36
Scripta Nova REVISTA ELECTRÓNICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES Universidad de Barcelona. ISSN: 1138-9788. Depósito Legal: B. 21.741-98 Vol. XI, núm. 245 (50), 1 de agosto de 2007 [Nueva serie de Geo Crítica. Cuadernos Críticos de Geografía Humana] Número extraordinario dedicado al IX Coloquio de Geocritica EXPERIÊNCIAS DE POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO LOCAL NOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS (SP) E OS IMPACTOS NO TERRITÓRIO Claudete de Castro Silva Vitte Departamento de Geografia Universidade Estadual de Campinas – Unicamp [email protected] Experiências de políticas de desenvolvimento econômico local nos municípios da Região Metropolitana de Campinas (SP) e os impactos no território (Resumo) Este trabalho visa primeiramente contribuir na reflexão de alguns enfoques teóricos das políticas de desenvolvimento local e regional, ou políticas territoriais, que vêm sendo discutidas no âmbito da Geografia Econômica e de Estudos Regionais (arranjos produtivos, sistemas de inovação, ambientes inovadores, economia solidária, desenvolvimento local integrado e sustentado etc.), por meio do estudo dos municípios que compõe a RMC e de alguns

Organização Do Espaço Urbano

Embed Size (px)

DESCRIPTION

kkkkk

Citation preview

Scripta NovaREVISTA ELECTRNICA DE GEOGRAFA Y CIENCIAS SOCIALESUniversidad de Barcelona.ISSN: 1138-9788.Depsito Legal: B. 21.741-98Vol. XI, nm. 245 (50), 1 de agosto de 2007[Nueva serie de Geo Crtica. Cuadernos Crticos de Geografa Humana]

Nmero extraordinario dedicado al IX Coloquio de Geocritica

EXPERINCIAS DE POLTICAS DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO LOCALNOS MUNICPIOS DA REGIO METROPOLITANADE CAMPINAS (SP)E OS IMPACTOS NO TERRITRIO

Claudete de Castro Silva VitteDepartamento de GeografiaUniversidade Estadual de Campinas [email protected]

Experincias de polticas de desenvolvimento econmico local nos municpios da Regio Metropolitana de Campinas (SP) e os impactos no territrio (Resumo)Este trabalho visa primeiramente contribuir na reflexo de alguns enfoques tericos das polticas de desenvolvimento local e regional, ou polticas territoriais, que vm sendo discutidas no mbito da Geografia Econmica e de Estudos Regionais (arranjos produtivos, sistemas de inovao, ambientes inovadores, economia solidria, desenvolvimento local integrado e sustentado etc.), por meio do estudo dos municpios que compe a RMC e de alguns dos arranjos produtivos regionais que esses municpios participam. Foram investigados os agentes atuantes no desenvolvimento local e foram feitas algumas consideraes sobre os impactos espaciais ou territoriais das estratgias de desenvolvimento.

Palavras-chave:Dinmica econmica local, Territrio, Regio Metropolitana de Campinas.

Some experiences of local economic development polices in the municipal districts of Metropolitan Region of Campinas/SP (RMC) and their impacts in territory (Abstract)Firstly, this work objectifies to contribute in discussion of some theoretical focuses about local and regional development polices, or territorial polices, that have been debated in the field of Economic Geography and Regional Studies (productive arrangements, innovation systems, innovative environments, solidary economy, integrated and sustained local development etc.), through the studies of RMC municipalities and some of the regional productive arrangements that these municipal districts take part. It were investigated the agents of local development and it were made some considerations about the spatial or territorial impacts of the development strategies.Keywords:Local economic dynamics, Territory, Metropolitan Region of Campinas.

A temtica do desenvolvimento no alheia ao debate geogrfico. O desenvolvimento est vinculado noo de modelo territorial na anlise territorial e de ordenao do territrio. H um impacto recproco nos territrios e nos modelos de desenvolvimento, pelos atributos ou carncias dos territrios e pelas estratgias de desenvolvimento implementadas.Vem ocorrendo no Brasil diversas experincias de desenvolvimento local, em um cenrio deexperimentalismo difuso. As prticas de desenvolvimento local assumem variadas dimenses e significados ora sendo vistos como uma nova poltica social, ora como um novo paradigma econmico.Este trabalho visa primeiramente contribuir na reflexo dos enfoques tericos das polticas de desenvolvimento local/regional ou polticas territoriais que vm sendo discutidas no mbito da Geografia Econmica e de Estudos Regionais, como so os casos dos arranjos produtivos locais, sistemas locais de inovao, ambientes inovadores, economia solidria, dlis (desenvolvimento local integrado e sustentado), dentre outros, investigando quais deles vem sendo utilizados como estratgias de desenvolvimento local nos municpios que compem a Regio Metropolitana de Campinas.Assim, h, no mbito do debate do desenvolvimento local/regional, diversos modelos interpretativos do desenvolvimento, de impacto territorial, que precisam ter sua discusso aprofundada e contribuir na compreenso da experincia brasileira do desenvolvimento local, por meio do estudo dos municpios que compe a RMC e de alguns dos arranjos produtivos que esses municpios participam.A temtica do desenvolvimento local vem sendo debatida, com diversos argumentos sobre seus constrangimentos e possibilidades. Como lembram Giuseppe Cocco e Alexander P. Galvo, o local parece estar se constituindo na tnica geral de definio dos novos rumos das polticas pblicas ativas de desenvolvimento econmico e social no Brasil nesta virada de sculo. Do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, do ABC paulista ao Cear, do BNDES Caixa Econmica Federal, passando pela Finep, do Sebrae ao Senai, h uma multiplicao generalizada de instituies, projetos, pesquisas, seminrios e experincias que visam o desenvolvimento local (G. Cocco& A. P. Galvo, 2001:69).O desenvolvimento econmico local pode ser definido como o conjunto de estratgias e aes para a (re)construo da base produtiva local (para a ativao da economia local) (cf. C. C. Silva, 1998) e pode provocar impactos no territrio. Ele no deve ser confundido com desenvolvimento urbano. O desenvolvimento urbano d-se a partir de um projeto fsico para uma cidade e de polticas de controle do uso do solo, resultando na ordenao do territrio e de equipamentos coletivos.A idia delocal, por sua vez, pode ser entendida como um municpio, parte de municpio, um conjunto de municpios, um estado ou mesmo uma regio. Neste trabalho, a idia de local confunde-se com a de municpio, a maislocalizadainstncia de poder no Brasil. O municpio uma instncia de poder poltico e um recorte territorial. uma das formas de domnio territorial-estatal. Na gesto poltica h uma hierarquizao territorial na qual o municpio um dos nveis hierrquicos (cf. C.C.S. Vitte, 2006).As aes e estratgias ocorrem em umespao herdado, que constitudo por uma histria local, um padro de organizao do territrio e da fora de trabalho e por um dado grau de desigualdades sociais. A execuo de estratgias sobre o espao herdado promove impactos e possibilita a construo de um espao projetado (cf. F.D. Coelho, 1996) ou no, mas certamente transformado.O ponto fundamental deste debate refere-se s possibilidades e limites destas polticas e estratgias de induo do desenvolvimento em reduzir as desigualdades sociais e melhorar as condies de vida das classes trabalhadoras e dos estratos economicamente mais vulnerveis, bem como sua capacidade em fazer avanar a democracia e permitir odireito cidadepara todos.

O desenvolvimento econmico local e as transformaes espaciais: Uma contribuio da anlise geogrficaA Geografia uma cincia afeita a espacialidade de processos sociais e histricos, espacialidade esta resultante da dinmica geral do capitalismo condicionada pelas especificidades locais.Segundo A.C.R. Moraes, avalorizao do espao o nvel de abordagem das determinaes gerais que delineiam longos perodos. Na anlise da valorizao do espao devem ser considerados: a lgica que a presidiu, o processo que a engendrou e o uso social da valorizao gerada. H um processo universal que corresponde lgica da acumulao capitalista na escala do Sistema-Mundo. Concomitante ao acontecer desta lgica, h as particularizaes e singularidades dos lugares. dinmica local associam-se estmulos exteriores, sendo o territriocondio,meioeprodutoda reproduo da vida social (cf. A. C. R. Moraes, 2000a).Uma sub-categoria de anlise afixao geogrfica de valor, pela qual se analisa o processo de incorporao de parte da riqueza produzida pelas diversas sociedades no territrio e que resulta em transformaes de paisagens e lugares. Nesta sub-categoria so consideradas:a-) as formas de internalizao do valor produzido na escala local, que A.C. R. Moraes designa devalor fixado;b-) as formas criadas, tambm chamadas defixosec-)a fixao geogrfica de valor, processo que explica a produo e apropriao do espao e que capta a lgica locacional, os estoques de valor fixados nos diferentes lugares e inventaria a quantidade e qualidade dos fixos existentes nos lugares.Outra sub-categoria de anlise a ser considerada atransferncia geogrfica de valor, entendida como a parte do valor gerado em um lugar e que no foi ali fixada. So os deslocamentos de riquezas, mercadorias, informaes, que resultam em uma mobilidade dos valores (os fluxos) no espao terrestre. Esta sub-categoria contribui na reflexo sobre o movimento fsico do valor no espao terrestre, o que, no caso de estudos de polticas e estratgias de desenvolvimento local, remete anlise da atrao de capitais exgenos e da fixao ou no de capitais e riquezas localmente gerados.Mas, se acima foi assinalada a interlocuo da Geografia com a Economia, preciso considerar que a espacialidade da vida centra-se na relao entre o espao (ou um dado territrio) e opoder. Nessa perspectiva, tem-se a interlocuo da Geografia com a Poltica. Dentre as formas de domnio dos lugares, destacam-se asformas estatais(em suas diversas instncias), sendo o Estado um ator que tende a monopolizar (ou hegemonizar) as aes bsicas do processo deformao territorial, a segunda categoria de anlise proposta (Cf. A.C.R. Moraes, 2002). A formao territorial pode serentendida como o desenrolar das conjunturas, dos movimentos singulares de um grupo social que se expande no espao e controla seu territrio. o mbito das singularidades dos lugares (cf. A.C.R. Moraes, 2000a).Iniciativa local de desenvolvimento: alguns enfoques de desenvolvimento territorialO objetivo desta seo fazer uma breve apresentao de algumas das principais vertentes analticas que tratam da questo do desenvolvimento local/regional em perodo recente que discutem os fatores determinantes e a dinmica do desenvolvimento territorial (que certamente abarca a escala local) para na seo seguinte discutir quais delas aparecem como estratgias de desenvolvimento local na RMC. H alguns marcos conceituais que explicam as causas e as condicionantes das transformaes (ou evoluo) territorial no interior de economias nacionais.So bastante conhecidas as discusses pioneiras da chamada escola alem cujos trabalhos de Von Thnen, August Lsh, Alfred Weber, Walter Christaller; e da escola anglo-sax, representada por G. Zipf, Walter Isard, Douglas North, John Friedmann, dentre outros, contriburam para a emergncia da temtica do desenvolvimento territorial e de teorias espaciais, mas apresentavam limites explicativos que no sero aqui considerados[1].Nos anos 1950 a 1970 surgiram importantes trabalhos que procuraram discutir os nveis de desenvolvimento entre as regies e localidades. As contribuies das teorias de centro-periferia, da causao circular acumulativa de Gunnar Myrdal, dos encadeamentos (linkage) para frente e para trs de Albert Hirschman, dos plos de crescimentos de Franois Perroux e Jacques Boudeville tinham em comum o foco nas questes do crescimento desequilibrado, nos processos acumulativos e de localizao e apresentam em comum o carter automtico dos mecanismos de correo e advogam uma interveno externa ao mercado, de forma a evitar a intensificao das desigualdades interregionais (E.M. Jimnez, 2001:16) [original em espanhol]O desenvolvimento local tornou-se tributrio do debate sobre o desenvolvimento regional que foi reavivado, motivado pela constatao de que cidades e regies anteriormente de economia dinmica estavam em declnio, enquanto ocorria a ascenso de outras reas por diversos motivos. Na crtica terica fortaleceram-se as abordagens a partir de modelos denominados de baixo para cima e a valorizao de elementos endgenos (cf. J. Amaral Filho, 1996; S. Boisier& V. Silva, 1990).Nos estudos de diversas experincias de desenvolvimento regional e local, passou-se a observar que fatores antes considerados secundrios ao crescimento e com forte diferenciaolocaleram importantes na explicao do sucesso de certas localidades. Esses fatores, quando estimulados, permitiam melhorar a produtividade e possibilitavam uma melhor distribuio de renda (cf. J. Amaral Filho, 1996).Ganhou corpo o discurso de que uma localidade ou regio poderia passar por um processo de transformao e qualificao, tornando o ambiente atrativo, de forma a facilitar a implantao de novas atividades econmicas em um contexto de economia globalizada, utilizando-se de recursos endgenos e/ou exgenos. Esse novo protagonismo da escala local tem seus defensores chamados de localistas, mas tem seus detratores. Um de seus crticos assinala que

Utilizando-se de um conjunto de categorias como a flexibilidade, a produo de pequena escala ou a solidariedade e confiana, este novo cenrio produtivo tem se apresentado como uma via alternativa dada pelas novas formas de comunidade industrial. Sob uma suposta harmonia das novas comunidades produtivas, dicotomias prvias, como capital-trabalho ou centro-periferia, devem desaparecer, pois todos os elementos, tenham a ascendncia social que tiver, encontraro um ambiente favorvel para seus interesses. A flexibilidade abriria as portas do reinado das PMEs e a difuso espacial da localizao das atividades. Portanto, a partir desta nova ortodoxia, se promove uma nova viso de progresso social e econmico. Ela leva a pensar em um futuro feliz para as economias perifricas (O.G.JURADO, 2004:2) [original em espanhol]O fato que no final dos anos 1980 diversos trabalhos e pesquisas foram anunciando a idia de que o crescimento das localidades se devia principalmente as suas condies e dinmicas internas. Como lembra E.M. Gimenez (2001:19), neste perodo inaugurou-se uma nova fase de teorizao do desenvolvimento territorial.A dimenso social e territorial do desenvolvimento considerada como a mais importante contribuio da abordagem neomarshalliana. Assim, a importncia da aglomerao e de fatores no-econmicos como a cultura, as normas e instituies na determinao daperformancedas regies vem adquirindo relevncia (M.C.O.S. Schiller, 2004: 163). Segundo Alain Rallet, os trabalhos sobre meios inovadores e sobre distritos industriais emergiram de maneira mais efetiva aps os anos 1970 e introduziram a temtica das relaes localizadas como fundamento da competitividade territorial. Para este autor, a proximidade discutida na perspectiva do enfoque territorial e do enfoque em termos de coordenao. A proximidade introduzida pelo enfoque territorial, grosso modo, dos meios inovadores ou dos distritos industriais, sendo que os seus defensores consideram o territrio um conceito econmico e no apenas um recorte institucional. Neste enfoque, o territrio pode ser discutido sob trs perspectivas:1-) o enfoque histrico do territrio: um complexo localizado, historicamente constitudo, de relaes econmicas entre uma diversidade de agentes e instituies;2-) o enfoque funcionalista: o territrio entendido como uma construo baseada em relaes de proximidade, que fixam os contornos ou uma zona delineada pela existncia de relaes de proximidade; e3-) o enfoque institucional: define o territrio como a zona sob a qual se projeta a ao de polticas pblicas, de forma que o territrio se confunde com a autoridade pblica que o administra e a proximidade dos agente definida por uma pertena institucional (A. RALLET, 2002:60-61).Acumulao flexvel, distrito industrial e arranjos produtivos locaisNo decorrer dos anos 1980 ganhou corpo entre diversos estudiosos a idia de que o crescimento das regies devia-se as suas condies e dinmicas internas. E.M. Gimenez lembra que os estudos pioneiros focaram a chamadaTerceira Itlia, que congregava experincias bem sucedidas em meio industrializao decadente do tringulo Milo-Turim-Gnova e do atrasadoMezzogiorn.Os autores apontavam o distrito industrial como a frmula de sucesso daTerceira Itlia,sendo ele resultante das relaes de competio-emulao-cooperao entre pequenas e mdias empresas. Este diagnstico tambm foi assinalado por gegrafos californianos, tais como A. Scott. M. Storper e R. Walker, que estudavam aquele estado norte-americano e em especial a metrpole de Los Angeles (cf. E.M. Gimnez, 2001: 19).A especializao flexvel, por sua vez, foi discutida por Michael Piore e Charles Sabel no livroThe Second Industrial Divide(1984) onde interpretaram as evidncias dos exemplos da Terceira Itlia, da Califrnia e de distritos de alta tecnologia da regio de Boston como casos particulares no interior de uma tendncia mais geral de evoluo do capitalismo industrial, no qual o desenvolvimento regional era derivado essencialmente de condies dinmicas internas.Segundo Anderson C.G. T. Pellegrino, o debate sobre distritos industriais se fortaleceu com o esgotamento do modelo fordista e com a emergncia do novo modelo ps-fordista, tambm denominado de acumulao flexvel. Neste novo modelo, tal qual o que foi visto nos casos italianos e do Vale do Silcio, considerados os mais paradigmticos, a rigidez fordista foi sendo substituda pela agilidade das redes de pequenas e mdias empresas, mais flexveis do ponto de vista da produo e tecnologicamente mais sofisticadas, capazes de atender rapidamente demanda por produtos especializados e diferenciados.Este autor lembra tambm que o ponto de partida desta concepo a recuperao do conceito dedistrito industrialde Alfred Marshall, para quem o maior xito econmico de uma regio deve-se as relaes de competio e cooperao existentes entre pequenas e mdias empresas locais. Esta concepo reforou a importncia das articulaes geogrficas particulares, propondo uma espcie de reconsiderao da regio como unidade de produo integrada, em uma gama de possibilidades produtivas, de arranjos tecnolgicos e organizaes empresariais,gerando impactos na configurao espacial das economias e na prpria concepo de desenvolvimento regional (A.C.T. Pellegrino, 2005: 32-33).Os distritos industriais se caracterizam por apresentar uma concentrao de pequenas e mdias empresas em reas pouco industrializadas, especializadas em um ramo ou produto, com intensa diviso interempresarial do trabalho, grande mobilidade de emprego, freqente existncia de autoemprego e muitas vezes de economia informal. So empresas que competem, mas simultaneamente mantm relaes de cooperao por meio de associaes, utilizao de mesma infra-estrutura e servios comuns. (G. GarofoliapudI.C. Barroso, 1998:14)Os sistemas produtivos ou arranjos produtivos locais (APLs) um tipo de aglomerao de empresas que vem sendo muito discutido pelo menos desde a dcada de 1990. Segundo Gustavo Antnio Galvo dos Santoset aliimuito desse sucesso se deve a ampla aceitao deste conceito pelomainstreamneoliberal, reconhecidamente crtico interveno estatal, j que a poltica industrial dos APLs focada no aproveitamento de externalidades positivas localmente difundidas, produzidas muitas vezes por entidades de direito privado. Mas estes autores defendem que o sucesso do conceito se deve tambm pela sua utilidade e versatilidade, independente de posicionamento ideolgico, pois so geralmente caracterizados por setores com pequenas barreiras entrada e, portanto, a princpio, de relativamente fcil aplicao a regies ou pases menos desenvolvidos. Outra qualidade ressaltada nos APLs sua caracterstica de cooperao, um diferencial que melhora a competitividade do conjunto, a inovao (cf. G.A.G. Santoset alii, 2004:156-7).Assim os APLs so um tipo diferenciado de aglomerao de empresas. Pode-se lembrar de outros tipos de aglomeraes, como oscentros industriais, grandes e diversificadas aglomeraes industriais, onde as grandes empresas tm um importante papel, mas no necessariamente sinergias e relaes entre elas. H tambm oscomplexos industriais, um tipo de aglomerao de empresas associadas a uma cadeia produtiva, caso da indstria petroqumica, por exemplo. (cf. G.A.G. Santoset alii, 2004:155-6).Especificamente sobre os distritos industriais, Edgard Moncayo Jimenez defende que no existe um nico modelo de distrito industrial e que eles so o resultado de uma confluncia de fatores empresariais, polticos e sociais que no podem ser reproduzidos indistintamente. Mas, no geral, os aspectos positivos dos distritos estudados em diversas partes do mundo foram alcanados por meio de certas aes polticas deliberadas, como o estmulo cooperao e associao inter-firmas e de criao de novas firmas, a formao de recursos humanos locais, proviso de infra-estrutura e servios avanados e a delegao de funes de promoo econmica a instituies locais ou regionais, em contexto de fortalecimento de governos locais (E.M. Jimnez, 2002:42).Assim, h diversos enfoques elaborados para explicar ou tipificar as localidades, nos quais o territrio em escala local contribui para estabelecer laos entre atores e a instituir sistemas territoriais. Esses enfoques do prioridades a fatores diferentes. Nos enfoques acima assinalados nesta seo, Juan-Luis Klein considera que fazem um conjunto que pode ser denominado deenfoque produtivo, correspondente as configuraes produtivas baseadas na integrao local de empresas e de atores scio-polticos. Para Klein, esses trabalhos sustentam que existe uma relao entre a proximidade espacial, a inovao e o dinamismo scio-econmico em contexto de economia globalizada (J.L. Klein, 2005:07).

Ambientes inovadores e sistemas locais de inovao

Um outro enfoque considerado por Juan-Luis Klein (2005:08) oenfoque da inovao. Ele congrega as pesquisas que abordam o desenvolvimento local a partir do paradigma da inovao, da importncia do conhecimento oriunda dos processos inovadores construdos coletivamente. Para o autor, o conhecimento no somente cientfico, mas tambm social resultante da organizao de produo do conhecimento em interrelao com os atores sociais.

Para Immaculada Caravaca Barroso, o carter estratgico da inovao tecnolgica tem uma influncia decisiva na organizao produtiva e territorial, sendo que as novas tecnologias tm permitido o desenvolvimento da sociedade informacional (em uma aluso M. Castells) e de uma nova lgica espacial baseada na existncia de redes, mas so as indstrias neotecnolgicas que so as atividades motrizes capazes de impulsionar de forma direta e indireta o crescimento econmico. A autora remete Phillippe Aydalot o conceito de meio inovador, posteriormente bastante difundido. Tal conceito se baseia na idia de que a inovao no se realiza na maior parte das vezes de forma individual, mas sim coletiva porque h a existncia de um clima empresarial, social e institucional favorvel em determinados mbitos que propicia o seu surgimento (IC. Barroso, 1998:12).

Para Phillippe Aydalot, no processo de desenvolvimento cabe considerar trs aspectos. O primeiro, que os atores do desenvolvimento sejam organizaes produtivas flexveis como so as pequenas e mdias empresas, capazes de superar a rigidez das organizaes do tipo fordista. Um segundo aspecto de carter mais estratgico, que considera a diversidade de tcnicas, de produtos de gostos culturais, o que deriva para a abertura de mltiplos caminhos de desenvolvimento para diversos territrios, segundo as potencialidades de cada um. E, por fim, um aspecto de carter mais operativo, considera que os processos de desenvolvimento so conseqncia da introduo de inovaes e conhecimento por meio dos investimentos de atores econmicos, processo esse de carter territorial, pois produzido como conseqncia da interao de atores que integram o entorno inovador (cf. P. AydalotapudA. Vasquez-Barquero, 2006:04).Assim, o que se considera como realmente efetivo para um desenvolvimento local sustentado e duradouro so fatores estruturais, tais como a capacidade empresarial e organizativa, a qualificao e grau de instruo da populao, os recursos ambientais e o funcionamento das instituies. (Antonio Vasquez-Barquero, 2006:04)

Capital social e economia solidriaUm outro enfoque considerado por Juan-Luis Klein oenfoque socialque postula que o territrio na escala local um marco gerador de laos sociais e de ao coletiva, difundindo noes como capital social, redes sociais, economia solidria, empreendedorismo, voluntariados, microiniciativas.O sentimento de pertencimento territorial cria espaos comunitrios adaptados sociedade moderna, diversificados e inseridos de diversas formas na sociedade global (J.L. Klein, 2005:09). Para Carlos Antonio Brandoet aliigraas proximidade de atores cooperativos, um poderoso consenso, baseado nas relaes de confiana mtua comunitria, [...] sustentaria um processo de avano e progresso para todos, cabendo ao Estado, neste ambiente, o papel de animao dos empreendedores (cf. C.A. Brandoet alii, 2004:04-06)A noo decapital socialconsidera a valorizao de formas de confiana, normas de reciprocidade, atitudes e valores que ajudem as pessoas a superar relaes conflituosas e competitivas. Caberia ao Estado propor formas de favorecer o capital social.Uma pesquisa coordenada por Robert Putnam na Itlia apontou que fortes tradies de engajamento cvico da comunidade so a marca de uma regio prspera e uma condio essencial para o xito da democracia. Nesta investigao, Putnam buscou explicar as razes de resultados dspares no desenvolvimento de duas regies da Itlia (o Norte e o Sul), quando elas tinham sido submetidas s mesmas mudanas institucionais e legais na descentralizao posta em marcha naquele pas desde os anos 1970.

Robert Putnam se apoiou no conceito decapital social, que se refere aos aspectos de uma organizao social, tais como redes de comunicaes, regras de confiana, que facilitam a coordenao e cooperao para a obteno de benefcio mtuo. R. Putnam diz que fortes tradies de engajamento cvico[...] so a marca de uma regio prspera. [ ...] Tais comunidades cvicas valorizam a solidariedade, a participao cvica e a integridade. [Nelas,] a democracia funciona (R. Putnam, 2001: 54-55).Segundo Edgad M. Jimenez, patriotismo, solidariedade, virtudes cidads so aqui conceitos centrais e a principal manifestao do compromisso cvico a associatividade para a busca do bem comum (E.M. GIMNEZ, 2002:22). Este compromisso cvico consiste em uma forte identificao dos indivduos com os interesses da comunidade em que vivem. Putnam diz: em uma comunidade cvica, a cidadania se caracteriza primeiramente pela participao nos negcios pblicos. O interesse pelas questes pblicas e a devoo s causas pblicas so os principais sinais da virtude cvica. (R. Putman,1996:101)Juan-Luis Klein aponta que a referncia local dos atores, devido a sua identidade territorial, pode lev-los a realizar aes coletivas com objetivos econmicos. Neste contexto, emerge uma aproximao com questes econmicas que recebe diversas acepes como economia social, economia solidria, economia comunitria, economia popular. O ponto a se ressaltar que h uma referncia a formas de produo de riqueza na qual participa diretamente a coletividade, utilizando-se de modalidades associativas na produo de bens, de servios e mobilizando recursos ligados ao que o autor chama de capital scio-territorial de uma coletividade local. (cf. J.L. Klein, 2005:09)

A economia solidria, uma dessas acepes se caracteriza, ento, por concepes e prticas fundadas em relaes de colaborao solidria, inspiradas em valores culturais que colocam o ser humano na sua integridade tica e ldica e como sujeito e finalidade da atividade econmica (Documento Final da I Conferncia Nacional de Economia Solidria, 2006: 02).

No documento acima citado, fica salientado que a economia solidria uma forma de organizar a produo, a distribuio e o consumo que tem por base a igualdade de direitos e responsabilidades de todos os participantes dos empreendimentos econmicos solidrios, com gesto e propriedade coletivas e participao democrtica, apontando para a superao da contradio entre capital e trabalho. (Documento Final da I Conferncia Nacional de Economia Solidria, 2006: 02).Mrcio Pochmann assinala que aps a crise do fordismo ocorreu uma mudana nas tcnicas de gesto e organizao da produo, permitindo que vrios mecanismos de incubao de experincias de ocupao profissional e gerao de renda, geralmente em torno de grupos de pobres e desempregados que tinham uma trajetria ocupacional no segmento do trabalho organizado, fossem recuperadas. Em uma busca de sinergia coletiva e a partir de atividades e de saber acumulado, diversas experincias foram concretizadas, tais como padarias comunitrias, artesanato local, coleta seletiva de lixo, dentre outras. Por parte dos governos, algumas aes visaram instrumentalizar a economia solidria, sendo oBanco do Povouma das mais conhecidas medidas, alm do financiamento incubao de cooperativas e de redes de comercializao e autogesto (cf. M. Pochmann, 2004: 05).

Em suma, de acordo com Juan-Luis Klein, apesar de suas diferenas, esses enfoques convergem em dois pontos. Primeiramente, pelo fato do local no se definir em si, mas em sua interrelao com redes globais. Em segundo lugar, o que aproxima os atores locais, apesar da distncia social que pode separ-los, sua identidade territorial comum: a proximidade fsica, manifestada na identidade comum, se transforma em proximidade social (cf. J.L. Klein, 2005:09-10).

Na seqncia, ser feita uma breve caracterizao da dinmica econmica da RMC, seguida de uma vinculao desses enfoques produtivos e de desenvolvimento em alguns municpios da regio, discutindo-se a pertinncia desses enfoques para compreenso desta dinmica. Sero apontados alguns dos protagonistas ou agentes atuantes, bem como sero feitas algumas consideraes sobre os impactos espaciais dessas estratgias ou enfoques.

A Regio Metropolitana de Campinas

Rota ou caminho para as minas no sculo XVIII, economia canavieira, economia cafeeira e a grande riqueza gerada por esta atividade, crise da cafeicultura, culturas agrcolas variadas, industrializao como alternativa crise do caf e para suprir uma crescente demanda interna, migraes, polticas nacionais de descentralizao metropolitana (interiorizao do desenvolvimento), reestruturao urbano-industrial do estado de So Paulo, consolidao da metrpole desconcentrada e criao da Regio Metropolitana de Campinas. Esta uma breve seqncia de palavras-chaves que contribuem na compreenso daformao territorial, categoria analtica proposta por Antnio Carlos Robert Moraes. A exigidade de espao neste trabalho no nos permite retomar a contribuio de importantes autores que ajudaram no desvendamento desta formao e que fundamental para a compreenso da dinmica econmica atual da regio e contribuem na explicao da singularizao da regio e dos lugares, revelando o movimento geral de um grupo social que se expandiu em um territrio que congrega a RMC e que foi institucionalizado em 2000.De forma sinttica, a regio metropolitana de Campinas caracteriza-se por ser um aglomerado composto por municpios de diferentes portes e variadas vocaes econmicas. Esta regio conhecida por ser uma rea estratgica para negcios, por apresentar um parque industrial diversificado que abriga setores modernos e plantas industriais articuladas em grandes e complexas cadeias produtivas (AGEMCAMP/SEADE, 2006:22), no qual destaca-se fabricao e refino de petrleo, material eletrnico/aparelhos e equipamentos de comunicao e produtos txteis. Possui uma rede de comrcio e servios bastante dinmica que atende a uma populao de 2.578.033 habitantes em 2005, com destaque na prestao de servios em educao e sade, dentre outros.Apresenta tambm uma agricultura moderna e diversificada, com destaque para a produo de cana-de-acar e laranja, mas tambm de frutas de mesa (como uva, figo, goiaba e outras).Segundo a AGEMCAMP/SEADE, a RMC a segunda regio mais importante do estado, sendo responsvel por 9,1 por cento do PIB paulista e aquela que apresenta o maior PIBper capitaregional entre as regies paulistas (considerando tanto as RMs como as RAs).Dentre as categorias propostas por Antonio Carlos Robert Moraes h a fixao geogrfica de valor e a transferncia geogrfica de valor, categorias de grande relevncia na anlise geogrfica, mas sua investigao complexa. Gostaramos de exemplificar como possibilidade emprica de estudo para a RMC uma apresentao dos investimentos previstos para serem recebidos pela regio no perodo.Tal indicador d apenas uma noo desta incorporao de valor em um curto perodo, de forma que um estudo mais processual de fundamental importncia. No ser efetuado neste trabalho um estudo aprofundado, mas uma regio no se torna a segunda mais importante da mais importante unidade federativa do mais importante pas da Amrica do Sul sem que a riqueza gerada e fixada fosse significativa.A Fundao SEADE mapeia j h alguns anos os investimentos anunciados no Estado de So Paulo, sendo o ltimo levantamento relativo ao ano de 2005. Ela considera os investimentos produtivos, ou seja, aqueles que ampliam a capacidade produtiva da economia e que contribuem para o aumento da produo de bens e servios e para a gerao de empregos e renda. De fato, a regio de Campinas est entre os principais destinos dos recursos que aportam no estado de So Paulo.Um complicador analtico que neste estudo feito pela Fundao SEADE os dados so agregados para a Regio Administrativa de Campinas[2]que uma rea muito mais ampla do que a RMC. O indicador, na verdade, ilustra a importncia da rea de estudo e d pistas para a compreenso do processamento da fixao geogrfica de valor e da transferncia geogrfica de valor na perspectiva de captao de investimentos exgenos.H um outro produto da Fundao SEADE bastante til para o estudo da fixao geogrfica de valor na RMC e sua anlise merece um estudo mais profundo. Neste trabalho iremos apenas fazer uma breve caracterizao. Trata-se doAtlas Seade da Economia Paulista. EsteAtlasagrega um importante acervo de mapas que permitem mltiplos estudos pela perspectiva geogrfica. A partir da diviso poltico administrativa e da malha municipal (que organiza os municpios em regies administrativas e regies metropolitanas) pode-se sobrepor e interrelacionar diversas informaes, dentre as quais destacam-se: informaes sobre a infra-estrutura e logstica (transportes, movimento de cargas em aeroportos, itinerrios de vos de passageiros, frotas de veculos, presena de distritos industriais e suas infra-estruturas, telefonia e Internet); cincia, tecnologia e inovao (distribuio das instituies de ensino e pesquisa, laboratrios pblicos e de empresas e incubadoras, uso de TICs pelas empresas, ocupaes tcnico-cientficas, atividades de P&D e de empresas inovadoras); indicadores de riqueza gerada, sua distribuio setorial e gerao regional e setorial de riqueza e concentrao e especializao geoeconmicas.Mesmo sem efetuar as diversas sobreposies e correlaes possveis, pode-se perceber que a RMC e seus municpios apresentam uma situao privilegiada. Muitas das informaes apresentadas e mapeadas manifestam formas de internalizao de valor no espao (ovalor fixado) por meio de um inventrio da quantidade e, de forma menos explcita, expressam a qualidade dos fixos existentes, de forma que contribuem no entendimento da valorizao do espao da RMC.Um elemento a ser considerado na fixao geogrfica de valor a infra-estrutura e logstica. A infra-estrutura da Regio Metropolitana de Campinas considerada de excelente qualidade e sua localizao considerada estratgica, estando h cerca de100 quilmetros da capital e 166 quilmetros do porto de Santos (o municpio de Campinas sendo a referncia). Possui um bom sistema virio e sua acessibilidade com relao a outras importantes regies do pas viabilizada[3].Um diferencial na infra-estrutura o aeroporto internacional de Viracopos, projetado para ser o maior aeroporto de cargas da Amrica Latina. Este aeroporto vem passando por ampliao e modernizao com ressonncia sobre a vida local, pois esta ampliao necessita de desapropriao que envolve dezessete bairros, bem como necessitou de alterao na lei de zoneamento, fato que provocou presses de grupos ambientalistas, j que os arredores do aeroporto eram considerados reas rurais.O dinamismo da Regio Metropolitana de Campinas torna muitas vezes a regio vtima de seu prprio sucesso, j que atrai significativos contingentes migratrios, pressionando a demanda local por servios pblicos de toda ordem.O mercado de trabalho tambm uma referncia a ser considerada. Seu fomento, sua dinamizao e recuperao constam como um dos mais importantes objetivos de diversas estratgias de desenvolvimento local. No geral, h disponvel mo-de-obra qualificada oriunda de um importante parque universitrio (Unicamp, PUC-Campinas, Facamp e diversas faculdades e universidades particulares). Esta oferta ajuda a fortalecer a imagem de plo tecnolgico que Campinas e arredores detm.Mas, uma anlise mais especfica do mercado de trabalho foi feita por Mrcio Pochmann (2002) em mbito metropolitano. Segundo este autor, Campinas apresenta um razovel nvel de desemprego, o que coloca como um grande desafio a ser superado pelas estratgias de desenvolvimento local, de emprego e renda.Quando avalia o perfil da ocupao, Pochmann aponta que nas ltimas dcadas tem havido uma transio da dominncia industrial para o comrcio e servios, mas ainda com predomnio das atividades industriais. Outra transformao assinalada a maior presena feminina no mercado de trabalho e a diminuio do nmero de jovens no total da ocupao.Quanto s polticas pblicas de enfrentamento do desemprego e da pobreza, Mrcio Pochmann (2002) afirma que as polticas adotadas para a complementao de renda das famlias pobres e ao estmulo ao emprego so, em sua maioria, derivadas do programa Bolsa Escola do Governo Federal.Nas polticas voltadas ao mercado de trabalho ressaltem-se as aes de qualificao profissional, de auto-emprego, de intermediao de mo-de-obra e financiamento de microcrdito. Pochmann diz:

apesar dos esforos dos poderes pblicos na implementao de polticas de ateno pobreza e ao desemprego, constata-se sem muito esforo suas limitaes e impacto residual em face dos problemas socioeconmicos da Regio Metropolitana de Campinas. Para alm do esforo municipal, deve convergir uma estratgia de ao metropolitana, integradora das polticas estaduais e federais de complementao de renda e de atuao no mercado de trabalho. A proliferao de mltiplas e setorializadas aes em cada municpio pode representar menor efetividade em mbito metropolitano, considerando-se a integrao do espao territorial e a mobilidade de capital e trabalho (M. Pochmann, 2002: 148).O autor, ento, aponta que o incremento das ocupaes deu-se em ritmo inferior ao crescimento da fora-de-trabalho. Houve investimentos no setor produtivo, mas insuficientes para solucionar os srios problemas do mercado de trabalho. Quanto elevao de escolaridade e de qualificao profissional os esforos tambm tm se mostrados insuficientes no contexto do grave quadro social do pas, e Campinas e regio no fogem regra. (M. Pochmann, 2002:149)Por outro lado, Campinas e regio um dos 50 principais centros de C&T do planeta, sendo que essa pujana se deve ao trabalho de cada instituio que compe a FFC (Fundao Frum Campinas). Segundo o jornalCorreio Popularque o mais importante jornal de Campinas e regio, Campinas se insere na chamadaNovssima Economia, pois congrega inovaes no ramo de informtica e tecnologia na qual ressalta-se a biotecnologia. Frise-se tambm que as empresas do plo tecnolgico de Campinas e regio respondem por 40% do PIB regional, bem como o fato de quinze por cento das intenes de investimento no estado de So Paulo at 2005 tinha o plo campineiro como alvo. (cf. Correio Popular 21/09/2003).Um outro aspecto que atrai investimentos o tamanho do mercado consumidor da regio como um todo, pois Campinas polariza em sua regio administrativa 90 municpios, com uma populao de 5.916.224 habitantes em 2005 (cf. Governo do Estado de So Paulo/Secretaria de Economia e Planejamento, 2007).Outra caracterstica das atividades econmicas o destaque do municpio na oferta de servios especializados e atividades comerciais. Conforme explicado em Cano e Brando,

Campinas assegurou escala para atividades como grande rede de servios bancrios, hospitais regionais e servios mdicos especializados, comrcio de grande porte e comrcio especializado, shopping centers, servios pessoais diferenciados etc. Importante tambm a existncia de grandes universidades e centros nacionais e estaduais de pesquisa e desenvolvimento, com capacidade para desenvolver produtos, processos de trabalho e servios tecnolgicos de apoio atividade industrial e pesquisa (Cano& Brando, 2002: 113).As instituies de fomento ao desenvolvimento localOutro ponto a ser salientado refere-se a quem so os agentes das aes de desenvolvimento local. As instituies, grupos e indivduos que esto envolvidos nas prticas de desenvolvimento: cooperativas, as agncias de desenvolvimento, associaes industriais e comerciais, entidades empresariais, sindicatos, governos locais e de outras instncias de poder. Consideraremos, no mbito organizacional, o papel de algumas instituies de desenvolvimento local.Pode-se assinalar o papel da Fundao Frum Campinas (FFC), uma entidade que tem, entre seus objetivos, dar visibilidade produo tecnolgica da regio. So 11 instituies afiliadas: a UNICAMP, PUCCAMP, Instituto Biolgico, Instituto de Zootecnia, Ital, Laboratrio Nacional de Luz Sncrotron, Embrapa, Centro de Pesquisa Renato Ascher, IAC, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicaes e Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral.A Fundao Frum Campinas pretende facilitar a troca de experincias entre as instituies de pesquisa da regio, fomentar a integrao dessas entidades e tornar melhor sua atuao conjunta. Com a promoo de projetos multi-institucionais a FFC pretende incentivar a pesquisa e a transferncia de tecnologia, a organizao dos empreendimentos, atrair novos investimentos para a regio e criar oportunidades para os municpios (cf. Correio Popular, 21/09/2003).Dentre as instituies estatais que atuam na coordenao das atividades econmicas e de fomento da economia local e de certa forma regional ressaltam-se o fato de diversos municpios da RMC possurem secretarias municipais que se responsabilizam pelas questes do desenvolvimento econmico, sendo que alguns municpios como Campinas possuem uma Secretaria Cooperao Internacional que a responsvel pela elaborao de polticas de atrao de empresas e de investimentos para o municpio, bem como de convnios com cidades-irms, indicando uma certa sofisticao organizacional em sua organizao e gesto.A CIATEC (Companhia de Desenvolvimento do Plo de Alta Tecnologia de Campinas) outra importante instituio. Subordinada Secretaria de Cooperao Internacional do municpio de Campinas, uma empresa municipal de economia mista, na qual a prefeitura detm 99 por cento das aes. Tem como principais atribuies o planejamento e a execuo da poltica de cincia e tecnologia, de P&D no Plo de Alta Tecnologia (Cf. Correio Popular, 29/09/2003).Segundo Eduardo Grizendi, a regio metropolitana de Campinas um plo tecnolgico de TICs (tecnologias de informao e comunicao), suportada por um ambiente frtil em C&T&I e com instituies como a Unicamp, o Instituto Agronmico de Campinas e Embrapa (Empresa Brasileira de Agropecuria) [...] [que possuem] intensa produo cientfica e tecnolgica (E. Grizendi, 2007:41). Assim, segundo este autor, o Parque Tecnolgico de Campinas pode ser visto no contexto dos modelos de ambientes intensivos em inovao, sendo um projeto conjunto da Prefeitura Municipal de Campinas, Unicamp e Governo do Estado de So Paulo, no mbito do Programa Sistema Paulista de Parques Tecnolgico.Este parque abriga instituies de pesquisa como o Laboratrio Nacional de Luz Sncroton e o CPqD (Fundao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento), alm de cerca de 30 empresas nacionais e multinacionais predominantemente na rea de tecnologias de informao e comunicao (cf. E. Grizendi, 2007:40-41).A CIATEC a gestora do Parque e abriga o NADE (Ncleo de Apoio ao Desenvolvimento de Empresas), uma incubadora de empreendimentos de base tecnolgica para microempresas e empresas que desenvolvem novos produtos e servios.No mbito regional, o governo do estado de So Paulo criou algumas agncias de desenvolvimento e essas agncias tm como objetivo pensar em solues para os gargalos do desenvolvimento. Elas tm nos arranjos produtivos locais um foco relevante. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento do governo do estado, essa forma de organizao das atividades tem recebido crescente ateno por sua importncia para a gerao de emprego e renda, para o prprio desenvolvimento tecnolgico e o crescimento das exportaes.No caso da regio foi criada a AGEMCAMP (Agncia Metropolitana de Campinas) em 2003, com a finalidade de integrar a organizao, o planejamento e a execuo das funes pblicas de interesse comum na regio. Esta agncia fiscaliza as execues das leis que dispem sobre regies metropolitanas e aplica as devidas sanes. Tambm estabelece metas, planos, programas e projetos de interesse comum e fiscaliza e avalia sua execuo. Os objetivos gerais do governo do estado de So Paulo com, relao s agncias de desenvolvimento, ampliar formas de cooperao entre as empresas, facilitar o acesso as informaes relativas a modelos gerenciais e a novos produtos e tendncias de mercado; articular melhores condies de financiamento; ampliar o leque e alternativas para a formao de recursos humanos especficos; facilitar o acesso a novas tecnologias; e capacitar para a exportao com o mximo valor agregado (Governo do Estado de So Paulo/Secretaria do Desenvolvimento, 2006:s/p).Certamente, esta viso defendida pelo governo paulista tem um vis fortemente mercadolgico. Sobre melhorias nas condies de vida, qualificao profissional e autonomizao dos trabalhadores, atenuao de desigualdades e justia social paira um estranho silncio. Assim, essa adoo dos APLs por parte de diversos rgos governamentais um tema que merece ser melhor discutido academicamente, lembrando que h no pas diversas iniciativas de fomento e suporte s atividades produtivas e inovativas de empresas aglomeradas, tanto da parte do governo federal mas tambm por organizaes no governamentais como o Sebrae, Apex etc.Alm de variadas estratgias de desenvolvimento local implementadas pelas municipalidades, diversas outras de carter metropolitano ou regional tambm vm dinamizando as economias locais e a regional, tais como as atinentes ao Circuito das guas (que visam fomentar o turismo), Circuito das Frutas (visando o turismo e agronegcios), alguns arranjos produtivos locais e parques tecnolgicos. O governo estadual vem estimulando tambm a criao de diversos parques temticos. Na RMC j existem o parque de diverses Hopi Hari e o parque aquticoWetnWildbastante conhecidos.Muitos municpios que compem a regio participam de outra iniciativa do governo estadual que so oscircuitos.Os circuitos ou roteiros constituem uma iniciativa que visa o incremento do turismo e a gerao de trabalho e renda. Tm a pretenso de fomentar o turismo como atividade econmica, em uma formatao de pacotes tursticos competitivos. Novos circuitos vm sendo criados e parte dos municpios da regio partcipe. Alm do Circuito das guas e das Frutas, foi criado um novo circuito, o da Cultura Sertaneja que congrega as festas de peo de boiadeiro.

Consideraes finaisO ponto que este trabalho quer priorizar refere-se s possibilidades e limites destas estratgias de induo do desenvolvimento em reduzir as desigualdades sociais e melhorar as condies de vida de todos, principalmente dos estratos economicamente mais vulnerveis, bem como sua capacidade em fazer avanar a democracia.Os principais programas e estratgias de apoio ao desenvolvimento local da RMC apontam a vocao tecnolgica de Campinas. Essa vocao muito disseminada. Basta uma rpida olhada em algunssitescomo o da Prefeitura de Campinas e tambm em diversas reportagens jornalsticas para se perceber como esta imagem tem fora. Mas uma vocao algo socialmente construdo. O problema de se tomar uma dada vocao que muitas vezes esta atividade torna-se hegemnica ao menos quanto aos investimentos e esforos envidados e, muitas vezes, no se consideram outras alternativas que poderiam ser socialmente mais justas.De qualquer forma so significativos os investimentos que a regio recebe de empresas de base tecnolgica e tambm tem havido crescentes estudos que apontam atividades tursticas como um setor potencialmente a ser estimulado[4].Como reflexo final, gostaramos de resgatar a fala de Francisco de Oliveira para quem no Brasil h uma sociedade moldada em quadro de mais-valia extrada de forma violenta e de alta concentrao de renda. No mundo do trabalho o que se chamava de informalidade virou regra e o emprego estvel virou privilgio, como bem atesta a discusso sobre a reforma da Previdncia. Enfim, cada vez mais vivenciamos um capitalismo que prescinde de trabalhadores.Neste contexto, as polticas de emprego e renda acabam por aprofundar o desemprego ou a precarizao do trabalho, j que qualificar certos trabalhadores qualific-los para a obsolescncia, pois muitas dessas novas qualificaes iro se tornar inteis ou desqualificadas rapidamente.O mesmo cunho interpretativo Francisco de Oliveira d para as polticas de combate pobreza, muitas vezes confundidas como estratgias de desenvolvimento local. Segundo ele, tais polticas acabam, na verdade, por mant-la. Dentre as razes: muitas das polticas de gerao de emprego, de qualificao profissional preparam trabalhadores tendo a Segunda Revoluo Industrial como horizonte, quando a Revoluo Tecnolgica est l na frente.Assim, conclui Francisco de Oliveira, se a pobreza era desafio para o socialismo, hoje busca de consolo para sua no resoluo, como se fosse algo insolvel e, se admitida como insolvel, acaba por se transformar em argumento para sacrificar as polticas pblicas e as poltics de desenvolvimento local.A crtica de Francisco de Oliveira no quer calar e defender que as gestes locais tenham um pouco mais de ousadia no trato da temtica do desenvolvimento local pode ser um gesto pequeno, mas poderoso no sentido de romper com esta lgica perversa que cada vez mais marca o atual estgio do capitalismo. Efetivamente, medidas paliativas de combate pobreza extrema e vulnerabilidade social no avanam no sentido de tornar uma economia local realmente prspera, que gere frutos que possam ser distribudos junto maioria.Notas

[1] Para maiores esclarecimentos, sugerimos a leitura do trabalho de E.M. Jimnez (2001), no qual faz importantes consideraes crticas a esses trabalhos pioneiros e seus primeiros desdobramentos.[2] ] No Atlas Seade da Economia Paulista h disponvel, dentre outros mapas, o da Regio Metropolitana e seus municpios e o da Regio Administrativa de Campinas e seus municpios. Disponvel em: www. seade.gov.br.[3] ] Seu sistema virio composto pelas rodovias Anhangera e Bandeirantes, Washington Lus, Santos Dumont e Dom Pedro I. Tais rodovias, que cortam o municpio, permitem outras interligaes com outras rodovias. No geral tais vias so consideradas modernas, ainda que muitas delas sejam concesses a empresas privadas com sistemas de pedgios com custos altos para os usurios. H tambm as ferrovias, sendo uma parte da malha operada pela Ferroban (Mato Grosso do Sul- Porto de Santos), outra parte da malha operada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, antiga Estrada de Ferro Santos Jundia. A Hidrovia Tiet Paran tem sua porta de entrada no municpio de Piracicaba, municpio da RA de Campinas. E a regio servida pelo gasoduto Bolvia-Brasil.[4] ] No caso do turismo so sempre ressaltadas as potencialidades das modalidades de turismo de negcios e acadmico (por causa da Unicamp e PUCCamp), do turismo rural nas antigas fazendas de caf, por exemplo, e o agroturismo.

BibliografaAMARAL FILHO, Jair do. Desenvolvimento regional endgeno em um ambiente federalista.Planejamento e Polticas Pblicas. Braslia: IPEA, n. 14, 1996.BARROSO, Immaculada Caravaca. Los nuevos espacios ganadores y emergentes.Eure. Santiago: PUC, v. 24, n. 73, diec. 1998.BOISIER, Srgio & SILVA, Vernica. Propiedad Del capital y desarrollo regional endgeno en el marco de las transformaciones del capitalismo actual: Reflexiones acerca dela Regin del Bo-Bo, Chile. In: Llorens, Francisco Alburquerqueet alii.Revolucin Tecnolgica y reestruturacin Productiva: Impactos y desafos territoriales. Buenos Aires: ILPES/ONU/PUC/Grupo Ed. Latinoamericano, 1990.BRANDO, Carlos A., COSTA, Eduardo Jos Monteiro & ALVES, Maria Abadia da Silva. Construir o espao supra-local de articulao scio-produtiva e das estratgias de desenvolvimento. Belo: Horizonte: UFMG/CEDEPLAR, nov. 2004. Disponvel em:http://www.unb.br/ciord/informaes/material/htm. Acesso em outubro de 2006.CANO, Wilson & BRANDO, Carlos A.A Regio Metropolitana de Campinas: Urbanizao, economia, fianas e meio ambiente. Campinas: UNICAMP, v. 1 e 2, 2002.COCCO Giuseppe & GALVO Alexander Patz. Sobre a tropicalizao do desenvolvimento local: algumas reflexes a respeito do modelo italiano. In: SILVEIRA, Caio Mrcio & REIS Liliane da Costa (orgs.).Desenvolvimento local: dinmicas e estratgias. Rio de Janeiro: Rede DLIS/RITS, 2001.COELHO, Franklin D. Reestruturao econmica e as novas estratgias de desenvolvimento local. In: FONTES, ngelo & COELHO, Franklin Dias (org).Desenvolvimento econmico local:Temas e abordagens. Rio de Janeiro: IBAM/SERE/FES, 1996.I CONFERENCIA NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDRIA.Documento final, Braslia,26 a 29 de junho de 2006.CORREIO POPULAR.RMC fica em 6. entre mais consumista do pas. Campinas: Correio Popular, 20 de abril de 2004.EMPLASA.Por dentro da regio metropolitana de Campinas. CD-ROM. So Paulo: EMPLASA, 2001.GRIZENDI, Eduardo. Alguns aspectos relacionados ao Parque Tecnolgico de Campinas.Inovao/Uniemp. Campinas: Unicamp/Fapesp/Uniemp, ano 03, n. 02, maro/abril 2007.JIMNEZ, Edgard Moncayo. Evolucin de los paradigmas y modelos interpretativos del desarrollo territorial. CEPAL/ILPES: Santiago de Chile.Gestin Pblica, n. 13, 2001.

JIMNEZ, Edgard Moncayo. Nuevos enfoques tericos, evolucin de las polticas regionales e impacto territorial de la globalizacin. CEPAL/ILPES: Santiago de Chile.Gestin Pblica, n. 27, 2002JURADO, Oscar Garcia. Bajo la globalizacion, la idealizacin de lo local.Rebelion, 05/10/2005. Disponvel em:www.rebelion.org. Acesso em 22/02/2007.KLEIN. Juan-Luis. Iniciativa local y desarollo: respuesta social a lo globalizacion neoliberal.Eure: Santiago: PUC, v. XXXI, n. 94, diec. 2005MORAES, Antonio Carlos Robert.Capitalismo, Geografia e Meio Ambiente. So Paulo: Universidade de So Paulo/FFLCH. Tese de Livre Docncia, 2000a.MORAES, Antonio Carlos Robert.Bases da formao territorial do Brasil: O territrio brasileiro no longo sculo XVI. So Paulo: HUCITEC, 2000b.MORAES, Antonio Carlos Robert.Territrio e Histria no Brasil. So Paulo: HUCITEC, 2002.PELLEGRINO, Anderson Csar G.T.Nas sombras do desenvolvimento:Celso Furtado e a problemtica regional no Brasil.Campinas: Alnea/Fapesp, 2005.PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS. Notcias do dia (Release sobre atividades da P. M. Campinas), 22 de julho de 1996.POCHMANN, Marcio. Emprego, renda e pobreza. In: FONSECA, R.B.; DAVANZO, A. & NEGREIROS R. (orgs.).Livro Verde: Desafios para a gesto da regio metropolitana de Campinas. Campinas: UNICAMP/NESUR/IE, 2002.POCHMANN, Marcio. Economia solidria no Brasil: possibilidades e limites. Disponvel em: www.gabeira.com.br, 10/08/2004. Acesso em 15 de maro de 2007.PUTNAM. Roberto D.Comunidade e democracia: a experincia da Itlia Moderna. Rio de Janeiro: FGV, 1996.PUTNAM, Robert. A comunidade prspera: capital social e vida pblica.Seguridade. So Paulo: Instituto Cultural de Seguridade Social, ano 01, n. 02, 2001.RALLET, Alain. Economia de proximidade: em direo a um balano.Cadernos IPPUR. Rio de Janeiro: UFRJ/IPPUR, n. 02, 2002.SANTOS, Gustavo Antonio Galvo dos; DINIZ, Eduardo Jos & BARBOSA, Eduardo Kaplan. Aglomeraes, arranjos e vantagens competitivas locacionais.Revista do BNDES. Braslia: BNDES, v. 11, n.22, dezembro 2004.SCHILLER, Maria Cristina O. S. Regulao dos territrios e dinmicas institucionais da proximidade.Cadernos IPPUR. Rio de Janeiro: UFRJ/IPPUR, n. 01 e 02, 2004SILVA, Claudete de Castro.Desenvolvimento econmico, modelo federativo e municpio no Brasil: Anlise de estratgias de desenvolvimento econmico local nas gestes municipais de Ribeiro Preto (SP) na dcada de noventa. Tese de Doutorado (doutoradoem Geografia Humana). FFLCH da Universidade de So Paulo, 1998.VASQUEZ-BARQUERO, Antonio. Surgimiento y transformaciones de clusters y milieus em los processos de desarrollo.Eure. Santiago, v.32, n. 95, mayo de 2006.VERDI, Adriana.Metropolizao de Campinas: possibilidades no entorno da Grande So Paulo. Dissertao de Mestrado (Mestradoem Geografia Humana). FFLCH da Universidade de So Paulo, 1997.VITTE, Claudete de Castro Silva. Gesto do desenvolvimento econmico local: algumas consideraes.Interaes Revista Internacional de Desenvolvimento Local. Campo Grande: UCDB, v. 08, n. 13, setembro 2006.Sites:-www.desenvolvimento.sp.gov.br-www.planejamento.sp.gov.br-www.agemcamp.sp.gov.br-www.seade.sp.gov.br

Copyright Claudete de Castro Silva Vitte, 2007 CopyrightScripta Nova, 2007

Ficha bibliogrfica:VITTE, Claudete de CASTRO SILVA. Experincias de polticas de desenvolvimento econmico local nos municpios da Regio Metropolitana de Campinas (SP) e os impactos no territrio.Scripta Nova. Revista Electrnica de Geografa y Ciencias Sociales.Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2007, vol. XI, nm. 245 (50). [ISSN: 1138-9788]

Volver al ndice deScripta Novanmero 245Volver al ndice deScripta Nova

http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-24550.htm