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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CLEUZA ARANTES
O GÊNERO TEXTUAL “TIRAS” NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
MARINGÁ
2014
CLEUZA ARANTES
O GÊNERO TEXTUAL “TIRAS” NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
Artigo apresentado à Coordenação do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria
de Estado da Educação do Paraná, em convênio
com a Universidade Estadual de Maringá, como
requisito para a conclusão das atividades propostas
para o período de 2013/2014. Sob a orientação da
Professora Drª Sandra Maria Coelho de Souza
Moser.
MARINGÁ
2014
O GÊNERO TEXTUAL “TIRAS” NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
Cleuza Arantes1
Drª. Sandra Maria Coelho de Souza Moser²
RESUMO O presente trabalho apresenta as tiras (quadrinhos) como um gênero textual que pode auxiliar o ensino de Língua Estrangeira Moderna, no caso aqui, a Língua Inglesa, visto que é um gênero amplamente difundido e é um excelente meio para auxiliar a formação de leitores com atitude mais crítica diante dos textos que circulam socialmente. Teve com objetivo desenvolver estratégias de leitura para que o aluno possa ler, tornar-se leitor e construir seu conhecimento na Língua Inglesa. Assim, temos como método de pesquisa alguns fundamentos teóricos da teoria bakhtiniana, as Diretrizes Curriculares de Ensino da Educação Básica para o Ensino de Língua Estrangeira Moderna, entre outros. A aplicação prática das tiras em sala de aula foi realizada em uma turma do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Olavo Bilac de Sarandi - PR. Este estudo surgiu da necessidade de buscar alternativas para um ensino de língua inglesa mais significativo na escola pública. Neste artigo relata a importância do professor buscar mudanças em sua prática pedagógica, além de estimular discussões a respeito da transposição de uma sequência didática que faz parte de um projeto elaborado dentro do programa de formação continuada para professores da rede pública do Estado do Paraná – Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). Nessa proposta, foram desenvolvidas atividades em uma sequência de aulas com textos, especialmente tiras de cunho social para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem da leitura e interpretação dos alunos.
Palavras-chave: Gênero textual. Leitura. Tiras (quadrinhos). Ensino e aprendizagem. Língua inglesa.
INTRODUÇÃO
Sabemos que as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCEs), é o documento
que orienta o trabalho dos professores da rede pública no estado do Paraná
atendendo as necessidades do contexto educacional atual; e de acordo com as
DCEs o ensino da Língua Estrangeira Moderna - LEM, adota os seguintes princípios
educacionais:
1Professora da Rede Pública Estadual de Educação do Paraná - Área PDE: Língua Inglesa, NRE de
Maringá - PR. 2Doutora em Letras (UNESP/Assis). Mestre em Linguística Aplicada (UNICAMP/Campinas).
Professora do Departamento de Letras da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
[...] respeito à diversidade (cultural, identitária, linguística), pautado no ensino de línguas que não priorize a manutenção da hegemonia cultural; As disciplinas devem dialogar numa perspectiva interdisciplinar; A reflexão crítica acerca dos discursos que circulam em Língua Estrangeira Moderna somente é possível mediante o contato com textos verbais e não-verbais; A aula de LEM deve ser um espaço em que se desenvolvam atividades significativas, as quais explorem diferentes recursos e fontes, a fim de que o aluno vincule o que é estudado com o que o cerca; Ao tratar os conteúdos de Língua Estrangeira Moderna, o professor proporcionará ao aluno, pertencente a uma determinada cultura, o contato e a interação com outras línguas e culturas. Desse encontro, espera-se que possa surgir a consciência do lugar que se ocupa no
mundo, extrapolando domínio linguístico. (PARANÁ, 2009, p.52).
O presente trabalho teve como objetivo motivar o aluno para a aprendizagem
de língua inglesa por meio de atividades com gêneros textuais que despertem o seu
interesse, pois a LEM é vista como insignificante pelos alunos; eles não têm
interesse em aprendê-la e não percebem que o inglês está presente no seu dia-a-dia
por meio de músicas, jogos, internet, vestuário, etc; que o inglês faz parte de seu
contexto social e que aprendê-lo é uma necessidade, visto que a língua portuguesa
está imersa de palavras da língua inglesa e que por meio delas podemos
desenvolver estratégias de leitura para entender um texto.
Nossa proposta foi trabalhar a língua inglesa com alunos do 9º ano do ensino
fundamental do Colégio Estadual Olavo Bilac, situado à Rua Jaçanã, 587, na cidade
de Sarandi, de maneira que o aluno se sentisse mais interessado e motivado em
aprendê-la. Para tanto, propusemos uma sequência didática com o gênero textual:
tiras, visto que é um gênero amplamente difundido e é um excelente meio para
auxiliar a formação de leitores com atitude mais crítica diante dos textos que
circulam socialmente com o intuito de fomentar atividades que deem subsídios e
auxiliem o processo de ensino e aprendizagem da leitura em LEM. Pois de acordo
com Moser os alunos precisam ver significado em aprender a Língua Inglesa,
portanto as atividades trabalhadas em sala precisam ser significativas para o aluno,
o qual deve se assemelhar com as atividades comunicativamente fora da sala de
aula. (MOSER, 2004).
DESENVOLVIMENTO
Gêneros Textuais
O gênero textual figura nas relações interpessoais como um dos elementos
chaves para a construção das interações verbais, viabilizando assim a efetivação
dos processos de socialização e sociabilidade dos indivíduos.
De acordo com Bakhtin (2003) ao nos comunicarmos verbalmente
escolhemos o gênero mais adequado a cada situação, portanto a comunicação
verbal sempre se dá por meio de algum gênero textual. Estudar a língua por meio de
gêneros possibilita a compreensão de seu uso efetivo, permitindo a retomada e
compreensão do seu contexto de produção.
Lousada (2002) também ressalta que ao comunicarmos verbalmente,
interagimos por meio dos textos que produzimos, fazendo uso da capacidade de
ação, da capacidade discursiva e da capacidade linguístico-discursiva; dessa forma
o gênero seria considerado um instrumento para o desenvolvimento dos três tipos
de capacidades de linguagem. Assim a sequencia didática deve possibilitar aos
alunos o acesso a práticas de linguagem novas ou dificilmente domináveis, pois os
gêneros textuais são construídos no seio de interações verbais e são formas
fundamentais no processo de socialização dos indivíduos.
O uso da linguagem verbal consiste fundamentalmente na prática
comunicativa dos diferentes gêneros textuais nas esferas sociais nas quais os
indivíduos estão engajados. E mais, em termos de aquisição de linguagem, aprender
a falar, a dominar uma língua, seja a materna ou uma língua estrangeira, significa
aprender a lidar, social e cognitivamente, com regras e normas de uso dessa língua,
as quais não se limitam às do funcionamento da gramática e do léxico dessa língua,
mas implicam outras que atribuem ações textuais, discursivas, frequentes, que
igualmente são construídas e interpretadas à luz de um sistema sociocultural de que
partilham os indivíduos.
Essa aprendizagem constrói-se no processo mesmo de interação, de
socialização permanente e diversificado do sujeito nos grupos sociais com os quais
convivem. Essas considerações explicitam um dos princípios fundamentais da
reflexão bakhtiniana: se a língua não se usa senão em situações concretas de
interação social, e se ela somente se constitui na forma de texto, e se este, por sua
vez, figura-se exemplar de um dado modelo social de gênero, produzido pelas
pessoas para responder às suas necessidades comunicativas, parece que seria de
fato problemático tentarmos empreender qualquer relação de interlocução se não
soubermos operar com o gênero em questão, seja em situação de produção ou de
recepção, já que, como sinaliza esse teórico, quando nos comunicamos, não
trocamos palavras, nem orações, mas sim produzimos textos. Nessa abordagem,
gênero textual e interação verbal são social e culturalmente construídos na e para
interação verbal entre os indivíduos nas relações sociais concretas da vida para
responderem às suas necessidades comunicativas que, por sua vez, reportam à
ação de um processo de socialização.
Leitura em Língua Inglesa
De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais o maior objetivo da leitura
está em:
Trazer um conhecimento de mundo que permita ao leitor elaborar um novo modo de ver a realidade. Para que uma leitura em Língua Estrangeira se transforme realmente em uma situação de interação, é fundamental que o aluno seja subsidiado com conhecimentos linguísticos, sociopragmáticos, culturais e discursivos. Cabe ao professor criar condições para que o aluno não seja um leitor ingênuo, mas que seja crítico, reaja aos textos com os quais se depare e entenda que por trás deles há um sujeito, uma história, uma ideologia e valores particulares e próprios da comunidade em que está inserido. Da mesma forma, o aluno deve ser instigado a buscar respostas e soluções aos seus questionamentos, necessidades e anseios relativos à aprendizagem (PARANÁ, 2008, p.66).
Nesse sentido, para que a aprendizagem aconteça é função do professor,
sujeito social munido de capacidade de ação eficaz para mudar a visão de seu
aluno, possibilitar uma formação crítica e produtora, e ao mesmo tempo levar o
aluno a interagir com o que o cerca. Rojo (2009, p.107) enfatiza que “um dos
objetivos principais da escola é justamente possibilitar que seus alunos possam
participar das várias práticas sociais que se utilizam da leitura e da escrita na vida da
cidade, de maneira crítica e democrática”.
Uma das características típicas originais das histórias em quadrinhos (HQs) é
a presença da língua que carrega uma grande quantidade de aspectos culturais e
mais especificamente, os significados da língua como gírias, figuras de linguagem,
ditados populares etc. Além disso, as histórias em quadrinhos que são ferramentas
educacionais e têm um grande apelo entre os estudantes de todas as idades, podem
explorar a língua de uma maneira criativa, onde leva o aluno para seu próprio
mundo, particularmente nas aulas de Língua Estrangeira, onde o uso de material
autêntico é escasso.
O trabalho com a Língua Estrangeira Moderna constitui-se na multiplicidade
de gêneros textuais e busca estender a compreensão dos diversos usos da
linguagem, bem como a ativação de procedimentos compreensivos no processo de
construção de significados possíveis pelo leitor, tendo em vista que texto e leitura
estão interligados e que, um não se realiza sem o outro, pois a leitura, processo de
atribuição de sentidos, estabelece diferentes relações entre o sujeito e o texto de
acordo com as concepções que se tem de ambos.
No que diz respeito exclusivamente ao ensino de Língua Estrangeira,
principalmente nas escolas de Ensino Fundamental e Médio, ainda se observa a
seleção por atividades pautadas na gramática e na tradução. Tal escolha pode ser
considerada como uma das razões causadoras pelos baixos níveis de motivação
entre os alunos. Embora o inglês esteja presente na vida desses alunos em toda a
segunda etapa do ensino fundamental e em todo o ensino médio, verifica-se, ao final
desse período, um total desconhecimento, sem falar das palavras inglesas que
fazem parte do vocabulário português.
Schutz (2003) aponta alguns aspectos que influenciam a desmotivação dos
alunos:
Um ambiente de sala de aula voltada ao ensino formal de uma língua estrangeira, sem a presença de autênticos representantes dessa língua e de sua cultura, é um exemplo de ambiente que não evidencia a necessidade, não produz motivação e não estimula o aprendizado. O que se encontra atualmente no ensino de inglês são inúmeros fatores desmotivadores: salas de aula com muitos alunos, professores com proficiência limitada, cobrança através de exames de avaliação com questões truculentas que não avaliam, repetição oral mecânica,etc. (SHUTZ, 2003, n.p.)
Nesse sentido propusemos que a aula de Língua Estrangeira Moderna
constitua um espaço onde o aluno pudesse reconhecer e compreender a
diversidade linguística e cultural, de modo que conseguisse se envolver
discursivamente e percebesse as possibilidades de construção de significados em
relação ao mundo em que vive.
Histórias em Quadrinhos
Por muito tempo as histórias em quadrinhos foram vistas como deturpadora
de mentes onde estimulava a violência e a perversão, no entanto, ainda hoje, existe
uma barreira pedagógica contra as Histórias em Quadrinhos. Muitos pais proíbem
seus filhos de lerem quadrinhos quando estes não se saem bem nos estudos ou
apresentam problemas de comportamento, associando o distúrbio comportamental à
leitura das histórias em quadrinhos.
De acordo com Vergueiro (2012) o redescobrimento das HQs fez com que
muitas barreiras ou acusações contra elas fossem derrubadas e anuladas
favorecendo a aproximação das histórias em quadrinhos às práticas pedagógicas.
Embora a inclusão das histórias em quadrinhos em materiais didáticos tenha
começado de forma tímida, após constatação de resultados favoráveis a sua
utilização, alguns autores de livros didáticos começaram a incluir os quadrinhos com
mais frequência ampliando sua penetração no ambiente escolar. Atualmente, é
comum a publicação de livros didáticos que fazem uma vasta utilização das histórias
em quadrinhos para transmissão de conteúdos, diversificando a linguagem no que
diz respeito aos textos informativos e às atividades apresentadas como
complementares para os alunos, incorporando a linguagem dos quadrinhos às suas
produções.
Vergueiro (2012, p. 21-25) aponta algumas vantagens quanto à utilização das
histórias em quadrinhos no ensino:
Os estudantes gostam de ler quadrinhos. Eles não as rejeitam pois já
fazem parte de seu cotidiano;
Palavras e imagens, juntos, ensinam de forma mais eficiente;
Existe um alto nível de informação nos quadrinhos. Eles versam sobre os
mais diferentes temas, sendo aplicáveis em qualquer área;
As possibilidades de comunicação são enriquecidas pela familiaridade
com as histórias em quadrinhos;
Os quadrinhos auxiliam no desenvolvimento do hábito de leitura. A
familiaridade da leitura dos quadrinhos facilita a leitura de outros suportes,
como revistas e livros;
Os quadrinhos enriquecem o vocabulário dos estudantes. Ao mesmo
tempo em são escritos em linguagem de fácil entendimento, eles
apresentam assuntos variados e novas expressões aos leitores,
ampliando seu vocabulário;
O caráter elíptico da linguagem quadrinhística obriga o leitor a pensar e
imaginar. Os estudantes são instigados a exercitar o seu pensamento
Como fontes para estimular os métodos de análise e síntese das
mensagens;
Os quadrinhos têm um caráter globalizador. Eles conseguem ser
compreendidas por alunos de qualquer contexto e nível;
Os quadrinhos podem ser utilizados em qualquer nível escolar e com
qualquer tema. Como as histórias são muito variadas, é possível para o
professor identificar quais os materiais mais adequados à sua turma e à
sua faixa etária.
As histórias em quadrinhos são formas de expressão muito popular e com
um grande apelo aos estudantes. Além disso, elas apresentam um uso da língua
muito avançado e com isso expõe os alunos a uma noção de mundo, o que
representa um estímulo para o ensino da Língua Estrangeira Moderna. Com isso os
alunos podem compreender que os significados são sociais e historicamente
construídos, fazendo uma relação com o conhecimento verdadeiro, sistematizado
através da mediação no espaço escolar onde continuamente se apropria do
conhecimento científico e estabelece generalizações mais intelectuais, com base em
conhecimentos já interiorizados, sem a necessidade de retomá-los, ou seja,
percebem que são passíveis de transformação na prática social. Entretanto para que
aconteça a aprendizagem, é necessário que o professor tenha conhecimento do
nível de desenvolvimento real do aluno, e por meio de atividades pedagógicas
variadas estimule o desenvolvimento proximal.
O trabalho com o gênero textual história em quadrinhos busca uma leitura
crítica, a qual se efetiva no confronto de perspectivas e na (re)construção de atitudes
diante do mundo. O professor precisa trazer para a sala de aula as práticas sociais
da linguagem, pois a língua não é somente significado de expressões e/ou
comunicações, é a prática construída pela maneira que os alunos a entendem, ou
seja, os gêneros textuais que, como a língua, são flexíveis e variáveis.
Para o trabalho com a leitura no gênero textual tiras, procuramos
desenvolver estratégias de leitura onde mostrasse que para ler não precisamos
traduzir ou saber o significado de todas as palavras do texto. De acordo com Moser
(2003) estratégias de leitura são meios que o leitor usa para entender o texto.
É usando estratégias que o leitor controla o que vai sendo lido, vence as dificuldades
de compreensão e arrisca-se diante do desconhecido.
Implementação do Projeto A implementação do projeto de intervenção pedagógica foi realizada no Colégio
Estadual Olavo Bilac – Ensino Fundamental e Médio, da cidade de Sarandi – PR. As
atividades foram iniciadas a partir da apresentação e divulgação do projeto e do
material didático à Direção da escola, à Equipe Pedagógica, aos Professores e
Funcionários durante a Semana Pedagógica, realizada em Fevereiro de 2014. No
início do ano letivo, o projeto foi apresentado e divulgado aos alunos do nono ano do
Ensino Fundamental, do período noturno. No entanto, com o passar das aulas, para
a aplicação do projeto teve que ser mudado de turma e turno, pois no noturno tinha
apenas um nono ano, onde a quantidade de alunos que frequentavam por aula era
uma média de 13 a 14 alunos, e raramente eram os mesmos, havia um rodízio entre
eles. Portanto em meados do mês de março, por orientação da própria escola, a
implementação do projeto teve início em outra turma no período vespertino.
O projeto foi apresentado ao nono ano vespertino, e eles demonstraram
interesse e se dispuseram a realizar as atividades de modo satisfatório.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Alunos
Para a aplicação do projeto foi impresso todo o material didático e cada aluno
recebia, no início de cada aula, uma cópia com as atividades a serem trabalhada,
isso para que eles não esquecessem em casa e mantivessem certa expectativa ao
receber parte das atividades a cada aula.
O trabalho com os alunos iniciou-se com a discussão sobre quais disciplinas
eles mais gostam, se leem com frequência, que tipo de gênero textual mais gostam
de lerem, onde ele é encontrado, etc. Em seguida foi apresentado uma “tira”
(quadrinho) questionando-os se gostavam daquele tipo de texto e por que, e
também a exploração oral e depois escrita de todo os recursos presentes no texto.
Após foi trabalhado um texto com as características de “comics strips”, “comics”,
“charge” e “cartoon”, para a leitura do texto os alunos foram incentivados a usar as
técnicas da leitura (skimming, scanning, guesssing meaning, inference e outras.),
onde eles exercitaram a capacidade de inferência e dedução e não utilizaram o
dicionário para compreender o texto e nem para realizarem as atividades de
vocabulário. Todos participaram e ficaram surpresos por conseguirem
ler/entenderem o texto sem dicionário.
A próxima atividade desenvolvida foi a exibição de imagens, na TV multimídia,
sobre a origem das HQs e figuras com vários tipos de gêneros textuais, com
questionamentos orais. Posteriormente foi trabalhado um texto sobre o gato Garfield
e algumas tiras. Após, os alunos foram levados ao laboratório de informática para
que pesquisassem a respeito do autor do Garfield, depois cada um pode expor suas
impressões. Depois foi mostrado vários exemplos de onomatopeias e realizado uma
discussão sobre os seus significados e também uma pesquisa com os tipos de
balões utilizados nas tiras em quadrinhos e seus significados para a montagem de
um painel. Para encerrar foi proposto aos alunos a produção de tiras em quadrinhos
utilizando os conhecimentos adquiridos.
Professores Participantes do Grupo de Trabalho em Rede
De acordo com as falas de professores que participaram do Grupo de
Trabalho em Rede (GTR) o presente trabalho é muito relevante para a
aprendizagem dos alunos, visto que a forma como a sequencia didática foi
organizada está clara, objetiva e motivadora. Alguns professores aplicaram as
atividades em suas salas e ficaram surpresos com os resultados obtidos, como
podemos observar com os comentários abaixo de alguns professores que
participaram do meu GTR.
“O Projeto de intervenção apresentado é muito interessante e possível de realização nos estabelecimentos de ensino. Primeiramente porque as HQs são muito bem aceitas pelos estudantes de todas as idades, pois suas estruturas e linguagens se aproximam da realidade diária da forma com que todos nós nos expressamos. Também, porque nelas a oralidade e escrita se completam, o que faz do material muito rico, pois o trabalho, se realizado de maneira adequada, pode trazer aos educandos o amadurecimento na leitura crítica, podendo englobar diversos fatores necessários para a compreensão dos textos e na produção diária, aguçando assim, a forma de ler e escrever.”
”Bom dia. História em quadrinhos sempre foi e sempre será algo que todos gostam muito, desde os menores até os adultos. É um recurso muito feliz propor um trabalho com HQ. Engloba imagem e escrita, às quais se completam para o bom entendimento. Seu projeto é ótimo, pois mostra de um modo bastante fácil e atrativo como interagir com o educando, já que a HQ é algo próximo e atraente para ele. Acredito que poderemos fazer bons trabalhos aqui. Parabéns. Abraços.” “Achei interessante e de fácil realização esse projeto. Já trabalhei com histórias em quadrinhos na língua portuguesa e tive um resultado muito bom. Com certeza imagens e textos juntos é mais interessante e produtivo. Espero ter o mesmo resultado na língua inglesa”.
“Bom dia! Tutora Cleusa e demais cursistas deste GTR. A temática do projeto de intervenção pedagógica na escola “Gênero textual história em quadrinhos” é oportuna, atual e atende as prerrogativas das DCE de LEM, justifica-se enquanto estratégia metodológica que almeja abordar „temas‟ pertinentes para o estimulo/fomento da aprendizagem crítica do(s) educando(s), problematiza o desenvolvimento de um contexto de estudo baseado em
gêneros textuais (HQ‟s) enquanto possibilidade concreta de disseminação do conhecimento científico, os objetivos do projeto condensam a proposta de construção de conhecimento baseado em ações de leitura e analise de (HQ‟s) a partir da linguagem verbal e não verbal, por fim, a fundamentação teórica desvela um comprometimento com a formação do sujeito crítico, situado, comprometido, capaz de avaliar e interagir na diversidade linguística que norteia o processo de ensino e está presente na sociedade.” “O projeto de intervenção pedagógica "Gênero Textual História em Quadrinhos" é pertinente e está de acordo com as DCEs que norteiam o ensino de LEM. O trabalho com este gênero textual incentiva a leitura e a compreensão, pois viabiliza a exploração da linguagem verbal e não verbal (que facilita a interpretação), mesmo sem o domínio de todo o vocabulário, através das imagens o aluno faz inferências que o auxiliam na compreensão e reprodução das histórias. As HQs contribuem muito. As HQs contribuem muito para o ensino da leitura e podem ser aplicadas em todas as séries, desde as iniciais até mesmo no ensino médio, visto que, textos/conteúdos com imagens são muito bem aceitos e despertam o interesse dos alunos.” “Boa tarde Professora Cleuza! Como disse em outro momento que com certeza aplicaria suas atividades em minhas aulas, assim o fiz. O resultado foi melhor do que eu esperava. Os alunos receberam as atividades com muito entusiasmo e, a participação foi intensa. Trabalhei as atividades de número um, quatro e cinco durante cinco aulas. A participação contínua da professora durante as atividades deu aos alunos mais segurança e interesse. O resultado foi satisfatório, pois o aprendizado foi mais rápido e divertido. PS: Até os alunos que dizem que não gostam da disciplina fizeram essas atividades sem reclamar”. “Minha experiência com HQs. em sala de aula é muito recente, tem apenas duas semanas, e apliquei algumas das atividades propostas pela professora Cleuza e mais duas tirinhas do Garfield que pesquisei num site na Internet. Aqui relatarei como procedi e quais os resultados obtidos em sala de aula: 1 - Num primeiro momento os alunos estranharam as atividades propostas por não estarem acostumados com esse tipo de atividade. 2 - Com a explicação do que se pretendia, com auxilio e interação do professor a tarefa ficou mais atraente a eles e a participação se deu de forma tranquila e plena. 3 - Na aplicação das tirinhas do Garfield a dificuldade proposta era maior, porém isso não diminuiu a participação dos alunos e nem o empenho dos mesmos. Houve sim um interesse e interação, vontade por parte deles em decifrar as falas das personagens das tirinhas. É lógico que para alguns alunos houve a necessidade de um auxílio maior do professor, o que me deixou satisfeito, pois novamente demonstrou que o empenho mesmo destes era grande. 4 - Ao final de todos os alunos haviam conseguido realizar todas as atividades propostas por mim, sem que ao menos um desistisse de sua tarefa. 5 - Aproveitei tais atividades para enfatizar a gramática ref. ao uso do auxiliar "Do" e vocabulário novo, o que para minha alegria a maioria dos alunos havia retido o conhecimento passado através das atividades e pela interação com o professor.” “O trabalho com HQs foi muito gratificante, os alunos demonstraram muito interesse, tiveram mais facilidades para assimilar principalmente os conteúdos gramaticais, pois trabalhei as atividades 4, 5 e 6 com alunos de 9º ano. Os alunos pediram que eu tralhasse sempre dessa
forma porque só assim terão mais facilidades em aprender de forma mais fácil e divertida, pois há também humor nas HQ. Para finalizar os alunos produziram uma HQ abordando o tema Easter, foi uma experiência e tanto, percebi pois que uma forma simples e criativa é que se tem o melhor resultado. Quero também trabalhar com outras turmas no 2º bimestre para obter o mesmo resultado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos dados apresentados no decorrer deste estudo, acreditamos
que as atividades de implementação contribuíram de forma satisfatória para a
aprendizagem dos alunos e observou-se um grande interesse e motivação em
aprendê-la. Durante o desenvolvimento das atividades percebeu-se que o
conhecimento da língua inglesa por parte dos alunos era limitado, no entanto isso
não impediu a leitura e a compreensão dos textos em LEM. Eles observaram que
eram capazes de ler em língua inglesa sem o auxílio do dicionário.
O espaço de sala de aula pode tornar-se como um espaço de aprendizagens
mútuas, um espaço fomentador da cidadania tanto para professores como para
alunos, uma vez que havendo uma maior motivação em sala de aula, o ensino se
torna mais prazeroso, pois sem motivação, sem vínculos entre aprender e o para
que aprender faz com que os conteúdos estejam destituídos de paixão e de
encantos, deixando os alunos privados da verdadeira arte do conhecimento e
aprendizagem.
Portanto, o trabalho com o gênero textual: história em tiras por meio de uma
sequência didática permite contextualizar o ensino aprendizagem, dando-lhe sentido
e tornando-o significativo na vida pessoal do aluno. Assim, podemos dizer que a
aplicação desta sequência didática mostrou-nos que partindo de um material
autêntico, de interesse da necessidade dos participantes, podem-se alcançar mais
resultados positivos no que se refere ao processo de apropriação de conteúdos
conceituais
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. M. Os Gêneros do discurso. In: _____. Estética da criação verbal. Tradução: Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. LOUSADA, E.G. Elaboração de material didático para o ensino de francês. In: DIONISIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais & ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.
MOSER, Sandra Maria Coelho de Souza. Sala de aula: espaço para aprendizagem significativa. UEM/2004. MOSER, Sandra Maria Coelho de Souza. Tipos de leitura e estratégias. UEM/2003. PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna para a Educação Básica. Curitiba, PR: SEED, 2008.
ROJO, R. Letramentos Múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Editora Parábola, 2009. SCHÜTZ, Ricardo. "Motivação e Desmotivação no Aprendizado de Línguas"EnglishMade in Brazil<http://www.sk.com.br/sk-motiv.html>. Online. 10 de novembro de 2003. VERGUEIRO, W; RAMA, A; BARBOSA, Al; RAMOS, P; VILELA, T; Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula. São Paulo: Contexto, 2012. .