calculado a partir da média aritmética dos níveis de aptidão das várias características.

63

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.4. Um estudo de caso• Determinação do nível de aptidão de cada

classe de qualidades da terra:– dividiram-se as qualidades/requisitos da terra em

quatro classes: • qualidades agronómicas, qualidades relacionadas com a

gestão, qualidades de conservação e ambientais e qualidades sócio-económicas.

– Às qualidades foi atribuído um peso consoante a sua importância para o uso em causa:

• 3 – muito importante, 2 – importante, 1 – pouco importante e 0 – sem importância para o uso em causa

64

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.4. Um estudo de caso• Sempre que uma qualidade com peso 3

ou 2 obtiver uma classificação de não apto, a classe é não apta;

• Quando nenhuma das qualidades for não apta, a avaliação final é o menor dos seguintes valores: – i) o que resulta da lei do mínimo aplicada às

qualidades com ponderação 3; – ii) a média ponderada das aptidões de todas

as qualidades que compõem a classe.

65

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.4. Um estudo de caso• Determinação da aptidão global de cada

unidade de avaliação– Aplica-se a lei do mínimo aos valores de aptidão

calculados para cada classe de qualidades. – A aptidão final virá acrescentada da indicação da(s)

classe(s) de qualidades que determinou o valor. Por exemplo S3ad, significa que a parcela émarginalmente apta, por motivos que se prendem simultaneamente com razões agronómicas e sócio-económicas

66

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.4. Um estudo de caso• A cada classe de aptidão atribuiu-se ainda um

factor de diminuição da produção (ou de aumento dos custos de produção) para cada tipo de uso da terra, o que permite calcular uma renda potencial de cada parcela para cada um dos seus usos potenciais

• A comparação da renda potencial gerada por cada um dos usos, permite determinar o tipo de uso que maximiza a renda, bem como o valor da renda que corresponde a esse uso nas condições específicas da parcela em causa

Ordenamento do Espaço Rural 67

Carta de valor do território

Ordenamento do Espaço Rural 681097654321

TiposUsos00

Carta de uso potencial vsCarta de uso real

69

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.4. Estudo de caso II a Carta de solos de TAMAD• TUT

– A- Agricultura; P – Pastagens; F - Floresta• QT:

– Regime de temperaturas – t– Condições de enraizamento – r– Fertilidade – f– Toxicidade do solo - x– Disponibilidades hídricas – h– Riscos de erosão – e– Presença de obstáculos físicos - o

70

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.4. Estudo de caso II a Carta de solos de TAMAD• CT:

– Regime de temperaturas – t• 1 geadas fim Outubro – meados Abril• 2 geadas princípio Outubro - princípio de Maio• 3 geadas todo o ano, pouco frequentes em Julho e Agosto• 4 geadas todo o ano e nevoeiros de Dezembro a Março

– Condições de enraizamento – r• Espessura do solo: 1 - > 100cm; 2 – 100 – 50 cm; 3 - 50 – 10 cm; 4 - < 10

cm– Fertilidade – f

– Toxicidade do solo - x: 1 – não serpentiníticos, 2 - serpentiníticos

71

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.4. Estudo de caso II a Carta de solos de TAMAD• CT:

– Drenagem 1,2 e 3 – sem limitações, limitações moderadas e severas

– Disponibilidades hídricas – h

72

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.4. Estudo de caso II a Carta de solos de TAMAD• CT:

– Riscos de erosão – e

– Presença de obstáculos físicos – o• Afloramentos rochosos, terraceamento, inclinação do terreno

73

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.4. Estudo de caso II a Carta de solos de TAMAD• Determinação da aptidão

74

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.4. Estudo de caso II a Carta de solos de TAMAD

Aptidao3.shp000002003032033212222322332ForaUrbN

EW

S

75

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

• 2.5 – O valor tributável da terra – O valor da terra situa-se, normalmente, numa

banda determinada pela capitalização da renda fundiária suportada pelo uso normal dessa terra;

– O valor tributável, peça fundamental de uma fiscalidade justa, deve sustentar-se no rendimento dos usos normais.

76

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.5 – O valor tributável da terra• Nas economias modernas o valor do solo

depende:– Dos usos possíveis - Qualidade dos recursos in-situ -

resposta da terra ao uso independentemente da localização;

– Das expectativas económicas face aos usos possíveis;

– Dos direitos de propriedade admitidos (limitações de usos em particular)

– Localização (acessibilidade) - custos e benefícios associados a uma localização específica

– Atributos espaciais - dimensão, forma, proximidade, contiguidade

Ordenamento do Espaço Rural 77

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.5 – O valor tributável da terra• Código de Imposto Municipal sobre

Imóveis (Dec.-Lei n.º 287/03, de 12.11 )– O valor patrimonial tributário dos prédios é

determinado por avaliação, com base emdeclaração do sujeito passivo

– A avaliação dos prédios rústicos é de base cadastral, não cadastral ou directa

– A avaliação dos prédios urbanos é directa.

78

Capítulo 2 – Modelos avaliação território

2.5 – O valor tributável da terra• O valor patrimonial tributário dos prédios rústicos

corresponde ao produto do seu rendimento fundiáriopelo factor 20, arredondado para a dezena de euros imediatamente superior. – O rendimento fundiário corresponde ao saldo de uma conta

anual de cultura em que o crédito é representado pelorendimento bruto e o débito pelos encargos de exploração

– O rendimento fundiário de um prédio apura-se a partir da soma dos rendimentos das suas parcelas com os das árvoresdispersas nelas existentes, quando pertencentes ao titular do direito ao rendimento do prédio e se, no seu conjunto, tivereminteresse económico