19
Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Page 2: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

0

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO

PARANÁ

CAMPUS DE JACAREZINHO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

ARNETE FERREIRA

RITO DE PASSAGEM: A ABORDAGEM DA HISTÓRIA SOCIAL DA CRIANÇA COMO FORMA DE TRANSIÇÃO

PARA A 2ª FASE DO ENSINO FUNDAMENTAL

JACAREZINHO

2014

Page 3: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

1

ARNETE FERREIRA

RITO DE PASSAGEM: A ABORDAGEM DA HISTÓRIA SOCIAL DA CRIANÇA COMO FORMA DE TRANSIÇÃO

PARA A 2ª FASE DO ENSINO FUNDAMENTAL

Artigo apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED. Área de Conhecimento: História. Orientador: Profº. Drº. Jean Carlos Moreno.

JACAREZINHO 2014

Page 4: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

2

RITO DE PASSAGEM: A ABORDAGEM DA HISTÓRIA SOCIAL DA CRIANÇA

COMO FORMA DE TRANSIÇÃO PARA A 2ª FASE DO ENSINO FUNDAMENTAL

Arnete Ferreira1

Orientador: Jean Carlos Moreno2

Resumo: O presente artigo apresenta uma experiência do Ensino de História com os alunos do 6º

ano do Ensino Fundamental, enfatizando sua trajetória de vida em suas manifestações cotidianas e

para que sintam como sujeitos da sua história pessoal e de sua família. O estudo traz também um

olhar para as fundamentações com base nas pesquisas e estudos sobre o período de transição do

aluno do 5º Ano para a 2ª fase do Ensino Fundamental. A relevância desta investigação se dá pelo

fato de que propõe uma nova abordagem ao planejar os conteúdos a serem ensinados em História e

busca contribuir para uma aprendizagem prazerosa dos conhecimentos próprios da disciplina com

subsídios teóricos metodológicos que levem a uma reflexão e ação por parte dos alunos. A

metodologia aplicada se organizou de forma dialética e teve como pressupostos subsídios que

permitiram aos alunos a construção dos conteúdos básicos de História, onde ele seja o principal

veículo articulador para o processo de ensino aprendizagem. As atividades desenvolvidas foram

reflexivas, observadoras e contextualizadas com o conteúdo exposto, na perspectiva dos alunos

elaborarem o seu portfólio, dando significado às suas experiências para o processo de ensino-

aprendizagem sobre esta temática no intuito de compreender melhor a dimensão e a forma de se ver

como sujeito participativo da história. As discussões foram fundamentadas na História Social da

Criança, segundo as teorias propostas por ABUD (2005), Schmidt (2009), Villas Boas (2005),

(Bittencout (2008), França (2006), Ramos (2011), Pinsky & Pinsky (2009), Abud (2005). A realização

deste trabalho contribuiu para que os alunos participantes da pesquisa compreendessem melhor o

significado da disciplina de História e se sentissem como sujeitos de sua própria História.

Palavras-chave: Ensino-aprendizagem; sujeito histórico; História; história de vida.

1 INTRODUÇÃO

O Projeto de Intervenção Pedagógica, desenvolvido no âmbito do PDE

(Programa de Desenvolvimento Educacional) da Secretaria de Estado da Educação

do Paraná, teve por base trabalhos desenvolvido em pesquisas e estudos sobre o

tema “História Social da Criança”, visto que a escola é um ambiente de fases,

aprendizagens e conquistas. Sendo assim, foi desenvolvido um trabalho que buscou

1 Professora da Disciplina de História no Colégio Estadual Miguel Dias – Ensino Fundamental e Médio

- Município de Joaquim Távora, Núcleo Regional de Jacarezinho da Secretaria de Estado da Educação do Paraná. 2 Professor Adjunto do Colegiado de História da Universidade Estadual do Norte do Paraná.

Page 5: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

3

levar à compreensão de que cada aluno é um sujeito histórico de fato em seu

período e espaço.

A aplicação do trabalho deu-se no período de 20 de fevereiro a 11 de junho

de 2014, com a turma 6º ano A do Ensino Fundamental, período vespertino. A turma

contava com 30 anos alunos e este número de participantes manteve-se até o final

da aplicação do projeto. Os alunos se empenharam para uma boa participação, em

sua grande maioria, mas também encontrei algumas dificuldades, como por

exemplo, o caso de dois alunos que não entregaram o seu portfólio no período

estipulado.

A instituição pública do Colégio Miguel Dias - E.F.M oferece Ensino

Fundamental, séries finais, e Ensino Médio que atende um alunado heterogêneo de

crianças, jovens e adultos em geral oriundos das classes assalariadas residentes na

zona urbana, periferia e rural do município de Joaquim Távora.

Os pais são provenientes de várias camadas sociais. Podemos considerar

que a metade dos pais pertence a uma classe social média e uma outra parte

pertence à classe social baixa, não possuindo estrutura necessárias para fazer um

bom acompanhamento da vida escolar de seus filhos.

A escola assume as várias contradições que marcam a sociedade

contemporânea, má distribuição de renda, o que contribui de forma marcante a

desigualdade social como: desemprego, conflitos familiares, afetivos, sociais,

psicológicos e neurológicos nos estudantes que pertencem a classes populares que

enfrentam problemas advindos da sociedade capitalista, onde a maioria das famílias

trabalha nas indústrias alimentícias e confecções instaladas no município.

O objeto geral do presente projeto era analisar de que forma os alunos podem

compreender, por meio da História, que o ser humano é um sujeito que constrói seu

conhecimento e, consequentemente, produtor da cidadania. Buscava-se, assim,

abordar em sala de aula a leitura de textos e uso de fontes históricas para somar

conhecimentos sobre o processo de ensino aprendizagem para uma perspectiva

política acerca dos estudos com as fontes sobre a vida das crianças no Brasil.

Intencionou-se fazer a mediação do aluno para a construção de conhecimentos por

meio de imagens e vídeos como instrumento documental dos períodos por quais

passaram essas crianças, levando-as a uma reflexão histórica acerca de algumas

representações produzidas. Além disso, procuramos elaborar uma sequência de

atividades a serem desenvolvidas na implementação do projeto em sala de aula

Page 6: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

4

(Portfólio). Todas estas atividades e reflexões propostas, por fim, objetivavam

resgatar a identidade do aluno a ponto de ele valorizar e descobrir a própria história,

possibilitando-lhe a aquisição de conhecimento, de natureza histórica e a formação

de cidadania para que se percebesse como sujeito da história.

2 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

O estudo deste Projeto de Intervenção Pedagógica traz um olhar para as

fundamentações com base nas pesquisas e estudos sobre o período de transição do

aluno do 5º Ano para o 6º Ano do Ensino Fundamental, enfocando o tema “História

Social das Crianças”, visto que a escola é um ambiente de aprendizagens e

conquistas. Sendo assim, tenho observado nos meus anos de docência em como

facilitar esse momento de mudança de segmento escolar e a compreensão de que

cada aluno é um sujeito histórico de fato em seu período e espaço. A transição do 5º

Ano para o 6º Ano do Ensino Fundamental é marcada por ansiedade, expectativas e

insegurança para os alunos, bem como para os familiares, precisando dar conta de

se relacionarem com mais professores, mais disciplinas demarcadas por horários,

mais cadernos, diferentes ritmo de aulas, maior exigência curricular, conteúdos não

aprendidos. Muitas vezes é difícil para o aluno entender sobre a relação de afeto

que tinha com aquele professor, que tudo sabia sobre sua vida de aluno para o

professor que muitas das vezes não sabe o seu nome.

Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo

desconhecido para ele, faz com que perceba algumas mudanças em seu

comportamento. O que não se pode perder de vista é que esta transição coincide

com outras transformações pelas quais eles estão vivendo, o que explica muito de

seus comportamentos mais evidentes. Eles estão enfrentando mudanças físicas,

emocionais e intelectuais, estão vivendo mudanças biopsicossociais, iniciando um

processo de busca de seu lugar no mundo. São nomeados como “grandes” para

algumas coisas e “pequenos” para tantas outras. O papel da família e da escola é de

fundamental atenção e participação nesse desenvolvimento de mudança na vida do

aluno.

Page 7: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

5

A entrada para o 6º Ano representa o desejo de crescer e conquistar a nova

identidade social. O 6º Ano não é necessariamente mais difícil, mas é um ano em

que alunos e pais são desafiados a corresponderem com expectativas diferentes.

Nesta passagem também é fundamental evidenciar práticas que permitem o

desenvolvimento de recursos pessoais dos alunos, como a aprendizagem do

passado que venha dialogar com as novas aprendizagens para o processo de

construção do conhecimento. Segundo Schmidt (2009, p. 37):

Aprender história significa contar história, isto é, significa narrar o passado a partir da vida no presente. O principal objetivo é elaborar uma orientação relacionada com a construção da identidade de cada um e também, organizar a própria atuação nas lutas e ações do presente, individual e coletivamente.

A entrada para o 6º Ano representa o desejo de crescer e conquistar a nova

identidade social. O 6º Ano não é necessariamente mais difícil, mas é um ano em

que alunos e pais são desafiados a corresponderem com expectativas diferentes.

Nesta passagem também é de fundamental evidenciar práticas que permitem o

desenvolvimento de recursos pessoais dos alunos, como a aprendizagem do

passado que venha dialogar com as novas aprendizagens para o processo de

construção do conhecimento. Entre os principais fundamentos neste olhar

historiográfico para o ensino de História está a importância do pensamento histórico

para este processo.

O trabalho foi fundamentado nas ações desenvolvidas pelo método

participativo, com uma diversidade de atividades, propondo a reflexão sobre o

processo de desenvolvimento e aprendizagem tendo como sujeitos os alunos do 6º

Ano. A metodologia de ensino, aplicada no Projeto de Intervenção e na Unidade

Didático-Pedagógica, teve por pressupostos os objetivos que permitiram a

construção dos conteúdos básicos da História e a compreensão de que cada aluno é

um sujeito histórico, de fato, a partir de suas experiências e do contexto em que vive,

onde ele seja o principal veículo articulador do processo de ensino aprendizagem.

Para isso, o processo de apropriação desses conceitos foi realizado através de um

trabalho reflexivo, observador e contextualizado com o conteúdo exposto, fazendo

Page 8: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

6

com que cada aluno participasse do seu processo de co-autor de sua história e de

sua identidade enquanto sujeito.

Ao aplicar esta sequência didática, meu objetivo foi o de propiciar um estudo

com os alunos do 6º Ano sobre a dimensão histórica de cada um, sobre suas vidas

em suas manifestações mais cotidianas, dirigindo-se um olhar investigativo e crítico

possibilitado pela leitura dos documentos que trouxeram uma série de informações

sobre as estruturas familiares, sua origem, sobre as formas de diversão, o legado

cultural, os passeios e viagens, sobre as formas de pensar e ver o mundo.

Documentos que, certamente, possibilitaram uma série de atividades que

enriqueceram as histórias de cada um.

O ensino da História visa a formação de um pensamento histórico a partir da

consciência histórica dos sujeitos, existindo várias explicações e interpretações para

um mesmo fato, sendo assim, o conhecimento histórico possui formas diferentes de

explicar seu objeto de investigação, a partir das experiências dos sujeitos e do

contexto em que vivem. Com este intuito, vale-nos encontrar caminhos para refletir,

experimentar, questionar, instigar, ousar e analisar cada degrau construído para o

seu crescimento e desenvolvimento como cidadão e sujeito histórico, como apontam

PINSKY & PINSKY (2009, p. 28):

“Cabe ao professor (...), aproximar o aluno os personagens concretos da História, sem idealização, mostrando que gente como a gente vem fazendo História. Quanto mais o aluno sentir a História como algo próximo dele, mais terá vontade de interagir com ela, não como uma coisa externa, distante, mas como uma prática que ele se sentirá qualificado e inclinado a exercer. O verdadeiro potencial transformador da História é a oportunidade que ela oferece de praticar a “inclusão histórica”.

Como podemos ver, o professor deve orientar o seu aluno para que não se

perca o sentido, devido à mudança de contexto, mas também, atribuir sentido

condizente com o contexto atual. Fazer as relações com o passado e o presente,

permanências e mudanças dos problemas sociais do país em todos os tempos. Isso

é fundamental para que o aluno tenha consciência de que é “sujeito de sua própria

história e, por conseguinte, da História Social do seu tempo” (Id., 2009, p. 28).

Para atingir tais objetivos, utilizamo-nos de múltiplas fontes históricas. As

fontes podem ser de origens diversas e oferecer elementos diferentes e

Page 9: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

7

complementares sobre uma determinada experiência histórica. O trabalho com

fontes busca oferecer subsídios metodológicos, com o compromisso de auxiliar a

teoria e a prática que possam difundir e incutir a sua valorização, levando-os à

construção de uma visão transformadora no mundo que vivemos.

Objetiva-se, com a fonte, estimular o aluno a desenvolver a competência

leitora e promover atitude questionadora e reflexiva para que o mesmo faça

perguntas aos documentos e compreenda as condições em que lhe foram

produzidas. De uma forma cuidadosa foi introduzido no cotidiano escolar o método

de pesquisa, muito usado pelos historiadores e para as aulas de História. Os alunos

começaram a conhecer o caminho para o conhecimento das fontes, com um olhar

observador e crítico sobre as mesmas, reconhecendo diferentes linguagens,

comparando-as, identificando suas intenções e a relação com outras fontes.

A sala de aula foi o ambiente de aprendizagem e interação socioeducacional

onde a interação entre o conteúdo, as atividades, as práticas docentes e o nível de

desenvolvimento apresentados pelos alunos foram realizados por meio de registros

em que se deram as práticas vivenciadas no ambiente escolar. No trabalho de

investigação histórica, em sala de aula, houve contribuição para aumentar a

criticidade dos alunos e, assim, levá-los a obter um posicionamento diante de

acontecimentos do presente, tendo em vista a interpretação das relações que esses

fatos estabeleceram com o passado.

Escolhi um estudo com a Fonte Histórica ”Registro de Nascimento” da

criança, reconhecendo-o como um documento no qual se encontra a origem (pais,

avós) de cada um, o nome, o local, a hora e a data de nascimento, garantindo-lhe o

conhecimento pessoal de parte de sua história familiar. Fizemos perceber que com

esse documento, a criança tem direito a ser atendida em todos os serviços públicos

como: hospitais, postos de saúde, escolas, creches, entre outros.

O Registro de Nascimento é o primeiro documento cível a que todo cidadão

tem acesso. Além disso, a intenção foi de destacar a importância desse documento

na vida das pessoas, tendo em vista os dados nele apresentados, que serão

utilizados em outros documentos. O Registro de Nascimento faz-se outra história,

contada em palavras, portanto, é um documento que conta um pouco da história de

cada pessoa.

Foi propiciado um estudo sobre a dimensão histórica de cada um, sobre suas

vidas em suas manifestações mais cotidianas, dirigindo-se um olhar investigativo e

Page 10: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

8

crítico em suas estruturas familiares, sua origem, sobre as formas de diversão, o

legado cultural, os passeios e as viagens, sobre as formas de pensar e ver o mundo.

Documentos que possibilitaram um enriquecimento às histórias de cada um.

O entendimento da importância do ato de pesquisar e de ser pesquisado foi

posto em evidência, assim como a compreensão da história familiar e sua origem

para a construção da história social, onde foram realizados questionamentos

baseados nos relatos de FRANÇA (2006). A característica e a funcionalidade de

cada fonte histórica foram trabalhadas pela oralidade, fazendo com que os alunos

percebessem as diferenças e as semelhanças entre cada um dos documentos

apresentados, reforçando que é no Registro de Nascimento onde estão algumas

informações de seu nascimento, sendo tanto um documento histórico quanto cível.

Todos os alunos trouxeram para sala uma cópia de seu registro de nascimento para

a realização dessa atividade.

Solicitei também que trouxessem fotos deles mesmos, de seus avôs, pais,

parentes e até de amigos e um objeto que fosse tratado como relíquia ou patrimônio

da sua família. Após a verificação das fotos e objetos em mãos foram divididos em

grupos: a) fotos de alunos da classe e dos amigos da mesma idade; b) fotos dos

adultos (pais, ou responsáveis, tios, amigos dos pais); c) fotos dos idosos (avós,

bisavós, senhores e senhoras de sua convivência).

Aplicou-se, então, um roteiro para interpretação das imagens: Quem são os

fotografados?; Como estão vestidos?; Em que lugares estão e o que estão

representando?; O que acontecia na sua cidade e no Brasil na época em que essas

fotos foram tiradas?

Com os objetos trazidos por eles elaborou-se uma ficha com os seguintes

itens: tipo do objeto: o que é, e de que material é feito?; em que época foi feito e a

quem pertencia ou pertence?; por que ele é importante?; explique para a sociedade

de hoje esse objeto trazido por você pode servir para algo? Por quê?

Essas atividades tiveram como objetivo observar, comparar, analisar para

poder, com criticidade, obter um posicionamento diante dos acontecimentos

expostos nas fotos e nos objetos e interpretando como essas fontes podem nos falar

de fatos/acontecimentos que registram a história.

A partir dessa atividade iniciei o trabalho com Patrimônio Histórico Cultural,

baseado na teoria defendida por Ramos (2011), que apresentei através de textos

que complementaram, mostrando a eles que o legado que temos hoje é a herança

Page 11: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

9

de nossos ancestrais e que temos o dever de preservar e com muito apreço levar

esse bem tão precioso às futuras gerações. Conversamos sobre as leis de proteção

e restauração que auxiliam na manutenção de suas originalidades e comentei sobre

a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e Educação),

e, no Brasil, o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A seguir

mostrei algumas fotos e imagens no data show que representam o patrimônio

histórico e cultural brasileiro como: pontes, praças, arquiteturas, igrejas, estátuas,

casas, museus, construções antigas, dança, folclore, paisagens, e outros. Após

apresentar tais dados, observei que compreenderam o que é Patrimônio Histórico

Cultural e fizemos uma visita em alguns pontos da cidade em que moramos para

que os alunos observassem e encontrassem moradias antigas e fossem anotando a

fachada, as janelas, o telhado, a arquitetura, a pintura, o material usado para fazer a

construção, o endereço do local, o bairro. Os alunos elaboraram um texto narrativo

com o passeio pela cidade e a Praça XV de Novembro, onde também se encontra

um marco com a estátua do Padre João Miller e São Sebastião que é padroeiro da

comunidade católica tavorense, partindo do seguinte roteiro: a) Que local da cidade

você observou que há prédios ou elementos culturais que podem fazer parte do

patrimônio histórico de nossa cidade; b) Quais são os locais que você pode

identificar na sua rua ou bairro, os quais fazem parte do patrimônio histórico?; c)

Quais aspectos podemos identificar nos patrimônios históricos analisados?; d) Como

devemos tratá-los?; e) Se daqui a cem anos um historiador fosse fazer uma

pesquisa sobre você e sua família, que tipo de documentos ele poderia utilizar para

saber como era a vida de vocês?; f) Imagine que algum parente ou pessoa

responsável por você encontrou um antigo diário seu guardado no porão de sua

casa. Esse diário pode ser considerado uma fonte histórica? Por quê? O que é

possível saber através dele? Mais adiante, outro conjunto de questões foi proposto

aos estudantes: a) Imagine que você é um artista estrangeiro que veio conhecer o

Brasil; b) Que tipo de registro você faria sobre o que viu?; c) Que elementos do

Brasil você procuraria descrever?; d) Procure em jornais, revistas e/ou livros

disponíveis para recortes imagens do Brasil que se pareça com o que você

imaginou; e) Cole-as em uma cartolina e organize-as por característica do elemento

cultural e histórico. Essa atividade foi realizada em grupo onde cada um destacou a

característica designada.

Page 12: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

10

A metodologia utilizada se propôs responder às novas linguagens e

abordagens que a História de hoje exige. Conforme esclarece Abud:

“(...) no processo de aprendizagem as fontes se transformam em recursos didáticos, na medida em que são chamadas para responder perguntas e questionamentos adequados aos objetivos da história ensinada” (ABUD, 2005, p. 310).

Para tanto temos consciência que a História estuda as mudanças e as

permanências presentes nas sociedades, sendo de fundamental importância o seu

estudo em nossa vida, com o objetivo de avaliar e mudar o rumo estabelecido das

coisas.

Os alunos são cidadãos, pessoas detentoras de conhecimentos e direitos,

que produzem cultura. Esse modo de ver as crianças favorece entendê-las e

também ver o mundo a partir do seu ponto de vista. E é específico do período de

infância o seu poder de imaginação, a fantasia, a criação, as brincadeiras, as

canções, e as músicas são entendidas aqui como experiência de cultura.

Partindo desse entendimento apresentei como outro recurso didático e

metodológico a aprendizagem através da música em períodos que retratam a vida

social das crianças no Brasil e seu cotidiano para reflexão e análise do contexto

histórico vivido pelos compositores e cantores. A canção do grupo Palavra Cantada,

“EU”, traz em seu enredo a origem da história de sua família. Já “O Menino e a

Rosa” retrata a história de um menino que vivia com outra família pelo abandono de

seus pais. Por fim, e, “Depende de Nós”, o compositor retrata que as crianças são a

esperança para um mundo melhor, ou seja, são sujeitos que podem mudar o mundo.

Nesse sentido, a música é uma forma de combater a apatia e o desinteresse

pela aprendizagem e o saber escolar, muitas vezes, pela vivência de uma realidade

desalentadora que impede o aluno de se perceber como sujeito histórico.

Essa metodologia teve como objetivo principal, aproximar o conteúdo através

do ouvir uma melodia, de apreciar a mensagem que traz, de relacionar com a vida

cotidiana de nossos alunos, de relacionar passado e presente, levando-os a

perceberem as transformações, mudanças e permanências no decorrer da História e

a verificarem que a História é construção feita pelo povo de seu tempo e que mesmo

Page 13: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

11

uma canção precisa ser analisada e pensada sobre a ideologia que a mesma

transmite.

Por fim, para que se sentissem ainda mais como sujeitos da História, foi

pedida e acompanhada a construção de um Portfólio sobre a vida de cada aluno

composto com documentos, subsídios que revelem a sua história de vida desde o

momento da concepção até a sua idade atual.

Para o meu trabalho em sala de aula com os alunos do 6º Ano A, período

vespertino, o portfólio foi constituído com atividades ilustrativas como desenhos,

atividades descritivas e narrativas, imagens fotos, visitas, músicas e poesias dos

mesmos, que representam o seu pensamento, o sentimento, a sua maneira de agir,

as suas competências e habilidades e a maneira como coloquei em prática o meu

trabalho pedagógico. Meu objetivo foi que a cada conteúdo desenvolvido eu

pudesse ter uma visão do conhecimento formal de cada aluno e sua atuação nas

diferentes áreas do conhecimento, sua evolução pessoal e educacional enquanto

sujeito histórico que é.

O Portfólio foi um registro produzido em períodos de aprendizagem, por isso

fiz uso de todos esses recursos citados, mas a fotografia foi usada para registrar o

legado de sua vida e de sua família. Ela nos trouxe a possibilidade de construir uma

evolução histórica de acontecimentos, procurando buscar de maneira ordenada a

melhor atuação do aluno dentro do seu desenvolvimento no tema de estudo.

Por isso, o portfólio foi um suporte pelo qual pude observar e respeitar o ritmo

de cada um e, ao mesmo tempo, o diálogo e as mediações que foram sendo

realizadas junto ao aluno. A elaboração do portfólio pelo aluno e a análise do

professor ajudaram no encaminhamento do ensino-aprendizagem, uma vez que

possibilitaram a observação do processo do aluno e, por sua vez, o aluno ao

organizá-lo, refletiu sobre o que nele está contido, ou seja, realizou a auto-avaliação.

De acordo com Villas-Boas (2005), uma das razões para a insegurança inicial

dos alunos, deve-se ao fato do portfólio se constituir em um processo mais

trabalhoso, que implica construir, refletir, analisar, buscar novas informações e ter

autonomia. Justamente por estas razões é que a metodologia do portfólio ativa o

processo de ensino e aprendizagem além de evidenciar ao longo do caminho as

mudanças decorridas no processo de aprendizagem do aluno, por ser um

instrumento reflexivo.

Page 14: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

12

Assim como o aprofundamento e a apreciação das perspectivas

educacionais, esta estratégia vai contribuir não apenas para uma estruturação

interpessoal do conhecimento, como também irá facilitar se desenvolvida ao longo

do tempo, à compreensão dos processos de ensino- aprendizagem

Segundo Beicrr (2011), o portfólio é uma coleção organizada e devidamente

planejada de trabalhos produzidos por um aluno ao longo de um período de tempo e

constitui uma seleção feita pelo aluno dos melhores trabalhos ou produtos por si

realizados, de forma a poder proporcionar uma visão alargada e pormenorizada dos

diferentes componentes do desenvolvimento do aluno (cognitivo, afetivo e moral).

Na verdade, consiste em um dossiê onde são colocados trabalhos realizados ao

longo do período de um bimestre, semestre, fica a critério de o professor determinar

como será realizado esse trabalho.

A organização de um portfólio normalmente tem a seguinte estrutura: a) capa:

pode ser ilustrada pelo aluno; b) introdução: deve conter os dados do aluno, do

professor(a), nome da escola, quais os objetivos do portfólio e a sua finalidade; c)

sumário: demonstra a sequência dos conteúdos a serem trabalhados; d) atividades:

investigativas, relatórios das fases de desenvolvimento das tarefas realizadas em

sala de aula, fotografias, trabalhos de casa, recortes de jornais, revistas, materiais

produzidos pelos alunos; e) notas de reflexão: questionamento sobre as amostras de

trabalho de alunos, instigar atitudes de reflexão e autonomia, sugerindo práticas de

revisão e aprofundamento, que auxiliem no processo ensino aprendizagem; f) fichas

de auto-avaliação: poderá ser utilizada uma ficha para analisar e avaliar o portfólio,

durante todas as etapas de construção.

O trabalho na prática escolar no início foi tudo muito bom, os alunos estavam

interessados, curiosos, e comprometidos para a elaboração do portfólio que estavam

elaborando sobre sua vida, mas enfrentei problemas também com alunos que não

levavam seus documentos ou tarefas designadas para a realização da tarefa do dia

em sala. Algumas atividades dependiam de custo por terem que levar xérox e

algumas crianças ficavam sem poder realizar a tarefa do dia na sala, tendo que

realizar em casa e em outros momentos acumulando sua tarefa estabelecida para o

dia.

O arremate do trabalho se deu pela via da integração da comunidade com a

escola. Esta prática se deu por meio da aplicabilidade das atividades no cotidiano

escolar, onde os pais ficaram cientes por meio de uma reunião pedagógica

Page 15: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

13

organizada no início de fevereiro, explicando sobre o projeto de Intervenção

Pedagógica na Escola e o seu período de implementação, de como este iria ocorrer

no período estabelecido para a aplicação e a sua função.

A comunidade escolar e a família estiveram cientes que o desempenho da

avaliação através do portfólio era individual, particular e específico de cada aluno, a

qual difere da avaliação tradicional e ou de uma avaliação escrita onde a

aprendizagem do aluno é verificado pelas notas obtidas nas avaliações aplicadas.

Após estarem cientes sobre o meu projeto de PDE, expliquei que o êxito do

meu trabalho dependeria em muito da colaboração e compreensão dos pais, pois o

trabalho a ser desenvolvido que escolhi foi a elaboração do portfólio história de vida

de cada aluno, o qual dependeria de muitos documentos, fotos, coleta de materiais e

que muitas das vezes necessitariam da ajuda deles, com as coletas e envio na

organização de documentos e/ou materiais; que deveriam ajudar os seus filhos a se

organizarem e levarem para cada dia de trabalho estabelecido em uma agenda que

tinham no final do seu caderno de escolar.

A finalização do projeto realizou-se no colégio com o evento intitulado “Um

Dia de História”, onde os alunos envolvidos no projeto apresentaram teatros e um

samba criado em homenagem ao colégio chamado “Lá vou eu”, com os textos e

músicas trabalhos em sala de aula, os quais foram transformados em teatro.

Foram trabalhadas a canção do Grupo Palavra Cantada “Eu”, que retratou a

origem da vida do personagem e de sua família; a canção “O Menino e a Rosa”, que

retrata a história de vida de um menino, que foi criado por outra família pelo

abandono de seus pais; o “Estatuto da Criança e do Adolescente” com os

personagens da Turma da Mônica mostrando Direitos e Deveres; o famoso clássico

conhecido como João e Maria, registrado e publicado por Jacob e Wilhelm Grimm no

início do século XIX, o qual retrata a história de duas crianças que viveram em

situação de miséria e abandono em uma floresta, com o intuito de mostrar aos

alunos que a história de vida deles não difere das crianças com as quais convivemos

em nossa sociedade.

No evento, compartilhando comigo estavam as escolas municipais: São José,

Profª Janina de Lima Cavalheiro, São Sebastião, Natal Panichi, a A.P.A.E. - Frei

Leonardo com a fanfarra, as escolas estaduais Distrital de Joá e Assad Kalil Richa, a

escola particular Sementinha do Saber, e a A.P.A.E de Jacarezinho que abrilhantou

com o drama “ O homem transforma”.

Page 16: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

14

Todas essas escolas deram amplitude maior ao evento “Um Dia de História”,

apresentando danças que enfocaram o gosto e o prazer através da música que

fazem a diferença enquanto sujeitos históricos que são.

2.1 Grupo de Trabalho em Rede (GTR)

Uma grande contribuição para a realização do projeto foi a execução do

Grupo de Trabalho em Rede. Em primeiro momento, os cursistas tiveram que

realizar leituras para conhecimento do projeto. Após conhecê-lo, fomos interagindo

para um reconhecimento pessoal e identificando sua origem profissional, formação

acadêmica e os motivos da escolha daquele grupo de trabalho. As leituras pelos

professores foram o fio condutor que me ajudaram a ampliar as possibilidades de

trabalho. Por ser um tema que faz parte da vida de cada aluno, o tema do projeto

“História Social da Criança” teve como objetivo conscientizar esta prática na escola,

sob uma perspectiva, reflexiva, instigante, proporcionando aos alunos do 6º Ano

uma aplicabilidade sistematizada, que dá subsídios, com relevância, para a sua

chegada na série inicial da segunda fase do Ensino Fundamental. Esta situação

requer um olhar especial na nova escola, onde ela seja um ambiente acolhedor,

onde o desejo de crescer e conquistar a nova identidade sejam um período marcado

por segurança, respeito, afetividade e construção de conhecimentos.

Ao optar pelo trabalho de investigação histórica em sala de aula com o uso de

fonte histórica “Registro de Nascimento”, certamente houve contribuição para

aumentar a criticidade dos alunos e fazê-los sentirem-se sujeitos de sua própria

história, de gente que faz a história.

Posso dizer praticamente todos os professores cursistas que participaram do

meu GTR colocaram que as atividades apresentadas auxiliavam muito enriquecendo

as possibilidades em suas práticas de sala de aula. Ao compartilharem suas

experiências sugeriram algumas estratégias de ação que fizeram o grupo ter uma

coletânea de atividades ricas e construtivas para o fortalecimento de nossas práticas

em sala de aula.

Concluiu-se que a Escola Pública tem em sua trajetória de vida excelente

profissional, comprometidos e responsáveis com a profissão de educadores que

Page 17: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

15

debruçam, ousam, acreditam e fazem a diferença na aprendizagem dos sujeitos que

estão sobre suas responsabilidades na escola.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar este projeto de estudo percebi que foi um trabalho com diversas

fases de elaboração e aplicação, iniciando com a elaboração do Projeto, Unidade

Didático-Pedagógica, Grupo de Trabalho em Rede (GTR) e Artigo, os quais

trouxeram para mim um conhecimento enriquecedor, ousado e desafiador. Isto me

proporcionou uma transformação intelectual, cultural, social e tecnológica em minha

caminhada de educadora, ciente de que é com estudos e formação que o professor

cresce, transforma e media para uma prática docente coerente, responsável e

comprometida com o seu papel de educador.

Ao aplicar a Unidade Didática em sala de aula, inicialmente foi um pouco

tenso, mas à medida que foram aplicadas as atividades propostas na elaboração do

portfólio, os alunos foram demonstrando interesse e criatividade ao oportunizá-los o

momento de registrar a história de sua vida, a sua identidade cultural enquanto

sujeito histórico. Foi através desse trabalho de elaboração do portfólio que os

registros produzidos em períodos de aprendizagens, mostraram a evolução histórica

que cada aluno adquiriu, procurando buscar de maneira ordenada a sua evolução

pessoal e educacional em cada atividade desenvolvida respeitando o ritmo de

aprendizagem de cada um, mas que trouxeram novas informações e autonomia.

No GTR compartilhei com quatorze cursistas e companheiros/as de trabalho,

os quais têm e viveram com os mesmos anseios, angústias, e vontade de ousar e

buscar novos caminhos que nos levem para a qualificação, aprofundamento e a

apreciação das perspectivas educacionais em sala de aula.

O grupo teve uma interação muito boa e dinâmica, desde o momento da

leitura para o conhecimento do projeto, até as trocas de experiências vivenciadas

por todos. O tema do projeto “História Social da Criança”, que fiz uso da fonte

“Registro de Nascimento”, obviamente contribuiu em muito para as fundamentações

e posicionamentos defendidos por cada um. Temos consciência que o maior legado

que a disciplina de História deixa aos nossos alunos é o conhecimento do meio onde

Page 18: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

16

estão inseridos como cidadãos atuantes, e principalmente sujeitos que fazem a

história.

Posso concluir e reafirmar que o meu objetivo do Projeto de PDE foi atingido

e significa mais um degrau de minha vida como profissional da escola pública do

Estado do Paraná.

4 REFERÊNCIAS

ABUD, Kátia Maria. Registro e Representações do Cotidiano: A música popular na aula de História. Caderno Cede. Campinas: Unicamp, vol. 25, nº 67, set/dez. 2005. BENJAMIN, Walter. Um estrangeiro de nacionalidade, mas de origem alemã? In: Revista de educação especial: Biblioteca do profº Benjamin Pensa a educação. São Paulo: Seguimento, Março 2008. BOULOS, Junior Alfredo. História, Sociedade e Cidadania – Edição reformulada, 6º Ano. 2 ed. São Paulo: FTD, 2012. BRAICK, Patrícia Ramos. Estudar História: das origens do homem à era digital. São Paulo: Moderna. 2011. Cadernos Temáticos de História e Geografia: “Blumenau nas Escolas, Para Ver, Ler e Contar”. Disponível em: www.inf.furb.br/obed/historia_novo/index.hp. COTRIM, Gilberto. Saber e fazer. História Geral e do Brasil, 6º Ano. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. DEMO, P. Complexidade e Aprendizagem. A dinâmica não linear do conhecimento. Atlas. São Paulo, 2002. DIRETRIZES, Curriculares da Educação Básica. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. História, 2008. FRANÇA, Terezinha Woiceikoski. Sequencia Didática 01: Gênero Textual “Registro de Nascimento” – 1º Ano. Caderno Pedagógico Assoeste. Guaraniaçu, 2006. JARDO, Domingos D. Agrupamento de escolas. Como fazer um portfólio? Disponível em: <htpp:/www.content.yudu.com/.../Comofazerumportfólio...-Estados Unidos>.Acesso em 18 de agosto de 2014. PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. Por uma prazerosa e consequênte. In: Karnal, Leandro (org). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 5ª ed. São Paulo: Contexto, 2009.

Page 19: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · Este movimento realizado pelo aluno, ora em retorno, ora em direção a algo desconhecido para ele, faz com que

17

PROJETO ARARIBÁ. História/organizadora. Editora Moderna; Obra Coletiva, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna. 3 ed. São Paulo: 2010. RAMOS, José Eduardo.Patrimônio,educação,cidadania e escola cultural.Coletânea. São Paulo, 2011. SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula. In: BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. O saber histórico na sala de aula.11.ed.São Paulo: Contexto, 2009. VILLAS BOAS, Benigna M. de Freitas. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. 7 ed. Campinas: Papirus, 2004.