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OS BENEFÍCIOS E OS CUSTOS DA IMPLANTAÇÃO DO
GERENCIAMENTO EM PROJETOS PEQUENOS E MÉDIOS
DE CONSTRUÇÃO CIVIL
·~ Fundação Getulio Vargas Escola de Administraçlt.o
FG V da Empresas de São Paulo Biblioteca
Banca examinadora
1199400677
. llllllllllllllllllllllllllllllllllllllll
Prof. Orientador Marcos Augusto de Vasconcellos
Prof.
Prof.
Prof.
Prof.
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO
DA
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
JOSÉ CARLOS ZANFELICE
OS BENEF1CIOS E OS CUSTOS DA IMPLANTAÇÃO DO
GERENCIAMENTO EM PROJETOS PEQUENOS E MÉDIOS
DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Tese apresentada ao Curso de Pós
Graduação da EAESP-FGV Área de
Concentração: Administração da
Produção, como requisito para a
obtenção do título de doutor em
Administração.
Orient. Prof. Marcos A. de Vasconcellos
SÃO PAULO
1994
ZANFELICE, José Carlos. Os benefícios e os custos
da implantação do gerenciamento em projetos
pequenos e médios de construção civil. São Paulo,
EAESP/FGV, 1994. 171p. (Tese de doutorado
apresentada ao Curso de Pós-Graduação da
EAESP/FGV, Área de Concentração: Administração da
Produção).
Descreve as caracteristicas da indústria de
construção civil e estuda a implantação do
gerenciamento de projetos em pequenos e médios
projetos de construção civil, comparando os
beneficios e os custos. O sucesso da implantação
é determinado usando-se um instrumento de medida
chamado Perfil de Implantação do Projeto.
Palavras-chaves: Caracteristicas da indústria de
construção civil - Gerenciamento de projetos
Beneficios - Vantagens - Custos - Desvantagens
Fatores de Sucesso - Perfil de Implantação do
Projeto.
iii
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Marcos Augusto de Vasconcellos pela orientação.
À CAPES pelo apoio financeiro para fazer o doutorado na
EAESP-FGV.
A Oscar V. Simões de Oliveira, Alcides Gonçalves Junior,
Danny Spiewac e Ronilson Alves e Souza pelo auxílio durante a
coleta de dados.
A Fábio Roberto Eleutério, Elizabeth A. P. S. Oliveira e
Rosemary S. Passos pela auxílio na digitação do texto.
i v
1NDICE
1 INTRODUÇÃO.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1 CARACTER1STICAS DA INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL......... 1
1.2 PROCESSO TRADICIONAL DE CONSTRUÇÃO CIVIL................. 6
1.3 GERENCIAMENTO DE PROJETOS ................................ 12
1. 4 A SITUAÇÃO NO BRASIL. .................................... 22
2 METODOLOGIA DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.1 PLANEJAMENTO DO PROJETO .................................. 25
2.2 GERENCIAMENTO DE RECURSOS ................................ 46
2.3 MONITORAÇÃO E CONTROLE DO PROJETO ........................ 60
2.4 AVALIAÇÃO E AUDITORIA DO PROJETO ......................... 85
2.5 ENCERRAMENTO DO PROJETO .................................. 98
2.6 SUCESSO DO GERENCIAMENTO E DO PROJETO .................... 101
3 METODOLOGIA DA PESQUISA ...................................... 111
3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS PROJETOS ............................... 111
3.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ................................ 111
3.3 BENEF1CIOS E VANTAGENS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS ...... 113
3.4 CUSTOS E DESVANTAGENS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS ....... 114
3.5 PERFIL DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO ......................... 115
3. 6 A EMPRESA ESCOLHIDA ...................................... 134
3.7 O PROJETO ESCOLHIDO ...................................... 146
4 RESULTADOS ................................................... 148
5 CONCLUSÕES ................................................... 152
6 ABSTRACT ..................................................... 156
7 BIBLIOGRAFIA ................................................. 157
vi
Erigir uma edificação deveria ser uma tarefa excitante,
recompensadora e agradável; mas não é. Mui tas variáveis, mui tas
pessoas e muitas restrições participam deste ato e o processo
inteiro de construção, da decisão de construir até a conclusão da
edificação, tem sido, tradicionalmente, um esforço fragmentado,
com os arquitetos comandando algumas atividades, as empreiteiras
outras e, parece, o destino comandando o resto.
A aflição e a quase anarquia que, frequentemente, resultam
podem ser grandemente mitigadas por um enfoque chamado
gerenciamento da construção. DAVIS & WHITE (32)
vi i
..
?
' ! )
1 INTRODUÇÃO·
1. 1 AS CARACTERÍSTICAS DA INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Algumas características da indústria de construção civil são
descri tas por COLEAN & NEWCOMB (28), NAM & TATUM (75) (76) e
ROSSOW & MOAVENZADEH (97).
A instabilidade é uma presença constante e sua influência é
sentida em todos os aspectos da indústria de construção civil. A
demanda por mão-de-obra e materiais é inconstante, exigindo, às
vezes, que a capacidade da indústria atinja o limite para depois
deixar empresas ociosas e trabalhadores desempregados.
Empresas ligadas ao setor da construção crescem em número e
tamanho nos tempos em que a economia está em expansão enfrentando
a cessação de atividades em tempos de recessão. As flutuações na
atividade de construção civil são violentas, mais violentas do que
nas outras formas de atividade econômica e mais violentas até do
que na economia global.
A instabilidade está no cerne do que se costuma chamar de
problemas da indústria de construção e é responsável por seu
padrão peculiar: organização frouxa e dispersão de controle
gerencial entre os numerosos elementos que participam do processo.
A instabilidade provoca a tendência a se concentrar o esforço
tecnológico para melhor se adaptar às flutuações econômicas e
diminuir a duração dos projetos, em vez de se concentrar na
redução de custos. A indústria de construção civil é capaz de
realizar obras suntuosas ou complexas em prazos exíguos, mas é
incapaz de construir uma casa ao mais baixo custo possível.
A atividade de construção civil é reconhecida comumente como
1
algo organizado e operado de uma maneira diferente das outras
atividades econômicas. Os fatores que provocam esta diferença são
a imobilidade, a complexidade e as caracteristicas da demanda dos
produtos da construção e as inovações tecnológicas.
A imobilidade dos produtos da indústria faz com que suas
operações estejam intimamente ligadas a operações com a terra. As
variações das condições do terreno contribuem para a não
uniformidade dos produtos, aumentando as dificuldades de
padronização. Ela exige que a maior parte dos trabalhos seja
realizada no canteiro de obras, por isso os métodos construtivos e
as caracteristicas das ferramentas e dos equipamentos são afetados
por este fator.
A construção civil é uma atividade complexa pela variedade de
funções exigidas de seus produtos; da quantidade e do tipo de
materiais e equipamentos utilizados; das variações de condições do
terreno; variações nas edificações pela preferência e gostos
individuais do proprietário e dos arquitetos; das inovações
constantes dos equipamentos e dos materiais e suas novas
combinações e dos vários participantes. A tendência é que esta
complexidade aumente vez de diminuir.
A variedade e a seletividade de materiais e equipamentos
afetam a organização da construção civil. É necessário um alto
grau de flexibilidade para combinar e recombinar as empresas e a
mão-de-obra especializadas em cada tipo de operação para lidar com
as variações quando se muda de uma obra para outra.
Os numerosos elementos, o modo de combiná-los, o lay-out e a
concepção de uma edificação estão em mudança constante. O
desenvolvimento do controle por computadores possibilita a
construção de edificios inteligentes que proporcionam maior
2
conforto· e segurança aos seus usuários. Uma residência hoje é
construida com muitas inovações, inexistentes há algumas décadas.
Na construção de edificios no Japão, já se começa a introduzir a
robotização. (69) (82)
Estas inovações exigem novos especialistas e uma organização
industrial mais complicada e mais fluida.
A indústria de construção civil é uma indústria de serviços,
executando trabalhos do tipo, na época e no lugar desejados por
outros. De modo diferente de outras indústrias, apenas uma pequena
parcela da demanda por edificações é iniciada pelos produtores
tendo compradores especificas à espera dos produtos e, apenas em
circunstâncias especiais, há estoque de edificações novas e
completas. A maior parte do trabalho começa somente quando aparece
um consumidor e faz seu pedido. Os participantes da indústria têm
que ficar à espera com pouco conhecimento de seus futuros
trabalhos. A decisão do que e quando produzir é tomada por fontes
externas à indústria.
. A complexidade e a durabilidade provocam o alto custo dos
produtos da construção civil. Uma casa é o maior investimento que
uma familia urbana faz em toda sua vida. Por isso a indústria não
consegue induzir a demanda por seus produtos porque o mercado não
é sensivel a novidades como em outras indústrias.
A demanda na indústria de construção civil apresenta os
seguintes fatores: variedade de tipos, variabilidade de volume e
caracteristicas regionais.
Estes fatores exigem que a industria tenha as seguintes
caracteristicas: especialização para atender a variedade e
flexibilidade para atender a variabilidade e as caracteristicas
regionais.
3
A especialização para atender a variedade da demanda exige
uma indústria com habilidade para construir vários tipos de
edificações. Para isto, é necessária uma organização que permita
recombinações de diferentes profissões
diferentes tipos.
para erigir estes
Assim, existem várias organizações especializadas nos tipos
principais de operações comuns a uma ampla gama da atividade de
construção civil. As diversas organizações são agrupadas sob uma
empreiteira geral ou principal; cada organização especializa-se na
construção de partes da edificação.
A variabilidade da demanda requer uma indústria com
habilidade para expandir quando a demanda cresce e para retrair,
com um minimo de perturbação financeira, quando a demanda diminui.
Estes requisitos exigem da indústria de construção civil uma
grande flexibilidade: frouxidão de combinações gerenciais para
permitir reagrupamento, expansão e contração rápidas; investimento
minimo em capital fixo para manter os custos indiretos baixos
qua~do a atividade é fraca e mão-de-obra flutuante não subordinada
a um empregador especifico.
A flexibilidade é conseguida pela fragmentação da indústria
que torna viável o agrupamento dos participantes o que dimunui a
necessidade de expansão ou contração para que elas se adaptem às
frequentes mudanças do tipo e do nivel de demanda. Esta
flexibilidade é facilitada também pelo investimento relativamente
pequeno em capital e pela força de trabalho flutuante. (97)
A necessidade de flexibilidade para atender à demanda local
decorre da imobilidade dos produtos da construção civil. Eles têm
que ser produzidos no lugar em que serão usados. Por isso, o
produtor não pode, como outros produtores, fabricar seus produtos
4
em uma instalação central e enviá-los ao mercado. A indústria
precisa ter mobilidade para seguir a demanda; ir para os lugares
de demanda ativa e abandonar os de demanda fraca.
Por isso uma firma de construção civil raramente consegue
planejar trabalho continuo para seus recursos humanos porque é
dificil para ela conseguir várias empreitas geograficamente
próximas e escalonadas no tempo. (34)
Estes fatores inibem o desenvolvimento de operações altamente
mecanizadas e centralmente controladas.
A indústria de construção civil se desenvolveu em torno
destes requisitos e eles foram substancialmente satisfeitos. Ela
tem sido capaz de erigir todas as edificações que se exige dela;
tem demonstrado capacidade para mudar quando os tipos e o volume
de trabalho exigem. Os meios pelos quais ela atingiu isto são
vários: sistema de empreitada e subempreitada, inovações.
O sistema de empreitada entra em contacto com o mercado,
procura o trabalho e forma as associações e combinações
necessárias para um serviço particular; apresenta grandes
variações no tipo de trabalho assumido, forma a base para a grande
adaptabilidade que é uma das caracteristicas da indústria e sua
flexibilidade é aumentada pelo investimento, geralmente pequeno,
em equipamentos.
O sistema de subempreitada é formado pela agregação de
diversas profissões. Este grupo provê a flexibilidade que permite
à indústria se acomodar a qualquer tipo de trabalho. As
subempreiteiras tornam possivel a rápida mobilização e
desmobilização da mão-de-obra quando acontecem mudanças no volume
e no tipo de demanda. Geralmente, a empreiteira principal executa
apenas parte do trabalho, subempreitando as outras partes. (34)
5
As empresas maiores devem agir então como coordenadoras de
empreitas, com uma estrutura enxuta de pessoal e utilizando em
larga escala a contribuição de firmas especializadas menores; é um
sistema heliocêntrico tendo a empreite ira principal como pelo,
semelhante a um sistema planetário copernicano. (34)
Um outro meio pelo qual a indústria conseguiu sua
flexibilidade foi através de novos métodos construtivos, novos
materiais e novos equipamentos. O objetivo principal deste
progresso foi economizar tempo sem se preocupar com a diminuição
de custos. A grande conquista da indústria de construção é a
grande quantidade de trabalho que consegue realizar num período
curto de tempo.
A indústria de construção c i vil tem sido engenhosa em se
adaptar ao seu ambiente operacional. Contudo, os resultados deste
processo não satisfazem nem à própria indústria e nem a seus
clientes porque seus métodos de operação são cada vez mais
inadequados. (28) (83)
1.2 PROCESSO TRADICIONAL DE CONSTRUÇÃO CIVIL
A primeira fase no processo tradicional de construção civil é
a de decisão. O proprietário (indivíduo ou corporação) estabelece
a necessidade de uma nova edificação e define suas exigências e
restrições orçamentárias. O processo torna-se mais complexo quando
o proprietário não é um indivíduo, o que significa que ele está
gastando dinheiro dos outros; quando ele não é o usuário, o que
torna a avaliação das necessidades mais difícil; ou quando ele não
é o operador, o que resulta em consideração insuficiente dos
custos de operação e manutenção. (32)
6
Dependendo de sua sofisticação, o proprietário executa estas
tarefas com seu próprio pessoal ou emprega consultores externos.
Em algum ponto durante o estágio de decisão, ele emprega o
arquiteto.
A segunda fase é a concepção: o arquiteto e os engenheiros
desenvolvem uma solução para as exigências do proprietário. Esta
solução é reduzida a um conjunto de desenhos e especificações
chamado documentos contratuais.
A terceira fase é a fase de licitação onde há duas
alternativas. Se o proprietário segue um procedimento competitivo,
ele ou seus agentes emitem cópias dos documentos contratuais às
empreite iras interessadas no trabalho e estabelece local e hora
para abrir as propostas e tomar sua decisão. Ou, então, o
proprietário deixa de lado o processo competitivo e negocia com
uma empreiteira elaborando um contrato.
A quarta fase é a fase de construção. Geralmente, a
empreiteira principal subempreita a maior parte do trabalho, assim
seu~ esforços principais são para coordenar o fluxo de materiais e
homens para que o contrato seja cumprido e seu lucro assegurado. O
proprietário depende de seu arquiteto para inspecionar o trabalho
executado pela empreiteira e as subempreiteiras.
Este processo tem duas características significativas.
Primeiro, as fases são sequenciais por natureza. Segundo, o
proprietário está em desvantagem distinta porque ele tem pouco ou
nenhum controle direto, mas paga as contas. Alguém pode argumentar
que ele pode exercer o controle recusando-se a pagar em qualquer
estágio do processo, mas esta ação drástica é geralmente
impraticável e danosa a seus interesses.
Durante a fase de concepção, por exemplo, o proprietário não
7
tem um procedimento seguro para avaliar as implicações de custos
das propostas do arquiteto. A concepção proposta pode ser
impraticável para o processo de construção civil, podem existir
técnicas bem mais simples e baratas que produziriam resultados
semelhantes.
Tipicamente, tais informações sobre procedimentos
alternativos tornam-se conhecidas somente depois da fase de
licitação. Mas, neste ponto do ciclo, mudanças que teriam sido
simples nos estágios iniciais representam revisões radicais e
gastos importantes de tempo e esforço. Então, o proprietário paga
mais do que esperava pela concepção original ou espera um longo
tempo por um processo mais eficiente recebendo menos pelo seu
dinheiro por causa dos custos crescentes.
Sob este enfoque,
proprietario:
existem sérias desvantagens para o
-o sucesso do processo sequencial concepção licitação
construção é baseado na hipótese de que a solução para um problema
de ~oncepção pode ser incoporada num conjunto de documentos quase
sem falhas capaz de transmitir todos os desejos do proprietário à
empreiteira. Esta hipótese é cada vez mais falsa porque a
concepção de edificações é cada vez mais complexa e os processos
construtivos e os materiais de construção são mais numerosos
atualmente;
-os arquitetos, às vezes, não têm
familiaridade suficientes com o processo
controlá-lo tão bem como o proprietário deseja;
conhecimento e
construtivo para
-durante a construção, não há incentivos para a empreiteira
reduzir os custos, ao contrário para aumentá-los. Por exemplo, é
comum em alguns setores da indústria apresentar propostas baixas e
8
ganhar dinheiro em alterações e trabalhos extras. Então a
empreite ira principal tende a ficar do lado das subempreiteiras
contra o proprietário e
-embora a empreiteira possa ter um sistema de controle, ele
opera para ajudá-la a ter lucro e não, necessariamente, para
fornecer informações e controle para o proprietário. Infelizmente,
o que é mais barato e melhor para o primeiro não é,
necessariamente, o melhor e o mais barato para o segundo.
Outra desvantagem do processo tradicional é a dispersão da
função gerencial. O grande número de empresas, geralmente pequenas
e com poucos recursos, a ligação fraca entre empreiteiras e
subempreiteiras e entre empregadores e empregados militam contra
uma direção forte e centralizada do processo de construção. O
proprietário, o arquiteto ou engenheiro, a empreiteira principal,
as subempreiteiras, o mestre de obras e o artesão dividem, em
algum grau, a direção do trabalho, mas nenhum deles tem completa
jurisdição sobre os outros. (28)
• As subempreiteiras são agrupadas em cada projeto sem nenhuma
preocupação com a compatibilidade gerencial ou a continuidade das
relações de trabalho. Elas são contratadas apenas quando seu
trabalho está prestes a ser iniciado, por isso não recebem
informações dos outros participantes sobre alternativas de
trabalho nos estágios mais avançados e são obrigadas a trabalhar
dentro de limites de decisões nas quais não tomaram parte.
O proprietário pode ser bastante explícito em seus desejos;
mas, suas ordens, quando ele lida com a empreiteira, não atingem
as subempreiteiras ou os trabalhadores. A empreite ira raramente
tem controle sobre o desempenho das subempreiteiras e nenhum
controle sobre os empregados delas. A empreite ira pode exercer
9
alguma supervisão do trabalho e rejeitar trabalho de má qualidade,
mas raramente ela pode impor os métodos a serem usados pelas
subempreiteiras.
Esta difusão de controle provoca uma falta de incentivo para
se conseguir melh~r desempenho e melhores resultados. É uma
situação rara aquela em que apenas um dos elementos que participa
do processo produtivo seja responsável por uma parcela
significativa do trabalho, tal que seus esforços para obter
melhores resultados tenham efeitos apreciáveis sobre os outros
elementos. Um participante da construção não tem a força
necessária para lidar com os outros participantes, de maneira bem
ampla e com bastante tempo, para conseguir bons resultados. O
trabalho logo termina, o próximo será diferente e os participantes
serão diferentes também.
A difusão aumenta quando a demanda pelos serviços cresce; são
criadas novas firmas com pouco capital e pouca ou nenhuma.
experiência. A ineficiência destas novas firmas reduz a eficiência
de todas. Elas não têm organização gerencial, têm vida curta e são
pressionadas pelo tempo.
O ritmo crescente, o tamanho e a complexidade das edificações
modernas exercem pressão adicional nos métodos tradicionais de
construção civil. Quanto maiores e mais complexas forem as
operações, tanto mais difícil é para o gerente dirigir todas as
unidades de sua equipe para uma meta comum. Isto traz uma nova
consciência para reavaliação e reajustamento dos conceitos
tradicionais de gerenciamento da construção civil.
A determinação dos proprietários é forçar a indústria de
construção civil a considerar uma série fragmentada de decisões e
eventos discretos como um processo único. Eles argumentam que o
10
processo pode ser gerenciado. (32)
Em 1977, a Business Roundtable, uma organização formada por
200 das principais corporações dos EUA, criou um grupo de trabalho
denominado CICE (Construction Industry Cost Effecti veness) para
estudar as causas dos custos crescentes dos serviços de construção
civil.
Uma das recomendações do grupo é que esta indústria precisa
estimular o uso de procedimentos e práticas de gerenciamento de
projetos mais efetivas e consistentes com as práticas gerenciais
modernas. (4)
Outro problema que a indústria de construção civil enfrenta é
a monitoração e o controle de seus projetos. Um simpósio ocorrido
em maio de 1982 na Universidade de Michigan (Ann Arbor) com apoio
da National Science Foundation, destacou diversas áreas da
indústria de construção civil que necessitam de pesquisas para
melhorar sua efetividade. A monitoração e o controle não foram
consideradas. (22) (30)
. Este problema pode ser diminuído ou até mesmo eliminado com a
implantação do C/SCSC (Cost/Schedule Control Systems Criteria)
criado para que o Ministério de Defesa dos EUA conseguisse
monitorar e controlar melhor seus projetos. (36)
O gerenciamento de uma empresa é baseado em atividades e
técnicas bem estabelecidas e comuns a quase todas as indústrias. O
gerenciamento de um projeto de construção exige que o gerente use
métodos mais novos; é o gerenciamento de algo com um começo e um
término bem definidos, difere do gerenciamento da manufatura
porque é dirigido para uma finalidade específica e não para manter
ou melhorar uma atividade contínua. (10)
O gerenciamento de projetos pode fornecer instrumentos que
11
possibilitam a criação de sistemas de informações para que o
gerente possa exercer melhor as funções de monitoração e controle
de um projeto de construção civil, atualmente a parte mais fraca
de seu gerenciamento. É uma alternativa viável e promissora ao
processo tradicional.
O método consiste de um conjunto de atividades gerenciais
acima e além dos serviços normais de engenharia e arquitetura
relacionados com um projeto de construção, desenvolvidas durante
todas as fases e que contribuem para o controle do tempo, dos I
custos e da qualidade na construção de uma nova edificação. (5)
1.3 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
O gerenciamento de projetos surgiu, em outras indústrias, por
causa dos seguintes fatores: demanda crescente por produtos e
serviços complexos e sofisticados, desenvolvimento tecnológico
constante e ambiente turbulento em que as empresas operam. Estes
fat9res exigem uma estrutura organizacional adaptável e flexível,
não propiciada pelas estruturas tradicionais criadas para a
produção em massa de produtos simples. (64) (65)
As empresas conseguem atingir metas com recursos limitados e
severas restrições de tempo organizando suas atividades em
projetos que seriam mui to difíceis de atingir se organizadas de
maneira tradicional. (64) (65)
Nas últimas décadas, o gerenciamento de projetos contribuiu
significativamente para a prática gerencial porque forneceu às
empresas instrumentos poderosos que melhoraram sua habilidade em
planejar, organizar, implantar e controlar suas operações e o modo
de usar seus recursos. (64) (65)
12
Um projeto tem as seguintes características:
-é um esforço complexo, deve produzir resultados específicos
em datas particulares, com um orçamento estabelecido e não é
repetido;
-tem um ciclo de vida com datas bem definidas de início e
término;
-sofre mpdanças em cada fase do ciclo de vida, onde são
criados produtos ou resultados que servem de começo para a fase
seguinte. As pessoas ou disciplinas também mudam em cada fase;
-a incerteza sobre o projeto diminui à medida que ele evolui
e as tarefas se tornam cada vez mais rotineiras e
-o custo de acelerar o programa cresce exponencialmente à
medida que o projeto evolui, por isso é importante o controle das
fases iniciais para evitar atrasos. As decisões tomadas nas fases
iniciais têm grande impacto nas fases posteriores. (1) (3) (54)
Todos os projetos têm que ser bem gerenciados para se
conseguir os resultados desejados; falhas em um projeto importante
pod~m eliminar os lucros de vários projetos bem gerenciados.
Frequentemente, o planejamento, a monitoração e o controle de
projetos são ineficientes; falhas são identificadas tarde demais
para que sejam executadas ações corretivas adequadas e necessárias
para se evitar resultados indesejáveis. (3)
Os recursos e os resultados de um projeto variam através do
ciclo de vida, por isso as técnicas e as estratégias do
gerenciamento devem variar também. A necessidade de gerenciamento
flexível é uma das principais razões que tornam· a organização
hierárquica tradicional inadequada para lidar com as situações que
emergem nos projetos. (55)
A variabilidade dos insumos e dos produtos e o fato de que
13
certas atitudes são mais efetivas em um estágio do que em outros
sugere que o gerenciamento deve ser focalizado nas dimensões
críticas (objetivos) do projeto: desempenho desejado, dentro do
programa e dos custos. (55)
As três dimensões relacionam-se entre si através de
compromissos. A tarefa primária do gerenciamento é gerenciar estes
compromissos. Não se pode considerar um projeto apenas pelos seus
resultados finais. A data de conclusão e os custos incorridos em
executá-lo também são resultados importantes. A construção de uma
edificação dentro do programa e do orçamento é um resultado bem
diferente do que terminá-la com um ano de atraso, ou 20% acima do
orçamento, ou ambos. O gerenciamento dos compromissos entre os
objetivos é necessário para se estabelecer um equilíbrio entre
eles. (64) (65)
Dois conceitos importantes formam a base do gerenciamento de
projetos. (3) (5) (32) (109) (111)
·O primeiro conceito é a atribuição da responsabilidade e
aut9ridade pela consecução dos objetivos do projeto a uma pessoa
ou a um grupo de pessoas, o gerente do projeto. Um projeto é
decomposto em atividades; estas atividades serão executadas por
diversas pessoas especializadas. A função do gerente é integrar os
esforços destas pessoas.
O segundo conceito é o planejamento, a monitoração e o
controle integrativos do projeto. Assim, cada projeto é planejado,
monitorado e controlado de uma maneira integrada, incluindo todas
as áreas especializadas da empresa e durante todas as fases do seu
ciclo de vida. Em situações de multi-projetos (vários projetos
simultâneos), todos eles deverão ser planejados e controlados ao
mesmo tempo e da mesma maneira.
14
A aplicação de um dos conceitos sem a aplicação simultânea do
outro não produz os resultados desejados.
A análise de sistemas é uma tradição intelectual dominante no
gerenciamento de projetos. É um enfoque gerencial que procura
integrar e unificar informações cientificas de vários campos do
conhecimento; procura resolver problemas observando o quadro
inteiro em vez de analisar componentes isoladamente; reconhece a
necessidade de integração das várias partes que compõem um projeto
que deve ter objetivos claramente definidos e está em constante
mudança; reconhece a necessidade de definir e gerenciar cada
subsistema e suas interfaces e entende-se melhor a necessidade de
controles dinâmicos. (54) (55) (70) (72)
Uma propriedade da natureza dinâmica de um sistema é o fluxo
de recursos; isto exige a criação de uma técnica de gerenciamento
que seja capaz de integrar várias disciplinas enquanto desempenha
as funções do gerenciamento propriamente di to. Esta técnica é
chamada gerenciamento de sistemas, ou de projetos ou matricial.
Ela reconhece a necessidade da integração total das várias
partes que compõem um projeto; ela mostra que os projetos devem
funcionar como organizações bem reguladas, com objetivos
claramente definidos; enfatiza a necessidade de definir e
gerenciar cada um dos subsistemas e suas interfaces; entende-se
melhor as necessidades de controles dinâmicos, a importância do
"feedback", o desenvolvimento progressivo de informações e o
controle em vários níveis.
Deste enfoque, surgiu o gerenciamento de interfaces que
permite identificar os subsistemas de um projeto a serem
gerenciados, suas principais interfaces que requerem atenção
especial do gerenciamento e a maneira pela qual elas devem ser
15
gerenciadas para que o projeto tenha sucesso.
Os projetos, como as pessoas, têm um ciclo de vida que
envolve um desenvolvimento e um fortalecimento graduais, uma
implantação intensa e um desengajamento gradativo. O gerenciamento
de ciclo de vida é necessário porque cada ciclo tem requisitos
diferentes de gerenciamento. A organização hierárquica tradicional
não foi concebida para lidar com estes requisitos gerenciais em
constante mudança.
O ciclo de vida de um projeto é dividido em fases.
A primeira fase é a fase de definição do projeto. Ele começa
como uma idéia incipiente que é explorada e analisada em termos de
viabilidade técnica e financeira, decide-se a capacidade que o
projeto terá, escolhe-se a localização, analisam-se as fontes de
financiamento, estabelecem-se um plano, um programa e um orçamento
e escolhe-se uma organização preliminar para ele.
O objetivo principal desta fase é determinar, tão logo e tão
precisamente quanto possível, os custos, o programa, o desempenho
e os recursos necessários e se os elementos, os projetos e os
subsistemas se interligam econômica e tecnicamente. Esta fase
permite que a organização conceba e defina completamente o projeto
antes de começar a colocá-lo fisicamente em seu ambiente. Esta
fase proporciona uma oportunidade para rever e confirmar a decisão
de continuar o seu desenvolvimento.
As atividades desta fase são identificação precisa das
necessidades de recursos; preparação dos requisitos de desempenho
final; preparação de planos detalhados para apoiar o projeto;
determinação realista dos requisitos de custos, programa e
desempenho; determinação das áreas de riscos e incertezas e
estabelecimento de planos para lidar com estas áreas; determinação
16
das interfaces dentro do projeto e entre projetos; determinação
dos subsistemas de apoio e identificação e preparação da
documentação exigida para apoiar o projeto.
A segunda fase é a fase de concepção do projeto. Nesta fase,
expande-se a definição técnica; estudam-se o plano, o programa, o
orçamento e o financiamento em mais detalhes e mais profundamente;
definem-se as estratégias de contratações; buscam-se as aprovações
de agências regulamentadoras; definem-se os sistemas de logística
e infra-estrutura e realiza-se um estudo das exigências para
proporcionar uma base para uma avaliação posterior mais detalhada.
A concepção determina totalmente os parâmetros de escopo,
custos e programa e exerce grande influência no gerenciamento das
fases posteriores. Definições incompletas ou tardias e o não
entendimento das implicações da concepção provocam problemas
graves. (56)
O controle firme da definição técnica é essencial para que o
projeto seja bem sucedido; projetos falham porque não se exerce
controle estrito ou no tempo adequado sobre seu conteúdo técnico.
Um modo de conseguir este controle é usar o gerenciamento de
configuração. Este tipo de gerenciamento documenta a concepção
técnica do projeto, assegura revisões regulares da concepção,
examina rigorosamente o impacto técnico, de custos e de programas
de todas as alterações antes de aprová-las e assegura que todas as
partes envolvidas estão usando a documentação mais atualizada. Ele
tem sido usado na indústria aeroespacial norte-americana e nos
setores de informática, vagarosamente está sendo aplicado em
outros tipos de projetos, ainda não é usado na indústria de
construção civil embora sua aplicabilidade seja grande. (70) (72)
Uma atividade muito importante nesta fase é o planejamento
17
cujo objetivo é facilitar o sucesso na execução do projeto. Os
esforços dispendidos nessa fase terão influência muito grande nas
fases posteriores.
A terceira fase é a fase da manufatura, ou construção, ou
produção. Nesta fase, compram-se e instalam-se os equipamentos ou
realizam-se os trabalhos de construção. Ela difere muito das duas
anteriores; é composta de atividades altamente mecanizadas, não se
procura desenvolver novas opções técnicas, mas se procura executar
do modo mais eficiente possível o que foi definido nas duas fases
anteriores; há uma expansão mui to grande da organização; o modo
característico de controle muda da estimação de custos e durações
para a monitoração rigorosa da qualidade, do programa e do
orçamento para se manter o desempenho dentro dos limites
estabelecidos.
Nesta fase, a monitoração é uma tarefa essencial. O seu
objetivo principal é o de assegurar que o pessoal do projeto tenha
à sua disposição no momento adequado, as informações necessárias
par;: executar o controle efetivo do projeto. A monitoração do
desempenho é crucial porque ele é a razão de ser do projeto.
A quarta fase é a fase da entrega do projeto ao seu
proprietário e o início de sua operação. Esta fase entrelaça-se
com o fim da terceira fase e envolve o planejamento das atividades
necessárias para a aceitação e a operação do projeto pelo seu
proprietário.
As interfaces entre os subsistemas do ciclo de vida ou de
atividades têm uma importância fundamental para o gerenciamento de
projetos. Em primeiro lugar, porque o passar do tempo tem uma
influência importante em todos os projetos; em segundo lugar,
porque os subsistemas iniciais exercem um papel gerencial
18
dominante sobre os subsistemas seguintes.
As fronteiras entre os subsistemas devem ser colocadas onde
ocorrem descontinuidades de tecnologia, de território, de tempo ou
de organizações. Os pontos de ruptura no ciclo de vida de um
projeto e nos subsistemas de atividades que compõem cada fase
proporcionam pontos naturais de monitoração e controle. Podem ser
introduzidos, ainda, pontos de revisão com a finalidade de
controle, sem que existam os pontos naturais de descontinuidade.
Estes pontos de revisão servem para que o gerenciamento exerça
controle melhor sobre o projeto.
Os problemas que sur jem nos projetos requerem soluções em
periodos curtos de tempo; os conflitos são numerosos e os
compromissos inevitáveis. Em um ambiente assim, as fronteiras
entre as interfaces tendem a se diluir, portanto é um principio
fundamental do gerenciamento que se mantenham as interfaces
claramente definidas.
Quando existem vários projetos pequenos em uma empresa e eles
jun~os representam um risco econômico maior do que um projeto
principal isolado, então esta situação pode ser chamada de
situação de multiprojetos. (3)
Esta situação apresenta complicações para o gerenciamento
porque todos eles competem pelos mesmos recursos e por atenção
gerencial. Frequentemente, não se reconhece a necessidade de algum
meio de integração das exigências desta situação. O resultado é
desperdicio dos esforços do gerente para vencer a competição com
os gerentes de outros projetos. Os gerentes mais fortes são bem
sucedidos em seus projetos, mas a empresa sofrerá severamente
pelos problemas que surgem nos outros.
Cada um dos projetos pode ser gerenciado separadamente, sem a
19
introdução de meios formais de gerenciamento, porém alguns deles
não serão gerenciados com eficiência. Todos eles deverão ser
planejados, monitorados e controlados ao mesmo tempo. Se não for
possivel prover o pessoal de gerenciamento e de apoio a cada um,
cria-se um grupo centralizado que fornecerá estes serviços. Esta é
a situação normal na indústria de construção civil.
Nesta situação, os projetos e suas atividades podem se
relacionar de três formas:
-resultado de ação: os resultados do término de uma atividade
devem estar disponíveis para que atividades de outro projeto
possam ser iniciadas;
-unidade comum de recurso: um recurso precisa ser utilizado
em uma atividade de um projeto antes de poder ser utilizado em
outra atividade de outro projeto;
-taxa de uso de recursos comuns: dois ou mais projetos usam
recursos comuns numa taxa que excede o suprimento; então, os
projetos se tornam dependentes entre si. (3)
As duas primeiras relações podem ser representadas por
eventos de interface.
Uma função entre outras do gerenciamento de multiprojetos é o
gerenciamento de interfaces. Este conceito de gerenciamento
compreende a identificação, a documentação, o planejamento, a
monitoração e o controle de pontos de interação entre as
atividades de um projeto e entre projetos.
As interfaces de um projeto e entre projetos podem ser:
-interfaces de desempenho: entre partes ou componentes de um
projeto;
-interfaces fisicas: entre peças que se conectam entre si;
-interfaces de mudança de responsabilidade: o resultado de
20
uma tarefa completada é passado a outro gerente para que ele
inicie as tarefas seguintes;
-interfaces gerenciais: decisões, aprovações e outras ações
gerenciais um projeto têm impacto em outros;
-interfaces dos clientes: semelhantes às anteriores
envolvendo os clientes;
-interfaces de informações: informações desenvolvidas em uma
ou mais tarefas são necessárias nas tarefas seguintes e
-interfaces de recursos: os recursos usados em tarefas de um
projeto devem estar disponíveis no momento e no lugar adequados
para que outras atividades de outros projetos possam ser
realizadas. (3)
Todas as interfaces podem ser representadas por eventos. Eles
formam a estrutura em torno da qual as redes CPM podem ser
construidas. Quando duas ou mais organizações estão envolvidas nos
projetos, a identificação dos eventos de interfaces permite que
cada uma desenvolva redes detalhadas incorporando estes eventos.
Sem esta identificação, o gerenciamento integrado dos projetos é
impossivel.
A maioria dos eventos importantes identificados para os
propósitos de monitoração e controle são eventos de interfaces.
Eventos importantes são datas pré-determinadas ou estados de
desempenho onde o controle deve ser exercido. (113)
Os eventos de interfaces exigem procedimentos formais para
assegurar o planejamento e o controle efetivos do projeto
especialmente quando várias organizações estão envolvidas. (3)
Alguns sintomas do desempenho fraco no gerenciamento de
projetos são: término atrasado, multas, custos finais acima do
orçamento, alta rotatividade de pessoal, duplicação de esforços e
21
uso ineficiente de pessoal especializado. (3)
As causas prováveis destes sintomas são: muitos projetos
executados ao mesmo tempo; programa mestre e orçamento base
impossiveis de ser seguidos; falta de pessoa responsável pelo
projeto; planejamento, monitoração e controle não integrados;
contabilidade de custos falha ou inexistente; mudanças rápidas e
conflitantes de prioridades; falta de controle sobre os pedidos
de alterações e sobre a concepção; gerente reportando-se à parte
errada da organização; planejamento e programação irreais.
Uma maneira de melhorar ou introduzir o gerenciamento de
projetos, antes de iniciar mudanças em larga escala, é usar um
projeto cuidadosamente escolhido como piloto. Ele servirá como
veiculo para introduzir e testar práticas e métodos novos,
desenvolver e treinar o pessoal. (3)
O projeto piloto deve ter ciclo de vida curto, ser
representativo dos outros projetos e não ser ameaçado
constantemente por problemas dificeis de resolver.
Outro passo importante na melhoria do gerenciamento de
projetos é criar um inventário de projetos em fase de concepção,
planejamento ou execução. Este inventário deve conter código de
identificação do projeto, nome do gerente e do cliente, valor
monetário, investimento em mão-de-obra, perdas monetárias
potenciais, datas de inicio e de término, outros projetos
relacionados a ele, datas de revisões e outras informações
pertinentes. (3)
1.4 A SITUAÇÃO NO BRASIL
No Brasil, os compradores são obrigados a dispor de
22
edificações de vida útil reduzida e de baixa qualidade. As
empresas apresentam baixa produtividade, a mão-de-obra não tem
especialização e os prazos de execução são longos. A maioria dos
projetos de construção civil são concebidos sem a consideração
pelas condições de execução. o desperdício é grande,
aproximadamente 30% dos custos totais de um projeto. (85)
Porém, algumas empresas já começam a questionar seus
processos construtivos e as tecnologias empregadas para mudar a
imagem que desfrutam junto à opinião pública.
O mundo acadêmico tem procurado colaborar nos esforços de
mudanças. Nos dias 16 e 17 de junho de 1988, foi realizado na
Escola Politécnica da USP o I Simpósio Nacional de Gerenciamento
na Construção (91), com a apresentação de 14 trabalhos.
B I EZUS e PROSPERO (14) descrevem, filosoficamente, a
implantação do gerenciamento em obras públicas.
GRAZIA (42) descreve a possibilidade da aplicação do conceito
"Total Quality Control" na indústria de construção civil.
CRESTANA (31) analisa a expansão e a contração das atividades
da indústria de construção civil no período 1986-88, influenciadas
pelos diversos planos econômicos federais.
MUAD (73) reclama da falta de uma política habitacional do
governo federal e suas influências nefastas na indústria.
MELO e OLIVIERA (63) descrevem as potencialidades da
aplicação do computador na orçamentação de custos dos projetos de
construção civil.
LIMA Jr (58) analisa o processo de tomada de decisões em uma
empresa de construção civil.
TAKAOKA (119) descreve as potencial idades do uso de
computadores e softwares nos projetos de construção civil:
23
planilhas eletr9nicas, processadores de texto, bancos de dados e
desenho auxiliado por computador.
MURGEL (74) estuda a aplicação do gerenciamento através dos
seguintes. módulos: projeto, obra, suprimentos, atividades
institucionais, administração e planejamento.
MILLER (67) descreve um software que desenha o gráfico de
Gantt e uma curva duração - porcentagem executada.
BURMAN (21) descreve um software que desenha o gráfico de
Gantt, a rede CPM e auxilia na orçamentação de custos, na
programação de compras e na alocação de recursos.
SILVA (110) analisa os fatores que afetam a produtividade da
mão-de-obra na indústria de construção civil e sua influência no
desempenho econômico.
TIBIRIÇÁ (128) estuda a aplicação de engenharia e análise de
valor em projetos de construção civil.
ZANETTI ( 136) descreve os ciclos de vida de um projeto de
construção civil, as funções básicas do gerenciamento em cada uma
das fases e compara a organização funcional com a organização
matricial.
NAPOLITANO (77) descreve alguns benefícios da implantação do
gerenciamento de projetos na construção de uma indústria têxtil.
Pelas questões levantadas durante esse simpósio, notou-se que
alguns engenheiros e arquitetos ainda confundem gerenciamento com
a fiscalização de obras. Alguns chegaram a afirmar que o
gerenciamento não pode ser executado pelas empreiteiras ou
subempreiteiras, mas por equipe externa.
24
2 METODOLOGIA DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS
A metodologia do gerenciamento de projetos segue as fases em
que se divide o ciclo de vida de um projeto. Esta divisão é
importante porque permite destacar as atividades que o gerente e
sua equipe devem exercer em cada uma delas e são: planejamento,
gerenciamento de recursos, monitoração, controle, avaliação final
e entrega do projeto ao seu proprietário e início de sua operação
pelos usuários. (3) (64) (65)
2.1 PLANEJAMENTO DO PROJETO
A meta do planejamento do projeto é tornar mais fácil a
realização bem sucedida das atividades que compõem as fases
posteriores do ciclo de vida; é a determinação do que deve ser
feito, por quem e quando; é o período de mais baixos custos com
resultados de grande impacto nas fases posteriores. (46) (54) (61)
( 64) ( 65) ( 90)
Planejamento é uma forma de comunicação e uma fonte de
informações. Ele possibilita a definição dos objetivos do projeto;
de problemas e suas soluções; a análise e formulação de políticas,
procedimentos e estratégias alternativas e seus efeitos em termos
de programa, custos e desempenho, porque permite eliminar ou
reduzir incertezas; melhorar a eficiência das operações; obter
melhor entendimento dos objetivos e prover uma base para sistemas
mais efetivos de monitoração e controle. (54) (59)
O planejamento permite definir completamente o trabalho
exigido para realizar o projeto, assim cada participante
25
identifica sua parte. Esta identificação é necessária porque se o
projeto é bem entendido, ele pode ser bem planejado; caso
contrário, sua execução provoca o uso de recursos em excesso e
mudanças em programas e prioridades; a incerteza sobre o trabalho
exigirá uma quantidade maior de informações para assegurar um
desempenho efetivo.
O planejamento apropriado permite reduzir o ciclo de vida, o
uso mais eficiente dos recursos, reduzir os níveis de estoque e a
possibilidade de incorrer em multas contratuais. Assim, a empresa
pode executar um número maior de projetos, aumentar seus lucros
sem aumentar os investimentos em capital e outros recursos.
Nessa fase, é importante identificar os sistemas de
monitoração e controle e criar os documentos para a formalização e
disseminação das informações geradas, elas devem ser transmitidas
a todas as pessoas de todos os níveis gerenciais. (15) (59)
No início do planejamento, o gerenciamento superior deve
promover uma reunião inicial com a equipe do projeto. Cada
participante deve concordar em preparar planos preliminares
detalhados que contenham identificação de interfaces e eventos
importantes, programa e orçamento das atividades, integração deles
com o programa mestre e orçamento base e montar o arquivo do
projeto. (3) (64) (65)
Os planos serão revistos pelo grupo e combinados em um plano
único chamado plano mestre ou plano básico do projeto. Ele deve
ser oportuno, realista e incorporar o escopo, o orçamento, redes
CPM e os requisitos e disponibilidades de recursos. (64) (65) (92)
O plano mestre deve conter:
-visão geral: resumo dos objetivos e do escopo do projeto e
26
suas relações com os objetivos da empresa;
-objetivos: descrição detalhada dos objetivos estabelecidos
na seção anterior, incluindo metas técnicas e de lucros;
-abordagem: enfoques técnico e gerencial que serão usados e
suas relações com tecnologias disponíveis; número e tipos de
posições com seus deveres e responsabilidades;
-exigências contratuais: lista e descrição completa dos
relatórios exigidos, recursos fornecidos pelo cliente e
procedimentos para revisão do projeto;
-programas: descrição dos programas, lista de eventos
importantes e de interfaces;
-recursos: requisitos dos recursos necessários, descrição dos
procedimentos de monitoração e controle, gastos planejados para
atingir os objetivos;
-métodos de avaliação: métodos e padrões que serão usados
para avaliar o projeto;
-previsão de problemas potenciais;
-mobilização do pessoal de gerenciamento;
-descrição das instalações de apoio necessárias;
-especificações técnicas;
-manual de procedimentos;
-sistemas computacionais de apoio e de controle da
documentação, da correspondência e de reportação. (15) (46) (54)
( 64) ( 65 ) (116 )
A definição dos objetivos deve ser feita em termos de ítens
físicos porque objetivos nebulosos causam dificuldades ao projeto.
Eles devem ser declarados em termos de ítens finais o que força a
definição de objetivos claros, abrangentes, mensuráveis e
27
tangíveis, serão revistos frequentemente durante execução do
projeto para identificar mudanças que caiam fora do escopo
original. No término do projeto, eles serão revistos para auxiliar
o gerente na avaliação final. (29) (115) (116)
É importante que os objetivos do projeto sejam claramente
ligados à missão geral da empresa. O gerenciamento superior deve
definir a intenção da empresa ao executar o projeto, delinear o
escopo e descrever os resultados desejados. Sem um começo claro, o
planejamento pode se perder facilmente. (64) (65)
Um objetivo bem definido tem as seguintes características:
-atingível: o objetivo identifica um alvo que pode ser
atingido com as restrições de recursos e de tempo. Se ele for
muito elevado, destroe-se a credibilidade porque a sensação de
falha é maior do que a de realização;
-definitivo: o objetivo descreve em termos concretos o que
deve ser atingido e em que grau;
-quantificável: o objetivo especifica um padrão para o
término que pode ser identificado por todos, assim o desempenho
pode ser medido e
-duração específica: o objetivo define os parâmetros de tempo
dentro dos quais as atividades deverão ser realizadas; isto é
necessário também para avaliar o progresso do projeto. (29)
A definição do escopo descreve a base do projeto, ela deve
ser detalhada porque fornece a confirmação de que nenhum i tem
significativo foi esquecido. Ela tem o propósito de obter
interfaces lógicas, simples e controláveis; uniformidade do
enfoque de concepção; padronização de tamanhos e de materiais;
número mínimo de tipos de componentes similares e operabilidade e
28
manutenção mais efetivas. (46)
Durante o planejamento deve-se criar o manual de
procedimentos que é um conjunto de documentos refletindo a
filosofia do gerenciamento, critérios de desempenho, políticas,
planos, procedimentos e relatórios pelos quais os comprometimentos
do projeto serão atendidos. (15) (46) (59)
Um manual típico consta de:
-introdução;
-plano do projeto;
-organização;
-procedimentos para: autorização de despesas, preparação de
orçamentos e programas de controle, monitoração e reportação do
programa e do orçamento, controle de materiais e compras,
empreitas, controle de engenharia, de documentos e de alterações,
controle da construção, logística, contabilidade, administração,
segurança, treinamento e auditoria;
-sistema de codificação do projeto;
-procedimentos gerais exigidos do proprietário;
-sistema computacional e
-documentos de referência. (15) ( 46)
As interfaces, seus eventos e os eventos importantes precisam
ser identificados no planejamento. Elas são pontos de interação
entre vários elementos do projeto.
As interfaces podem ser representadas por eventos: pontos no
tempo que unem o trabalho de duas atividades. Eles formam uma
estrutura a partir da qual as redes podem ser construídas. A
maioria do eventos importantes identificados para fins de
avaliação do progresso e reportação são eventos de interfaces. (3)
29
Os eventos importantes e de interfaces devem ser incorporados
nos planos e programas porque são úteis à avaliação do progresso.
Eles são parte do sistema de monitoração e controle e são
importantes porque representam pontos onde as atividades de
' monitoração e controle devem ser exercidas. (3) (116)
O diário do projeto deve ser criado nessa fase. Em um projeto
de construção civil,. a empreiteira principal e as subempreiteiras
devem registrar nele os seguintes dados: data, clima, trabalho
executado no dia, mão-de-obra empregada, alterações originadas no
dia e outros problemas (atrasos, greves, acidentes). (60)
Um bom planejamento pode ser feito quando se usa a Estrutura
de Fracionamento do Projeto (EFP).
A EFP é a divisão de um projeto em uma árvore-familia
orientada para um produto que organiza, define e mostra
graficamente o produto a ser produzido e o trabalho necessário
para produzi-lo. (Fig. 2. 3. 2 p. 84) (36)
Quando usada adequadamente, a EFP é um instrumento importante
de .comunicação. Ela envolve e reflete os planos atuais com o
desenrolar do projeto. Mais detalhes são adicionados a áreas
particulares quando sua· execução se aproxima. Portanto, um
procedimento de revisão e controle da distribuição da EFP é
necessário para prevenir mudanças não autorizadas e assegurar que
todos estão trabalhando com sua versão mais atualizada. (3) (116)
A EFP mostra o projeto dividido em unidades hierárquicas de
atividades, cada qual com duração relativamente curta, pontos de
início e término bem definidos e critérios específicos de
avaliação de seu desempenho e que podem ser programadas e orçadas
em termos de dinheiro, homens-hora ou outros recursos. (2) (3)
30
O fracionamento hierarquizado permite reduzir o escopo e a
complexidade das atividades, facilitando a programação, o
planejamento, a orçamentação, o controle, a monitoração e a
elaboração de resumos úteis de informação, o que permite a
comparação de estimativas, orçamentos, despesas e realizações com
o que foi planejado. (3) (29) (53)
Para cada atividade é necessário identificar: organizações e
gerentes responsáveis; especificações do produto; subempreiteira;
pedidos de compras principais; estimativas e orçamentos de
recursos; ordens de trabalho; números da contabilidade de custos;
eventos importantes e atividades relacionadas na rede CPM com suas
datas programadas. (3) (54)
Cada atividade deve ter uma declaração concisa do trabalho a
ser executado, dos resultados necessários de outras atividades,
das especificações, das exigências contratuais e dos resultados
intermediários ou finais a ser obtidos. (3) (15) (64) (65)
Uma EFP apropriadamente concebida e implantada com seu
dic~onário e estrutura de codificação é uma base efetiva para:
programação com redes, determinação de custos, análise de riscos,
coordenação de objetivos, controle de empreitas, criação da matriz
de responsabilidade e da estrutura organizacional, sistemas de
controle, políticas e procedimentos para todos os projetos. (54)
Ter a EFP como uma disciplina aplicada ao projeto assegura
que todos os participantes têm conhecimento do trabalho necessário
para completá-lo. Sua utilização como base para o desenvolvimento
de orçamentos e programas assegura que ela se tornará o meio pelo
qual todos os grupos trocarão informações entre si. As informações
serão baseadas em dados dos orçamentos, desempenho, programas e
31
uso dos recursos. (57)
O uso da EFP permite que todos os elementos sejam
correlacionados em uma base comum. A correlação de custos,
programas e desempenho em uma base consistente é essencial para a
mensuração precisa do progresso e controle do projeto. Quando as
informações são coletadas assim, o trabalho completado poderá ser
comparado com um padrão bem definido. (57)
O processo de reportação e de controle deve usar codificação,
estrutura e linguagem comuns para permitir que os problemas e suas
soluções sejam facilmente definíveis. Para isso é necessário que
as informações sejam obtidas com apoio dos sistemas contábeis e de
controle. Estes sistemas devem receber os dados com base na
codificação da EFP. As informações serão coletadas, ordenadas e
relatadas usando este código. O sistema de controle do projeto
deve usá-lo para todos os aspectos de monitoração de custos e de
programas e para o planejamento futuro. (57)
A estrutura da EFP deve ser tal que cada nível seja
significativo, tanto do ponto de vista da coleta como da
reportação dos dados. A concepção dessa estrutura é a chave para
que o sistema seja efetivo. Portanto, ela deve ser estudada
cuidadosamente pensando na entrada e saída dos dados porque
servirá de linguagem comum na troca de informações. Todas as
informações serão coletadas e disseminadas usando a linguagem, o
código e a estrutura da EFP.
O nível mais baixo da EFP é onde se coleta informações, é
onde o usuário sente a necessidade de monitorar e comunicar, é
neste nível que as pessoas da construção gerenciam o projeto.
Na criação da EFP, todos os níveis de reportação devem ser
32
considerados do gerenciamento superior até o nível mais baixo. Ela
deve ser concebida para que a geração de relatórios seja
automática sem exigir métodos extravagantes para extrair
informações dos dados coletados. Tanto a EFP como os relatórios
devem ser representativos do que é realmente exigido. Um nível da
EFP geralmente se torna um nível da hierarquia de reportação. (54)
Para cada um dos níveis da EFP, devem ser criadas redes CPM
porque simplificam os procedimentos de reportação e asseguram que
os programas dos níveis mais elevados refletem o progresso e
identificam os gerentes responsáveis. Depois de criadas as redes,
é aconselhável determinar nelas os eventos importantes e de
interfaces . Estes eventos podem ser apresentados em listas ou
gráficos. (3) (54) (115)
Um dos problemas típicos a todos o projetos é que a
contabilidade e os sistemas de monitoração e controle do projeto
não usam codificações idênticas. O uso da EFP junto com a
codificação contábil, pode assegurar que, com o desenvolver do
projeto, as estimativas podem ser verificadas e projeções
confiáveis podem ser feitas.
A concepção da codificação é importante para estabelecer a
EFP como um dispositivo a ser usado pelos sistemas contábeis e de
controle. Um código efetivo ajuda o usuário e complementa a
estrutura, ele deve ter um único significado para todos. Na
concepção, devem ser consideradas as informações a ser coletadas e
o método de coletá-las. Cada nível da estrutura representa um
segmento do código.
O sistema de controle de custos é correlacionado com a EFP
através das atividades. Um número da contabilidade de custos é
33
estabelecido para cada uma e os gastos são, então, registrados
nesta conta. (3)
As deficiências no planejamento de um projeto podem provocar
aumento dos custo, atraso do programa e baixo desempenho técnico.
Elas podem ser encontradas em: detalhes insuficientes,
mensurabilidade, falta de compromissos e pontos de exame
insuficientes. Elas devem ser eliminadas por uma revisão dos
planos logo no início de execução do projeto porque, depois,
torna-se muito caro corrigi-las. A revisão deve ser feita por um
gerente experiente. (125)
A falta de detalhes na definição de atividades, programação e
orçamentação causam problemas para a monitoração e o controle do
projeto. O detalhamento insuficiente ou esquecimento de algum
elemento de custos provoca a subestimação de recursos ou cortes
orçamentários não acompanhados na redução proporcional de escopo.
O número insuficiente de eventos importantes e de pontos de exame
dificultam a mensuração de resultados .
• O passo final do planejamento é o estabelecimento do arquivo
do projeto com procedimentos para assegurar que todos os
documentos estão contidos nele. (3)
O arquivo é uma coleção ordenada de documentos que reflete
todos os aspectos do projeto. Seu propósito é assegurar que todas
as informações pertinentes estão disponíveis continuamente às
pessoas interessadas.
O arquivo é importante porque:
-quando uma mudança do gerente do projeto ou outro membro
importante da equipe é necessária, a transição é rápida e serena;
-quando existem ou ocorrem litígios, o arquivo fornece
34
informações vitais que, de outra maneira, não estariam registradas
ou guardadas;
-quando, em uma data posterior, a empresa engajar-se em um
projeto semelhante, o arquivo provê dados para preparação de
propostas, fixação de preços e planejamento gerencial;
-no término do projeto, o estudo do arquivo revelará os
pontos fortes e fracos, indicando onde melhorias são
necessárias.
O arquivo do projeto deve conter:
-informações gerais: resumo do plano (escopo, objetivos,
enfoques), documentos contratuais (propostas, contratos assinados,
especificações), correspondências, declarações de trabalho;
-gerenciamento organizacional: organogramas, linhas de
responsabilidades, lista dos membros principais da equipe do
projeto;
-técnica: enfoque técnico, especificações de sistemas, dos
componentes e dos produtos, desenhos, relatórios, minutas de
revisões de desenhos, planos de produção, status de configuração,
notas de alterações de engenharia e de concepção, minutas da
equipe de controle de alterações;
-finanças: estimativas, orçamentos, relatórios da
contabilidade de custos, demonstração de lucros e prejuízos do
projeto, relatórios de status das empreitas, plano de contas do
projeto, faturas;
-planos e programas dos trabalhos: EFP, programa mestre,
gráficos dos eventos importantes, redes CPM, gráficos de Gantt,
programas detalhados;
-autorizações de trabalho: ordens de trabalho internas e
35
externas, pedidos principais de compras, subempreitas;
-avaliação e reportação: gráficos e relatórios das
avaliações, minutas das reuniões de avaliação,
gerenciais, do cliente, de viagens e de auditoria;
-comunicações internas e externas e
relatórios
-segurança do projeto: classificação do trabalho, visitantes
e listas de liberações.
Os estudos de construtibilidade são uma atividade muito
importante durante o planejamento de um projeto de construção
civil.
Construtibilidade é a capacidade de ser construido, é a
otimização sistemática e disciplinada dos aspectos relacionados
com um projeto durante as fases de planejamento, concepção,
aquis1ção, construção, teste e operação inicial por pessoal da
construção experiente e informado que faz parte da equipe. (5)
Requisitos especiais de desempenho, critérios especiais de
qualidade, necessidades de materiais, métodos e operações
esp~ciais criam tanto a necessidade como a oportunidade . para a
análise da melhoria da construtibilidade. (121)
A construtibil idade otimiza do começo ao fim do projeto os
seguintes elementos: plano geral, planejamento e concepção,
programa orientado para a construção, custos e suas estimativas e
construção e seus principais métodos. (5)
O plano do projeto, quando desenvolvido sem a experiência de
construção, pode limitar severamente o desempenho. Problemas
sérios podem resultar. O programa e a sequência de informações, de
materiais, de concepção e de recursos essenciais de construção
podem não permitir trabalhos eficientes de construção. O projeto
36
pode exigir duração que não seja viável ou programar atividades
durante periodos de clima dificil. O plano pode falhar em
reconhecer condições locais inusitadas que criam ou podem criar
problemas ou oportunidades para desempenho melhorado da
construção. (122)
O proprietário deve definir o escopo do trabalho, prover
dados relativos ao local da obra e ao processo de concepção, rever
e concordar com estudos que envolvem decisões principais de
concepção, aquisição de equipamentos e métodos de construção.
As atividades do engenheiro e dos construtores durante esta
fase são estabelecer retrições ao projeto causadas pelas condições
do terreno e da localização geográfica, determinar a
disponibilidade de recursos, desenvolver o plano de execução e
recomendar os estudos citados acima.
Muitos proprietários, engenheiros e empreiteiros desconhecem
os beneficios que a construtibilidade pode oferecer. Oportunidades
para reduzir o programa, melhorar a funcionalidade da edificação e
reduzir custos são perdidas. Tecnologia nova de construção não é
aplicada. ( 5)
O pessoal experiente de construção precisa estar envolvido no
projeto desde os estágios iniciais para assegurar que a
experiência e o foco da construção influenciem apropriadamente os
proprietários, os planejadores, os arquitetos, os engenheiros e os
fornecedores. A pessoa da construção deve ser um membro da equipe
com acesso e participação nas decisões iniciais que afetam o
projeto. Esta influência inclui as considerações que reduzirão o
programa e melhorarão a qualidade do projeto.
Uma grande oportunidade para a diminuição de custos é a
37
melhoria da construtibilidade com a integração da construção e
concepção. Esta integração proporciona benefícios de redução dos
custos e do programa pela otimização da relação entre a concepção
e a construção; otimização de detalhes e sequência da concepção
para satisfazer as necessidades da construção; incorporação de
tecnologias atuais e melhoradas e desenvolvimento de métodos
simplificados de trabalho. (61) ( 121) ( 124)
A integração concepção-construção resulta em economias por
causa das diversas melhorias conseguidas:
-tomada de decisões melhorada por se basear em informações
melhores e melhor definição do escopo para as empreiteiras e as
subempreiteiras;
-adequação dos resultados dos estudos de engenharia para
satisfazer as necessidades de construção;
-concepções que requerem métodos construtivos de menores
custos e
-integração dos programas. (124)
A integração efetiva exige que cada disciplina prepare planos
para interagir com as outras. A construção deve selecionar e
prover dados extensivos à criação da EFP, fazer estudos especiais
para escolher os métodos construtivos principais, planejar a
sequência da construção e ajudar na preparação do layout do
canteiro da obra. (124)
O objetivo inicial da construtibilidade é prover informações
no desenvolvimento da declaração dos objetivos do projeto. A
primeira responsabilidade do proprietário é determinar seus
requisitos para decidir o que ele deseja em termos de, por
exemplo, metros quadrados de área construída, número de salas de
38
uma edificação e decidir também se deseja que seu projeto seja uma
obra suntuosa ou uma de menor custo possível e, ainda assim,
funcional. (5) ( 121)
O objetivo seguinte é estabelecer os custos do projeto.
Estimativas são necessárias para avaliar o efeito destes
diferentes requisitos para que estudos de compromissos possam ser
feitos.
O terceiro objetivo é o programa que estabelece quando o
projeto precisa estar terminado para que se avalie quanto vale em
termos de diferenças de custos um término mais cedo ou mais tarde.
Estes objetivos devem ter prioridade e ser claramente
anunciados. Eles estabelecem a estrutura para o projeto inteiro e
devem estar na memória de todos os membros da equipe quando
analisarem a construtibilidade.
A construbilidade pode ser usada para atingir os objetivos
tradicionais do projeto. Quando outros objetivos (estética, por
exemplo) provocarem aumentos de custos, o gerente comprometido
insiste em soluções mais efetivas. ( 121)
A construtibilidade é realçada quando a concepção é
configurada para permitir construção eficiente. (80)
Segurança, operabilidade, manutenção e estética são objetivos
do projeto que frequentemente não consideram a construtibilidade.
O layout e os detalhes da concepção podem ser modificados para
realçar a construtibilidade sem sacrificar estes objetivos.
Os principias para simplificar a concepção podem ser: usar um
número minimo de componentes, elementos ou peças de montagem, usar
materiais disponíveis em tamanhos e configurações comuns, usar
conexões simples e fáceis de executar, empregar concepções que
39
permitam ajustes dimensionais no local e empregar concepções que
minimizem a interdependênica entre atividades.
A concepção deve ser revista por pessoal qualificado da
construção. Os planos de execução devem prover a disponibilidade
deste pessoal em base contínua e oportuna para que ele possa
ajudar a equipe de concepção.
O reconhecimento do papel importante que o arquiteto
desempenha melhora a construtibilidade. Ele deve fazer parte de
uma equipe cooperativa, explicando sua intenção na concepção e
aceitando sugestões do pessoal da construção. Ele deve considerar
cuidadosamente as consequências e o impacto de suas decisões na
construção porque cada se tença ou palavra colocada nas
especificações e cada linha traçada no desenho têm forte
influência nos custos. ( 121) ( 134)
A construtibilidade é realçada quando os programas e os
orçamentos são dirigidos às necessidades da construção. (80)
As vantagens do programa dirigido à construção são
sigpificati vas: a duração do projeto é diminuída, ocorrem menos
atrasos na obra, a ti v idades de engenharia e de aquisição têm
prioridade efetiva e a equipe do projeto têm maior conhecimento
das verdadeiras metas do programa.
O desenvolvimento de estimativas de custos é responsabilidade
da equipe do projeto, proprietário, arquiteto, engenheiros e
gerente da construção. A pessoa de construção experiente e
informada precisa participar deste desenvolvimento assim que a
edificação a ser construída é selecionada. (5)
A melhoria da construtibi 1 idade resulta do comprometimento
obstinado para aumentar a efetividade de custos porque as decisões
40
iniciais têm !orte influência nos custos e todos os objetivos se
relacionam com custos. A habilidade de influenciar os custos
declina à medida que o projeto avança em suas fases de ciclo de
vida. ( 121)
A construtibilidade é realçada quando são considerados os
métodos de construção. (80)
Os métodos construtivos desempenham papel importante na
definição do projeto porque métodos especiais permitem a
fabricação e a montagem mais eficientes. A flexibilidade de uso
destes métodos apresentam benefícios potenciais por diminuir a
duração do ciclo de vida. (124)
O gerente, durante a fase de construção, tem que desenvolver
um plano para controlar instalações e operações para facilitar a
construtibilidade. Os principais métodos de construção têm que ser
identificados cedo porque eles podem determinar como o projeto
deve ser concebido. (5)
As decisões iniciais de concepção que não consideram o uso de
métodos desejáveis de construção criam os problemas principais de
construtibilidade. A seleção apropriada do enfoque de concepção e
de materiais de construção favorecem métodos benéficos de
construção; por exemplo, oportunidades perdidas de redução de
custos e de programa pelo uso de pré-moldagens de concreto,
construção com formas desl isantes, pré-montagens no canteiro ou
modularização. A seleção do método mais desejável pode exigir
várias iterações entre a concepção e a construção. (122)
A seleção de materiais de construção relaciona-se f6rtemente '-·
com métodos. A avaliação de materiais estruturais e arquitetônicos
alternativos provoca o exame de métodos associados de
41
construção.
O processo de seleção envolve a identificação e avaliação de
alternativas. O papel do pessoal de construção é preparar desenhos
de estudos, criar modelos físicos para visualizar sequências ou
verificar acesso e desenvolver procedimentos para descrever as
operações em detalhes.
A construtibilidade é realçada quando a concepção promove
acessibilidade à mão-de-obra, materiais e equipamentos. (80)
O acesso ao canteiro da obra em muitos casos fixa o tamanho
do equipamento que pode ser usado. Estudos precoces de rotas de
acesso e modos possíveis de transporte e a determinação de quais
modos estão disponíveis são necessários. (5)
O plano de acesso tem que considerar a disponibilidade e as
limitações de rodovias, ferrovias, pontes. Dentro de cidades, os
padrões de tráfego podem afetar seriamente o acesso ao canteiro. O
arquiteto ou os engenheiros devem ter informações precoces de
construção para poder conceber o equipamento que satisfaça as
restrições particulares. Os custos de montar equipamentos e
instalações em um ambiente fabril são menores do que no canteiro.
As necessidades de acesso por trabalhadores, materiais e
equipamentos deve estar refletida no layout da edificação e nos
detalhes de concepção. Os efeitos da falta de acesso podem ser bem
sérios: atrasos, menor produtividade e aumento de danos em partes
executadas. (5)
Em áreas onde o espaço é limitado, a sequência e o layout de
construção devem ser considerados juntos. Atenção especial é
preciso onde edificações adjacentes e linhas subterrâneas afetarão
a construção. A ausência de espaço adequado pode ser uma restrição
42
crítica. A sua disponibilidade determina o tipo de equipamento que
pode ser usado (equipamentos grandes ou pequenos). (76) (123)
Um layout mal feito pode causar problemas de construção como
espaço inadequado para o estágio de fabricação, assentamento e
fechamento, restrições no uso de métodos vantajosos de construção
e incompatibilidade do layout com a divisão desejável de trabalho
de construção. As alterações de layout devem ser analisadas usando
o critério primário de custos. (5)
A pessoa experiente de construção deve prover informações
precoces no planejamento da sequência das atividades de
construção. Onde o espaço é restrito, a ordem especifica na qual
as partes da edificação têm que ser construídas precisa ser
estabelecida.
O sequenciamento das atividades de construção melhora a
construtibilidade de vários modos:
-promove operações repetitivas para se beneficiar da curva de
aprendizagem;
. -maquetes ajudam a ajustar melhor uma sequência de
a ti v idades;
-sequência efetiva diminue congentionamento de áreas e mantém
acessos livres;
-o sequenciamento considera o uso de um mesmo equipamento por
várias empreiteiras;
-escadas e plataformas instaladas precocemente reduzem a
necessidade de andaimes; J
-sequenciamento precoce de atividades no piso minimiza
problemas de lama e permite o uso de andaimes rolantes e
-sequenciamento de atividades de acabamento em corredores e
43
escadas congestionados pode minimizar problemas de danos e
retrabalho. (79)
O plano de instalação de equipamentos é a consideração de
como equipamentos pesados serão colocados na suas posições
definitivas. Acesso fácil da área de montagem ao local definitivo
deve ser providenciado. Em mui tos casos, providências especiais
têm que ser tomadas para içar equipamento pesado para seu local
definitivo. Espaço deve ser deixado para qualquer equipamento de
içamento como guindastes. Em edificações altas, a instalação de
equipamentos mecânicos no topo requer considerações especiais. (5)
Em áreas urbanas onde o espaço é precário, o plano de acesso
tem que prover local para a entrega de materiais programando e
controlando seu acesso à edificação.
Antes que o proprietário adquira equipamentos grandes e
pesados, a pessoa experiente da construção deve rever tamanhos e
pesos para assegurar que as peças cheguem em pacotes consistentes
com o acesso ao canteiro para minimizar montagens caras. A mesma
pes~oa deve ser capaz de prover orientação à equipe do projeto
sobre materiais alternativos para que eles cumpram o mesmo
propósito, mas a custos mais baixos ou mais facilmente
disponíveis.
A construtibilidade é realçada quando os elementos de
concepção são padronizados e repetidos. (80)
A padronização de elementos é baseada no reconhecimento de
que economias podem ser feitas quando o número de variações de
componentes é mínimo. Muitos elementos de um projeto de construção
têm potencial para a padronização. Sistemas de edificações, tipos
de materiais, detalhes construtivos e dimensões podem ser
44
padronizados para aumentar a eficiência na obra.
A padronização pode exigir um passo adicional na concepção. O
arquiteto deve identificar os elementos que têm potencial para
isso. Isto requer um esforço extra para acomodar todos os usos ou
pode-se empregar os padrões dos fabricantes para selecionar
elementos fabricados em escala comercial.
A construtibilidade é realçada quando o trabalho de
pré-montagens é definido antecipadamente e concepções de módulos
de pré-montagens são preparadas para facilitar o transporte, a
fabricação e a instalação. (80)
A aplicação geral da técnica de pré-montagem é montar vários
componentes no canteiro, mas não no lugar definitivo.
Os construtores podem ser motivados para a pré-montagem por
várias razões. O trabalho em altura elevada é mais fácil se for
feito no chão e elimina a necessidade de andaimes. A produtividade
e a segurança são maiores quando o trabalho é transferido de áreas
congestionadas para outras áreas mais livres. (79) H
_ Os esforços de pré-montagem assemelham-se à modularização, ,1 ,..,
mas os produtos são menores em escala. A definição do trabalho de
pré-montagem deve ocorrer no início, de preferência na fase de
engenharia, identificando os componentes do projeto que podem ser \
construídos ou fabricados longe do seu lugar definitivo. (5) ~-· ·····J
Os esforços para a melhoria da construtibilidade devem ser
dispendidos apenas em áreas importantes, escolhidas pelo seu
impacto em custos, programa, funcionalidade, confiabilidade, risco
e incerteza. ( 121)
Os benefícios diretos da construtibil idade são redução de
custos e de duração.
45
. j,
'~ . ...
\
i \
As melhorias da construtibilidade podem reduzir de 10 a 20
vezes os custos dos seus esforços. Em projetos específicos esta
redução pode ser de 6 a 10% dos custos de construção. (5)
Durações menores são desejáveis para diminuir os custos
indiretos e começar o fluxo de receitas mais cedo. A redução do
programa é possível porque a coordenação da concepção com a
aquisição de materiais e a licitação de subemprei tas diminui a
duração total e há menos necessidade de reconcepção pela
incorporação da experiência de construção. (124)
As barreiras à aceitação dos esforços de construtibilidade
são: resistência dos arquitetos que vêm tais esforços como
intromissão; falta de treinamento em construtibilidade;
resistência dos proprietários por temor de elevação dos custos; o
pessoal de construção, por seus papéis tradicionais na obra,
reluta em trabalhar no escritório; os arquitetos e engenheiros
relutam em aceitar sugestões do pessoal de construção; falta de
pessoal qualificado e desconhecimento dos benefícios potenciais.
(5) ,021)
2.2 GERENCIAMENTO DE RECURSOS
Uma causa comum de atrasos em projetos que causam penalidades
e outros efeitos indesejáveis é o engajamento da empresa em muitos
projetos sem dispor de recursos adequados. Excessos de custos
podem ocorrer também quando as limitações dos recursos disponíveis
não são consideradas ao se engajar em um projeto. (3)
Portanto, o gerenciamento de recursos torna-se importante e
envolve:
46
\
(
-estimação e previsão das exigências de recursos por
atividades de cada projeto e resumidas para todos os projetos;
-aquisição, provisão e alocação dos recursos de modo oportuno
e eficiente;
-planejamento do trabalho para que seja realizado dentro das
restrições dos recursos limitados e
-controle do uso dos recursos para realizar o trabalho ~ -~
seguindo os planos.
Os recursos a ser gerenciados desta maneira são: tempo,
dinheiro, pessoas, instalações, equipamentos e materiais.
O tempo é um recurso fundamental que não pode ser gerenciado \. \'
como os outros. Tempo não usado nunca mais pode ser recuperado. ~i
Ele não pode ser guardado ou acumulado para uso posterior e nem
renovado. Tempo é o elemento que relaciona todos os recursos com o
plano do projeto; quanto melhor for gerenciado, mais eficiente
será a fase de execução do projeto. A falta deste gerenciamento
pode resultar no fracasso do projeto. (3) (12) (64) (65)
A estimação da duração das atividades pode ser feita
analisando atividades semelhantes executadas várias vezes no
passado. Se forem mantidos registros íntegros de projetos
anteriores, alguns dados históricos podem ser obtidos de situações
similares e modificados em função das diferenças entre a situação
atual e aquela de onde os dados provêm. (115)
O desenvolvimento de boas estimativas reduz a necessidade de
revisões posteriores do programa, evita atrasos e excessos de
custos e facilita a implantação do plano do projeto. (114)
Segundo CARR (23) estimar é produzir uma afirmação da,.
quantidade aproximada de materiais, tempo ou custos para erigir
47
'•j'
I ' uma \ uma edificação. Esta afirmação da quantidade é chamada
estimativa. Seu propósito é fornecer informações para a tomada de
decisões sobre aquisições, precificação, quantias contratuais de \
pagamento e controle das quantidades reais pelo gerente. I . '', !
Os princípios gerais da estimação são: real idade, nível d.:,,{ \ ', ....
''I detalhe, inteireza e documentação. \
Uma estimativa deve refletir da melhor maneira possíve~ f a I
1 I realidade de um projeto. As melhores informações possíveis de:vem
r estar à disposição dos estimadores.
O nível de detalhes deve ser relevante para a tomada de
decisões. Se um nível particular de incerteza é aceito para tomar
uma decisão, então o nível de detalhes que provoque esta incerteza
é aceitável.
A incerteza significa incluir na estimativa todos os ítens
necessários para a construção; o estimador não deve incluir nada
mais e nada menos.
Uma estimativa é um documento que serve de base para decisões
de _negócio. Ele deve estar numa forma que permita seu
entendimento, exame, verificação e correção. Isto exige que a
fonte de cada número possa ser
hipóteses sobre condições, métodos,
construção devem ser declaradas.
I. rapidamente identificada. \~s
materiais e equipamentos jd~ \P
\
Dois elementos essenciais de um sistema efetivo de estimação
de custos são precisão e oportunidade. Se o tempo que um estimador
leva para produzir uma estimativa de custos for reduzido, a
empreiteira pode participar de um número maior de licitações ou
pode explorar desvios hipotéticos da estimativa e suas
consequências de custos. Se a precisão puder ser melhorada, pode
48
/ I
\ \
,.\
/ J /
ser vantajoso economicamente gastar dinheiro extra em sistemas
mais precisos de controle de custos. (45)
O advento de microcomputadores mais baratos, com maior
capacidade e mais poderosos tornou o uso de softwares de estimação
instrumentos viáveis até mesmo para as menores empresas de
construção. A computadorização do processo de estimação de custos
torna-o mais preciso e mais oportuno. (48)
Os fatores que podem produzir erros na estimação de custos
são muitos, mas alguns ocorrem com freqüencia muito grande.
Alterações de preços é um deles. A solução comumente mais usada é
aumentá-los por uma porcentagem fixada. Uma alternativa mais
adequada é identificar os elementos responsáveis por uma parcela
significativa dos custos do projeto e estimar a taxa de mudança do
preço de cada um porque estas taxas são diferentes.
Os erros que podem ocorrer na estimação dos custos são:
interpretação errada da declaração de trabalho; omissões; escopo
impropriamente definido; programa pobremente definido ou
sup~restimado; EFP imprecisa; não considerar riscos e inflação e
usar técnicas erradas de estimação. (54)
Um programa é a conversão do plano do projeto em um
calendário operacional, auxilia na monitoração e no controle e é
um instrumento importante para o gerenciamento. (64) (65)
O desenvolvimento dos programas de um projeto permite a
identificação de eventos importantes que devem ser objetivamente
mensuráveis. A hierarquia de programas deve conter o programa
mestre e vários outros subordinados a ele. (53)
Os programas criados com base na EFP precisam estar
disponíveis tão cedo quanto possível para a preparação do
49
orçamento. Estes programas devem incluir gráficos de Gantt com os
eventos importantes e de interfaces, uma rede principal
para os diferentes níveis da EFP pois nem todas as
precisam ser programadas no mesmo nível de detalhes.
(65)
e subredies I
a ti vidadles I
i ( 15) ( 6:4)
Um programa para ser efetivo precisa ter as seguintes
características:
-fácil entendimento por quem precisa usá-lo;
-suficientemente detalhado para prover uma base de mensuração
· e controle do progresso;
-capaz de destacar as atividades críticas;
-flexível, facilmente modificável e atualizável;
-baseado em estimativas confiáveis de tempo;
-adaptado aos recursos disponíveis e
-compatível com os planos de outros projetos que compartilham
os mesmos recursos. (29)
Os tipos de programas úteis no gerenciamento de projetos são:
programa mestre, programa de eventos importantes e de interfaces,
programa de produção, programas dos vários níveis da EFP, gráficos
de tendências, redes CPM detalhadas, programas de recursos,
programas de testes e ensaios. O gerente do projeto e os gerentes
de unidades funcionais devem revê-los e escolher os mais
apropriados para cada projeto específico,
ênfase em um elemento do projeto. (3)
I porque eles refletem a
O programa mestre é o programa resumo dos eventos importantes
do projeto, é usado para emitir relatórios de status e para fazer
previsões; fornece a base para monitorar as tendências do~ outros
programas; é usado para preparar programas mais detalhados de
50
engenharia, aquisições, construção e operação inicial. ,1\
O programa mestre é um dos mais poderosos instrumentos que •o
gerente dispõe para executar seu trabalho. Ele interrelaciona
todos os elementos e tarefas do projeto em uma escala comum de
tempo; deve ser baseado na EFP; ser completo e compreensivo;
refletir compromissos contratuais e obrigações do cliente; ajudar
no planejamento do uso efetivo dos recursos; incluir os eventos
importantes e de interfaces e ser útil para a avaliação do
progresso e reportação gerencial. ( 3) ( 29)
A reconciliação do programa mestre com as restrições de tempo
tem o objetivo de determinar a duração do projeto, o caminho
crítico e as folgas das atividades não criticas. Se esta análise
de tempo prever uma duração maior que a originalmente desejada, é
preciso revisar a rede e estudar a alteração das estimativas de
duração de algumas atividades.
O envolvimento de várias subempreiteiras faz surgir um tipo
importante de interfaces: as interfaces de empreitas. Por isso, os
programas individuais devem ser considerados no programa mestre
para identificar estas interfaces. Este procedimento evita ou
minimiza o problema de que o atraso em uma empreita provoque
atrasos nas empreitas seguintes. ( 39)
O programa de eventos de interfaces consiste de um programa
de construção ~ uma lista detalhada das datas exigidas na obra dos
dados de engenharia, equipamentos e materiais. Este programa
torna-se o programa básico para as empreiteiras; os outros
tornam-se programas de comprometimentos detalhados de entregas
pelos fornecedores. Com o programa de eventos de interfaces, os
participantes se comprometem com o desempenho dos seus programas.
51
Assim, a base para o controle está estabelecida. (46)
Até o advento da análise de redes (CPM, precedência) em 1957,
não havia um procedimento formal para auxiliar o gerenciamento.
Cada gerente tinha seu próprio esquema que envolvia o uso do
gráfico de Gantt. Embora este gráfico ainda seja útil, ele é um
meio inadequado de descrever as relações complexas entre as
atividades de um projeto.
O CPM eliminou esta inadequação porque que permite a
representação de um projeto por uma rede. Ela mostra os eventos,
as atividades e como elas se relacionam entre si; é uma abordagem
de todas as técnicas de programação. (64) (65) (68)
O CPM tornou mais fácil a aplicação do conceito de gerente
único do projeto, permite o planejamento integrado de di versos
projetos, facilita a coordenação e controle das atividades de um
projeto, a comparação entre o progresso real com o planejado e a
análise mais oportuna e efetiva de ações corretivas. (33)
A preparação da rede é uma excelente oportunidade para
simular várias maneiras de executar o projeto, evitando erros
caros que provocam atrasos e que podem ser cometidos durante a
execução; é um processo criativo e informativo. As relações de
interdependência entre as atividades de um projeto é um fator
crítico no gerenciamento, mesmo em projetos moderamente complexos;
se expressas verbalmente, podem ser ambíguas. O uso da análise de
redes elimina a ambiguidade e é um instrumento gerencial
extremamente efetivo. (29) (68) (115)
A aplicação dos métodos de caminho crítico permite:
-integração de todas as tarefas com os eventos importantes e
de interfaces;
52
-redução da duração do projeto por sobreposição de tarefas,
quando viável e necessário;
-identificação da cadeia de atividades que forma o caminho
critico e
-avaliação mais efetiva e integrada do progresso real por
todos os participantes.
No inicio, a aplicação do CPM no projeto inteiro é dificil;
recomenda-se aplicá-lo primeiro no programa mestre e, à medida que
se ganha experiência, usá-lo nos niveis mais baixos da EFP. Os
seguintes principias devem ser observados:
-manter a ênfase da rede no programa mestre do projeto:
incorporar os eventos importantes e de interfaces, organizar a
rede para refletir a EFP;
-usar a rede para validar, substanciár e determinar modos de
recuperar o programa mestre mudando apenas por decisões gerenciais
apropriadas;
-escolher cuidadosamente o software quando for usar
proçessamento eletrônico;
-mostrar os resultados produzidos pela análise de redes em
uma escala fixa de tempo para a revisão do gerenciamento superior;
-conduzir doutrinação adequada das pessoas para assegurar o
entendimento e o uso dos resultados. (3)
As propriedades do uso de redes são:
-é uma estrutura que facilita a programação, a monitoração e
o controle do projeto;
-ajuda a comunicação adequada entre as pessoas envolvidas no
projeto;
-facilita a determinação da data de término do projeto e das
53
datas de todas as atividades;
-identifica as atividades críticas e não críticas;
-facilita a coordenação de atividades para evitar conflitos
de uso de recursos. (64) (65)
Uma reserva gerencial de programa deve ser criada no início
do projeto estabelecendo a data planejada de término, antes da
data crítica de comprometimento, por uma quantia razoável de
tempo. Ela provê uma reserva contingencial a ser cuidadosamente
alocada pelo gerente quando tarefas específicas sofrerem atrasos
inevitáveis que afetem o caminho crítico. (3)
A orçamentação é a alocação dos recursos escassos aos vários
empreendimentos de uma companhia. O padrão de restrições de um
orçamento incorpora a política da companhia. O grau de apoio que
as diferentes atividades recebem na alocação dos recursos é uma
medida da importância que seus resultados têm. (64) (65)
O orçamento não é apenas mais uma faceta do plano, nem a
simples expressão da política da companhia; também é um mecanismo
de ~ontrole. Ele serve como padrão de comparação, é a base para
medir a diferença entre o uso real e planejado dos recursos. O
emprego dos recursos deve ser monitorado cuidadosamente para
permitir que os desvios sejam comparados com o progresso do
projeto e gerar relatórios de excessão se os gastos não forem
consistentes com as realizações. (64) (65)
A estrutura do orçamento deve seguir a EFP e o modo como as
informações de custos serão coletadas, caso contrário o controle
será difícil.
As seguintes considerações devem ser feitas:
-cada atividade que vai ser orçada, programada e controlada
54
deve ter um único número do código de contas;
-é desejável que o plano e o código de contas reflitam a EFP;
-resumo por elementos da EFP devem se produzidos e
controlados pelo sistema de contabilidade;
-equilíbrio razoável precisa ser mantido entre o controle
melhor que um grande número de contas proporciona e os gastos
adicionais de mantê-las. (3)
O orçamento e o programa de cada atividade devem ser
desenvolvidos simultaneamente para obedecer as limitações impostas
pelo orçamento base e o programa mestre. O orçamento das
atividades deve ser preparado pelo responsável por sua execução
usando procedimentos e especialistas em estimação e
estabelecimento de preços, deve ser diretamente relacionado com as
atividades mostradas no programa de atividades e permitir a coleta
e a comparação com os gastos reais de recursos. Ele não pode ser
totalmente desenvolvido enquanto a concepção não progrediu a ponto
de permitir estimativas seguras de custos. (3) (15)
A orçamentação deve associar o uso de recursos com a
consecução dos objetivos da companhia senão o processo
planejamento, monitoração e controle é inútil. Se a associação não
for feita, o gerente pode ignorar situações em que os fundos são
gastos antes da obtenção dos resultados, mas que estão dentro dos
limites orçamentários quando analisados por períodos de tempo.
Um aspecto importante da orçamentação é a identificação de
cada receita ou despesa com uma atividade específica e com seus
eventos importantes.
As reservas contingenciais devem ser estabelecidas para itens
do orçamento e baseadas em suas exigências individuais. Elas não
55
devem ser designadas no nível mais baixo da EFP para não
atrapalhar o controle. Os fatores a considerar para estabelecer
estas reservas são incerteza da concepção, tendências de mercado,
mudanças de escopo e pedidos de alterações do projeto. (15)
O estabelecimento da reserva gerencial minimiza os esforços
de reorçamentação quando surgem problemas porque o gerente pode
alocar os fundos desta reserva em ações corretivas. Quando a
reserva não for totalmente usada, seu balanço final é somado aos
lucros do projeto. Apenas uma reserva deve ser criada para cada
projeto, com mecanismos adequados de controle. Esta reserva é
estabelecida em porcentagem dos custos, geralmente 10%. (3)
O gerente deve ter um registro de transações com a reserva
gerencial, elas devem ser feitas obedecendo a procedimentos
adequados de aprovação e controle. Qualquer transferência de
fundos da reserva entre atividades deve ser feita através deste
registro.
Os gerentes podem influenciar os custos de um projeto de
vár~as maneiras. (44)
Fatores de segurança excessivamente grandes para assegurar
desempenho excelente devem ser evitados. Frequentemente, os
membros da equipe do projeto aplicam fatores de segurança grandes
em seus esforços para exceder especificações técnicas.
Na aquisição de materiais, equipamentos e serviços de
subemprei tas, os requisitos devem ser identificados e procurados
os fornecedores de menores preços com qual idade apropriada. O
gerente deve dispor de tempo para esta procura.
A aquisição de recursos e serviços baseada em desenhos e
especificações parcialmente completadas deve ser evitada, Em
56
projetos "fast track", o gerente deve certificar-se de que o
orçamento contem uma contingência adequada para pedidos de
alterações.
Os custos do projeto podem ser diminuídos através da emissão
de pedidos de compras de modo oportuno usando folgas do programa
para evitar que os recursos estejam disponíveis cedo demais
provocando pagamentos prematuros.
Programação é um tipo especial de alocação de recursos:
alocar tempo para as atividades do projeto. (64) (65)
O problema da alocação de recursos físicos está relacionado
diretamente com a programação porque alterando-se o programa,
alteram-se as necessidades de recursos e o momento em que eles
serão usados.
Se o programa do projeto puder ser ajustado para suavizar o
uso dos recursos, é possível evitar atrasos e, ao mesmo tempo, não
sobrecarregar o projeto com os altos custos de se ter recursos em
excesso só por precaução.
_ Discutir os requisitos de tempo de qualquer atividade sem
alguma suposição sobre o nível de recursos não faz sentido. Também
não faz sentido insistir em uma lista completa de todos os
recursos que serão usados em cada uma das centenas de atividades
sem alguma consideração pelo tempo. Deve ter havido alguma decisão
anterior sobre quais recursos serão devotados a cada atividade,
porque a tomada de decisões é baseada em métodos padrões da
prática comum. O problema da alocação de recursos exige uma
consideração mais cuidadosa.
Não é suficiente se referir ao uso dos recursos simplesmente
como "custos". Em vêz disso, deve-se referir a tipos individuais
57
de mão-de-obra, instalações, materiais, peças de equipamentos e
outros dados discretos relevantes para o projeto. \-
Os programas devem ser avaliados não apenas em termos de
atingir os eventos importantes, mas também em termos de uso e
oportunidade de recursos escassos. Uma medida fundamental do
sucesso do gerente é sua habilidade em gerenciar compromissos
entre desempenho, tempo e custos.
Às vezes, é possivel que algum recurso adicional e útil possa
ser alocado a pouco ou nenhum custo extra durante uma crise.
Outras vezes, alguns recursos em abundância podem ser trocados por
outros escassos. Contudo, na maioria das vezes estas trocas
envolvem custos adicionais, então a responsabilidade do gerente é
executar o projeto com aquilo que dispõe.
Nos estágios iniciais do projeto, o gerente deve prever a
necessidade, o tipo e a quantidade de operários especializados,
deve determinar as atividades que usarão a mesma mão-de-obra
durante um mesmo periodo para assegurar que haverá pessoal
disponivel para seu projeto. Em alguns casos, é necessário treinar
pessoal, em outros, trazê-los de outro projeto. Estes custos
precisam ser considerados. (5)
Algum tipo de sistema integrado é necessário para acompanhar
os materiais desde a encomenda até a entrega na obra. Este sistema
minimiza o serviço burocrático ao iniciar o registro quando o
material ou o equipamento é encomendado. Assim que a
responsabilidade passa de pessoa a pessoa, este registro é
atualizado e circulado.
Além do acompanhamento, outra responsabilidade do
gerenciamento de materiais é garantir sua segurança e manutenção
58
quando eles são passados às equipes de trabalho. Ele não é
aplicado apenas aos materiais comprados pelo proprietário, mas
também aos materiais que as subempreiteiras compram para seu
próprio uso. Com isso, reduz-se as perdas de produtividade tendo
os materiais no local e no momento em que são necessários.
O sistema de gerenciamento de materiais deve ser desenvolvido
consultando o pessoal da construção e deve imprimir relatórios por
área de serviço, responsabilidades das empreiteiras, número do
desenho e datas das necessidades no local e datas de entrega.
A acumulação de recursos descreve as quantias de recursos
individuais que um programa existente requer durante períodos
específicos de tempo. As acumulações de cada tipo de recurso são
listadas como função do período de tempo.
A acumulação permite a compreensão das demandas que o projeto
exercerá sobre um determinado recurso da empresa. Ela é um
excelente guia·para um planejamento prévio, é o primeiro passo na
tentativa de reduzir demandas excessivas sobre certos recursos.
Grandes flutuações nas acumulações de recursos são comuns,
mas indesejáveis. Estas flutuações podem ser eliminadas ou
diminuídas pelo processo de nivelamento de recursos.
O nivelamento de recursos tem por objetivo minimizar, período
a período, variações da acumulação, deslocando atividades dentro
dos limites de suas folgas; procura-se criar uma distribuição mais
suave do uso de recursos.
O nivelamento de recursos pode ser feito com modelos
heurísticos ou de otimização. Os modelos heurísticos usam regras
práticas e funcionam bem em várias situações. Os modelos de
otimização procuram a melhor solução, a solução ótima, mas são
59
muito limitados ao tratar situações complexas ou problemas
grandes.
2.3 MONITORACÃO E CONTROLE DO PROJETO
A monitoração é o ato de coletar, registrar e relatar
informações sobre o projeto a todas as pessoas interessadas. (64)
As informações devem estar disponíveis no momento oportuno
para que seja possível exercer o controle efetivo do projeto. O
ponto importante é a criação de um sistema de informações para
fornecer os dados necessários ao processo de tomada de decisões
para manter o desempenho do projeto o mais próximo possível dos
planos, programas e orçamentos. (64) (65) (130)
A função primária de um sistema de informações é tornar o
gerente capaz de assegurar que o projeto está progredindo de
acordo com as metas estabelecidas e formular decisões para a
utilização efetiva dos recursos; coletar e organizar os dados para
ger~r informações importantes sobre os parâmetros de desempenho de
custos e de programa e as relações entre eles e indicar as
melhores ações para resolver problemas. (25) (26) (47) (95) (130)
O melhor momento para se criar um sistema integrado de
monitoração e controle é no início do projeto e seu gerente deve
exigi-lo como um requisito importante. (47)
Uma prática comum é focalizar a monitoração em dados fáceis
de coletar, mas que não são importantes, ou em medidas objetivas
fáceis de ser justificadas às expensas de dados mais subjetivos e
elaborados que são importantes para o controle. A monitoração deve
concentrar-se na mensuração das propriedades dos resultados e não
60
na intensidade das atividades. Critérios de desempenho, padrões e
procedimentos de coleta de dados devem ser estabelecidos para cada
um dos fatores a ser medido. (64) (65)
Os dados de desempenho de custos e de programa devem:
-relacionar os orçamentos por períodos com atividades
específicas;
-indicar progresso do trabalho;
-relacionar apropriadamente realizações técnicas, de custos e
de programa;
-ser válidos, oportunos e auditáveis e
-fornecer aos gerentes informações em níveis práticos de
sumarização. (36)
A mensuração de resultados requer o desenvolvimento de certos
conceitos e filosofias para orientar a coleta de informações sobre
o projeto. Ela deve ser feita em intervalos apropriados para que a
detecção de um desvio aconteça quando ainda há tempo e recursos
disponíveis para corrigí-lo. (25) (26) (99)
Os seguintes conceitos são sugeridos:
-desenvolver mensurações de tendências e resultados através
de informações que surgem do gerenciamento usando a EFP;
-as mensurações devem ser governadas pelo julgamento dos
gerentes e dos profissionais que as executam;
-fatores comuns de mensuração devem ser desenvolvidos a
partir do status de atividades;
-as mensurações devem ser relevantes a cada atividade e devem
ser integradas com as mensurações do projeto todo;
-as mensurações devem ser desenvolvidas para que sejam
aplicáveis tanto nos resultados correntes como nas projeções e
61
("
devem ser feitas em torno de áreas importantes previamente
escolhidas. (25) (26)
O primeiro passo na criação de um Sistema de Informações
Gerenciais (SIG) é identificar os fatores ou características
importantes dos objetivos do projeto que serão monitorados ·e
controlados e como eles se relacionam com as atividades ou grupo
de atividades porque coletar tudo, além de caro, é inapropriado e
estabelecer os limites exatos em que o controle será mantido. Na
sua implantação é importante considerar que o escopo do projeto
dita a complexidade do sistema. (53) (64) (65)
O gerente para monitorar e controlar um projeto necessita de
um conjunto de documentos composto de:
-planos detalhados descrevendo o trabalho a ser feito, o
programa mestre, as necessidades de recursos e as
responsabilidades, orçamento base e um plano e um código de contas
com base na EFP;
-definição dos objetivos e exigências do projeto em termos de
especificações, programas, recursos e itens produzidos;
-redes CPM com definição dos eventos importantes, de
interfaces e outros pontos de exame em termos mensuráveis;
-definição dos resultados especificas e medidas de desempenho
comparados com o programa e o orçamento;
-cálculo e análise de variâncias;
-previsão e tendências de custos e de programa; •·"./
-relatórios oportunos e acurados;
-definição e implantação de sistemas de monitoração e
,I controle;
-mensurações precisas de dados de desempenho e
(
62
-revisões regulares do projeto e de suas atividades. (3) (53)
(64) (65) (115) (126)
O sistema de monitoração deve atender todos os níveis de
gerenciamento. Os níveis inferiores precisam de informações
detalhadas sobre as atividades e os fatores que as afetam e de
relatórios em períodos curtos. Os escalões superiores precisam de
informações mais agregadas e de relatórios com menos detalhes e
com frequência baixa.
O processo de reportação deve ser concebido cuidadosamente
porque os dados de custos e de programa devem ser relatados
periodicamente e comparados com o orçamento base e com o programa
mestre para identificação e reportação de problemas atuais ou
potenciais, assim o seu valor como instrumento de controle não ,é
perdido. O sistema e a forma dos relatórios devem ser
estabelecidos depois da criação do programa mestre e do orçamento
base. ( 3) ( 40) (53) ( 64) ( 65) ( 81 ) ' I
Os relatórios devem consistir da avaliação do progresso,
status dos eventos importantes e de interfaces, análise de
tendências dos custos e análise do trabalho completado comparando
o real com o planejado. (53)
Os relatórios devem fazer referência sobre o status do
projeto, tempo, custos e variâncias e suas causas e efeitos devem
ser identificados. A análise de tendências é outra tarefa
importante após a coleta dos dados. Por último, deve ser feita a
atualização dos planos, gráficos, tabelas e redes CPM. (64) (65) ' A estrutura dos relatórios deve refletir a EFP para que cada
nível gerencial possa exercer o controle em seu próprio nível. O
relacionamento dos relatórios com a EFP é importante para
63
determinar o seu conteúdo e a sua frequência.
A periodicidade dos relatórios é determinada pelas datas de
ocorrência dos eventos importantes e de interfaces que devem estar
identificados no programa mestre e nos outros programas porque
eles indicam pontos onde o gerenciamento toma decisões
importantes, onde ocorrem mudanças importantes na base de recursos
e na tecnologia. A sua ocorrência é uma ocasião oportuna para se
exercer o controle baseado nas informações geradas pela
monitoração. A periodicidade também fica melhor definida com o
auxilio de redes CPM. (8) (64) (65)
Os relatórios podem ser de quatro tipos: rotineiros, de
exceção, de análise especial e de eventos importantes. (64) (65)
Os relatórios rotineiros são aqueles emitidos regularmente;
sua periodicidade é determinada pelos eventos importantes, de
interfaces ou de revisão.
Os relatórios de exceção são orientados para a tomada de
decisões em bases excepcionais sendo preciso documentá-las e
div~lgá-las para outros gerentes.
Os relatórios de análise especial servem para disseminar
resultados de estudos especiais em resposta a·problemas especiais.
Os relatórios de eventos importantes indicam o status_jdo •,
" projeto em um dado instante, servem para manter atualizadas as \, l'J partes interessadas e indicam se as realizações são compat1v1Js
i : com o plano mestre. Neste último caso, estes relatórios são' .f o
,1· • ...
ponto de partida para um planejamento remediador. Ass~m, ·,é \
possível gerenciar vários projetos simultaneamente minimizando ~a' I .
t' .. · ...
I ~ \,.., .
) I
l ·;.·~ \ "
influência negativa que eles podem exercer entre si. (54) ' ., .. / . ' . /
'' '·/
Vários problemas podem ocorrer com os relatórios
64
•\'
projeto. (47) (64) (65)
O primeiro problema, há muitos detalhes nos próp~ios
. I relatórios e nos dados solicitados à equipe. Os relatórios não
devem conter detalhes e informações desnecessárias porque tornam
difícil encontrar as informações importantes. A preparação e
inclusão destes detalhes tornam-se muito caras e podem ser feitas
de maneira descuidada provocando dúvidas sobre os próprios
relatórios.
O segundo problema ocorre quando a interface entre o SIG e os
outros sistemas da empresa é pobre. O gerente encontra
dificuldades na monitoração e controle porque os dados não são
comparáveis e a interação entre o gerenciamento do projeto e a
administração da empresa é fraca. O sistema de informações
existente na empresa deve servir como protótipo para a criação do
SIG. Quando se usa sistemas múltiplos os custos de alimentá-los e
mantê-los aumentam e eles podem provocar aumento de erros.
Estes erros originam relatórios enganosos, baseado nos quais
o gerente toma decisões erradas. Estes problemas podem ser
evitados com a criação de uma base integrada de dados, mantidos em
uma estrutura não redundante para aplicações múltiplas. A
integração dos dados exige planejamento para assegurar o
atendimento de todas as necessidades com mudanças pequenas e
processamento mínimo. Ela permite que os mesmos dados satisfaçam
usuários diferentes. Os sistemas contábeis convencionais são pouco
úteis nesta parte.
O terceiro problema está relacionado com a correspondência
fraca entre o sistema de planejamento e o de monitoração. Se o
último não coleta informações relacionadas diretamente com os
65
' ! '·
v
... ~~ .
planos, o controle não tem sentido. Este problema também é
decorrente do uso do sistema existente em vez de se criar um
sistema mais adequado para monitorar e controlar o projeto. "I
O gerente ao monitorar e controlar custos lida com
comprometimentos. Infelizmente, os sistemas contábeis tradicionais
não são estruturados para atender as necessidades de reportação de
custos, não identificam os comprometimentos, não geram informações
específicas e elas contêm detalhes demais por não haver
uniformidade entre os sistemas. Assim é difícil obter um quadro
geral do projeto e, quando se quer uma resposta para um problema
específico, os dados demoram a ser obtidos. (44) (130)
O quarto problema decorre dos seguintes fatores: informações
não obtidas no momento oportuno; a montagem de um plano de contas
não adequado para o projeto; falta de registro e controle de
comprometimentos; não produção de resumos do projeto; sistema
contábil e de reportação não consideram a estimação de custos no
término. (3)
. A mensagem importante contida nos relatórios é a comparação
entre o que foi realizado e o que foi planejado. As variâncias são
relatadas pelo sistema de monitoração para que o gerenciamento aja
corretivamente, se for necessário.
A monitoração deve fazer algum tipo de análise dos dados e
informações coletados, apontando diferenças em relação aos planos
para que o sistema de controle seja ativado. O bom gerente está
interessado em prevenir problemas e não remediá-los; a monitoração
deve indicar as variâncias que poderão surgir. (64) (65)
O desempenho das atividades individuais deve ser monitorado
cuidadosamente porque o seu ritmo e sua coordenação são
66
importantes. Porém, o desempenho do projeto não pode ser
negligenciado. A contabilidade de custos deve estar relacionada
com as atividades por um plano e um código de contas baseados na
EFP para analisar a relação entre os custos incorridos e o
trabalho realizado. (3) (64) (65)
A situação ideal é aquela em que esta relação é perfeita.
Assim o gerente pode comparar realizações correntes com o programa
e também comparar custos reais com o orçamento. Porém os gerentes
encontram dificuldade em estabelecer esta relação clara e
precisamente. É comum a contabilidade reclamar de um gerente que
excede o orçamento, enquanto seus subordinados se orgulham de ter
adiantado o término do projeto. ( 16) ( 103)
Mesmo o CPM falha em fornecer esta integração. O gerente do
projeto precisa de meios que lhe permitam determinar quanto das
variâncias de custos p~de ser atribuído a atrasos ou acelerações
do programa e quanto pode ser apontado como excessos ou redução de
custos que os métodos convencionais não fornecem e ainda têm três
des'{an tagens. ( 16) ( 103)
Primeiro, eles não correlacionam os custos com as realizações
do programa porque são concebidos em base modular e acumulativa
que mostram apenas os custos das atividades realizadas durante o
período a que o relatório se refere.
Segundo, eles provocam imprecisão por tentar relatar e prever
custos para cada atividade, exigindo dados e relatórios detalhados
em datas especificadas. Como resultado, o gerente é pressionado a
grudar-se no orçamento inicial, tentar uma advinhação baseado na
taxa de gastos do período atual ou aumentar corretivamente seu
orçamento com a crença de que a empresa o apoiará.
67
Terceiro, os relatórios são complicados porque muitas
variáveis são apresentadas juntas, tornando difícil para o gerente
considerar os projetos segundo seus problemas.
Para superar os problemas que os sistemas tradicionais
apresentam e para obter visibilidade satisfatória dos custos
incorridos e potenciais o Ministério da Defesa norte-americano
criou o C/SCSC (Cost/Schedule Control Systems Criteria) (36) em
1967 que exige dos contratados a implantação de novos meios de
medir o progresso e para relacionar as realidades de tempo, custos
e desempenho com o plano mestre do projeto. Segundo Anthony
Hopwood (apud JOHNSON & KAPLAN 52) esta é uma das grandes
contribuições feitas nas décadas de 50 e 60 à contabilidade
gerencial.
Os objetivos do C/SCSC são:
-que os contratados implantem e usem si temas efetivos de
controle gerencial de custos e de programas e
-dar ao governo a possibilidade de determinar o status dos
contratos baseando-se em dados auditáveis e oportunos gerados por
estes sistemas. (36)
O C/SCSC não é um sistema, é um conjunto de critérios
concebidos para definir um sistema adequado de controle gerencial
de custos e de programas que forneça dados mensais de status.
O C/SCSC baseia-se na técnica gerencial orçado versus real
exigindo que o progresso real do trabalho seja quantificado pelo
valor agregado, uma medida objetiva de quanto trabalho já foi
realizado. Sem esta medida, pode-se comparar apenas quanto foi
realmente gasto com quanto foi planejado para ser gasto sem uma
indicação objetiva de quanto do trabalho planejado foi realmente
68
executado.
O C/SCSC exige que o contratado planeje, programe e orce o
trabalho autorizado em incrementos periódicos de valor planejado
constituindo uma base de mensuração do desempenho (o orçamento por
períodos). O estabelecimento desta base é o passo inicial do
C/SCSC. Ela representa o plano interno de trabalho do contratado,
o programa monetarizado para executar o trabalho contratado.
Base de mensuração de desempenho: orçamento por períodos com
o qual o desempenho de custos e de programa é medido; é igual ao
orçamento alocado menos a reserva gerencial. (36)
A base de mensuração de desempenho é igual à soma de todos os
orçamentos periódicos de atividades mais o orçamento não
distribuído. Uma vez estabelecida, ela não pode mais ser alterada
sem a aprovação de um documento formal de alteração. (106)
Orçament~ não distribuído é orçamento identificado com
trabalho dentro do escopo do projeto que ainda não foi atribuído a
uma entidade organizacional especifica. (106)
Assim que o trabalho é realizado, o seu valor é agregado com
base no mesmo valor em dinheiro do orçamento. O valor agregado
comparado com o valor planejado fornece uma medida de realização
do trabalho contra o plano, chamada variância de programa. (36)
Custos Orçados do Trabalho Realizado (COTR): a soma dos
orçamentos de atividades completadas e das porções completadas de
atividades em realização mais a porção aplicável dos orçamentos de
nível de esforços e de esforços compartilhados. (36)
Valor Agregado (VA) = COTR
Esforço compartilhado: esforço que não é prontamente
divisível em atividades, mas que está relacionado em proporção
69
direta com o esforço medido; são as atividades de apoio ao
projeto, como coordenação por exemplo. (36)
Nível de esforço: esforço de natureza geral ou de apoio que
não resulta em um produto final definido, mas que pode ser
relacionado a tarefas discretas identificadas (ensaios,
inspeções) . C 36)
Custos Orçados do Trabalho Programado (COTP): a soma dos
orçamentos de todas as atividades programadas para ser realizadas
mais a quantia de nível de esforço e de esforço compartilhado
programada para ser realizada dentro de dado período. (36)
O COTP representa o orçamento por períodos com o qual o
desempenho será medido; é por períodos porque o orçamento é
atribuído a incrementos programados de trabalho.
Valor Programado = COTP
Uma variância é definida como um desvio em programa ou em
custos de um plano específico. Elas são usadas em todos os níveis
gerenciais para verificar o sistema de orçamentação e
programação. (49) (54)
A variância de programa (VP) é definida pela fórmula:
VP = COTR - COTP
Ou em porcentagem:
VP = (COTR - COTP) I COTP
Uma variância de programa positiva indica uma situação
favorável do projeto e quando for negativa indica uma situação
desfavorável, uma condição de atraso do programa. Ela pode ser
representada por horas, dias, semanas ou mesmo dinheiro. (19) (54)
A variância de programa relaciona trabalho completado com
trabalho programado gerando informações sobre o progresso do
70
projeto em termos de programa. Embora ela forneça um indicador
valioso do status do programa em termos de valor, pode não indicar
claramente se os eventos importantes estão sendo atingidos ou não
porque algum trabalho pode ter sido feito fora de sequência ou
antes do programado. Um sistema formal deve fornecer meios de
determinar o status de atividades específicas e de eventos
importantes, o que pode ser conseguido com o uso de redes CPM.
A variância de programa deve ser analisada junto com outras
informações do programa fornecidas por redes, gráficos de Gantt.
Por si mesma, ela não revela informações sobre o caminho crítico e
pode ser enganosa pois realizações desfavoráveis em algumas áreas
podem ser compensadas por realizações favoráveis em outras. Ela é
uma variância de realizações que fornece um indicador precoce de
problemas de custos quando mostra que o contratado não está
seguindo o plano interno · de trabalho. Análises complementares
devem ser feitas para determinar o efeito nos custos e nos
programas. ( 36)
O sistema contábil do contratado deve fornecer a acumulação
dos custos reais do trabalho realizado que é comparado com o valor
agregado fornecendo uma variância de custos deste trabalho.
Custos Reais do Trabalho Realizado (CRTR): os custos
realmente incorridos e registrados na realização do trabalho em um
dado período de tempo. (36)
A variância de custos (VC) é dada pela seguinte fórmula:
VC = COTR - CRTR
Ou em porcentagem:
VC = (COTR - CRTR) I COTR
A variância de custos é a diferença entre o valor do trabalho
71
realizado durante um dado período e os custos realmente incorridos
em realizá-lo. (106)
Um valor positivo desta variância indica uma situação
favorável (custos abaixo do orçamento) e um valor negativo indica
uma situação desfavorável (custos acima do orçamento). Estes
excessos não significam necessariamente que haverá um excesso
eventual do orçamento porque o trabalho pode estar sendo realizado
mais depressa que o planejado. (20) (54)
As causas das variâncias podem ser pedidos de alterações do
escopo de a ti v idades, problemas técnicos que exigem recursos e
tempo extras, imprecisão das estimativas, produtividade menor,
alterações dos métodos de execução ou variações de preço. O plano
mestre deve ser mudado para refletir estas alterações para que as
comparações não percam seu significado e valor. (37) (64) (65)
As variâncias de custos e de programa devem ser comparadas
juntas porque:
-a variância de custos mede desvios apenas do orçamento e não
fornece uma comparação entre o trabalho programado e o realizado e
-a variância de programa compara desempenho planejado com o
real, mas não inclui, nesta comparação, os custos incorridos. (54)
As variâncias de custos e de programa são importantes porque
forçam a integração de programas com custos, permitem a criação de
um sistema de reportação que tenha esta integração e, quando
calculadas em todos os níveis da EFP, permitem a identificação dos
fatores que as provocam, o desenvolvimento de um plano para
recuperar a posição perdida, determinação do impacto que elas
provocam nos objetivos do projeto e as áreas com problemas. (3)
(37) (54)
72
O uso da EFP na monitoração e controle permite que se faça a
análise de variância em vários níveis de detalhes facilitando o
entendimento e a reportação delas. Neste caso pode-se seguir o
exemplo publicado por SHANK & CHURCHILL (108).
As comparações devem ser feitas no nível de atividades.
Autoridade e responsabilidade gerencial por ações corretivas devem
existir neste ponto fazendo com que a conta de custos seja um
ponto chave de controle gerencial. É importante manter a base de
mensuração do desempenho neste nível porque as comparações entre
desempenho planejado e real não terão nenhum valor se a base
estiver sujeita a flutuações e alterações não controladas. (36)
As variâncias são quase sempre identificadas como itens
críticos e reportadas a todos os níveis da empresa. Variâncias
criticas são estabelecidas para cada nível organizacional de
acordo com as políticas gerenciais e dependem dos seguintes
fatores: fase e duração do ciclo de vida, duração do projeto, tipo
e precisão da estimativa. (54)
Variâncias críticas: as diferenças entre desempenho real e
planejado e que por sua magnitude provocam revisão, análise ou
ação. ( 36) (53)
É importante estabelecer limites razoáveis para as variâncias
criticas. A seleção dos limites deve ser cuidadosa. O contratado
deve estabelecer estes limites e deve analisar apenas as
variâncias criticas. Os limites podem variar com o nível da EFP ou
organizacional, com quantia remanescente de trabalho etc. (36)
Os limites podem ser estabelecidos quando as variâncias de
custos ou de programas excederem uma certa porcentagem do COTP, do
+ COTR ou um valor monetário. Por exemplo, - x % do COTP acumulado
73
ou $ Y, o que for maior. É aconselhável que os limites se
estreitem com o desenvolvimento do projeto por causa dos valores
crescentes da acumulação do COTP, COTR e CRTR.
Outra maneira de se estabelecer os limites é como
porcentagens dos Custos Orçados para Terminar. Por exemplo:
limites da variância de custos = 100(COTR - CRTR) I COT
limites da variância de programas = 100(COTR - COTP) I COT
Isto resulta em limites que se tornam progressivamente
porcentagens menores do COTP e COTR acumulados com o desenvolver
do projeto. No início do projeto estes limites são grandes, então,
para as variâncias iniciais, eles podem ser calculados como
porcentagem do COTP acumulado: + - X % do COT ou + - y % do COTP
acumulado, o que for menor.
Precisa-se tomar cuidado ao estabelecer os limites das
variâncias. Um sistema mui to rigoroso com 1 imites de variância
muito apertados torna a monitoração e o controle muito caros
porque cria muito trabalho burocrático, atualização constante de
programas e orçamentos, relatórios mui to detalhados e em número
excessivo para explicar variações insignificantes. (53)
O desempenho e as tendências de custos e de programa podem
ser medido através de índices. (40) (64) (65) (104)
Os índices são os seguintes: índice de desempenho de custos,
índice de desempenho de programa, índice de desempenho para
terminar, porcentagem completada, porcentagem gasta e índice de
trabalho realizado. (20) (37) (38) (40) (81) (131)
As fórmulas são as seguintes
Índice de desempenho de custos IDC = COTRICRTR
Índice de desempenho de programa IDP = COTRICOTP
74
Porcentagem Gasta (PG) = CRTR I COT
Porcentagem Completada (PC) = COTR I COT
Índice de Desempenho no Término:
IDT = (COT - COTR) I (CET - CRTR)
Índice de Trabalho Realizado = COTR acumulado I COT
\' I
\ J·
; '
Índice de Desempenho de Custos (IDC): indica a eficiência de
custos com que o trabalho está sendo executado. Por exemplo, IDC =
0,94 indica que para cada$ 1,00 gasto recebeu-se$ 0,94 de valor.
Índice de Desempenho de Programa ( IDP): indica a eficiência
do programa com que o trabalho está sendo executado. Por exemplo,
IDP = 0,89 indica que o trabalho está sendo realizado a umà taxa
de 89% da taxa planejada ou para cada$ 1,00 de valor do trabalho
programado foi realizado $0,89 em valor.
Índice de Desempenho para Terminar ( IDT): indica o nível de
eficiência exigido para terminar o projeto. Por exemplo, IDT =
1, 15 indica que o trabalho tem que ser realizado a um nível de
115% para completar o projeto dentro da última estimativa
revisada.
O gerente deve monitorar as tendências das variancias e
projetá-las no término para determinar a validade dos Custos
Estimados para Terminar (CET) e das datas de término; são usados
também para correlacionar o desempenho de custos com o
planejamento financeiro; são a melhor estimativa dos custos totais
no término do projeto e são uma avaliação periódica do status do
projeto. (36) (54)
Custos Estimados para Terminar (CET): estimativa de custos
para terminar o trabalho remanescente.
Custos Orçados para Terminar (COT): a soma de todos os custos
75
\
reais (CRTR acumulado) até a data mais os custos estimados para
terminar o trabalho remanescente. (106)
CET = COT x (CRTR I COTR) (54) (129)
Comparações de COT com CET são exigidas e fornecem variâncias .)
estimadas no término do projeto. (36)
A variância no término (VNT) é a diferença entre os custos
orçados para terminar (COT) e os custos estimados para terminar
(CET). Ela representa em qualquer ponto no tempo uma previsão de
custos acima ou abaixo do orçamento. (37) (106)
VNT = COT - CET
O CET é de interesse primordial e deve ser atualizado
. I periodicamente pelo contratado usando procedimentos aprovados que
incluam avaliação de tendências das variâncias de custos e de I programas junto com informações de outros instrumentos gerenciais. :
O C/SCSC é descrito também nos seguintes trabalhos: (3) (20)
(37) (38) (40) (49) (54) (64) (65) (68) (84) (106) (115) (131)
A fase que segue a monitoração é o controle.
O controle é o ato de reduzir as diferenças entre os planos e1 I
a realidade. As informações são coletadas e comparadas com os
planos; se o desempenho real diferir o bastante do planejado, o
gerente executa ações corretivas para diminuir as diferenças. (64)
(65)
A filosofia, as políticas, os procedimentos e as técnicas de
controle devem ser definidos logo no início do planejamento porque
são a base do controle, devem ser postas em forma de ações e
requisitos específicos associados aos i tens a ser controlados e
devem ser proativos reforçando os aspectos preventivos do
processo. (45) (54) (132)
76
O controle deve estar focalizado nos três objetivos do
projeto medindo o desempenho técnico, de custos e de programa e 1
pode usar os mesmos dados de relatórios rotineiros. (106) (117)
O controle inclui: padrões de desempenho derivados dos
objetivos, metas e estratégias; técnicas de mensuração do
desempenho; comparação do desempenho real com o planejado e ações
corretivas exigidas. (25) (26)
O processo de controle exige que se decida em que pontos do
projeto ele será exercido, o que será controlado, como será
medido, quanto de desvio será tolerado, que ações corretivas
serão executadas e em que nível de detalhes ele será exercido. Ele '
deve ser colocado próximo do trabalho que está sendo executado e
ser operado com mecanismos simples. (64) (65) (71)
O exame da situação de controle deve ser feita com uma visão
ampla, não compartimentada, elemento por elemento. Esta análise é
beneficiada pelo enfoque de sistemas, conseguindo o equilíbrio
adequado entre os objetivos de custos, programa e
des~mpenho. (132)
O propósito do controle é assegurar que as realizações
estejam em conformidade com os planos. Controlar é localizar e
identificar desvios do plano e executar as ações adequadas para
assegurar os resultados desejados. O controle está relacionado com
o presente e envolve a regularização do que está acontecendo
agora. O gerente precisa de um sistema de reportação que seja
sensível ao tempo, isto é, o sistema deve identificar problemas de
uma maneira que permita-lhe tomar decisões e dar diretrizes
enquanto ainda há tempo para fazer uma mudança positiva. (72)
(99) (130)
77
..
Os fatores que podem provocar problemas e que exigem controle
são:
-desempenho: problemas técnicos inesperados e difíceis,
recursos insuficientes para resolvê-los, alterações;
-custos: exigências de recursos extras, aumento do escopo do
trabalho, estimativas mui to baixas, reportação fraca ou atrasada,
orçamentação inadequada, ações corretivas atrasadas;
-tempo: estimativas otimistas, sequenciamento errado de
atividades,
atividades
recursos não disponíveis quando necessários,
precedentes atrasadas, alterações que exigem
retrabalho. (64) (65)
Melhorias reais no gerenciamento de projetos podem ser
conseguidas pela atenção em desenvolver e usar bons sistemas de
controle gerencial de custos e de programas e iniciando ações
corretivas oportunas quando um problema é identificado. Os
sistemas não são as fontes usuais de problemas de controle, mas a
falta destas ações em resposta a variâncias excessivas mesmo
quat:-do claramente identificadas. (36) (115)
A identificação cuidadosa de indicadores de tendências de
custos, programas e parâmetros técnicos é vi tal para o processo
global de controle. Um sistema compreensivo de informações pode
fornecer ao gerente um instrumento importante para identificar
precocemente áreas com problemas. (130)
Muitas técnicas e instrumentos de controle são aplicáveis em
vários tipos de projeto, porém não existe um sistema abrangente.
Eles devem ser criados para atender a situação, as necessidades e
as exigências específicas de um projeto ou de uma empresa. Os
controles devem ser adequados às a ti v idades, se a situação é
78
informal, o sistema deve refletir esta informal idade. ( 130) ( 132)
Atualmente a monitoração e o controle de um projeto podem ser
executados em bases diárias por causa do baixo preço de
computadores e facilidade de processamento eletrônico de dados, o
que facilita a criação de sistemas mais poderosos. Até as empresas I
pequenas podem usufruir destas vantagens. A tendência atual destes•
sistemas é integrar vários softwares (bases de dados, tabelas,
processamento de textos, gráficos, desenhos). (64) (65)
Outro fator comum a todos os projetos e que precisa ser bem
controlado é a ocorrência de alterações
O controle de alterações evita situações que podem ameaçar a
boa execução do projeto. A documentação das alterações provê um
canal de comunicação entre o proprietário e a empresa que executa
o projeto; deve-se assegurar que todas as alterações sejam
apropriadamente descritas, identificadas e expedidas através desta
documentação. (53) (59)
As alterações não controladas e não notificadas são uma causa
pri~ária de atrasos e aumentos de custos. As pessoas desejam
produzir o melhor resultado possível, independente do objetivo
estabelecido. Por isso, é preciso vigilância e disciplina
constantes para controlá-las e avaliá-las através de procedimentos
estabelecidos. (3) (43) (78) (109) (129)
O gerente consegue controlar as alterações por:
-insistir em declarações bem documentadas do trabalho,
programas e orçamentos;
-monitorar os resultados assegurando que as especificações e
condições contratuais estão sendo satisfeitas;
-monitorar variâncias de programa e de custos para
79
l
identificar tarefas cujo escopo pode ter expandido e iniciar ações
corretivas;
-insistir em declarações revisadas de trabalho, programas e
orçamentos onde um aumento de escopo é exigido pelo cliente;
-controlar e monitorar o contacto direto do cliente no nível
de trabalho, evitando que membros da equipe façam acordos não
autorizados que alterem o escopo do trabalho de qualquer tarefa;
-participar pessoalmente de qualquer acordo de compromissos
entre membros da equipe e o cliente. (3)
A indústria de construção civil precisa controlar os custos
de uma maneira mais rigorosa para tornar os projetos viáveis e
lucra ti vos. ( 43)
Os sistemas de informações usados pela construção civil não
possibilitam prever para onde o projeto está indo e quais serão
suas necessidades. Eles têm feedback cada vêz mais lento, com
menos informações. Se um mestre-de-obra chega ao trabalho e é
informado da falta de tijolos, ele encomenda mais. Se a entrega
dem?ra três semanas, o projeto atrasa, será concluido vagarosa e
ineficientemente. Muitas empreiteiras operam assim há anos. (83)
É necessário um sistema que forneça feedback aos tomadores de
decisão em tempo mínimo para se obter o máximo impacto no controle
das operações. Para resolver estas dificuldades e melhorar a
qualidade das informações é preciso melhorar a monitoração, os
padrões de comparação, o sistema de análise e processamento de
informações e os relatórios. É aqui que a indústria de construção
civil está tendo suas maiores dificuldades. (83)
As necessidades, em termos de monitoração e controle, das
empreiteiras de edificações não têm sido atendidas. A atenção têm
80
sido dada às empreiteiras que executam projetos grandes e pesados.
Os recursos disponíveis, pessoal especializado e altamente
treinado em sistemas complexos e computadorizados, têm pouca
relação com as exigências das empreiteiras de projetos pequenos e
médios.
Os sistemas de controle de custos e de programa usados nos
projetos de construção civil não são tão efetivos quanto deveriam
ser. Eles são sistemas de registros de custos para atender aos
contadores e não aos gerentes. O gerenciamento deve usar técnicas
modernas para controlar o projeto. O controle implica em ação, a
intenção de comprometer fundos deve ser relatada e o desempenho
físico deve ser medido para desencadear ações corretivas quando
necessário. (43)
Quando a empreiteira principal subempreita partes do projeto,
ela abandona o controle direto sobre mão-de-obra, materiais,
equipamentos e métodos construtivos. Seu papel limita-se ao
planejamento, supervisão, programação, emissão de relatórios de
progresso, reuniões de coordenação e aprovação de pagamentos às
subempreiteiras e fornecedores. (102)
A monitoração e o controle podem ser melhorados com o emprego
do C/SCSC com pequena adaptação porque um projeto de construção
civil tem detalhes que facilitam sua aplicação.
Neste caso, o progresso e o valor agregado de cada atividade
podem ser calculados por: (35) (120)
Porcentagem concluída (PC) = ~ (PAi) * Ai
Valor Agregado (VA) = orçamento atual da atividade * PC
onde:
PAi = porcentagem de agregação do ponto de controle número i
81
Ai = progresso real conseguido no ponto de controle i em
porcentagem.
A aplicação do VA é bem sucedida quando são identificados
eventos importantes do ciclo de vida do projeto e são criadas
regras de agregação para cada evento. Elas definem um valor para
cada ponto. Os valores de agregação podem ser expressos como
porcentagens do orçamento, da duração ou de uma unidade de
trabalho. (120)
TIPO UNIDADE REGRA DE DESCRIÇÃO AGREGAÇÃO
Equipamento cada montado 15% próximo do lugar mecânico instalado 45% montado no lugar
aceito 40% inspecionado p/ CQ
Cabos m puxados 50% dentro do duto elétricos ligados 30% ligados nos extremos
aceitos 20% inspecionados p/ CQ
Figura 2.3. 1: Exemplo de regras de agregação
Além da EFP, uma outra estrutura de fracionamento é
estabelecida: a Estrutura de Fracionamento da Organização (EFO).
Ela atribue responsabilidades em cada conta de controle
estabelecida no nível desejado de detalhe na EFP; por ex, o
supervisor responsável pela conta de controle concretagem das
vigas da área A no piso 4. (94)
Estrututa de Fracionamento da Organização (EFO) (Fig. 2. 3. 2
p. 84) é uma extensão da EFP que representa o trabalho empreitado
a ser feito e o modo como ele será gerenciado. (36)
Este modelo exige o uso da EFP logo no início do projeto,
porque o trabalho deve ser programado de acordo com ela e cada
conta de controle da EFP terá seu próprio orçamento de custos dos
82
recursos e se tornará uma atividade de uma rede CPM. Cada conta de
controle torna-se, assim, reposi tária de dados com os seguintes
itens: escopo do trabalho, número de código, datas planejadas e
reais de inicio e término e custos orçados e reais. (94)
As contas devem estar no nivel mais baixo da estrutura para
permitir as comparações entre custos reais e orçados; devem estar
em um nivel que permita determinar os elementos (COTP, COTR e
CRTR) e os fatores que contribuem para as variâncias; depois estas
informações devem ser resumidas através da estrutura da EFP e da
EFO para a reportação aos niveis superiores do gerenciamento. (36)
O modelo exige um sistema de codificação das atividades para
fornecer um mecanismo de identificação e endereçamento. Este
sistema deve ser desenvolvido e padronizado para atender as
necessidades e particularidades de cada empresa.
A computadorização de algumas funções de controle de projetos
de construção civil é comum, atualmente, na indústria. O termo
gerenciamento de projetos tornou-se sinônimo de sistemas de
programação baseados em microcomputadores. Um sistema de
gerenciamento é mais amplo, mas o termo foi cunhado por vendedores
de software para aumentar a atração de seus produtos. O emprego de
computadores é mera automatização de procedimentos manuais
tradicionais. (50) (98)
83
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110000 SOLO
131000 PISO 1
13~111 FORI.4AS
I CONTA CE I COHTROL(
120000 FUNDACO(S
132000 PISO 2
13~10 VIGAS LAJES
134112 ARt.AACURAS
I CONTA CE I I CONTROLE
PROJETO
130000 (STRUTURA
133000 PISO 3
134100 AR(A A
134120 PARECES
13.113 CONCRETO
CONTA DE COIHROL[
nJ113A11l-1223 LÀHCAR CONCRETO ALISAR CONCRETO CURAR CONCRETO
Figuro 2.3.2. - INTEGRACAO DA EfP COM A EfO
84
1~0000 l.tECAHICA
13~000 PISO ~
134200 AREA 8
1!~130 PILARES
150000 (L.ETRICA
135000 PISO 5
13~300 AR(A C
2.4 AVALIAÇÃO E AUDITORIA DO PROJETO
Cada área de custos, programa ou desempenho técnico pode ser
avaliada separadamente. Contudo, existem relações complexas entre
elas. Então é necessário aval i ar o projeto nestas áreas
simultaneamente em uma base integrada. Problemas técnicos causam
atrasos, atrasos aumentam os custos, aumentos de custos podem
afetar a qualidade, ações corretivas em um área podem causar
problemas não previstos em outra área. (3)
Os cinco métodos básicos de avaliação do projeto são:
observação direta, interpretação de relatórios verbais e escritos,
exibição gráfica de informações, reuniões de revisão e centro de
controle do projeto. (3)
A observação e o contacto diretos com a equipe do projeto são
meios valiosos de determinar o progresso fisico e identificar
problemas potenciais. A dispersão geográfica, o tamanho e a
complexidade do projeto podem limitar o número de observações que
o gerente deve fazer em bases periódicas. Mesmo em condições
ideais, avaliações e informações adicionais são necessárias.
Os relatórios verbais têm a vantagem de ser bem atuais, mas
têm a desvantagem de ser fácilmente distorcidos, mal entendidos e
esquecidos. A responsabilidade por eles praticamente não existe.
Os relatórios e documentos escritos são valiosos e alguns
indispensáveis. Contudo, frequentemente são menos efetivos do que
poderiam ser porque:
-muitos relatórios são pobremente concebidos, muito
detalhados e dificeis de entender;
-nos relatórios em forma de tabelas numéricas, é dificil
85
identificar pontos significativos de mudanças e tendências;
-relatórios escritos de progresso técnico podem descrever em
grandes detalhes o que foi feito em um dado periodo, mas raramente
apresentam informações significativas sobre áreas com problemas
atuais ou potenciais.
Alguns passos que podem melhorar a efetividade de relatórios
são: sumarização apropriada para o propósito em vista; uso da EFP
para resumir informações; comparações e quocientes; comparação com
relatórios anteriores para mostrar tendências; reportação seletiva
das informações de interesse apenas do destinatário e conversão a
exibição gráfica.
A exibição gráfica de elementos importantes de informações
melhora a habilidade do gerente em avaliar o projeto em um base
integrada. Quando apropriadamente concebidas, as exibições
gráficas são efetivas porque:
-grandes quantidades de informações complexas podem ser
apresentadas em forma pictórica de fácil entendimento;
. -mudanças nas taxas de progresso ou de gastos podem ser
facilmente identificadas;
-tipos diferentes de informações (programa, custos e técnica)
podem ser apresentadas simultaneamente para análise integrada e
-planos originais, desempenho passado e previsões podem ser
facilmente mostrados e comparados.
A exibição gráfica tem desvantagens: é necessário esforço
extra para conceber, preparar e manter vários gráficos e tabelas e
a exibição de informações em nivel muito denso pode desorientar o
gerenciamento ao esconder problemas.
Relatórios detalhados de apoio são necessários para preparar
86
e manter as exibições gráficas e efetuar análise profunda de
problemas aparentes indicados por tais gráficos.
A realização de reuniões periódicas e regulares de avaliação
é uma prática recomendada em todos os projetos. O propósito
primário destas reuniões é:
-identificar problemas exigindo ação do gerenciamento ou
oportunidades para acelerar o programa ou reduzir custos;
-obter concordância das pessoas importantes que os problemas
realmente existem e requerem ação;
-identificar a pessoa responsável pela ação para resolver
cada problema ou explorar cada oportunidade e registrar a
atribuição de ações relacionadas e
-examinar continuamente atribuições prévias de ações para
assegurar sua execução.
Os problemas não são resolvidos nas reuniões de revisão;
devem ser realizadas reuniões separadas para isso e devem estar
presentes apenas as pessoas relacionadas diretamente com o
pro~ lema.
As reuniões de revisão e avaliação do projeto para ser
efetivas exigem que:
-sejam realizadas semanalmente ou em outro intervalo regular
qualquer previamente programado para que os participantes se
preparem para elas;
-os participantes designados compareçam;
-sejam breves e sigam uma agenda preparada e
-atribuições por escrito de ações corretivas com os nomes das
pessoas e datas devidas sejam preparadas e distribuídas
antecipadamente.
87
Um centro de controle ou de gerenciamento do projeto tem os
seguintes propósitos:
-fornece um lugar único para a exibição concentrada de
informações relevantes sobre o projeto;
-serve como representação física do projeto lembrando a todos
sua existência, status e importância;
-serve como lugar de reunião de avaliação e revisão e outras
conferências importantes e
-fornece através de exibição simultânea de informações
gráficas, tabulares, narrativas e pictóricas meios mais efetivos
para o gerente e outras pessoas integrarem mentalmente estas
informações, aplicar julgamento e intuição e identificar problemas
atuais ou potenciais exigindo ação corretiva.
A avaliação é feita para informar ao gerenciamento superior o
status global do projeto. Os problemas que podem ameaçar o
programa, os lucros ou o orçamento não devem ser escondidos e
devem ser comunicados com cuidado.
Ao comunicar um problema, o gerente do projeto deve declarar:
o problema; a causa; o impacto esperado no programa, no orçamento,
nos lucros ou outras áreas; a ação corretiva executada ou
recomendada; os resultados esperados e o que o alto gerenciamento
pode fazer para ajudar.
A reportação ao cliente deve ser feita de acordo com os
termos contratuais. Os relatórios devem ser escritos e fornecem a
oportunidade para documentar seus pedidos de alterações que podem
ter impacto no programa, orçamento ou escopo. Outros fatores como
greves, inundações, atrasos de fornecedores, falta de materiais
podem também ser incluídos nestes relatórios.
88
No processo de avaliação, o gerente deve avaliar também o
progresso usando o seguinte procedimento:
-progresso até a data: anotam-se as atividades completadas e
o trabalho já realizado nas atividades em execução;
-trabalho remanescente: o tempo para concluir as atividades
em execução é estimado e registrado, fazendo-se o replanejamento
ou re-estimação das atividades futuras, se houver necessidade e
-determina-se o impacto no término das atividades e na
ocorrência dos eventos importantes e de interfaces.
Este processo começa no nível mais baixo da EFP e é repetido
em todos os níveis superiores com ênfase nas interfaces das
atividades. A determinação do progresso é facilitada se o
gerenciamento usar redes CPM na programação.
Em projetos grandes ou complexos, o procedimento deve ser
formal; em projetos médios o gerente pode usar processos menos
formais. Em qualquer caso, deve contar com listas de: eventos de
interfaces, coordenação de eventos, eventos aprovados e de revisão
de eventos. Ele deve fornecer aos supervisores das atividades
listas dos eventos de início e término das interfaces com suas
datas previstas.
Os relatórios mensais de progresso, quando exigidos pelo
gerenciamento superior, devem conter as seguintes informações:
-resumo do status: parágrafo breve ressaltando o status atual
do projeto;
-plano de recursos mostrando os recursos importantes ou
limitados;
-realizações principais e programa futuro: descrição das
realizações durante o período corrente e mudanças significativas
89
do programa;
-áreas com problemas reais ou potenciais: declaração dos
problemas principais, ações corretivas exigidas e possível impacto
no projeto;
-desempenho de custos: comentários sobre a situação atual dos
custos com referência aos relatórios de desempenho de custos e
-exibições: programa mestre resumido, programas detalhados e
relatório de desempenho de custos.
O projeto pode ser avaliado em qualquer tempo antes, durante
ou depois que o ciclo de vida terminou. Contudo, há quatro tipos
principais de aval i ação: ( 118)
-avaliação pré-projeto: seleção de um projeto para determinar
se ele se encaixa nos objetivos e na estratégia global da
companhia;
-avaliação contínua do projeto: determinação do status
durante o ciclo de vida;
-avaliação no término do projeto: determinação imediata do
suc~sso no término e
-avaliação pós-projeto: determinação do sucesso do projeto
depois de algum tempo de seu término.
Uma avaliação pré-projeto deve ser feita sempre que possível
para determinar se o projeto proposto é ou não aquilo que a
companhia deseja fazer ou deveria estar fazendo.
A avaliação contínua é essencial para que todos os projetos
sejam executados com sucesso. Ela deve ser baseada na determinação
de como os esforços estão em comparação com o que foi planejado.
Os objetivos da avaliação contínua são:
-prover visibilidade das relações entre custos, programa e
90
desempenho técnico;
-identificar problemas antes que eles ocorram para que sejam
evitados ou seus efeitos minimizados e
-identificar oportunidades para acelerar o programa, reduzir
custos ou promover avanço técnico e explorá-las antes que elas
sejam perdidas. (3)
Poucos projetos recebem uma avaliação rigorosa no seu
término. O projeto terminado é, geralmente, considerado como algo
do passado; a equipe tem novos interesses e os outros projetos
parecem agora mui to mais importantes. Porém, perde-se uma
oportunidade valiosa para aprender com o sucesso ou o fracasso do
projeto. (3) (118)
Erros são cometidos em todos os projetos; por isso a
avaliação pós-projeto é exigida para identificá-los, determinar
seu impacto, como podem ser evitados e iniciar as mudanças e
melhorias apropriadas nos procedimentos e políticas gerenciais
futuras. (3) (96)
. O propósito da avaliação pós-projeto não é uma tentativa para
mudar o que já aconteceu; ao contrário, ela tenta capturar a
essência do sucesso ou fracasso para que os projetos futuros
possam se beneficiar de experiências passadas, perpetuando as boas
e corrigindo as más. (25) (26) (64) (65) (96)
Ela é um exame inteligente e abrangente de projetos
completados, é de grande auxílio para os projetos em execução ou
futuros, é um instrumento construtivo e valioso e leva à
reconciliação de fatores relevantes. (96)
Esta avaliação deve ser feita um tempo razoável depois do
término permitindo que um período adequado passe para que seja
91
possivel avaliar o sucesso do projeto, mas não um tempo mui to
longo senão os registros estarão perdidos e a memória se
desvanecerá completamente. Um periodo de um a três meses é o
intervalo mais adequado. (3)
O exame deve ser feito em cinco áreas: objetivos; planos,
custos e orçamentos; recursos humanos; encerramento e implicações
técnicas e gerenciais. Os elementos em cada área têm sua
importância ditada pela natureza do projeto e é muito importante
identificar os que são relevantes para os projetos futuros. (96)
A avaliação pós-projeto é aplicada através de um documento
relativamente formal composto de quatro sessões distintas.
l-Os objetivos do projeto. O relatório da avaliação
pós-projeto deve conter uma descrição dos objetivos do projeto,
indicando se eles foram atingidos ou não. Geralmente esta
descrição é tirada da proposta e deve incluir os efeitos de todos
os pedidos de alterações emitidos e aprovados durante a execução
do projeto.
2-Eventos importantes, pontos de exame e orçamentos. Esta
sessão do documento começa com um relatório completo do desempenho
comparado com o programa e o orçamento, indicando os fatores que
contribuíram para os acertos e os erros. Isto pode ser feito
compilando-se e editando-se os vários relatórios de status feitos
durante a execução do projeto. As variâncias de
programa devem ser destacadas. (3) (64) (65) (96)
custos e de
Desde que não tenham acontecido alterações drásticas, é
possivel comparar os custos reais com os orçados. Podem ser feitas
recomendações sobre custos que não foram adequadamente
controlados; acréscimos contingenciais por causa da inflação e de
92
dificuldades técnicas; dilatação não controlada do programa e
custos adicionais da não disponibilidade de recursos. (96)
Apesar das dificuldades desta comparação ela é critica. As
outras áreas podem ter sido bem sucedidas, mas se os orçamentos
foram excedidos sem alguma reconciliação forte ou fator mitigante,
a empresa corre risco de não sobrevi ver a projetos futuros. O
objetivo da avaliação desta área é procurar padrões porque podem
existir custos que são repetidamente mal estimados.
A comparação cuidadosa dos custos reais com o orçamento base
permite identificar atividades em projetos futuros onde a redução
de custos é possivel sem prejudicá-los.
3-Relatório final dos resultados do projeto. Quando as
variâncias são indicadas, nenhuma distinção precisa ser feita
entre variâncias favoráveis ou desfavoráveis; a atenção dos
gerentes deve ser dirigida para os problemas, a preocupação é como
aconteceu e não o que aconteceu. (64) (65)
4-Recomendações para Melhorias. O ponto culminante do
rel~tório da avaliação pós-projeto é um conjunto de recomendações
descrevendo como os futuros projetos poderão ser melhorados pela
mudança em politicas e procedimentos para eliminar as causas de
problemas. (3) (64) (65)
Um outro tipo de avaliação do projeto é a auditoria,· uma
inquirição mais ou menos formal sobre qualquer aspecto dele; é uma
força externa útil para o sucesso do projeto e para compensar as
possiveis fraquezas do gerenciamento. (25) (26) (64) (65) (100)
A auditoria é uma avaliação independente. Ela deve ser
conduzida e apresentada de uma maneira e em um formato que
assegure ao gerenciamento que todos os aspectos pertinentes foram . _., r
93
considerados. Ela deve ter a credibi 1 idade do grupo de
gerenciamento para o qual ela é realizada e da equipe do projeto
sobre a qual ela é conduzida.
Ela pode dar uma compreensão da eficácia das principais
decisões prévias e uma orientação para decisões futuras e é um
auxilio para melhorar o gerenciamento. O seu foco deve ser
dirigido aos pontos que permitam identificar e entender os pontos
fortes e fracos do projeto e de seu gerenciamento. (25) (26)
A auditoria do gerenciamento vai além do exame dos registros \ r '-l !
financeiros. Ela se preocupa com todos os elementos do projeto:
objetivos, planos, recursos, programas, orçamentos, realizações,
metodologia, procedimentos, registros etc. (64) (65) ( 100)
Mesmo em projetos sem complexidade, auditorias em momentos
oportunos reduzem as possibilidades de fracasso. Os projetos
fracassam por uma série de razões. Alguns jamais deveriam ter sido
iniciados; uma auditoria oportuna descobriria esta circunstância e
provocaria o encerramento deles evitando o fracasso futuro e
eco~omizando os recursos da companhia. Outros falham porque os
erros não são corrigidos quando ocorrem, mesmo quando algum membro
da equipe tem conhecimento deles. Quando se permite que os erros
persistam, o tempo passa e os passos seguintes podem agravá-los.
Situações reparáveis transformam-se então em fracasso. (100)
A auditoria não deve ser feita de surpresa. Sendo avisados, o
gerente e sua equipe podem se preparar para ela, tornando-a mais
produtiva. Ela pode ser planejada ou não, dependendo do tipo de
projeto.
As auditorias planejadas devem seguir o seguinte programa:
-revisão do plano do projeto ainda na forma de esboço;
94
-uma primeira auditoria logo depois que o projeto foi
organizado;
-uma segunda auditoria quando aproximadamente 20% do programa
ou do orçamento foi gasto, o que ocorrer primeiro e
-uma terceira e seguintes em pontos importantes ou para
verificar se as ações corretivas determinadas em auditorias
anteriores foram executadas.
As auditorias não planejadas devem ser feitas quando os
membros da equipe percebem que o projeto tem ou poderá ter
problemas ou estão inseguros sobre seu status. Neste caso, eles
conseguirão uma avaliação precisa e se é necessário corrigir a
situação.
Uma audi teria especial deve ser executada quando há troca
inesperada de gerente do projeto para dar ao novo gerente um
entendimento claro das condições correntes do projeto. Os dois
gerentes devem estar presentes. Este tipo de audi teria minimiza
surpresas e permite ao novo gerente executar ações corretivas no
momento oportuno.
No instante em que se toma a decisão de se fazer uma
auditoria gerencial de um projeto há uma razão pela qual o
gerenciamento superior escolheu um projeto em particular. Esta
razão ou propósito estabelece o escopo da audi teria. Como isto
indica a área de maior preocupação, não é necessário realizar uma
revisão total de todas as áreas do gerenciamento do projeto.
Contudo, se ainda é cedo no programa, é conveniente examinar todas ,.
as áreas. (24)
O fator mais importante é ter as áreas de audi teria bem '
definidas e compreendidas desde o início. Assim, não haverá
95 :{(
desentendimentos sobre os objetivos e expectativas do
gerenciamento superior e no que os membros da equipe de auditoria
se concentrarão. A fase inicial de um projeto é onde as fraquezas
em estimação, programação, relações de interfaces e controle de
custos aparecerão.
A preparação de um plano para conduzir a auditoria ajuda não
apenas a equipe de auditoria, mas, também, a equipe do projeto em
saber do que a auditoria precisa e onde ela concentrará sua
atenção. O plano de auditoria deve ser um esboço detalhado de
áreas a ser examinadas.
Nesta preparação, os problemas e falhas de outros projetos
podem fornecer uma indicação ou um padrão para julgar o desempenho
do projeto. Estas lições aprendidas devem ser identificadas para
determinar se estão sendo repetidas e são fontes de problemas ou
um beneficio aplicado com sucesso. Também é importante identificar
as atividades que estão sendo bem executadas.
Depois de completada a preparação do plano e selecionada a
equ~pe completa de auditoria, deve ser realizada uma reunião entre
o gerente do projeto e o chefe da auditoria. Isto permite que o
gerente do projeto entenda o escopo da auditoria, as áreas que
serão cobertas e as necessidades da equipe de auditoria.
O chefe da auditoria e o gerente do projeto podem desenvolver
uma lista de dados a ser fornecidos tão logo quanto possível.
Estes dados podem ser obtidos nos seguintes documentos: planos
detalhados, procedimentos de monitoração e controle, acréscimos
por riscos e contingências, o arranjo da equipe do projeto,
interfaces internas, o sistema de reportação, relações com o
cliente, relações com fornecedores e subcontratantes,
96
contabilidade, faturamento, cobranças e outras matérias
essenciais. (24) (100)
A auditoria pode ser realizada tanto por pessoal interno como
externo. Em algumas situações, o pessoal externo pode ser mais
efetivo por não ter nenhuma tendenciosidade e por ser capaz de ver
melhor as causas ou as razões de problemas. Contudo, qualquer que
seja o pessoal escolhido, o alto gerenciamento deve fazer ver, de
forma escrita ou verbal, que a auditoria tem seu apoio. Assim, os
individuas nos escalões inferiores aceitarão e reconhecerão melhor
a auditoria. Quando as auditorias são raramente executadas, elas
se tornam mais suspeitas e o pessoal tende a ser menos cooperativo
do que quando elas são rotineiras e encaradas como um modo normal
de negócios. (24)
O ponto inicial de contacto e arranjos de entrevistas deve
começar com o gerente do projeto e é apropriado que a equipe
auditora inteira participe do primeiro encontro. Neste encontro
deve ser discutido e esboçado o plano de contacto para as
entrevistas individuais que se seguirão. O melhor procedimento é
indicar um membro do projeto para servir de intermediário e para
marcar todas as entrevistas.
As entrevistas devem seguir a estrutura organizacional
começando no topo e descendo para os nfveis mais baixos. Isto
permite aos que estão no comando a oportunidade de fornecer dados
que eles acham importantes e indicar áreas que podem ter infuência
no sucesso ou no fracasso do projeto.
Quando o auditor termina as entrevistas e junta e analisa os
dados, ele terá chegado a conclusões que podem ser chamadas de
descobertas. Elas representam a culminação do trabalho do auditor
97
e requerem um esforço concentrado para assegurar que estão
claramente declaradas no relatório.
O relatório é o produto final dos esforços combinados da
equipe de auditoria. As recompensas do esforço de auditoria e da
efetividade das ações corretivas posteriores dependerão da maneira
pela qual o relatório é escrito e apresentado. As descobertas
devem ser claramente descritas e as discussões devem conter apenas
informações factuais como apoio às descobertas. (24)
A grande oportunidade para as recompensas da auditoria do
gerenciamento aparecerá nos projetos futuros quando se poderá
evitar as falhas cometidas. Os resultados da auditoria revelarão
problemas que, se entendidos e tornados visíveis, ajudarão o
gerente a evitar _ou reduzir a possibilidade de ocorrerem
novamente.
As lições aprendidas na auditoria de um projeto podem
fornecer as bases de um plano para o gerenciamento de novos
projetos:
-revisões gerenciais mais frequentes no início do projeto;
-seleção mais cuidadosa de pessoas importantes e com
experiência comprovada e
-determinação precoce da satisfação do c 1 ien te. ( 24)
2.5 ENCERRAMENTO DO PROJETO
A habilidade com a qual o encerramento do projeto é
gerenciado tem grande influência na qual idade da vida depois do
projeto. Esta fase raramente tem muito impacto no sucesso ou falha
técnica, mas tem grande influência nas atitudes do cliente, do
gerenciamento superior e da equipe em relação ao projeto. (65)
98
Neste ponto, os problemas foram resolvidos ou ignorados. Os
planos de implantação foram desenvolvidos. O cliente está
satisfeito ou irado. Na indústria de construção o encerramento é
mais fácil porque a equipe se move para um outro projeto.
O processo de encerramento nunca é fácil, é sempre complicado
e, por mais que se queira evitá-lo, é inevitável.
O encerramento do projeto é mais fácil de se falar do que de
se fazer. O gerente tem o trabalho de literalmente se colocar e a
seu projeto fora dos negócios. É uma atribuição muito trabalhosa e
requer uma disciplina considerável para conseguir o encerramento
completo na data estabelecida, principalmente se um novo projeto
para o gerente ainda não foi identificado. Poucas pessoas restarão
no projeto, mas um período de encerramento longo pode transformar
um projeto que seria um sucesso em um fracasso.
Assim que a fase de encerramento se aproxima, o gerente deve
estabelecer um plano e um programa que devem cobrir no mínimo os
seguintes itens: (3)
-empreitas: entrega e aceitação do cliente do produto ou
serviço e completar os requisitos contratuais;
-autorizações de trabalho: fechar todas as ordens de trabalho
e assegurar a execução de todas as subempreitas;
-finanças: cobrar os clientes e encerrar os livros do
projeto;
-pessoal: designar para outros projetos ou despedir as
pessoas;
-instalações: fechar o escritório e outras instalações
ocupadas pela equipe e
-registros: entregar o arquivo e outros registros do projeto
99
à pessoa responsável por eles.
Um bom sistema de gerenciamento de projetos tem uma memória.
A parte principal é o relatório final. Ele não é mais uma
avaliação, é a história do projeto, é a crônica da vida e dos
tempos do projeto, é um compêndio do que deu certo e do que deu
errado, de quem trabalhou no projeto, fazendo o que, do que foi
feito para criar a substância do projeto e como ele foi
gerenciado.
A forma precisa do relatório final não é materia de
preocupação, mas seu conteúdo é. Alguns relatórios são organizados
cronologicamente, enquanto outros são divididos pelos aspectos
técnicos e administrativos. Alguns são escritos em estilo
narrativo e alguns contêm algumas cópias de todos os relatórios do
projeto com alguns comentários. O que importa é que vários
assuntos sejam considerados de alguma maneira:
-desempenho do projeto: um elemento importante deste
relatório é uma comparação do que o projeto conseguiu com o que se
tentou conseguir. Esta seção pode ser bastante extensa e deve
incluir algumas explicações sobre os desvios significativos do
real com o planejado e recomendações para os projetos futuros;
-desempenho administrativo: as práticas administrativas devem
ser revistas e aquelas que funcionaram bem e aquelas que não
funcionaram devem ser destacadas. É importante relatar as razões
porque alguma prática específica foi efetiva ou não;
-técnicas de gerenciamento do projeto: o resultado do projeto
é tão dependente da habilidade com que a previsão, planejamento,
programação, alocação de recursos e controle foram feitas que deve
ser examinado o modo com que estas tarefas forma feitas.
100
BIBliOTECA KARL A. BOEDECKER
Para cada elemento considerado no relatório final, devem ser
feitas recomendações para mudanças nas práticas atuais e suas
implicações devem ser previstas. Geralmente ignorados, mas mui to
importantes, são os comentários e recomendações sobre os aspectos
do projeto que se desenvolveram muito bem. A maioria dos gerentes
e suas equipes desenvolvem procedimentos informais que aceleram a
preparação de orçamentos, de programas, melhoram previsões etc. O
relatório final é um repositório apropriado para este
conhecimento. Uma vez relatado, ele poderá ser testado e, se útil,
incorporado na lista de métodos gerenciais aprovados.
O objetivo fundamental do relatório final é melhorar os
projetos futuros, ele é focalizado no próprio projeto e no
processo pelo qual ele foi conduzido porque seus dados e
resultados estão disponíveis em vários relatórios intermediários e
em auditorias e avaliações conduzidas durante sua vida.
Os dados do processo originam~se grandemente da memória do
gerente. Para assegurar que assuntos importantes estão incluídos,
o g_erente deve manter um diário; não é um documento oficial do
projeto, mas uma coleção informal de pensamentos, reflexões e
comentários sobre os acontecimentos do projeto. Este diário tende
a ser uma fonte rica de conhecimento não convencional quando
escrito por um gerente concencioso. Acima de tudo, ele evita que
idéias se percam.
2.6 SUCESSO DO GERENCIAMENTO E DO PROJETO
Uma das tarefas mais difíceis é predizer se o projeto será
bem sucedido ou não. A maioria dos gerentes observa apenas os
101
parâmetros de custos, tempo e desempenho técnico. Se existir uma
condição fora das tolerâncias, faz-se uma análise adicional para
identificar as suas causas. A observação destes parâmetros pode
identificar contribuições imediatas ao lucro, mas não identificará
se o projeto foi gerenciado corretamente. Isto tem uma importância
fundamental quando a sobrevivência da companhia depende de um
fluxo contínuo de projetos gerenciados com sucesso. (54)
O sucesso do projeto representa uma avaliação global dos seus
resultados; não necessariamente baseada apenas em critérios
técnicos, de custos e de programa. Projetos são considerados bem
sucedidos apesar de terminar atrasados ou acima dos custos,
especialmente quando o programa e os custos estão subordinados ao
objetivo de simplesmente terminar o projeto. (41)
Por alguns anos enfatizou-se a mensuração e o acompanhamento
desses aspectos porque podem ser medidos mais facilmente. É uma
percepção plausível em vista da ênfase dada a eles. São áreas
válidas de mensuração e atenção gerencial, porém nenhuma
qua~tidade ou qualidade de mensuração assegurará o sucesso do
projeto se as suas bases não forem firmemente estabelecidas ou
forem mal utilizadas. (19)
Para o gerente, um projeto é bem sucedido quando termina no
prazo, dentro do orçamento e obedeceu a todas as especificações de
desempenho. Eles podem ficar chocados quando compreendem que o
sucesso não é julgado com base nestes critérios simples e
convencionais. A questão se um projeto foi ou não um sucesso
dependerá em grande parte de quem faz a pergunta. Diferentes
partes interessadas no projeto podem ter diferentes critérios do
que constitue o sucesso. ( 118)
102
Medir o sucesso de um projeto parece que consiste na
comparação de suas realizações com suas metas e objetivos.
Contudo, um projeto pode ser completado dentro do programa e do
orçamento e obedecendo todas as especificações de desempenho
técnico que ainda assim haverá pessoas descontentes.
A mensuração e a aval i ação do sucesso podem ser mui to mais
complexas. Os seguintes fatores devem ser considerados:
-a aval i ação do sucesso pode tomar várias direções,
dependendo de quem está avaliando e qual é o propósito da
avaliação;
-os critérios de sucesso diferirão dependendo de fatores
descritos adiante, mas certamente incluirão critérios como:
satisfazer especificações de desempenho, gerar lucro para a
companhia, fazer o cliente feliz, incentivos contratuais atingidos
etc;
-projetos em diferentes indústrias têm um número de critérios
especiais de sucesso em seus ambientes particulares. A indústria
de . construção usa critérios diferentes da indústria aeroespacial
porque, não apenas os clientes, mas os próprios projetos diferem
em um número significativo de aspectos;
-os critérios de sucesso estão relacionados também às fases
do ciclo de vida. Uma avaliação continua do sucesso será baseada
em critérios diferentes daqueles usados em uma avaliação inicial
ou posterior ao seu término;
-cada parte interessada terá critérios diferentes do que
constitue o sucesso do projeto e
-há muito mais no sucesso de um projeto do que simplesmente
completar o trabalho no prazo e dentro do orçamento. Há sempre um
103
número de outros aspectos de um projeto que pode ter mais
importância para uma dada parte interessada.
Os critérios de sucesso são as unidades de medida usadas na
avaliação do projeto. Estas unidades diferirão dependendo de como
o sucesso é medido e do que está sendo avaliado. Contudo, existem
certos critérios aplicáveis que devem ser usados na avaliação de
qualquer projeto. (118)
Quase todos os projetos têm critérios especiais de sucesso.
Eles são às vezes impostos pelo cliente, mas são usualmente uma
característica de uma indústria particular, agência governamental
ou serviço público envolvidos. Cada tipo diferente de projeto
utilizará tecnologias diversas e terá uma variedade de interesses
e necessidades do cliente ou usuário final. Por exemplo, os
projetos de construção têm critérios especiais impostos pelas
exigências dos códigos e padrões de construção.
Os seguintes critérios de sucesso são muito significativos
para o alto gerenciamento:
-o projeto foi lucrativo para a companhia;
-os incentivos contratuais foram atingidos;
-o projeto manteve todas as partes interessadas felizes;
-o projeto produziu algo útil para a companhia;
-o projeto abriu novas oportunidades comerciais e contribuiu
para o crescimento da companhia em suas áreas de interesse;
-o projeto fortaleceu a competencia técnica da companhia;
-o projeto fortaleceu a capacidade gerencial da companhia;
-o projeto fortaleceu a habilidade e os desejos dos gerentes
e da equipe em trabalhar juntos;
-o projeto demonstrou ao alto gerenciamento que a organização
104
está funcionando efetivamente como sistema gerencial;
-o projeto não foi disruptivo ou danoso à efetividade da
companhia;
-o projeto não usou mais do que sua parte dos recursos
escassos da companhia;
-o projeto foi completado com sucesso sem profundo
envolvimento do alto gerenciamento;
-o projeto não teve ciladas legais, reais ou potenciais;
-o projeto não teve impactos sociais adversos onde o público
pudesse ter má visão da empresa;
-o projeto não resultou em complicações ou condições que
poderiam provocar, mais tarde, problemas legais com o cliente;
-o projeto não teve riscos técnicos inaceitáveis;
-o projeto não foi um esforço completamente fora do interesse
ou da competência da companhia e
-o projeto preservou e aumentou a reputação da companhia como
gerenciadora capaz e eficiente .
. A identificação de todos os critérios do cliente para avaliar
o sucesso do projeto é um pouco difícil. Cada cliente tem
diferentes critérios dependendo do tipo de indústria. Às vezes, é
difícil identificar o cliente real. Os mais importantes critérios
do cliente são:
-o projeto produziu um produto, serviço ou sistema efetivo e
útil;
-o projeto foi completado no prazo e no orçamento;
-o projeto se encaixa nos planos de longo prazo e estratégias
de aquisições;
-o projeto se adapta aos outros projetos que estão sendo
105 ' ., !
executados por outros empreiteiros e subempreiteiros para o mesmo
cliente;
-o projeto está mantendo o cliente e os usuários finais
felizes;
-o projeto é ou tem sido flexível para acomodar alterações no
seu escopo;
-o projeto está livre de surpresas;
-o projeto avançará o estado da arte na área principal de r--,
interesse do cliente, tal que projetos futuros podem se basear na
tecnologia e produzir produtos ou sistemas mais avançados;
-o projeto forneceu ao cliente um fluxo contínuo de dados
oportunos, relatórios de status, gráficos e outras informações
úteis e
-o projeto forneceu ao cliente um outro empreiteiro
competente em executar projetos.
Os membros da equipe do projeto têm interesse em seu sucesso.
Se eles não o virem assim podem ficar relutantes em trabalhar em
outros. Os critérios mais importantes para os membros da equipe
são:
-o projeto avançou seus objetivos de carreira e ajudou em seu
desenvolvimento profissional;
-o sistema de recompensa funcionou realmente. Os membros
receberam recompensa monetária ou outras em reconhecimento pelos ,~
seus esforços na proporção direta à sua contribuição ao projeto;
-o projeto apresentou desafios reais aos membros da equipe. O
trabalho era novo, interessante e recompensador, exigindo a máxima
capacidade deles;
-o trabalho no projeto foi uma experiência agradável;
106
-os membros da equipe tiveram contacto com várias disciplinas
e departamentos em diferentes níveis hierárquicos, o que foi de
grande valor para o futuro de suas carreiras e
-os membros da equipe tiveram excelente liderança e
orientação e desenvolveram respeito pelo gerente do projeto.
A identificação dos fatores de sucesso e das causas de
fracasso é muito útil porque fornece ao proprietário, empreiteiras
e outras partes interessadas lições de projetos passados para
evitar a repetição de erros. ( 135)
O sucesso é influenciado pelas ações de três grupos: o
gerente e a equipe do projeto, a companhia e o cliente. (54)
Há certas ações que o gerente e a equipe podem executar para
estimular o sucesso do projeto. Elas são:
-insistir no direito de selecionar os membros importantes da
equipe com experiência comprovada;
-desenvolver na equipe comprometimento e senso de missão
desde o início do projeto;
. -procurar autoridade suficiente e uma forma organizacional
adequada;
-coordenar e manter bom relacionamento entre o cliente, a
companhia e a equipe do projeto;
-permitir a participação dos membros da equipe na tomada de
decisões e resolução de problemas;
-desenvolver estimativas e metas realistas de custos,
programa e desempenho técnico;
-ter estratégias de apoio na antecipação de problemas
potenciais;
-prover uma estrutura apropriada, flexível e pequena de
107
equipe;
-ir além da autoridade formal para maximizar a influência
sobre as pessoas e sobre as decisões importantes;
-empregar um conjunto trabalhável de
planejamento e controle do projeto;
instrumentos de
-evitar confiança excessiva em um único tipo de instrumento
de controle;
-reforçar a importância de atingir as metas de custos,
programa e desempenho técnico;
-dar prioridade em alcançar a missão ou função do item final
do projeto;
-manter as alterações sob controle e
.-procurar meios de assegurar a estabilidade no trabalho dos
membros efetivos da equipe.
Em relação à companhia, existem algumas variáveis que podem
ser usadas para avaliar seu apoio ao projeto. Estas variáveis são:
-vontade de coordenar esforços, de manter flexibilidade da
estrutura e de se adaptar a mudanças;
-planejamento efetivo;
-manutenção da harmonia;
-ênfase adequada na experiência passada;
-comunicações imediatas e precisas;
-apoio entusiástico e
-identificação a todas as partes interessadas que o projeto
contribue para a capacidade da companhia.
As ações da companhia que contribuem para o sucesso do
projeto são:
-selecionar logo de início um gerente com habilidades
108
1•.
técnicas, humanas e administrativas (nesta ordem) comprovadas para
liderar a equipe;
-desenvolver orientações claras para o gerente;
-delegar autoridade suficiente ao gerente e deixá-lo tomar
decisões importantes em conjunto com os membros importantes da
equipe;
-demonstrar comprometimento e entusiasmo pelo projeto e pela
equipe;
-desenvolver e manter linhas informais e curtas de
comunicações;
-evitar pressão excessiva sobre o gerente para vencer
licitações;
-evitar reduzir ou aumentar arbitrária e exageradamente as
estimativas de custos feitas pela equipe do projeto;
-evitar estimativas baixas para vencer licitações;
-desenvolver relacionamento adequado de trabalho com o
cliente.
O cliente pode ter grande influência no sucesso do projeto
por: minimização de reuniões, respostas rápidas aos pedidos de
informações e deixando a companhia fazer seu trabalho sem
interferências. As ações do cliente que contribuem para o sucesso
são:
-vontade de coordenar esforços;
-manutenção de harmonia;
-estabelecimento
específicos;
de metas e critérios razoáveis
-procedimentos bem estabelecidos para lidar com alterações;
-comunicações rápidas e precisas;
109
e
-comprometimento de recursos;
-minimização de formalidades e
-provisão de autoridade suficiente para seu pessoal de
contato na tomada de decisões. (54)
110
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
A pesquisa foi desenvolvida para provar que os beneficios
superam os custos e as desvantagens da implantação do processo de
gerenciamento de projetos em projetos de pequeno e médio porte da
indústria de construção civil.
3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS PROJETOS
McNULTY (62) classifica um projeto de construção civil em
pequeno ou médio quando seus custos são de até US$ 5 milhões ou
tem área construida até 10 mil m2.
MIGHT & FISCHER (66) classificam os projetos nas seguintes
categorias:
-pequenos: custos·até US$ 2 milhões;
-médios: custos entre US$ 2 milhões e US$ 10 milhões.
Esta classificação foi criada com base em uma pesquisa com
103 projetos dos quais 75% eram patrocinados pela NASA e
Ministério da Defesa norte-americano e os demais eram projetos
comuns de desenvolvimento comercial.
Uma grande construtora brasileira de prédios de apartamentos
classifica seus projetos como médios; eles têm em média 8 mil m2
de área construida.
3.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
Os fatores que levaram à escolha de pequenos e médios
projetos de construção civil são descritos a seguir.
111
O primeiro fator está relacionado a recursos. As grandes
companhias dispõem de recursos suficientes para contratar pessoal
especializado para gerenciar seus projetos. MORRIS (72) descreve a
construção da Açominas em que ele trabalhou como consultor e que
foi um dos primeiros projetos onde se empregou o gerenciamento de
configuração, criado para a indústria aeroespacial
norte-americana. As companhias pequenas e médias não dispõem de
tais recursos para a contratação de gerenciamento externo.
Um outro fator está relacionado com a organização interna das
grandes empreiteiras. Elas têm capacidade e recursos para
desenvolver manuais de procedimentos e padrões a serem seguidos
pelos gerentes no gerenciamento de seus projetos. As pequenas e
médias não dispõem dos recursos e nem da capacidade.
Pelo estudo da literatura, nota-se que a atenção dos
pesquisadores está voltada para as grandes companhias e seus
projetos. As necessidades das empreiteiras de edificações não têm
sido atendidas. Os recursos disponíveis para a monitoração e
controle dos grandes projetos em termos de pessoal especializado e
altamente treinado em sistemas complexos e computadorizados têm
pouca relação com as exigências das empreiteiras de· projetos
pequenos e médios.
O gerenciamento dos projetos pequenos e médios de construção
civil foi tratado por BENNETT (13) e McNULTY (62), mas são
trabalhos falhos porque não descrevem as técnicas modernas de
gerenciamento de projetos, especialmente a monitoração e o
controle de custos.
112
3.3 BENEFÍCIOS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Segundo DAVIS & WHITE (32), MEREDITH & MANTEL (64), ARCHIBALD
(3}, KERZNER (54), STEWART (117), NAPOLITANO (77} e WARD (133}, os
benefícios do gerenciamento de projetos são os seguintes:
-melhor controle das operações;
-relações melhores com os clientes;
-possibilita a construção "fast track" (fases sobrepostas}, o
que pode resultar em duração menor e custos menores;
-confiabilidade e qualidade mais elevadas;
-orientação mais aguda para resultados;
-moral dos trabalhadores mais elevado;
-esforços dispendidos apenas em objetivos realistas de tempo,
custos e desempenho;
-a coordenação do pessoal especializado é mais efetiva;
-as atividades são planejadas e executadas para atender as
necessidades do projeto;
-conhece-se os efeitos de se beneficiar um projeto em relação
a outros;
-identificação da responsabi 1 idade funcional pela execução
das atividades;
-minimização da necessidade de relatórios;
-existe o conhecimento das restrições de tempo durante a
programação do projeto;
-existe a identificação de uma metodologia para analisar os
efeitos dos compromissos entre os objetivos;
-é possível fazer-se a comparação entre as realizações e os
planos;
113
-os problemas que exigem ações corretivas são identificados
logo que surgem;
-conhece-se os objetivos que não poderão ser alcançados e
aqueles que poderão ser suplantados;
-definição clara do trabalho a ser realizado em cada fase;
-melhores relações entre as empreite iras e entre elas e o
proprietário do projeto;
-menores custos de construção porque o proprietário negocia
diretamente com as empreiteiras e não mais através de uma
empreiteira principal;
-possibilidade de detectar desvios no instante que ocorrem e
tomar as providências necessárias para corrigí-los;
-envolvimento das subempreiteiras no planejamento conduzindo
a melhor definição dos trabalhos;
-maior flexibilidade durante a construção;
-maior auxílio quando há problemas;
-orientação das subempreiteiras durante a concepção permite
inf9rmações de construtibilidade;
-maior confiabilidade das estimativas de tempo e custos e
-planejamento mais realista;
3.4 CUSTOS E DESVANTAGENS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Segundo MEREDITH & MANTEL (64) e WARD (133), as desvantagens
são as seguintes:
-maior complexidade organizacional;
-custos mais elevados;
-maiores dificuldades organizacionais e baixo uso de pessoal;
114
l \ )
I
I
-tendência de administração adicional e duplicação da equipe
de supervisão;
-incerteza sobre os custos no início da fase de construção;
Os custos do gerenciamento variam mui to, não há padrões na
indústria, variam de 1,5% a bem acima de 5% do orçamento total do
projeto. (3)
Segundo BARRIE (11), o pagamento do gerenciamento na
indústria de construção civil norte-americana é sujeito a
negociações entre as partes e deve ser comparável ao pagamento do
arquiteto, engenheiro ou outro profissional. A tabela seguinte,
desenvolvida a partir de fontes públicas e privadas, mostra os
limites de pagamento.
Custos Totais Limite Limite
do Projeto cus $) Inferior Superior
2.500.000 4,2 % 6,0 %
5.000.000 3,2 % 4,6 %
10.000.000 2,6 % 3,8 %
20.000.000 1' 9 % 3, 1 %
40.000.000 1' 4 % 2,2 %
3.5 PERFIL DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO (PIP)
Para que os benefícios superem os custos é necessário que os
projetos tenham sucesso, mas para terem sucesso eles precisam ser
bem gerenciados.
O método criado por PINTO & SLEVIN (86) (87) (88) (89) (107)
(112) (113) permite determinar tanto o sucesso do gerenciamento ao
analisar um projeto ainda em execução como o sucesso de um projeto
115
\
;
.\
. ,,
/
já concluido. O método leva em consideração fatores criticas e as
caracteristicas da mensuração do sucesso.
Fatores criticas de sucesso são áreas importantes em que os
resultados favoráveis são absolutamente necessários para assegurar
o sucesso de um projeto ou de seu gerenciamento. (17) (60)
Eles representam as áreas gerenciais ou da companhia que
precisam de atenção especial e continua para provocar alto
desempenho.
As pesquisas realizadas por ASHLEY & JASELSKIS (6), (51),
AVOTS (7), BAKER (9), BRODKORB (19), GOBELI & LARSON (41), KERZNER
(54), MORRIS (71) e SANVIDO et alii (105) sobre fatores criticas
de sucesso permitiram a PINTO & SLEVIN desenvolver um conjunto de
10 fatores com dez itens em cada fator chamado Perfil de
Implantação do Projeto (PIP).
A pesquisa inicial constou da análise de 94 projetos para
determinar os 10 fatores. Posteriormente, realizou-se outra
pesquisa para reduzir de dez para cinco os itens em cada fator com
uma amostra de 418 projetos de várias indústri_as: 185 projetos de
construção, 40 de desenvolvimento de equipamentos e máquinas, 58
de desenvolvimento de alimentos e drogas, 61 de desenvolvimento de
software, 12 de serviços ou testes, 13 de estudos, 17 de mudança
ou reorganização de departamentos e 32 outros.
Um projeto é considerado implantado com sucesso se termina no
prazo (critério de tempo), dentro do orçamento (critério de
custos), atinge todas as metas estabelecidas (critério de
efetividade) e é aceito e usado pelos clientes para os quais ele é
realizado (critério da satisfação do cliente).
O primeiro fator está relacionado com o propósito básico ~a
'\
116 ./
implantação e foi denominado Missão do Projeto. A missão do
projeto refere-se à condição onde as metas do projeto são claras e
entendidas, não apenas pela equipe envolvida nele, mas por outros
departamentos da companhia. Este fator inclui declarações
esclarecendo as metas e a crença na possibilidade de sucesso do
projeto. A missão e as metas precisam ser claramente definidas e
conhecidas para se saber para onde o projeto está indo e como ele
pode ajudar a companhia.
O segundo fator é o Apoio Do Gerenciamento Superior. Depois
de se obter uma idéia clara de quais são os beneficios e a missão
do projeto, é crucial ganhar o apoio do gerenciamento superior.
Sem este apoio visivel, o projeto pode ser visto como
desnecessário ou sem importância pelo resto da companhia.
O apoio do alto gerenciamento tem sido considerado de grande
importância para o sucesso final. O gerenciamento de projetos
depende do alto gerenciamento não apenas em autoridade, direção e
apoio, mas também como condutor da implantação dos planos e metas
da ~ompanhia. Este fator refere-se à natureza e extensão de apoio (
que o gerente do projeto pode esperar, a alocação de recursos
suficientes.
O terceiro fator é chamado Planos e Programas do Projeto. r
Para um projeto decolar, ele precisa de um plano trabalhável e
mui to bem considerado. Todas as atividades necessárias à
implantação bem sucedida precisam ser programadas. Todos os
recursos necessários devem ser alocados. Os planos e os programas
referem-se ao grau em que o tempo, os eventos importantes e os
recursos são especificados. Além disso, deve estar incluido um
sistema satisfatório de mensuração do progresso para se julgar o
117
' I ' '
'.'
desempenho real.
O quarto fator é a Consulta Ao Cliente. O grau em que o
cliente está pessoalmente envolvido no projeto causará grande
variação em seu apoio. A consulta ao cliente expressa a
necessidade de levar em conta as suas necessidades para que o
projeto possa satisfazê-las.
O quinto fator está relacionado com a Equipe do Projeto,
inclui recrutamento, seleção e treinamento e está relacionado com
a natureza do pessoal envolvido. Em mui tas situações, o pessoal
para a equipe do projeto é selecionado sem grande consideração
pelas habilidades necessárias para contribuir para o sucesso da
implantação. É importante que o gerente obtenha comprometimento
suficiente do pessoal ao sucesso do projeto.
O sexto fator é Tarefas Técnicas. É importante que a
implantação seja bem gerenciada por pessoas que entendam o
projeto. Além disso, deve existir tecnologia adequada em apoio ao
projeto e a equipe deve ter as habilidades técnicas necessárias
par~ executar suas tarefas.
O sétimo fator é Aceitação do Cliente. Este fator refere-se
ao estágio final do processo de implantação, época na qual a
eficácia do projeto é determinada. Frequentemente, os gerentes
cometem o engano de acreditar que se 1 i darem bem com os outros
estágios do processo, o cliente aceitará o projeto resultante. A
aceitação do cliente é um estágio que deve ser gerenciado como os
outros.
O oitavo fator é Monitoração e Controle. Este fator refere-se
ao processo de controle do projeto pelo qual em cada estágio de r. l"
implantação, o pessoal importante recebe informações de como o
118
projeto está se comparando com as projeções iniciais. O
reconhecimento de mecanismos adequados de monitoração e controle
fornece ao gerente a habilidade em antecipar problemas, examinar
medidas corretivas e assegurar que nenhuma deficiência foi
negligenciada.
O nono fator é Comunicação. A necessidade de comunicação é
muito importante para criar uma atmosfera de sucesso na
implantação do projeto. A comunicação é essencial não apenas
dentro da equipe, mas entre a equipe, o resto da companhia e o
cliente. Este fator refere-se ainda à necessidade de troca de
informações relativas às metas do projeto, mudanças nas políticas
e procedimentos e relatórios de status.
O décimo fator é a Eliminação de Problemas. Áreas de
problemas existem em quase toda implantação. Não importa quão
cuidadosamente o projeto foi planejado, é impossível prever
qualquer área complicada ou problema que possa surgir. Como
resultado, é importante que o gerente faça arranjos iniciais para
criar mecanismos de eliminação de problemas incluídos no plano de
implantação. Tais mecanismos tornam mais fácil reagir aos
problemas, assim que eles surjam, prever e prevenir áreas com
complicações potenciais.
A aplicação do PIP é feita da seguinte maneira: o gerente do
projeto responde ao questionário de 50 itens, apresentado nas
páginas seguintes. O escore numérico de cada item é transformado
em escore percentual através da Tabela 3. 1. Com base no escore
percentual, os fatores são classificados em três classes:
Classe A = bom porcentagem maior ou igual a 80%
Classe B = regular porcentagem maior ou igual a 50% e menor
119
'i
do que 80%
Classe C = crítico porcentagem menor do que 50%
A classificação dos fatores nestas três classes possibilita
que a companhia descubra em quais áreas do gerenciamento ela está
forte (fatores da classe A) e as áreas em que ela está fraca
(fatores das classes B e C).
120
NOME DO PROJETO ------------------
GERENTE DO PROJETO
DATA
Considere a declarações das folhas seguintes. Usando a
escala numérica dada, faça um círculo no número que indicar o seu
grau de concordância ou discordância com cada uma das declarações.
O número 4 indica que V. nem concorda nem discorda da
declaração.
Um número maior do que 4 indica que V. concorda com a
declaração.
Um número menor do que
declaração.
4 indica que V. discorda da
121
FATOR 1: MISSÃO DO PROJETO
DISCORDO NEUTRO CONCORDO
MUITO MUITO
1- Os objetivos do projeto estão em
conformidade com os objetivos gerais da 1 2 3 4 5 6 7
companhia.
2- Os objetivos do projeto estão claros 1 2 3 4 5 6 7
para a equipe do projeto.
3- Os resultados do projeto 1 2 3 4 5 6 7
beneficiarão a companhia.
4- Estou entusiasmado com as
possibilidades de sucesso deste 1 2 3 4 5 6 7
projeto.
5- Estou ciente e posso identificar as
consequências benéficas do sucesso 1 2 3 4 5 6 7
deste projeto para a companhia.
Escore Total do Fator 1: Missão do Projeto
122
FATOR 2: APOIO DO GERENCIAMENTO SUPERIOR
DISCORDO NEUTRO CONCORDO
MUITO MUITO
1- O gerenciamento superior responde
aos pedidos de recursos adicionais nos 1 2 3 4 5 6 7
casos de necessidade.
2- O gerenciamento superior divide as
responsabilidades com a equipe do 1 2 3 4 5 6 7
projeto para assegurar o sucesso.
3- Concordo com o gerenciamento
superior sobre o grau de minha 1 2 3 4 5 6 7
autoridade e responsabilidade.
4- O gerenciamento superior me apoiará 1 2 3 4 5 6 7
em uma situação de crise.
5- O gerenciamento superior deu-nos a
autoridade necessária e apoiará nossas 1 2 3 4 5 6 7
decisões sobre o projeto.
Escore Total do Fator 2: Apoio do Gerenciamento Superior
123
FATOR 3: PLANOS E PROGRAMAS DO PROJETO
DISCORDO NEUTRO CONCORDO MUITO MUITO
------------------------------------------------------------------1- Conhecemos as atividades com folgas
e recursos ociosos para ser usados em 1 2 3 4 5 6 7
outras áreas em caso de emergência.
2- Há planos detalhados (programas,
lista de eventos importantes etc) para 1 2 3 4 5 6 7
a conclusão do projeto.
3- Há um orçamento detalhado para o 1 2 3 4 5 6 7
projeto.
4- Pessoas importantes (quem, quando)
estão especificadas nos planos do 1 2 3 4 5 6 7
projeto.
5- Há planos contingenciais para o caso
do projeto sair fora do programa ou do 1 2 3 4 5 6 7
orçamento. -------------------------------------------------------~----------
Escore Total do Fator 3: Planos e Programas do Projeto
124
FATOR 4: CONSULTA AO CLIENTE
DISCORDO NEUTRO MUITO
1- O cliente teve oportunidade de
prover informações no início do estágio 1 2 3 4
de desenvolvimento do projeto.
2- O cliente é informado sobre o 1 2 3 4
progresso do projeto.
3- O valor do projeto foi discutido com 1 2 3 4
o cliente.
4- As limitações do projeto foram 1 2 3 4
discutidas com o cliente.
5- O cliente foi informado se suas
informações foram assimiladas ou não no 1 2 3 4
plano do projeto.
Escore Total do Fator 4 Consulta ao Cliente
125
5
5
5
5
5
CONCORDO MUITO
6 7
6 7
6 7
6 7
6 7
FATOR 5: EQUIPE DO PROJETO
DISCORDO NEUTRO CONCORDO MUITO MUITO
1- Todos os membros entendem seu papel 1 2 3 4 5 6 7
na equipe do projeto.
2- Há mão-de-obra suficiente para 1 2 3 4 5 6 7
completar o projeto.
3- Os membros da equipe entendem como o 1 2 3 4 5 6 7
seu desempenho será avaliado.
4- As descrições das tarefas foram
escritas, distribuídas e entendidas 1 2 3 4 5 6 7
pelos membros da equipe do projeto.
5- Treinamento técnico e gerencial está
disponível a todos os membros da equipe 1 2 3 4 5 6 7
do projeto.
Escore Total do Fator 5: Equipe do Projeto
126
FATOR 6: TAREFAS TÉCNICAS
DISCORDO NEUTRO CONCORDO MUITO MUITO
1- As tarefas técnicas específicas do 1 2 3 4 5 6 7
projeto foram bem gerenciadas.
2- Os engenheiros e outros técnicos do 1 2 3 4 5 6 7
projeto são competentes.
3- A tecnologia de apoio ao projeto 1 2 3 4 5 6 7
funciona direito.
4- A tecnologia apropriada foi
escolhida para promover o sucesso do 1 2 3 4 5 6 7
projeto.
5- As pessoas que trabalham neste 1 2 3 4 5 6 7
projeto o entendem bem.
Escore Total 6: Tarefas Técnicas ______ __
127
FATOR 7: ACEITAÇÃO DO CLIENTE
DISCORDO NEUTRO CONCORDO MUITO MUITO
1- Há documentação adequada do projeto 1 2 3 4 5 6 7
de uso fácil pelo cliente.
2- Os clientes potenciais foram
contactados sobre a utilidade do 1 2 3 4 5 6 7
projeto.
3- Foi desenvolvida uma apresentação 1 2 3 4 5 6 7
adequada do projeto para o cliente.
4- O cliente sabe com quem entrar em
contacto quando surgem problemas ou 1 2 3 4 5 6 7
questões.
5- Preparação prévia e adequada foi
feita para "vender" melhor o projeto 1 2 3 4 5 6 7
aos clientes potenciais.
Escore Total do Fator 7: Aceitação do Cliente
128
FATOR 8: MONITORAÇÃO E CONTROLE
DISCORDO NEUTRO CONCORDO MUITO MUITO
1- Todos os aspectos importantes do
projeto foram monitorados, incluindo 1 2 3 4 5 6 7
medidas que proverão um quadro completo
do progresso (orçamento, programa etc).
2- São feitas reuniões regulares para
monitorar o progresso do projeto e 1 2 3 4 5 6 7
melhorar as respostas à equipe.
3- O progresso real é comparado
regularmente com o programa mestre do 1 2 3 4 5 6 7
projeto.
4- Os resultados das revisões do
projeto são compartilhados regularmente 1 2 3 4 5 6 7
com as pessoas que têm influência no
orçamento e no programa.
5- Quando o orçamento ou o programa
exigem revisões, solicita-se dados à 1 2 3 4 5 6 7
equipe do projeto.
Escore Total do Fator 8: Monitoração e Controle
129
FATOR 9: COMUNICAÇÃO
DISCORDO NEUTRO CONCORDO MUITO MUITO
1- Os resultados das reuniões de
planejamento são publicados e 1 2 3 4 5 6 7
distribuídos às pessoas.
2- Indivíduos ou grupos provendo dados
receberam resposta sobre a aceitação ou 1 2 3 4 5 6 7
a rejeição de seus dados.
3- Quando o orçamento ou o programa são
revistos, as mudanças e suas razões são 1 2 3 4 5 6 7
comunicadas a todos os membros.
4- As razões de mudanças em políticas e
procedimentos existentes são explicadas 1 2 3 4 5 6 7
a todas as pessoas interessadas.
5- Todos os grupos afetados pelo
projeto sabem como dar conhecimento de 1 2 3 4 5 6 7
problemas existentes à equipe.
Escore Total do Fator 9: Comunicação
130
FATOR 10: ELIMINAÇÃO DE PROBLEMAS
DISCORDO NEUTRO CONCORDO MUITO MUITO
1- O gerente não exita em pedir
auxílio de pessoas não envolvidas no 1 2 3 4 5 6 7
projeto no caso de surgir problemas.
2- São realizadas reuniões para
determinar onde os problemas têm mais 1 2 3 4 5 6 7
possibilidade de ocorrer.
3- Em caso de dificuldades, os membros 1 2 3 4 5 6 7
da equipe sabem onde procurar ajuda.
4- Tenho confiança que os problemas que
surgem podem ser completamente 1 2 3 4 5 6 7
resolvidos.
5- A equipe do projeto age
imediatamente quando chegam problemas 1 2 3 4 5 6 7
ao seu conhecimento.
Escore Total do Fator 10: Eliminação de Problemas
131
DESEMPENHO DO PROJETO
DISCORDO NEUTRO CONCORDO
1-0 projeto terminou/terminará
dentro do programa
2-0 projeto terminou/terminará
dentro do orçamento
3-0 projeto desevolvido/em desen
volvimento funciona/funcionará
4-0 projeto é/será usado pelos
clientes a quem se destina
5-0 projeto beneficiou/beneficiará
os clientes a quem se destina
6-0 projeto foi a melhor escolha em
um conjunto de alternativas para
resolver o problema proposto
?-Clientes importantes diretamente
afetados pelo projeto o usarão
8-Estou satisfeito com o processo
em que o projeto é/foi completado
9-E~tamos confiantes que problemas
não técnicos de início de operação
serão mínimos
10-0 uso do projeto levou/levará a
melhorias na tomada de decisões
11-0 projeto terá um impacto positivo
naqueles que o usarão
12-0s resultados do projeto represen
tam melhoria definitiva no desem-
penho das atividades do cliente
Escore Total do Desempenho
132
MUITO
1 2
1 2
1 2
1 2
1 2
1 2
1 2
1 2
1 2
1 2
1 2
1 2
do
MUITO
3 4 5 6 7
3 4 5 6 7
3 4 5 6 7
3 4 5 6 7
3 4 5 6 7
3 4 5 6 7
3 4 5 6 7
3 4 5 6 7
3 4 5 6 7
3 4 5 6 7
3 4 5 6 7
3 4 5 6 7
Projeto
TABELA 3. 1 TRANSFORMAÇÃO DOS ESCORES NUMÉRICOS EM PORCENTAGENS
* Porcentagem de projetos com escore menor do que ETF. J
100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
Fator 1 Missão do 35 34 33 32 31 30 29 28 26 25 7
Projeto
Fator 2 Apoio do Ge-35 34 32 30 28 27 25 23 20 17 6
renciamento Superior
Fator 3 Planos/Pro-35 33 31 30 28 27 26 24 21 16 5
gramas do Projeto
Fator 4 Consulta 35 34 33 32 31 30 29 27 25 22 7
ao Cliente
Fator 5 Equipe 35 32 30 28 27 24 22 20 18 14 5
do Projeto
Fator 6 Tarefas 35 34 32 30 29 28 27 26 24 21 8
Técnicas
Fator 7 Aceitação 35 34 33 32 31 30 29 27 24 20 8
do Cliente
Fat~r 8 Monitoração 35 34 33 31 30 28 27 24 21 17 5
e Controle
Fator 9 Comunicação 35 34 32 30 29 28 26 24 21 16 5
Fator 10 Eliminação 35 33 31 29 28 26 24 23 21 17 5
de Problemas
Desempenho 84 79 76 73 71 69 66 63 59 53 2
do projeto
* ETF. =Escore Total do Fator j J
133
3.6 A EMPRESA ESCOLHIDA
Para aplicar o PIP foi escolhido um projeto de construção de
um edificio residencial executado por uma empresa de porte médio.
A escolha deste projeto, entre todos os que a construtora está
engajada, deveu-se à facilidade de obtenção de dados por ser um
projeto recente, de tamanho pequeno e nele a empresa empregou
diversas inovações.
A empresa que executou este projeto de construção civil foi
escolhida pelas razões descritas a seguir.
Ela é considerada como uma das dez empresas gerencialmente
mais avançadas do Brasil; por isso ela dispõe de todos dados
necessários a esta _pesquisa. Em outras construtoras estes dados
não existiriam ou seriam muito dificeis de se obter,
principalmente os dados de custos.
Ela foi fundada em 1973. Era a época do milagre brasileiro. O
setor de construção civil estava crescendo a taxas de 15% ao ano.
Teria sido fácil enriquecer se ela apenas agenciasse mão-de-obra
relegando aos mestres-de-obra o comando dos canteiros. Não era
isto que seus fundadores pretendiam.
Familiarizados com as técnicas de engenharia de produção, ,o
que mais atraia seus fundadores era a possibilidade de desbravar
um terreno virgem em um setor onde tudo ainda estava por ser
feito. Os processos empregados na construção de edificios eram
artesanais e conceitos como racionalização e produ ti v idade eram '•
inteiramente desconhecidos.
Esta empresa foi criada com uma filosofia alheia ao setor.
Eles perceberam que neste setor predominavam apenas a concepção do
134
produto e do programa de controle da produção; faltavam aspectos
importantes da cadeia produtiva, como a concepção do processo e
dos métodos construtivos.
Em 1991, ela promoveu uma reestruturação para capacitá-la a
enfrentar melhor a concorrência interna e externa.
Esta reestruturação ocorreu porque a empresa procura a
eficiência gerencial através de: aquisição de novas tecnologias de
construção civil; maior produtividade; redução de custos;
valorização da mão-de-obra; melhor qualidade final do produto
construído e satisfação de seus clientes e empregados. Neste ano
considerado o pior da história recente da economia brasileira, a
empresa conseguiu uma rentabilidade de 21,30% sendo a mediana da
indústria de construção civil de 2, 10%.
A meta da empresa é ser agressiva e competitiva para
identificar oportunidades de mercado e transformá-las em contratos
com soluções diferenciadas de suas concorrentes. Ela é conhecida
como uma empresa de vanguarda sempre à frente em tecnologias e
idé;as inovadoras; diferenciada pela qualidade dos seus serviços;
honesta e pioneira.
Todas as políticas empresariais da construtora estão voltadas
para a obtenção de maior capacidade de produção, produ ti v idade,
qualidade, flexibilidade e agilidade.
Ela considera seus funcionários como principais responsáveis
pela sua identidade, por isso é imprescindível para ela que todos
. ' estejam informados da sua filosofia, seus princípios e seu
desempenho e que mantenham no seu trabalho diário uma postura
campa tí v e l.
A empresa considera como outros emissores de sua identidade a
135
sua sede, os canteiros de obras, a papelaria, os veículos de
comunicação: placas das obras, frota de veículos, uniformes,
capacetes de segurança, brindes. Eles devem transmitir sempre uma
impressão de absoluta correção, limpeza e modernidade seguindo um
padrão visual uniforme.
A participação da empresa em projetos públicos ou privados é
mui to criteriosa. Eles são escolhidos em função de sua
compatibilidade com os diferenciais de qualidade; racionalização
dos me todos construtivos desenvolvidos por ela; grande
visibilidade; impacto público e mérito indiscutível.
Ela procura evitar projetos que apresentem altos fatores de
riscos como flutuações decorrentes de interesses políticos;
clientes incobráveis cujas obras apresentem custos financeiros
elevados ou clientes que não tenham a qualidade e a competência
como prioridade; projetos com riscos grandes de interrupção ou
paralização ou com repercussão pública negativa.
O apoio que o gerenciamento superior proporciona ao projeto ,!
pod~ ser comprovado quando se compara o canteiro de obras dessa ,•
empresa com os canteiros de suas concorrentes. Nestas, os
operários andam mal vestidos, sem equipamentos de segurança, em
andaimes feitos com materiais de baixa qualidade, fazendo suas
refeições em ambientes inadequados.
Na empresa escolhida, seus empregados trabalham com
uniformes, com capacetes de segurança, botas de borracha e luvas.
Nos dias de chuva recebem capas. As refeições são servidas em
refeitórios asseados e elaboradas por nutricionistas.
Ela conseguiu fixar a mão-de-obra através de políticas
administrativas como formação profissional; participação efetiva
136
nos processos construtivos; programas de educação, alimentação,
saúde e diminuição de acidentes de trabalho para níveis
insignificantes. Ela conseguiu também resolver os problemas de
rotatividade, indisciplina, desqualificação e desmotivação dos
empregados. O absenteísmo é de 5,6% e a rotatividade da
mão-de-obra é de 7% contra uma média de 20% no setor.
No projeto analisado, os empregados que trabalhavam na
execução de paredes de gesso usavam UNIFORMES BRANCOS para
distinguí-los dos demais porque foi a primeira vez que se
construiu este tipo de parede no Brasil.
A empresa define claramente para todos os seus funcionários
sua filosofia, sua política de remuneração e benefícios, as
condições de trabalho, as funções a ser desempenhadas e o perfil
profissional adequado a elas.
Os diferentes escalões hierárquicos esclarecem aos seus
subordinados imediatos as atribuições de cada um e os critérios de
desempenho exigidos. Os subordinados especificam aos seus
sup~riores as condições de
desempenhar suas funções.
trabalho que necessitam para
As chefias devem identificar e estimular talentos além de
desenvolver programas de treinamento para conciliar as
necessidades da empresa com os interesses individuais.
A empresa só recorre ao mercado de trabalho para contratação
de novos profissionais depois de esgotadas as possibilidades de
aproveitamento do pessoal interno. Ela seleciona rigorosamente sua
mão-de-obra para admitir, mesmo no início de carreira, as pessoas
de melhor potencial. Ela orgulha-se de poder não só reter como
atrair os melhores talentos, seja um pedreiro, um eletrecista ou
137
um gerente.
Em seus projetos, uma mesma equipe fica envolvida durante
todo o ciclo de vida. Desta forma, a produtividade global é
melhorada, as pessoas estão conscientes das decisões tomadas, a
mão-de-obra se especializa em determinados estilos de projetos.
A empresa se utiliza de subempreiteiras para execução de
alguns serviços. A seleção delas é feita de acordo com os
seguintes critérios: bom preço, prazo, qualidade do serviço,
capacitação tecnológica, agilidade de mobilização, confiabilidade
e atendimento.
Para seus engenheiros, a construtora desenvolveu um curso
especial de Engenharia de Produção e Administração Industrial com
o objetivo de familiarizá-los com os conceitos e técnicas destas
disciplinas e utilizá-los nos projetos de construção civil. Assim
eles têm condições de simplificar o trabalho, melhorar as
condições de segurança e reduzir os custos, ao mesmo tempo que
permitem a construção de edificações de excelente qualidade,
sat~sfazendo as exigências do cliente.
O resultado destes programas de treinamento e de educação e
do apoio do gerenciamento superior é mostrado pelo índice de
desperdício de materiais: 5% nesta empresa enquanto a média no
setor de construção civil é de 30%.
Essa empresa tenta impedir que ocorrências adversas afetem
sua relação com o cliente abalando sua confiança. O primeira passo ,t,
J é manter o cliente informado do progresso do projeto, expondo as
dificuldades e as providências que são tomadas para resolvê-las.
Além da confiança do cliente, essa empresa procura conquistar
também a confiança da comunidade vizinha ao projeto de construção.
138
Ela estabeleça contacto com a vizinhança abrindo o canteiro de
obras à visitação, mostrando em que medida ela será beneficiada
pelo projeto.
A empresa está sempre atenta às necessidades do cliente
procurando, sempre que possível, atender suas prioridades mesmo
que não estejam previstas; interpretar suas necessidades e se
empenhar na busca de soluções que as atendam; não tenta impor
soluções que pareçam mais convenientes para a empresa, assumindo
uma atitude de confronto ou, no extremo oposto, acatar servilmente
as sugestões do cliente; procura envolvê-lo na busca de qualidade;
ganhar sua confiança apontando com antecedência os pontos
vulneráveis discutindo a ocorrência previsível de problemas
futuros e apresentando alternativas viáveis.
A empresa procura se tornar cada vez mais eficiente; para
isso ela não se limita a importar uma tecnologia pronta e
aplicá-la por causa das diferenças nas condições de trabalho aqui
e no exterior. Ela procura adaptar experiências externas e criar e
desenvolver tecnologia própria.
Todos os projetos de construção civil dessa empresa são
analisados cuidadosamente para se evitar manutenção futura,
garantindo-se desde o início, além do aspecto estético, uma longa
vida útil e melhorias mais significativas em termos de custos,
qualidade e segurança.
Na fase de planejamento, a empresa procura compatibilizar
todas as disciplinas envolvidas e analisa suas interfaces para
obter redução de prazos, mão-de-obra, materiais, eliminar
retrabalho e entulho e diminuir as possibilidades de erro.
Ela também planeja a organização do trabalho no canteiro com
139
o objetivo de evitar interferências entre equipes o que contribui
para minimizar acidentes e garante a qualidade da execução.
Para garantir a qualidade durante a construção, a empresa
examina cuidadosamente o projeto, submetendo-o ao crivo da
adequação, utilizando a experiência de seu corpo técnico para
aprimorá-lo. Ela promove intercâmbio constante de experiências
entre engenheiros, arquitetos, fabricantes e fornecedores de
materiais e desenvolve uma sistemática de registro de seu
conhecimento técnico.
O aprimoramento do projeto é conseguido através de um bom
relacionamento com os arquitetos e engenheiros externos,
procurando envolvê-los na busca de soluções, tentando fazê-los
divulgadores das soluções encontradas, sentindo-se responsáveis
por elas e que percebam a construtora com um aliado interessado em
resolver problemas e não um adversário que procura encontrar
falhas expondo-os aos clientes.
A construtora, além do aprimoramento do projeto, estuda
det~lhadamente a maneira mais economica e racional de construi-lo,
aplicando o planejamento, o gerenciamento, recorrendo à
informática e criando tecnologia; procura mecanizar tarefas e
substituir materiais sempre que técnica e economicamente viável.
Ela estuda em detalhes os métodos construtivos para facilitar
o trabalho da mão-de-obra, reduzir a margem de erros, aumentar a
produtividade e possibi 1 i tar um ganho maior com menor desgaste;
obter qualidade diferenciada; reduzir custos e proporcionar aos
funcionários melhores condições de trabalho e remuneração.
Para reduzir os custos, a empresa emprega o planejamento
cuidadoso das ativid~des, engenharia e análise de valor e
140
engenharia de métodos e processos.
A empresa enfatiza a participação e a colaboração ativas de
todos os seus funcionários na busca de soluções, usando
efetivamente sua criatividade e assumindo responsabilidades. Ela
procura dar condições para que haja um fluxo constante e continuo
de informações. Nenhuma mudança é efetuada sem consulta prévia às
pessoas que serão afetadas. Ela procura fazer com que o processo
de tomada de decisões seja ágil e eficiente para permitir que as
soluções encontradas sejam rapidamente postas em prática.
A divisionalização ocorrida melhorou a comunicação dentro da
empresa e permitiu agilizar o processo de eliminação de problemas
pela sua desburocratização que reduziu os canais de fluxo de
informações. A empresa ficou mais ágil e mais.veloz no atendimento.
Após a apresentação do projeto ao gerente, são negociados o
programa, o orçamento e as estratégias a serem empregadas que
normalmente incluem:
-visita da equipe de gerenciamento ao canteiro para um
levantamento prévio das condições locais;
-entrevistas com a mão-de-obra que irá construir o projeto
(30% da população escolhidos aleatoriamente) para determinar
aspectos gerais: alojamentos, vestiários, alimentação, segurança,
relacionamento interpessoal;
-tabulação e análise dos dados e
-discussão dos resultados da pesquisa e do levantamento com o
mestre, os encarregados e os engenheiros para a resolução mais
rápida possfvel dos problemas identificados.
Esta fase dura cerca de um mês. O objetivo é facilitar a
compreensão da situação real do projeto para possibilitar a
141
resolução de problemas que surgirem no futuro durante a
construção.
Durante a execução do projeto são realizadas duas reuniões
por semana: uma com a equipe de gerenciamento do projeto
(incluindo trabalhadores) realizada às segundas feiras e outra com
os chefes ou responsáveis das subempreiteiras realizada às sextas
feiras.
Na reunião da segunda feira, analisa-se o trabalho em
andamento: o progresso obtido, as técnicas usadas, o
sequenciamento, cuidados a serem tomados, qualidade a ser obtida,
integração entre as atividades, necessidade e disponibilidade de
recursos (por exemplo, treinamento de mão-de-obra quando não há no
mercado) e a programação da semana que se inicia.
Na reunião da sexta feira com as subempreiteiras, são
tratados os seguintes assuntos: interdependência de seus serviços,
datas alvo de conclusão dos serviços de cada uma, avaliação da
qualidade do trabalho já executado, nível de comprometimento com o
projeto, providências que precisam ser tomadas, desempenho,
produtividade, discussão da medição, disponibilidade e nível de
uso de recursos e programação da semana seguinte.
Como resultado deste gerenciamento, as próprias
subempreiteiras começaram a promover reuniões semanais da sua
própria equipe. Elas sentiram também a necessidade de contratar
engenheiros para permanecer em tempo integral na obra,
preocupando-se com desenvolvimento de sua própria equipe e
procurando adotar também este gerenciamento.
O controle do projeto é feito usando-se um programa e um
orçamento mestres (cronograma físico-financeiro), detalhados por
142
atividades. Eles são desenvolvidos a partir de um banco de dados
históricos da própria empresa. Os dados deste banco são revisados
mensalmente para mantê-los sempre atualizados, refletindo o
desempenho corrente das equipes de trabalho. O objetivo destas
revisões é evitar que os projetos sejam sub ou super-estimados.
As atividades a partir das quais são feitos o orçamento e o
programa mestres são identificadas por dois códigos numéricos. Um
código identifica uma atividade no banco de dados e o outro a
identifica no orçamento e programa usados para fins de
monitoração, reportação e controle do projeto.
No final do mês, o gerenciamento compara o COTR com o CRTR e
emite relatórios para o gerenciamento superior. Ambos são
calculados para o mês findo e acumulados para o projeto todo até a .. data de reportação. Este relatório relata também a variância de
custos (em porcentagem) tanto para os custos do mês findo como de
custos acumulados.
O gerenciamento superior não estabelece variâncias limites. O
ger~nciamento do projeto deve procurar cumprir rigorosamente o
orçamento mestre procurando não apresentar variâncias negativas.
Junto com o relatório de desempenho de custos, o
gerenciamento do projeto envia para o gerenciamento superior a
previsão das atividades que serão executadas no mês seguinte com o
orçamento de custos. Esta previsão deverá ser obedecida
rigorosamente porque o gerenciamento superior não permite que
atividades não previstas sejam realizadas para evitar a
necessidade de financiar recursos extras. Assim, se uma
subempreiteira acelera seu trabalho executando atividades não
previstas pelo gerenciamento do projeto, ela só receberá seu
143
pagamento no outro mês.
O programa é monitorado diariamente. O seu desempenho é
discutido semanalmente nas reuniôes das segundas e sextas feiras.
O gerenciamento do projeto não envia nenhum relatório de
desempenho do programa ao gerenciamento superior porque não é
permitido nenhum atraso. Quando isto ocorre, o gerente do projeto
deve exigir, principalmente das subempreiteiras, recursos
adicionais para recuperar o atraso.
O programa mestre é representado por um gráfico de Gantt; não
se usa nenhum tipo de rede.
O desempenho técnico é monitorado e controlado pelos
supervisores. Eles dispõem de um livro para anotar as atividades
que estão sendo realizadas, as equipes que as realizam e os
problemas que surgem.
Quando surge algum problema na execução de uma atividade, o
supervisor avisa o gerente e este emite um relatório de não
conformidade que registra a causa, o impacto técnico, no programa
e ~os custos, a ação corretiva necessária e a solução adotada. Se
o problema é de responsabilidade de alguma subempreiteira, esta
não será liberada e nem paga enquanto não resolvê-lo.
Este último tipo de monitoração e controle é de implantação
recente. A construtora está tendo dificuldade em executá-lo por
que as subempreiteiras não estão acostumadas com eles.
O gerenciamento superior dá liberdade ao gerenciamento do
projeto de criar outros tipos de instrumentos de monitoração e
controle se este assim o desejar ou as condições locais exigirem.
No término do projeto, o gerenciamento junto com as
subempreiteiras faz uma aval i ação global do projeto examinando
144
detalhadamente a edificação para verificar se tudo está em
conformidade com o que foi planejado e se as subempreiteiras
cumpriram realmente o contrato. Esta avaliação final é feita
através de um "check list".
Desta avaliação, resulta um relatório final apontando os
aspectos positivos e negativos do projeto findo para que o
gerenciamento de futuros projetos possa se beneficiar da
experiência passada.
A empresa desenvolve uma outra avaliação final do projeto
junto com o cliente para verificar se ele está satisfeito com o
produto construído que lhe vai ser entregue. O cliente recebe
também um manual do proprietário contendo informações sobre a
edificação e orientação de uso.
A empresa desenvolveu uma pesquisa para verificar o nível de
satisfação de seus clientes. Eles declararam estar mui to
satisfeitos com o produto adquirido e que voltariam a comprar
outro apartamento construído por ela. Os fatores que os clientes
apoptaram como importantes para sua satisfação são: postura no
atendimento, racionalização dos processos construtivos,
experiência das equipes dos projetos e cuidados com a
especificação de materiais e de detalhes construtivos.
Para melhorar o fluxo, a disponibilidade e a confiabilidade
das informações, a empresa informatizou todo o processo de
comunicação. o escritório do projeto dispões de dois
microcomputadores (um isolado e outro ligado na rede da empresa) e
uma linha telefônica com fac-símile.
145
3.7 O PROJETO ESCOLHIDO
O projeto pesquisado é um edifício residencial de 12 andares
e 22 apartamentos; tem área em planta de 225 m2, área construída
2 de 4077 m e os custos totais foram deUS$ 1.942.000. A duração
foi de 16 meses. Ele foi usado pela empresa como um laboratório
para a aplicação de inovações usadas antes isoladamente em outros
projetos seus. A empresa financiou-o com seus próprios recursos.
A equipe de gerenciamento era composta de um engenheiro, um
técnico de obras, um mestre-de-obras, um encarregado, um auxiliar
administrativo, um auxiliar ·almoxarife e uma estagiária de
engenharia.
As instalações-hidráulicas e elétricas, a impermeabilização e
a aplicação de materiais cerâmicos foram executados por
subempreiteiras.
A construtora usou este projeto de construção c i vi 1 para
introduzir outras duas inovações: fachadas pré-fabricadas e
par~des de gesso.
O uso destas inovações permitiu a redução da duração em oito
meses; se este projeto tivesse sido construído de maneira
tradicional, ele teria durado 24 meses.
Além destas inovações, foi considerado na fase de concepção o
uso pleno de cimbramento metálico em substituição ao cimbramento
tradicional de madeira. Isto permitiu a eliminação de vigas e o
uso de um número menor de pilares e melhor controle dimensional do
projeto (as medidas foram controladas com tolerância de 1,5 mm).
Outras inovações que a construtora já tinha utilizado
isoladamente em outros projetos foram usadas conjuntamente neste e
146
são as seguintes: gastalhos metálicos substituindo os de madeira,
máquina alisadora de lajes, formas e armaduras feitas na fábrica
de estrutura e não no canteiro de obras, sanitário móvel e portas
monobloco.
147
4 RESULTADOS
Os dados foram obtidos em entrevistas com um diretor, um
gerente de obras (no escritório central), um engenheiro e um
técnico de obras da equipe do projeto (no canteiro de obras) e
documentos e publicações internas da empresa.
O resultado da aplicação do PIP foi o seguinte:
FATOR ESCORE NUMÉRICO ESCORE PERCENTUAL CLASSE
1 33 80% A
2 30 70% B
3 30 70% B
4 17 0-10% c
5 35 100% A
6 32 80% A
7 34 90% A
8 35 100% A
9 35 100% A
10 35 100% A
O desempenho do projeto teve um escore numérico de 79 o que
corresponde a um escore percentual de 90%.
O fator 2 (Apoio do Gerenciamento Superior) está na classe B
por causa do escore numérico 5 no i tem recursos adicionais e
escore numérico 6 nos itens atribuição e divisão de
responsabilidade do gerenciamento superior com a equipe do
projeto.
O fator 3 (Planos e Programas do Projeto) teve classificação
B principalmente pelo escore numérico 4 no i tem planos
contingenciais; a equipe do projeto não dispunha de tais planos.
148
O fator 4 (Consulta ao Cliente) teve classificação C porque
este é um projeto piloto usado pela empresa como um laboratório
para a implantação de todas as suas inovações. Ela não pôde
discuti-lo com os clientes nas fases iniciais porque a venda dos
apartamentos começou quando o projeto estava em fase avançada de
execução.
Nota-se o elevado escore dos fatores 8 (Monitoração e
Controle), 9 (Comunicação) e 10 (Eliminação de Problemas) que,
como descrito no Capítulo 3 (Item 3.6), são os fatores com os
quais a construtora mais se preocupa.
O uso de todas inovações permitiu que a empresa conseguisse
as seguintes reduções de custos. A empresa faz seus orçamentos em
dólares norte-americanos (preço de venda do mercado paralelo).
-cimbramento metálico ......................... 209.512
-sanitário móvel ................... ~ ........... 22.456
-portas monobloco .............................. 16.551
-gastalho metálico ............................. 17.976
-alisadora mecânica ............................. 2.854
-fábrica de formas e armaduras ................. 19.931
-paredes de gesso e fachadas pré-fabricadas ..... 4.753
TOTAL ............ 294.033
Os custos do gerenciamento deste projeto foram de 7,01% dos
custos totais:
Custos do gerenciamento= 1.942.000 * 0,0701 = 136.134
Diferença (benefícios- custos) = 294.033- 136.134 = 157.899
Razão beneficios I custos= 294.033 I 136.134 = 2.16
O uso de paredes de gesso e fachadas pré-fabricadas permitiu
reduzir a duração do projeto de 24 para 16 meses.
149
A redução da duração provocou a redução de US$ 269. 780 nos
custos indiretos. Porém, devido ao investimento, treinamento e
importação de alguns materiais não disponíveis no mercado
nacional, o resultado final foi uma redução de custos de apenas
US$ 4. 753.
A empresa já está conseguindo construir paredes de gesso por
US$ 201m2 enquanto que a parede de alvenaria custa US$ 251m2.
O uso de fachadas pré-fabricadas teve o mesmo custo da
construção tradicional, mas a diminuição da duração foi de 70 dias
(150 dias pelo método tradicional e 80 dias com a pré-fabricação).
A possibilidade de usar todas as inovações em um único
projeto decorre da maneira cuidadosa com que este projeto foi
planejado. Este fato permitiu uma redução substancial de custos
que será ainda maior quando houver fornecedores nacionais de
alguns materiais para as paredes de gesso (fita adesiva e massa
especiais) e quando a construtora consolidar a experiência no uso
das inovações em projetos futuros. Mesmo assim, nota-se o alto
valor da relação benefícios/custos.
Por aplicar um gerenciamento melhor de seus projetos de
construção civil, a empresa consegue usufruir de todos os
benefícios relacionados no Capitulo 3, com excessão de relações
melhores com subempreiteiras (V. adiante).
As desvantagens que a empresa encontra são as segintes.
Ela tem dificuldade em encontrar fornecedores, arquitetos,
engenheiros, subempreiteiras e mão-de-obra que aceitem seus
métodos de trabalho.
Quando a empresa entra em contacto com fornecedores, ela os
avisa que seus produtos terão que se enquadrar em normas rígidas
150
de qualidade; por causa disso eles se recusam a trabalhar com ela,
preferindo outras construtoras menos rígidas neste aspecto.
Alguns engenheiros e arquitetos se recusam a adaptar suas
concepções aos critérios da empresa que procura fazer com que as
concepções facilitem a construtibilidade.
A maioria das subempreiteiras está acostumada a trabalhar
seguindo os métodos tradicionais da construção civil brasileira.
Esta empresa exige que as subempreiteiras sigam os mesmos métodos
que ela usa; por exemplo, operários uniformizados, usando
equipamentos de segurança etc.
A mão-de-obra, quando começa a trabalhar nesta empresa,
encontra dificuldades para se adaptar aos métodos de trabalho.
Como afirmou um mestre-de-obras:
"Quando cheguei na obra, não gostei do sistema. Achava que
essa história de reuniões não levava a nada e falei com o
engenheiro sobre isso. Ele pediu para dar um tempo e aí eu fui
vendo que o trabalho do pessoal começava a sair bem feito. Vi que
era resultado das reuniões e comecei a mudar de opinião. Vi que a
filosofia não é só uma coisa de aparência, não. É pra valer
mesmo".
Ela tem problemas também com alguns clientes que não aceitam
seus métodos e inovações forçando-a a seguir o que é
tradicionalmente feito na indústria de construção no Brasil.
151
5 CONCLUSÕES
A imobilidade, a complexidade e as características da demanda
dos produtos da indústria de construção civil tornam-na diferente
das outras indústrias.
A imobilidade faz com que as operações desta indústria tenham
que ser quase todas executadas em ambiente aberto e dificulta a
padronização das edificações.
A complexidade é causada pela variedade de funções exigidas
de seus produtos; da quantidade e tipos de materiais e
equipamentos; pela variação das condições do terreno e das
preferências e gostos individuais e das inovações sempre
crescentes de materiais e equipamentos. Esta complexidade exige
que várias disciplinas participem na execução de um mesmo projeto
de construção civil, mesmo em projetos pequenos.
A demanda nesta indústria apresenta fatores como variedade de
tipos, variabilidade de volume e características regionais. O
pri~eiro fator exige uma indústria com habilidade para construir
tipos diferentes de edificações. O segundo fator exige uma
indústria com grande habilidade de expansão e contração para se
adaptar ao volume da demanda. O terceiro fator exige uma indústria
com mobilidade para se deslocar aos lugares de demanda alta,
abandonando os lugares de demanda fraca.
Para atender todos estes requisitos, a indústria de
construção civil tem que ser flexível. A flexibilidade é
conseguida pela fragmentação da indústria.
A fragmentação inibe o desenvolvimento de operações
mecanizadas e centralmente controladas. Ela provoca a dispersão da
152
' ..
função gerencial por causa do número de subempreiteiras envolvidas
em um projeto e a ligação fraca entre a empreiteira principal e as
subempreiteiras.
Um projeto, não importa de qual tipo de indústria, tem três
dimensões críticas (objetivos de desempenho, de custos e de
programa) que se relacionam fortemente entre si e exigem a atenção
gerencial constante para que se consiga atingir o sucesso.
A situação em que a indústria de construção civil opera é a
situação de multiprojetos, onde todos eles competem pelos recursos
escassos e pela atenção gerencial.
Em um projeto e na situação de multiprojetos ocorre um
fenômeno importante para o gerenciamento: o surgimento de
interfaces em um mesmo projeto e entre projetos por causa do
número de disciplinas exigidas para construir as edificações.
Com as interfaces surgem os eventos importantes que aumentam
a responsabilidade do gerenciamento porque são pontos onde ocorrem
mudanças grandes de tecnologia e de disciplinas; mudanças de
sub~mpreiteiras que executam os serviços.
O processo tradicional de construção civil tornou-se
inadequado para gerenciar apropriadamente os seus projetos por
causa dos fatores descritos acima. Isto é comprovado pela
insatisfação dos clientes com os altos custos; qualidade e
produtividade baixas; o desperdício e os longos prazos de execução
dos projetos.
A indústria precisa mudar seus métodos tradicionais; ela
precisa de um gerenciamento mais forte, eficaz e efetivo.
A indústria de construção civil pode melhorar seus padrões de
operação se implantar os métodos modernos de gerenciamento de
153
projetos criados para outras indústrias. Esta melhoria é
conseguida por causa dos dois conceitos básicos deste tipo de
gerenciamento:
-atribuição de autoridade e responsabilidade a uma única
pessoa, o gerente do projeto e
-o planejamento, a monitoração e o controle integrativos do
projeto.
Este tipo de gerenciamento permite que a indústria de
construção c i vil elimine um dos seus mais sérios problemas: a
dispersão da função gerencial.
O gerenciamento de um projeto é um processo complexo,
exigindo que o gerente dê atenção simultânea a diversas variáveis:
humanas, orçamentárias e técnicas. Embora existam modelos que
fornecem apoio técnico ao gerente (PERT/CPM, programas de
computador), ele precisa também de um modelo que considere os
aspectos humanos e gerenciais para que o gerenciamento seja bem
sucedido. Ele precisa conhecer quais são os fatores críticos de
suc~sso. Estes fatores precisam ser amplos para considerar
aspectos importantes do gerenciamento e suficientemente precisos
para fornecer orientação ao gerente em sua prática diária. O
modelo deve fornecer uma base para a monitoração, antecipação das
necessidades e alocação de recursos.
Para que os gerentes possam alocar melhor seu tempo aos
diversos fatores de sucesso, é necessário que eles disponham de um
instrumento de diagnóstico em forma numérica atribuindo valores a
cada um destes fatores.
O modelo que satisfaz estes dois requisitos é o Perfil de
Implantação do Projeto (PIP) descrito no Item 3.5.
154
Ele foi aplicado no projeto escolhido para esta pesquisa e
permitiu diagnosticar com precisão os fatores em que a construtora
está tendo bom desempenho devendo, portanto, preservá-los e os
fatores em que está precisando melhorar por causa da classificação
(classe B) destes fatores.
A aplicação do PIP nesta pesquisa permitiu identificar um
fator em que a empresa tem alto desempenho: fator 8 (Monitoração e
Controle). Este fator é apontado em toda a literatura como o de
mais fraco desempenho pela indústria de construção civil.
Outro ponto a destacar no gerenciamento empregado pela
construtora no projeto pesquisado é o planejamento. Ao empregar os
conceitos de construtibilidade descritos no Capítulo 2, a empresa
conseguiu uma alta redução dos custos e de prazo e construiu uma
edificação de qualidade. Este fato confirma a grande propriedade
do planejamento: período de mais baixos custos e de grande impacto
nas fases posteriores.
A empresa cujo projeto foi analisado nesta pesquisa está
ten~o seu sucesso reconhecido publicamente:
-eleita a melhor empresa do Brasil no início desta década;
-ele i ta quatro vezes como a empresa de melhor desempenho
anual no setor de construção civil e
-eleita duas vezes como a melhor construtora do ano.
Esta pesquisa comprovou que a implantação de métodos modernos
de gerenciamento em projetos pequenos e médios da indústria de
construção civil é factível; proporciona benefícios tangíveis e
intangíveis, com os primeiros superando amplamente os custos.
155
6 ABSTRACT
In this work are described the characteristics of the
construction industry.
The implementation of project management techniques in small
and medium construction projects is analysed through the
comparison of the benefits and costs.
The success of such implementation is determined by the use
of a measuring instrument called Project Implementation Profile.
156
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