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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA – CADERNO TEMÁTICO - TURMA 2013
Título: Avaliação Educacional: Formação e Informação no Contexto da Escola Inclusiva.
Autor: Leila Francisca Xavier
Disciplina/Área: Educação Especial
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Adelaide Glaser Ross Ensino Médio.
Rua Moisés Lupion, Nº 474
Município da escola: Nova Fátima PR.
Núcleo Regional de Educação: Cornélio Procópio
Professor Orientador: Ma. Luzia Rodrigues
Instituição de Ensino Superior: UENP Universidade Estadual do Norte do Paraná
Relação Interdisciplinar: Tema de interesse comum a todas as disciplinas
Resumo:
Vivemos um momento de aplicação da legislação que estabelece a inclusão educacional, assim pouco a pouco nos deparamos com a efetivação desta medida que ocorre timidamente nas escolas brasileiras. Entretanto ainda é comum observar entre os próprios profissionais da educação as angústias por ainda não estarem preparados para o atendimento de alunos com deficiência intelectual e transtornos de aprendizagem, principalmente no que tange as práticas avaliativas empregadas no contexto escolar. Pergunta-se como o sistema de ensino e os professores são preparados para o processo de inclusão educacional que garanta uma efetiva promoção da aprendizagem? Neste contexto, o presente caderno temático tem por objetivo oferecer subsídios teóricos para a reflexão dos profissionais que atuam no ensino regular a cerca da avaliação educacional dos alunos com deficiência intelectual ou transtornos de aprendizagem visando à promoção da inclusão.
Palavras-chave:
Avaliação Educacional. Inclusão. Deficiência Intelectual. Transtornos de Aprendizagem.
Formato do Material Didático: Caderno Temático
Público:
Pedagogos e Professores do Colégio Estadual Adelaide Glaser Ross Ensino Médio; Professores e profissionais da Educação Especial das esferas: estadual e municipal do Município de Nova Fátima PR.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PDE - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
LEILA FRANCISCA XAVIER
ORIENTADORA: MA. LUZIA RODRIGUES
CADERNO TEMÁTICO
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA ESCOLA INCLUSIVA
Cornélio Procópio 2013
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PDE - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL _______________________________________________________________
LEILA FRANCISCA XAVIER
ORIENTADORA: MA. LUZIA RODRIGUES
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA ESCOLA INCLUSIVA
Cornélio Procópio 2013
Produção Didático-Pedagógica – Caderno Temático, apresentado à Secretaria de Estado da Educação- SEED, Departamento de Políticas e Programas Educacionais para atender as exigências do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), sob orientação da professora Ma. Luzia Rodrigues.
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO...........................................................................................05
2. INTRODUÇÃO.................................................................................................07
3. COMPREENDENDO A AVALIAÇÃO DENTRO DO PROCESSO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA..........................................................................08
4. A AVALIAÇÃO ESCOLAR COMO FATOR DE INCLUSÃO OU EXCLUSÃO EDUCACIONAL...............................................................................................15
5. DESAFIOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL: ESCOLA E CURRÍCULO INCLUSIVOS...................................................................................................20
6. AVALIAÇÃO EDUCACIONAL E PSICOEDUCACIONAL: SOMANDO CONHECIMENTOS.........................................................................................21
7. PROEMI – ENSINO MÉDIO INOVADOR: NOVAS FORMAS DE ENSINAR, NOVAS FORMAS DE AVALIAR......................................................................25
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................29
9. REFERÊNCIAS...............................................................................................31
1 APRESENTAÇÃO
O tema inclusão tem sido muito discutido ultimamente, sendo disseminado em
muitos trabalhos e nos meios de comunicação e teve grande destaque na década de
90 pelo envolvimento de diferentes segmentos da sociedade e dos educadores em
geral no debate relativo à equidade de direitos e acesso a oportunidade de pessoas
com deficiência ou que apresentam características acentuadas que as diferenciam
das pessoas comuns.
Todo esse movimento em prol da inclusão parece transmitir a ideia de que
vivemos numa sociedade inclusiva, onde todos têm seus direitos garantidos. Porém
observa-se na realidade vivenciada que esse ideal ainda necessita de muita luta
para ser concretizado. A presença de uma pessoa com deficiência na escola ou no
mercado de trabalho competitivo, por exemplo, é vista com grande espanto por
muitos, que ao constatar o êxito dessa pessoa, parecem acreditar que estão diante
de um fenômeno sobrenatural.
Neste contexto, o presente caderno temático tem como foco a avaliação no
contexto educacional como forma de garantir a educação inclusiva. O discurso de
não estar preparado para atender um aluno com deficiência no ensino regular está
superado. É urgente a tomada de consciência pelos profissionais da educação de
que cada um tem um papel a desempenhar e trabalhar num contexto inclusivo
significa rever a forma de pensar, de planejar e de avaliar.
Com este propósito, a autora que é professora do ensino regular e da
educação especial propõe a busca de informação e formação sobre a temática
avaliação como meio essencial para a construção de uma escola inclusiva. Para
tanto apresenta neste caderno temático uma breve revisão da literatura focando
diferentes aspectos da avaliação: processo histórico da educação inclusiva –
avaliação como fator de inclusão x exclusão, desafios da educação especial na
promoção de um currículo inclusivo, avaliação psicoeducacional e por fim apresenta
o PROEMI - Ensino Médio inovador: novas formas de ensinar, novas formas de
avaliar que é uma proposta do governo federal e do Paraná a ser implantada em
2014 e pretende ser uma ação prática para a efetivação da educação inclusiva.
Acreditamos que a inclusão é possível desde que os profissionais da
educação e sociedade sejam sensibilizados e provocados a refletirem sobre as
inúmeras possibilidades que a convivência e o trabalho com a diversidade podem
oferecer para a construção de uma educação de qualidade para todos.
Desta forma, fica o convite para a leitura do caderno temático com um olhar
para além do que está escrito, um olhar refletivo que provoque novas inquietações e
desejo de buscar novas informações sobre o tema.
Profª Ma. Luzia Rodrigues
2 INTRODUÇÃO
A vivência constituída em alguns anos de trabalho em Educação Especial e
concomitantemente no Ensino Regular, bem, como as inquietudes e os desafios
representados nos momentos de avaliar motivam a produção deste material.
A crença deque a reflexão a partir da experiência aliada ao conhecimento
adquirido ao dos longos anos é fator relevante para mudança de postura frente ao
processo de ensino. Desta forma, propõe-se pensar diante das dificuldades
apresentadas nos processos avaliativos que não atendam as especificidades dos
educandos, gerando exclusões, apresentadas em forma de repetência e ou evasão
escolar.
Assim o presente Caderno Temático, pautado na fundamentação teórica de
autores, como: Vigotsky, Luckesi, Carvalho, Mazzotta e outros, constituem-se, como
material didático, que dará subsídios para a compreensão das práticas avaliativas
dos alunos com necessidades educacionais especiais os quais, por intermédio das
políticas de educação inclusiva estão hoje chegando às salas de aula da Educação
Básica.
Ainda são muitas as dúvidas e indagações as quais norteiam inúmeros
debates a respeito da diversidade e dos grupos que por muito tempo foram
marginalizados no processo educacional. Conforme apresentam as Diretrizes
Curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos:
A reflexão acerca da educação inclusiva e seus desafios aos pais, educadores, gestores e pessoas com necessidades educacionais especiais provoca o surgimento de uma vasta gama de expectativas a respeito da efetivação, na prática, do ideal de uma escola pública de qualidade, que acolha todos os alunos. (SEED, 2006, p. 40).
Consequentemente, a necessidade de planejamentos e mudanças político-
administrativas na gestão educacional, pois apesar da convicção e do compromisso
de muitos, há grande probabilidade de que os benefícios adquiridos muitas vezes
não ultrapassem as barreiras entre a teoria e a prática. “Na mesma lógica de
raciocínio, aponta-se a ênfase à figura do professor como principal responsável pela
implementação das adequações propostas”. (SEED, 2006, p. 30).
É visto que a Educação vem ao longo do tempo buscando aprimorar-se, no
entanto percebe-se ainda, a falta de ações conjuntas por parte de todos os
envolvidos no transcorrer da vida educacional do educando, a fim de proporcionar a
tão sonhada inclusão, a inclusão responsável, aquela que valoriza o conhecimento e
a aprendizagem, focada no potencial e não na limitação do aluno, partindo do
pressuposto de que a aprendizagem baseada na afetividade e na importância de um
fazer pedagógico que dê realmente a atenção necessária para que não se efetive de
forma superficial, mas sim em um trabalho mais integrado, com um olhar voltado
para o sucesso de todos.
3 COMPREENDENDO A AVALIAÇÃO DENTRO DO PROCESSO HISTÓRICO DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Para tratar da Educação Especial hoje é preciso resgatar períodos passados,
já que por muito tempo o atendimento às pessoas com necessidades educacionais
especiais esteve apoiado na vertente médico-pedagógica e na psicopedagógica.
Como afirma Santos (2012) os médicos foram os primeiros profissionais a se
preocuparem com a pessoa com deficiência intelectual, tratava-se dos casos de
deficiência e doenças mentais mais graves de pacientes internos nos asilos,
sanatórios e hospitais psiquiátricos, com instituições escolares em anexos e
propostas pedagógicas com caráter terapêutico.
O diagnóstico das pessoas consideradas deficientes intelectuais deveria ser realizado pelo médico, por ser este o profissional estudioso do assunto da deficiência intelectual, portanto a educação seria dada pelos próprios médicos, com apoio de profissionais da área pedagógica. (SANTOS, 2012, p. 58-59).
Na área psicopedagógica ainda de acordo com Santos (2012), a Psicologia
vai tomando espaço da medicina, por ser uma ciência que possibilita o estudo da
mente e do comportamento humano em laboratórios, passa então a utilizar-se da
escala de Quociente intelectual de Alfred Binnet, essencial para o desenvolvimento
de pesquisas sobre o grau de intelectualidade dos alunos matriculados em escolas
públicas e na detecção de alunos com deficiência intelectual.
Santos (2012) descreve que a partir do surgimento da renovação do ensino,
nos princípios do Escolanovismo, reflete-se sobre a sociedade democrática, portanto
a inserção da diversidade nessa sociedade a qual se dará por meio da educação,
nesta lógica, precisa-se de professores que por sua vez devem ser educadores
vocacionados para o atendimento às pessoas então denominadas de “excepcional”
para tanto se faz necessária uma seleção com frequência em cursos e estágios
obrigatórios e a verificação da aptidão como professor especialista.
Observa-se “que a pedagogia e a prática pedagógica sempre estiveram
aliadas ao modelo preconizado pela educação vigente. Gradativamente a Educação
Especial vai se direcionando para o modelo integracionista e, posteriormente,
inclusivo”. (SANTOS, 2012, p.60).
De acordo com esta autora a influência da psicologia continua forte por todo o
período em que esteve pautada no modelo de integração, de 1970 até início dos
anos de 1990, as ações pedagógicas eram direcionadas à socialização,
alfabetização e conceitos básicos da matemática, não considerando outras áreas de
ensino o que não direcionava o grau de ensino com a série cursada.
Portanto a área educacional segue não apresentando uma sequência
pedagógica que leve este aluno a uma terminalidade educacional, os quais
persistem por anos trabalhando os mesmo conteúdos e em alguns casos utilizando-
se das mesmas metodologias. Neste período a avaliação se resume em diagnóstico
para que dê o direito a serem atendidos em escolas especiais ou classes especiais
presentes no ensino regular.
Na década de 1990, por meio dos novos paradigmas da educação e
principalmente após a Declaração de Salamanca que “consiste em afirmar que as
escolas devem ajustar a todas as crianças, independentemente das suas condições
físicas, sociais, linguísticas e outras” (UNESCO, 1994, p.6), surge o movimento de
inclusão e com ele as indagações por parte dos profissionais das escolas e a
insegurança principalmente por parte dos professores, os quais continuam sem um
conhecimento do verdadeiro direcionamento dessas políticas ora por falta de
aprofundamento teórico, ora por interpretações errôneas.
Vale destacar que conforme apresenta Declaração de Salamanca, (UNESCO,
1994) cabe às escolas encontrar formas de educar, incluindo aqueles que
apresentam incapacidades graves, assim o desafio é ser capaz de desenvolver uma
pedagogia centrada nas crianças, capaz de educar a todas com sucesso.
A educação de alunos com necessidades educativas especiais incorpora os princípios já comprovados de uma pedagogia saudável da qual todas as
crianças podem beneficiar, assumindo que as diferenças humanas são normais e que a aprendizagem deve ser adaptada às necessidades da criança, em vez de ser esta a ter de se adaptar a concepções predeterminadas. (UNESCO, 1994, p.7).
Portanto as políticas educacionais têm por função direcionar para essas
mudanças, no sentido da implementação das leis, adequação dos currículos,
aperfeiçoamento dos processos avaliativos, aprimoramento dos recursos técnicos e
uma gestão escolar flexível, que contribua de forma significativa na adequação
educacional, a difusão e à investigação, bem como as ações, focadas em
estratégias inovadoras de ensino-aprendizagem.
A Declaração de Salamanca, UNESCO (1994) preconiza neste período uma
revisão dos processos avaliativos.
A avaliação formativa deve integrar-se no processo educativo regular, de modo a permitir que alunos e professores se mantenham informados sobre o nível de conhecimento atingido e a que sejam identificadas as dificuldades e se ajudem os alunos a ultrapassá-las. (UNESCO, 1994, p. 22).
Neste sentido, a avaliação aparece como um instrumento de maior
importância, mas que muitas vezes essa aferição da aprendizagem serve tão
somente ao objetivo de classificação, conforme descreve a seguir:
Tendo como objetivo principal classificar alunos em aprovados, reprovados ou como “suspeitos” de algum distúrbio de aprendizagem ou de conduta.
Neste caso tem-se adotado a avaliação clínica, com foros de diagnóstico para definir se trata ou não de “clientela” da educação especial. Com tal percepção, seus alunos passam para o imaginário dos professores como incapazes e “anormais” o que se agrava com resultados de avaliações centradas, unicamente nas limitações dos indivíduos. (CARVALHO, 2004, p. 145-146).
Ainda de acordo com Carvalho (2004), na prática acontece um julgamento
individual, com instrumentos descontextualizados por meio de provas e testes que
tende a ignorar a dinâmica e a complexidade do processo de aquisição da
aprendizagem, não voltado para seu objetivo principal de atividade humana
formadora, a qual pressupõe um modelo de interação professor-aluno, muito distinto
do que ocorre na avaliação tradicional, somativa.
Conforme defende Luckesi (1994) a que se dar importância sobre a prática
avaliativa no cotidiano escolar [...] já que a avaliação [...] com a função classificatória
constitui-se num instrumento estático e frenador do processo de crescimento. [...] de
instrumento dialético se transforma em disciplinador da história individual de
crescimento de cada um. Assim Luckesi (1994) afirma que a única decisão que
prevalece sobre o aluno é a de classificá-lo num determinado nível de
aprendizagem, a partir de menções, sejam elas em notações numéricas ou notações
verbais.
É evidente, conforme manifesta Carvalho (2004) que a inclusão educacional é
um processo que depende do contínuo desenvolvimento pedagógico e
organizacional dos sistemas educacionais, e a avaliação como um recurso a serviço
do aprimoramento das respostas educativas da escola, que devem incluir todos os
alunos na aprendizagem.
Em contrapartida, para que a proposta da educação inclusiva dê resultados,
necessita-se de uma maior atenção à formação dos profissionais salientando sobre
algumas medidas como:
O conhecimento e as competências exigidas são, essencialmente, as relativas a um ensino de qualidade e incluem necessidades especiais de avaliação, conteúdo sobre adaptação curricular utilização de tecnologia de apoio, métodos de ensino individualizado capazes de responder largo espectro de capacidades. (UNESCO, 1994, p. 27).
Assim trata-se, sobre “as competências necessárias para satisfazer as
necessidades educativas especiais devem ser tidas em consideração na avaliação
dos estudos e na certificação dos professores” (UNESCO, 1994, p. 27).
Ainda que os anos passem e na lógica devem ser aprimorados os meios e os
fins educacionais, é possível que a prática ainda continue acentuada nos velhos
paradigmas, conforme apresenta um recente trabalho de pesquisa onde cita-se:
“percebi que os laudos diagnósticos emitidos pelos profissionais da saúde,
passavam a ser vistos como definitivos e determinantes na definição do trabalho
pedagógico a ser desenvolvido no contexto escolar” (MACHADO, 2013, p.14.)
Nesse mesmo contexto:
Observei ainda que o diagnóstico, além de ser imobilizador, não oferecia elementos significativos ou qualitativos das possibilidades de aprendizagem do aluno, do seu modo de pensar e resolver as questões que lhes eram apresentadas, nem tampouco ofereciam contribuições para o plano de intervenção pedagógica com esse sujeito (MACHADO, 2013 p. 14 e 15).
Segundo a mesma autora não é incomum presenciar “um imobilismo ou
superficialidade da escola nos processos de avaliação desse sujeito e na construção
de instrumentos que efetivamente considerassem suas possibilidades de
aprendizagem”. (MACHADO, 2013 p.15).
Assim este imobilismo e superficialidade são comuns nos contextos escolares
não sendo próprio da Educação Infantil, Ensino Fundamental conforme indica a
autora, mas também no espaço em que propomos em especial tratar por meio desse
trabalho de pesquisa o qual será desenvolvido no Ensino Médio, pois é neste nível
escolar que, atualmente se deflagra com situações que podem ser oriundas de
interpretações e por consequência atuações errôneas as quais determinam hoje em
resultados de reprova, exclusão, e ainda que mascarada, em formas específicas de
“segregação” quando não a evasão escolar.
Conforme afirma Facion (2005 apud PARANÁ, 2006, p.41). “Mesmo com
todas as garantias legais que asseguram o direito de acesso à escola, na prática,
não se garante o ensino de qualidade”, ou seja, “a escola de todos” não é a “escola
para todos”. Mas porque a prática perpetua? Quais são os meios mais eficazes de
mudança? Quais são os envolvidos e qual o nosso papel enquanto elemento de
representação para essa mudança?
Nós, professores, podemos desenvolver a atividade profissional sem nos colocar o sentido profundo das experiências que propomos e podemos nos deixar levar pela inércia ou pela tradição. Ou podemos tentar compreender a influência que estas experiências têm e intervir para que seja o mais benéfica possível para o desenvolvimento e o amadurecimento dos meninos e meninas. (ZABALA, 1998, p. 28-29).
Segue o mesmo raciocínio de que “como outros profissionais, todos nós
sabemos que entre as coisas que fazemos algumas estão muito bem feitas, outras
são satisfatórias e algumas certamente podem ser melhoradas” (ZABALA, 1998
p.13). Esta conclusão certamente nos coloca enquanto professor a repensar a
prática vivenciada e a refletir a cerca de todo esse processo, estando aptos à
mudança.
Assim Zabala e as DCEs comungam com a prática de que o papel do
professor é determinante para a evolução do processo educacional como um todo,
para tanto:
É inseparável de formação; nós, profissionais, avançamos na medida em que compreendemos e fundamentamos o que fazemos, na medida em que podemos refletir sobre isso e encontrar motivos de nossa atuação. Mas também é inseparável de referenciais, de marcos que permitam fazer estas análises, que a façam superar o nível puramente descritivo, que não se contentem com a constatação do que se faz, mas que permitam avaliar sua pertinência e adequação. E também se vincula à ação conjunta, ao trabalho em equipe, apesar de que a análise da própria prática tem uma dimensão indubitavelmente individual. (ZABALA, 1998, p.223-224).
Tratando especificamente da educação inclusiva, podemos nos embasar na
fala de Stelmachuk, (2012, p.29):
Deve integrar a proposta pedagógica da escola regular e, de forma articulada ao ensino comum, orientar o atendimento às necessidades educacionais específicas dos alunos, orientar organização de redes de apoio, a formação continuada, a identificação de recursos, serviços e o desenvolvimento de práticas colaborativas.
De forma mais expressiva considera-se a avaliação como fator determinante
na efetivação da inclusão educacional, não exclusivamente na identificação das
necessidades educacionais especiais, como também nas tomadas de decisões
quanto às estratégias que serão utilizadas para garantir as condições necessárias
para que a aprendizagem ocorra. Em relação a esta questão, (MAZZOTTA, 1998,
p.3), ressalta:
Outro aspecto relevante diz respeito à identificação das necessidades educacionais como especiais e as consequentes decisões e orientações sobre o atendimento dos alunos que as apresentem tais atividades requerem a avaliação criteriosa por parte dos profissionais envolvidos, bem como da família de cada aluno. Embora se saiba, não é demais lembrar que grande parte das necessidades educacionais, mesmo dos alunos portadores de deficiências, poderão ser atendidas apropriadamente, sem o concurso de ações e recursos especiais, na própria escola comum com os recursos regulares.
Entretanto porque no ambiente escolar são constantes as dúvidas sobre
quem são os responsáveis por essa avaliação? De fato é levado em consideração o
parecer do professor de sala durante todo o processo educacional desses alunos?
Qual a função de uma dupla avaliadora para a avaliação psicopedagógico? Porque
nem todas as escolas dispõem de pessoas com formação para este fim? A opinião
de uma equipe para a avaliação psicopedagógico é essencial neste processo? Qual
a finalidade em não considerar mais a necessidade de um professor com formação
específica da avaliação como se fazia a algumas décadas? Melhorou ou piorou a
situação da avaliação para fins de diagnóstico? Quais os problemas evidenciados
pela falta da oferta de profissionais capacitados para fins de avaliação
psicopedagógico? A avaliação contínua é prática constante? Assim questiona-se,
também como avaliar os educandos independentemente de sua condição física ou
neurológica.
A educação dos alunos com necessidades educacionais especiais, é importante lembrar, tem os mesmos objetivos da educação de qualquer cidadão. Algumas modificações são, às vezes, requeridas na organização e no funcionamento da educação escolar para que tais alunos usufruam dos recursos escolares de que necessitam para o alcance daqueles objetivos. Em razão disso, são organizados auxílios e serviços educacionais especiais para apoiar, suplementar e, em alguns casos substituir o ensino comum ou regular como forma de assegurar o ensino para esse alunado. [...] As necessidades educacionais especiais são definidas e identificadas na relação concreta entre o educando e a educação escolar, conforme já enunciado. Assim, os recursos educacionais especiais requeridos em tal situação de ensino-aprendizagem é que se configuram como Educação Especial e não devem ser reduzidos a uma ou outra modalidade administrativo pedagógica como classe especial ou escola especial. (MAZZOTTA, 1998, p.2)
Segundo Luckesi (1994), “a atual prática da avaliação escolar tem estado
contra a democratização do ensino, na medida em que não tem colaborado para a
permanência do aluno na escola e a sua promoção qualitativa”. Portanto há de se
enfatizar, que:
O acesso e a permanência na escola, assim como qualquer nível ou terminalidade (em termos de anos de escolaridade), nada significarão caso não estejam recheados pela qualidade do ensino e da aprendizagem, ou seja, pela apropriação significativa de conhecimentos que elevem o patamar de compreensão dos alunos na sua relação com a realidade. Um ensino e uma aprendizagem de má qualidade são antidemocráticos, uma vez que não possibilitarão aos educandos nenhum processo de emancipação (LUCKESI, 1994, p. 65)
De acordo com esse autor “a avaliação da aprendizagem como tomada de
decisão se refere à decisão do que fazer com o aluno, quando a sua aprendizagem
se manifesta satisfatória ou insatisfatória. Se não se tomar uma decisão sobre isso,
o ato de avaliar não completou seu ciclo constitutivo” (LUCKESI, 1994, p. 71).
A avaliação segundo o autor deve ser assumida como um instrumento de
compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em
vista orientar suficiente e satisfatoriamente para avançar no seu processo de
aprendizagem, pois se é importante aprender aquilo que se ensina na escola, a
função da avaliação será de possibilitar ao educador condições de trabalhar com ele
para que saia do estágio defasado em que se encontra e possa avançar em termos
de conhecimentos necessários.
É importante destacar que a forma de interação entre professor, aluno e
demais envolvidos tende a transparecer conforme cada situação, assim é
perceptível que quando essa interação se dá de forma afetiva os resultados são
constatados de forma positiva, enriquecendo toda esta relação.
Conforme afirma Piaget (1993 apud MOURA, 2005) “o afeto é a energia
necessária para o desenvolvimento cognitivo [...] que a afetividade influi na
construção do conhecimento de forma essencial através da pulsão de vida e da
busca pela excelência”. Assim deve estar presente como parte integrante de um
processo que busca pela valorização de todos os seus envolvidos.
4 A AVALIAÇÃO ESCOLAR COMO FATOR DE INCLUSÃO OU EXCLUSÃO EDUCACIONAL
A democratização do acesso, bem como a permanência dos educandos nos
sistemas de ensino ainda tem se demonstrado preocupante, visto a quantidade de
jovens com idade entre 15 e 17 anos que estão fora da escola além das altas taxas
de distorção idade/série que se apresentam elevadas.
Tratando-se do Ensino Médio é possível que dentre estes jovens vários sejam
alunos oriundos das denominadas “Classes Especiais’ e ou de Escolas Especiais,
bem como das atuais Salas de Recursos, por apresentarem dificuldades de
aprendizagem e ainda àqueles que nem foram detectados que talvez necessitasse
de recursos mais apropriados à sua aprendizagem bem como aos métodos de
avaliação.
Analisando os resultados evidenciados pela Secretaria de Estado da
Educação Superintendência da Educação/Encontro Pedagógico do Ensino Médio do
Estado do Paraná em agosto de 2013, o qual demonstra que, de um total de
356.771 matrículas no estado nas Escolas de Ensino Médio, em 2012, houve:
31.771 ou 8,78% de abandono; 50.912 de reprovação – 14,27%; 68.520 ou 19,21%
de APCC (aprovação por conselho de classe); sendo aprovado um total 505.173 ou
57.51%, portanto o número de aprovados não expressa um valor muito acima dos
50%.
Sendo assim conforme apresenta Telma Faltz Valério (PARANÁ 2013, p.23),
“Vamos fazer uma reflexão: Nosso Ensino Médio atual atende às necessidades
sociais e as expectativas dos nossos alunos? Será que estou sendo um agente de
mudança e de transformação no ensino desses jovens”?
Neste sentido, como bem indica Hipólytto (1999, p. 204), “pensar é começar a
mudar. Todo ser porque é imperfeito, é possível de mudança, de progresso e de
aperfeiçoamento. E isso só é possível se partir de uma reflexão sobre si mesmo e
sobre suas ações”.
Conforme essa mesma autora é necessária a avaliação da prática
pedagógica a qual resulta na descoberta de falhas e a possibilidade de mudanças
por melhoria de sua prática. Por outro lado “quem não reflete sobre o que faz
acomoda-se e não se mostra profissional” (HYPÓLITTO, 1999, p. 204).
Levando em consideração o prosseguimento da autora no qual diz que o
professor deve envolver também o aluno, sugerindo que a avaliação do seu trabalho
seja feita por meio de questionários abertos e livres, sem medo de ouvir a verdade,
bem como por meio da promoção de diálogos, permitindo aos alunos a exposição de
suas dúvidas, críticas e propostas.
Nos pressupostos da temática, é essencial o reconhecimento dos aspectos
que permeiam a avaliação educacional e a avaliação da aprendizagem, bem como
os mecanismos que favorecem a exclusão dos alunos com necessidades
educacionais especiais das escolas, desfavorecendo a garantia de sua
aprendizagem ou a interrupção de sua trajetória escolar São Paulo (2007).
A avaliação educacional enquanto procedimento sistemático pode auxiliar significativamente na compreensão dos fatores que favorecem ou não a inclusão de todos os educandos no espaço escolar. Para que a avaliação ilumine a compreensão da escola na perspectiva da inclusão torna-se necessário conhecer o conjunto de relações e inter-relações que ali se estabelecem, bem como identificar as suas regras, rituais e práticas pedagógicas. (SÃO PAULO, 2007, P. 29).
A realidade educacional não pode ser analisada de maneira isolada da
sociedade em que se encontra inserida, assim é importante considerar as inúmeras
transformações ocorridas, na sociedade nos últimos anos e, portanto os desafios a
enfrentar no interior da escola na busca por atender satisfatoriamente as novas
demandas sociais.
De acordo com São Paulo (2007) passamos de uma sociedade industrial para
uma sociedade do conhecimento, assim é preciso pensar a educação dentro de uma
reflexão crítica sobre o processo escolar e a mudança em algumas práticas
pedagógicas, já culturalmente legitimadas, referindo-se aqui a avaliação escolar nos
moldes já incorporados no cotidiano escolar.
Por avaliação da aprendizagem compreende-se a verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, pois ao mesmo tempo em que fornece subsídios ao trabalho docente, possibilita a tomada de decisão e a melhoria da qualidade de ensino, bem como expressa informações sobre as ações em desenvolvimento e a necessidade de regulações constantes. (SÃO PAULO, 2007, P. 30)
É preciso pensar em mudanças, tendo em vista uma inclusão responsável
dentro das políticas do Estado do Paraná, sem, contudo desconsiderar as propostas
ao atendimento dos alunos com necessidades educacionais especiais, direcionados
pelas leis vigentes.
No entanto a que se destacar que “as variações devem ser decididas a partir
da identificação de suas características de aprendizagem, do contexto a que está
submetido e o quanto suas necessidades estão sendo providas”. (SÃO PAULO,
2007, p.30).
No que se refere á avaliação, Vasconcellos (2003 apud SÃO PAULO, 2007.) faz o seguinte alerta: mudar o paradigma da avaliação não significa ficar em dúvida se “devo reprovar ou dar uma “empurradinha” qualquer uma dessas posturas é cruelmente excludente, pois é preciso descobrir as condições de aprendizagem de cada aluno e, além disso, “não parar para atender ao aluno e suas necessidades é um autêntico suicídio pedagógico”.
A aprendizagem dos educandos não pode ser pensada como resultado que
depende exclusivamente do aluno, mas sim ser construída dia-a-dia, identificando
quando o aluno encontra obstáculos na realização das atividades ou quando não
consegue participar do que lhe é proposto, neste momento é preciso que
intervenções sejam realizadas pelo professor e pela equipe escolar, detectando se
este aluno precisa de mais tempo para a realização das atividades; se carece de
materiais de introdução mais simples e ou mais concreto e ou outros meios de
acesso ao currículo, de acordo com suas necessidades especiais específicas, ou:
O atendimento desses alunos em classe comum pode representar sua exclusão sempre que a avaliação, uma entre as variáveis que interferem no seu processo de escolarização, não for usada para promover a aprendizagem e partir das condições próprias de cada aluno. Hofman 2005 apud (SÃO PAULO, 2007. p.31)
Sendo assim é fundamental uma avaliação inicial baseada em um referencial
teórico consistente sobre o repertório dos alunos com necessidades educacionais
especiais, bem como a avaliação processual de sua aprendizagem para assegurar
sua escolarização, a inexistência desta, por sua vez, significa subestimar as
possibilidades, negando a premissa de que todo ser humano aprende, portanto ao
perceber que a aprendizagem não está ocorrendo, antes que o aluno seja rotulado
ou excluído, a que se analisar:
O que se está esperando que ele aprenda, ou seja, quais objetivos estão previstos no seu processo de escolarização? O que lhe está sendo ensinado e para que, portanto, quais conteúdos estão compondo o planejamento do professor? Como está se realizando seu ensino, ou seja, que metodologia e quais procedimentos são administrados e que materiais e equipamentos estão à disposição? (SÃO PAULO, 2007, p. 32)
Tratando-se do atendimento escolar de alunos com necessidades
educacionais especiais, sob a ótica da educação inclusiva, é preciso que a avaliação
da aprendizagem atenda ha alguns princípios básicos.
A avaliação é um processo compartilhado, a ser desenvolvido, preferencialmente, na escola, envolvendo os professores, coordenador pedagógico, diretor, professor especializado e família. Tem como finalidade conhecer para intervir, de modo preventivo e/ou remediativo, sobre as variáveis identificadas como barreiras para a aprendizagem e a participação social, contribuindo para o desenvolvimento global do aluno e para o aprimoramento das instituições de ensino; A avaliação constitui-se em processo contínuo e permanente de análise das variáveis que interferem no processo de ensino e de aprendizagem, objetivando identificar potencialidades e necessidades educacionais dos alunos e das condições da escola e da família (BRASIL, 2006, p. 9).
Os procedimentos para acompanhar o processo de escolarização e de avaliar
dos alunos com necessidades educacionais especiais na classe comum tem-se
apresentado mais eficiente quando praticada nos horários coletivos, com a
participação da equipe escolar, incluindo o professor da classe comum e do apoio
pedagógico especializado, sempre que houver. São Paulo (2007).
Na busca por um referencial teórico que possa potencializar a permanência
dos alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns é
recomendável o uso dos pressupostos de Vygotsky.
Por ter trabalhado, em um período de sua vida, com pessoas com
deficiência, Vygotsky contribuiu para a compreensão de algumas das importantes questões atuais relativas ao atendimento educacional de alunos com necessidades educacionais especiais. Uma indicação exemplar é a possibilidade de conseguir avanços na aprendizagem dessa população através do desenvolvimento de um currículo que permita o uso de estratégias pedagógicas que favoreçam a construção do conhecimento pelo sujeito. (SÃO PAULO, 20017 p. 36).
É possível presenciar algumas críticas a respeito da inclusão as quais estão
ancoradas em alguns aspectos como o despreparo, da escola, do corpo docente, e
também da aplicação das políticas em uma prática condizente com cada realidade,
achando-se desprovido de uma educação que possa “atender a todos”. No entanto
para Vygotsky apud (SÃO PAULO, 20017 p.37), argumenta que:
O ambiente escolar, como espaço social, possibilita o contato com diversas experiências, enriquecendo e ampliando o repertório cultural do sujeito. Isto referenda a proposta de assegurar a permanência dos alunos com necessidades educacionais especiais nas c lasses comuns, pois nesse espaço é potencializada a riqueza das exposições do sujeito a diferentes situações de convívio social, cultural, linguístico, entre outros. Partindo-se desse pressuposto, é possível ressaltar que todos os alunos se beneficiam do convívio em ambientes de classe comum.
Assim, Vygotsky “defendia que a educação é um importante plano para o
desenvolvimento do sujeito e reconhecia o papel indispensável que os professores
desempenham ao mediar o conhecimento para o sujeito da aprendizagem”. (SÃO
PAULO, 2007 p.37). Mas quantas são as dificuldades que os professores têm
encontrado no interior das escolas, principalmente no final da educação básica, já
que os docentes deste nível de escolaridade, muitos não tiveram nenhuma formação
inicial específica e tampouco em formação continuada para o atendimento às
pessoas com necessidades educacionais especiais.
Em minha vivência de 20 anos de trabalho na Educação Especial e 10 anos
paralelamente ao ensino regular foi possível observar, que o professor possui uma
prática de aprendizagem da educação e as aplica também com este público em
questão, me fazendo destacar aqui que os momentos mais difíceis e decisórios, são
os momentos de “avaliar”, colocando ainda que esta dificuldade pode estender-se
também aos professores com formação específica, visto que os processos de
avaliação ainda são consistentemente permeados por antigos paradigmas, em que o
próprio professor especializado não consegue muitas vezes discernir o que pode ou
o que não pode, diante de uma escola a qual, encontra-se inserida em uma
sociedade que cobra valores quantitativos. Portanto o que é preciso para colocar
em consonância bons resultados com uma aprendizagem que não seja também
“barateada”, por conta de números?
Para Vygotsky apud São Paulo (2007 p.39) a avaliação tem como tarefa justamente em explorar os processos de aprendizagem, assim sendo:
A avaliação deve considerar tanto os fatores sociais (interação – família, professores, colegas e outros) e contextuais (acessibilidade arquitetônica, curricular, atitudinal e adaptações materiais) que cercam a aprendizagem do sujeito, quanto às interações envolvidas nesses processos, a fim de fornecer informações para os professores compreenderem melhor cada um de seus alunos e, consequentemente, pensarem nas intervenções que se fizerem necessárias. (SÃO PAULO 2007 p.39).
5 DESAFIOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL: ESCOLA E CURRÍCULO INCLUSIVOS
Ao falar de inclusão na educação refere-se à universalização do acesso e às
melhorias na qualidade do ensino, destinada ao público-alvo da Educação Especial,
os quais se tratam, em específico neste material, de jovens e adultos com
deficiência intelectual e transtornos de aprendizagem, que frequentam a escola
regular de Ensino Médio.
Há que salientar, conforme assevera o anexo 12 - Educação Especial:
Construção de Currículos Inclusivos, “o Departamento de Educação Especial e
Inclusão Educacional da SEED-PR, assume o compromisso com a seriedade que
este processo exige, garantindo o direito incondicional de acesso do aluno a uma
aprendizagem efetiva”. (PARANÁ. 2013, p.2). Assim este Estado propõe uma
“inclusão educacional” diferente da “simples colocação” desses alunos em
ambientes da escola comum.
Conforme demonstram as Diretrizes Curriculares da Educação Especial para
construção de currículos inclusivos a Educação Especial como modalidade, deve
dialogar e compartilhar dos “mesmos princípios e práticas propostas para Educação
Básica, exigindo das famílias, alunos, profissionais da educação e gestores das
políticas públicas ações efetivas no processo educacional”. (PARANÁ. 2013, p.2).
Para tanto é preciso criar atitudes que superem os preconceitos e as
discriminações em relação à diversidade e à inclusão, na busca pela qualidade do
ensino que requer inicialmente a identificação dos alunos bem como as intervenções
de professores especializados e ou capacitados, a fim de que possam colocar em
prática currículos flexíveis e serviços de apoio que promovam a aprendizagem dos
alunos que necessitam de complementação e/ou suplementação de conteúdos.
6 AVALIAÇÃO EDUCACIONAL E PSICOEDUCACIONAL: SOMANDO
CONHECIMENTOS
Sabe-se que a proposta da identificação das necessidades educacionais
especiais do aluno com deficiência intelectual, deve ser a mais precoce possível e
por ser o ensino médio a ultima etapa da educação básica é possível concluir que
nela todos os “problemas” permeados pelas deficiências, bem como pelas
dificuldades de aprendizagem, já foram sanadas nas etapas anteriores.
Seria esta uma resposta objetiva, caso omitíssemos e não analisássemos a
atual configuração de nossas escolas, transparecendo que não é homogeneizar
dentro de uma “escola para todos” que a questão será solucionada, mas sim buscar
por medidas que possam atender a todo aluno dom deficiência intelectual e todo
aluno com dificuldade de aprendizagem, mas com “possibilidades do mesmo
receber ajuda o apoio necessário para o desenvolvimento global e aprendizagem
efetiva” (SEED, 2013, p. 11).
A que expressar ainda sobre a preocupação que se tem com a criança desde
o nascimento, quando detectado alguma deficiência precocemente. Em geral, esta
criança recebe acompanhamento por equipes técnicas, professores especializados,
entre outros, desde o início da vida escolar até onde ele possa chegar, porém,
algumas vezes ficam “congelados” em alguma etapa da Educação Especial.
No entanto, hoje com a terminalidade específica, conquistada pelas escolas
de Educação Especial, os alunos que passaram por esta modalidade de ensino, ou
ainda pelas denominadas Salas Especiais, Classes Especiais ou mais atualmente
pelas Salas de Recursos, as quais foram fundamentais a esta promoção, estão hoje
chegando não somente até a 4º série ou atualmente o 5º ano, a qual dispunha e
dispõe de equipes técnicas, mas também ao denominado nono ano, onde há que
enfatizar que também estão ainda ampliando de maneira a atender este público com
mais propriedade.
Em relação ao Ensino Médio, embora faça parte da Educação Básica, ainda
encontra-se desprovido de maior apoio ao atendimento destes educandos, os quais
carecem maior atenção bem como aos que estão para mediar à aprendizagem, os
quais devem ser o foco do processo, que são seus professores.
Em virtude disso, cabe ressaltar sobre a importância na continuidade do
processo até o final da Educação Básica com o mesmo empenho que se tem no
início desta etapa, portanto para que não seja interrompido este processo, sem que
seja considerado todo esforço e toda a aplicabilidade destinada nas etapas
anteriores, propomos que tenha prosseguimento visto principalmente como já
mencionado neste trabalho, a vontade que estes alunos têm em concluir o Ensino
Médio de forma efetiva, e assim “abrir portas para o mundo lá fora”, como qualquer
outro estudante e consequentemente, qualquer outro profissional.
Portanto para que possa considerar uma continuidade e não uma interrupção
na forma de ensinar e principalmente na forma de avaliar é que propomos o
conhecimento á cerca da avaliação psicoeducacional.
Segundo o material apresentado pela secretaria de Estado da Educação do
Estado do Paraná, durante o curso de avaliação, ocorrido em novembro de 2013,
compreende-se, por avaliação psicoeducacional no contexto escolar:
Um conjunto de procedimentos realizados no contexto escolar com intuito de investigar o processo de ensino-aprendizagem para entender a origem dos problemas de aprendizagem do aluno e propor intervenções
pedagógicas, a qual... Deve oferecer informações relevantes para conhecer as necessidades educacionais dos alunos, seu contexto escolar, familiar e social, bem como avaliar as condições de ensino-aprendizagem e subsidiar mudanças na ação pedagógica do professor, na gestão escolar e na indicação dos apoios pedagógicos adequados. (SEED, 2013, p. 6).
É oportuno dizer, que esta avaliação, portanto, é realizada com objetivo de
oferecer, ao aluno com deficiência, atendimento educacional especializado em
programas de apoio à inclusão que pode ser Sala de Recursos Multifuncional ou
outro.
Cabe informar, conforme (PARANÁ, 2013) de que as medidas de
intervenções devem percorrer ao longo do processo e não somente no final dele,
portanto neste decorrer, identificam-se as necessidades, pedagógicas, estruturais,
administrativas ou de saúde, permitindo por meio das informações que levem
compreender bem como valorar a respeito da realidade avaliada e assim propor de
forma condizente decisões favoráveis, tomadas pelo coletivo da escola e ou ainda
apoiada, quando necessário por uma equipe multiprofissional externa, composta por
psicólogos, especialista em psicopedagogia, fonoaudiólogos e ou equipe médica,
destaca-se, que atualmente:
Abandonam-se as tendências que classificam e categorizam, previamente, com base em diagnósticos clínicos e psicológicos, as pessoas com deficiência intelectual em níveis (leve, moderada, severa e profunda), os quais indicavam comportamentos e características próprios de cada categoria. Fernandes (2007 apud SEED, 2013, p. 11).
A mudança na definição da deficiência intelectual não é meramente
terminológica, mas principalmente pelo anseio de práticas educacionais menos
excludentes, portanto é uma proposta para a educação inclusiva.
Segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica:
Para a identificação das necessidades educacionais especiais dos alunos e a tomada de decisões quanto ao atendimento necessário, a escola deve realizar, com assessoramento técnico, avaliação do aluno no processo de ensino e de aprendizagem, contando, para tal com:I -a experiência de seu corpo docente, diretores, coordenadores, orientadores supervisores educacionais; II- o setor responsável pela educação especial do respectivo sistema; III- a colaboração da família e a cooperação dos serviços de saúde,
Assistência Social, Trabalho, Justiça e Esporte, bem como do Ministério Público, quando necessário (BRASIL, 2006, p. 23).
É possível observar no cotidiano das escolas paranaenses, que esta proposta
vem ao longo dos anos adequando-se na busca por uma inclusão pensada e
ponderada, considerando não somente uma aplicabilidade das leis “inclusão
associada à expansão da matrícula, traduzida estatisticamente, pelo aumento das
vagas nas escolas, ou pelo número de alunos portadores de deficiência nas turmas
de ensino regular” (CARVALHO, 2004, p. 50), mas com intuito de melhorar a escola,
para que ela se torne “um espaço privilegiado de aprendizagem e de participação,
seja para seu alunado, seja para toda a sua comunidade”. (CARVALHO, 2004, p.
51).
Contudo, tem se demonstrado um aumento no número de alunos que não
conseguem rendimentos acadêmicos esperados de acordo com sua idade/ano, bem
como a utilização de diversas terminologias para defini-las, mas o que de fato é
preciso entender são formas de superar essas dificuldades de aprendizagem, uma
vez que qualquer aluno pode em algum momento de sua vida apresentá-las sendo
ou não vinculadas a alguma deficiência.
Para tanto a importância de um apoio especializado a fim de transpor as
dificuldades apresentadas, solucionadas a partir de um trabalho coletivo onde o
grupo possa criar expectativas em relação as suas potencialidades e a dos alunos.
A identificação e análise das formas de ensinar, dos recursos e estratégias utilizadas na ação docente de ensino e de avaliação da aprendizagem peculiares a cada instituição escolar, também constituem objeto desse processo de avaliação psicoeducacional no contexto escolar. (PARANÁ, 2013, p. 6).
Considerando que “é fundamental, pois, que durante o processo avaliativo
psicoeducacional no contexto escolar sejam identificados os tipos de apoios
necessários e sua intensidade para cada aluno” (PARANÁ, 2013, p. 11), “é preciso
reconhecer que esse alunado tem uma maneira própria de lidar com o saber”
(PARANÁ, 2013, p. 12), observando, portanto, a realidade educacional em qualquer
nível de ensino.
As equipes da educação especial que assumirem essa proposta, além de organizarem de outro modo as suas práticas, poderão
capacitar a equipe pedagógica da própria escola. Essa ação, á longo prazo, não dispensará a contribuição das equipes da educação especial, sempre importante, particularmente para determinados alunos, considerados como os mais “problemáticos”.
Serão muito úteis, também, para aprofundar a análise institucional, pois ela se reveste da maior importância no processo decisório sobre as providências a serem tomadas. (BRASIL, 2006, p.55)
7 PROEMI – ENSINO MÉDIO INOVADOR: NOVAS FORMAS DE ENSINAR, NOVAS FORMAS DE AVALIAR
É visto que a abordagem deste tema tem como principal condicionante o
reflexo que o mesmo pode causar na vida do sujeito enquanto aluno, enquanto
pessoa e enquanto participante de uma sociedade. Assim é preciso considerar não
só como resultado deste meio, mas também como “produtor deste meio”.
De acordo com a Secretaria de Educação Básica / Diretoria de Currículos e
Educação Integral/ Coordenação Geral do Ensino Médio, (BRASIL, 2013), as taxas
de aprovação, reprovação e abandono escolar, apresentados no Censo Escolar
2011, serviu como alerta, bem como referência para nortear um Novo Ensino Médio
no Brasil, visto os resultados os quais, demonstraram-se preocupantes, diante do
número de 70%,aprovação, 18% reprovação e 11% abandono no 1ª ano do Ensino
Médio, apresentando melhora nos 2º e 3º anos, mas longe das metas esperadas.
Outros índices também foram utilizados a fim de demonstrar a atual realidade
desta etapa de ensino, como a “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios –
PNAD para o ano de 2009 e 2011, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE)” [...] “Apesar da maior democratização no acesso ao sistema escolar, à
adequação idade/série educacional ainda é um desafio, principalmente na faixa de
15 a 17 anos de idade, em que só 50,9% dos estudantes estão na série/ano
adequado (ensino médio)”. (BRASIL, 2013, P. 3- 4). Assim embora um aumento de
0,5 de matrículas em 2011 em ralação a 2010, é expressivo o número de jovens
com esta idade, que não frequentam nenhuma escola, e a conclusão desses
indicadores sobre taxa líquida no Ensino Médio é de 51,6%.
Ainda de acordo com o material (BRASIL, 2013), 12 % das matrículas para o
Ensino Médio, são realizadas na rede privada, 1% na esfera municipal, 1% na esfera
federal e 86% na rede estadual de educação. Portanto a
Necessidade de ampliação e fortalecimento de políticas efetivas que garantam o direito ao ensino médio de qualidade para todos e as condições necessárias, por meio da ampliação da universalização de atendimento a população, consoante a consolidação da função social desta etapa da Educação Básica. (BRASIL, 2013, P. 9).
Em conformidade, o Governo Federal, através do Plano de Desenvolvimento
da Educação (PDE), instituído pela Portaria nº. 971, de 09/10/2009, cria estratégia,
como o Programa Ensino Médio Inovador (PROEMI), o qual tem por objetivo o
redesenho dos currículos desta etapa, de forma que as “ações propostas
inicialmente vão sendo incorporadas ao currículo, ampliando o tempo na escola e a
diversidade de práticas pedagógicas, atendendo às necessidades e expectativas
dos estudantes do ensino médio”. (BRASIL, 2013, P.9).
Considerando todo este contexto, bem como, reconhecendo que cada região
possui suas especificidades e ainda em consonância com as Leis de Diretrizes
Gerais para a Educação Básica e as Diretrizes Curriculares Nacionais.
Foi criado para provocar o debate sobre o Ensino Médio junto aos Sistemas de Ensino Estaduais e Distrital fomentando propostas curriculares inovadoras nas escolas do ensino médio, disponibilizando apoio técnico e financeiro, consoante à disseminação da cultura de um currículo dinâmico, flexível e que atenda às demandas da sociedade contemporânea. (BRASIL, 2013, P.10).
Poderão apresentar projetos, denominado Projeto de Redesenho Curricular
(PRC), todas as escolas indicadas pelas Secretarias de Educação, sendo, que para
sua implantação, deverá atender a alguns critérios pré-estabelecidos, de acordo com
o referencial indicado para sua implantação.
a) Carga horária mínima de 3.000 (três mil horas), entendendo-se 2.400 horas obrigatórias, acrescidas de 600 horas a serem implantadas de forma gradativa; b) Foco em ações elaboradas a partir das áreas de conhecimento, conforme proposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e que são orientadoras das avaliações do ENEM; c) Ações que articulem os conhecimentos à vida dos estudantes, seus contextos e realidades, a fim de atender suas necessidades e expectativas, considerando as especificidades daqueles que são trabalhadores, tanto urbanos como do campo, de comunidades quilombolas, indígenas, dentre outras; d) Foco na leitura e letramento como elementos de interpretação e de ampliação da visão de mundo, basilar para todas as áreas do conhecimento; e) Atividades teórico-práticas que fundamentem os processos de iniciação científica e de pesquisa, utilizando laboratórios das
ciências da natureza, das ciências humanas, das linguagens, de matemática e outros espaços que potencializem aprendizagens nas diferentes áreas do conhecimento; f) atividades em Línguas Estrangeiras/Adicionais, desenvolvidas em ambientes que utilizem recursos e tecnologias que contribuam para a aprendizagem dos estudantes; g) Fomento às atividades de produção artística que promovam a ampliação do universo cultural dos estudantes; h) Fomento as atividades esportivas e corporais que promovam o desenvolvimento integral dos estudantes; i) Fomento às atividades que envolvam comunicação, cultura digital e uso de mídias e tecnologias, em todas as áreas do conhecimento; j) Oferta de ações que poderão estar estruturadas em práticas pedagógicas multi ou interdisciplinares, articulando conteúdos de diferentes componentes curriculares de uma ou mais áreas do conhecimento; k) Estímulo à atividade docente em dedicação integral à escola, com tempo efetivo para atividades de planejamento pedagógico, individuais e coletivas; l) Consonância com as ações do Projeto Político-Pedagógico implementado com participação efetiva da Comunidade Escolar; m) Participação dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM); n) Todas as mudanças curriculares deverão atender às normas e aos prazos definidos pelos Conselhos Estaduais para que as alterações sejam realizadas. (BRASIL, 2013, P.11-12).
A propósito este novo currículo pode organizar-se “em diferentes formatos tais
como disciplinas optativas, oficinas, clubes de interesses, seminários integrados,
grupos de pesquisas, trabalhos de campo e demais ações interdisciplinares”
(BRASIL, 2013, P.13). Sendo, sua construção elaborada pelo coletivo da escola,
com ações que contemple a realidade desta e de seus estudantes, deve se, seguir
algumas orientações, nas quais abordam:
Análise do contexto da Unidade Escolar: descrição do perfil e do funcionamento da escola, equipe técnica, número e perfil dos docentes, matrículas no ensino médio (por período) e em outras etapas/modalidades, infraestrutura e dados relevantes sobre a comunidade e contexto local. Avaliação Estratégica, com análise do contexto sócio-político: Identificar as potencialidades e possibilidades no contexto escolar que contribuam para o pleno desenvolvimento do projeto. Articulação com as ações sistêmicas que compõem a política para o Ensino Médio Integral e com o Projeto Político Pedagógico da Escola: as ações do Projeto de Redesenho Curricular deverão estar em consonância com o Projeto Político Pedagógico da escola e, prioritariamente, com as ações sistêmicas que compõem a política nacional para o Ensino Médio Integral, em diálogo com as políticas estaduais. Poderão articular-se com outros programas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) em especial o Plano de Ação Articulada (PAR), o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), o Programa Mais Educação, o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Programa Nacional de Informática na Escola (PROINFO), o Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), o Plano Nacional de Formação de Professores (PARFOR) e dos programas e políticas desenvolvidos em cada estado. Articulação com outras instituições: os projetos poderão contemplar parcerias com instituições, como: Universidades, Institutos Federais, Museus, Zoológicos, Teatros, Cinemas, Fundações de Ciência, Pesquisa e Tecnologia, dentre outras, visando tanto
a ampliação dos espaços educativos como a ampliação dos ambientes educacionais. Definição de estratégias para acompanhamento e avaliação das ações: a escola deverá acompanhar as ações em desenvolvimento e analisar o impacto destas a partir dos resultados de suas avaliações (internas), dos principais indicadores educacionais do Censo Escolar (índices de aprovação, reprovação, evasão e abandono, dentre outros) e dos resultados do ENEM. Elaboração do Projeto de Redesenho Curricular- PRC para o prazo de 2 anos, embora a inserção de novas escolas possa ser realizada anualmente, conforme os prazos estabelecidos pelo MEC e que serão informados às Secretarias de Educação Estaduais e Distrital. (BRASIL, 2013, P.21 - 22).
Assim, em conformidade com a atividade proposta, a aquisição dos materiais,
as tecnologias educativas, bem como os custos orçamentários e repasses serão
todos financiados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação/FNDE, por
meio do (PDDE), Programa Dinheiro Direto na Escola.
A equipe pedagógica da escola deverá participar de todo o processo,
incluindo a escolha de um professor articulador que irá coordenar as ações,
estabelecidas primeiramente de acordo com as necessidades e interesses dos
alunos, dos professores e da comunidade escolar, organizadas a partir dos
macrocampos e das áreas de conhecimento sendo três deles obrigatórios e pelo
menos mais dois a sua escolha, constituindo assim, no mínimo cinco macrocampos,
que são:
Acompanhamento Pedagógico (Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza; Iniciação Científica e Pesquisa; Leitura e Letramento; Línguas Estrangeiras; Cultura Corporal; Produção e Fruição das Artes; Comunicação, Cultura Digital e uso de Mídias; Participação Estudantil. (BRASIL, 2013, P.13)
Entende-se por macrocampos “um eixo a partir do qual se possibilita a
integração curricular com vistas ao enfrentamento e à superação da fragmentação e
hierarquização dos saberes” [...] “permite, portanto, a articulação entre formas
disciplinares e não disciplinares de organização do conhecimento e favorece a
diversificação de arranjos curriculares”. (BRASIL, 2013, P.15).
Identifica-se, por intermédio deste documento, abordado na escola durante o
segundo semestre de 2013, para a sua implantação em 2014, que a preocupação,
por decorrência do Projeto de Implementação Pedagógica PDE 2013, bem como a
organização deste Caderno Temático, não consiste em um fato isolado, concluindo
até o presente momento um consenso a respeito da necessidade em rever as
práticas padronizadas dentre elas podemos expressar a pedagogia do exame, a
aferição de notas em um ensino hierarquizado, desconsiderando o direito à
aprendizagem, mas sim com vista:
A interação direta com o estudante, podendo também, incluir ações de formação dos professores, de gestão escolar e adequação dos ambientes escolares envolvendo temáticas diversas por meio do diálogo entre os conteúdos dos diferentes componentes curriculares de uma ou mais áreas do conhecimento. (BRASIL, 2013, p.14)
É incabível, mencionar que, a avaliação não deva existir, ao contrário, é
fundamental para nortear todo trabalho, pedagógico educacional, no entanto a que
se repensar de forma que possa contribuir para o sucesso de todos àqueles que têm
por finalidade a busca pelo conhecimento e não a supressão do mesmo.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em virtude da pesquisa realizada para elaboração deste caderno temático, foi
possível constatar a existência de uma vasta bibliografia, referente à avaliação
educacional, no entanto o acesso as mesmas não são tão frequentes, por conta de
uma infinidade de barreiras, transparecidas nos diálogos entre professores, sendo o
mais comum a “disponibilidade de tempo” visto o trabalho dedicado a várias escolas,
dentre outros. Portanto, apesar de atualmente os meios informacionais tecnológicos
disponibilizar materiais teóricos a todos os fins, ainda é preciso organizá-los, no
sentido de filtrar aquilo que é possível efetivar em nossa prática, levando em
consideração a proposta pedagógica pela qual norteia todo o trabalho em sala de
aula e no ambiente escolar.
Contudo, apesar da importância na organização e seleção condizente com as
diretrizes curriculares, há que se destacar a relevância desta proposta a qual
consiste em criar espaços para a discussão, reflexão, bem como a ressignificação
da prática pedagógica, onde todos da equipe escolar possam expor seus medos,
angústias e dúvidas, efetivadas por meio da troca de experiências, bem como da
apropriação de informações a fim de empregá-las em possíveis mudanças para a
prática avaliativa e consequentemente em ações pedagógicas que resultem em uma
escola capaz de acolher e efetivar a permanência de “todos” os alunos, por isso
trata-se de escola inclusiva.
Há também que analisar as exclusões explícitas, assim como, as que,
encontram-se camufladas. Considera-se que a avaliação escolar é um fator de
inclusão ou exclusão educacional, dependendo da forma em que é constituída,
assim este é mais um enfoque que merece destaque, acrescido dos desafios da
Educação Especial na busca por uma escola, que por meio de seu currículo
inclusivo, possa estar apta para atender a todos com qualidade.
Por considerar que no início da vida escolar do aluno seus direitos são
preservados, no sentido de que ao ensino fundamental existe todo um suporte para
o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais, há de se
difundir que esta prática continue a se efetivar até o final da Educação Básica.
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