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OFICINAS DA IX JORNADA CIENTÍFICA E V SEMANA DE EXTENSÃO. HISTÓRICO DA (DES)ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE GOIÂNIA Prof.º: Carlos D´Boa - Geopolítica

Espaço urbano de goiânia

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OFICINAS DA IX JORNADA CIENTÍFICA E V SEMANA DE EXTENSÃO.

HISTÓRICO DA (DES)ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE GOIÂNIA

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A análise da organização do espaço urbano de Goiânia vai buscar o desvendamento dos mecanismos que dão conformação à complexidade do processo urbanizador, reconhecendo que a paisagem da cidade, como forma concretizada desse processo, revela contrastes que indicam uma organização espacial desigual e combinada.

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A fundação da cidade de Goiânia em 1933, fez parte de um projeto de ocupação e interiorização do progresso do Brasil. Foi parte do programa denominado Marcha para o Oeste. Além da transferência da capital do Estado, foi pólo de imigração, principalmente porque ocorreu a construção de Brasília três décadas depois.

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O Plano Diretor Original determinava na planta da cidade um centro administrativo, um centro comercial e as zonas residenciais e industriais. A criação de vários parques e áreas verdes, objetivando resguardar as nascentes dos principais córregos de Goiânia, para evitar a degradação ambiental, facilitando o abastecimento de água potável.

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Em outubro de 1935, o engenheiro Armando Augusto de Godoy, reformulou o plano Piloto de Atílio Corrêa Lima, mantendo parte do projeto anterior, mas, principalmente introduzindo modificações paisagísticas e de zoneamento, em que os bosques e jardins passaram a formar um anel verde em torno da cidade.

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Atílio Correia LimaAtílio Correia Lima, demonstrava uma preocupação ecológica com os arredores da cidade em relação à especulação imobiliária. As diretrizes urbanas originais foram desrespeitadas, principalmente no período de 1960 a 1992 e o setor imobiliário consegui transformar parques e áreas verdes públicos em loteamentos.

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Infelizmente, em Goiânia, este rico patrimônio Público transformou-se, por falta de cultura ambiental, em ‘moeda de troca’ no jogo do interesse político e do lucro fácil.

Durante o processo histórico de desenvolvimento da cidade, centenas de praças foram doadas e inúmeros parques alienados.

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A cidade de Goiâniacidade de Goiânia representou durante a sua construção o primeiro grande impulso para a transformação política e econômica do Estado de Goiás, promovendo a construção da infra-estrutura necessária, para a inserção de Goiás no mercado nacional, além do grande processo de povoamento, como área de fronteira agrícola.

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A invasão de terras públicas é um mecanismo comum para a obtenção de títulos ilegais de propriedade em Goiânia.

Na década de 1970, ocorreu uma expansão do mercado interno no Brasil, o que colaborou para o crescimento da base agropecuária no Estado de Goiás.

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Acrescente-se a esse fato, os mecanismos oficiais de financiamento, como os programas do Governo Federal de estímulo à Região: Pólo-Centro e à Região Geoeconômica de Brasília.

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Nas décadas seguintes o país adotou uma política de substituição de importações, buscando uma estratégia de agregar valor aos produtos primários, o que alavancou as bases, em Goiás, para a importação e atração de agroindústrias e de pólos mineradores como os que levaram a nova exploração de ouro ouro (Fazenda Nova, Alto Horizonte, Faina), níquel níquel (Niquelândia, Barro Alto, Americano do Brasil), cobrecobre (Alto Horizonte e Americano do Brasil), cobaltocobalto (Niquelândia, Barro Alto e Americano do Brasil) e fertilizantesfertilizantes (Catalão).

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Os índices de empregos diretos gerados pelo setor primário foram baixos, pelo uso de novas técnicas e equipamentos que substituem a mão-de-obra. O setor manteve o crescimento econômico das cidades do Sudeste e Sudoeste Goiano. A atividade industrial impulsionou a atividade agropecuária em cidades como Goiatuba, Ceres, Itumbiara, Jataí, Porangatu, Rio Verde, Mineiros e Catalão. Desenvolveu o comércio, construção civil e serviços.

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O crescimento e a diversificação das atividades econômicas em Goiás resultaram no crescimento da cidade de Goiânia, uma vez que o Estado a partir de década de 1970, passou a ser um pólo de atração na economia brasileira.

Entre os fatores que contribuíram para a atual realidade de Goiás, e para a da cidade de Goiânia, foi o desenvolvimento da economia e a fundação de Brasília.

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Brasília trouxe uma onda modernizadora e à medida que a vida foi ficando difícil para determinados segmentos na capital federal, no campo e nas pequenas cidades do Estado, só lhes restava migrarem para outros territórios.

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De acordo com o IBGE, a década de 1960, foi a última que registrou enormes fluxos migratórios para Goiânia e após 1970, a imigração assumiu caráter mais intra-regional e intra-municipal. Goiânia continuou atraindo, porém não mais para o seu próprio espaço, mas para o seu entorno.

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No início da década de 1970 foi elaborado o PDIG- Plano Diretor Integrado de GoiâniaPDIG- Plano Diretor Integrado de Goiânia, que previa critérios para o parcelamento e exigências tais como: faixas de preservação ao longo dos córregos, ferrovias etc., e área “non edificandi” para implantação de infra-estrutura, não definida, entretanto, as larguras dessas faixas.

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Não eram permitidos parcelamentos de terrenos alagadiços, sujeitos às inundações e condições geológicas não propícias à edificação. Como conseqüência da implantação do PDIGPDIG, passou a ocorrer o parcelamento de terras no entorno de Goiânia, sem cumprir as exigências.

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Na década de 1980, iniciou-se o processo de regulamentação dos loteamentos clandestinos e a população de baixo poder aquisitivo, não tendo acesso a lotes no município de Goiânia devido aos preços elevados praticados pela especulação imobiliária (grande quantidade de lotes vazios concentrados nas mãos de poucos proprietários), agravou o parcelamento nos municípios no entorno da cidade.

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Tal ação resultou em conurbação, provocando uma demanda por infra-estrutura a ser implantada pelo poder público, como: transporte coletivo, saúde, educação e pressionando a zona rural do município de Goiânia. Os municípios parcelados e ocupados sem qualquer planejamento e infra-estrutura foram principalmente Abadia de Goiás, Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Senador Canedo, Trindade, Goianira, Hidrolândia, Goianápolis, Nerópolis e Santo Antônio de Goiás.

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Nos anos 80, foram aprovados 160 parcelamentos, a grande maioria referente a regularização de loteamentos clandestinos e irregulares que haviam surgido nos anos 70 e 80, onde as populações seguiram as ofertas de lotes para fora do município de Goiânia. Algumas chácaras de recreio, a maioria localizada na zona rural, onde não se podia parcelar, foram parceladas clandestinamente.

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As populações seguiram as ofertas de lotes, porém as contradições urbanas se ‘alargaram territorialmente’, à medida que aumentaram as pressões sobre os serviços públicos como educação, saúde e habitação. Após 1979 as ocupações de terras deixaram de ser espontâneas e passaram a ser organizadas, aumentando as ‘invasões’ das terras urbanas ociosas fortalecidas por movimentos sociais.

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A transferência de grande número de pessoas para a capital dever ser ressaltada. Os loteamentos foram destinados à formação de núcleos habitacionais para a população de baixa renda. Houve a conivência do Estado. A maior atuação concentrada se deu nas regiões Norte e Noroeste de Goiânia e na do Vale do Meia Ponte, entre as Norte e Noroeste.

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Para Goiânia e seu entorno, o resultado foi caótico. A cidade cresceu aceleradamente, desobedecendo qualquer planejamento. A economia não foi capaz de gerar tantos novos empregos e a cidade ganhou problemas gigantescos, entre eles o déficit de moradias e a favelização das zonas periféricas.

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População do Aglomerado Urbano de Goiânia entre 1970 e 1980

Municípios

1970 1980

Pop. Total Pop. Urbana (%)

Pop. Rural (%)

Pop. Total

Pop. Urbana (%)

Pop. Rural (%)

Aparecida de Goiânia 7.470 11,8 88,2 43.405 48,9 51,1

Goiânia 381.055 95,3 4,7 738.117 98,1 1,9

Goianira 6.091 24,5 75,5 7.545 63,0 37,0

Nerópolis 7.735 54,7 45,3 9.449 75,8

Senador Canedo 2.717 42,4 57,6 3.090 27,8 72,2

Trindade 22.519 61,3 38,7 31.039 72,9 27,1

Total da Aglomeração 427.587 90.0 10,0 832,645 93,8 6,2

Fonte: IBGE - Censos Demográficos apud MOYSÉS 2004:162

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Alguns municípios do entorno que sofreram influência da ação imobiliária de Goiânia e atualmente servem como cidades dormitórios, resultantes do processo de ruptura das áreas limítrofes. Mostra um dos principais aparelhamentos da infra-estrutura urbana, o anel viário e as principais vias de acesso à Região Metropolitana de Goiânia, responsáveis pela ligação de Goiânia aos municípios limítrofes e facilitação do escoamento e recepção de mercadorias.

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Região do Aglomerado Urbano de Goiânia e suas principais vias de acessos

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Na década de 1990, foi elaborado o novo Plano Diretor de Goiânia, sendo criadas as Zonas de Interesse Social, possibilitando a regularização de posses urbanas, loteamentos clandestinos e irregulares existentes até 1991 e reservando áreas para implantação de parcelamento de lotes reduzidos a 200m² e semi-urbanizados para atendimento à população de baixa renda e a demanda existente.

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O discurso oficial retrata Goiânia como cidade modelo, ou cidade das flores, lugar ideal para se viver - paisagem.

Goiânia apresenta em sua estrutura alguns territórios segregados, carentes, onde se localizam as parcelas mais desprovidas da população no que se refere a equipamentos sociais - essência.

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Ocorreu no Aglomerado Urbano de Goiânia um significativo aumento da densidade demográfica entre 1970 e 1980, muito mais em função do crescimento da população do que da redução territorial dos municípios e evidencia a velocidade que o espaço urbano foi sendo ocupado, de certa forma justificando a ação voraz do capital imobiliário, principalmente nas frentes novas de expansão abertas nos municípios vizinhos.

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População do Aglomerado Urbano de Goiânia entre 1970 e 1980

Municípios 1970 1980

Pop. Total

Área Km² Hab/Km² Pop. Total Área Km² Hab/Km²

Aparecida de Goiânia 7.470 383 19,5 43.405 295 147,0

Goiânia 381.055 929 410,2 738.117 816 904,8

Goianira 6.091 287 21,2 7.545 203 37,2

Nerópolis 7.735 249 31,1 9.449 207 45,7

Senador Canedo 2.717 - - 3.090 114 27,1

Trindade 22.519 846 26,6 31.039 791 39,2

Total da Aglomeração 427.587 2.694 158,7 832,645 2.426 343,2

Fonte: IBGE - Censos Demográficos apud MOYSÉS( 2004:166)

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Na década de 1980, houve a ampliação e a consolidação da cidade ilegal por meio dos loteamentos clandestinos e dos loteamentos irregulares, onde se juntaram também as invasões ao mesmo tempo em que ocorreu a edificação de habitações, nos enormes vazios urbanos que passou a atender o mercado de alta renda.

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O processo favoreceu a segregação sócio-espacial da cidade caracterizada pelos loteamentos clandestinos e irregulares lançados pela iniciativa privada nos anos anteriores e pelo poder público nos anos 80.

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Nos anos 90, Goiânia ganhou o status de metrópole regional e não pode ser entendida fora desse contexto. Pela lei complementar 027, de 31/12/99, a Região Metropolitana é constituída com dois recortes geográficos: a denominada “Grande Goiânia”, composta por onze municípios, e a Região de Desenvolvimento Integrado de Goiânia (RDIG), com sete municípios.

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O entorno chamado de “entorno de Goiânia”, por força da lei complementar nº. 27, de 30/12/1999, do Governo Estadual, denomina-se agora REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA, constituída por 18 municípios, na seguinte divisão: a GRANDE GOIÂNIA, composta por onze municípios: Abadia de Goiás, Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Goianápolis, Goianira, Goiânia, Hidrolândia, Nerópolis, Santo Antônio de Goiás, Senador Canedo e Trindade (desses municípios, alguns dada a proximidade com Goiânia, formam um território contínuo, resultando no processo de conurbaçãoconurbação); REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DE GOIÂNIA: Bela Vista de Goiás, Bonfinópolis, Brazabrantes, Caturaí, Inhumas, Nova Veneza e Terezópolis de Goiás.

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A urbanização na Região Metropolitana de Goiânia é elevada com exceção de Abadia de Goiás, Aragoiânia e Hidrolândia, que possuem taxas em torno de 60%.

É um desafio para a Região Metropolitana de Goiânia que iniciou o novo milênio com a população urbana extremamente elevada, o que resultou em grandes problemas e contrastes sociais.

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Densidade Demográfica do Aglomerado de Goiânia em 1991/2000

Municípios População Total (1991)

2.000

População Total Área Km² Hab/Km²

Abadia de Goiás 4.971 136,9 36,3

Ap. de Goiânia 178.483 336.392 290,1 1.159,57

Aragoiânia 4.910 6.424 219,5 29,3

Goianápolis 10.716 10.671 163,0 65,5

Goiânia 922.222 1.093.007 743,0 1.471,1

Goianira 12.896 18.719 201,1 93,1

Hidrolândia 10.254 13.086 347,4 13,8

Nerópolis 12.987 18.578 204,9 90,7

Sto. Ant. de GO - 3.106 133,3 23,3

Senador Canedo 23.905 53.105 245,6 216,2

Trindade 54.072 81.457 719,7 113,2

Total RMG 1.230.455 1.639.516 4.004,5 409,4

Fonte: IBGE – Censo 2000- Produção Metrodata/Observatório das Metrópoles: Núcleo de Minas Gerais/Proex- PUC-MG Dados organizados pelo autor/Observatório das Metrópoles: Núcleo Goiânia apud MOYSÉS 2004:166.

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A década de 1990 pode ser caracterizada por um incremento cada vez maior da criação de espaços urbanos de segregação, onde a cidade apresenta condomínios fechados. São condomínios que atendem a população de alta renda, equipados com infra-estrutura urbana enquanto a população de baixa renda se encontra concentrada em áreas menos favorecidas de infra-estrutura.

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A contradição é grande quando se compara uma área privilegiada da cidade, com uma não dotada de privilégios. De acordo com dados da COMOB/SEPLAM (1998), mais de 16,4% da população urbana de Goiânia vive nessas áreas, ou seja, nas zonas de exclusão ou segregadas.

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O crescimento urbano desordenado acabou acentuando as desigualdades sociais e criando ambientes extremamente problemáticos. A falta de planejamento associada à velocidade das transformações criou a cada dia paisagens urbanas com péssima qualidade de vida e quase impossíveis de serem administradas.

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Ainda, como resultado negativo, pode se destacar a carência dos serviços de saúde, escolas, transportes e infra-estrutura urbana, como arruamentos e calçamento, água encanada e esgotos, coleta e reciclagem de lixo e com precarização do trabalho.

Goiânia continua sendo pólo de atração, por suas atividades econômicas, compartilhadas com outros municípios.

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Principais pólos de atração de mão-de-obra em Goiás - 2005

Fonte:web.carta.net/geo em 20/08/2006

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Aglomerado Urbano de Goiânia:atualmente ocupa cerca de 724 Km², que se distinguem em 3 macro-zoneamentos:

A Zona Urbana (ZU), representa 14,1% do território e abriga aproximadamente 47,5% da população total;

a Zona de Expansão Urbana (ZEU), com 39,0% da área e 51,8% de habitantes;

a Zona Rural (ZR), com 46,9% da área, concentra apenas 0,7% da população total do município.

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Oeste

Mendanha

Sudeste

Sul

MacabiraCascavel

Sudeste

Leste

Central

Norte

Vale doM. Ponte

Noroeste

Campinas

Muns_gyn.shp

102267506.928379790827.458

N

Goiânia: Macrozoneamento e Regionalização (2003)

Zona Urbana (102,2675 Km²)

Zona de Expansão Urbana ( 277, 551 Km²)

Zona Rural (344,757 km²)

Fonte: PREFEITURA DE GOIÂNIA - SEPLAM/DPSE/DVPE/DVSE Prof.º: Carlos D´Boa - Geopolítica

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O macro-zoneamento é um conjunto de mais de 500 unidades territoriais, divididos em bairros, vilas, setores e condomínios horizontais fechados com tamanhos e condições de vida diferenciados.

A divisão visa facilitar a visão do todo, pois cada região é um espaço vivo que tem história, geografia e vidas, que podem ser contraditórias às de outros ‘pedaços’ da cidade.

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De acordo com a empresa Saneago – Saneamento de Goiás S/A - cerca de 70% da população de Goiânia é atendida pela rede de esgoto e 75% pelo abastecimento de água, principalmente as que estão localizadas na área central e nos bairros privilegiados. Outros se utilizam de meios alternativos, como o uso de fossas sépticas ou o despejo de esgotos diretamente nos cursos de água.

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Alguns dos impactos diagnosticados pelo uso inadequado do solo nas áreas urbanas da cidade.

As áreas de ocupação irregular, carentes em infra-estrutura, como a ausência de esgotos leva à construção de fossas sépticas e da água, à construção de cisternas. A utilização das águas dos ribeirões que servem de esgoto para a população ribeirinha, muitas vezes é usada nas hortaliças para o uso doméstico.

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Alguns dos impactos diagnosticados pelo uso inadequado do solo nas áreas urbano da cidade.

destruição da cobertura vegetal em áreas de declives acentuados, margens e nascentes de rios, que deveriam ter preservação permanente, facilitando assim a contaminação do solo e das águas superficiais e subsuperficiais pelo uso indiscriminado e sem controle de agrotóxicos, adubos e corretivos, usados principalmente em hortaliças.

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Alguns dos impactos diagnosticados pelo uso inadequado do solo nas áreas urbano da cidade.

poluição dos cursos de água e fundos de vale com resíduos sólidos e efluentes industriais e domésticos, resultando na poluição e alteração do nível do lençol freático em áreas sem esgotamento sanitário também pelo uso indiscriminado de cisternas e poços rasos.

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Alguns dos impactos diagnosticados pelo uso inadequado do solo nas áreas urbano da cidade.

entulhamento/assoreamento dos cursos de água por fatores como a erosão progressiva das margens dos cursos de água em função da ocupação indevida ou destruição da vegetação ciliar.

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Alguns dos impactos diagnosticados pelo uso inadequado do solo nas áreas urbano da cidade.

desenvolvimento de ravinas e voçorocas, decorrente de escoamento superficial concentrado e decorrente do alto índice de impermeabilização do solo agravado pela falta de conservação das galerias pluviais.

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Com o incessante aumento demográfico, a cidade expande sua área urbana e se apropria das vertentes, fundos de vales e áreas verdes. Mesmo com planejamento é difícil vencer os interesses especulativos de grupos descompromissados com a questão ambiental.

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Os principais fatores no processo de destruição sistemática dos cursos de água têm sido, a desinformação da sociedade e a falta de uma fiscalização permanente por parte dos órgãos responsáveis.

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A cultura urbana ainda recente não consegue romper com o conceito de apropriação privada do território e vários proprietários de lotes ou chácaras junto aos córregos não conseguem assimilar a restrição de uso imposta pela legislação (de 50 metros de área não edificável), “Área de Preservação Ambiental”.

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A ação do capital imobiliário em Goiânia se configura pela existência de terrenos baldios ou espaços ociosos no interior da cidade a espera de valorização. Especialmente no meio urbano, a terra constitui um bem imóvel que se valoriza intensamente com o tempo e muitos proprietários deixam áreas enormes sem uso, à espera de uma maior valorização no futuro.

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Os reflexos da especulação imobiliária são percebidos, pois esse é um processo que reflete a contradição existente no espaço urbano em Goiânia. Nesse momento é necessário entender que enquanto a classe trabalhadora precisa desse espaço para viver, trabalhar, produzir, as forças político-econômicas dominantes o consideram como forma de ampliação de seus lucros.

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O espaço como mercadoria torna-se também um elemento reprodutor do capital, de desigualdades sociais. A terra deixa de se constituir em bem comum a par do bem privado, e toda a terra passa a ser um bem cuja apropriação constitui a diferença social.

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Em Goiânia, a agressão à natureza, principalmente a praticada contra os cursos de água no município, tem sido bastante séria. Somente na Capital, a poluição das águas superficiais e subterrâneas tem alcançado elevados níveis.

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Na realidade esses problemas dizem respeito a todo um processo em que a natureza é separada da sociedade e o homem separado de si mesmo como natureza, processo mediado pela propriedade privada que, em nossa sociedade, passa pelas contradições entre o público e o privado e pelas representações sociais que lhe dão suporte.

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Diante da dimensão e da complexidade que assumiram os problemas ambientais, a questão urbana é percebida, cada vez mais, na sua estreita relação com a natureza e não na sua dissociação, uma vez que os problemas ambientais dizem respeito às formas pelas quais a sociedade se relaciona com a natureza no processo de produção do seu espaço de sobrevivência.

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Isto implica uma revisão profunda no modo de pensar, planejar e executar políticas públicas; no modo de produzir e reproduzir o espaço urbano, no modo de viver e conviver nas cidades. Mantendo a percepção da necessidade de promover uma transição política em direção a uma sociedade sustentável, considerando em profundidade as evidências econômicas e ecológicas nos processos de tomada de decisão.

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Embora sejam legítimos os esforços de promover a sustentabilidade urbana, os conflitos e também a conjugação de interesses entre os diversos agentes produtores de cidade, colocam em evidência a complexidade dos problemas urbanos e a necessidade de se proceder a uma reflexão sobre as experiências concretas que levam ao processo de degradação sócio ambiental urbana.

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