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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · apropriadamente”, pois elas desenvolvem capacidades, como, por exemplo, perceber e entender a informação implícita, encontrar

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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LEITURA DE BIOGRAFIAS E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

Lenir Jacoboski1

Luciane Baretta2

RESUMO

Neste artigo apresentam-se os resultados da Implementação da Proposta de Intervenção Pedagógica no Colégio Estadual José de Anchieta, localizado no Município de Quedas do Iguaçu-PR, no primeiro semestre de 2014, com os alunos do 6º ano. O objetivo da proposta foi desenvolver a habilidade de leitura e compreensão em Língua Estrangeira Moderna (LEM) por meio de estratégias de leitura (conhecimento prévio, reconhecimento dos cognatos, scanning, skimming, marcas tipográficas, previsão e predição e uso do dicionário, entre outras), com os gêneros textuais biografia (de jogadores brasileiros de futebol famosos) e autobiografia, como o intuito de auxiliar no processo de leitura e compreensão em LEM.

Palavras-chave: Estratégias de leitura. Compreensão. Biografias.

1 INTRODUÇÃO

O ensino e a aprendizagem da língua estrangeira moderna (LEM) apresenta-

se como um grande potencial em termos de desenvolvimento cognitivo,

comunicativo e afetivo do indivíduo. Com o reflexo globalizador no mundo

contemporâneo, faz-se necessária a aprendizagem de Língua Inglesa, doravante LI,

de acordo com as exigências do mercado e, principalmente numa perspectiva

cultural e de conhecimento de mundo. Por isso, para que o aluno se sinta motivado,

é de suma importância que o professor aponte meios para facilitar o trabalho com a

leitura e a compreensão de textos na LEM. Segundo Widdowson (2005, p.32):

(...) os professores de língua deveriam buscar associar a língua que estão ensinando com situações fora da sala de aula, ou seja, associando-a com situações cotidianas, como férias, esportes, passeios, família e outros.

Para isso, faz-se necessário que o professor conscientize seu aluno de que

através do conhecimento da LI ele poderá entrar em contato com novas culturas,

1 Professora de Língua Inglesa e Língua Portuguesa da Rede Pública Estadual de Ensino do Estado

do Paraná, participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da SEED – 2013, e-mail:[email protected]. 2 Professora Orientadora. Departamento de Letras, Mestrado em Letras, Universidade Estadual do

Centro-Oeste (UNICENTRO), Campus de Guarapuava.

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com modos diferentes de ver e interpretar a sua realidade, modificando, portanto,

sua própria percepção de mundo.

O presente projeto traz como problema a falta de interesse em ler e a

dificuldade de compreensão de textos em LI, fatos verificados em alunos do 6º ano

do Ensino Fundamental do Colégio Estadual José de Anchieta. Nosso objetivo

principal, é, portanto, fornecer subsídios para que nosso aluno tenha uma leitura

satisfatória e eficaz em LI. Para isso, parece-nos fundamental que desde o início do

processo de ensino e aprendizagem da LI, o professor desenvolva um trabalho que

lhe possibilite o despertar do interesse pelo idioma estrangeiro em seus alunos. E,

para que a aprendizagem se efetive, o professor deve levar em conta o nível de

desenvolvimento cognitivo, psíquico e social em que o aluno está. Sendo assim, as

estratégias de leitura são de suma importância, haja vista que é com base nelas que

os alunos conseguirão ler e compreender textos de forma eficiente e de maneira

autônoma, na referida língua. Nesta perspectiva, justifica-se o objetivo principal do

projeto que se preocupou em desenvolver a capacidade de leitura e compreensão

de textos escritos em LI, por meio de estratégias de leitura com os gêneros textuais

biografia e autobiografia. Nosso artigo está dividido em cinco seções. Na primeira,

será abordada a concepção de leitura adotada no presente trabalho; na segunda, os

gêneros textuais definidos para o trabalho com o texto; na terceira seção, será

apresentada a implementação do projeto na escola; na quarta, a análise dos

resultados e na quinta seção, apresentamos as considerações finais.

2 A HABILIDADE DE LEITURA

A leitura tem uma relação direta com o cotidiano do estudante, uma vez que é

um dos fatores indispensáveis para o aluno adquirir conhecimento, organizar

pensamentos (SIQUEIRA; ZIMMER, 2006) e ampliar o seu vocabulário. Desse

modo, cabe ressaltar que quando abordamos o tema leitura, entendemos que ela

não se restringe à decodificação de símbolos, mas sim a um processo que vai além

deste nível elementar, mas fundamental, para que ela de fato se efetive. Assim,

compreendemos que a leitura envolve desde os níveis mais baixos de

processamento (decodificação, associação, recodificação, compreensão literal) até

os níveis mais elevados da interpretação e compreensão do texto escrito, para que o

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leitor seja então, capaz de refletir sobre aquilo que decodificou (ANDRADE; GIL;

TOMITCH). Através da leitura pode-se entender o mundo, pois ela é um processo

interativo que junta o conhecimento linguístico, os conhecimentos textuais e os

conhecimentos do leitor criando possibilidades para que o aluno amplie também

seus horizontes de expectativas e posicione-se criticamente diante da realidade

(KLEIMAN, 2000; PARANÁ, 2008; SOLÉ, 1998; TOMITCH, 2009, dentre outros).

De acordo com Silva (1996, p.79-80) “A leitura crítica é condição para a

educação libertadora, é condição para a verdadeira ação cultural que deve ser

implementada nas escolas.” Ou seja, a leitura é uma habilidade com uma função

social e cabe à escola o papel de desenvolvê-la e aprimorá-la com o propósito de

ajudar na formação do indivíduo, cidadão crítico, que continua a aprender durante

toda sua vida. Segundo Solé (1998, p.73):

Formar leitores autônomos também significa formar leitores capazes de aprender a partir de textos. Para isso, quem lê deve ser capaz de interrogar-se sobre a própria compreensão, estabelecer relações entre o que lê e o que faz parte do seu acervo pessoal, questionar seu conhecimento e modificá-lo, estabelecer generalizações que permitem transferir o que foi aprendido para outros contextos diferentes.

Nesse sentido, as estratégias de leitura devem ser ensinadas, uma vez que

contribuem para que os educandos se tornem autônomos, ativos, que tenham a

capacidade de atribuir um significado àquilo que leem, independente das diferentes

situações e contextos.

Consonante ao que foi dito, as DCE’s recomendam que na prática da leitura:

(...) cabe ao professor criar condições para que o aluno não seja um leitor ingênuo, mas que seja crítico e reaja aos diversos textos com que se depara e entenda, que por trás deles, há um sujeito, uma história, uma ideologia e valores particulares e próprios da comunidade em que está inserido (PARANÁ, 2008, p.66).

Portanto, é relevante que ao se abordar a leitura na sala de aula, esta

aconteça com situações relacionadas com o meio imediato dos alunos, para que

estes consigam entender o mundo que os cerca, como afirma Luckesi (2003, p.119),

pois “(...) a leitura, para atender o seu pleno sentido e significado, deve,

intencionalmente, referir-se à realidade. Caso contrário, ela será um processo

mecânico de decodificação de símbolos”.

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2.1 LEITURA EM LI

Segundo Hadfield (2009, p.105) “(...) usamos uma série de maneiras

diferentes de ler. Lemos de diferentes formas, dependendo do que estamos lendo e

do motivo pelo qual estamos lendo”. Sabendo que a escola é o lugar indicado para

os alunos buscarem o conhecimento formal, compreende-se que ela, juntamente

com a família e a sociedade, são as grandes responsáveis pela formação e

aprimoramento do leitor; dessa forma, cabe à escola proporcionar aos alunos

diferentes leituras a fim de contribuir na formação de um indivíduo crítico (PARANÁ,

2008).

Atualmente, a preocupação com a leitura em LI é muito grande, pois formar

leitores questionadores e conscientes dos problemas da sociedade na qual estão

inseridos já faz parte da práxis pedagógica da maioria dos professores de LI.

Contudo, ainda há um grande caminho a percorrer, uma vez que muitos educadores

precisam repensar sua prática pedagógica e preocupar-se em oferecer aos

educandos condições de interagir com os colegas e professor durante as aulas de LI

sem que a única preocupação seja a de acertar ou errar, e tenham mais proficiência

na leitura. O estudo do texto com a utilização das estratégias de leitura permite,

portanto, que os alunos as conheçam e passem a utilizá-las facilitando a

compreensão leitora. Neste momento, o professor age como mediador entre o

conhecimento e os alunos de LI.

Tanto para Tomitch (2009) quanto para Moser (2000) o leitor deve ter

consciência de que a leitura de textos em LI, assim como em qualquer língua

estrangeira, será diferente da leitura de textos na língua materna, uma vez que não

se trata somente da compreensão de cada palavra no texto, mas sim um processo

que envolve várias estratégias. A leitura e o uso de estratégias de leitura levam o

educando a alcançar o objetivo de aprender a organizar suas ideias, ter domínio de

vocabulário e, ao mesmo, tempo adquirir conhecimentos.

Nesta perspectiva, Périgo e Mota (2010, p.19), constataram que:

(...) precisamos conhecer um pouco mais sobre o ato de ler e as estratégias que podem facilitar a compreensão de textos em língua estrangeira, ajudar o aluno a construir seu próprio processo de aprendizagem e melhorar, até mesmo, a sua autoestima nessa tarefa.

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Este é um dos meios de formarmos leitores competentes, que compreendem

o que leem e o que está escrito nas entrelinhas, reconhecendo os elementos

implícitos, pois ensinar o aluno a utilizar as estratégias de leitura é essencial para

que este adentre o universo leitura e possa interagir com eficácia com os gêneros

propostos.

A partir do momento em que o aluno começa a fazer uso das estratégias de

leitura, ele consegue elevar sua proficiência leitora em LI com mais competência e já

se mostra apto a utilizar as estratégias aprendidas em gêneros textuais

diversificados, tanto em sala de aula quanto em outros espaços sociais.

2.2 ESTRATÉGIAS DE LEITURA

As estratégias de leitura são ferramentas pedagógicas que o professor deve

ensinar aos seus alunos para que eles consigam ler e entender o que estão lendo.

Com relação a isso, Tomitch (2009) afirma que:

Essas ferramentas incluem primordialmente o ensino de estratégias de leitura que levem o aluno a otimizar o conhecimento que ele já possui na língua materna e na língua estrangeira, seja esse conhecimento linguístico, metalinguístico ou de mundo, para ser bem sucedido na leitura de LE (2009, p.195).

Isto justifica o ensino das estratégias de leitura, as quais devem ser

ensinadas, modeladas pelo professor ou leitor mais experiente e praticadas com os

alunos para o bom desenvolvimento do leitor. Para se obter um nível satisfatório de

leitura e compreensão leitora existem variadas estratégias de leitura dentre as quais

cabe destacar: skimming, scanning, reconhecimento dos cognatos, marcas

tipográficas, conhecimento prévio, uso do dicionário, inferências, repetição de

palavras, análise da linguagem não-verbal, dentre outras. O projeto de intervenção

pedagógica apresentado neste artigo deu ênfase às estratégias de leitura skimming,

scanning, marcas tipográficas, predição e previsão, reconhecimento dos cognatos,

conhecimento prévio e uso do dicionário, não significando, porém, que outras

estratégias não foram abordadas durante a intervenção pedagógica, à medida que

as atividades foram desenvolvidas e surgia a necessidade de se usar diferentes

estratégias para que a compreensão leitora fosse alcançada.

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Conforme afirma Brown (1994, p.291) “a compreensão da leitura é

primeiramente, uma questão de desenvolver estratégias eficientes de compreensão

apropriadamente”, pois elas desenvolvem capacidades, como, por exemplo,

perceber e entender a informação implícita, encontrar pontos relevantes, perceber o

ponto de vista do autor, o humor, a ironia, a crítica, dentre outras questões que não

são apresentadas de maneira explícita no texto. Sabe-se, portanto, que a leitura

dificilmente se efetivará se apenas determinados processos e estratégias forem

utilizados; é necessário um conjunto de saberes que se unem em busca de um

mesmo fim: a compreensão.

Dentre os diferentes textos teóricos pesquisados, tais como Brown (1994),

Solé (1998), Siqueira e Zimmer (2006), Menegassi (2010) Tomitch (2009), dentre

outros, as estratégias mais frequentes são as que serão discutidas a seguir,

podendo-se elencar as atividades que têm como base o skimming. As atividades

que envolvem esta estratégia são de compreensão geral do texto, uma vez que a

sua função é de ler rapidamente um texto para buscar informações genéricas e o

assunto de maior relevância, e.g., qual é a ideia principal do texto sendo lido? Já o

scanning tem a finalidade de uma leitura objetiva, buscando as informações mais

específicas no texto, e.g., localizar informações mais específicas sobre o texto, como

uma data, quantos anos têm uma determinada pessoa, que horas inicia a palestra.

O reconhecimento de cognatos consiste na identificação de palavras que têm

similaridade ortográfica e semântica com palavras do português, e.g., telephone,

industry. Esta estratégia, apesar de básica, é bastante importante ao leitor iniciante

de uma LE, pois ele percebe que, mesmo tendo pouco vocabulário no idioma, ele

pode se aproveitar das palavras que são semelhantes à sua língua materna para

ajudá-lo a formular hipóteses sobre o conteúdo do texto e assim, construir o seu

significado. As marcas tipográficas são recursos visuais de fácil e rápido

reconhecimento que aparecem em muitos textos e que apresentam ao leitor

informações objetivas e específicas através de números, tipos, símbolos, letras

maiúsculas, títulos, subtítulos, tabelas, gráficos, gravuras, divisão de parágrafos, etc.

Quanto a esta estratégia, pode-se afirmar que também é importante, uma vez que é

bastante visível e que facilita na busca de informações sobre o texto. Com relação

ao uso do dicionário, pode-se afirmar que em toda LE seu uso é indispensável, haja

vista que ele traz informações sobre palavras, expressões e frases necessárias à

compreensão daquilo que está sendo lido; o dicionário é uma ferramenta de apoio

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na busca de informações que o leitor ainda não possui; ainda, o leitor tem, neste

momento, a possibilidade de conhecer sinônimos e outros significados das palavras

estrangeiras que pesquisa.

Com a apropriação das estratégias de compreensão leitora, os alunos

sentem-se mais capazes e têm autonomia para ler um texto em LI e compreendem

que as estratégias por eles assimiladas são recursos que podem e devem ser

usados com gêneros textuais diferentes e em situações sociais diversificadas.

3 GÊNEROS TEXTUAIS: BIOGRAFIA E AUTOBIOGRAFIA

A utilização de gêneros textuais no ensino de línguas tem sua importância é

explicada por muitos autores como Marcuschi (2005), Pereira (2007) e Schneuwly e

Dolz (1999). Estes autores explicitam que, uma vez que os gêneros textuais estão

presentes no nosso dia-a-dia, tornam-se subsídios de compreensão construindo

relações sociais e participam da (re)construção da identidade de cada indivíduo e na

busca de objetivos sociais. Assim, é através dos gêneros que as práticas de

linguagem se encarnam nas atividades dos aprendizes.

Desta forma, no processo de ensino e aprendizagem de línguas é importante

que, além de ler diferentes textos sobre o mesmo tema, o aluno escreva para

diferentes leitores que não sejam somente o professor, tornando o ensino mais

eficaz, e, além disso, mantendo uma relação de proximidade entre teoria e prática.

Para a efetivação do proposto no projeto, trabalhou-se com os gêneros biografia e

autobiografia, os quais são apresentados brevemente, a seguir.

O gênero textual biografia é definido por Moisés (2004, p.56) como: (...) toda

obra que narra, na totalidade ou em parte, a vida de figuras ilustres”. Esta

característica central está em consonância com a escolha do tema: Copa do

Mundo3, uma vez que este tema abre a possibilidade de se falar de jogadores de

futebol brasileiros famosos, assunto que é, usualmente, de interesse dos alunos.

Desse modo, ao escolher o gênero biografia como objeto de ensino, pretendeu-se

incentivar os alunos a realizar reflexões a respeito de acontecimentos de suas

3 É importante lembrar que o Projeto de Intervenção Pedagógica foi desenvolvido nos meses de março a maio

de 2014.

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próprias vidas, presentes em suas memórias, os quais serviram de base para que

eles se constituíssem como sujeitos de um processo sociohistórico, no qual a

linguagem desempenhou um papel fundamental.

Ao se biografar um indivíduo há sempre significações incutidas nessa

intenção, uma vez que depende de quem é a pessoa biografada e o que essa

pessoa representa na sociedade da qual faz parte, pois certamente sua vida e suas

realizações interessam a outros, o que a torna exemplo para muitos (CARINO,

1999). Dessa forma, o estudo de biografias tem sua importância no cenário

educativo:

A importância específica da biografia como instrumento educativo parece óbvia, pois é nos exemplos de vivências humanas reais que a educação vai buscar os modelos com os quais procura forjar a imagem de homem a ser formado pela educação (CARINO, 1999, p.178).

Esta afirmação confirma a importância da escolha deste gênero textual para

que os alunos leiam sobre a vida jogadores de futebol brasileiros famosos, pois

muitos destes jogadores têm uma história de vida que serve de parâmetro e

estímulo para muitos alunos.

A partir da leitura da biografia dos ídolos de futebol, foi pensado em se

trabalhar também com o gênero autobiografia, pois pensou-se que, a partir da leitura

das biografias de jogadores famosos, os estudantes teriam interesse de produzir sua

história de vida.

Segundo Silva (2011), autobiografia é um gênero textual em que a pessoa

narra a história da própria vida. Esse gênero pode se apresentar em forma de

histórias de vida, memória, narrativa autobiográfica, relato autobiográfico,

depoimentos, etc. Pode-se afirmar ainda que autobiografia pode ser documental ou

ficcional, e pode ser escrita em primeira pessoa.

Tanto as biografias quanto as autobiografias costumam apresentar os

seguintes elementos composicionais: nome, data e local de nascimento, filiação,

fatos da infância e adolescência, eventos importantes da vida dessa pessoa, suas

maiores contribuições na vida e na profissão, as dificuldades pelas quais ele/ela

passou, as pessoas que passaram pela sua vida e o/a influenciaram, e, se for o

caso, data e local de morte. Não é necessário, contudo, que todos esses aspectos

sejam mencionados (KILLNER, 2012).

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4 IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA

A partir do descrito acima, a professora ministrante relatará as atividades

implementadas no primeiro semestre de 2014, com os alunos do 6º ano, no Colégio

Estadual José de Anchieta, Ensino Fundamental e Médio, conforme já mencionado.

Este trabalho foi realizado durante o período de 32 horas/aula, divididas em ações, e

algumas destas aulas foram realizadas no contraturno. A professora contou com o

apoio da direção do colégio, equipe pedagógica e demais funcionários que

forneceram o suporte necessário para o bom andamento e realização do projeto de

intervenção pedagógica.

Dentre os objetivos propostos para a implementação, destaca-se o objetivo

geral: fazer com que os alunos compreendam a importância das estratégias de

leitura no que diz respeito ao desenvolvimento das competências leitoras, a fim de

favorecer o aprendizado em LI utilizando os gêneros textuais biografia e

autobiografia.

Este projeto foi desenvolvido em forma de unidade didática, que foi

desenvolvida pela professora ministrante e apresentada aos professores cursistas

do GTR (Grupo de Trabalho em Rede), durante o período de março a maio de 2014.

Este trabalho de discussão do projeto envolveu a participação de 16 cursistas

pertencentes à área de LEM-Inglês, de várias localidades do Paraná, no sentido de

enriquecer o Projeto de Intervenção na escola, com a discussão da proposta

elaborada pela professora. Após leitura e a apresentação do trabalho a ser

desenvolvido, todos os professores cursistas concordaram que a unidade didática a

ser desenvolvida era pertinente para aplicação. Todos os professores participantes

do GTR compartilham com a ideia que as estratégias de leitura em LI vêm auxiliar na

compreensão leitora de textos, partindo do conhecimento prévio, ou seja, os

conhecimentos linguístico, textual e de mundo (TOMITCH, 2009).

As atividades foram elaboradas pensando no aluno que está iniciando seu

contato com a LI; portanto, foram selecionadas biografias de jogadores de futebol

brasileiros famosos, para que o aluno se sentisse motivado ao ler textos e

compreender o que lia. Assim, partiu-se do seu conhecimento prévio, discutindo

questões sobre sua realidade e sobre os conhecimentos que já possuía sobre o

biografado, para então prosseguir com o texto escrito. Além disso, os alunos

também se depararam com atividades de vocabulário específicas das biografias

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estudadas e o filme “Coach Carter - Treino para a vida”, foi utilizado como pano de

fundo para se fazer análises dos princípios morais e éticos a respeito do

desempenho escolar dos alunos do filme, descrença na capacidade individual de si e

a valorização do ser humano, fundamentais nesta fase de formação do caráter dos

alunos/indivíduos.

A seguir, será feito um relato das atividades desenvolvidas com os alunos

participantes da implementação, com o intuito de apresentar de forma sucinta, como

as diferentes estratégias de leitura enfatizadas neste projeto (predição, previsão,

marcas tipográficas, skimming, scanning, reconhecimento dos cognatos,

conhecimento prévio e uso do dicionário), foram desenvolvidas em conjunto com os

gêneros textuais biografia e autobiografia. O relato será descrito em forma de Ações.

Ação 1 (5 h/a)

No primeiro momento, a professora ministrante das aulas apresentou à turma

a unidade didática a ser desenvolvida durante a implementação do projeto. Explicou

os objetivos do trabalho a ser desenvolvido com os gêneros biografia e

autobiografia. Na sequência das atividades, como aquecimento, foram mostradas

imagens de jogadores de futebol brasileiros famosos, tais como Ronaldo, Alexandre

Pato, Neymar, Zico, Pelé, Kaká e Ronaldinho, entre outros, na TV multimídia. Os

alunos tentaram “adivinhar” quem eram os jogadores e contribuíram com outras

informações sobre eles. Foi solicitado aos alunos que anotassem em seus cadernos

os nomes dos jogadores e as principais informações sobre eles. A partir daí,

surgiram questionamentos, tais como: Qual deles é seu jogador favorito? O que

mais vocês sabem sobre a vida dessa(s) pessoa(s)? Você sabe o que é uma

biografia? Vocês já leram biografias em inglês ou português? Qual? Você gostou?

Por quê?

Alguns alunos já haviam lido biografias e responderam que os textos falavam

da vida de alguém, inclusive mostraram uma biografia que constava no livro didático

de Português. Os alunos, então, pesquisaram as definições de biografias e

autobiografias em dicionários da biblioteca da escola. Depois da breve pesquisa, a

professora solicitou a alguns alunos a leitura do conceito dos gêneros textuais

trabalhados. Foi discutida a diferença entre biografia e autobiografia, bem como

suas principais características. A seguir, a professora apresentou duas definições de

biografias, que foram comparadas com as definições pesquisadas pelos alunos. Foi

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distribuído, então, material impresso e encadernado, que continha todas as

atividades propostas para as 32 aulas e os alunos ficaram bastante empolgados

com o material.

Após, foram realizados alguns questionamentos sobre o jogador Ronaldo

como “warm up” para a ativação do conhecimento prévio dos alunos e, em seguida,

foi pedido para que observassem na biografia de Ronaldo, o título, subtítulo, figuras,

números, letras maiúsculas, imagens e fonte (marcas tipográficas), que são pistas

para auxiliar na leitura.

Foi solicitado aos alunos que utilizassem o seu conhecimento de mundo para

fazer previsões (o leitor é levado a olhar, observar, prever, adivinhar o conteúdo de

um texto antes de começar a ler com o objetivo de estimular a sua curiosidade),

sobre o possível assunto do texto. Então, a professora solicitou que fizessem uma

leitura silenciosa e grifassem as palavras conhecidas para orientá-los na

compreensão do contexto, isto é, “dedução”, do significado de outras palavras.

Após a leitura, a professora fez algumas perguntas sobre o texto, na medida

em que apareciam as informações como data e lugar de nascimento, idade, signo.

Foram priorizados exercícios de leitura e compreensão utilizando as estratégias de

leitura: conhecimento prévio, marcas tipográficas, predição e previsão em

questionamentos tais como: a)Quais marcas tipográficas podem ser encontradas no

texto Biografia de Ronaldo? Transcreva-as. b)Qual a marca tipográfica mais utilizada

na Biografia de Ronaldo? Responda. Esta estratégia foi retomada durante a

correção das atividades para verificar se realmente os alunos compreenderam seu

uso e aplicação.

Ação 2 (6 h/a)

A segunda ação teve início com a biografia do jogador Neymar, quando os

alunos fizeram leitura silenciosa e identificaram as palavras cognatas na biografia.

Com base nessas informações, eles descreveram oralmente o assunto do texto e a

professora registrou as sugestões dos alunos no quadro. Em seguida, os alunos

completaram o quadro biográfico de Neymar com informações retiradas do texto,

conforme Quadro 1, que segue abaixo:

Birth sign

Age

Birthplace

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Birthday

Davi Lucca

Bruna Marquezine

Profession

Quadro 1 – Biografia de Neymar. Fonte: Dados da pesquisadora.

Terminada a atividade, a professora retomou as anotações do quadro e

explorou a imagem de Ronaldinho com alguns questionamentos, tais como: What

can you see in the picture? Do you admire this man or not? O que lhe sugere o título

ou a ilustração? Na sequência, os alunos fizeram a leitura silenciosa da biografia de

Ronaldinho e socializaram oralmente as informações do texto com os colegas,

utilizando-se da estratégia skimming. Novamente, priorizaram-se exercícios de

leitura e compreensão de texto fazendo uso das estratégias de leitura trabalhadas

(conhecimento prévio, previsão, reconhecimento dos cognatos e skimming), por

meio das seguintes questões, formuladas e discutidas oralmente: De onde este texto

foi retirado? Quem escreveu o texto? A quem este texto é dirigido? Como o texto

está organizado? O que o texto relata? Após esse momento, a professora conduziu

uma breve conversa sobre uma nova biografia (biografia de Pelé). Em seguida, a

professora solicitou que os alunos assinalassem “Yes” ou “No” num quadro com

informações sobre Pelé, com o objetivo de predizer o que a biografia desse jogador

apresentaria.

YES NO

a-Pelé é considerado por muitos o melhor jogador de futebol de todos os tempos.

b-Pelé tornou-se famoso com seu desempenho na Copa do Mundo em 1999.

c-Pelé jogou profissionalmente no Brasil por duas décadas.

d-Pelé mudou com sua família várias vezes na sua infância.

Quadro 2 – Predição da biografia de Pelé. Fonte: Dados da pesquisadora.

A seguir, cada aluno fez a leitura silenciosa da biografia de Pelé utilizando-se

das estratégias de skimming e scanning. Feita a leitura, foi discutido quais

informações foram de fato contempladas no texto, com o intuito de mostrar aos

alunos a importância do conhecimento prévio. Na continuidade foram realizadas

atividades de compreensão textual, que demandavam a utilização de estratégias

específicas. Para o encerramento dessa ação, a professora distribuiu entre os

grupos de alunos, trechos da biografia de Pelé que eles já conheciam, recortada em

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partes, para que eles lessem os trechos e organizassem o texto biográfico,

identificando o início, meio e o fim. Percebeu-se que os alunos compreenderam esta

atividade e fizeram uso das estratégias de leitura como inferência, skimming,

conhecimento prévio e marcas tipográficas na organização da biografia.

Ação 3 (8 h/a)

Nesta ação foi trabalhada a biografia de Kaká e foram discutidas as

características das biografias, trabalhadas até o momento; em seguida, foram

realizados alguns questionamentos sobre este jogador tais como: Você conhece

este jogador? Qual é o nome dele? Você sabe a idade dele? entre outros

questionamentos relevantes, como atividade de pré-leitura. Então, os alunos leram a

biografia silenciosamente, a qual continha um pequeno glossário para auxiliá-los

quanto ao vocabulário.

A professora solicitou aos alunos que circulassem as palavras que eles

desconheciam e não tinham sido contempladas no glossário. Em seguida, os alunos

sentaram em duplas, e receberam dicionários para encontrar o significado dessas

palavras circuladas. Encerrada esta atividade, os alunos iniciaram uma atividade

(jogo), na qual a professora dividiu a sala em dois grupos e sorteou a equipe que

começaria o jogo e os alunos deveriam relatar as informações da biografia de Kaká

que lembravam, alternadamente. Enquanto isso, a professora registrou no quadro as

informações faladas pelos alunos, sempre em inglês, ainda que a contribuição tenha

sido realizada em português. Depois, alunos e professora realizaram a releitura do

texto e verificaram se as ideias anotadas no quadro eram coerentes com o texto

original. Para a finalização dessa ação, os alunos participaram do jogo da memória

com as biografias trabalhadas até o momento, sendo que um cartão do jogo

continha a imagem do jogador e o outro cartão, informações biográficas sobre este

mesmo jogador. O aluno que encontrasse os dois cartões sobre o mesmo jogador

(imagem e informações pessoais do jogador) marcava ponto. Vencia o aluno que

formasse mais duplas de cartões.

Ação 4 (5 h/a)

Nesta penúltima etapa foram disponibilizadas, na biblioteca, várias biografias

em inglês sobre os jogadores de futebol brasileiros famosos, para que os alunos

realizassem a leitura (skimming). Dentre essas biografias os alunos realizaram a

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pesquisa de um jogador, selecionado por eles, para buscar informações tais como:

data e local de nascimento, nome dos pais, conquistas (scanning), imagens

(linguagem não verbal) para reconhecimento do jogador com as informações

pesquisadas, entre outras informações. Na resolução desta atividade, os alunos

mostraram muita segurança no uso das estratégias citadas acima, inclusive um

aluno dava suporte ao outro quando este demonstrava dúvida.

Na sequência, os alunos fizeram a apresentação oral das informações

coletadas das biografias para a classe. A partir disso, os alunos produziram uma

biografia em inglês (Quick Facts) do jogador pesquisado, colaram a imagem do

jogador disponível no material dos alunos e fizeram a exposição em painel no

saguão da escola, com a intenção de divulgar o trabalho realizado por eles

despertando a curiosidade dos demais alunos do colégio. Esta ação também foi

realizada em horário contraturno e os alunos demonstraram um grande interesse em

realizá-la, pois utilizaram o laboratório de informática para buscar algumas

informações que faltavam para a pesquisa.

Ação (8 h/a)

Na última etapa, como encerramento da aplicação do projeto, os alunos

resolveram atividades de reconhecimento dos gêneros biografia e autobiografia, em

meio a vários gêneros textuais (sinopse, autobiografia, receita, biografia e HQs), e

os alunos deveriam identificar os gêneros trabalhados. A partir disso, aconteceu a

retomada da biografia de Kaká, trabalhada na Ação 3, para verificar se os alunos

reconheciam o que era uma biografia, bem como suas características. Na

continuidade das atividades, a professora apresentou uma definição de autobiografia

e retomou este gênero (que foi trabalhado na primeira aula), para verificar se

realmente os alunos o reconheciam.

A partir disso, a professora instigou os alunos para a produção de sua

autobiografia, preenchendo um Quick Facts, sendo que com esta atividade buscou-

se promover situações de leitura e produção de autobiografias, o que nos lembra

Silva (2011), quando afirma que este gênero pode se apresentar de diversas formas.

Depois disso, cada aluno leu o seu Quick Facts produzido e foi feita a revisão para

verificação da coesão das informações e, então, os alunos se agruparam em pares,

releram seus textos e discutiram as possíveis mudanças e/ou correções. Depois,

redigiram a versão final e foi colada uma foto para ilustrar a autobiografia. Na

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realização desta atividade, os alunos solicitaram algumas vezes a intervenção da

professora que realizou a leitura e correção linguística, bem como deu sugestões de

escrita. Na sequência, o Quick Facts dos alunos foi digitado, impresso e

encadernado para formar o livro de autobiografias da turma. Coletivamente ficou

definido como seria a capa e o índice.

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste projeto era que os alunos desenvolvessem a capacidade de

leitura e compreensão de textos escritos em LI, aplicando estratégias de leitura,

utilizando-se dos gêneros biografia e autobiografia. As atividades referentes à

unidade didática foram planejadas a fim de permitir uma interação entre os alunos

participantes do projeto e a professora, de modo a conduzir os alunos à utilização

efetiva das estratégias de leitura. No decorrer da aplicação da unidade didática,

pode-se observar que os alunos passaram a utilizar as estratégias de compreensão

leitora aprendidas nos encontros anteriores, tão logo lhes eram entregues novos

textos para serem lidos.

O trabalho com a produção didática foi gratificante, já que os alunos

demonstraram grande interesse ao realizar as atividades propostas, ficando claro

que o objetivo geral, foi alcançado com êxito pelos alunos do 6° ano. Pode-se

concluir, a partir das aulas ministradas, que é importante motivar o aluno no uso de

estratégias para auxiliar na leitura e na compreensão de textos, e que os gêneros

textuais selecionados (biografia e autobiografia) foram muito adequados,

demonstrando que as estratégias de leitura podem ser aplicadas em quaisquer

gêneros textuais.

As reflexões realizadas a partir da aplicação do projeto nos permitiram

vislumbrar inúmeras possibilidades na utilização de diversas estratégias de

compreensão leitora e fez com que a professora, na sua ânsia em oferecer uma

práxis pedagógica que favoreça a aquisição de conhecimentos pelos alunos, e que

estes tornem-se capazes de as utilizar em suas diversas leituras tanto em sala de

aula como fora dela, aponte caminhos que facilitem esta compreensão de forma

significativa.

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A partir dessas observações, acredita-se que o estudo realizado é um grande

passo para mudanças na superação de problemas na leitura e compreensão de

textos em LI em busca de caminhos que facilitem esta compreensão tão necessária,

considerando a diversidade linguística e cultural dos alunos.

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